Melanie Klein | Christian Dunker | Falando nIsso

[Música] bem-vindos a nos falando nío de hoje nesse canal YouTube e começando por dois pequenos avisos O primeiro é a lembrança de que quem quer apoiar aí o canal aumentar os nossos recursos para produção dos vídeos pode se inscrever no apoia-se e o bu vai colocar aí e o segundo é a lembrança da nossa parceria aí com a casa do saber que vocês podem ter aí o bônus ã para a inscrição nos cursos acho que é a inscrição anual e tem acesso a 260 cursos gravados né de de de vários eh vários psicanalistas filósofos pensadores

né e para a o nosso encontro de hoje eu gostaria de sugerir os cursos do Alexandre Patrício estão lá na casa do saber e que versam sobre Melanie Klein Então vamos lá eh Artur Alexandre dunker poderia falar sobre as relações entre melan Klein e Lacan eu vejo que ela é bem debatida na obra de Lacan mas não vejo muito mais a obra dela ser estudada a fundo Acho que sim Artur Alexandre muito bacana o conteúdo dunker poderia falar sobre Melanie Klein vejo que ela teve alguma influência no trabalho de Lacan mas às vezes sinto que

hoje não se fala mais muito do seu trabalho perfeito Emily Mendes chistian percebi que não tem vídeo sobre Klein aqui no canal poderia falar mais sobre ela J ackerman poderia fazer um vídeo sobre Melanie Klein Hugo Alejandro Professor parabéns pelo vídeo Chega a uma conclusão que falta faz o contato com feren Klein e Win na formação dos analistas lacanianos concordo elasticidade é fundamental na experiência analítica sim e quando fará um vídeo sobre assim chamada sogir inspirada né Divina sogir né que é a senhora Klein Melanie Klein segundo né esse essa nomeação proposta pelo Lacan Mayara

Andrade que vídeo magnífico que aula e um vídeo sobre a Klein seria também ótimo ótimo ótimo e bom gente então vou tentar fazer o possível né com a com a obra tão tão vasta tão interessante tão intrincada da Melanie Klein né E para isso já adianto eu vou me apoiar né nos nos nos textos dela mas em dois trabalhos de apoio que eu considero muito bons né um da Elisa Maria Ulhoa Cintra e do Luiz Claudio figueired meu ex orientador chamado melan Klein estilo e pensamento né um trabalho bem enxuto mais recente contemporâneo muito muito

bom e o outro já é o clássico né o mundo e a obra de Melanie Klein da feliz Gross curts que fez também uma reconstrução muito detalhada né dos debates entre e Melanie Klein e Anna Freud mas ah aqui modestamente vamos passar por alguns tópicos né dessa dessa grande autora né nascida em 1882 né E que tem uma uma infância família judia o pai era médico a mãe tinha um pequeno negócio né Eh mas que muito cedo é melan clire é atravessada por por perdas muito significativas né sua irmã sidon depois o seu irmão Emanuel

né Eh bom o o o seu pai vem também a falecer né e deixando a mãe numa numa situação muito muito difícil né de empobrecimento ela ela não consegue cursar a medicina acaba fazendo um curso eh de enfermagem né ou algo assim no campo da da saúde né e eh se casa então tem um casamento e vamos dizer assim não muito muito rico né E tem então dois filhos que vão fazer parte né da história da psicanálise o Hans porque é o primeiro paciente dela né então nós estamos aí nesses primórdios da psicanálise com crianças

em que os pais conhecidos né como no caso do pequeno Hans elas desenvolviam conversas com crianças eh conversas que estavam inspiradas atravessadas pela pela psicanálise então o o o o Freud atendeu né a sua filha Ana Freud a melan Klein atendeu ou teve essas tais conversas com com o hunz E tem também a Melita né Depois Melita schmideberg casado com Roger Glover que se torna psicanalista e que curiosamente confronta né a a mãe e tem também uma série de polêmicas com ela mas a a Melanie Klein toma contato com a psicanálise num contexto assim eh

um pouco diferente né tanto pelo seu percurso assim de classe né de eh de origem quanto pelo momento que ela chega na conversa nós estamos aí Entre 16 e 18 vamos lembrar no interior da primeira guerra mundial eh em 18 temos essa conferência tão importante do do do Freud né sobre os caminhos da da da psicanálise onde ele onde ele declara assim o interesse que a psicanálise converse mais comund de que ela esteja disponível PR as pessoas em geral que ela esteja presente na nas universidades né E nesse momento portanto emergência do que a Danton

