A Coragem da Verdade - Michel Foucault - Aula VIII (primeira hora)

Olá tudo bom com vocês eu espero que todos estejam bem no dia de hoje assim desejo ass intenciono Hoje venho com a aula do livro a coragem da Verdade aula do dia 21 de março de 1984 é a primeira hora desse livro né Michel Foucault a coragem da verdade e essa aula é a continuação né das discussões que o focou ele vai que ele traz né sobre o cínico sobre a vida cínica a vida dos cínicos né e nas aulas eh passadas ele tratou da vida não dissimulada da Vida Sem Mistura da vida reta e

a vida não dissimulada ela foi assim dramatizada pelos cínicos né como uma vida desavergonhada eh como já foi visto né a vida se mistura é uma vida dramatizada na forma de um despojamento voluntário né e uma espécie de deshonra e a vida reta é uma vida totalmente fora das Convenções então resumindo né é uma vida nua uma vida medicante uma vida bestial uma vida de impudor e de animalidade E aí ele vai dizer que tudo isso para o pensamento antigo era algo assim para aquela cultura algo difícil de aceitar né É É uma espécie de

careta a careta do filósofo que ele faz de si mesmo é é um espelho quebrado né que o o filósofo é chamado a ver E aí eh é é consumação de uma verdadeira vida filosófica né uma ou seja uma vida é realmente outra mas tem um quarto aspecto que o Foca ele vai tratar eh Nesta aula né que é a questão que é é é tratado pelo cínicos mas também por outros filósofos da antiguidade né que é a questão da vida Soberana né uma vida Soberana por exemplo é uma vida de da posse de si

eh ter soberania sobre si né ele vai dizer que existe uma série de formulações filosóficas sobre isso na antiguidade pertencer a si mesmo ter prazer para consigo eh ter gozo e prazer na para consigo né gozo em si mesmo buscar em si uma relação de alegria né mas essa relação eh do filósofo para consigo né e é também uma relação que se abre para o cuidado com os outros é o cuidado que se tem com os amigos né com com alunos né então o o sábio ele leva uma vida Soberana porque ele também gosta de

ser útil aos outros né E ao gênero humano então é a vida verdadeira é um exercício de soberania sobre si mas também eh ao mesmo tempo fazer bem aos outros essa questão da soberania né também foi retomado pelos cínicos como uma dramatização também certo eh como o cínico Rei mas Foucault vai dizer que eh os outros filósofos também trataram dessa questão né da da relação entre a monarquia e a filosofia e é uma questão importante na filosofia nessa discussão e aí Platão ele ele vai tratar sobre eh uma forma ideal de ser né aquele ponto

ideal e de um de uma espécie de monarquia né uma uma uma monarquia do filósofo que ele vai exercer sobre os outros né Eh o monarca filósofo ele vai garantir que cada alma eh tem a soberania sobre si Então seria eh a construção de uma cidade feliz uma cidade estável né aquela que deveria o que deveria ser né e e ficou também falar que os os estóicos também tem essa discussão em relação a essa questão da da soberania né porque para os estóicos o filósofo ele não só é aquele capaz de governar a si como

também ele ele é aquele capaz de governar os outros né a alma dos outros não só governa e guia sua própria alma como também governa e guia a alma dos outros né mas não só os que vivem dentro da cidade mas eh do gênero humano né em geral nesse sentido o filósofo ele é um rei entre os cínicos eh o cínico ele é o rei né inclusive né o Fô vai dizer que ele é o Ele é o único rei e em relação à à monarquia dos dos Reis Coroados o cínico ele é o o

antire né E aí ele vai ele vai fazer uma denúncia né Aqui tem uma denúncia em relação à à Realeza eh a realeza do dos Reis Coroados né a realeza política Quanto é uma ilusão né E aí eh por quê Porque a verdadeira soberania é aquela que se exerce sobre si existe então né É aquele célebre encontro que Foucault vai vai trazer aqui de quando eh Alexandre se encontra com o Diógenes né o único de que pode rivalizar com o Alexandre e Alexandre ele está na sua glória né está no auge da sua glória e

ele vai encontrar Diógenes E aí né Diógenes é o miserável né mas eh o verdadeiro rei ele ele não está certo baseado Na Força Na Autoridade né na armada o verdadeiro rei não é aquele que se pensa é o rei Coroado o rei que necessita de um exército necessita do autoritarismo né porque assim para Alexandre ser rei ele precisa contar com tudo isso ele precisa contar com Aliados com a Força Armada né então ele sabe que Diógenes apesar de ser um miserável né ele ele é o verdadeiro rei pela sua soberania sobre si Então Alexandre

