Na aula de hoje eu quero falar a respeito de divórcio e novo casamento, mas há algumas considerações a serem feitas antes mesmo de iniciarmos a aula. Em primeiro lugar, estamos desenvolvendo o assunto de família numa construção progressiva do raciocínio, da revelação bíblica e já tivemos algumas aulas sobre o plano de Deus para a família de uma forma genérica. Depois entramos no conceito do que é o casamento.
Depois, definimos o casamento como uma aliança matrimonial. O casamento é uma aliança não só dos cônjuges entre si, mas de ambos para com Deus. Muitas pessoas querem discutir o assunto do divórcio e o novo casamento sem sequer entender o que é o casamento, sem sequer entender o que é a aliança ou mesmo entender qual é o plano de Deus para a família.
E isso acaba impedindo as pessoas de terem a visão completa e abrangente que deveriam. Ainda assim, mesmo construindo isso em pedaços, estamos aqui trazendo um resumo dos fundamentos doutrinários. Obviamente, não temos tempo e nem intenção de esgotar o assunto.
Normalmente eu digo às pessoas para que eles querem estudar a doutrina com um pouquinho mais de profundidade, então eu recomendo a leitura do livro que escrevi: O propósito da família. Lá eu dediquei vários capítulos construindo a visão do que é o casamento antes de abordar as questões de divórcio e novo casamento. Ainda assim, o propósito de um vídeo como esse não é substituir um aconselhamento pastoral, por exemplo.
Portanto, se você tem dúvidas sobre como aplicar isso na sua vida, você deve seguir o mesmo padrão bíblico. Malaquias capítulo dois diz lá no verso sete, que "os lábios do sacerdote devem guardar o conhecimento e da sua boca devem os homens procurar a instrução, porque é mensageiro do Senhor dos Exércitos. " Aconselhamento pastoral se faz dentro do contexto da igreja local.
Eu não aconselho as pessoas virtualmente. Eu não tenho tempo para responder perguntas nos comentários e seria insensato tentar aconselhar dessa forma. Então o meu conselho a você se tem dúvidas de aplicação prática, que faça no contexto da sua igreja.
Se você não tem, deveria procurar uma, porque como temos falado em outras aulas, nós necessitamos viver na comunidade dos santos e estar debaixo de cuidado. Dito isso, eu quero passar ao assunto e eu quero começar lendo a primeira carta de Paulo aos Coríntios, capítulo sete, versículos 10 e 11. O apóstolo diz assim: "Aos casados, ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido.
Mas, se ela se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie com o seu marido. E que o marido não se divorcie da sua esposa. " Então, em primeiro lugar, Paulo está dizendo: "Aos casados ordeno, não eu, mas o Senhor.
" Ordem do Senhor. Não é uma teoria, não é uma sugestão, não é um conselho, ordenança. Então, quando falamos daqueles que abraçam a fé e são guiados e dirigidos pela Palavra de Deus, nós precisamos ser norteados por esses fundamentos.
Então, a primeira coisa que Paulo faz é dizer que não se separe nem a mulher do marido, nem o marido divorcie da sua esposa. O plano básico de Deus: que o divórcio não seja necessário. Agora, ele chega ao ponto de dizer: "se separar, que não se case de novo ou que se reconcilie.
" Então, em casos de divórcio, a segunda opção prioritária seria não partir para um novo casamento e ainda assim, tentar reconciliação. Então, quando falamos de novo casamento, ele é uma situação muito específica, muito extrema, vamos dizer assim, que esgotam as outras opções. Estou dizendo isso porque alguns já vêm atrás do vídeo querendo direto saber se pode casar de novo, porque estão procurando já pular para a última etapa, que não é a recomendável.
Então também quero fazer uma distinção entre divórcio e novo casamento. Há situações onde um divórcio não dá direito a novo casamento, mas não significa que o divórcio, em termos práticos, não seria recomendado. Casos de violência doméstica, por exemplo, que são muito crescentes, infelizmente, hoje em dia e até no meio daqueles que se intitulam cristãos.