Elizabeth Danton chama de a Rot vien né a Viena vermelha não é a Viena dos comunistas vi social democracia né da ideia de que todo mundo deve ter acesso à educação à cultura à saúde e que isso pode e deve ser oferecido pelo Estado como obrigação mesmo do Estado né e e e que o estado ampare e acolha a todos os seus cidadãos não apenas aqueles que trabalham por exemplo aqueles que têm um determinado cores censitário bom então é aí que ela entra se fascina com a com a psicanálise faz a sua primeira análise com

o feren em budapest né e em 1921 o marido é transferido pra Suécia o casamento não tá não tá muito bom ela ela vai para Berlim né Eh onde a gente tem ali a a a a famosa Policlínica de Berlim que inspirou depois eh os os os centros de formação e tratamento psicanalítico mundo afora que foi fechada pela eh pela pelos nazistas mas que então Melanie Klein aproveita esse esse ambiente para fazer sua segunda análise com K Abraham né que é um um expoente já da psicanálise os discípulos mais próximos do do Freud né um

recebeu um dos an participava lá do grupo mais seleto e que tinha lá suas ideias próprias né Principalmente ligadas a formação do que a gente poderia chamar assim de um certo ordenamento da psicopatologia psicanalítica o Abraham tem uma ideia e que vai e fazer carreira vamos dizer assim que é de ligar as diferentes organizações eh pulsionais com diferentes modalidades de amor né de laço com o outro de relação com o objeto e de modos de relação com a realidade né Isso vai essas três tópicos Vão marcar muito o pensamento né da melan Klein como por

exemplo a fase oral or organização e oral vai ser dividida por ele em oral primária e oral secundária né E aí ela vai ligar uma delas a dipsomania o alcoolismo outra a esquizofrenia daí ela vai pegar a fase anal e dizer tem a fase anal primária que a gente vai associar com a paranoia a fase anal secundária que a gente associa com a neurose obsessiva Daí vem a a a organização eh fálica e daí a gente tem a fálica primária Onde está eh a fobia fálica secundária onde está a histeria E aí a gente tem

o quê a fase genital fase genital ou organização genital em que tudo isso se integra né em que as ses parciais elas vão se se soldando né e formando então um certo modelo né de amar e ser amado um certo modelo de apreensão da realidade e um certo modelo de relação pulsional de relação com o prazer desprazer relação com a fantasia esse modelo né porque no fundo é uma forma de pensar assim psicopatologico ordenadamente que a gente não encontra eh tão pelo menos não encontra tão claramente delineada no Freud né psicopatologia freudiana ela é Ela

é cheia de recomeços novos recortes mudanças introdução de categoria sei lá neuros de angústia Eh que que que que são complementares mas que não vingam depois são substituídas por outras então o o Abraham tem essa tem essa grande esse grande mérito de ser um organizador né Tanto do ponto de vista eh vamos dizer assim da da da psicopatologia quanto do ponto de vista da formação psicanalítica né ele organizava a a Policlínica de Berlim então estabelecendo a necessidade da supervisão a necessidade da análise pessoal estabelecendo grupos de formação e leitura teóricos mais assim regrados né e

ele tá assim num ponto chave de institucionalização da psicanálise que pro Freud não era um grande tema ele até assim hesitava assim seria necessário ou não não se formar uma uma associação de psicanálise se seria assim importante ele acaba Ou pelo menos essa é uma versão bastante circulante ele acaba cedendo assim a As exigências do Max iton que era um grande financiador da psicanálise as exigências da da da da da geodis persão da psicanálise 23 ela tá ainda eh com Abraham em Berlim né Eh e depois vai no contexto da Guerra né Depois de a

