ae tudo avareza é um tirano bem cruel manda juntar e proíbe o uso daquilo que se junta a visita o desejo e inter diz o pouso o taco filósofo esta série do café filosófico falar sobre os 7 prazeres capitais prazeres talvez você os conheça como sete pecados capitais orgulho irá inveja avareza lula preguiça julia você já pensou como isso tem se transformado como ao longo do tempo pecados e virtudes foram sendo ressignificados o sinônimo de avareza mesquinhês um apego excessivo aos bens materiais ao dinheiro popularmente o avarento é chamado de pão duro ganancioso mas pode
também ser visto como prudente e poupador um mergulho na história e na cultura ocidental revela as transformações ocorridas no significado da avareza temos percebido ao longo dos tempos que há uma nítida sensação de que poupar é uma recompensa poupar é uma recompensa porém incerta diante de tantos apelos dessa maneira eu não quero necessariamente falar do dinheiro do vil metal mas pensar também sobre as possibilidades dos significados do viver do existir nos tempos atuais quero também falar com vocês de alguma maneira que a avareza penso que talvez seja de todos os pecados da série o menos
incômodo porque ele o mais facilmente traduzido como precaução o mais facilmente enaltecido como uma espécie de prudência e o mais facilmente é que nos defende diante das intempéries que existe ao longo da vida o que parte da minha indagação parte da minha conversa com vocês é pensar o que esconde um pecado e quando é que esse pecado se transmuta em uma virtude em linhas gerais e começando o prazer de o pecado capital esse tema é tentar localizar onde está até que ponto vai o prazer de guardar até que ponto vai o prazer de economizar e
até que ponto vai o ponto que se ultrapassa e passamos a ter uma referência que possa ser chamada como pecado e uma pergunta mais difícil para os homens dos dias atuais uma pergunta complexa para os dias atuais que se é possível descobrir o prazer na avareza dentro de uma sociedade que nos instiga a todo momento para o consumo mas para falarmos inicialmente o que significa avareza como ela se transmite como ela é apontada como um pecado podemos dizer nitidamente que a avareza é um pecado contra divina providência e contra a caridade com o próximo é
um pecado contra a divina providência porque afinal de contas aquele que quer guardar aquele que quer não gastar aquele que tem características da mesquinhez da sovinice aquele está desconfiando de que a providência divina possa tudo lhe dar para poder sustentar se e para poder viver e para poder ter a sua tranquilidade no dia a dia não é um pecado contra divina providência pois implicitamente a uma desconfiança em relação a este lugar em relação à vontade divina que vai se cumprir e que vai ser executado ao longo do tempo e é também um pecado à medida
que nós pudermos observar e identificar que o avarento dificilmente vai praticar uma das virtudes teologais que é a própria qualidade então dentro de alguns aspectos teor é teológico religiosos é um pecado também falar que possuir o apego aos bens não deixa de ser uma forma de substituir o amor por deus pelo amor das coisas então desta maneira você constitui um repertório você constitui uma prática condenável segundo essa tradição judaico cristã porque você está transformando né é um pecado que vai ser identificado e descrito como um pecado de todos porque você vai prestar atenção naquilo que
é menos importante e naquilo que é secundário segundo o ensinamento da tradição bíblica um modelo bastante simbólico dessa tradição e dessa experiência a agência é quando a gente olha para a adoração do bezerro de ouro no deserto do sinai adoração do bezerro de ouro da série de sinais é uma situação onde na travessia na libertação do povo escolhido eles param deixam de cumprir a vontade divina e começam a adorar falsos deuses estão portanto do bezerro de ouro para o dinheiro ou para os nossos projetos e os nossos sonhos de consumo nos tempos atuais o que
estaria sinalizando esta tradição é exatamente a de centralidade da figura divina dentro do nosso cotidiano e dentro do nosso modelo segundo eclesias né pegando um texto bíblico o avarento ele é insaciável e lei do capítulo 5 quem ama o dinheiro dele não se furtará quem ama riqueza dela não tirará proveito e isso também é vaidade observar os lírios eles não falam eles não ficam nem tecem eu conto tudo vos afirmou que nem salomão em toda a sua glória se vestiu como qualquer deles ora se deus veste assim a erva que hoje está no campo amanhã
