Olá na aula de hoje a gente vai falar muito sobre parkinsonismo doença de parson e antiparkinsonianos eu já adianto pra vocês que esse é um dos melhores roteiros que eu fiz até então e a estrutura dele é diferente das outras videoaulas que a gente viu porque eu acho que para você entender o por a gente usa medicamentos tão diferentes para uma mesma condição Eu preciso ir contando uma historinha Então vamos lá [Música] primeira coisa nem tudo que é parkson ismo é doença de parkson o parcon ismo os sintomas do parcon ismo podem se apresentar por
diferentes Causas em diferentes doenças mas a principal causa sem dúvidas é a doença de parson vimos por exemplo que alguns pacientes podem tomar antipsicóticos e apresentarem sintomas parx sonian isso não quer dizer que esses pacientes t doença de parson se eles param de tomar o medicamento os sintomas passam então parkinsonismo é uma coisa e a doença de Parkinson é uma das possibilidades vocês lembram que a gente falou da Via nigroestriatal vamos dar uma olhada mais a fundo nela essa via começa em o local do cérebro chamado substância negra que possui muitos neurônios que secretam dopamina
esses neurônios conectam a substância negra com uma região chamada estrato por isso dizemos que essa é uma via nigroestriatal a dopamina liberada por esses neurônios na substância negra é liberada no estrato e tem efeitos inibitórios sobre os neurônios gabaérgicos que existem no estrato no parkson esses neurônios dopaminérgicos vão progressivamente degenerando Então eu tenho menos dopamina inibindo os neurônios gaba éticos no estrato o que resulta em mais gaba sendo liberado causando um aumento na inibição do tálamo assim como uma redução da excitação do córtex motor e também no est triato Temos algo muito importante temos neurônios
que liberam acetic Colina mas sem a inibição da dopamina esses neurônios passam a liberar a a citicolina em excesso a doença de parkson se trata de uma doença neurodegenerativa e progressiva resultado de uma perda dos neurônios dopaminérgicos na substância Negra então basicamente bem resumidamente com a perda desses neurônios dopaminérgicos eu tenho menos dopamina disponível logo os neurônios colinérgicos não são inibidos então eles produzem muita acetic Colina acetic Colina em excesso e as consequências disso se refletem na perda do controle do movimento muscular os sintomas são a bradicinesia em que você tem uma lentidão dos movimentos
tremor de repouso ou seja o paciente tá ali em repouso mas apresenta um tremor Evidente mas quando ele executa um movimento a tendência é que o temor diminua rigidez entre as articulações E à medida que a doença vai progredindo outros sintomas vão aparecendo como por exemplo a instabilidade postural antigamente a doença de Parkinson era considerada um transtorno do sistema motor mas hoje em dia a gente já reconhece que é uma condição complexa que pode estar relacionada não só ao sistema motor Mas a outros sintomas fora disso como por exemplo disfunção cognitiva autonômica distúrbios no humor
problemas para dormir nesse vídeo a gente vai focar no tratamento do aspecto motor da doença de parkson Mas saiba que esses pacientes podem acabar tendo que usar outros medicamentos para lidar com esses outros sintomas você pode estar se perguntando Flávia se o problema é a falta de dopamina é simples a gente vai e dá dopamina Mas como você pode ver o tamanho dessa videoaula as coisas não são tão simples assim lembra da minha videoaula sobre fisiologia do sistema nervoso central que eu falei da barreira hematencefálica que é essa barreira que separa nosso cérebro do restante
do corpo essa barreira ela não é nada fácil de atravessar E adivinha quem não consegue atravessá-la a dopamina então se você administra dopamina a um paciente ela vai ficar rodando na circulação periférica sem rumo Coitada Mas nem tudo está perdido a sua percursora imediata a levodopa ou se pode falar elida consegue atravessar uma vez que levodopa consegue chegar no sistema nervoso central uma enzima chamada dopa descarboxilase a metaboliza e a transforma em dopamina assim essa dopamina é capaz de acessar os receptores D2 na via nigroestriatal e fazer o seu trabalho aumentando a transmissão do pam
