Muito bem. E agora é hora de eu e você falarmos sobre o episódio seis da série do Pinguim, a série que nunca te decepciona. Esse episódio começa com uma passagem de tempo em relação ao episódio passado.
O Oz e o Vic conseguiram fazer aquela estação abandonada de bondes se transformar em um complexo de produção de Bliss e a distribuição está a todo vapor. Eu confesso para você que, mesmo sabendo que o Batman provavelmente não vai aparecer nessa série, pelo menos até o episódio final, por um momento eu cheguei a me perguntar se aquele cara na moto andando pelos túneis não poderia ser o Bruce Wayne, fazendo exatamente o que ele faz no filme, usando os túneis para chegar até a estação de trens abandonada sob a Wayne Tower. Mas esse cara é o Victor, que está fazendo as vezes de emissário, se reunindo com os chefes das gangues pra tentar costurar acordos de distribuição de Bilss para o Oz.
É claro que o Pinguim está completamente visado nesse momento e não pode se arriscar a sair de Crown Point. A Sophia e o Sal espalharam espiões por toda a cidade pra tentarem encontrar o cara. E até mesmo o próprio Victor já está sendo visado, tendo o seu rosto conhecido.
Um detalhe bem interessante é que num determinado momento a imagem mostra o detalhe das embalagens de Bilss que o Oz está produzindo. Curiosamente, o logotipo da embalagem remete diretamente ao rosto do Senhor Bloom, o inimigo do Batman que nós citamos lá no Episódio 3, que foi adaptado como o botânico da Sofia responsável por fazer crescer e prosperar a sua plantação de cogumelos. O grande lance é que o inverno está chegando em Gotham City - nós vemos a cidade começando a ficar coberta de neve.
Isso faz bastante sentido, porque o diretor Matt Reeves já adiantou que o próximo filme do Batman também vai se passar no inverno. Mais ainda, o diretor disse que a história do segundo filme do Morcego começa apenas algumas semanas depois dos eventos do episódio final da série do Pinguim. Então, vai estar tudo muito conectado, e provavelmente a deixa para esse próximo filme vai ser dada no episódio final da série.
A gente já viu aqui nos reviews que o Batman está ausente de Gotham por algum motivo. A guerra de gangues estourou e o Cavaleiro das Trevas não deu as caras. A gente viu até um recorte da Gazeta de Gotham com uma charge falando sobre o sumiço misterioso do Batman.
Por falar nessa questão do inverno, esse episódio tem um momento muito emblemático no que diz respeito a como o abandono de determinadas parcelas da população pelo Estado se torna uma porta escancarada para a entrada da bandidagem numa determinada comunidade. Velho, um tempo considerável já passou desde a inundação causada pelo Charada. Esse episódio mostra que passou tempo suficiente para que o Oz conseguisse erguer o seu negócio de produção de drogas, trazendo gente e equipamento.
Mesmo assim, mesmo depois de todo esse tempo Crown Point ainda está praticamente abandonada, até mesmo com a energia sendo desviada. O Oz ameaça o vereador Sebastian Hady de Gotham, um personagem igualmente corrupto nos quadrinhos, pra que a cidade pare de desviar energia de Crown Point para as partes mais abastadas do município e o episódio termina com as luzes e a energia finalmente voltando em Crown Point. Eu e você sabemos que o os só fez isso para que a própria mãe dele tivesse eletricidade, pudesse ficar mais aquecida e pudesse escutar música - e também para que o complexo de produção de Bliss dele possa funcionar a todo vapor.
Ele não fez isso por motivos nobres. ou altruístas Mesmo assim, ele trouxe de volta a energia para Crown Point. E fez questão de dizer para o vereador o nome dele pra que a notícia se espalhasse.
Agora, os moradores de Crown Point vão saber que quem fez com que a energia voltasse foi o Oz Cobb. E ele certamente vai usar isso para conseguir a simpatia da vizinhança. Da mesma forma, quando o episódio mostra o complexo de fabricação de Bliss funcionando a todo vapor, nós temos aquela fala do protagonista dizendo que, enquanto as ruas estão vivendo o caos, ele e os seus colaboradores tem comida na mesa e roupas para vestir.
Então, olha só como esse cara vai envolvendo todas essas pessoas, dando o que elas precisam e deixando muito claro que isso está acontecendo porque ele se importa com elas, porque todos eles são uma grande família. E ele consegue fazer isso em todos os níveis, tanto quando está falando com seus subordinados no complexo, como quando está falando com os chefes das gangues que estão em luta em Gotham City. Os Maroni e os Falconi jamais iam se sujeitar a beber cerveja na rua com os chefes das gangues menores.