Mas antes de trabalhar essas questões, eu acho que nós precisamos começar na perspectiva correta. O casamento é uma instituição de Deus, deve ser protegido, deve ser vivido da forma correta, não é algo para entrar sem que a pessoa, como disse Jesus lá no Evangelho de Lucas, sem que ela calcule quanto custa construir aquela torre para saber exatamente no que é que está entrando, como deveria lidar com isso e qualquer situação que leve ao divórcio ou ao novo casamento, elas estão num caráter de exceção e há toda uma triagem a ser feita antes de chegar lá. Mas, como disse anteriormente, a ideia aqui não é aconselhar ninguém de forma prática.
É apresentar a doutrina de uma forma geral. O que é que entendemos sobre o casamento. O que é que a Bíblia ensina sobre divórcio e novo casamento em linhas gerais.
Muitas vezes há situações onde a gente tem que dizer cada caso é um caso, porque há vários desdobramentos que merecem uma análise diferente. Então, dito isso, que não estou aconselhando você a respeito de nenhuma decisão, apenas tentando estabelecer o panorama da visão bíblica da doutrina, vamos lá. Algumas coisas que precisam ser levadas em questão, e normalmente eu digo olha, tem diferentes abordagens quando nós vamos falar do assunto de divórcio e novo casamento.
A primeira coisa, eu gosto sempre de dizer, é que a gente não julga experiências. Alguns tentam determinar se uma situação de divórcio e novo casamento é legítimo ou não, julgando pela aparência e pelas circunstâncias, se tais pessoas estão "sendo" abençoadas ou não. E eu digo: isso é muito subjetivo, é muito relativo.
Por quê? Encontramos pessoas na Bíblia que, como Jó, a julgar pelas aparências, de acordo com os seus amigos, havia pecado terrivelmente contra Deus, e nós sabemos que isso não era verdade. Aliás, eles acreditam que ele estava recebendo castigos, ou seja, não estava sendo abençoado.
Por outro lado, primeira Timóteo, capítulo cinco, verso 24, mostra que há juízo imediato e juízo não imediato. Há pessoas que estão errando hoje e que serão julgadas posteriormente, não agora. Então você não pode olhar para a vida da pessoa para tentar decidir se ela está certa ou errada a partir das circunstâncias.
Normalmente a gente parte de qual premissa? O que é que Deus disse e ponto final. Então o que é que a Palavra de Deus fala?
Esse é o nosso ponto de análise. Então eu quero inicialmente dividir a exposição do assunto de divórcio e novo casamento dentro de dois focos diferentes. Isso também é importante já de cara, no começo.
Aqueles que já se renderam ao senhorio de Cristo, passaram pela conversão, pelo novo nascimento, depois de terem passado por um divórcio e novo casamento e aqueles que passaram pelo divórcio ou novo casamento depois, de terem se convertido ou rendido ao senhorio de Cristo. porque são situações que nós não podemos dizer que estão no mesmo patamar. No evangelho de Lucas, no capítulo 12, nos versos 47 e 48, nós vemos que cada um será julgado de acordo com a luz, com o conhecimento que tem.
Então o Senhor Jesus fala de um que não conheceu a vontade do seu senhor e será julgado com poucos açoites. E o outro servo, que também não fez a vontade do seu senhor, mas que a conheceu, e ele vai ser julgado com mais açoites. Ou seja, haverá julgamento para quem não fez a vontade do seu senhor.
Se conhecia ou não, não deixará de ser julgado. Se não conhecia, deveria ter conhecido a vontade de seu senhor, mas aquele que conhecia e deliberadamente não fez será julgado numa medida diferente. Então, quando partimos da ideia do conhecimento, nós precisamos entender que a Palavra de Deus fala algo a respeito da condição daqueles que não haviam se convertido ainda.
