39 milhões de pessoas vivem com HIV no mundo e quase 3S qu4 dessas mulheres e homens estão com a carga viral indetectável ou seja risco zero de transmissão mesmo assim em 2022 aid tirou a vida de uma pessoa por minuto quais os caminhos para acabar com a aides como uma ameaça à saúde pública as metas de 95 95 downs apontam um caminho A ideia é que até 2030 95% das pessoas que vivem com HIV saibam que tem o vírus das pessoas que sabem 95% estejam em tratamento e das pessoas que estejam em tratamento 95% estejam
com vírus indetectável com esses objetivos atingidos o HIV e a aides podem deixar de ser um problema de saúde pública uma jornada difícil mas que pode ser [Música] [Aplausos] alcançado jovens homens gays e bissexuais são os mais expostos à infecção pelo HIV vida sexual ativa afastamento das fases mais críticas da epidemia e desconhecimento dos novos métodos de prevenção tornam a a população mais vulnerável e em pleno século XXI preconceito e homofobia impedem uma conversa aberta sobre sexo e o acesso aos exames foi assim com Dejair Gomes estudante de enfermagem que recebeu diagnóstico aos 18 anos
e não tem ideia de quando se infectou Oi eu sou Dejair Sou estudante de enfermagem Moro em Sergipe e descobri que vive com HIV quando fui doar sangue conta pra gente quando que você e teve o diagnóstico de HIV eu tive o meu diagnóstico quando eu tinha 18 anos eu tava na universidade de enfermagem no segundo período a gente foi visitar o centro de doação de sangue lá da cidade E aí eu resolvi doar sangue porque eu sempre quis mas não tinha muito tempo por causa do trabalho e daí quando eu fiz o cadastro para
doar sangue eles fazem todos os exames né E aí Através disso foi que eu tive o meu diagnóstico você já tinha pensado nessa possibilidade antes você tinha algum tipo de informação sobre a HIV e como que foi isso infelizmente eu não tinha nenhuma informação antes não sabia nem onde fazer teste não sabia que existia PEP o prep não sabia de nada disso E aí quando eu fi doar sangue foi até uma surpresa né porque eu esperava que eu continuasse doando sangue e a partir daí eu comecei o meu tratamento né ja entre você teru diagnóstico
e começar a tomar o remédio Demorou quanto tempo um mês um mês entre você começar a tomar o remédio e você ficar indetectável Demorou quanto tempo um mês um mês então em dois meses do teu diagnóstico você tava indetectável O que significa zero risco de transmissão você acha que as pessoas têm essa noção ou ainda não elas ainda não têm essa noção Muitas pessoas não acreditam que o tratamento é eficaz que quando você tá indetectável você não transmite mais infelizmente o preconceito faz com que as pessoas não acreditem na ciência né e pras redes sociais
para você é importante é é bom ou é pesado eu acho importante acho essencial e eu tenho muitas pessoas lá da minha cidade que voltaram a fazer o tratamento através dos meus vídeos que elas se sentem mais elas se sentem melhor vem dos meus vídeos elas sentem acolhidas elas vem a informação de verdade e vem que realmente é importante continuar o seu tratamento e não ligam muito pro julgamento sabe se empoderam com os conteúdos que eu faço você sabe que a gente tá hoje aqui fazendo essa entrevista propositalmente né no espaço cultural Renato Russo aqui
em Brasília né E que mensagem você acha que ficou de toda essa história do Renato Russo você acha que isso tá chegando até hoje nas gerações dos mais jovens todos esses artistas que faleceram naquela época que ainda não tinham tratamento eficaz eles trazem essa mensagem pra gente de que todos eles foram tipo os primeiros saudados para que a gente pudesse estar aqui hoje né na última década é muito nítido que os grupos que estão com o ponteiro acelerando que cada vez mais pessoas estão se infectando são homens jovens com menos de 30 anos eh preponderantemente
