A questão nacional e o identitarismo

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Iela ufsc
Conferência do antropólogo e historiador Antônio Risério na XX Jornadas Bolivarianas, promovida pelo...
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[Música] nós vamos dar sequência aos trabalhos da nossa jornada bolivariana que é o evento sempre foi o evento anual do do Instituto de estudos latino-americanos e nós eh esse ano na na época pós pandêmica nós eh alteramos a jornada a jornada bolivariana nós parávamos uma semana e trazíamos os intelectuais de toda a América Latina e também nos Estados Unidos por uma reflexão sistemática sobre a situação latino-americana e às vezes abordando um determinado tema e em função do o clima eh acadêmico dominante que é anti-intelectual eh o público e é escasso razão pela qual nós mudamos
a modalidade de o o o o público presencial é escasso razão pela qual nós mudamos a modalidade do Instituto do das Jornadas e fazemos essas jornadas bolivarianas e esse ano Eram quatro eventos a greve dos técnicos administrativos na universidade na prática cancelou dois dois eventos que nós tínhamos programado mas nós estamos mantendo outros dois esse aqui com o Antônio risério e um próximo Possivelmente em novembro com o intelectual mexicano ris deeres que ainda estamos em em conversação em acordo para fazer uma uma mais uma atividade em novembro que é uma atividade sobre Marx e e
hoje está aqui conosco então o Antônio risério o Antônio risério chamou a atenção a nossa atenção pelo fato de que ele não é um acadêmico ao contrário na minha concepção Antônio Rogério é um intelectual e faz uma trajetória intelectual completamente afastada da Universidade de Bras e não imune aos acadêmicos ao contrário que alguns prestam muita atenção à trajetória dele e essa é uma característica que eu gostaria de registrar em dois países da América Latina especialmente no México e na Argentina uma grande quantidade dos seus grandes intelectuais não passaram pela Universidade nem no México nem na
Argentina são que tiveram uma trajetória uma vida exuberante do ponto de vista intelectual sem nunca ter pisado numa universidade no caso da Argentina podemos pensar em alber por exemplo e E no caso mexicanos um conjunto deles que nunca frequentaram a universidade e outros que passaram a frequentar a universidade quando já eram intelectuais renomados a nós também tivemos uma no passado uma quantidade de intelectuais que não se fizeram na universidade estava conversando aqui e ao pé do ouvido com o risério sobre esse sergipanos extraordinários ele tá me falando de João Ribeiro que eu não conheço mas
conheço bem eh Silvio Romero Tobias Barreto Manuel Bonfim que são nomes que não frequentaram a universidade Manuel Bonfim Inclusive a convite de Machado de Assis recusou a a participação na Academia Brasileira de Letras que é uma conduta louvável eu acho um cordão sanitário absolutamente indispensável e e e a Universidade Brasileira perdeu um o apreço eh pelos temas públicos e sobretudo o apreço pela crítica A Crítica é uma inimiga da Universidade hoje e eu diria não como instituição é uma época é uma época que eu não vacil em chamade miserável do ponto de vista intelectual e
exuberante do ponto de vista acadêmico quer dizer como é que o conhecimento é eh qualificado eu diria quantificado entre nós é pelo número de artigos publicados e pela produtivismo eh do currículo lates que tem empobrecido mas radicalmente a vida intelectual univers um empobrecimento radical e empobrecimento que eu quero dizer muito claramente é uma arma da classe dominante uma arma da classe dominante e trou uma consequência para aqueles que dizem amar Universidade que é o isolamento social da Universidade se nós perguntarmos a povo Qual é a função da Universidade o povo brasileiro não sabe qual é
e quero dizer algo muito mais grave tampouco a Universidade Brasileira Sabe dizer qual é o seu papel hoje na crise brasileira não tem nem sequer um ponto de partida comum essa miséria Nós Temos que enfrentar Isso não é um dado qualquer somente uma irresponsabilidade chamemos assim social muito profunda pode ignorar o fato de que a universidade não não tem entre nós nem na vida sindical dos professores dos técnicos e também no empobrecimento do ativismo estudantil entre nós um projeto de Universidade de tal maneira que uma reflexão tal como fez Darc Ribeiro na universidade necessária ou
Álvaro Vieira Pinto na questão da universidade é inexistente entre nós o protesto universitá Universitário diz respeito única e exclusivamente a uma indicação de caráter orçamentário diante do governo mas se um presidente da república tivesse duas moléculas de responsabilidade política e uma de apreço pelo intelecto perguntasse pra universidade O que que vocês querem para o Brasil aqui estaríamos numa posição completamente constrangida em todas as áreas José em todas as áreas é claro que algumas ainda tem uma conexão com o a econ muito mais claramente definida do que naquilo que nós cham as ciênci sociais ciências humanas
aí efetivamente NS estamos muito complicado e É nesse contexto que nós descobrimos o trabalho do R ele tem naturalmente uma uma obra importantíssima diria poderia afirmar aqui uma vasta obra inu identidade e liberdade mas eu vou falar daqueles livros que eu conheço que é o sobre o relativismo pós moderna e a fantasia fascista da esquerda identitária um livro que eu também Recomendo a todos que é a Utopia brasileira e os movimentos negros e nós o convidamos para fazer uma reflexão uma discussão sobre esse livro que é em busca da Nação E por que que chamamos
risério Porque aqui no Instituto nós temos uma larga reflexão sobre a importância decisiva do nacionalismo revolucionário que se opõe ao nacionalismo burguês e para nós que estudamos a América Latina o Instituto completa 20 anos duas décadas de reflexão intercâmbio intelectual com eh o melhor da Inteligência latino-americana o nacionalismo é uma força extraordinária é uma força muito importante os países imperialistas não abandonam o apresso pelo nacionalismo Basta ver a Se quiserem numa versão decadente a disputa entre baid e camala os dois dois decadentes vocês podem ver lá a importância que nenhum recusa o nacionalismo nenhum recusa
o nacionalismo ninguém pode ser mais elos do nacionalismo do que os franceses na Europa Ultra nacionalista e nos Estados Unidos como eu reafirmo sempre ninguém ocupará a Casa Branca se não for um nacionalista de quatro costados juramentado com certidão passada nos cartórios do establishment nos Estados Unidos agora o nacionalismo aqui parece que é uma espécie de lepra que devemos rechaçar então nós temos que ter uma reflexão sobre isso o livro do rizério em busca da Nação toca nesses eem um conjunto de outros temas é uma obra que eu classificaria tem um caráter ensaístico no sentido
eh na melhor expressão do apreço pelo ensaio os acadêmicos detestam o ensaio ré detestam tem uma bronca quem me chamou a atenção disso foi o Gilberto Vasconcelos mas o ensaio não é um signo de de de superficialidade a cara ao contrário eu acho que vem esse apreço pelo monográfico é um apreço das Missões civilizatórias francesas que criaram entre outras coisas a a USP como uma universidade contra o Nacional né aquilo foi uma vingança dos liberais que perderam para Getúlio Vargas com o movimento de 30 e em 32 34 nos mandaram a a revolução constitucionalista dos
paulistas e a criação da Universidade de São Paulo como um instrumento de dominação de classe e tudo isso então nos remete a um conjunto de de reflexões que estão colocadas nesse livro em busca da Nação e e foi lendo essas obras do risério que nós decidimos então convidá-lo para participar da desse evento que é para nós importante porque finalmente O Rogério é um sujeito que Aprecia um autor um intelectual que tem apreço pela crítica e nós aqui no Instituto nosso DNA tá organizado a partir da crítica E como eu repito sempre a crítica não é
essa conversa mole esse apelo ao diálogo que tá por aí esse apelo ao diálogo que tá por aí é uma forma de interditar claramente o exercício permanente da crítica vou repetir mil vezes a forma concreta do Diálogo na universidade é o exercício sem medida da crítica sem pedir permissão fazer o exercício da crítica e é por isso que eu queria agradecer a disposição do risério de sair de da Bahia e se dirigir aqui a Florianópolis estar conosco ele vai fazer uma exposição hoje nós teremos um trabalho também interno do Instituto pessoal que trabalha no Instituto
e alguns convidados para conversar com o risério à tarde e amanhã gravaremos também um pensamento crítico que vai ao ar no canal do yela na página do yela e também na no canal da de televisão da Universidade Federal de Santa Catarina então rizério te agradeço estô à disposição de estar conosco e a palavra é tua agora acho que tá bom dia então eh antes de entrar no assunto quer dizer também Eu Quero Agradecer o convite né e dizer que eu a segunda vez que eu venho aqui que eu acho adoro Florianópolis ao contrário do uma
coisa que eu acho quase uma barreira uma faca na frente que eu sinto às vezes quando eu vou em Curitiba é as pessoas de Curitiba você pede uma informação na rua eles a primeira reação é quase como se tivesse agredindo elas aqui não hoje eu já conversei horas com o jardineiro lá na pousada já conversei no café da manhã com as pessoas é outra coisa eu acho a cidade linda também bom antes de entrar no assunto eu queria fazer só três observações rápidas por conta de um de um cansaço com uma coisa Sempre tá eu
tenho que responder a primeira é lembrar que a esquerda Brasileira de um modo geral detesta o descenso a contestação de suas verdades né Especialmente quando a crítica vem do campo da própria esquerda então eles fazem de tudo para neutralizar essa discussão e o expediente é muito rasteiro geralmente a crítica é fruto de algum ressentimento ou ou uma traição tentar caracterizar com uma traição uma coisa que o Sérgio Bararque já falava no em Raízes do Brasil né que que no Brasil as pessoas tendem a encarar o descenso em termos não não pelo que ele é não
não no plano político ideológico mas como se fosse uma coisa familiar clanica E aí coloco na conta da de uma traição bom eu embora tenha tido uma aliança conjuntural com o PT por exemplo nunca nunca FZ parte da virtuosa família petista e não coloco essas coisas nesses termos eu quero que a a discordância político-ideológica seja encarada em termos políticos e ideológicos e não com essa conversa fiada psicologizante e moralista ainda mais que essa turma que que hoje me ataca fica aí de braços dados com o companheiro alkim e o companheiro jedu né que é para
mim é uma coisa que já desmoraliza tudo um segundo ponto é que para neutralizar essa discussão o o PT e e a esquerda identitária hoje a esquerda identitária lançam mão de um velho expediente estalinista que é quer dizer não ele não é mais de esquerda ele se converteu à direita é outro e a militância vai e faz esse jogo sujo rasteiro como fazem comigo o tempo inteiro né para queimar bom mas eu tô onde né no campo da esquerda democrática isso eu sublinho sempre um terceiro ponto é que se você discorda de uma da ideologia
e da prática da esquerda racialista por exemplo eles aí lhe acusam racista Di é um um um expediente estúpido mas ao mesmo tempo muito esperto porque funciona ainda mais num país tão desinformado como o Brasil agora eu sempre faço uma comparação Se Eu discordo de uma determinada teoria Econômica sobre a fome Eu discordo daquela teoria isso não significa que eu seja a favor da fome agora os identitarias querem fazer crer nisso Se Eu discordo do discurso e da prática racialistas deles eles eles não eles não querem não admitem que eu seja contra o discurso deles
mas que eu sou a favor do racismo di dizer é um um absurdo isso não tem lógica nenhuma bom a outra coisa agora vou partir aqui é que eu faço tudo por escrito porque nem sempre eu posso confiar na memória porque a minha memória sempre foi muito boa e às vezes funciona bem mas depois que eu tive o o AVC eu às vezes ela dá dá brancos enormes aliás por falar nisso dá branco eu nunca vi ninguém achar que era racista Então vamos eu vou trouxe por escrito E vamos conversando eu Centre nessa [Música] questão