Em Atos, no capítulo 17, no verso 30, o apóstolo Paulo diz que Deus não leva em conta os tempos da ignorância, mas manda que agora todos em todo lugar se arrependam. Então isso não significa o que foi feito no tempo da ignorância não era pecado, porque senão não haveria um chamado ao arrependimento se não fosse considerado pecado. Mas a expressão "Deus não leva em conta os tempos de ignorância" e manda se arrepender agora fala, obviamente, de um momento onde, através da entrada do Evangelho, da mensagem do Evangelho, todo o processo começa por meio do arrependimento.
Dito isso e eu quero enfatizar, não significa que o que foi feito antes não era pecado, mas exige arrependimento e nós veremos que o posicionamento bíblico é: a partir de agora que você teve a luz e se arrependeu, como você conduz. Então, se Paulo diz que Deus não leva em conta os tempos da ignorância, a pergunta a ser feita é: O que é o tempo da ignorância? Isso é usado na Bíblia como uma clara referência ao tempo antes da pregação de Cristo, da chegada do evangelho.
O próprio apóstolo Paulo deixa isso muito claro. As Escrituras, elas fazem uma distinção entre o período anterior e posterior ao nosso chamado. Então, por exemplo, em primeiro os coríntios no capítulo sete, o apóstolo Paulo diz, nós lemos os versos 10 e 11 sobre a questão de a mulher não se separar do marido, se separar, que não se case ou reconcilie, depois ele fala que vai falar dos que convivem com o marido ou uma esposa que não é crente, e ele fala da possibilidade da pessoa ser abandonada pelo outro, que não professa a fé, e ele vai desenvolvendo toda essa ideia e, no verso 17, ele diz assim: "No mais, cada um ande segundo o que o Senhor lhe concedeu, conforme Deus o chamou.
É isso que eu ordeno em todas as igrejas. " Paulo começa dizendo no verso 18: "Foi alguém chamado, estando circunciso? Não se faça circuncidar.
Foi alguém chamado estando incircunciso, não se faça circuncidar. " O verso 20 deixa claro: "Cada um permaneça na vocação em que foi chamado. Você foi chamado sendo escravo?
Não se preocupe com isso. Mas, se você ainda pode tornar-se livre, aproveita a oportunidade. Pois quem foi chamado no Senhor, sendo escravo, é liberto que pertence ao Senhor.
Do mesmo modo, quem foi chamado, sendo livre, é escravo de Cristo. " E essa ideia, verso 24, é repetida: "Irmãos, cada um permaneça diante de Deus na condição em que foi chamado. " Isso nos leva a entender que uma pessoa que se converteu, inclusive estando num novo casamento, que se fosse um cristão, jamais aconselharíamos que fizesse, não tem que necessariamente entrar naquilo que alguns classificariam de descasamento, desfazer o casamento.
Então é importante que a gente consiga fazer essa distinção. Agora, se alguém se converteu ao Senhor no segundo, no terceiro, no quarto casamento, nunca ensinamos essa pessoa a simplesmente desfazer esse matrimônio. Mas a gente ensina essa pessoa a se arrepender.
A gente ensina a reparar. Agora, que tipo de ignorância é esse? Eu acredito que a gente tem que abordar isso um pouco melhor, porque vejo muitos cristãos tentando apelar para a ignorância, dizendo: "Não, mas eu não sabia direito como eram as coisas.
" Então a minha pergunta é: essa ignorância é mera questão do nível de informação que você tem? Até porque tem muita gente que antes de se converter, por conta de uma criação dentro do catolicismo, já sabia muito bem que não deveria casar para descasar. Agora a pergunta é: é o nível de informação que a pessoa tem?
Não. Quando olhamos para as declarações o próprio Paulo, quando menciona a sua própria ignorância em primeira Timóteo 1. 13, ele está falando do tempo antes da conversão, porque o cara tinha um conhecimento bíblico profundo.