gays e bissexuais eu gosto de dizer por exemplo que eh no quintal dos homens gays jovens e no quintal das mulheres tranos e travestis tá chovendo bastante essas pessoas precisam saber disso que tá chovendo mais do que no quintal das outras pessoas do Brasil para que elas possam se proteger na década de 80 era comum as pessoas não revelarem o diagnóstico do HIV com receio do estigma e do preconceito agora as redes sociais se tornaram espaços para as pessoas que vivem com vírus compartilharem as suas experiências e se tornaram um ponto muito importante para desmistificar
o medo e reduzir o [Música] preconceito Oi gente eu sou o Alan eu tenho mais de 170.000 seguidores nas redes sociais onde falo sobre a minha rotina vivendo com HIV eu sempre fui uma pessoa extremamente sorofi uma coisa muito distante de mim para mim há 4 anos atrás nunca que eu teria acesso ao HIV porque eu sempre tive em Em relacionamentos estáveis estáveis né E sempre fui monogâmico Então para mim era uma coisa completamente distante Qual foi tua primeira reação né quando você recebe esse primeiro teste a primeira reação que eu tive óbvio que foi
um desespero muito grande né Eu tava na mesa do meu trabalho e a quando nem passava pela minha cabeça a Quando cheguei no bendito tava lá reagente para HIV aí eu fiquei tipo uma hora parada em frente ao computador tentando associar E aí passa um filme pela nossa cabeça já não tinha sido fácil até ali e eu falei meu Deus e agora como é que vai ser né esse período do diagnóstico ao ao lançamento do canal que foi quando eu falei para todo mundo foram no máximo dois meses você recebe muito relato o tempo todo
o tempo todo assim é todo dia pelo menos 10 15 mensagens de pessoas que estão acabaram que acabaram de receber o diagnóstico é o tempo [Música] todo você sente algum efeito colateral por causa do tratamento uma porcentagem muito pequena de pessoa qualquer tipo de efeito colateral os medicamentos atuais são medicamentos modernos olhando pro Alan de antes do diagnóstico e o Alan de hoje o que que mudou a minha história é até engraçado né porque uma coisa que era para para ser um peso na minha vida acabou transformando ressignificando tudo de uma maneira que hoje me
dá voz me dá não sei se reconhecimento é a palavra mas de alguma forma eu consigo me conectar com as pessoas mesmo de long de alguma forma elas conseguem se identificar comigo com a minha história ressignificar o diagnóstico de HIV é essencial e para quem trabalha com Arte isso pode acontecer através da música Foi Assim para o Leandro Bueno que fez um álbum contando suas histórias Leandro Se você pudesse pensar escolher uma frase de alguma das músicas do teu álbum né do do mundo positivo que traduz eh resume e traduz tudo isso que você falou
que que frase que seria essa tem uma frase que ela fala Não se sinta mal por mim a cada dose reduzir seu pensamento Não se sinta mal por mim ignorância mata mais do que veneno é isso Não se sinta mal por mim eu não quero passar meu diagnóstico para alguém para elas sentir que eu sou um cuitado que eu tô enfermo nada disso eu só tô passando mais uma informação para ela e que ignorância mata muito mais do que veneno conseguir traduzir toda essa experiência todas essas vivências em música que para mim é o que
eu sei fazer a única coisa que eu sei fazer e e e eu vi a partir desse momento né 2020 a importância de falar sobre isso a importância de trazer esse assunto pra pauta é importante a importância de trazer informação PR as pessoas Você já ouviu falar de prep e PEP se não conhece preste atenção nessas duas siglas são métodos de prevenção que impedem a infecção pelo HIV mesmo se a pessoa tiver entrado em contato com o vírus são distribuídas gratuitamente pelo SUS Sistema Único de Saúde e tem contribuído pra redução dos novos casos prep