nética Central A levodopa é ainda o nosso tratamento mais efetivo pra doença de paron mas lembre-se que ela não cura nada na verdade ela vai fazer só um alívio ali momentâneo dos sintomas mas ela não interrompe e nem reverte a degeneração neuronal da doença estaria tudo bem se não fosse por um detalhe a enzima que converte a levodopa em dopamina a dopa descarboxilase não tá só no seu cérebro depois que a levodopa é absorvida no seu intestino mais de 97% dela é imediatamente metabolizada por essas enzimas extrac rebra Ou seja que moram do lado de
fora do cérebro e essa dopamina resultante dessa metabolização não atravessa a barreira hematoencefálica ela fica presa na circulação periférica esse tanto de levodopa que foi convertido em dopamina na sua circulação periférica rodando ali Dando rolê pode trazer efeitos indesejados como náusea vômito o paciente pode até apresentar uma anorexia mas alguns também acabam criando uma tolerância a esse efeito emético depois de um tempo mas costuma ser bem chato no início e também pode levar a uma variedade de arritmias cardíacas e até a nossa velha conhecida hipotensão ortostática assim como muita dopamina Dando rolê na sua circulação
periférica muita dopamina no seu cérebro também não é tão legal e fica bem claro que não é a dopamina periférica que tá causando esses sintomas é a dopamina Central porque são efeitos adversos como insônia ansiedade agitação confusão e até alucinações Diminuir a quantidade de leva Dropa pode ser necessário para você cessar esse tipo de efeito adverso ou uma outra opção ser iia administrar o antipsicótico atípico porque lembra que ele vai bloquear os receptores de dopamina então ele consegue dar uma amizada nesses efeitos comportamentais agora uma coisa que é muito importante você botar na sua cabecinha
à medida que o paciente vai usando a levodopa ele pode começar a apresentar novos efeitos adversos E isso acontece porque Lembra que eu falei que a doença de Parkinson é progressiva então a medida que a doença vai progredindo a janela terap da lev dopa vai diminuindo então a medida que o paciente vai usando esse medicamento e a doença vai progredindo ele pode começar a apresentar cada vez mais flutuações na resposta clínica então se o paciente tem mais dopamina ele apresenta mais dis cinesia e movimentos não coordenados agora se paciente tá com menos dopamina ele apresenta
bradicinesia e rigidez o grande problema é que essa flutuação Clínica não parece ser dose dependente então para PR gente fica cada vez mais imprevisível saber como ele vai responder formma de manifestação dessa flutuação que tá acontecendo pode ser alguns tipos de discinesias e também um fenômeno que a gente chama de deterioração de final de dose ou wearing off na fase inicial da doença que o paciente tá começando a tomar leva oopa ele toma ali a sua dose e ela é estável e duradora ali cerca de 4 horas mas com a progressão da doença esse paciente
Toma essa dose só que acontece o fenômeno de wearing off em que tem uma diminuição do tempo de ação da levodopa menos de 4 horas então com a mesma dose o medicamento funciona por menos tempo outra coisa importante da gente falar sobre o uso crônico da levodopa é que o paciente pode apresentar outro fenômeno que é o de on e off durante o período on em que o paciente tá com a levodopa em plena ação ele consegue ter um bom controle dos sintomas motores ele tem energia menos tremores mais disposição para se movimentar no off
é como se a a fonte de energia fosse desligada Então os sintomas voltam como a rigidez muscular a lentidão nos movimentos a bradicinesia os tremores só que esse fenômeno não é dose dependente também então enquanto esses pacientes parecem estar tendo uma boa resposta Clínica tendo controle dos seus movimentos Porque estão no período om infelizmente esses períodos vão passando cada vez mais ele vai apresentando mais os períodos off e cada vez mais vai apresentando discinesias para vocês terem ideia calcula-se que discinesias acontec em 80% dos pacientes depois de 10 anos de uso da levodopa seguindo a