diz né se eu não fosse Alexandre eu gostaria de ser Diógenes porque ele reconhece isso né já o Diógenes para exercer a sua soberania sobre si ele não precisa de nada né ele não precisa da educação pois Alexandre para ser rei ele precisou de uma paideia né de uma educação ele precisou eh nascer de uma família que trouxesse essa Realeza para ele né e e a e e diorges não diorges ele já é um Rei por natureza pela sua capacidade de ter soberania sobre si né e o reinado de Alexandre é um reinado frágil que

pelos reves do do destino poderiam sim perfeitamente cair né já de de Diógenes não né seria um reinado pleno não não teria essa possibilidade de de de cair né e O Reinado de dióis é um reinado que vem não pelo pela Conquista eh através de uma armada ou pela família ou pel uma educação né Ela vem por uma por uma por uma algo que veio na sua natureza que foi dado por Zeus né que seria a coragem Essa é aar essa é a monarquia de Diógenes né o sábio então Eh Alexandre para ser rei ele

teve que vencer vários inimigos igos né e e assim são inimigos externos pois os verdadeiros inimigos eles não são os inimigos externos né são os inimigos internos são os vícios os defeitos né e o sábio ele não tem os vícios eles ele não tem os defeitos né então o rei o rei filósofo ele nunca vai deixar de ser rei pois o é natureza né e o sábio ele não necessita doss Prazeres das regalias dos ornamentos que um rei tem né o o o cínico ele é um rei exatamente pelo seu despojamento ele é um rei

né que esconde a sua soberania no seu despojamento né é um rei que tá constantemente fazendo um trabalho de soberania sobre si e assim o o filósofo cínico ele rola na na neve no inverno né mostrando o limite o limite que se pode suportar a soberania que pode ter para consigo mesmo ele não fica numa fragilidade né Eh de uma vida voltada para as regalias e os prazeres como o o rei né Tem e e que por revés do destino isso poderia perfeitamente mudar né então o o cínico ele ele é rei pela resistência com

completa que tem sobre si e é um exercício e é uma também uma dedicação o sínico é um rei soberano né que também se ocupa dos outros né ele ele eh se ocupa em dar conselhos aos outros né é como se fosse uma relação de um médico a qual há esse conselho a esse cuidado né Ele é um instrumento de felicidade para os outros ele vai de casa em casa casa oferecendo seus conselhos né a todos que necessita eh mas isso se dá através de uma missão de combate não são eh conselhos assim amorosos são

medicações duras conselhos rudes né é um benfeitor agressivo que combate os vícios combate os defeitos eh e que que seus afeta seus interlocutores de maneira agressiva né e assim ele ele é um ele tem um combate espiritual contra As convenções contra os costumes contra as instituições contra as leis né e todo um estado de humanidade né então assim ele vai contra os vícios que afetam o gênero humano em geral e o e o objetivo é mudar o éos é mudar a moral é mudar o valor né é mudar as maneiras de viver o sínico ele

é um latente né o cínico é aquele que é um resistente ele tem uma vida despojada é uma vida de luta né e uma vida de Constru eh de exercício Perpétuo sobre si mesmo sobre provar a sua soberania né mas também é uma luta pela humanidade inteira e aí uma forma de representação né que foi tratado também na filosofia antiga em relação aos cínicos seria a figura de heracles né que recebeu uma missão e obedece e e ele então vai travar uma uma missão contra os vícios contra os defeitos mas não de si mesmo mas

dos outros né da humanidade de uma forma geral então ele é um um s é um tipo de referência né Eh na prática do discurso cínico né em relação a herac heracles né que é um que é um herói que não ele não é reconhecido assim como um brilhante como eh vitorioso né como os outros heróis eram representados mas como um é um herói assim humilhado né Eh que suscita piedade por pela sua dificuldade pela sua dureza pelos seus desafios e assim ele ele somente é reconhecido após sua morte então ele é o herói da

Resistência é o herói que sente frio que dorme no chão que que sente calor né É um herói é um herói mendigo é como se fosse um um rei oculto a vida militante filosófica não é própria dos cínicos né mas os cínicos eles tem uma peculiaridade em relação à Vida militante né a vida filosófica militante eh nas outras escolas da antiguidade se fazia em círculos fechados né através de uma escola de uma educação né Mas na vida militante cínico está relacionado em sacudir a a sociedade as pessoas né atacar As convenções os costumes os valores

e as instituições né onde onde repousa os vícios as fraquezas eh do gênero humano de forma geral né e é um é o militantismo contra o mundo né que que uma singularidade cínica né E essa essa forma essa maneira também foi retomada no cristianismo é um tema retomado no cristianismo né São Francisco de Assis por exemplo ele tem Essa militância cínica eu ao que também Jesus ter alguns traços nesse desse sentido né bem eu fico por aqui eu agradeço por quem assistiu esse vídeo muito obrigada l