é uma sigla do inglês para profilaxia pré-exposição que é o método de prevenção contra o HIV que utiliza medicamentos tomada de remédio a prep ela quando tomada comprimidinhos com antirretrovirais de maneira adequada de maneira como recomendada pelo profissional de saúde ela consegue diminuir em mais de 90 90 95% as infecções por HIV já temos quase 100.000 pessoas tomando prep pelo SUS no Brasil o que é muito legal devemos comemorar Sem dúvida nenhuma o Brasil na América Latina e Caribe é o país que mais conseguiu fazer esse trabalho de ampliação do acesso a prep bem feito
o Thiago conhecido como o Todd foi um pioneiro no uso de prep no Brasil e participou de um estudo logo quando o medicamento ainda estava em fase de pesquisa eu conversei com ele em um documentário gravado em 2015 de lá para cá Muitas coisas aconteceram e vamos ver como ele está hoje qual que foi a importância de você participar né ser um dos Pioneiros né E nesse teste da pré praxia pré-exposição no Brasil eu conhecia já desde 2011 que era o ano que eu eh cheguei em São Paulo mas só quando eu consegui mesmo entrar
no projeto de pesquisa de 2 final de 2014 é que realmente a coisa pegou assim para mim porque era eu tinha realmente muito medo assim de eh contrair o GV e hoje obviamente eh eu já sei muito muito mais do que sabia né em 2015 mas eh mesmo ali mesmo namorando eu ainda tinha algumas dúvidas com relação a a principalmente né número de pacientas sexuais outras coisas que aconteciam ali que estavam presentes na minha vida mas eu eu eu não tinha consciência exatamente eh de tudo isso foi foi realmente um uma coisa muito importante para
mim você ficou usando o prep direto desde o estudo lá de 2014/25 até 2022 você ficou todo esse período do no pré isso todo esse período na pré até maio de 2022 e coincidência ou não Hoje eu tô voltando né aqui para literalmente hoje assim consulta com o médico foi hoje cedo e tô aqui com os exames e aí eu vou lá buscar eh tô fazendo agora no particular e aí eu vou buscar no SUS né os medicamentos você recomenda PR as pessoas Recomendo o máximo que eu posso eh eu falo sobre isso eh acho
que o mais difícil é você convencer uma pessoa de que tomar um medicamento todo dia para não tomar um medicamento todo dia é é algo que faz sentido tanto a gente já sabe que indetectável não não transmite quanto a gente sabe quem faz prep não pode pegar no Brasil quase 1 milhão de pessoas vivem com vírus HIV e 90% sabe das que recebem tratamento gratuitamente no SUS mais de 650 tem o vírus indetectável o que isso significa elas não transmitem o vírus podem ter uma vida saudável e filhos sem o HIV mais saúde e menos
estigma meu nome é thí e eu vivo com HIV Há 9 anos sou casada mãe de um filho e uma filha todos negativos do vírus conta pra gente qual é a tua história né como que foi essa tua relação né com o HIV como que isso começou sim em 2014 Começou quando eu tive um namorado e a gente namorou um ano e pouquinho né eu conheci ele numa festa aqui em São Paulo e no no ele teve uma pneumonia depois ele teve uma segunda pneumonia ele ficou muito doente e eu achei que era por causa
né que ele era fumante Ele me falou que era por isso já né no no leito de morte a família resolveu me contar que o que ele tinha era aides já num estágio avançado eh eu fiz meu exame acho que naquela mesma semana fiz um teste rápido e meu resultado foi positivo porque logo no começo do relacionamento eu já não usava preservativo né Por confiança por uma mistura de Inocência talvez com com confiança com gostar da pessoa thí como foi aos 30 e poucos anos de idade né Eh descobrir que você tava vivendo com HIV
é uma preocupação que já tinha passado pela tua cabeça como Isso mudou a tua história como que isso impactou a tua emoção e a tua vida né Eu acho que foi bem difícil assim porque por mais que eu soubesse que muita coisa mudou dos anos para cá eu não tinha tanta informação né sobre indetectável sobre e você poder ter filhos tudo isso eu não tinha eu não sabia muito sobre isso mas sabia que não pegava no beijo né sabia que tinha evoluído mas ainda assim eu não tinha zero contato eu tinha uma imagem que era