aí 39 vai emigrar para Londres onde vai fazer e o grosso da sua carreira né onde vai se integrar Então como membro da sociedade internacional de psicanálise né Associação internacional de psicanálise e vai se estabelecer como uma uma pensadora que forma né E a escola né Paula ryman eh mais de uma forma ou de outra também B winicott eh a escola inglesa vamos dizer assim ela se desenvolve senão assim levando o pensamento de Milan Klein na frente né Joan rivier ah em Oposição a ele ou então em tentativa de conciliação com ele a Melanie Klein

morre em 1960 né Eh deixando aí um legado de estudos de trabalhos de escritos né a gente pode dizer assim tem duas duas obras que que pela forma já representam assim uma originalidade kleiniana A primeira é o o relato de uma caso de Psicose numa criança né o caso Dick Eh que que é vamos assim inédito não é ela descreve tratamento de uma condição eh diagnóstica considerada assim quase inacessível Irreversível né ela atende o dica entre 29 e 46 né e e e publica em 1930 já uma primeira versão desse material que a gente vai

falar com mais detalhes e o segundo o o segundo ineditismo da Melanie Clin né do ponto de vista da de obra é a psicanálise é o o narrativa da análise de uma criança o caso Richard né é um caso vamos dizer assim quase que longitudinalmente descrito em detalhe sessão a sessão onde a gente pode ter então aí uma um Vivo retrato do que que é essa evolução de um tratamento como ele vai como ele vem como ele como ele dá voltas é um trabalho muito muito bonito e até ser exaustivo do ponto de vista eh

Clínico né a a grande novidade trazida pela pela Melanie Klein é um certo modelo um certo entendimento eh inclusive e justificado né de que a gente pode atender crianças né bom mas mas em que termos né As crianças a gente traz as crianças põ Põe na sala e tal Em 1927 a na Freud filha do Freud já está lá em Londres eh também né Vai estar vai chegar em Londres um pouco depois melhor dizendo eh publica o tratamento psicanalítico das crianças né e e e nesse trabalho que assim dá um pouco assim de de de

continuidade para o ego e os mecanismos de defesa a Ana Freud argumenta eh que a psicanálise com as crianças devia ser um pouco assim combinada né uma um exercício meio híbrido entre educação e psicanálise propriamente dita porque nesse momento então com crianças assim pequenas a a separação entre a realidade e a fantasia não não está muito muito bem posta de tal maneira que assim o pai a mãe os familiares os cuidadores que habitam o mundo de fantasia não estão muito Discriminados daqueles Eh vamos dizer assim com quem a criança está efetiva e realmente vivendo vocês

lembram que pra psicanálise importa muito a experiência mas sobretudo como ela é elaborada como ela é incorporada como ela é introjetada né esse grande conceito do feren que a melan Klein vai pegar e dizer Opa Esso é muito importante como é que acontece a introjeção e quando acontece a introjeção como que a introjeção cria um uma um dispositivo de simbolização próprio né que o freed talvez reconheceu mas não percebeu A a extensão bom então a Ana freed argumentava que havia esse emparelhamento entre entre as figuras parentais da realidade e da fantasia então a gente devia

ao mesmo tempo educar criar cuidar e analisar a experiência do tratamento teria essa essa ambiguidade a Melanie Klein já em 1930 responde que não não não não é isso e não é isso pelo seguinte porque a Ana Freud está errando em dois pontos né O primeiro é de que ela situa muito tarde essa conflitiva né entre os pais da realidade e os pais da fantasia né Por quê Porque ela situa muito tarde a formação do eu então ela vai recuar né a formação do eu para os primeiros momentos para os primeiros meses de vida né