do da Nação mas de uma perspectiva da tentativa de destruição da Nação que a gente encontra hoje no na esquerda brasileira na esquerda identitária em especial Bom vamos lá a esquerda tem uma já relativamente longa tradição de negação da Nação à qual se filiam com seu diferencial particular a seitas multicultural identitas Mas mesmo no âmbito do Marxismo tradicional que vem de Marx a pelo menos a esquerda negro-africana das revoluções anticolonialistas a leitura do significado de nação é contraditória na teoria marxista clássica a nação é vista como um construto opressivo uma super ferramenta para anestesiar e
manter so controle à classes proletárias exploradas pelo capitalismo isso como um obstáculo maior a realização da Fraternidade comunista Universal na prática esquerdista do século XX no entanto grande parte das Vitórias objetivas da esquerda se de lutas de libertação nacional e esta realidade obrigou pelo menos parte da esquerda a repensar a questão Nacional deixando de parte a antinomia uma suposta antinomia entre destino nacional e internacionalismo proletário Regi debré chegou a dizer que o futuro da esquerda dependeria de sua capacidade de reinventar uma política nacional para o século XX nesse conceito Nesse contexto esquerdista o identitarismo tem
a sua particularidade aqui uma nação já não é uma totalidade contraditória formada por classes sociais distintas como na teoria marxista para o identitarismo antes que composta de classes uma nação é feita de várias Nações é um construto opressor mas que antes de oprimir classes agrupa de forma coiv as diversas Nações que vivem dominadas no seu interior o identitarismo não lida com classes sociais mas com grupos oprimidos definido em termos de raça sexo orientação sexual língua cultura e esses grupos oprimidos costum vistos como Nações subalternas e até semes não reconhecidas pela nação dominante no dizer do
antropólogo Eduardo Viveiros de Castro recentemente ele disse o Brasil é uma ficção o que temos aqui não é uma nação mas um elenco de pequenas Nações coabitando compulsoriamente o mesmo espaço geográfico so oão do estado e o objetivo útimo dessa gente desintegrar a nação Esta Nação é destruí-la daí a atual de que o Brasil não é uma nação um plps a legitimação desse ponto de vista antinacional se constrói por meio de uma reconstrução ideológica do passado do país mas uma reconstrução idiossincrática onde a história confirma a ideologia reportam-se os fatos onde a história desmente a
ideologia descartam os fatos é o método da falsificação constrói-se uma nova memória Nacional não como forma de ampliar o conhecimento histórico mas como instrumento de luta política e intimidação ideológica o compromisso identitaria mas com uma suposta social de que seus militantes seriam os representantes autodeclarados Já que ninguém os escolheu para esse papel daí que o instrumento básico dessa turma do identitarismo Esse instrumento básico de reconstrução do passado esteja nas exigências estratégicas ou táticas da luta atual precisa-se de uma mulher negra para pousar de companheira de zumbidos Palmares não tem problema inventa-se uma e ela já
vem prontinha da Silva com o curso completo de folclore afro jogando Capoeira J tendo orixá e fazendo discurso identit típico daquela jornalistas da Globo News aqui a História não vale por si mesma nem tem um significado próprio está a serviço da política e da ideologia como a história não aconteceu como os identitarias gostariam que tivesse acontecido trata--se de falsificam que sempre tem razão especialmente num país que é de uma ignorância quase absoluta com relação ao seu passado podemos ver essa falsificação operando até na dimensão da linguagem como se aqui existissem não só Nações mas suas
respectivas línguas Ora nós encontramos no planeta diversos países multiculturais assim como multiling são dezenas de grupos étnicos e de línguas na Nigéria é grande a variedade étnica e idiomática da China e da Indonésia A Espanha tem quatro línguas tradicionais e temos até mesmo a diversidade dialetal Alemã com a língua padrão e uma dezena de dialetos onde um alemão de Berlim pode não entender um alemão da Baviera são coisas que nada tem a ver com o Brasil o português brasileiro é a língua falada em todo o país das praias do Amapá aos Campos do Rio Grande
do Sul apesar de variações idiomáticas internas de ondulações dialetais o fato é que nenhum de nós tem dificuldade para entender nossos conterrâneos uma série de falsificações da História e da vida brasileira em especial pela importação e aplicação ao Brasil de categorias nativas dos Estados Unidos que nasceram em resposta a realidades específicas daquele país como quando quer se impor à nossa realidade policromática a fantasia racista norteamericana do país Bicolor quando se quer dividir o Brasil em pretos e brancos fantasia é uma fantasia que definindo os Estados Unidos como uma nação formada por duas raças acrescenta que
a cada uma dessas raças corresponde uma cultura distinta aqui também nessa fantasia o Brasil aparece como um país de duas raças e duas culturas uma bobagem solenemente repetida por um preste de digitador camaleônico chamado Fernando Henrique Cardoso quando lançou seu programa nacional de Direitos Humanos o fato de que o Brasil não é Bicolor é coisa prontamente reconhecida pela vasta maioria da população brasileira que é e se declara mestiça como agora no no Censo 2022 quanto à ideia de nação de duas culturas o Brasil não é um país multicultural o Brasil é um país sincrético entr
em profundidade aqui todos os elementos formas e práticas de cultura que desembarcaram nesses trópicos através dos séculos veja-se a música brasileira a exceção do que se toca nos terreiros de canté não existe música negra no Brasil Claro atir do momento em quea sistema tonal e o sistema tonal é uma criação exclusivamente europeia que a música da África Negra jamais conheceu essa pretensa música Negra como samba é na verdade música mestiça musicólogo Flávio Silva em musicalidades negras no Brasil ele escreve o seguinte aspas a adoção do sistema tonal inventado Europa propagado no Brasil pelas músicas sacras
e profanas trazidas pelos portugueses obrigou a utilização de instrumentos que possibilitassem a prática de melodias e de harmonias baseadas em escalas de sete sons temperados os variados ritmos negro-africanos foram substituídos pelo compasso binário e pelo ternário no candomblé podem ser ainda encontradas melodias em escalas tetrat e pentatônicas ou seja as músicas brasileiras folclóricas populares ou eruditas decorrem basicamente do sistema clássico europeu com alguma influência Negra e em menor escala aínda em variações que dependem da geografia e dos diferentes contingentes humanos originais ainda Flávio Silva não tem a menor sustentação à ideologia racista da predominância negra
em nossa música As variedades de sambas que vieram da África Negra foram aqui profundamente modificadas para se enquadrar no sistema tonal e no esquema da canção de duas partes cuja introdução no chamado samba Urbano nada tem a ver com tradições afras o samba urbano depois transformado em Esteio da nacionalidade foi fabricado no Rio de Janeiro no final da década de 1920 e não só por quem descendia parcial ou integralmente de escravos fecha aspas o que aconteceu no Brasil musicalmente foi um processo generalizado de tonalização do ouvido nacional isso aqui característica a nossa messagem mus mas
eu vou me concentrar aqui no maior de todos os estereos no maior de todos os negacionismos de esquerda e A negação do que o historiador marxista Caio Prado Júnior definiu com a característica central do nosso país e da nossa gente a mestiçagem hoje para negar o Brasil o identitarismo submete a mesagem a uma dupla ficação de uma parte falsificação da mestiçagem no passado Histórico Nacional de outra falsificação da mestiçagem na sociedade presente com relação ao passado tenta-se reduzir a mestiçagem a um tão Colossal quanto irrealizável estupro em massa com relação ao presente promove-se promove-se sistematicamente
com o apoio de uma legislação racista o sumiço do mestiço a fantasia mórbida da mestiçagem como estupro pode ser desmentida desde logo nossa primeira onda madora não contou com negros foi exclusivamente euro ameríndia e sem qualquer interferência estatal é o que eu ch período Caramuru da vida brasileira quando os brancos er muito poucos sem condição de impor qualquer coisa aos índios eles não seriam loucos de violar códigos indígenas de Conduta e muito menos de violar uma índia você imaginam que era Caramuru sozinho numa Baía de Todos os Santos com 6.000 guerreiros armados ele ia violar
uma índia ele ia investir contra aquilo ele não era louco ele tinha que se adaptar as coisas só mudam quando a economia do escambo é substituída pela cultura dos canav as realidades da guerra e da escravização se impuseram aí mas toda vez que algum fanático pretende absolutizar o estupo é obrigado a fechar os olhos para três realidades que desmantelam a tese primeiro o lugar da mulher na sociedade indígena segundo o caminho cultural do concubinato interétnico e principalmente a prática da mestiçagem entre iguais e não entre Oprimido e press que é o que eles pensam que
se reduz a coisa no primeiro caso nós devemos Lembrar que no mundo indígena as fêmeas eram servas dos machos providenciando o pão de cada dia da Aldeia e eram encaradas como mercadorias no circuito das trocas comerciais quanto ao casamento interracial o antropólogo Pernambucano João Azevedo Fernandes no livro chamado deun a mameluca ele escreve o seguinte aspas é impossível ver a miseração unicamente como ato de força do colonizador na medida em que esta só teve lugar junto à aqueles povos indígenas que possuíam em sua organização social mecanismos de integração dos Estrangeiros através do casamento isso é
bom frisar isso porque no caso de grupos indígenas que não tinham esses mecanismos não aconteceu essa mesagem que é o caso dos Guaicurus estudados pelo Darc Ribeiro já no caso da mestiçagem entre iguais o estupro não faz sentido e o que aqui se deu e aqui se deu a maior parte da mistura genética com grupos ameríndios mestiçagem de índios e brancos pobres de par com a mestiçagem de índios e negros resultando na imensa presença de causos na população brasileira de que temos milhões de exemplos modernos desde o jogador Garrincha descendente dos índios fios das Alagoas
H músicos como luí Gonzaga e dijavan costuma-se agora agora saltar a fase dessa mestiçagem Inicial líndia porque ela contraria a fantasia ideológica do Brasil bicolor Brasil como um país dividido entre brancos e pretos igualzinho aos Estados Unidos mas o fato é que nossos primeiros mestiços foram pardos sem gota de Sangre Africana e mais importante se distribuíram ao longo de todo o espectro social nos séculos 16 e a fatia maior dos mamelucos engrossar o segmento das pessoas mais pobres outra fatia ao contrário teria assento nas salas iluminadas da classe dominante boa parte dos Senhores rurais e
Comerciantes urbanos ricos do séculos x e era mestiça e tinha sangue indígena descendia de índios Que andavam luz cultivavam entidades mágicas nada cristãs e praticavam a poligamia e antropofagia famílias Poderosas da Bahia por exemplo e de Pernambuco como de São Paulo era na verdade agrupamentos [Música] mamelucos com a chegada de negros africanos a messagem não se deslocou para o círculo circunscrito das trocas genéticas entre negros e lusos não permaneceu mestiçagem generalizada agem entre índios e as camadas populares de brancos mestiçagem entre índios e negros Isto é fundamental aqueles processos de mesclas biológicas e culturais floresceram
nas esferas menos formais e menos institucionalizadas da vida social menos em gabinetes e alcovas senhoriais do que ao ar livre nas clareiras em caminhos públicos nos mercados nos arraiais que se formavam foram misturas em todas as direções mas principalmente misturas entre pessoas que que pessoas do mesmo estamento social ou que se encontravam em situações socialmente próximas fosse no segmento intermediário da sociedade ou em círculos proletários mem como sucesso popular e não necessariamente preso à vida rural e a dinâmica e o dinamismo dos ambientes extr rurais incrementaram essas misturas duas coisas parecem impedir as pessoas de