algo muito distante de mim né E como que foi que você conheceu o Rodrigo a gente saía juntos né tinha muitos amigos em comum e E aí acho que um dia a gente ficou né ficou E aí a gente se apaix apaixonou eu me apaixonei pelo menos se acho que ele também eu não contei de cara né do do HIV muita gente né julga me julga na internet por não ter dito que fala você fez com ele o que seu ex-namorado fez com você eu falo não gente meu ex-namorado tinha ides a gente não usava
preservativo com Rodrigo eu estava indetectável tomando um remédio não infectavel para contar não queria que fosse assim e aí o Rodrigo super rindo lá né que a gente tinha bebido um pongo eu falei o Rodrigo falou Calma eu não tenho nada falei mas eu tenho E aí saiu tudo né eu morri de chorar contei a história inteira meu ex-namorado morreu na realidade de de aides eh eu eu tenho HIV tratava tentei explicar ali tudo ali num num muita emoção né porque eu tava né descompensada assim e o Rodrigo de uma maneira muito genuína e madura
né fora da curva ele falou Taís eu não vou embora que tipo de homem eu seria eh se eu não ficasse com você quando você mais precisasse e eu vou ficar e aí ficou mesmo né estamos aí há 8 [Música] anos queria ouvir do Rodrigo então Rodrigo como foi isso né assim a o primeiro Bat o primeiro Impacto quando ta te contou isso né como Você processou isso né na verdade no no momento ali que ela que ela contou né que ela ela falou sobre sobre a doença para mim foi um choque grande assim eh
eu levei uns minutos ali para organizar na na minha cabeça mas eh como eu não tinha muita informação né sobre hoje eu conheço muito mais sobre o assunto mas naquela época não tinha nada de de informação eu falei putz meu peguei é tô tô com a doença também mas thí me levou no no infectologista dela eu pude tirar todas as dúvidas ali as as mais simples Até as mais complexas ele explicou muito bem e aí eu fui organizando isso na na minha cabeça né hoje temos João com seis Olívia com cinco eles são soro diferentes
explica pra gente essa história do soro diferente ou algumas pessoas explicam que são negativos explica isso um pouquinho pra gente tá isso eles não nasceram com vírus né eles são negativos do do do vírus eh e hoje é como se eles não tivessem tido nenhum contato eh com vírus que eu que que é o que eu acho mais incrível né Gente eu sendo uma mulher HIV positivo Rodrigo não tendo vírus eu ter gerado né então eu sempre brinco com isso quando alguém não quer dividir o copo comigo eu falo gente eu gerei um bebê na
minha barriga né HIV controlad Dinho é o que a gente chama de carga viral indetectável que é isso carga viral é um exame de sangue que procura pelo HIV no sangue da pessoa e tenta quantificar quantas cópias de HIV tem ali naquele sangue se eu tô fazendo meu tratamento direitinho com remédio eu não encontro nenhum virin para contar história então a gente diz hoje que indetectável é igual a zero risco de [Música] transmissão nessa a nossa história né Eu tive muito acolhimento ti muita gente maravilhosa meus amigos né minha família mas não é assim né
Jairo o Lili é um homem trans que vive com haiv desde que nasceu há 33 anos foi infectado por transmissão vertical Quando a mãe passa o vírus para o bebê ele participou do documentário que gravamos em 2015 antes de fazer a transição e a gente vai saber como ele está hoje que que mudou como a gente avançou do ponto de vista técnico né como a gente tem bons medicamentos agora como a gente tá avançado na pesquisa no entendimento do HIV mas P de vista social a gente ainda se esbarra no estigma na discriminação a erradicação
da aides ela está dentro de um um projeto de sociedade né E aí nesse sentido não adianta a gente pensar né as metas e e as estratégias só em âmbito da saúde assim todos os setores eles precisam estar em comunicação né a gente precisa levar essa discussão também a nível da educação da Cultura né trazer uma discussão sobre moradia de geração de renda tudo isso converge PR erradicação da aides diz que meu sangue é podre te assusta o GAE também foi entrevistado em 2015 ele vive com HIV e tinha a carga viral indetectável sempre gostou