Então nós não podemos dizer que a ignorância era não saber o que a Bíblia diz. Era não ter a clareza, a luz de revelação. Então, você olha Atos 22.
3, Gálatas 1. 14 e Filipenses 3. 8, Todas afirmações que Paulo fala do conhecimento da Palavra de Deus.
Então, ignorância não tem a ver com o conhecimento racional que alguém possa ter a respeito do assunto, mas é a revelação da Palavra por obra do Espírito Santo que conduz à conversão. Então, a gente trata dessa questão da ignorância como sendo antes da conversão e a partir da conversão, como sendo o momento onde ela tem luz e exposição à Palavra. Não existe um medidor de alta tecnologia espiritual que você bota no pescoço de alguém para saber qual era o nível de ignorância que a pessoa tinha.
Então a gente parte do pressuposto que se refere ao período anterior à conversão. Então, muitas vezes lidamos com pessoas que já se converteram no novo casamento, os chamamos a um lugar de arrependimento e não tratamos disso com a mesma medida que trataríamos, como, por exemplo, de um cristão que, conhecendo a verdade deliberadamente vai contra a ordem do Senhor, rompe uma relação matrimonial anterior, entra numa nova relação sem ter direito a ela e muitas dessas pessoas estão permanecendo numa condição de adultério, o que espiritualmente é muito sério e delicado. Então, antes de seguirmos, eu quero destacar aqui comecei falando das abordagens diferentes, do tempo da ignorância, e agora eu quero abordar aqui a revelação do casamento para o nosso tempo.
Digo isso porque você tem um período durante a lei de Moisés, onde o casamento, ainda que não fosse aquilo que expressasse o coração de Deus, porque, por meio de Malaquias, o Senhor diz: "Eu, o Senhor, odeio divórcio", ainda assim ele foi regulamentado pela lei e poderia ser praticado. Mas, como eu e você não estamos vivendo debaixo da lei, estamos na verdade debaixo de uma nova lei, o apóstolo Paulo chama ela de "a lei de Cristo", nós precisamos entender, obviamente, o que é que nosso Senhor ensinou a respeito do assunto. Então, em Mateus, no capítulo 19, nós lemos a partir do verso três: "Alguns fariseus se aproximaram de Jesus e, testando-o, perguntaram: É lícito ao homem repudiar a sua mulher por qualquer motivo?
" Observe que a pergunta era "qualquer motivo"{. Ninguém estava discutindo se era lícito o repúdio ou divórcio, porque isso a lei de Moisés permitia. A discussão era o motivo.
Verso 4: "Jesus respondeu: Vocês não leram que o Criador, desde o princípio, os fez homem e mulher, e que diz: Por isso deixará o homem seu pai e sua mãe e se unirá à sua mulher, tornando-se os dois uma só carne? De modo que já não são mais dois, porém uma só carne. Portanto, que ninguém separe o que Deus ajuntou.
" Então Jesus traz um posicionamento diferente da Lei de Moisés. O verso 7 diz: "Os fariseus perguntaram: Então, por que Moisés ordenou dar uma carta de divórcio e repudiar sua mulher? Jesus respondeu: Foi por causa da dureza do coração de vocês que Moisés permitiu que vocês repudiassem a mulher, mas não foi assim desde o princípio.
" Deus está dizendo: "Antes de Moisés não era assim. " A revelação inicial de Deus para o casamento não era essa. E Jesus está deixando claro: Não será assim a partir de agora.
Olha o que Ele diz: "Eu, porém, lhes digo". Aliás, várias vezes você vai ver Jesus dizendo: "Ouviste o que foi dito aos antigos", Lei de Moisés, "Eu, porém, vos digo" a nova lei, inclusive temos dois episódios, duas aulas do Fundamentos Doutrinários só falando a respeito de mudança de lei. "Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, não sendo por causa de relações sexuais ilícitas, e casar com outra, comete adultério.