assimilarem de imediato a informação de que a mestiçagem brasileira foi um processo Popular a Desconfiança de que tenham existido os brancos pobres por aqui e a crença de que o que nós tivemos foi uma sociedade drasticamente dicotômica dividida entre senhores brancos e a escravaria Negra mas brancos pobres existiram aos montes desde o século X e a sociedade que aqui se configurou nunca foi dicotômica a missena se produziu sobretudo entre as massas socialmente menos favorecidas como eu disse adas de brancos pobres pretos cativos ou libertos índios livres servis ou semis os brancos pobres sempre foram como
ainda hoje são a maioria dos habitantes brancos do país a fantasia de que todo branco fosse Senhor e todo escravo fosse negro não tem correspondência nos fatos o fluxo migratório de brancos pobres para Foi estabelecido pela própria coroa Lusitana o velho reino enviou muitos mendigos vadios e larápios para o continente africano a Índia e o Brasil toda a Europa mercantilista enviava degredados para suas terras nas Américas a Inglaterra desterrou vadios ladrões e ciganos para suas possessões no Novo Mundo mas nem todo o mundo veio para cá de modo compulsório quando decidiu sair de Viana do
Castelo o jovem Diogo Caramuru deixou para trás um Portugal que não oferecia maiores perspectivas de vida brancos pobres também fizeram a travessia Atlântica para povoar capitanias hereditárias colonos pescadores e pequenos agricultores vieram para a capitania de Porto seguro Duarte Coelho levou para Pernambuco lavradores pobres no norte de Portugal Tomé de Souza trouxe 600 soldados e 400 degredados todos brancos todos pobres em 1580 a Bahia contava com 15.000 moradores desses 15.000 moradores apenas 36 eram senhores de Engenho 36 era nada uma moquequinha assim nem que essa gente passasse o dia inteiro na cama tomando viagra e
fazendo sexo seria capaz de emprenhar aquela multidão de índias e de neires não foi aí que a mensagem aconteceu para os dois séculos seguintes muitos documentos ressaltam a penúria a pobreza Colonial Alcântara Machado fala da pobreza em São Paulo meio que se deu intensa mestiçagem Euro ameríndia Gregório de Matos fala de pobreza e fome na Bahia do século X visitantes estrangeiros registam a pobreza da grande maioria da população do Rio de Janeiro ao tempo em que veio a mestiçagem imperando na cidade em todo o Brasil daquela época foram raríssimos os brancos que conheceram a riqueza
como hoje mais do que hoje inclusive e a situação permanecerá mesma no século XVI com relação a Salvador luí Vilena define o grupo da população branca e mestiça local como uma congregação de pobres diversos estudiosos das coisas de Minas Gerais negrit esta mesma realidade Laura de Melo Souza no livro dos classificados do Ouro ela escreve aspas alusões à pobreza à ruína ao abandono a que ficavam relegadas As populações mineradoras representam a tônica dominante dos documentos do século XVI Mineiro fecha aspas a pobreza pós Ouro foi também um fato Ou seja o luxo e a ostentação
existiram sim mas como Pou como coisa de poucos o que se viu nas minas gerais do século XVI foi um mundo de pobreza e mesmo de miséria com relação a São Paulo veja-se o Censo realizado entre 1765 e 1767 por determinação do governador Morgado de Mateus o senso que é mais uma porrada no estereótipo do Branco rico cercado de uma legião de escravos pretos falando dos segmentos menos favorecidos da população das Minas Gerais Laura de Melo soua que eu citei observa aspas brancos pretos mestiços homens livres ou escravos fugidos esses indivíduos aproximavam-se uns dos outros
mais do que se tem dito apresentavam intenso convívio e interpenetração havia ali um encontro sexual de escravo com escrava de negro ou mulato com negra ou mulata mas também cruzamentos genéticos envolvendo brancos pobres mulatos cafuzos pretos cabras caboclos curiboca e nem mesmo no cativeiro predominava a relação sexual entre o homo e sua propriedade mais da metade dos nascimentos no cativeiro derivavam da união de pais e mães escravos mas o principal aconteceu fora desse circo fora do complexo casag grande Engenho Capela assim como fora do sobrados senhoriais urbanos do Recife de Salvador e de Ouro Preto
o principal aconteceu e só poderia ter acontecido em meio à multidão Popular nos mais variados cantos e Recantos de nossas cidades e foi aí em meio a uma imensa popula multidão de oprimidos de todas as cores que a messagem se alastrou num processo biológico de massas de outra parte nós tivemos a ascensão de pretos mulatos cafuzos etc muita gente ainda se surpreende com que qualquer Historiador sério sério não jornalistas que escreveram a nova história oficial do Brasil na década de 70 para cá falando historiadores sérios sabem que muitos brancos no Brasil não não tiveram um
só cativo e que muitos pretos e mulatos foram senhores escravos pretos e seus descendentes ascendiam social economicamente entre outras coisas através da Euforia da mestiçagem do trabalho remunerado serviços sexuais inclusive E isso aconteceu desde o início da colonização e em todos os embriões do processo colonizador a historiadora Mary Del priori diz o seguinte aspas pequenos engenhos alambiques PL ações criações de animais a vendas a venda dos serviços de escravos o pequeno Comércio e mesmo a prostituição aitam a mobilidade de mulheres e homens livres descendentes de Africanos este processo ascensional marcou todos os espaços de implantação
e avanço da empresa Colonial desde o século X na Bahia nós vamos encontrar negros libertos comandando armações da pesca da baleia A exemplo de Marcos Pimentel ex-escravos que se tornou homem rico na Ilha de Taparica que é onde eu moro assim como no caso das chamada sinhás pretas da Bahia mulheres negras e mestiças de um modo geral algumas africanas outras já brasileiras que conseguiram que parecia impossível naquela sociedade ganharam dinheiro compraram sua liberdade e já ricas passaram a investir preferencialmente em escravos Imóveis e joias elas recebiam respeitoso tratamento de Dona nas principais cidades do Brasil
colonial algumas delas estão na origem mesma do Candomblé do Brasil escravas que se tornaram senhoras de escravos como as yalorixás e anass fundadora do terreiro da Barroquinha Marcelina obat fundadora do Candomblé da Casa Branca amp od jaro fundadora do Candomblé do alaqueto ou Maria Júlia Nazaré fundadora do Candomblé do gantois essas mulheres criaram os hojos famosos templos do Candomblé do Brasil negras escravistas não só conquistaram a liberdade sua liberdade como lideraram ações político-religiosas que enriqueceram em profundidade a vida e a cultura brasileiras e o contingente de libertos entre nós nunca cessou de crescer desde fins
do século XV o elemento livre foi numericamente preponderante no conjunto da população brasileira e nesse meio livre negros e mestiços apareciam com destaque uma realidade objetiva que desmonta um mito criado pela sociologia marxista de São Paulo e ainda hoje cultuado pelos movimentos negros o mito de que o 13 de Maio foi uma catástrofe social na medida em que Multidões de escravos teriam sido subitamente atirados sem nenhum preparo para isso na Roda Viva das cidades brasileiras isso é mentira naquela época no Brasil os escravos constituíam um conjunto bastante reduzido da população de cor em 1822 os
escravos somavam cerca de 50% da população do país no dia 13 de Maio de 1888 eles não chegavam a 5% não sei que catástrofe gigantesca florest Fernandes viu em 5% um outro impedimento para que as pessoas percebam que a nossa mestiçagem foi um processo fundamentalmente Popular eu tô insistindo na messagem porque através da negação dela que se quer destruir a nação isso isso é impossível de ser reduzido a mrio estupo senhorial Branco está nesse equívoco generalizado de tratar a sociedade Colonial brasileira como sociedade dicotômica como um mundo drástico ente dividido entre senhores brancos e escravos
pretos isso é falso aliás em Novo Mundo nos trópicos deixando de lado a visão esquemática de Casagrande senzala Gilberto Freire chegou a escrever o seguinte aspas não nos esqueçamos de que a mesagem a meia raça fez no Brasil às vezes de classe média fecha aspas mais recentemente outro meio termo nestas análises foi encontrado pelo marxista jacol gorende o escravismo Colonial mas o ponto alto desta revisão crítica do Brasil está no livro O arcaísmo Como projeto de João Fragoso e manulo Florentino que é uma obra fundamental para o entendimento da vida econômica e social do Brasil
entre os séculos x e XIX enfatizando a verdade [Música] histórico-sociológicos uma sociedade não dicotômica sociologicamente os brancos sem escravos ou brancos pobres que eram a maioria da população branca no Brasil não pertenciam à classe senhorial e pretos e pardos economicamente bem sucedidos juntamente com brancos remediados confluíram para a composição de uma camada intermediária na vida brasileira a estrutura social que aqui principiou a se configurar já ao longo do século X não se caracterizava pela divisão drástica entre os polos do Senhor e do escravo nem por uma rigidez extrema o historiador dedicado a a esse nosso
mundo qui entista o o Jorge Couto ele diz que ele mostra que diversas categorias sociais entraram nesse jogo lavradores criadores de gado rendeiros Mercadores artesãos Livres fundidores alfaiates mestres do açúcar oleiros essa turma toda eles desempenharam um papel intermediário na estratificação social do Brasil colônia Jorge culto vai ao grão da questão quando ele diz o seguinte aspas esta estrutura social não era estanque caracterizando-se antes pela existência de um importante grau de mobilidade tínhamos já abertos no século X o caminho para a ascensão social de escravos negros alforriados caminhos que se alargaram de forma impressionante no
século seguinte conduzindo grupos expressivos de ex-escravos ao segmento intermediário da sociedade ou seja mesmo numa sociedade escandalosamente desigual conduzida por uma classe dominante dirigente racista mesmo nessa sociedade a ascensão econômica e social de negros e mestiços é fato reconhecido por todos que se detém a examinar a matéria isso fazia com que a mestiçagem que era Franca nos horizontes abertos da massa popular permeassem também os processos ascensionais da gente de cor insistimos primeiramente em sublinhar mesagem em sua a dimensão mais popular brancos pobres e pretos e mestiços Livres mas igualmente pobres não pertenciam a classe senhorial
era essa base sociológica objetiva material que os aproximava eles eram os pobres isso produzia encontros e convívios gerava mais mesclas simbólicas e misturas genéticas em seguida nós localizamos a mensagem no extrato intermediário da população juntando as duas coisas nós podemos falar então de dois planos principais em que aconteceram as mestiçagens extr senhoriais no Brasil aquela que se processou em meio à base mais popular da sociedade colonial e aquela que se processou no âmbito dos segmentos intermediários da classe média dessa mesma sociedade mas nós podemos também pegar as coisas de outro ângulo mestiços mesti com mestiços
à entrada do século XVII boa parte das mestiçagens brasileiras acontecia entre pessoas já mestiças as misturas prosseguiam mas agora em meio a uma população que já se vinha misturando a uns bons 200 anos e que àquela altura mostrava-se já visível e significativamente mestiçada a mescla não se dava mais apenas entre seres nitidamente distintos puros envolvendo um branco europeu um índio brasílico ou um desses dois e um negro africano por exemplo não muitos dos elementos que participavam desses jogos genéticos eram já impuros eram produtos de misturas e combinações anteriores amálgamas não só dos tipos puros que
entraram em cena com o trio rácio original mas amálgama já de mulatos caboclos e cafuzos com outros cafuzos caboclos e mulatos era Maré das mestiçagens já entre ses mestiços e foi isso que permitiu que o Brasil atravessasse dois dilúvios etnoculturais entre o início do século XVII e o início do século XIX ou entre o avanço do mundo aurífero nas Minas Gerais e o desembarque da corte portuguesa no Rio de Janeiro Esses foram dois choques de branqueamento no Brasil mas só que não conseguiram criar enclaves brancos porque o Brasil já era mestiço a mestiçagem que segurou
a onda do Brasil basicamente na verdade Rio de Janeiro Salvador Recife e São Luís do Maranhão impediram a desafricanização das grandes das cidades brasileiras nesse período e esse foi o período fundamental que estruturou garantiu a nossa futura projeção diferenciada como povo no horizonte mundial aí se deu a consolidação do Brasil mestiço que é uma realidade que o identitarismo esquerdista pretende hoje atirar na lata do lixo mas vamos falar agora rápido também da falsificação do nosso presente Lembrando que ambas as falcatruas exibem o mesmo objetivo o combate agem que Aliás foi uma preocupação central do nazismo
