Queridos irmãos e amigos, dando continuidade ao nosso culto a Deus, nós abriremos agora a Sua palavra na carta aos Efésios, capítulo 5, e leremos do verso 7 até o verso 14, na sequência de exposições que nós temos feito na carta aos Efésios. Efésios, capítulo 5, do verso 7 até o verso 14, continuando a exposição do escrito de Paulo àquela igreja, Igreja de Éfeso. Ouçamos a leitura.
Portanto, não sejais participantes com eles, pois outrora éreis trevas; porém agora sois luz no Senhor. Andai como filhos da luz, porque o fruto da luz consiste em toda bondade, e justiça, e verdade, provando sempre o que é agradável ao Senhor. E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprova-as, porque o que eles fazem em oculto só merece vergonha; mas todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas, porque tudo que se manifesta é luz.
Pelo que diz: "Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e o Senhor te iluminará. " Até aqui a leitura da palavra de Deus. Vamos orar mais uma vez, pedindo que o Seu Espírito Santo, Espírito de Deus, nos conduza no conhecimento e entendimento desse texto.
Ó Deus, te damos graças por Tua palavra, te damos graças pelo privilégio de poder lê-la, explicá-la e compreendê-la. Te damos graças pelo privilégio do culto público, onde podemos cantar louvores ao Teu nome e Te dirigir orações. Nós pedimos que Teu Espírito Santo continue a operar entre nós e que a exposição da Tua palavra traga luz aos nossos corações.
Pedimos em nome de Jesus. Amém. Meus queridos, o ponto central dessa passagem é a atitude que o crente deve ter para com as ações, as atitudes, o comportamento e a maneira de viver dos descrentes.
Esse é um assunto extremamente importante, porque os cristãos são uma minoria numa sociedade que tem uma outra ética e que tem outros valores. E eu sei do que falo, e eu tenho certeza que você sabe a que conflito eu me refiro. Por exemplo, no trabalho, você tem pessoas que pensam completamente diferente de você em relação a determinados procedimentos; eles têm outra ética, têm outros valores, e estão dispostos a fazer algumas coisas com as quais você não concordaria.
Na escola, você está cercado de colegas, amigos e professores que também têm uma outra visão do que é certo e do que é errado. No trânsito, você vai encontrar isso muito mais acentuado; nós sabemos disso. No bairro onde você mora, você vai ter que conviver com pessoas que não têm os mesmos valores que você.
De repente, no seu condomínio, a mesma coisa. No prédio onde você mora, na sua família, você tem parentes ou agregados à família que não têm a mesma ética, que não creem nas mesmas coisas, e nos mesmos valores que você acredita. Então, como é que o crente se relaciona com o descrente?
E qual deve ser a sua posição diante das atitudes que esses nossos amigos tomam, às vezes, e que são claramente contrárias à palavra de Deus no ambiente em que você está? E às vezes em situações em que é muito fácil, ou a atração é muito grande, para que você se envolva com eles. A orientação que Paulo dá aqui aos cristãos de Éfeso, no texto que nós lemos, se baseia num contraste que ele faz entre trevas e luz.
Eu sei que os irmãos perceberam esse contraste; ele aparece no verso 8: antigamente vocês eram trevas, porém agora vocês são luz. No verso 9, ele fala do fruto da luz. No verso 11, ele diz: não sejam cúmplices nas obras das trevas.
No verso 13, ele diz que a luz tudo manifesta, e no verso 14, ele diz que nós temos que nos levantar de entre os mortos para que nós sejamos iluminados. Portanto, é evidente a todos que essa passagem gira em torno desse contraste entre trevas e luz. Paulo usa o termo "trevas" aqui, que é claro, metafórico, para descrever a maneira de viver dos que não conhecem a Deus.
Na verdade, ele já tinha feito essa descrição. Se você tem acompanhado a nossa exposição em Efésios, você certamente se lembra do capítulo 2, versos 1 a 3, quando Paulo diz que Cristo nos deu vida, estando nós mortos dos nossos delitos e pecados, nos quais andamos antigamente segundo o príncipe da potestade do ar, do espírito que atua nos filhos da desobediência, entre os quais também todos nós andamos outrora segundo as inclinações da nossa carne, fazendo a vontade da carne e dos pensamentos; e éramos por natureza filhos da ira, como também os demais. Está aqui uma boa descrição do que seria o mundo em trevas.
Também, aqui no capítulo 2, o apóstolo Paulo diz, no verso 12: naquele tempo, antes de vocês conhecerem a Cristo, vocês estavam sem Cristo, separados da comunidade de Israel, estranhos às alianças da promessa, não tendo esperança e sem Deus no mundo. São descrições que Paulo dá aqui nessa carta do que são aqueles que vivem em trevas. E aqui, no capítulo 4, verso 17, ele diz assim: "Eu digo e no Senhor testifico que não mais andeis como também andam os demais gentios, na vaidade dos seus próprios pensamentos, obscurecidos de entendimento, alheios à vida de Deus, por causa da ignorância em que vivem, pela dureza do seu coração, que se tornaram insensíveis, se entregando a solução para cometer toda sorte de impureza.