de transformar suas experiências em arte vamos saber como ele está quase 10 anos depois que que mudou ga sempre refletia muito sobre a questão do do meu diagnóstico ter vindo aos 18 anos né que é o momento quando a gente tá se encaminhando pra vida adulta tá decidindo que adulto que a gente quer ser né que que membro da sociedade a gente quer ser e e nos últimos 8 anos eu fiz um esforço muito grande de repensar isso e a música Tem tem conduzido bastante isso porque de de todas as minhas empreitadas ela é a
que se tornou mais sustentável Eu compus essa música Sorria e tem uma frase que coloca isso muito bem né A gente só explode quando morre a gente só explode quando morre se eu explodir com vocês vocês vão [Música] ouvir Mas pde então usar a música para falar de HIV ides e nos meus termos também né usei a música para dizer ó pessoas que vivem com HIV não estão aqui para servir de Outdoor para nada não a gente tá vivendo a gente é mais que isso a gente é [Música] potência mesmo com todos os avanços nas
medicações e pesquisas a eliminação da epidemia do HIV não depende só da tecnologia passa por políticas públicas que levem em consideração as questões [Música] sociais Olá meu nome é pil sou travesti mulher trans enfermeira e o meu trabalho é voltado pra prevenção do HIV e aides para pessoas trans travestis e não binárias você é uma Pioneira né você foi aea primeira travesti a se formar né e na úp de Ribeirão Preto e foi a primeira né travesti a trabalhar na Secretaria Municipal de Saúde de São Paulo eh qual a importância disso Olha Jairo a a
história da epidemia do HIV ela tem uma personagem que tem uma representatividade muito importante que foi brendali né uma travesti que abriu a porta da casa dela para cuidar de pessoas vendo com HIV e depois de mais de 30 anos a gente ter dentro de um órgão público uma travesti uma uma mulher trans trazendo essa representatividade eu acho que é um pouco do retorno da nossa luta hoje a gente a gente considera o grupo das mulheres TRANS e travestis eh eh um dos grupos mais vulneráveis à infecção pelo vírus HIV Quais são as barreiras Quais
são as dificuldades porque esse grupo ainda é tão vulnerável Alini então a população de pessoas trans no geral é uma população que tem muita dificuldade de chegar nos ambientes de saúde e quando chega é difícil se manter dentro desse ambiente né Uma das coisas que Poderia auxiliar bastante seria a diminuição de Barreiras do acesso e o respeito peito no tratamento a Sabrina é uma mulher trans que vive em calcaia no Ceará quando teve o diagnóstico do HIV há 14 anos não tinha informações sobre o vírus hoje fala nas redes sociais sobre o assunto e serve
como rede de apoio para muita gente né conta pra gente eh quando você teve esse diagnóstico e eh e e e como que foi né O que que você sentiu ao ter esse diagnóstico para mim foi um momento muito delicado né não na questão da da aceitação né porque eu quando eu recebi meu diagnóstico já aceitei né e corri atrás de fazer o tratamento mas sim nas na na situação das coisas que aconteceram após meu diagnóstico né paraa gente é algo muito difícil né de a gente encarar isso de a gente não demonstrar porque é
bem difícil de a gente eh dizer nó Nossa isso aconteceu comigo você sentiu preconceito como que foi isso é na época eu trabalhava numa casa de família né então quando eu eu recebi o resultado eu fui muito sincera com eles né até mesmo porque eles já sabiam que eu estava doente né então eles estavam acompanhando esse processo e eu falei para eles que eu que eu tinha feito né tinha recebido o resultado que pode ter sido o medo né a falta de informação deles que preferiram não continuar mais com comigo né para mim naquele momento