né em tela a fusão forada de pardos e pretos num amplo segmento supostamente negro da população brasileira mas antes de narrar os fatos vamos a uma rápida ressalva nós costumamos atribuir um embuste ao IBGE Claro embora mantenha a categoria Pardo em seus mapeamentos censitários o IBGE não se manifesta sobre a fraude estatística feita em seu nome logo comete no mínimo o crime de omissão e no máximo o que é mais provável pactua com a violação da Verdade demográfica brasileira a ofensiva fraudulenta se configura no final da década de 1970 e a entrada do decênio seguinte
com a já Fame gerada importação do binarismo racista norte-americano so pressão da esquerda racialista do identitarismo negrista local uma tese da socióloga Verona dafon pretos e pardos de um enigma racial brasileiro ela diz o seguinte nos anos 1980 organiz do moviment negro esam por influenci o desen do censo Nacional Além de demandar a introdução da questão da cor que havia sido excluída do censo de 1970 elas também propuseram a substituição das categorias preto e Pardo por negro Aim de reorganizar as identidades raciais em torno do seu projeto político tratava-se de uma jogada instrumentalizar a massa
mestiça demograficamente maioritária em função dos interesses de grupos da minoria preta mas logo eles viram que a substituição de preto e Pardo por negro no questionário do censo reduziria espetacularmente o tamanho da população negra e aí mudaram de tática deixa pardo e e preto e depois junto os dois em negro o tópico da cor foi inserido então sob pressão acadêmico militante Mas a partir daí dados quantitativos so pretos e pardos embora coligidos separadamente são depois fundidos nas análises e tabulações dos interessados o próprio governo federal passou a solicitar isso e assim teve início o processo
de promoção de um enegrecimento artificial do povo brasileiro eu vou pular um pedaço aqui para fazer outras umas observaes não no final da década de o Denis Moura escreve isso no livro A visão das pessoas pardas pelo estado brasileiro ele diz aspas no final da década de 1970 os sociólogos Carlos rassel bag e Nelson do Vale Silva passaram a estudar os dados existentes em pesquisas do IBGE por meio de interseção entre os dados econômicos e os dados raciais a conclusão desses estudos mostra que os índices econômicos e sociais entre a população parda são semelhantes ao
da população negra e diferentes em relação à população considerada Branca desse modo em um momento em que existiam reivindicações para que fosse se realizada a divisão da população entre brancos e negros numa linha biracial criada pelos Estados Unidos esses resultados passaram a ser usados como base para que entidades relacionadas à população negra passassem a recusar os termos oficiais e extraoficiais a combater palavras como cafuso mulato cabuco Pardo o combate a palavra mulato é a tentativa de apagar uma identidade social brasileira secular bom o fundador de uma das entidades relacionadas a isso O o aquele Frei
da via de Raimundo dos Santos do daquela entidade chamada educafro ele descreve Tintim por Tintim um acordo feito com o IBGE para que todos os estudos realizados pelo Instituto nesses estudos os dados relacionados aos pardos e pretos fossem reunidos sob a etiqueta negros dessa forma fortaleceu-se o discurso dos movimentos negros de que os pardos e Os Pretos eram a mesma coisa entretanto aqueles que usam esse conceito levam em consideração que o próprio rbag né ele dizia que que essa essa semelhança entre pados e negros se di respeito apenas ao campo econômico o os movimentos negros
embora a gente Deva relativizar também isso mesmo no campo econômico Isso é isso é confuso porque se a gente olhar algumas regiões brasileiras por exemplo o norte norte de São Paulo o sul de Minas ali onde tem o sertão nordestino e o vale amazônico no Vale amazônico especial onde a maioria total da população é parda a maioria dos ricos é parda e a maioria dos Pobres é parda bom bom Vamos retomar isso a outra coisa bom os movimentos passaram negros passaram por cima dessa ressalva fundamental como eu falei a segunda observação é sobre a questão
da ascendência indígena na demografia brasileira o historiador José Murilo de Carvalho no texto chamado genocídio racial estatístico ele fala o seguinte aspas está em andamento no Brasil uma tentativa de genocídio racial perpetrado com a arma da estatística a campanha é liderada por ativistas do movimento negro sociólogos economistas demógrafos organizações não governamentais e órgãos federais de pesquisa a tática é muito simples o IBGE dividiu o Brasil racialmente em pretos brancos pados amarelos indígenas da década de 1990 para cá o Zé Murilo escreve né os genocidas somam pardos e pretos e decretam que todos são negros afrodescendentes
pronto de uma penada ou de uma somada excluem do mapa demográfico brasileiro toda a população descendente de indígenas todos os cabocos e curiboca escravizada e vitimada por práticas genocidas na mão de portugueses e Bandeirantes a população de descendência indígena é objeto de um segundo genocídio agora estatístico então nós vemos aqui duas coisas primeiro o IBGE trocou o estatístico pelo ideológico segundo a grande mídia brasileira celebra esse genocídio convencida de que celebrá-lo é fazer justiça social o que temos aqui é um tripé fraudulento o sujeito só é registrado como índio se estiver numa aldeia ou se
se se autodeclarar índio caso contrário por mais Cabou que seja é enquadrado como Pardo o passo seguinte é juntar pardos e pretos numa só categoria os negros e assim se articula a falcatrua político acadêmico midiática com Beneplácito da classe dominante brasileira porque isso hoje é patrocinado pelo it Unibanco e a terra de globo de que os negros formam a maioria da população do país quando na verdade pardos sem ascendência Negra poderiam mais corretamente ser classificados como índios do que como pretos o IBGE o identitarismo político acadêmico e a elite midiática Nacional varrem os índios e
seus descendentes dos mapas genéticos e das leituras sociobiológica do Brasil a gente pode ver isso muito bem no estudo do geneticista mineiro Sérgio pena num livro que dele chamado brasiles logo no prefácio ele diz o seguinte aspas os brasileiros constituem Provavelmente o grupo humano genéticamente mais diverso do nosso planeta e estão muito além de qualquer tentativa de síntese menos ainda de uma falsa síntese como essa de juntar pardos e pretos so etiqueta de negros o que o governo o sistema político Universitário o empresariado diversitária e a mídia ao mesmo tempo esperta e colonizada desejam e
estão fazendo é jogar no lixo esta simples e profunda verdade sobre nós mesmos Isso é uma tremenda fralde só para vocês terem ideia eu sempre dou o seguinte exemplo se juntando pardos e pretos so como negros O resultado é que o Pará vai ter mais negros do que a Bahia Quer dizer é ridículo uma Metrópole Neo indígena como Belém tem tantos pretos quanto Salvador olha o tamanho da falsificação da realidade demográfica brasileira olha o tamanho da mentira que estão criando sobre o Brasil e fazendo políticas públicas em cima disso então o quadro é esse a
o genocídio estatístico soma-se o apagamento do mestiço Caboclo seja ele Caboclo sertanejo ou Cabouco amazônica amazônida da esfera das políticas públicas nacionais Nós entramos enfim na Esfera do paroco triste Tropical brasileiro e não são só os descendentes de índios sarará mulat mulatos Claros morenos etc todos os que se recusam a ser negros passam a ser párias ou miragens vale dizer além do genocídio estatístico do cabuco temos o genocídio estatístico de morenos e mulatos o que também implica o seu eclipso no terreno das políticas públicas bom cestio hoje no Brasil é coisa que não dá camisa
a ninguém sem mestiço nesse meio governamental acadêmico militante mediático virou uma espécie de ficção incômoda uma Pedreira a ser removida do caminho hostil e desastroso das movimentações racistas O que é criminoso mais do que escandaloso num país como o Brasil onde a vasta maioria da população além de ser não branca é também não preta e pelos números do próprio IBGE é ainda mais não preta do que não branca nós vamos ver isso ainda não será demais acompanhar os lances principais desse processo de racismo antio no âmbito dos poderes execut e legislativos e do Supremo Tribunal
Federal que atualmente diz amé a todo modismo acadêmico norte-americano e aos movimentos identitas com boçais como aquele Barroso lá luí Roberto Barroso emitindo as neiras Sem Fim sobre a história a cultura e a realidade brasileira no âmbito do Poder Executivo Tudo começa durante o governo de Fernando Henrique Cardoso Fernando Henrique Cardoso um par um mulato entre o Claro E o escuro um sujeito que como ele mesmo disse tinha um pé da cozinha foi 1996 ele mesmo se traindo né mentindo sobre a sua própria formação biológica mentindo sobre a sua família amputando um lado da da
do seu ser foi em 1996 que assistimos um passo decisivo tanto para a implantação de políticas públicas de caráter racialista quanto para as falsificações numéricas da situação Nacional naquele ano Fernando Henrique lançou o programa nacional de Direitos Humanos estabelecendo que IBGE deveria a partir de então juntar mulatos caboclos morenos e pretos como contingente da população brasileira contingente da população negra do Brasil di um sociólogo e a gente pergunta o que que isso tem a ver com sociologia nada o IBGE tratou assim de comprimir as diversas variações cromáticas brasileiras num bloco só aproximando-se imita dos Estados
Unidos como se o Brasil fosse um país onde só existissem negros e brancos com Lula o jogo avançou os movimentos negros que vinham ganhando o terreno desde as primeiras políticas com pensatório de José sarnei implantaram-se de vez no aparelho estatal o passo seguinte foi em direção ao projeto de lei para implementar o inadequadamente chamado Estatuto da Igualdade racial em sua versão Inicial O projeto de lei previa inclusive uma indenização para descendentes de escravos mas o tópico foi descartado já que não se conseguiu chegar a um acordo sobre assunto sobre o assunto nem nem seria possível
desde que como a gente acabou de falar no Brasil não só pretos mas índios foram também escravizados muitos pretos foram senhores escravos muitos descendentes de escravos são hoje mulatos bem Claros praticamente brancos Mas enfim o tal do estatuto da Igualdade racial com aprovação do Senado e da Câmara dos Deputados virou lei em Julho de 2010 no final do segundo mandato de Lula uma lei que estabelece que é negro mesmo quem não tem uma só gota de sangue negro em suas veias como no caso dos Pardo descendente de branco e de índio um crime estatísticos com
suas consequências na des deformação e desorientação de políticas públicas compensatórias como as políticas de preferência racial e é por isso mesmo que esse estatuto esse que agora a lei 2010 tem ser essa lei tem de ser classificada como racista na sua exclusão de índios e na dissolução do mestiço é a legislação Rac hoje em vigor no Brasil instituo realidade até então inédita na história brasileira o racismo de estado tudo convergindo para prover o sumo do mestiço como Persona não grata na paisagem Nacional brasileira de uns tempos para cá a palavra mestiço sumiu do mapa desapareceu
das sala de aula dos seminários acadêmicos dos discursos das elites midiática e empresarial das páginas de jornais revistas e livros de história antropologia sociologia e tal que falam do Brasil isto significa que os pretensos cronistas repórteres estudiosos intérpretes do nosso país há muito tempo não olham para ele nem para si mesmos falam do Brasil como se tivessem falando de outro lugar desde que decidiram fechar os olhos à história biológica social e cultural de Nossa gente porque é impossível sob pena de falsificação grosseira tratar da configuração histórico-social do Brasil sem tratar da grande mestiçagem popular brasileira