Os discípulos de Jesus disseram: Se essa é a situação do homem em relação à sua mulher, não convém casar. Jesus, porém, lhes respondeu", o verso 11, de Mateus 19: "Nem todos são aptos para aceitar esse ensinamento, mas apenas aqueles a quem isso é dado. Porque há eunucos de nascença; há outros a quem os homens fizeram tais; e há outros que se fizeram eunucos, por causa do Reino dos Céus.
Quem é apto para aceitar isso, que aceite. " Então vamos lá. Em primeiro lugar, nós percebemos que a abordagem que fizeram a Jesus sobre o motivo do casamento envolvia duas escolas de dois rabinos.
Isso era muito conhecido. Vários comentaristas vão falar a respeito disso. Uma nota de rodapé da Bíblia anotada de Charles Ryrie diz o seguinte: "Os rabinos não apresentavam um consenso quanto ao que podia ser considerado uma causa válida para o divórcio.
" Os seguidores de Shamai, um desses rabinos, afirmavam que o homem não podia obter divórcio de sua esposa a não ser que ela fosse culpada comprovadamente de imoralidade sexual. Os seguidores de Hillel eram mais tolerantes, permitindo o divórcio por diversas razões, algumas delas bastante triviais. Eles vêm para discutir quem está certo sobre o qual é a condição do divórcio.
Eles nem imaginavam que Jesus falaria contra o divórcio, deixando uma única exceção para isso. Então, eu já vi pessoas tentando limitar o ensino de Jesus como se fosse uma mera resposta aos judeus. Mas a verdade é que Jesus não veio resolver os debates dos judeus, Ele veio ensinar valores que seriam levados à igreja dos gentios.
Na Grande Comissão Ele diz: "façam discípulos das nações", gentios, ensinem eles a guardar tudo o que eu vos tenho ordenado. " A própria expressão que eu mencionei: "ouvistes o que foi dito aos antigos" reconhece o que a lei de Moisés dizia. "Mas eu, porém, vos digo" é a lei de Cristo para nós, para a nova aliança.
O que o apóstolo Paulo vai chamar de "isto ordena o Senhor, e não eu. " Então Jesus, na verdade, ele começa dizendo: "Não foi assim desde o princípio. " Ele diz: "O que Moisés deu quando introduziu o divórcio foi uma exceção.
" Qual era o motivo da exceção? Ele diz: "a dureza do vosso coração. " Então, o que eu e você precisamos entender é que no Antigo Testamento, na Antiga Aliança, não existia novo nascimento.
Essa é uma experiência exclusiva da Nova Aliança. Aliás, se referindo à Nova Aliança, Deus diz: "Eu vou tirar de vocês o coração de pedra, duro, e vou dar a vocês um coração de carne. " Então Jesus está dizendo: "Essa exceção, onde a reconciliação, o perdão, os concertos eram inevitáveis por um problema de natureza, essa exceção foi só para a Lei de Moisés.
" Com a proposta do novo coração, o que eu e você precisamos entender que Deus está dizendo nós podemos viver intervenções divinas sobrenaturais, nós podemos viver concertos relacionais que antes não eram possíveis, então, o divórcio não é uma opção ao casamento. É lógico que há exceções, mas o padrão é: Está difícil, desiste? As pessoas, elas têm muita dificuldade de lidar com problemas hoje em dia, mais do que nunca.
Uma vez perguntaram a um senhor: "Como é que o senhor chegou aos 50 anos de casado? " Ele falou: "Eu sou de uma época que quando as coisas quebravam, a gente consertava, não jogava fora. " A mentalidade não era de descarte.
E hoje em dia, cada vez mais a gente vê isso. A pessoa tem problema com o vizinho, muda de casa, tem problema de emprego, muda de trabalho, tem problema na igreja, muda de igreja. As pessoas não resolvem seus problemas.