O Oz Consegue entender esses estratos diferentes da sociedade, e se moldar de uma forma única a todos eles, pra dizer exatamente o que eles precisam ouvir. Olha só como isso é colocado visualmente durante a reunião. Ele começa de pé na caçamba do caminhão, distribuindo cervejas numa posição alta e dominante.
Então, ele desce e fica no nível deles enquanto propõe unificar seus respectivos grupos contra a facção Gigante/Maroni. Ele inicia de forma mais agressiva, particularmente quando ele se defende do líder da Tríade, que tá chamando ele de traidor. Mas, brilhantemente, Oz não nega, ele muda de nível mais uma vez sentando-se na caçamba do caminhão e assume o que fez.
Ele fala de forma mais suave, fingindo vulnerabilidade, como se fosse apenas mais uma pessoa pobre fazendo o que era necessário, como todos eles tiveram que fazer. E que forma de celebrar e corroborar essa igualdade do que abrindo uma latinha de cerveja com todas aquelas gangues? O barulho de cada latinha se abrindo é um voto de confiança que eles estã dando.
É exatamente assim que ele vai começar a montar o seu império. O Oz junta todas as gangues menores de Gotham City, o que inclui grupos clássicos dos quadrinhos originais, incluindo os russos da Odessa Mob, os irlandeses dos Sullivans, os LoBoyz, os afro-americanos do Burnley Town Massive e as Tríades, que podem levar o negócio de drogas do Pinguim para o exterior. Mesmo que a Sofia e o Sal tenham começado a matar todos os membros de gangues que forem pegos vendendo Bliss, eles não podem enfrentar todas elas ao mesmo tempo se elas estiverem unidas.
O Oz conseguiu juntar todos esses clãs inimigos com a promessa de que eles finalmente vão ser tratados com respeito que eles merecem, porque ele, o Oz, também é parte dessa categoria. O cara é um manipulador compulsivo. Victor mata o Squid, e esse é um outro momento decisivo para o personagem, porque a vida dele não estava em risco naquele momento.
Nem a do Oz, como naquele episódio em que ele atropelou o capanga da Nádia. O Vic estava levando, a contragosto, o cara para uma reunião, mas não estava com uma arma apontada para a cabeça. Ele tomou a decisão de assassinar o Squid de uma maneira bem mais fria, calculando que isso seria melhor para os negócios.
Um pouco antes, ele está a ponto de pedir ajuda ao Oz pra lidar com o Squid, mas como o Oz está ocupado com a questão da energia elétrica, ele acaba deixando isso quieto. A essa altura do campeonato, ele já sabe que precisa resolver esse problema sozinho, não pode ficar correndo para o chefe sempre que um Zé Mané tenta se fazer de salame pra cima dele. Se as estalecas que ele ofereceu não foram suficientes, então o Squid ganhar um caramelo!
É demais como o Victor nem precisa dizer para o Oz o que acabou de acontecer, só pelo olhar do cara, o outro entende que ele acabou de matar uma pessoa. Essa cena é tão bem dirigida que o Vic não diz uma palavra, mas é como se ele tivesse acabado de gritar a plenos pulmões que ele atirou numa pessoa. O Oz pergunta se ele saiu numa boa e fica orgulhoso dessa decisão, dizendo que vai ficando mais fácil a cada novo assassinato.
Mas tem duas situações muito interessantes e engraçadas no momento em que o Victor mata o Squid. Primeiro ele começa a pedir desculpas para o cara por ter matado ele, o que é hilário. Isso basta, Vic, o cara certamente não vai levar pro lado pessoal.
Depois, antes de sair correndo você chegou a perceber que o Victor começa a olhar com uma expressão assustada para cima? Isso certamente deve ser um reflexo que todos os criminosos de Gotham City devem ter, de olhar para cima para ver se o Batman não está justamente se aproximando para enterrar as suas botas nas costelas deles. .
. O Morcego segue desaparecido, mas ninguém sabe quando ele pode brotar novamente de canto escuro. Infelizmente para o Oz, a Sophia encontra a gaveta e a foto da Eve no apartamento dele, e rapidamente encontra a moça.
A Eve sabia que a Sophia ia atrás dela e mandou uma das suas garotas dar o endereço para que elas pudessem se encontrar. E é simplesmente impossível ver a Sofia segurando aquela arma na porta do apartamento da Eve e não se lembrar da cena icônica de A Piada Mortal, em que o Coringa aparece na porta da casa da Bárbara Gordon da mesma forma e dá um tiro na moça que deixa a Bárbara paraplégica. Diferentemente do Coringa, a Sophia não mata a Eve, até por perceber que isso não ia afetar tanto assim o Oz.