o Brasil é produto de um processo intenso e contínuo de trocas físicas e culturais com todas as assimetrias e crueldades que marcaram a construção histórica do país nossas formas de viver criar produzir amar falar cantar e pensar são indissociáveis das nossas mestiçagens que alguém hoje se veja obrigado a repetir que o Brasil é um país mestiço Essa é a prova mais ostensiva e escandalosa do quanto andamos alienados em relação a nós mesmos alienação promovida e imposta por uma elite esquerdista idara hoje patrocinada pela classe dominante E pela grande mídia aliás me intriga que que um
identit não Se olhe no espelho e se pergunte di a que esquerda é essa que eu me felio que é patrocinada pela Rede Globo tudo convergindo como eu disse para promover o sumiço do mestiço podoso bombardeio mediático e bences do poder público e do setor privado parecia que essa cartada daria certo contando para isso inclusive com o oportunismo macuna de grande parte da população com todo mundo querendo mudar de cor a fim de se beneficiar das políticas públicas e dos projetos raciais que elegeram os negros como sua clientela preferencial para minha surpresa Não foi o
que aconteceu o que tivemos foi a afirmação enérgica das massas mestiças brasileiras no Censo de 2022 no tocante à identificação étnico-racial da população os números dizem tudo pela postura da nossa gente O resultado é do conhecimento geral o Brasil é hoje um país onde 45,3 da população defem como na categoria pard mestiça 43,5 é menos né se dizem brancos e apenas 10,2 se consideram pretos ou seja o truque É somar esses 10% preto com os 40 e tantos 45% mestiço e dizer que a maioria da população é negra agora isso censo de 2022 foi uma
derrota Espetacular para aelite a militância racialistas identitas e dessa parte da classe dominante brasileira e Eles procuram disfarçar essa derrota com uma tese que o povo brasileiro não comprou a tese de que Pardo é negro isso ao contrário foi uma vitória Espetacular para quem quer ver e viver o Brasil Real em toda a nossa riqueza cromática e cultural é isso [Aplausos] bu meus camaradas palavra tá livre para quem quiser fazer uma crítica uma sugestão uma pergunta ao Rosé dia pessoal tudo bem eh com alegria que a gente tá aqui participando desse evento não conheci o
professor antnio riz T aqui impressionado pela sua eloquência é intelectual prazer de rever o professor Nildo riic eu sou egresso dessa Universidade de de 85 fiz economia um pouco de contabilidade me formei em Direito Professor nild RIC não não tava no departamento de Economia nos anos 80 ainda não né veio eu sou jovem jovem jovem Tá certo né Gente eu também tenho essa preocupação sou um pesquisador do pensamento social brasileiro que pouco se estuda aqui né Eu acho que o professor nild oriques é um é uma uma liderança de resistência né Um pouquinho de microfonia
concordo com com o professor posso chamar de professor Antônio risério a gente a gente no meio acadêmico se se se auto chama de risério a sua a sua a sua eloquência aqui nos impressiona também concordo com com a com esse debate eh crítico em relação a essa simplificação eh em torno da das questões sociais mais mais críticas eu faço um comparativo com a contracultura né dos anos 60 que né trouxe mudanças no nosso comportamento mas pouco tempo depois foi absorvido pelo sistema né virou um produto a ser vendido né hoje a gente tem tem pouca
lembrança disso e sem dúvida que hoje a gente fica também contente de terem políticas afirmativas nos vários segmentos mas assim nos esquecemos da questão principal que é a social né todo identitarismo ele é importante para inclusão social mas esquecendo o tema principal da sociedade que são as lutas da das relações de trabalho as relações de de produção isso tá sendo gradativamente mais esquecido hoje fala-se em precarização do mundo do trabalho a gente tá vendo os direitos sociais serem suprimidos cada vez mais né quem é servidor público Professor tá hoje com a ameaça da reforma administrativa
né o governo passado não conseguiu implementar pela sua própria precariedade sau sim Peg Sim por favor então ah concordo com com com o palestrante realmente é uma simplificação dessa questão trazendo o problema americano para nós lá a realidade é outra claro que o sul dos Estados Unidos tem semelhança com o Brasil isso foi bem trabalhado pelo Gilberto Freire né Que a par do discurso que ele tinha a época hoje bastante crítico né do ponto de vista preconceito que ele colocava mas era realidade na época também tem tem o seu valor como como intelectual é mais
um um comentário um elogio não não fico com dificuldade aqui de fazer uma pergunta de ser tão pequena essa pergunta que que se torne insignificante mas parabenizo a sua sua presença aqui e a organização do evento sugiro que possamos divulgar mais essas oportunidades É uma pena que essa plateia aqui não não não tá repleto acho que é uma dificuldade de nós não conseguimos convencer ainda suficientemente as pessoas a participar do Grande Debate eu digo O Grande Debate que nós ultrapassamos hoje a convivemos com a mais valia coletiva né o nosso grande inimigo é o sistema
financeiro eu sou auditor fiscal Tribunal de Contas lido com Finanças Públicas há há 35 anos mais ou menos e posso afirmar com com segurança gente que não é o partido x y z não é o discurso do né negacionista que hoje está tomando corpo na sociedade que que é o principal problema Nosso principal problema isso foi colocado aqui também é o sistema financeiro que hoje consegue dos recursos públicos nacionais absorver para si com exclusividade 52% dos recursos que que sobra 48% não 18 a 20% ainda tem o manejo político tem desperdício privilégio que que S
pra sociedade quando muito 30% e é com esse 30% que se faz política pública na tentativa de Minimizar os problemas Muito obrigado pela pela oportunidade passo a palavra para para quem quiser bom então a pedido do riz Aqui Diante de cada observação em seguida O Ricardo é porque senão acabo me perdendo eh é só uma uma pequena observação eh eh Existe sim uma grandes semelhanças tá ouvindo não ouvindo entre o sul dos Estados Unidos e e o Brasil mas existe também uma diferença gigantesca que incrivelmente Por incrível que pareça Gilberto Freire Passa ao largo dela
e ela se dá no plano cultural religioso a força do Poder puritano branco na opressão aos escravos vindos da indos da África foram pros Estados Unidos é impressionante um processo arrasador que não tem paralelo no Brasil que é o chega a esse ponto se tivesse acontecido no Brasil em Cuba e no Haiti o que aconteceu na Argentina e nos Estados Unidos nós não não teríamos hoje um só Deus africano em toda a extensão Continental das Américas os deuses africanos foram banidos escorraçados liquidados nos Estados Unidos quando a gente fala de religião negra americana a gente
fala de uma variante do protestantismo europeu o Brasil não o Brasil houve a mescla Por isso que eu digo Nós não somos um país multicultural nós somos sincréticos no Brasil você teve a sobrevivência Vitoriosa dos terreiros de Candomblé das das religiões negras quer dizer nos Estados Unidos não tem um orixá os orixás começaram a chegar nos Estados Unidos com a diáspora do Caribe e de Cuba quando o os os a santeria Cubana teve que se exilar nos Estados Unidos perseguida por Fidel Castro sobre aquela fantasia marxista de que religião é o op do Povo só
recentemente fizeram uma autocrítica disso em Cuba e hoje a santeria não é perseguida hoje é uma coisa até oficializada até encontros e mas eh O que você tem da força dos orixás a presença cultural dos orixás no Brasil em Cuba você vai ver na música popular Cubana Bola de Neve cantando para Obaluaê e para Exu você vai ver a presença do da de forma e práticas culturais de extração africana no cinema brasileiro na música brasileira nas artes plásticas brasileiras Ruben Valentin nas artes plásticas vai pegar amuleto deun NS Pereira dos Santos vai pegar a música
popular brasileira isso não aconteceu nos Estados Unidos quando a gente fala de música religiosa negra no Brasil a gente tá falando dos atabaques sagrados do candombl quando você fala de música religiosa Negra nos Estados Unidos você tá falando de uma variante do áo protestante Então essa diferença entre o Brasil e os Estados Unidos é brutal eu queria só enfatizar isso Bom dia eu sou o professor Ricardo trabalho aqui no departamento de serviço social sou professor de crítica da economia política diferente do Nildo que é da economia política clássica só mas é um prazer est aqui
Antônio eh conheço seus textos seus livros as polêmicas também n que está muito presente na universidade primeira coisa eh fico muito feliz que você fez referência a Professor Jorge Couto né o português foi meu professor em Portugal e e esse recentemente fiz referência a ele quase apanhei aqui no Brasil porque nós eu falei precisamos estudar algumas grandes referências do pensamento português dentre eles A análise do do Jorge Couto mas as a questão que eu quero fazer é bem objetiva eh mais curiosidade sobre a tonalização do ouvido musical brasileiro é se possível comentar um pouco mais
sobre isso até para nós entendemos o samba né e a formação eh da nossa música e depois posteriormente todas as nossas expressões culturais na transição do século XIX pro século XX porque o século X século XX eh também todo perigo da análise né Imagino que é um momento essencial na formação da nossa classe trabalhadora e daí da nossa identidade nacional e tudo mais eh porque você tem a chegada do excedentário da força de trabalho principalmente italiana né na minha região sou de São Paulo interior de São Paulo próprio São Paulo é uma formação muito grande
da chegada e no Brasil como um todo aqui em Santa Catarina mas ali e lendo autores como e daí eu sou também da geração que leu muito S deixar luua Li também muito florestão Fernandes para interpretar eh esse processo eles vão colocar se deixar vai colocar o conflito étnico racial como for ador e da nossa classe trabalhadora eu acho que nenhum momento nas nossas análises Nós deixamos de falar que a classe trabalhadora mesmo dentro do das diversas análises ela deixou de ter classe raça o problema Eu acho que o diagnóstico acho que a crítica é
essa a gente começa homogenizar um pouco até para homogeneizar deixar tudo igual as análises até para simplificar porque as Ciências Sociais no Brasil daí agora vendo hoje parece que perdeu um pouco do sentido da análise da realidade brasileira né então importa muita informação muita porcaria e a gente conhece muito pouco a nossa formação sociohistórica e e isso fica muito Evidente hoje nas diretrizes que nós temos que bom né que você trabalha não não só na universidade mas alimenta a universidade né querendo não tem gente que lê as suas obras aqui na universidade mas estoa muito
o que nós estamos falando hoje na universidade principalmente na Sociologia na minha área de trabalho que é o serviço social dá um ânimo pra gente debater umas questões mais de fundo que parece que está tão resolvidas até paraas nossas pautas das nossas formações sociais tá ouvindo tá ouvindo agora melhorou Melhorou não Que bom que você não está só na universidade mas está também com as suas obras e alimenta eh o nosso debate porque na universidade tá muito homogêneo tá muito resolvido né o tema essencial hoje e central e é o racismo só com pouco conhecimento
da formação social brasileira é essa é é a minha principal preocupação e a minha principal pergunta pegou a primeira pergunta a sobre a tonalização queria que falasse um pouco mais sobre a tonalização musical e a segunda questão sobre o século XIX a formação da classe trabalhadora no Brasil certo essa transição né 1888 depois você tem um processo em algumas regiões mais dinâmicas eu fiz referência a São Paulo né da economia brasileira Você tem uma chegada muito grande do Imigrante principalmente italiano né e e e daí eu fiz referência à leitura que da minha formação Sidnei
alum na historiografia né o próprio florestan Fernandes e que sempre nessas análises esteve presente debate o ético racial étnico-racial o debate étnico-racial sempre esteve presente tá não que nós não fizemos mesmo com as críticas que nós podemos fazer hoje a nossa tradição sempre esteve presente eu gostaria também que fizesse uma relação uma análise em relação a isso uma abordagem onde que está as classes sociais na formação do nosso povo porque o Nacional eh O Caipira do interior de São Paulo ele ele enfrentou um um processo ali de disciplinamento da sua força de trabalho nesse processo