ali foi que a realidade caiu para mim do HIV né então naquele momento eu me vi né eu mulher trans vivendo com HIV eh desempregada sem ter apoio financeiro Então eu comecei a a me trancar dentro de casa você passou a ser uma influenciadora você começou a falar sobre isso nas redes né você tem mais de 20.000 seguidores enfim pessoas que ouvem né E como que foi essa experi icia você sente que ela impacta eh a vida das outras eh eh pessoas ela impacta a vida das mulheres TRANS e travestis eu conheço várias mulheres trans
que vivem com HIV mas aqui no Ceará eu não conheço assim uma mulher trans que fale abertamente sobre seu diagnóstico e aí eu eu falo dessa forma vivendo com a GV para as pessoas para servir de um apoio né para aquelas pessoas que não t né como condições de falar né abertamente porque nós sabemos que o preconceito é grande contra as mulheres TRANS e travestir e principalmente se souberem que elas vivem com HIV eu recebo muito elogios né muitas mensagens de incentivo por causa disso né por estar à frente representando essas pessoas né que não
t voz que não tem condições eh de falar paraas outras pessoas né porque o preconceito é grande apesar de todos esses avanços o estigma e a discriminação são pontos críticos que a gente precisa abordar quando fala nas evoluç na evolução que houve nesses 40 anos na nossa epidemia no Brasil as populações mais vulneráveis ainda TM que conviver com estigma e discriminação que são muito altos que diminuem o acesso aos serviços de saúde e impedem um acesso a tudo que nós temos para oferecer porque as barreiras elas são muito maiores do que termos os insumos disponíveis
a gente sabe que o combate ao HIV não se restringe a programas de Diagnóstico prevenção e tratamento né E como o governo tem lidado com essa questão nós temos tratado essa questão esse exatamente com o enfoque das determinações sociais então Nós criamos um comitê eh interministerial eh para eliminação de doenças que têm a determinação social e doenças que do ponto de vista da saúde pública do coletivo tem condições de ser eliminada e kv iades é um desses dessas Grand desses grandes desafios de saúde pública que nós temos hoje os instrumentos eh da ciência e sobretudo
a organização do sistema único de saúde para fazer frente e a essa e a outras doenças O que que a senhora espera que a gente mude até 2030 né para atingirmos as metas de de eliminação né do HIV enquanto uma questão de saúde pública né É acho que uma grande meta é reforçar a prevenção né Isso é muito importante é muito importante falar dos preservativos que são importantes não apenas para a prevenção em relação à transmissão do HIV mas também a outras doenças sexualmente transmissíveis então reforçar a cultura da prevenção é muito importante sobretudo temos
que lidar com as desigualdades sociais como falamos aqui que fazem isso nós apontamos recentemente no boletim de saúde da população negra que as pessoas negras são sejam aquelas entre as quais se verifica o maior número de mortes de uma doença para a qual nós já temos como falei né Já temos um tratamento em que o Brasil é referência em um país com desigualdades sociais tão grandes como o Brasil muitas pessoas acabam não se beneficiando dos tratamentos e dos programas de prevenção ao HIV de forma igualitária e para chegar a um futuro em que a epidemia
esteja controlada a gente sabe que as pessoas devem ser a prioridade o HIV não escolhe quem infecta todos homens e mulheres seja qual for a orientação sexual estão expostos ao risco de transmissão Existe sim uma jornada para que a gente chegue em 2030 com menos estigma e Preconceito mais acesso aos tratamentos e métodos de prevenção para todos e um caminho para que o HIV aides deixem de ser um problema de saúde pública e no futuro né para que a gente consiga controlar a epidemia as pessoas têm que ser a [Música] prioridade [Música] he