é lançada no forno quanto mais tratando-se de vós homens de pequena a fé não andeis pois ainda garoto que a vez de comer ou beber não vos entreguei a inquietações então de alguma maneira o texto bíblico também nos remete para essa tradição do lugar em que o discurso da avareza se transforma em pecado a desconfiança mais uma vez está aqui então se a erva mais frágil pode estar protegida pela vontade divina porque os homens devem desconfiar em relação a esta a esta mesma verdade que está sendo dita segundo a tradição religiosa segundo a tradição bíblica
o pecado da avareza também nos remete a perguntar sobre o seu contrário sendo vários por tanto tempo sendo a vários não tendo uma característica da confiança na vontade divina eu tenho uma segunda o problema eu não vou praticar a generosidade então ao contrário da avareza é a condição da generosidade como que eu vou definir a condição da generosidade de que maneira essa generosidade vai poder ser observada com quem eu vou partilhar e praticar a prodigalidade o texto bíblico dará uma série de outras referências porque às vezes ser generoso com aquele que é o conhecido ser
generoso com os próximos não terá uma virtude mas será quase a leitura de uma obrigação então qual é o lugar que ocupa na vida de uma pessoa essas duas variáveis né a tentativa de segurar a tentativa de conter a tentativa de poupar e atenta ea questão da necessidade da opção de você ser generoso e partilhar com o próximo então a avareza é fonte de outros tantos males como cita tomás de aquino a traição à fraude a mentira hopper julho a inquietude a violência a dureza de coração nasce a partir da avareza ser duro de coração
porque é incapaz de satisfazer incapaz de ver felicidade num gesto de compra de compartilhar seja o próprio dinheiro seja uma própria alegria então diante disso nós temos um quadro que caracteriza a figura do pecado capital é um pecado que dá origem a outros tantos porém nós vamos ter uma mudança mais adiante dentro dessa mesma prática religiosa dentro dessa mesma prática teológico religiosa que é com a questão do calvinismo quando a idéia da poupança passa a ser vista como uma virtude no século 16 em genebra suíça o movimento religioso ficou conhecido como calvinismo por causa do
seu mais eminente defensor o teólogo joão calvino sua doutrina proclamava que apenas algumas pessoas seriam eleitas por deus o sucesso no trabalho ea prosperidade econômica por exemplo eram sinais da escolha divina por isso para alguns teóricos o calvinismo foi associado ao desenvolvimento do capitalismo claro que dentro da lógica calvinista o que nós acompanhamos o que nós vemos é efetivamente abandonar o jogo abandonar a bebida abandonar a esbórnia abandonar uma série de prazeres que seriam porta de entrada para grandes pecados segundo essa tradição então a idéia calvinista faz com que se associe ao homem que poupa
portanto ao homem que tem riquezas ao homem que tem dinheiro a característica de ser protegido pela graça divina a característica de ser um eleito dentro desse quadro dinheiro queria dinheiro um cento menos que um milheiro e como sem é bom mil que dez vezes em dez vezes melhor calculam só em tem dez vezes a dobrar um só tentei até da pode te dar 10.240 torna dobrar por 10 calcula e barata sou 10 pontos de reais os cálculos de apagão protagonista da peça o avarento de mulher nunca lhe dão descanso ele guarda todo o seu dinheiro
em casa mas não gasto pra nada veste roupas esfarrapadas economiza na comida e não dá sequer uma moeda para seus filhos que precisam de seus dotes a peça estreou em paris no século 17 e ainda é uma referência quando se quer entender melhor a figura do avarento cura que já se transformou bastante no decorrer da história eu gostaria de pensar com vocês uma dimensão histórica em relação a esse lugar que nós estamos falando aqui a respeito da avareza a respeito do dinheiro a respeito da riqueza penso dentre outras coisas o problema do tempo há uma
clara mudança de uma maneira bem genérica maneira bem ampla entre a passagem do período medieval para a passagem do mundo moderno no mundo medieval ou no final desse período medieval na emergência do mundo moderno quando falamos do período mercantilista falamos de uma riqueza que ela é limitada portanto guardar dinheiro poupar é uma maneira de você assegurar se de ter poder e afirmar-se diante do mundo a lógica do capital lida com uma outra perspectiva o capital não lida com limitação da riqueza a riqueza infinita a capacidade do sistema produtivo capitalista de se reinventar e de produzir