Eh e eh vai pontuar que já nesses primeiros momentos você tem angústias decisivas né entendendo angústia como a expressão subjetiva desses desses tais conflitos então eles não começam tão tarde né eles não começam Vamos pensar ali naquela indicação do freed Sobre o Complexo de é por volta dos 5 anos eles já estão presentes lá no começo e isso explica então uma um a entrada e o interesse por um conjunto de fenômenos com os quais a psicanálise não não tinha focado tanto assim que é a experiência do bebê né que a experiência de como como acontece

o desmame por exemplo o Fred tinha tinha conjetura S observações clínicas mas aan Klein vai lá e por que que ela precisa fazer isso porque ela recuou o ponto de formação do eu e ela associou a formação do Eu a justamente um certo tratamento da angústia um tratamento primitivo da angústia esse tratamento primitivo portanto vai ter uma relação com a pulsão de morte né com a idade com a intensidade com a incidência da pulsão de morte que no entender dela tava assim um pouco como uma disposição Dada como uma como cartas que você recebe ali

na origem o segundo ponto diz respeito a pra Ana Freud a criança não possuía assim os recursos expressivos né a possibilidade de falar em em termos de associação livre em termos de simbolização em termos de eh e vamos dizer assim laço de transferência de fato com o analista né A crianç não faz verdadeiramente transferência ela faz identificação que seria uma outra coisa melanine porque recua né a formação do eu ela vai dizer não não não pera aí a gente também tem fantasias muito primitivas e estas fantasias se expressam né articulam a pulsão desde sempre então

no tratamento a transferência tá dada e mais ela tá dada de uma forma mais intensa mais abrupta e que demanda interpretação mais rápido do que na clínica com adultos inverte né aquilo que seria assim o o o procedimento Clínico mais eh intuitivo para o acolhimento das Crianças com isso ela vai dizer assim as crianças têm essa possibilidade de fazer transferência Mas a gente pode imaginar que elas têm uma espécie de de linguagem mais acessível né ou de linguagem equivalente da associação livre é uma intuição simples e muito poderosa As crianças brincam As crianças brincam e

no seu brincar elas falam essa brincar tem estrutura de linguagem esse brincar tem estrutura de transferência porque elas brincam com o outro e se o outro for assim suficientemente acolhedor mais ou menos neutro eu puder assim Estar atento né a criança e e o que está acontecendo com ela nesse universo principalmente projetivo né falou introjeção agora ela vai dizer olha a transferência nas crianças ela é assim mais intensa porque ela contém altos graus de projeção né que que é a projeção eu tô falando de você mas no fundo tô falando de mim né eu tô

me dirigindo a você mas eu tô falando profundamente de mim né tá aí também uma concepção da interpretação e da transferência na melan Clin que vai ter com uma grande e ênfase no Inc e nunc como diz o Lacan né no aqui e agora né a transferência ela ela ela tem que ser acolhida no aqui agora ela ela ela tá sempre presente portanto na escuta do do analista é há sempre uma tradução na transferência de tudo o que o paciente fala diz faz percebe e etc essa essa essa é uma ideia né um conjunto de

ideias que ser perfeitamente acolhidas pelo Lacan mas junto com essas ideias vão vir problemas n problemas que são assim problemas reais em termos de metapsicologia da psicanálise O que que a gente tem eh como assim Eh o guarda-chuva mais extenso são as nossas relações de objeto né projeção introjeção melanic cline vai introduzir um conceito novo ainda que é identificação projetiva por clínica com crianças né eu me identifico mas eu me identifico projetando né em você aquilo que eu não consigo elaborar em mim é simples né aquilo que aquilo que eu nego em mim aquilo que

eu não suporto em mim aqueles afetos que estão ali acontecendo naquela hora ah quase virando angústia ou expostos na forma de angústia eu lanço eles para você e isso acontece principalmente no registro assim da agressividade ou a gente então vai radicalizar essa ideia né que dá origem todo um conjunto de teóricos e de clínicos dentro da psicanálise que são chamados né teóricos da da da relação de objeto né ou a gente vai ficar com uma alternativa naquele momento disponível que é a os teóricos da eh da angústia da pulsão da eh da ideia de que