Quando elas possam a ter problemas no casamento, elas querem mudar de cônjuge. Infelizmente isso não só é contrariado à doutrina, como não vai resolver o problema dessas pessoas. Então precisamos olhar para o divórcio como de uma forma generalizada, tendo sido permitido durante a lei de Moisés, mas não sendo a opção da Nova Aliança.
Se fosse, nós teríamos uma contradição com a declaração de Paulo que a mulher não se separe do marido de se separar, que no caso de novo, que reconcilie. Então, obviamente, nós precisamos entender essa perspectiva, inclusive da dureza do coração e entender que se formos cristão genuíno, se aprendermos a oferecer a outra face, se aprendermos a andar a segunda milha, a entregar a túnica junto com a capa, se entendermos as bênçãos de ceder, de perdoar, de se deixar ser moldado e trabalhado por Deus, é possível vencer os problemas relacionais. Agora, falando a respeito do divórcio, mesmo quando era permitido na lei de Moisés, eu já mencionei que Deus odiava o divórcio.
E Jesus foi taxativo: "O que Deus uniu não separe o homem. " Algumas pessoas querem relativizar o que Deus uniu. Ah, outro dia eu vi alguém mudando o versículo: "Não, mas a Bíblia diz que o que Deus uniu, homem não separa.
Então se separou é porque não era uma união divina. " Eu falei: "Não é isso que a Bíblia diz. A Bíblia diz o que Deus uniu não separe o homem.
" O homem pode separar o que Deus uniu. Agora, o que Deus uniu não está falando que Deus é um cúpido, pega uma pessoa ou outra, põe os dois juntos. Então, se isso for comprovado, não pode separar.
O que Deus uniu é a união divina do casamento. Quando duas pessoas entram nessa união, escolhem se casar, elas entraram na união instituída por Deus e não importa onde foi feita a cerimônia, se em vez de na presença de Deus foi feita invocação de demônios. Quando homem e mulher se unem, eles entram na união divina, independente de reconhecerem o senhorio de Deus sobre a sua vida ou não.
E é nesse momento que não se deveria buscar a separação. Embora eu preciso destacar que o divórcio não é o maior problema na questão do matrimônio, e sim o novo casamento. Então a Bíblia está dizendo que não se divorcie.
Esse é o plano ideal. Se divorciar, e há momentos que a ordem de não divorcie ela se torna difícil de ser mantida, então, mencionei no início, vou falar de novo: casos de violência conjugal. A vida da pessoa está sendo colocada em risco.
Não há o menor sentido em que ela permaneça no lugar onde a outra pessoa também está violando os mandamentos de Deus. Agora, o que eu e você precisamos entender é que, ainda que haja situações como essa onde eu já tive que aconselhar algumas vezes o divórcio, a separação, isso não significa que a pessoa que está se divorciando tenha direito a um novo casamento. Porque nós estamos falando de um filtro: não divorcie, se divorciar que não se case.
Quais são as únicas questões onde um novo casamento é permitido? Então, em primeiro lugar, nós precisamos entender que a morte é um assunto que não se discute. Se um dos cônjuges morreu, é claro que a outra pessoa tem o direito ao novo casamento.
Primeiro aos Coríntios 7. 39, o apóstolo Paulo diz: "A mulher viúva está livre para casar com quem quiser, contanto que seja no Senhor. " Então, isso nós não vamos discutir.
Nós falamos de novo casamento não em caso de viuvez, estamos falando de novo casamento em situações de divórcio. Antes de abordar melhor o novo casamento, eu quero lembrar que o Senhor Jesus diz que há eunucos que nasceram assim, Ele está falando de um dom do celibato; há eunucos que foram feitos assim pelos homens, era um costume antigo. Homens eram castrados para servir na corte do rei e não ser uma ameaça ao harém do rei.