" Ou seja, Paulo, nessa mesma carta, pelo menos em três lugares, descreve o que aqui no texto que nós lemos ele chama de trevas. A escuridão é usada aqui de uma maneira metafórica para descrever ou para dizer que estas pessoas não conseguem ver a Deus. A pessoa que anda em trevas não consegue enxergar; eles não conseguem ver a Deus, eles não conseguem ver a verdade.
A pessoa que. . .
A anda em trevas está perdida; ela não sabe para onde vai, ela não sabe que direção tomar. Por isso, não somente Paulo, mas a Bíblia usa essa metáfora: uma pessoa que está em trevas para descrever o homem sem Deus aqui nesse mundo e todas as demais coisas que estão aqui: o entendimento escurecido, a alienação da vida de Deus, ignorância, dureza de coração, insensibilidade e assim por diante. Por outro lado, Paulo usa a metáfora da luz para descrever a vida dos crentes, e nós vimos que isso foi citado algumas vezes no texto que nós lemos aqui.
A luz representa santidade, verdade, clareza, transparência e, uma das características da luz, é que ela dissipa as trevas. Onde ela chega, as trevas vão embora. Num confronto entre trevas e luz, sempre a luz prevalece.
É com base nesse contraste, trevas descrevendo a vida dos homens que não têm a Deus e luz para descrever a vida dos discípulos de Jesus, que Paulo aqui dá orientações sobre como aqueles que são luz devem se comportar em relação àqueles que vivem nas trevas. Não devemos, em outras palavras, ser participantes e cúmplices nas obras das trevas; ao contrário, nós temos que andar como filhos da luz e reprovar estas obras das trevas. Antes de entrar na exposição do texto, eu sinto que preciso fazer aqui algumas explicações.
Embora nós usemos a expressão trevas para indicar a vida daqueles que não andam com Deus e não conhecem a Deus, nós temos que reconhecer que, pela misericórdia de Deus, uma pessoa descrente é capaz de fazer coisas boas e certas. Vocês convivem com gente que não professa a fé em Cristo Jesus, gente até que se diz ateu ou pessoas que se dizem ateias, mas que tomam determinadas decisões que são corretas; optam pela verdade às vezes, ou, não sei com que frequência, são honestas, tratam as pessoas com delicadeza, são sinceras na maneira de falar. Vocês vão encontrar pessoas que não têm o conhecimento de Deus, mas que são capazes de tomar atitudes que são corretas e fazer as escolhas certas.
Isso acontece, apesar delas, porque isso é resultado daquilo que a gente chama da Graça de Deus, o favor de Deus, o amor de Deus pela sua criação. Deus é tão bom, tão bom, que mesmo que uma pessoa não acredite nele, uma pessoa não queira nada com Ele, Deus abençoa aquela pessoa. Deus dá saúde para aquela pessoa, Deus dá condições financeiras boas; de repente, Deus permite que essa pessoa tenha determinadas virtudes.
A pessoa já nasce com isso, com determinados traços de caráter de uma pessoa reta, de uma pessoa justa. Você encontra isso mesmo na sociedade que não tem Deus. Mas de onde vem isso?
Não é de nós, não é da humanidade, porque a Bíblia é muito clara nisso: todos pecaram e carecem da Glória de Deus. A Bíblia é muito clara quando ela diz que o coração do homem é inclinado ao mal sempre, e que ele vive em trevas e que ele tem prazer em fazer a coisa errada. Então, quando você encontra uma pessoa que não conhece a Deus, não tem o temor de Deus, mas que é uma pessoa justa, que faz uma coisa boa, uma coisa correta, geralmente a pessoa se vangloria disso, não é?
Geralmente quem faz isso e não conhece a Deus acha que ele fez isso pelo mérito dele. E aí já vem o pecado logo em seguida: a vaidade pelos atos que essa pessoa comete. Mas você, que conhece melhor a verdade, sabe que se ela faz isso não é por causa dela, mas que Deus é tão bom que, para evitar que a sociedade impluda e para que nós nos destruamos, Ele permite que as pessoas façam coisas certas.
Deixa a briga, leva uma fechada no trânsito e não puxa o revólver para matar o cidadão; deixa o cara ir embora porque não quer briga. Então, isso é só porque Deus permite, na sua graça, para permitir que a sociedade continue, que a vida humana aconteça. Senão, nós já teríamos nos destruído há muito tempo.
Então, as trevas, mas se há alguma luz, é a luz de Deus, é a graça de Deus e a misericórdia de Deus. Agora, o inverso também é verdade: nós chamamos os cristãos, os discípulos de Jesus, de luz e dizemos que eles são filhos da luz, que eles andam na luz, mas, infelizmente, às vezes um cristão pode praticar obras das trevas. Você vai encontrar pessoas que de fato conhecem a Deus, têm o conhecimento de Deus, mas que, eventualmente, se comportam como um ímpio, se comportam como uma pessoa que não conhece a Deus.