você tem assim um um sistema que é primariamente ligado ao quantitativo e não ao relacional o quantitativo e suas defesas né o quantitativo e a o recalque a racionalização a cisão a projeção a identificação né Vejam Só todos esses processos eles seriam assim mecanismos de Defesa do quê do eu né o eu está se protegendo né mas o que que ela tá se protegendo por quê Porque dentro dele a partir de fora emergem então excessos funcionais que ela precisa elaborar né ou seja mas esses excessos elas estão em alguma medida entendidos de forma pré-relativística ou

inibe mas é tudo um caldeirão atômico né que se relaciona com outros caldeirões né Tudo bem mas ele ele por si só né na sua formação então enquanto enquanto aparelho psíquico enquanto Ego e etc pode pode ser compreendido né o outro modelo o modelo mais clano que tá sendo introduzido aqui e é o que a gente pode chamar de subjetividade compartilhada o começo ele não é um eu distinto separado um indivíduo ele é confusão ele é mistura ele é subjetividade Inter pada né daí toda essa gramática dos processos simbióticos dos processos de e confusão mental

de indiscriminação uma palavra kleiniana por Excelência né entre eu e o outro né Por quê Porque isso é uma conquista né é uma quando eu consigo me separar Olha só um ponto chave vai reaparecer lá no Lacan quando eu consigo me separar simbolicamente é porque eu já estou avançando aí no meu process processo de Constituição subjetiva e é um processo eh pensado de uma maneira diferente da melanic cline também diferente do lacam né porque não não tá baseado em grandes cortes né em que você tem emergência de novas estruturas que são assim como que eh

supervenientes ou seja elas criam novas regras novas leis que não se reduzem ao estado do sistema né estado anterior do sistema mas há um uma espécie de cromatismo na subjetividade né então Eh como ser um pouco como valon né um pouco assim como as crises os os obstáculos as angústias elas geram uma espécie de confusão de retorno a estados anteriores de eh indiferenciação né e isso é permanente né Isso é permanente Então você tem avanços E você tem recuros isso vai implicar também um modelo de psicopatologia diferente do lacante diferente da da Ana Freud para

Ana Freud a as psicopatologias se ordenam mais ou menos conforme assim a a excelência na simbolização das mais frágeis paraas mais pras mais assim eh eh intelectualmente identificadas com com a ciência pro Lacan a gente já tem estruturas que são mais ou menos estáveis eh baseadas basicamente nas formas de negação do desejo e da simbolização como negação e paraa melanic a gente tem um outro eixo de consideração da psicopatologia que é o eixo não não da neurose psicose mas é o eixo da mania depressão é o eixo dos afetos Então a gente tem aí sim

como os afetos são são contínuo né com as cores são contínuos vai passando de um para outro e volta pro anterior se misturam a gente tem então ah essa esse eixo que vai ser cara caracterizado na melanic cline por duas posições aí sim a gente pode falar numa aproximação com a ideia de estrutura com duas posições que se alternam mas também que se conquistam ao longo da Constituição do do eu da realidade e do símbolo três coisas cruzadas emparelhadas aí na melan Klein né então Eh quando a gente tem eh a organização vamos chamar assim

esquis Paranoid né a gente vai ter um processo de clivagem né de divisão interna né em que a criança diante da angústia interna externa só essa essa ligação aí que a Melanie Klein faz e com a o conceito de fantasia dela crucial para para essa correlação entre o intr subjetivo e o intersubjetivo quando quando isso aparece e o eu não tem condições de elaborar simbolicamente esse essa angústia o eu se sim splitting tá ela ela se separa né ela vira dois e eh essa duplicação do Eu a essa duplicação do eu corresponde uma duplicação do

objeto então aí vai nascer essas esses dois conceitos bastante conhecidos clan que é o sei o bom e eu sei o mau né o sei o bom sei o mal não é um e outro mas é Ou aquele que aparece como fonte de prazer sacio segurança Eh amor aquele que que que que confere eh essa apoio entre nutrição e satisfação né Eh se o bom e o se mal é aquele que não vem é aquele que não está é aquele que tá ausente e aquele que que leva a criança a se perguntar por que que