novos novos bens novos e novos desejos novos novos projetos é gigantesca do capitalismo usa a poupança como base e trabalha como pressuposto de levar a uma transformação e ao enriquecimento e essa transformação e enriquecimento se eu posso falar nas origens desse mundo capitalista está diretamente ligado ao mundo da produção eu poderia hoje sugerir e pensarmos adi conjuntamente quem dentre nós imaginaríamos a 20 anos ou 30 anos que uma rede social poderia ser um dos principais ativos numa bolsa de valores ou seja no que é que nós estamos reinventando dentro dessa lógica que não é nitidamente
o que produz uma rede social comida o tem cílios algum artefato necessário e útil não produz outras outros desejos outros imaginários então a riqueza no mundo atual no mundo contemporâneo ela prospera por caminhos que são pouco conhecidos e dos quais nós não temos certeza alguma pra ficar um outra questão que surge dentro dessa mesma perspectiva basta a gente pensar que o uso do dinheiro a questão da avareza vai gerar uma crítica que também é considerada pecaminosas antes desse mundo contemporâneo que a questão da usura que é a questão do uso do dinheiro da prática de
juros em uma obra importantíssima do historiador jorge do be guilherme marechal o melhor cavaleiro do mundo ele relata a história de um marechal a descobrir um cavaleiro que é ou é de um cavaleiro que cuidava do rei da inglaterra e ele conta das suas memórias ele relata um pequeno episódio em que um que um monge foge com uma donzela e ele tem dinheiro e no trecho e eu falei pra vocês ele fala o repugnante é que esse tom segurado que deita mostras nobres na sua cama pretende utilizá lo tal como um burguês pondo a juros
um homem de qualidade não ganha dessa maneira um homem de qualidade ganha na batalha um homem de qualidade ganha por outras perspectivas mas não poderia ser no mau uso ou simplesmente na aposta em torno do tempo para poder ganhar e beneficiar-se e tirar proveito porque dentre outras coisas porque o ao juro ela é pecaminosas nessa transição nós estamos falando do período medieval agora ela é porque afinal de contas o tempo é um dom divino então o tempo só deus pode dar só deus pode prover então a lógica do capital netão claramente enunciados que tempo é
dinheiro é uma outra perspectiva desconhecida naquele momento do período medieval onde nós vamos poder perceber que haverá sim uma transformação haverá uma mudança ao longo do tempo quando o pecado se transforma em virtude quando a lógica da prevenção ea lógica da poupança passa a ser a base da riqueza e que o acúmulo oriundo mesmo aquele oriundo da avareza não é mais visto como algo pecaminoso na nossa dimensão cultural nós podemos dizer que há uma transformação da figura do avarento esse avarento que ocupa um lugar na literatura um lugar no nosso imaginário basta a gente pensar
no tio patinhas basta a gente pensar na fábula da cigarra e da e da formiga e assim poderemos pegar obras magistrais como avarento de mulher o mercador de veneza do chefe e fazemos várias diferenças eu gostaria de pensar aqui numa obra máxima da literatura portuguesa que é o primo basílio pensar numa figura juliana a governanta ela avareza expressa se nitidamente diante dela avareza como economia não apenas do dinheiro mas uma economia do viver e essa é a porta para entrada de outros pecados como a inveja ela guarda para si as poucas moedas ela guarda para
si a vontade de viver e ao fazer isso ela impõe se uma censura uma prática muito dolorosa diante da vida referindo uma vez mais aquilo que dissemos sobre deixado já por tomás de aquino avareza quase nunca está isolada quase sempre ela está acompanhada de outros pecados ela é apenas o ponto de partida o início para que nós possamos ter outras práticas avareza fez com que as pessoas nunca se reconheça enquanto tal é muito difícil porque a sovinice é uma condição praticamente extremada apenas de grude na nas personagens da literatura ou uma representação que é sempre