né tinha os conflitos entre o fazendeiro tinha o conflito né entre esse que estava chegando é é um é um processo muito singular né que vai se dar com Abolição ali e o projeto de nação eh e Antônio por exemplo o código penal de 1890 é um código que vai combater diretamente os forros que era muito pequeno né os forros os libertos né O Código Penal de 1880 então em síntese no a minha pergunta é na transição do século XIX pro século XX é que tá formando ali a nossa classe trabalhadora tinha debate étnico-racial né
tinha formação étnico-racial na minha análise né que muitos das análises que se coloca hoje parece que Estamos descobrindo que agora vamos colocar né análise ético racial que não é o caso da tua análise mas o caso da análise que está presente muito na Universidade Brasileira é isso certo Deu para tentar bom vamos fazer algumas observações quanto o negócio da da música é tudo bem É você tem a formação do Samba urbana é mais recente agora a a tonalização do ouvido nacional esse processo do é começa no século XV Você tem uma coisa eh a as
músicas que foram trazidas pelos europeus a o sistema tonal que é é o principal que é o negócio onde todo mundo vai se integrar inclusive os instrumentos vão vir muito nessa na adoção do sistema tonal porque inclusive porque não era só a tabac que o os negros trouxeram os negros trouxeram instrumentos de corda instrumentos de sopro mas eles não se adaptavam parece muito bem ao sistema tornal e foram substituídos por instrumentos europeus mas há uma troca desde o início o o os escravos muitos negros foram introduzidos no no repertório da música europeia havia engenhos no
Recôncavo baiano tinha um tinha um um Recôncavo que tinha uma orquestra de 40 negros com Regente era um francês provençal e eles tocavam áreas etc ao mesmo tempo tinham acesso ao repertório erudito mas também ao repertório Popular faziam serenatas pros senhores aprendiam com aqueles cantos sagrados o o canto gregoriano nas igrejas tudo quer dizer Esses códigos foram todos assimilados pelos negros escravos ao tempo em que os brancos participavam das batucadas e dos terreiros das coisas religiosas negras na época desde o século X no século X você tem um registro maravilhoso disso do no poema de
Gregório de Matos que ele fala assim que de quilombos que ten de mestres superlativos que nos ensinam de noite os calundus e os feitiços ele fala dos brancos frequentando esses calundus Calundu era como ele chamou na época os ter como eles chamavam na verdade é uma palavra banta e esses mestres do cachimbo que ficavam nessas nesses rituais nessas batucadas que da qual os brancos participavam Luiz Vilena fala disso a propósito do século XVI na Bahia no século XVI do do da participação da da Branca elee condenando violentamente os brancos presente nos batuques aprendendo música Negra
também então a troca é muito intensa tanto você vai ter músicos brancos aprendendo o repertório distração africana negro-africana quanto vai ter escravos aprendendo repertório europeu popular e erudito e religioso por caso trazido para Portugal isso é só uma questão Jesuítas hein os Jesuítas jesuí sim os Jesuítas falam da da da coisa da coisa eu falei do da música religiosa você pega Fernão cardinho no Tratado descritivo do Brasil tá lá várias peças de teatro ensenada pelos índios obras musicais os índios tocando hinos religiosos e católicos chega a elogiar instrumentistas inclusive porque o índio que fosse bom
instrumentista ficava era muito bem mais tratado pelos missionários tinha uma coisa que Aliás já já vinha de encontro uma tradição cultural tupina porque os índios eram a gente fala os índios essa coisa genérica não existe na verdade nunca existiu tribo né o índio vivia na aldeia o tribo é uma categoria que os sociólogos historiadores impuseram aquele de fora não havia havia no máximo coalizões de temporárias efêmeras conjunturais de de aldeias mas o horizonte do do índio era Aldeia mas e grupos indígenas guerreando entre si o tempo inteiro mas o grande poeta e o grande músico
tupinambas o o Gabriel Soares e Souza fala disso ele podia atravessar todos os grupos inimigos e não era molestado porque se respeitava porque ele era poeta e músico quer dizer havia essa tradição de de uma reverência aos criadores né poético musicais entre os topin Bas é que é curioso enfim essa mensagem musical ela atravessa todos os os todos os nossos séculos e e esse essa que é a verdadeira apropriação Cultural São os escravos assimilando o repertório tonal e produzindo criações originais no caso que você falou da da sociologia de de florestan eu primeiro eu gosto
de fazer sempre uma uma uma uma ressalva que as pessoas se esquecem florestan diz explicitamente em a integração no negro da sociedade de classe que o livro dele é sobre São Paulo as pessoas se esquecem disso e e falam como se ele tivesse falando do Brasil fica às vezes não tem nada a ver o que ele fala sobre São Paulo com o que aconteceu no Rio de Janeiro na Bahia em Pernambuco em Minas no todo o vale amazônico não tem nada aquilo é restrito a São Paulo Além do mais não tem trabalho de campo nenhum
florestan quando ele cita os negros acham hoje isso os mulatos radicalizam nisso ele tá falando de um grupinho de informantes que eu não sei se tinham mais do que 15 pessoas é o grupinho que ele tinha de amigos dele ali que ele fez rápido para aquela tese que aliás eu não considero o livro do flor Fernandes flor Fernandes o grande livro dele para mim é a revolução burguesa no Brasil a integração do negro é um livro localizado frágil Sem sustentação e criando esse mito maluco florestan fala assim massas jogadas na cidade sem nenhum preparo para
aquilo por A grande maioria dos negros já estava n cidad já estava no mercado era livre já estava no mercado de trabalho exercendo suas profissões o sociólogo não pode desconhecer a realidade sociológica Isso é uma das coisas que eu não gosto no florest a outra Inclusive eu tive a oportunidade de conversar muito com florest pelo seguinte eu bem mais jovem Claro mas eu eu trabalhei durante 5 anos no Hospital Sara Kubichek em Brasília eu coordenava o núcleo de pesquisa do Sara de estudo e pesquisa se chamava aliás Centro de Estudos cas Castelo Branco é homenagem
a aquele jornalista e teve um momento lá em que o florestan e o Daci estavam internados que eu até reclamava com os médicos eu falava vocês são Lucos Vocês estão com florestan e Dacia aqui acaba o expediente vão vão conversar com eles vão aprender coisas e aí e e nesse nesse período no Centro de Estudos eu tinha até eu coordenava o o a política editorial e nós publicamos um livrinho eu publiquei um livrinho do florest tensões na educação tenho cartas lindas de florestan mas eu discordava e falava muito com ele ele ele ele ria ouvia
ele não tinha muita mais paciência para discutir nada Ele tava muito doente a outra coisa que eu não gosto é o seguinte florestan acha que a questão racial brasileira vai ser resolvida pela modernização capitalista Eu acho que isso é uma bobagem e ele dá o exemplo dos Estados Unidos ele segue o tempo inteiro o talcott Parsons é o talcott parson naqueles congressos negros internacionais organizados por por por várias fachadas que na verdade todas elas diziam respeito ao departamento de estado americano a cia e a fundação forte inclusive foi a fundação ford que mandou que que
pagou a bancou a a tradução do negro na cidade de classes para inglês e e o livro foi publicado pela Editora Alfred n de Nova York que era ligado à Cia a gente não pode esquecer que isso foi do interesse dos Estados Unidos esse pensar a a o governo americano desde o início botou suas fichas na sociologia marxista da USP e por um problema até simples eu não sei se vocês estão com saco de ouvias Claro is é que é que é o seguinte e eh na Guerra Fria a a a propaganda Soviética contra os
Estados Unidos foi muito eficaz e uma das coisas em que ela estava montada era que os Estados Unidos não era uma democracia e o que provava isso era o racismo e eles a davam como exemplos o aparti na África do Sul e e falava o discurso pro continente Africano da União Soviética era se os Estados Unidos dominarem a África o apide vai se generalizar no continente e o segundo era dar o Brasil como um contraexemplo dizendo Enquanto vocês estão aí nessa barra pesada do racismo americano e e e alimentando o apartai na África do Sul
Vejam o exemplo que o Brasil dá que era também uma idealização uma idealização não a União Soviética deforma um pouco como se no Brasil o convívio fosse harmônico não é nada harmônico mensagem não quer dizer Harmonia mensagem não não não exclui conflito guerra porrada nada o tá messagem é é é eu faço uma distinção inclusive é bom ter sement miscigenação aconteceu nos Estados Unidos migena é a troca genética agora quando a troca Genética é reconhecida socialmente aí é que você tem a mesagem isso você não tem nos Estados Unidos Estados Unidos até pouco tempo era
um anomalia planetária o único país do mundo que não reconhecia a existência do mestiço hoje eles estão conseguindo exportar isso pro Brasil e para outros lugares Agora sim aí quando eu falo do tal Cot par na resposta dos Estados Unidos a essa essa crítica Soviética se dava em tentar eliminar o aparthaid na África do Sul caracterizar o Brasil como racista e e mais mais racista do que os Estados Unidos porque um racismo Sutil e pernicioso é não abidias é americano abidias é criado nos Estados Unidos isso é a t de florestan florest Quem fez a
cabeça dele foi tal par e dentro dos Estados Unidos eles quiseram localizar geograficamente o problema com negro era só no sul o sul atrasado agora quando o sul passasse por um processo de modernização capitalista a questão racial estaria resolvida e florestan compra isso e florestan compra isso sem ver que no norte dos Estados Unidos e Nova York a barra pesada contra os negros era enorme não era menor do que no sul muito pelo contrário e você é até a década de 60 casamento em terracal era proibido nos Estados Unidos oficialmente um país que tinha um
banheiro para para homens brancos públicos um banheiro para mulheres brancas e um banheiro para Preto Independente de sexo um país que tinha lugar para negro em ônibus no fundo você pode nós temos pecados monumentais e crueldades monumentais no Brasil mas não temos que jogar no lixo nossas virtudes a experiência brasileira não é para ser jogada no lixo ela é para ser criticada e aprimorada e a gente tomar os Estados Unidos como exemplo no campo das relações sociais para mim é a coisa mais escandalosa possível um país essencialmente racista o o no Brasil quando as pessoas
criticam dizendo brasileiro finge tem vergonha de ser racista isso não é ruim não isso significa que nós conseguimos impor socialmente que ser racista É uma vergonha isso é uma vitória é ao contrário do Estados Unidos Onde existem claramente abertamente organizações racistas onde o discurso racista como você vê no apoiadores de trump Bom enfim não sei se eu respondi mas eh o o luí Felipe e depois o Felipe eu já queria aproveitar aqui já que tu tocou e o Darc Ribeiro dizia que de toda a obra do florestan a única coisa que restaria seria o livro
sobre sobre os Tupinambás depois eu queria que tu falasse sobre isso mas assim também professor que você falou em da da era muito irônico e brincalhão da falava uma coisa ótima ele dizia é é o Fernando Henrique é realmente um sujeito criativo ele nunca se preocupou com negro no Brasil quando resolveu estudar negro foi logo para Santa Catarina Lu eh Bom dia consegue me ouvir bem consegue me ouvir bem Ah tranquilo meu nome é luí Filipe eu sou Mestrando em Direito aqui em Direito Constitucional e a minha dúvida que o eu já tinha vindo para
para essa palestra com uma dúvida sobre esse tema e a e a fala me fez pensar ainda mais que é sobre o o termo que tem se propagado muito nos debates sobre questões raciais no Brasil que é a questão da diáspora africana esse termo da diáspora que tem ficado muito conhecido e eh conversando com as pessoas que que debatem esses temas e lendo os textos que falam sobre sobre esse tema o que a gente vê é muito um discurso de que a população negra do Brasil a população negra de cuba a população negra dos Estados