ela não vem tem lá Alucinação primária descrita né pelo Fred mas incrementada paraa Melanie Clin a criança alucina o seio mas ela alucina o seio e daí o seio não vem ela ela grita daí aparece a mãe daí a mãe dá o seio mas o seio que a mãe dá não é aquele que a criança alucinou e não é aquele que ela teve em primeiro lugar portanto há sempre nesse seio que chega já uma divisão entre o que ela consegue atualizar de satisfação e prazer e o que que ela eh vai se identificar com o

desprazer e com uma espécie de ressentimento básico a Melanie Klein vai observar os bebês Daí vem aí a sterbik né essa grande observadora de crianças né E lá da tav stock ela vai observar a criança e ela vai dizer assim olha tem muitos casos em que você deixa a criança chorando muito e daí quando a mãe vem ela não quer ela não quer o seio ela tá com fome mas ela não quer como se houvesse uma espécie de ressentimento primário na criança que diz assim agora que você me fez criar essa divisão você fica vamos

dizer assim indiferente a mim eu não eu eu não eu não me interesso mais por você eu quero destruir você como eu interpreto que você quer me destruir ali naquele primeiro momento em que você não estava presente em que você não estava unificada em que você não ah não não não não ã correspondeu à minha expectativa e a minha fantasia então isso gera então uma um movimento de sindir né esquizo paranoide ser perseguido n Estou sendo perseguido por esse objeto ma que eu criei mas que eu não reconheço que eu criei Daí vem a ideia

da projeção Estou sendo perseguido pelas minhas próprias projeções que eu não reconheço como Tais e que me vem dessa separação primária esquizo paranoia né que é um dos eixos né da a psicopatologia Contra esse eixo ela vai dizer assim ao longo do processo de formação do eu e de transformação das relações de objeto que que o eu acaba conquistando né Ah bom possibilidade de incorporar né os traços bons e maus do seio organizando uma unidade do objeto e separando esse objeto do eu que recebe por sua vez que conquista por sua vez uma nova unidade

né então todo o problema é como se sai da fragmentação da divisão eh da descontinuidade E cria né um outro que é um outro Ou seja eu posso perceber o outro como um outro real né que pode ser bom que pode ser mau que pode me fazer coisas que eu não gosto mas ela ela está fazendo isso a partir de uma certa exterioridade e não como um fantoche um replicante das minhas próprias emoções agressivas mal resolvidas né mal Integradas é a palavra chave aí então para fazer esse passo o que que eu preciso um tipo

de luto um tipo de assim reconhecimento de que aquele objeto lá do começo foi perdido e que o que a minha fantasia me dá é justamente uma fantasia ou seja uma restituição imaginária de um objeto real que você foi Olha aí a o seminário 4ro do Lacan né ele tá dialogando com isso e ele tá no fundo tomando uma posição meio esguia assim el a melan kin tem Total razão aqui inclusive lá no seminário um eu eu eu eu mostrei como Melanie Kleine foi brilhante no caso Dick porque ela percebeu né E que aquela criança

que estava totalmente privada que estava totalmente desorganizada ia podia se se organizar simb icamente a partir das palavras que ela punha no Dick ó lá das palavras que ela injetava no Dick vamos fazer então um pequeno parênteses para falar desse caso né uma criança muito pequena que falava muito pouco né Eh o lobo exprimia assim Gritos e entra na na na sala da melan clan fica batendo o Trenzinho né no chão no outro trem e ela tava basicamente alienado né da do seu contato com o outro tanto que ele recebe um diagnóstico muito precoce de

esquizofrenia e a melan Clin então começa a na sua prática né Ó lá tinha o Trenzinho ludoterapia na sua prática de escuta das crianças ela começa a traduzir esses gestos né Ah então você tá batendo o Trenzinho no chão bom isso é você está Ah tentando colocar de novo ã o trem dentro dentro da barriga da sua mãe colocar o Dick dentro da barriga da sua mãe agora você está batendo um trem contra o outro você tá ã falando que não gostou quando chegou o seu irmão eh e e e na medida que ela vai