o outro que é sovina é sempre o outro que é mesquinho nunca eu eu sou sempre aquele que é precavido e poupador mas na medida certa então poderemos pensar que essa avareza ao contrário dos outros pecados da gula facilmente eu reconheço que eu tenho gula facilmente eu percebo que eu me perco na luxúria facilmente eu reconheço que tenho inveja mas na vareta nunca o avarento e reconhece enquanto tal porque dentre outras coisas parece me que o álvaro está na contramão das práticas atuais né o avarento tem um estranhamento ao reconhecer se enquanto praticante desse pecado
porque a nossa aposta quase todo o tempo é uma aposta no consumo imediato é uma aposta em projectos bem mais amplos é mais prudente ter fama de miserável o que acarreta má fama sem ódio do que para conseguir a fama de liberal ser obrigado a incorrer na de ladrão o que constitui uma infame odiosa nos concelhos de maquiavel um governante pode ter a fama de miserável mas não onde ladrão se na vida privada ao significado de avareza mudou ao longo da história será que o mesmo ocorreu quando se refere à esfera política a avareza também
ultrapassa essa dimensão pessoal individual à avareza também está numa esfera que eu poderia chamar e poderia comentar com vocês que é uma esfera do cálculo político o bom governante é aquele da antiguidade ao início do período moderno ele é marcado por ser generoso é aquele que tem as qualidades necessárias é aquele que demonstra a qualidade é aquele que portanto pode né exercer do ar pode ser magnânimo do lugar em que encontra-se então ser generoso é uma condição nesse imaginário do bom governo em cênica lemos identificamos que a estabilidade política ea virtude política relaciona se com
os benefícios com a confiança ea amizade que o governante estimula então dentre tantas virtudes necessárias para a boa governança segundo os manuais deixados né desde a antiguidade essa tradição filosófica nós vamos observar nitidamente junto com a justiça junto com a coragem a liberalidade é aquele que portanto sabe abrir mão né portanto essa imagem de um princípio de um governante é muito mais antigo preocupado em demonstrar essa generosidade demonstrar ter certas características demonstrando ter virtudes ela vai transformar-se e vai mudar ao longo do tempo quando nós pegamos um exemplo deixado por maquiavel na obra o príncipe
nós vamos identificar nitidamente que há uma mudança nítida em relação à figura do governante o governante portanto não tem que demonstrar todas aquelas características como bem sabemos ao estudar a obra de maquiavel que é um texto é um manual que ensina que demonstra ao jogo das aparências como sendo uma das principais articulações uma das principais características do jogo político sabemos que maquiavel aborda a questão de que o príncipe deve ser temido se possível preferido e amado mas jamais o príncipe pode ser odiado e uma das coisas que leva os príncipes ou substituir os princípios dos
governantes em linhas gerais a serem odiados é exatamente a maneira como eles gastam os recursos todos os príncipes ao gastarem todos os governantes em linhas gerais sobretudo para aqueles que são os contribuintes vêem os governantes como sendo mais gastadores então nós temos um ponto de inflexão de uma mudança de que o príncipe que é seguro demais né que pudesse ser confundido como um avaro ele era um mau governante porque ele era contrário à lógica da generosidade na lógica do governo moderno da lógica desses gols desse governo que se instaura a partir desse período que nós
estamos atuando aqui por volta do século 16 na lógica do estado moderno que vai se consolidar nós vamos começar a perceber que o príncipe ele é julgado dentre outras coisas pelos resultados e as pessoas têm ódio a ele porque sendo pródigo selo liberal gastando de uma maneira desmedida ele e leva inevitavelmente vai torrar todo o seu patrimônio e vai torrar todo o patrimônio que é da figura do estado e não há possibilidade de ele sobreviver para intere para uma guerra para uma uma catástrofe natural para o que vocês quiserem imaginar se ele não tiver que
recorrer aos impostos aos tributos e nada incomoda mais ao homem segundo maquiavel do que mexer no bolso da população um homem é capaz de pedir esquecer que um princípio que um governante pode ter matado seu pai mas eu estava será incapaz de esquecer se tivesse eu tiver vir feito um confisco de seus bens por qualquer caminho que seja então esse cálculo político ela ele passa a a a fazer parte né a ser presença nesse repertório político que nós conhecemos e que nós vivemos na sociedade contemporânea quando os governantes fazem programas ou projetos sociais que têm