Mas Jesus fala: "Há outros que assim se fizeram pelo Reino", ou seja, não é um dom natural, não foram castrados, mas decidiram se fazer eunucos pelo Reino porque estavam numa situação que não poderiam seguir adiante com um novo casamento, de acordo com o que Jesus ensinou. E eu vejo o tempo todo as pessoas tentarem deixar a doutrina subjetiva: "Eu não tenho o direito de ser feliz? " E eu digo: "Ah, nasceu pobre, tem direito de ser feliz, vá roubar um banco.
" Então nós precisamos parar de agir como se felicidade fosse conseguir só o que a gente quer, ou que essa carne corrompida quer. Felicidade é estar no centro do plano e do propósito de Deus. A Bíblia fala dos discípulos sendo presos, açoitados por pregar o evangelho e saindo cheios de grande alegria.
A nossa alegria não deveria ser circunstancial. Ela deveria ser a realização de estar no centro da vontade de Deus, cumprindo o plano e o propósito divino. Então vamos falar sobre o novo casamento Nesses minutos finais, ele só pode ser considerado dentro de questões específicas.
Romanos capítulo sete, versos dois e três, assim como o primeiro aos Coríntios 7. 39 deixa o assunto assim indiscutível. quando se parte da ideia da viuvez, o novo casamento é evidentemente permitido.
Mas Jesus menciona uma exceção. Ele diz no versículo nove de Mateus 19, Ele diz: "quem repudiar a sua mulher, a não ser por causa de relações sexuais ilícitas". A palavra no original grego "porneia".
Ele está falando de pecados de imoralidade. Se não for por isso e casar com outro, comete adultério. Então por que a imoralidade, o próprio adultério, a "porneia" mexe com o casamento neste nível?
Nós precisamos entender que, assim como a morte põe fim ao casamento, nós precisamos entender que a falta de exclusividade sexual que determina o início da aliança, a forma como ela é selada, é por isso que, primeiro aos Coríntios 7 diz que cada marido tem que ter a sua própria esposa, cada mulher o seu próprio marido e qualquer envolvimento de homem e mulher que não seja no casamento é considerado imoralidade, assim como a união é selada pelo ato de exclusividade sexual, quando a exclusividade sexual é comprometida, a aliança foi quebrada. Assim, quando os dois se uniram e se uniram com o selo da relação sexual, a Bíblia diz que se tornaram uma só carne, a Bíblia diz que o homem que se une a uma prostituta se torna uma carne com ela. Então uma pessoa que se envolveu com outro que não é cônjuge, ele quebrou a sua aliança ao envolver-se com outra pessoa.
Agora, a grande diferença entre a morte e o adultério é que a morte nós tratamos como irreversível. Nós temos alguns casos de exceções de pessoas que rapidamente foram ressuscitadas, não é disso que eu estou falando, a pessoa morreu, foi sepultada, de fato, partiu em definitivo? Evidentemente, o outro cônjuge pode casar de novo.
Na questão do adultério, diferente da morte, nós não temos um quadro irreversível, e isso precisa ser entendido, mesmo em situações como essa, não significa que a pessoa que foi vítima do adultério deveria sair correndo para um novo casamento. Nós precisamos, de fato, entender que, dentro do plano e do propósito de Deus, ainda há espaço para perdão. Ainda há espaço para restauração.
Quando eu olho para as Escrituras, eu vejo Deus trabalhando dentro desse modelo. Há alguns grupos que vão para o extremo de dizer: "Não, o casamento jamais pode ser dissolvido. Não importa o que tenha acontecido.
Não há nada que quebre a aliança, nem o adultério. " Eu digo: "Bom, então Jesus falou do que não sabia? Ele não falou uma única vez.
" Antes de falar o que falou em Mateus 19, Jesus já tinha falado a mesma coisa em Mateus no capítulo 5. Eu vejo alguns fazendo malabarismo, tentando desdizer o que Jesus falou e não tem como. O nosso Senhor deixou clara a exceção.