Unidos teriam menos a ver com as suas realidades nacionais e mais a ver com uma diáspora do continente africano de e isso inclusive eh diminuindo as particularidades de dessa população em cada país as particularidades de Cuba as particularidades do do dos Estados Unidos e do Brasil e no no caso desses autores que discutem isso no Brasil eh ou das as pessoas com que você conversa que tocam nesse tema tem se você pergunta eh Tá mas então se é uma uma diáspora unificada como é que fica as questões e relativas ao próprio continente Africano porque a
população negra que foi PR os Estados Unidos vinha do Senegal e da gâmbia majoritariamente a população negra que veio pro Brasil vinha de Angola Então essa ideia de homogeneizar o como tudo pertencente é uma mesma diáspora porque diáspora no sentido lato Censo realmente aconteceu a população negra da da África se espalhou pelos demais países mas nesse sentido de homogeneizar como se o continente Africano fosse tudo uma coisa só não houvesse essas diferenças entre o senegal e a gâmbia entre com angola e tudo mais é algo que tem estado muito presente nesses debates ultimamente aí eu
queria só eh desenvolver que desenvolvesse um pouco mais sobre esse tema é essa essa visão é é absurda em vários sentidos eu acho que primeiro a gente não pode esquecer o que foi que aconteceu lá na África Negra eh não muito recentemente é bom contar um um um fato Depois eu falo mais historicamente sobre o assunto tem uma da FR da minha casa na Ilha de Itaparica tem uma residência artística norte-americana chamada sacatar que vai para lá gente do mundo inteiro né até refugiado tailandês aparece ganha bolsa para lá e tal e uma vez os
os negros da Ilha ficaram muito surpresos e lá da própria sacatar quando chegou um africano do dalé do antigo dalé hoje é república popular do benim falava com maior orgulho que a família dele era muito poderosa e que inclusive tinha vendido escravos ao Brasil tomava um choque dizer p não conhece a história né porque a classe dominante africana participou ativamente do tráfico de escravos os portugueses nunca entraram no mato para caçar ninguém eles recebiam os escravos nos portos como no no Fortaleza da coça da mina eles eram eram levados por Comerciantes africanos estados poderosos se
formaram porque comandavam tráfico Como o estado do dumé o dumé inclusive chegou a mandar no século X três embaixadas ao Brasil tentando tandoo conseguir um monopólio da exportação de escravos da do Golfo do benim paraa Bahia pra Bahia ele garantiu o monopólio deles e os Comerciantes baianos recusaram eles er enviados pelo rei do daumer para fazer isso para garantir o monopólio da exportação de escravos quer dizer a classe dominante africana teve um papel fundamental em sua aliança nessa história do tráfic e e a escravidão é uma instituição muito antiga na África antiga e Cruel Porque
hoje o movimento negro às vezes tenta disfarçar escravidão familiar escravidão familiar única que eu vi até hoje é é é em literatura em Homero na Odisseia e na usica indo lavar as roupas no Rio com as escravas dela ali é uma escravidão idílica lírica e tal da poesia de Homero na realidade não eh até reis reis africanos Alberto cost Silva fala disso muito bem no livro dele a Manilha bambo Reis que morriam e e enterravam vivas com ele 40 escravas cobertas de joias eram escravidão barra pesada e que continuou muito depois da abolição do tráfico
e e depois que que o que o o escravismo foi abolido no hemisfério na na na na vamos no mundo ocidental vamos dizer continuou na África aliás continuou por muito tempo Outro dia eu vi na na televisão eu acho que foi Fernando Gabeira dizendo assim gabir é um Jornalista ilustrado como o Brasil é ignorante acha que ele é um grande intelectual ele dizendo assim o Brasil foi o último país do mundo a abolir a escravidão que último só para dar um exemplo em 1962 quando a gente ganhava a copa do mundo na Argentina com shows
de garrin Amarildo foi quando a escravidão foi abolida na Arábia Saudita hoje você ainda tem escravidão na África eu digo escravidão oficial porque a extraoficial continua existindo o Inclusive a estimativa da ONU é de cerca de 40 milhões de pessoas escravizadas hoje no mundo ou seja inem números absolutos tem mais gente escravizada no século XXI do que teve no século XIX agora eh esse negócio esse conjunto como se fosse a diáspora como a África não existe É como se você falar a Europa Olha a diferença entre um siciliano e um dinamarquês não são menores as
diferenças entre um yuban e um um habitante da â ou ou um bacongo são coisas muito distintas agora as pessoas não conhecem a história da África aí tem um duplo erro primeiro é achar que a exploração do achar que a exploração do homem pelo homem só chegou na África com os europeus é achar que o negro é um ser inferior ele já sabia explorar o homem pelo fazer a exploração do homem pelo homem sim tinha lá a os escravos existem Todas aquelas formações dos reinos africanos você pega todo todos os reinos da África Central ali
pega do da da Angola ali o o o banz kongo que era a capital do do do ndongo você tem ali a população inclusive proibição de casamentos entre nobres e plebeus dentro do mesmo povo negro não existe isso não a a a exploração e a divisão de classes não não não não tem esses negócio de Laços étnicos os gregos escravizaram gregos os negros escravizaram negros na África Negra você pega aí a os historiadores africanos lidam muito bem com isso você pega Elizabeth is escrevendo sobre a Nigéria ela fala sobre a escravidão nigeriana com a maior
tranquilidade pega vcina ele fala outro dia eu tava lendo um romance de um romancista lá de do Congo belga do antigo Congo belga de brasaville ele ele ele no romance dele tem a família real do do dos bakongos exportando seus parentes adversários seus adversários políticos vendendo como escravos era uma mane Mania maneira de se de se livrar daquilo e isso é só aconteceu historicamente eh a casa das minas que é aquele templo lá de São Luís do Maranhão foi fundada por uma por uma filha ou mulher ou mãe uma parenta do do rei gueso a
gotim o nome dela ela foi vendida como escravo pela família dela com adversários políticos dentro da família você pega quando eu falei hoje de mãe de santo da Bia o tamp od de jarot que fundou o Candomblé do alaqueto ela era ela era neta do Rei de queto e foi sequestrada por dalme anos pelo jejes numa estrada ela contava a história dela foi parar no Brasil foi rebatizada com nome católico e tal conseguiu afora dela comprou um um um terreno no lugar chamado Matatu existe até hoje lá O terreiro dela e ela chegou a ter
entre 20 e 30 escravas as M Santo tinham todas essas grandes Mães de santo do Brasil er senoras escas F falando assum aáfrica iso é folclore militância esquerdista idena negra brasileira cultiva uma África folclórica esse papo de Mama África isso não existe as divisões são brutais as guerras são brutais os orixás vieram parar no Brasil porque os os yorubanos perderam a guerra contra os jejes foram capturados e vendidos como escravos aí chos tudo Xangô e AMJ vieram parar aqui vieram foram parar em Cuba porque era a uma coisa que faz a semelhança entre Bahia e
Cuba na verdade não entre Brasil e Cuba porque você tem que fazer quando você falou o tráfico brasileiro para Angola o Rio de Janeiro sim É principalmente com angola a Bahia foi durante até o século foi basicamente com angola Mas a partir do final do século XVI o tráfico baiano se desloca pro golfo do benim e é também nessa época que vem a coisa Cubana que é quando o açúcar explode em Cuba então tem uma importação massiva de escravos do mesmo lugar do Golfo do benim e é por isso que que a santa eria Cubana
cultiva yá Tango otum e falam diferente da gente porque nós temos a mesma no português do Brasil no português os mesmos fonemas do yorubá então a gente fala eles em yorubá você fala Y Madá Mas de qualquer forma a gente tem o j a gente tem um som e fala Xangô oss em espanhol Não Tem Você Tem tamb fal chos chango mas são diferenças a a a semelhança entre o Brasil e Cuba é do do lugar de onde eles vieram você não tem Unificado o o é a Bahia que depois vai exportando orixás pro resto
do Brasil a Bahia Pernambuco e São Luís do Maranhão mas são luí com uma predominância de outra coisa que são os voduns são luí é mais próximo do Haiti que são os geges então lá você vai ter outra coisa você tem candomblés jeje na Bahia aliás muito pouco conhecidos como o do bogum lá você tem o culto por exemplo não tem orixá Você tem o culto a a dbi danbi é a serpente Sagrada do daum Então você tem que reconhecer as diferenças culturais dos povos africanos a diferença de Formação histórica de tudo ou então você
vai essa essa é a mentalidade colonialista achar que é que preta é tudo igual Felipe e depois ninguém se escreveu eu quero fazer um comentário eh Bom dia primeiro gostaria de agradecer meu nome é Felipe sou ex-estudante aqui de economia e bom para nós aqui do CSE muito importante ter eh sabe outras referências para além da teoria uspiana como a gente eh tá vendo que é a teoria dominante e principalmente nesses aspectos da história brasileira e do pensamento social brasileiro a minha pergunta eh vai no sentido eh que quando você fala que o Brasil é
um país sincrético eh e estando o sincrético em oposição essa perspectiva multiculturalista onde a gente vê que tem um projeto político eh de emulação dessa desse vislumbre dessa dessa Utopia de resolução num problema racial eh a a partir D essa sabe do da instauração do caminho do capitalismo eh E que bom eh alguns teóricos assim do movimento negro em termos de perspectiva de projeto emancipatório mesmo né a gente vê que bom multiculturalismo não explica o Brasil e aí tem os limites de um projeto emancipatório e o qual a gente já tem vislumbres né na teoria
dos Estados Unidos como se a gente pegar a crítica do herold Cruz ao dizer que de um nacionalismo negro evolui Teoricamente dentro da esquerda para uma algo que vira um slogam em um certo momento e não dá conta de sabe de de resolver certos impasses né E aqui no Brasil essa perspectiva eh de ver o Brasil como um país sincrético eh como eh essa impossibilidade eh acaba constrangendo um projeto de emancipação eh social plena eh para além da sabe da mpia dos dos intelectuais e essas coisas Gostaria que você comentasse um pouco mais sobre esse
Brasil sincrético é eu acho que tem uma diferença básica o multiculturalismo ele ele é voltado pro passado quando você fala quando você estabelece tapumes divisórias entre culturas entre culturas o o m o identitarismo é um apart de esquerda ele quer isolar os grupos e evitar o contato e a contaminação entre eles condenando a apropriação cultural o sincretismo é o contrário tá mais na linha da antropofagia de osol de Andrade do tropicalismo na música que é a a mistura e É voltado para um projeto de futuro é bem diferente esse negócio e isso mas isso aconteceu
em profundidade no Brasil você tem quando eu falei aqui do poema de Gregório de mates você vê que tinha brancos frequentando os calus os templos religiosos negros desde do começo do século você pega isso em vários livros do de história do Brasil e da o compêndio do do Peregrino narrativo da América Como é o nome do Nunes Pereira ele fala da da dessa ele acorda de noite e com batuque n na senzala lá do Engenho que ele tava no Recôncavo e ele vai perguntar no outro dia o que foi que aconteceu o que que era
aquilo e tal aí o senhor de Engenho fala né são comemorando as coisas da terra deles e tal lembranças e e também aí eles fazem suas suas oferendas suas adivinhações aí o cara entra em pânico o o o o missionário lá porque ele vê um senhor admitindo aquela coisa e às vezes participando daquilo até por medo porque Inclusive tem um livro da ivony Meg antropóloga que é engraçado que ela fala as relações entre o feitiço e poder no Brasil e e mas o que me perdi um pouco como é tá aí da que você tinha
falado do Ah isso voltado pro passado isso aconteceu em todos os todas as coisas e o sincretismo não é só uma imposição porque ele se dá entre iguais também não é uma coisa assim da classe dominante para impondo para baixo uma coisa e aí você é obrigado a absorver aquilo que é como as pessoas à esquerda fala sociologia era meio sincretismo é uma violência não é você tem uma coisa também pessoas que já nascem no sincretismo por exemplo e que tem uma fé genuína que tanto rezam para Nossa Senhora das Candeias quando fazem uma oferenda