um impacto orçamentário extraordinário muitas vezes a nossa pergunta antes de tudo não é perguntar a quem beneficia mas enquanto que isso vai custar talvez não tenhamos coragem como eu disse há pouco declararmos né nos auto declarados como avarentos mas somos capazes pelo menos nesse aspecto de uma queda da representatividade que o poder político tem de achar que o uso dos recursos não é da maneira mais adequada por mais nobre que eu possa reconhecer a intenção então se desloca se eu crio na verdade um ponto intermediário que é o governante como aquele que vai fazer a
prodigalidade como aquele que deve exercer a prática da justiça aquele que deveria é fazer com que as tensões ou as divisões sociais pudessem desaparecer alguma maneira então fica uma indagação a respeito da avareza que reconhecemos como cidadãos em relação aos modos como os governantes tratam dos recursos públicos mesmo que destinados a benefícios que poderiam atrair ou fazer com que milhões e milhões de pessoas pudessem se beneficiar falar da avareza do tempo do mundo contemporâneo é remeter se também à crise econômica que vivemos nos tempos atuais há uma percepção imediata da imaterialidade da produção ela existe
mas os nossos desejos estão em lugares muito mais complexos então o consumo é uma das nossas grandes fontes de prazer nos dias atuais esse talvez se fosse feito o refeito uma lista de pecados capitais poderíamos dizer se os pecados são originados do prazer que era essa a a brincadeira que o café filosófico nos propõe provavelmente seria desse consumo desse dessa prática desenfreada do consumo uma coisa que nós temos é uma passagem das falta para o excesso avareza ela é considerada um pecado naquela circunstância e demonstrávamos porque a capacidade de produzir era limitada hoje a capacidade
de produzir não é limitada claro que a gente sabe que tem todos os impactos ambientais e outras temáticas mas sabemos da capacidade não existe mais não é não é o risco se temos fome e temos é por outras questões não é directamente pela capacidade de produção hoje a nossa questão ela está diretamente relacionada ao excesso e ao pensar em falta em excesso posso fazer referência imediata a uma tradição filosófica que vai ser definido em aristóteles na ética aristóteles vai dizer que o que define um vício e uma virtude é exatamente o modo como ele vai
se operacionalizar ou seja nós temos vícios que se originam pela falta ou pelo excesso então a virtude tem que estar necessariamente no meio termo então agora essa fantasia do meio termo ou essa invenção do meio termo essa idéia de equilíbrio que nós olhamos para uma tradição filosófica do mundo grego do mundo antigo é efetivamente uma fantasia porque afinal de contas os textos estão aí há materialidade desses textos serve e continua investigando a nossa reflexão um dia após dia mas seguramente as pessoas daquela mesma época né basta pensar o próprio ceni e querendo do carneiro e
nem por isso o resultado é de um homem virtuoso nem por isso é resultado de um homem equilibrado diante dessas circunstâncias porque a tradição filosófica nos acompanham há tanto tempo porque ela persiste no mundo onde todo mundo fala quase todo o tempo de que as pessoas são vazias das pessoas são rasas que as pessoas não têm tempo é tudo isso que conhecemos tudo isso que experimentamos tudo isso que está de alguma forma dentro do nosso cotidiano mas é interessante pensar que se nós voltamos a essa tradição filosófica do mundo antigo é porque recuperando uma vez
mais aristóteles é que a virtude ela é definida como algo justo entre os pontos extremadas então é o justo meio entre os excessos ela é justo meio entre os extremos e aí eu cito epicuro epicuro na carta mereceu de cura que viveu no século terceiro antes de cristo ou traduzidos chamar também como carta sobre a felicidade e picuruta toca no ponto que nos faz pensar a respeito é dos pecados e que a provocação como eu já disse desde o início que é falar dos prazeres os prazeres capitais o prazer é o início e o fim
de uma vida feliz como efeito nós não identificamos como o bem primeiro e inerente ao ser humano em razão dele praticamos toda escolha e toda a recusa ea ele chegamos escolhendo tudo bem de acordo com a distinção entre o prazer ea dor dessa maneira o escuro nos deixa bem claro que buscar o prazer não é algo desmedido mas aí eu tenho que fazer uma distinção em relação aos prazeres e nessa questão nós vamos ter que pensar para a nossa proposição relação ao avarento qual é o lugar e aí o epicuro vai fazer uma distinção nós