É claro que ele ia ficar chateado, mas isso não ia acabar com o dia dele. Além disso, depois que a Eve cita os nomes de duas meninas dela que foram mortas pelo Carrasco, achando que a Sophia é o Carrasco, a Sophia passa a ver a Eve como uma mulher que, assim como ela, foi usada, mas mesmo assim, faz o que é preciso pra sobreviver. Alguém que se sacrifica pra que aquelas que ela ama não sofram o pênalti - exatamente o contrário do que o Carmine fez com a Sophia, incriminando a própria filha pra sair limpo na época dos assassinatos.
Acho que esse é o único tipo de atitude que a Sophia respeita. E justamente para tirar o foco de si próprio e evitar que no futuro a Sophia mudasse de ideia e resolvesse matar ela e as suas meninas, a Eve revela que o Pinguim está em Crown Point. Esse episódio termina com um prenúncio bastante sombrio.
A Sophia pode ter poupado a Eve, mas ela certamente não vai fazer o mesmo com o Vic e com a Francis. Ela tem uma dívida muito especial a ser cobrada do Oz. A personagem aparece segurando um pé de cabra enquanto observa o Vic e a Francis celebrando a volta de energia elétrica, depois de ter encontrado o esconderijo deles seguindo a pista da Eve.
Qualquer fã do Batman que veja um criminoso segurando um pé de cabra se lembra na hora da morte trágica do Jason Todd pelas mãos do Coringa em Morte na Família, quando o segundo Menino Prodígio perdeu uma votação popular da editora, que tinha feito uma pesquisa para saber se devia ou não matar o segundo Robin. O público votou pela morte e o Jason Todd apareceu nas edições seguintes sendo brutalmente espancado pelo Palhaço do Crime, que usou um pé de cabra pra fazer o serviço. Agora, nós temos a Sophia e um pé de cabra de um lado, e o Victor, que apareceu pela primeira vez tentando roubar as rodas do carro do Oz, exatamente da mesma forma que o Jason Todd apareceu pela primeira vez, tentando roubar as rodas do Batmóvel, pra se tornar, logo depois, o protegido do Morcego.
São similaridades demais, cara. A gente já tinha comentado aqui no canal que o Victor provavelmente não ia sobreviver a essa temporada, e eu acho que ter ele sendo espancado até a morte, da mesma forma que o Jason Todd foi nos quadrinhos, seria uma forma espetacular de fazer uma referência a um dos momentos mais icônicos da história do Batman em todos os tempos, e ao mesmo tempo fazer com que o público, que aprendeu a gostar do Victor ao longo de todos esses episódios, tenha esse sentimento doloroso de perda da maneira mais brutal possível - bem ao estilo dessa série que não tem medo de ser brutal quando é preciso. Eu sempre cito aqui uma fala do George R.
R. Martin, que dizia que para se fazer uma boa história não se pode ter pena dos seus personagens. E eu duvido que os roteiristas dessa série tenham pena do pobre Victor.
Quanto à Francis, as coisas pra ela talvez fiquem ainda piores. Uma grande parte desse episódio é construída para nos lembrar da relação que o Oz tem com a mãe, de como ela é a única pessoa com quem ele realmente se importa. Ela diz que quando a hora chegar, ela gostaria de partir com o que restasse da sua dignidade, fazendo com que o filho prometa que vai acabar com o sofrimento dela nesse momento.
E é justamente aí que a série vai nos pegar. Porque isso vai ser tirado da Francis e do Oz. Lembre-se de que o bom doutor Rush se ofereceu para ajudar a fazer com que o Oz sofresse no início do episódio.
Eu não me surpreenderia se ele e a Sophia levassem a pobre Francis para uma sessão de eletrochoque na mansão dos Falconi, e mandassem os vídeos para o Oz pra se vingarem. Assim, a Sophia e o Sal fariam com que o Oz visse a mente da mãe ir aos poucos se apagando completamente, sem poder fazer nada. É o tipo de coisa que poderia fritar de vez a cabeça do Oz, fazendo com que ele entrasse totalmente no modo Pinguim.
Eu já tô com três tipos de medo de ver o que os caras vão apresentar no domingo que vem. Mas é claro que eu quero saber o que você achou desse episódio! Deixa os seus comentários aqui embaixo pra todo mundo ficar sabendo, certo?
E eu vejo você muito em breve, cara! Até lá, fica com Deus, permaneça bem, permaneça seguro! Uma vez mais, muito obrigado e até a próxima!