para o chum a menininha do gantois que era uma grande mãe de santo da Bahia ela tinha uma coisa fantástica ela ela ensinou as filhas dela Cleusa e e Carmen Cleusa já foi depois M Santo hoje é é Carmen a a filha desde pequenas elas rezavam Ave Maria em nagu A Iniciação do gantar passa por uma missa na Igreja do Senhor Do Bom Fim agora Hoje tá tendo uma campanha brutal Contra isso por quê Porque essas lideranças negras querem a getif cção eles pregam o Gueto o aparta como se isso fosse fundamental como se isso
fosse o avanço não é isso é um retrocesso o Brasil conseguiu avançar além desse apara que você vê em vigor teve vigorou nos Estados Unidos e que liquidou os orixás aqui O processo foi outro e aqui você vê esse sincretismo se manifestando em tudo o culto dos ancestrais de uban no Brasil dos grandes ancestrais históricos não é terreiro de orixá são os terreiros dos eguns esse dos terreiros dos eguns tem um ancestral que desce e canta por português é o único que canta em português que é o babao que é um ancestral indígena então você
vê essa mistura em todos os pontos e eu acho essa é a coisa assim o o o o o m o identitarismo ele é paralisante e e e museológico e quer preservar um passado que nem mais existe eu acho que o sincretismo é um processo que você pode tem várias direções mas o que tá aberto por o Futuro por favor seu último é que o sincretismo é quase visto como uma perda né não como uma conquista né como um processo real por favor Bom dia estava passando conheci o grupo eda TVE amigos meus que pesquisaram
e eu entrei cheguei atrasado Eu gostei muito dos adendos que o senhor fez também porque eu venho conversando bastante sobre essa África Mística que as pessoas e também a escravidão na África iniciou com os muulmanos com o islam tem tantos negros mortos no deserto do Sara como tantos negros mortos na travessia transatlântica Então hoje eu sou do Haiti hoje observando a situação do crtica que vessa crítica também eu disse muitas vezes fica criticando o branco o europeu e o que nós a população negra nós vamos fazer por nós sem colocar aquele negócio do branco mas
é importante também e como eu como sou tenho um pensamento pana africanista a gente pode determinar o ficamos e nesse ponto crucial que a única civilização que desumaniza outro ser humano nesse processo escravocrata que existiu desde a antiguidade da Babilônia a civilização europeia ocidental é único então e essa África também que fala cada vez que fala da África leva no lado gg eu sou negro eu sou cristão e a gente sabe a Etiópia também teve o pré cristianismo o cristianismo é ooa que é o verso do cristianismo então não são todos os africanos que cultuam
o diá ou cultuam o jeeg tem africanos cham mista totemist tem outras crenças tem os dongos e tem a binia na Etiópia e a gente vê que aí será cids tapinha com luva pelo Papa também do do Vaticano porque o Rei Salomão teve um filho com a rainha do chabat que é a rainha da etiopia onde que ele entregou até a aliança a cada aliança e também tem outra África também que eu senti que é esquecida a África debun tu a África onde plat Sócrates foram estudar a África que produziu as grandes e e e
os grandes conhecimentos que deram luzes pela civilizações posteriores a África do Egito a África dos reinos também que criar organizaç políticas que são modelos também que são copiados por outros povos recentes Eu gostei muito muito obrigado por essa parte por fa só fazer um pequeno comentário queim a variedade africana toquei assim de os exemplos que mais próximos de nós agora tem o seguinte e não é verdade que que a escravidão desum seja só ocidental o tráfico o tráfico muçulmano de escravos durou muito mais do que o tráfico Atlântico morreram muito mais negros nessa travessia inclusive
do Saara a a escravização de mulheres e a prostituição delas nessas caravanas que atravessaram o Saara é brutal e tem um dado que afasta bem da experiência brasileira que é o dado da da mistura da Quando você vê a coisa da da operação para castrar os negros africanos eles eram castrados você tinha dois tipos de operação a a uma que eles chamavam a flor do ventre né que só era operava sobre os testículos o cara não podia ter filho mas tinha ereção mas e esses eram escravos lá mas esses escravos fizeram sucesso fazam sucesso extraordin
no usar então a operação foi radicalizada passaram a arrancar tudo eles não poderem ficar trepando no harém agora o objetivo central da castração da da esterilização em massa dos negros escravizados pelos muçulmanos pelos árabes era evitar a mestiçagem era evitar uma expansão de uma população de descendentes africanos no Egito no Cairo por exemplo isso é uma coisa muito bem estudada por aquele senegalês o tidan no livro dele o gen o genocídio oculto são os 17 sei lá 15 séculos de de de de tráfico eh transaariano que é uma coisa que quase há um silêncio brutal
sobre isso nenhuma organização Negra nenhuma coisa identit quer saber desse assunto isso é é é um grande exclui Cala a boca silencia isso porque isso foi brutal e isso mostra também o qu não adianta ficar pensando assim a por isso que eu falo sempre a África Negra porque uma coisa são os árabes outra são os negro africanos os árabes não são negros Isso é uma fantasia criada pelo Sheik an diop eu acho que insustentável e os próprios árabes não se se se se olhavam assim você pega aqueles livros de de historiadores árabes como ibn cald
o número de de afirmações racistas an Antia africanas antinegro africanas É imenso são várias frases que você pode o o Tiani faz até uma uma uma lista dessas esse economista Franco que escreveu sobre o assunto é só assim rápido eu queria fazer uma última consideração uma observação para a consideração do risério que que decorre do clima intelectual que nós estamos metido mas também do teu livro e ela tem uma uma dupla origem e essa imensa ignorância que fila com desinibição entre nós especialmente no meio Universitário jornalístico eu Suponho que ela é produto de de duas
reduções digamos assim uma é uma redução da política moral em larga medida todos os fenômenos históri políticos sociais qualquer Dupla ela tá tá sobre um invólucro moral e esse invólucro moral passa a ser mais poderoso que a análise objetiva dos Fatos e da história e dos conflitos e grande parte dessa onda identitária ela tá ancorada num apelo de ordem moral que com e esteriliza a análise e eu qu ter ouvir sobre isso eu não acho que essa é uma uma operação é uma operação que eu digo uma operação ideológica de alta potência e ela não
afeta só os identitários ela afeta o mundo político partidário sindical etc eh o Marx dizia com uma certa frequência que a moral é impotência em ação e e eu digo que isso é absolutamente verdadeiro é particularmente verdadeiro entre nós então nós ficamos com o fenômeno de que há um apelo moral muito grande sobre a injustiça sobre a desigualdade sobre qualquer coisa e uma ação impotente Basta ver os chamados programas sociais essa é uma coisa que eu queria te ouvir como uma arma de interdição e de obstrução da inteligência e o segundo é um um repúdio
eh também distração moral a violência e e quando a gente Analisa as sociedades todas elas mas especialmente a sociedade capitalista ela tá baseada no conflito necessariamente num conflito de alta voltagem em que a violência aparece como constitutivo da nossa sociedade eu não tô aqui fazendo uma apologia à violência tô dizendo a violência organiza isso e aqueles que se definem no terreno democrático tal como tu faz sou um Democrata um Democrata radical no livro etc tem um problema que tá em especial eu diria nessa sociologia Paulista que como você muito atirados identitarismo quer ser um Marco
Zero do pensamento social O que é verdadeiramente escandaloso Mas é uma operação ideológica que graça na Universidade Brasileira e que a a a a legitimidade do conflito social Então se tu pegar por exemplo um um um um um uma figura como marena chi ela no livro dela sobre a o mito da sociedade brasileira etc que eu acho um livro horroroso entre outras coisas ela tem sempre a reivindicação da sociedade democrática como se a violência fosse uma marca especificamente brasileira e se tu vê a Constituição da França da Inglaterra da Alemanha dos Estados Unidos de todas
as sociedades a violência tá colocada ali como fundadora das Nações não tem como não ser então é uma negação risério da violência como a a o fundamento do que hoje se chama sociedades democráticas especialmente dos países eh desenvolvidos e ela é claro dos países desenvolvidos ela é uma marca tão clara como nos países desenvolvidos Eu também queria que você comentasse essa questão eh eu queria também lembrar logo uma coisa que a gente às vezes esquece que toda essa teorização identitaria dos Estados Unidos eh eu fico vendo agora depois que o Silvio Almeida caiu em desgraça
ele as pessoas dizeram assim o criador do conceito de racismo estrutural ele não criou nenhuma ele copiou aquilo da Universidade americana aquilo que existe desde a década de final da década de 80 já começo da de 90 tudo que é estudo nos Estados Unidos ele é um copista o livro dele é plagia como é copista de Jamila lugar de fala nos Estados Unidos as pessoas diziam assim falando Como assim falando como gay falando como lésbica falando e ela pegou essa outra sintese Zinha publicitária lugar de fala mas é esse o conceito ele é analisado por
mar Lila em livros dele nos Estados Unidos mais se fala racismo institucional exportaram isso para aqui exportaram pra França França elizabe rudes Analisa isso na França no no livro dela eu soberano lá eles falam mais racismo sistêmico e achar que que o Silvio Almeida criou isso não criou nada e depois isso não não chega a ser o conceito Isso é uma bobagem esse negócio de racismo estrutural O que define a a escravidão são as relações a exploração da força de trabalho é o tipo de relação de produção social de produção existente se acordo fosse fosse
quem definisse não tinha Preto sendo senhor de escravo a escravidão não tinha existido na Grécia porque lá foi Branco escravizando branco é uma esperteza achar que isso é uma uma uma rela o racismo é uma relação de poder isso é bobagem você pode ser racista sendo dominado aliás Os negros sempre souberam disso Bob Seal do do panteras negras ele fala no livro dele se The Time ele fala do do racismo dos negros contra os brancos I Candy disse que esse é um racismo bem-vindo e chega chamar Luther King de racista porque disse Luther King qu
é proximidade com os brancos Esse é o mais delirante hoje deles todos é o que você vai ver também nesses na teoria racial crítica né o tempo inteiro essa pregação agora isso tudo vem esse discurso é copiado dos Estados Unidos e o que que ele vem é do encharcado de quê do puritanismo que é a ideologia dominante desde sempre nos Estados Unidos então esse discurso é moralista porque ele é um discurso puritano branco os movimentos negros fazem um discurso puritano Branco fica impressionante essas coisas e e no Brasil fica uma bagunça porque tem tudo ao
mesmo tempo Outro dia eu tava dando risada porque eu eu vi as manchetes assim do daquele negócio Wall que tem no quando você abre o computador uma catedral é não ali em primeiro lugar é é um não tem uma manchete não tenha erro de português que é fantástico mas aí tinha assim duas manchetes que você vê né uma era protestando contra o fato das atletas do Brasil nas olimpias nos Jogos Olímpicos de Paris terem feito uma propaganda usando só lerry então as pessoas indignadas com aquilo porque o corpo feminino não sei o quê bá bá
bá uma coisa super puritana porque o identitarismo quer salvar as mulheres do Sé como os pastores puritanos sempre quiseram e E aí logo embaixo tinha outra matéria que era assim fulana de tal uma sei lá uma dessas celebridades conta que que que transou 18 vezes em 12 horas na mesma coisa assim na página do Então você tem ao mesmo tempo o discurso puritano norte-americano e a de gradação erótica que tá hoje vigente graçado na música brasileira né na pior música brasileira que é um negócio impressionante com com como como essa degradação erótica se instalou mas
esse discurso americano ele é puritano é um discurso de seita muito bem visto por Max Viber Claro Bueno eu queria agradecer a presença de todos vocês uma vez mais ao ao risério e fiquem atento à programação dos 20 anos do do Instituto e nós vamos ter outras atividades Sigam a a nossa página Sigam o nosso canal no YouTube Muito obrigado pela presença de todos vocês [Aplausos]
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