temos desejos naturais necessários neto como por exemplo comer ser visível né temos prazeres que são naturais e não necessários como por exemplo seus olhos é que estou ficando louco mas você pode não é necessário antes viver sexo uma vida sexualmente ativa mas é natural que você tenha mas não não exige obrigatoriamente uma certa por exemplo pode ter feito essa opção e ter prazer nisso agora o que é difícil dentro dessa lógica dessa distinção dos prazeres que o pico faz é quando nós lidamos com prazeres não naturais e não necessários e em torno desses prazeres não
naturais e não necessários que é que a nossa alma vive atormentada e nesses prazeres não naturais e não necessários a gente vai poder pensar a figura do avarento porque o avarento é aquele que teme tudo que é superficial temendo tudo que é superficial ele não gasta ele não se entrega ele fica no discurso da precaução ele impede ele inviabiliza ele não se aproxima de nenhuma das suas práticas e não entrega se ater a possibilidade do prazer nenhuma dessas circunstâncias o avarento no outro extremo é aquele que teme também o que é necessário porque início ele
causa maiores tormentas a ele mesmo as pessoas que estão ao seu redor porque tem medo do que é necessário ele vai desvincular a sua prática de uma lógica mais ampla de uma lógica generosa ele vai transformar se de alguma maneira dentro desta perspectiva o avarento vai transformar se em algo mesquinho e ele vai ser refém de si mesmo ele vai precisar a todo instante a todo com a todo o momento ter que voltar e ter que eliminar os riscos de uma possível de um possível gasto e aí ele não consegue mais fazer discernimento entre o
que é uma necessidade e o que seria sua perto por isso o título inicial quando muito é pouco porque afinal de contas por mais e mais e mais coisas que ele tenha por mais e mais acúmulo que ele tenha ele continuará a ter dentro desta aposta ele continuará a ter nesta circunstância uma forma de escravizar se porque nunca será suficiente ele tem sempre o pior ele tem receio de que a qualquer instante tudo desaparece e isso também é um problema porque ele nem acumula para poder usufruir ele não acumula para poder usufruir para poder chegar
o momento agora está cheguei a esse patamar a partir de agora eu tenho o suficiente e disso eu posso entregar me eu posso em ter a possibilidade de fazer um exercício diferente vivemos em uma sociedade de consumo e hedonista onde o prazer está associado a ter onde somos estimulados ao mesmo tempo a comprar e gastar de um lado por outro lado a poupar e acumular epicuro fala dos desejos naturais necessários e dos desejos não naturais e não necessários sabemos distinguir nossas reais cidades já parou para pensar como a busca por prazer e felicidade anda vinculada
ao dinheiro nós temos respostas muito pouco claras sobre o que significa o ideal da felicidade no tempo atual todos nós nos lançamos de uma maneira quase que é volumoso é uma grande volume e era um grande desejo em relação há milhares e milhares de coisas e temos depois um certo esvaziamento em relação a essas mesmas percepções numa sociedade onde a sedução é uma das suas chaves principais é difícil encontrar uma pessoa que se fecha a qualquer forma de sedução e o avarento que eu estou citando aqui ele está nesse lugar porque ele festa se para
o que é superficial e fecha-se para aquilo que é necessário ele jamais será generoso ele jamais será capaz de praticar a caridade vista como uma virtude dentro dessa mesma tradição judaico-cristã voltando a isso e voltando ao epicuro proponho que a gente pensa e tem a frase nessa mesma carta ele fala tudo o que é natural é fácil de conseguir difícil é tudo o que é inútil e é nessa estratégia que nós temos numa dificuldade de distinguir a onde está o que é natural que o que é inútil né então às vezes tomamos uma coisa pela
outra e vivemos vou insistir na imagem vou insistir na ideia vivemos atormentados por conta desta maneira e desse repertório que produzimos ao longo da nossa vivência a pergunta ou o que poderíamos sugerir como reflexão para o tempo contemporâneo é que o que mudou em relação aos nossos projetos e aos nossos lugares de desejo o que eu amo quando eu amo era muito fácil de responder a essa pergunta por exemplo se é muito fácil mas pelo menos teoricamente é é interessante ver a maneira como agostinho vai responder agora não me vejo hoje respondendo como santo agostinho