fazendo essas interpretações O que é próprio do não só do estilo mas da teoria clínica da que a gente viu né trans transferência precoce fantasias atualizadas precocemente angústias precoces e interpretação precoce também ela recebe o Dick como começa a falar com o Dick né começa a a ver sentido naquilo que outros diam isso aqui é um comportamento errático isso aqui é um e ela tá falando consigo Talvez hoje alguém dissesse ela tá num estado de autismo né então eu não eu não tenho contato com ele a melan Klein vai lá e inventa uma maneira de

criar esse contato valoriza o Lacan pelas palavras né e a partir das palavras eh Ela parece asender a um nível de sbol iação que separa então melhor a realidade né da Fantasia o eu do outro e o Dick vai melhorando e conforme a melan Klein se aplica né nesse nesse longo tratamento Então a gente tem aí um modelo né dessa dessa ideia da esquis paranoia né e do outro lado da formação do símbolo como o rumo né como caminho como processo que passa então pelo pelo luto né e mas que chega numa depressão depressão aqui

não tem nada que ver com o que a gente modernamente chama de depressão que todo mundo sofre que todo mundo tem na verdade seria Quase que o contrário né aquele deprimido Clínico né aquele deprimido que toma antidepressivos etc crônico ele não consegue fazer Justamente a depressão no sentido da posição depressivo ele não consegue perder né ele pseudo perde né ele perde mas ainda continua continua preso por exemplo há um grande tema na melan cline que é esse objeto cindido entre o seio mão e o seio mau o que vai acontecer com o seio bom ele

vai ser idealizado então ele começa a ficar hiper potente ele começa a ficar hiper protetor ele começa a ficar vamos dizer assim uma espécie de de super capaz de super amar a criança e isso produz efeitos relacionais desastrosos né porque nenhum objeto que se apareça né objeto quer dizer outra pessoa eh vai estar à altura dessa idealização o que confirma né e realimenta o funcionamento esquis o paranoide e as identificações projetivas contenda entre entre melan Klein e e an Freud vai tomar anos décadas vai dividir a o movimento psicanalítico vai dividir a a sociedade Britânica

de psicanálise em três grupos né o grupo kleiniano o grupo eh da Ana Freud e o Middle group né o grupo dos Independentes que tentavam fazer alguma alguma composição entre entre essas duas que que foram assim dobrando a aposta e uma tinha o pai Freud atrás de si a outra tinha brilhantes e jovens pesquisadoras atrás dela e essa e essa polêmica né E ela atravessa a guerra até o ponto né daquelas anedotas em que um dia as duas estão brigando e começam a cair as bombas sobre Londres e o inic tem que intervir dizer calma

gente eh vocês estão brigando aí tem a fantasia tem os conceitos mas olha só o o mundo tá caindo sobre nossa cabeça nos seus momentos então ã mais maduros né a gente vai ter esses trabalhos de 46 a Eh desculpa de 46 a 63 né reunidos em inveja e gratidão temas ã que que que de certa forma pararam um pouco de circular a na psicanálise teoria psicanalítica da melanic cline é uma resposta a essa simplificação que às vezes a gente escuta por aí sobre o que o Frey teria dito sobre a inveja do pênis ah

inveja do pênis é inveja e então as mulheres tem t inveja do homem não ela e isso é dito sem sem a complexidade que melan Klein vai introduzir no conceito de inveja né quer dizer tematização desse afeto e que vai derrogar que vai criticar o uso que o Freud faz né simples no entender dela né do do do da do do pênis k como como inveja do pênis né então aqui a gente tem um outro eh afeto né muito importante na clínica eh kainana que é a gratidão né então o o neurótico eh por definição

o ingrato né aquela que não que não consegue receber e portanto não consegue dar né E a gente tem uma uma teoria do amor né sendo sendo desenvolvida e que decorre dos trabalhos iniciais da Melanie Klein né que foram reunidos aqui de 21 a 45 em amor culpa e reparação né outro conceito sensacional pouco desenvolvido Lacan quase não falou sobre isso me parece assim da mais alta importância pra gente entender que que que como é que a psicanálise funciona eh Por que que às vezes dá certo às vezes não dá o que que a gente