Agora, qual é o padrão? Quando você olha as declarações do Antigo Testamento, você vai ver em Jeremias no capítulo três, por exemplo, Deus dizendo: "Olha, como a mulher que abandona o seu marido se prostituiu com muitos homens, assim foram vocês para comigo. " Mas Deus está dizendo: "Volta para mim.
" Deus está dizendo: "Eu te ofereço perdão", Ele diz: "desde que você se arrependa. " Então, se o próprio Deus, numa situação semelhante, está dizendo: "Eu ofereço perdão e quero restaurar a aliança" e a Bíblia diz que nós temos que amar como Deus ama, e nós temos perdoar como Deus perdoa, eu não consigo olhar para a situação do adultério, que é péssima, nociva, destruidora, machuca terrivelmente não apenas o matrimônio, mas os cônjuges, e dizer que o caso é irreversível. Nós temos testemunhado muita gente viver restaurações extraordinárias porque passaram por processos de arrependimento.
Então, mesmo a pessoa que foi vítima do adultério a gente aconselha não tome decisões de reconstrução depressa. Ofereça tempo, oportunidade de arrependimento. Se a pessoa de fato se arrepender, deve-se lutar pela reconciliação, porque Paulo disse: "que não separe ou que reconcilie", a ordem é essa, agora há pessoas que traíram o cônjuge, alguns com múltiplos adultérios, decidem viver com outra pessoa, não se arrependem, então, em situações como essa, onde não se permitiram o conciliar, obviamente, nós tratamos o novo casamento como algo possível.
Agora, como Paulo dizia: "isso digo eu, não o Senhor", normalmente, aconselho às pessoas: "Não tome nenhuma decisão de construção depressa. Espere alguns anos. Até porque não só para dar oportunidade de arrependimento, mas porque você precisa ser curado, precisa ser restaurado por Deus.
Mesmo que tenha direito de entrar numa nova relação, não deveria entrar emocionalmente arrebentado. " Então, sim, há várias razões para que não se tome decisões depressa e, como eu disse, isso não é um aconselhamento pessoal. No Antigo Testamento nós vemos que Deus não desistia da aliança, mas não tratava ela como unilateral.
Ele fala em segundo Reis, no capítulo 18, no verso 12, que Israel quebrou a aliança com ele e foi por isso que Deus simplesmente o manda para o cativeiro e basicamente está dizendo: "Estou me divorciando de você. " Agora, havia a possibilidade de restauração, e nós precisamos pregar mais sobre restauração. Precisamos pregar mais para que o divórcio seja evitado.
Precisamos pregar mais, mesmo havendo divórcio, separação temporária que possa haver conserto, antes de cogitar a banalidade do novo casamento como muitas pessoas estão tratando infelizmente, alguns líderes estão ensinando até de forma errada pelo seu próprio exemplo quando decidem se casar de novo, sem estarem na exceção estabelecida por Jesus. Algumas pessoas perguntam: "Mas além da exceção de Jesus, há outra? " Jesus diz: "A não ser nesse caso.
" O que o apóstolo Paulo complementa é que quando um cônjuge incrédulo não quer viver com o outro que se converteu, ele diz assim: "Olha, o irmão não está sujeito à escravidão. " Mas normalmente, quando isso acontece, o cônjuge incrédulo que o abandonou entra numa outra relação e nós acabamos caindo na exceção do adultério. Então, normalmente a gente nem discute tanto isso como um elemento à parte.
Isso é apenas um panorama, não detalhado, não profundo, do que é a doutrina bíblica a respeito do divórcio e do novo casamento. Novo casamento em caso de viuvez tranquilo em qualquer tempo e lugar. Agora, em situações de divórcio, Jesus apresenta uma única exceção: pornéia, imoralidade, quando houve adultério sexual e ainda assim, oportunidade para arrependimento e restauração, que não foram abraçadas.
Somente em situações como essa, nós vamos cogitar, avaliar uma possibilidade de segundo casamento. Que Deus nos ajude a não banalizar algo tão sério, tão sagrado como o casamento.