respondeu o que eu amo que eu amo a deus e ele e lhe basta tá certo então a idéia de que é de que deus é tudo é a única coisa que pode ter no dentro desse limite as minhas desconfianças outras as minhas desconfianças no tempo de hoje são outras boa noite pessoal meu nome é neto obrigado pela exposição é você colocou muito bem no começo que existe um elemento místico que fazia com que a sociedade dentro da tradição judaico cristã não tivesse se tivesse uma relação com a avareza é como o pecado como um
vício e por que não pensar então que a avareza como virtude no mundo contemporâneo pode existir justamente por causa do cálculo do prazer das dores do homo economicus ou seja o homem que tem no dinheiro o seu novo elemento místico sim acho que é uma é uma questão muito interessante do ponto de vista de que o mito que nós criamos em relação ao dinheiro com ele nenhuma outra intempérie ou nenhuma ou nenhum outro problema vá surgir para o filósofo jeremy bethan o homem deveria ponderar entre os prazeres e as dores de toda e qualquer ação
possível num sutil cálculo e do nista visando ter o máximo prazer eo mínimo sofrimento da mesma forma a idéia do ovo econômicos seria obter a máxima satisfação com um mínimo de dinheiro se você tem a pouco nem fazendo a ideia se o deus basta era a figura da antiguidade dos lixos pelo menos a tradição cristã nós podemos agora então o dinheiro basta e isso né temos experiências várias que indicam que não basta não estou dizendo que não ajuda mas que também não significa necessariamente que basta então o cálculo do prazer ele é sempre mediado por
alguma coisa o cálculo do prazer é o cálculo desejo desejo-te ele parte de mim mas ele tem que ter o objeto desejado então aonde é que está o reconhecimento do que é desejado e o que eu estou permitindo desejar então talvez se esta nessa reflexão de uma de uma avareza do que é possível desejaram não né então é é uma outra perspectiva uma outra possibilidade que nós temos nos tempos atuais então o cálculo do prazer ele está o cálculo como reflexão com medida calcula reflexão e medida a todo momento nós fazemos cálculo né eu vou
calcular chegar a tempo do trabalho se vou chegar se é melhor dizer a verdade nesse momento ou não eu brigo agora o abrigo depois do jantar em que momento que você e se isso faz parte né da dessa nossa dinâmica da nossa própria condição tão calcular o prazer é algo muito delicado porque o prazer também ele fugiu ele não é algo perene os místicos ou há a tradição que eu estava fazendo referência no início trabalha trabalha com essa noção da perenidade hoje nós podemos mais facilmente identificar sim pegando gancho na sua pergunta o dinheiro como
algo bastante estável reconhecida na nossa sociedade mas também ele não é não tem essa essa única potência ao fazer a figura do divino da providência divina possivelmente poderia ter né então só pra insistir uma vez mais a idéia de que a avareza era pecado naquela circunstância porque era negar a capacidade da ação e da intermediação divina hoje eu não tenho essa crendo ou não tendo não se trata aqui de discutir mas as crenças ou as crenças mas eu não fico esperando que será a providência divina que resolvo meu iptu né não será a providência divina
que resolva a minha água o meu cartão de crédito ao final do mês então ou se eu quero por ser crente admitir eu falei porque me deu força ao trabalho agora em quais condições que eu vou trabalhar e dilma era eu vou me desdobrar e aonde é que eu estou jogando o meu desejo então o cálculo do prazer às vezes é muito caro né o cálculo do prazer é muito cara e aí é essa e hierarquizar ação que que parte dos nossos problemas da nossa sociedade e das nossas próprias neuras existem nessa perspectiva imagino que
seja isso então aí da antiguidade para cá as coisas mudam 5 à noite o professor abusando um pouco da sabedoria popular eu cito um outro ditado é o dinheiro não traz a felicidade manda buscar verdadeiro ou falso onde é que está o meu desejo onde eu estou jogando em nenhum momento quem está falando a questão da o um aspecto que está sendo chamado a atenção aqui nessa abordagem da avareza é o quanto que ela se transforma num fim em si mesmo enquanto que o dinheiro transforma se em um fim em si mesmo e esse fim