nossa historinha já que só um tico de levodopa consegue fugir da metabolização e passar pela barreira hematencefálica Será que não tem um jeitinho aí da gente conseguir aumentar a biodisponibilidade de levodopa no nosso cérebro como será que a gente poderia fazer isso talvez bloqueando as enzimas dopa descarboxilase que fazem essa conversão férica bingo existe um inibidor das enzimas dopa Desc carboxilases chamado de carbidopa Ah Flávia Mas será que esse negócio vai funcionar porque querendo ou não você não falou pra gente que tem DPA descarboxilase periférica e Central se a minha leva dopa ela passa pela
barreira hematencefálica chega no cérebro eu preciso que a dopa descarboxilase Central funcione se eu vou inibir Ela tanto a periférica quanto a central isso não vai dar certo mas aí é que tá meu caro flavonoid a carbidopa não consegue atravessar a barreira hematoencefálica Então ela só vai agir na dopa descarboxilase periférica graças a Esse aumento da biodisponibilidade de levodopa no nosso cérebro logo aumento da biodisponibilidade de dopamina a gente tem menos levodopa sendo convertido em dopamina perifericamente Então a gente tem menos dopamina Dando rolê aqui e causando aqueles efeitos adversos que a gente comentou mas
Em contrapartida você vai ter mais dop Amina aqui o que pode aumentar aqueles efeitos adversos que a gente comentou que são neurológicos ansiedade agitação lembra se vocês pesquisarem não vai ter nenhum medicamento que é só levodopa você vai ter sempre a levodopa em Associação com outro princípio ativo como por exemplo a carbidopa além da carbidopa você também pode encontrar a levodopa com bencer Aida que da mesma forma vai inibir a dopa descarboxilase e também não consegue atravessar a barreira hematencefálica Então ela também só vai agir perifericamente Então essa é uma forma de você potencializar o
tratamento sem aumentar os efeitos adversos inibidores da Conte mas agora vai entrar um plot que talvez você não esteja esperando nessa história mesmo eu aumentando a biodisponibilidade com a carbidopa ou com a bencer asida eu ainda vou ter só cerca ali de 5 a 10% de levodopa conseguindo chegar no sistema nervoso central mas Flávia ainda é muito pouco né Por que que isso acontece porque a levodopa não tem que lidar somente com as enzimas dopa Desc carboxilases na verdade existe outra enzima chamada catecol o metiltransferase ou podemos dizer enzima Conte com T eu gosto de
falar conte que também ama metabolizar a lev dopa mas quando essa enzima metaboliza não resulta em dopamina resulta em um outro metabólito Inativo chamado tro metid Opa consequentemente o outra forma de aumentar a disponibilidade de lev dopa é com a administração de inibidores da conte como a touc capona e a entacapona a tolcapona é o inibidor periférico e central das enzimas conte já a entacapona é um inibidor só periférico se combinarmos a levodopa com esses outros fármacos então a gente aumenta o tempo de meia vida da levodopa na circulação então tem mais levodopa chegando no
cérebro então a gente consegue prolongar esse efeito terapêutico só que esses fármacos só devem ser administrados juntos com a leva dopa sem ela eles não vão ser eficazes para doença de paxo na prática Clínica a gente dá muito mais preferência para usar a entacapona Assim como as cones periféricas ficam transformando dopamina em outra coisa as do cérebro também fazem esse mesmo trabalho só que o metabólito delas é diferente elas transformam em TRS metoxi tiamina então além de agir perifericamente a tolcapona consegue bloquear essas enzimas centrais logo você tem mais dopamina disponível no cérebro só que
o problema é que a tocona foi associada à necrose hepática fulminante então por isso a gente vai da preferência entacapona inclusive hoje no Brasil a gente só tem ela no mercado a gente não tem mais a toc capona inibidores da mal se você prestou atenção na minha videoaula de inibidores da mal você viu que a selegilina e a rasagilina podem ser usados no tratamento adjuvante da doença de parkson porque esses são medicamentos que inibem seletivamente a malb e a malb metaboliza seletivamente a dopamina o uso da selegilina ou da rasagilina pode ser útil principalmente em