tem que fazer né tem que fazer reparação essa resposta da melan Klein Reparação por quê Porque você agrediu objetos porque as suas fantasias fragmentaram um o outro porque há impulsos agressivos porque há pulsão de morte ou seja tudo isso tudo isso que a gente pode dizer asse caldeirão eh venenoso ela vai dizer é possível reconstruir é possível refazer mas para isso tem que haver integração do eu diferenciação do objeto reunião do objeto e então reparação conserto né que é o que a culpa não permite fazer a culpa seja a culpa de si seja a culpa

do outro ela interfere nesse processo de reparação isso a gente tem até eh sinalizado insistido né quer dizer a nossa cultura contemporânea eh o Brasil é muita Culpa É muita a sua culpa a minha culpa quem é que não fez muita idealização pouca reparação né Pouca pouco deslocamento para eh mais além da culpa que esse trabalho então de reparação veja como a gente fala disso e na tematização política né quer dizer os desaparecidos as vítimas de violência do Estado O que que a gente quer né ah o racismo Ah o opressão eh de gênero O

que que a gente quer a gente quer reparação a gente não quer culpa a gente não quer inversão de agressividade a gente não quer Eh simetria né vamos dizer assim dos dos afetos projetivos e identificatórios como é que a gente supera isso passando da projeção né quer dizer é o outro é sempre o outro é você ocupado para a introjeção traduzindo no no esquema lacaniano dizer é isso parecido com H Qual é a parte que te cabe nesse latifúndio né quer dizer que de que forma você tá concorrendo para que o mundo permaneça como está

para se apresente a você como como em ruínas né que que que você tem a ver com isso né quem não entende a diferença de culpa implicação e reparação vai dizer ah você está culpando a vítima não é verdade tem que ler Melanie Klein para sair dessa pequenez teórica e prática bom aí a gente poderia falar de como a a as os trabalhos da melan CL sobre a formação do superu a partir né dos Estados esquizoides pouco estudados pelos lacanianos né nesse meu livro aí sobre o sobre o luto eu tentei mostrar isso olha tem

um tem uma estrutura aqui que a gente não não pensa muito bem né que e são as estruturas melancólicas Por que que a gente não pensa muito bem porque para pensaras a gente precisaria entender um pouco melhor esses processos Nos quais a Melanie Klein passou né assim a sua a sua boa parte da sua carreira da sua vida né que são os processos de dissociação n dissociar não é recalcar dissociar não é negar dissociar é é outra coisa e que tem que ver então com a formação dessa superg precoce lembra que ela adiantou formação do

eu ela também vai adiantar a formação do suere eu falando superu materno arcaico feroz que o lac vai chamar de a mãe jacaré a mãe que tá com o bebê na sua na sua boca é pergunta pro bebê né O que que eu vou fazer agora vou te morder ou ou ou vou te largar Se você adivinhar o que eu faço eu te solto mas para adivinhar o que o mãe jacaré vai fazer você você tem que fazer alguma coisa e bom ela tem sempre razão né E esse o sug materno Infernal né que a

Melanie Klein descreveu com muita precisão Então tá aí uma um recorte uma introdução bastante assistemática né Tem várias outras coisas os casos né que a gente não passou eh da herna e onde ela descobre as defesas maníacas out ideia que b não escuto mais né as pessoas que se defendem né fazendo coisas como tem defesa maníaca por aí né mas a gente esqueceu um pouco do conceito né Eh o o caso do Richard a gente já falou né mas enfim a Melanie Klein ela é assim mão na massa né o que ela tem de de

frits né Eh Rita o que ela tem de casos e como ela pensa clinicamente a partir doss casos é algo que a gente PR revalorizar retomar relembrar então abraço depressivo Canoa de aquon e ela vai assim mediando pelo Rio de um lado esquis outro lado paranoide mas existe um caminho integrativo existe um caminho de reparação É isso aí escreva-se no canal aperte aqui no aqu vebo e vamos em [Música] frente [Música] [Música] k