em si mesmo é o que efetivamente cega e é o que efetivamente às vezes impede a possibilidade dessa pessoa partilhar dessa pessoa experimentar e dela eu vou voltar a insistir dela sair dela mesmo é é claro que você terá opção é com maiores recursos é sempre preferível do que ter simplesmente a opção da extrema necessidade da extrema miséria né então seguramente a qualquer pessoa que você sinalizar com um aumento salarial com uma promoção alguma coisa ela vai atribuir ou atrelar a isso uma idéia de felicidade que possivelmente virá com esse acréscimo só que às vezes
no que ela fosse perguntar do tempo que ela despende da pressão que ela vive aí então portanto a resposta cabe a cada um e acho que muda também do momento da nossa vida né seja o que nós desejamos aos 20 anos muda para o que desejamos aos 40 e supõe que vai mudar quando chegava aos 60 a 80 em alguns então essa é essa complexidade do humano essa complexidade humana que permite que eu não digo de uma maneira tão categórica que se o dia não traz felicidade e manda buscar né eu acho que sim ele
aproxima coisas mas não obrigatoriamente ele é a salvaguarda para a questão da felicidade seguramente se eu falar para um religioso que vive enclausurado ele não vai perceber no dinheiro a possibilidade e nem do que manda buscar porque o prazer talvez eu esteja realizando mas o prazer que ele vai ter no acordar antes do sol nascer para fazer as suas orações plantar ler rezar meditar esse talvez seja o prazer máximo é uma existência muito fora do nosso patamar porque afinal de contas é por isso que estamos falando de enclausurados porque seres que estão nas metrópoles a
multidão que se acotovelava todos os dias em que se estressa a todo momento sabe que tem uma intermediação em torno do dinheiro mas eu não estou querendo absolutizar que essa seja a única receita então em linhas gerais para recuperar e para pensarmos temos uma dimensão teológica que começa a figura do avarento onde o avarento avareza é um pecado porque há uma desconfiança vontade divina é uma desconfiança da providência e é um ato que impede a generosidade e impede a caridade temos uma dimensão histórica que percebe que como é que aquele homem avarento portanto mesquinho pequeno
transforma-se via poupança num homem que passa a ser louvado e passa a ser um ideal de vida por conta da idéia de você acumular e com esse acúmulo ser demonstrar inclusive por conta da lógica na tradição calvinista né da loja tradição calvinista que você é é um beneficiário da graça e se avançarmos nessa temporada idade chegamos ao tempo atual onde somente as pessoas vão se reconhecer enquanto avarentos porque afinal de contas as pessoas não acham que elas estão deixando de viver mesmo que ela tem uma sensação de que estejam perdendo alguma coisa que não é
necessariamente o dinheiro mas vivemos e experimentamos essa sensação cotidianamente tem milhares e milhares de coisas acontecendo ao meu redor e eu não eu crio uma atenção porque é impossível é incapaz que eu possa experimentar todas elas mas ao mesmo tempo eu sou puxados o arrastado para isso e isso é um verdadeiro turbilhão de sensações é um verdadeiro turbilhão de emoções que os homens lidam nós estamos vivendo esta crise se muito é pouco é sinal de que algo para nós numa esfera individual ou numa esfera coletiva está deslocado dentro do seu próprio tempo então por isso
seguramente eu posso dizer seguramente e amparado não em mim que não sou com certeza para nada nem para ninguém mas amparado naquilo que a tradição filosófica que nesses textos brilhantes da nossa cultura marcão eu posso terminar essa primeira exposição e dizer que seguramente não é o modelo do bem viver viver indicando a própria existência indicando o prazer indicando a alegria e eu repito a frase de epicuro tudo que é natural é fácil de conseguir difícil é tudo que é índio a avareza considerada pecado capital pela igreja na idade média e apresentada na montanha do purgatório
de dante alighieri na divina comédia tem sido vista de diferentes formas ao longo da história o desafio hoje é encontrar o equilíbrio entre poupá e consumir a série do café filosófico 7 prazeres capitais pecados e virtudes hoje você encontra no site da cpfl cultura eu não sei com que as crianças vão responder isso daqui a 20 anos as crianças de hoje e essa molecada já é educada dentro de uma perspectiva que não sabe o que é bom