pacientes com sintomas leves podendo até mesmo postergar a necessidade de uso da levodopa então utilizando o inibidor da malb como a selegilina e a rasagilina Eu evito a transformação de dopamina em um metabólito chamado ácido 3 V CCO de hidroxifenil acético dopac logo eu tenho mais dopamina disponível naquele momento você não deve ter entendido muito bem porque eu falei que era interessante Esses medicamentos postergaram o início de uso da lev dopa né então acho que agora deve fazer algum sentido aí para você e mesmo nos pacientes que precisam já estar em tratamento com a lev
dopa os inhibidores da Malo podem ser úteis como adjuvantes nesse tratamento porque eles ajudam a lidar com esses efeitos on e off mas lembre-se que a gente viu bastante na aula de inibidores da mal que eles têm questões de efeitos adversos contraindicações interações então dá uma revisada naquela videoaula depois agonistas do receptor de dopamina Beleza a gente já percebeu que colocar essa dopamina no cérebro é um negócio meio complicado e se a gente tentar colocar outra coisa que emite a dopamina um agonista dopaminérgico antigamente era mais comum a gente utilizar uns agonistas dopaminérgicos que são
de derivados de um fungo chamado esporão do senteio como a bromocriptina mas hoje em dia a gente tende a usar muito mais outros agonistas dopaminérgicos que não são derivados desse fungo porque eles são mais bem tolerados então pode ser usado o rinol mas aqui no Brasil a gente usa especialmente o pramipexol que não é só um agonista do pinico D2 ele também pega os receptores D3 Então embora esses agonistas do pam enérgicos não sejam tão potentes quanto a levodopa eles são eficazes n a fase inicial da doença de parkson e podem reduzir esses efeitos adversos
que acontecem com o uso prolongado da levodopa como as flutuações motoras e de sinesi que vimos e no tratamento avançado da doença de parkon Esses medicamentos também podem ser úteis só que como codi vantes do tratamento da leva dopa reduzindo as complicações inclusive por curiosidade esses agonistas do parm enérgicos são os medicamentos de primeira escolha para tratar a síndrome da perna inquieta em que a pessoa normalmente quando ela tá sentada deitada ela sente uma urgência de ficar mexendo a perna e isso atrapalha muito a vida cotidiana né da pessoa Imagina você tentar dormir com a
urgência de ficar mexendo a perna a man tadina outro fármaco que vocês podem ouvir falar que é usado na doença de paron é a mant Adina ela na verdade é uma droga que foi desenvolvida como antiviral ela serve pra influenza mas se viu que ela tinha uma atividade dopaminérgica Então ela consegue potencializar o efeito da dopamina porque cons consegue aumentar a sua síntese e liberação e também INB a sua recaptação Apesar dela ser menos eficiente do que a leva dopa ela pode sim reduzir uns sintomas motores no paxo antimuscarínicos ou anticolinérgicos e por fim você
não deve aguentar mais falar de dopamina e meu Deus F ver quanta coisa é por isso que eu contei uma historinha Você Viu quanta coisa diferente a gente usa Mas ainda tem uma coisa bem diferente a gente pode usar no tratamento de doença de parson antimuscarínicos anticolinérgicos que vão agir nos receptores muscarínicos centrais como a benzotropina e o triexifenidil lembra que eu expliquei lá no início que na doença de parkon você tem a perda desses neurônios dopamin éticos Então você tem menos dopamina e um excesso de acetilcolina esses agentes antimuscarínicos vão Então ajudar a reduzir
o efeito desse excesso de acetilcolina esses fármacos conseguem ajudar principalmente com alguns sintomas como a rigidez e tremores mas não ajudam tanto assim em outros sintomas como a bradicinesia só que trabalhar para restaurar esse equilíbrio de dopamina e acetilcolina é especialmente importante para esses pacientes que têm muitos sintomas extrapiramidais então ajuda bastante eles reveja a vídeoaula de anticolinérgicos para você entender mais sobre Esses medicamentos efeitos adversos interações etc Espero que você tenha gostado dessa videoaula você pode adiantar já as próximas duas apoiando favon e você pode apoiar também curtindo o vídeo compartilhando com seus colegas
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