Isso se deve ao fato de que, mesmo tendo sido iluminado pelo conhecimento do evangelho e o conhecimento da verdade, o coração das pessoas, mesmo tendo sido alcançado pela graça de Deus, ainda mantém os resíduos da corrupção e do pecado. Mesmo o mais crente entre nós, o mais iluminado entre nós, ainda tem um coração pecador e inclinado a todo o mal. Não há ninguém aqui, sentado ou em pé, que tenha um coração livre da corrupção do pecado, e nós somos inclinados ao pecado, mesmo que nós tenhamos a luz da verdade, a luz do evangelho e do conhecimento de Deus.
Mas, eventualmente, ainda nós podemos viver como vivem os filhos das trevas. Aliás, eu uso o termo "ver" de maneira errada, porque se você desconsidera a luz, mas vive como quem está em trevas, na primeira carta de João, o apóstolo lhe chama de mentiroso. Não é ele que vai dizer que você é mentiroso, mas o que pode acontecer é que uma pessoa que é crente de verdade, que tem o conhecimento de Deus, eventualmente pode tropeçar, ela pode cair, ela pode praticar alguma coisa.
Das Trevas. A diferença é que, enquanto os filhos das trevas fazem isso de forma natural e costumeira, e isso define a vida deles, isso, no filho da luz, é um acidente do qual ele se arrepende, chora e se lamenta. Ele quer se levantar, quer se purificar e nunca mais quer fazer isso na vida, enquanto, para os filhos das trevas, andar nas trevas é normal.
Para o filho da luz, a prática das trevas é ocasional, acidental, indesejada, e ele nunca mais quer fazer isso; ele quer se afastar disso completamente. Muito bem feita essa observação. Vamos ver agora o que é que Paulo nos diz.
O grande problema é esse: nós vivemos em sociedade com pessoas que estão em trevas e que praticam obras das trevas. Como é que eu me relaciono com elas? Qual deve ser a minha atitude?
Eu já mencionei alguns ambientes: escola, trabalho, família, na rua, no comércio, enfim, em todo lugar que a gente vai. Não é? Se você quiser evitar uma situação ou se você quiser evitar ter que enfrentar esse problema, a solução é você morar num mosteiro, né?
Isso foi uma solução tentada durante a Idade Média. As pessoas iam morar em mosteiros. Mas aí o problema: quando eles chegaram lá, descobriram que o problema continuava lá.
Não é? O problema, no fundo, é mesmo o nosso coração e são as pessoas, quaisquer que sejam. Por isso, nós temos que enfrentar.
Primeiro, vamos ver o que Paulo diz quanto ao que nós não devemos fazer. O que nós não devemos fazer está aí no verso 7. Ele diz: "Portanto, não sejais participantes com eles.
" Não sejam participantes com eles. Quem são estes "eles" aqui, do verso 7? São aqueles que ele menciona no verso anterior: "Ninguém vos engane com palavras vãs, porque por estas coisas vem a ira de Deus sobre os filhos da desobediência.
" Portanto, não sejais participantes com eles, ou seja, com os filhos da desobediência, que são os mesmos filhos das trevas, pessoas que não conhecem a Deus e que são desobedientes a Deus. Paulo está dizendo: "Não sejais participantes com eles. " Não participem com eles.
Participar em quê? Ele diz mais atrás. Você começa a ler do verso 3.
Então, o que é que Paulo disse? A imoralidade, a impureza, a cobiça. Verso 4: Conversas sujas, palavras sujas, piadas imorais, coisas essas inconvenientes.
Isso não deve nem ser nomeado no meio de vocês, porque por estas coisas vem o castigo de Deus sobre os filhos das trevas. Por isso, verso 7: "Não sejais participantes com eles. " Então, a primeira orientação é essa: não participe dessas coisas.
Não participe dessas coisas. Isso, como eu disse, não significa que a gente não deva mais ter contato com quem é descrente, mas você pode ter contato com os descrentes nestas áreas comuns à humanidade que, pela graça de Deus, são áreas corretas. Boa parte do tempo, os descrentes estão fazendo a mesma coisa que nós estamos fazendo: trabalhando para ganhar o pão, dirigindo para algum destino, fazendo compras, enfim, estudando, trabalhando.
A maior parte do tempo, nós não temos a menor dificuldade em nos relacionar com eles. Mas em algum momento, as obras das trevas vão surgir. E aí Paulo diz: "Não participe com eles.
" Nisto aqui você pode participar, naquilo que é comum à sociedade: você vai trabalhar, no emprego ao seu lado tem uma pessoa que não quer saber de Deus, pode até ser hostil, mas não participe com ele quando ele for fazer alguma coisa errada, quando ele começar a fazer aquilo que é próprio de quem não conhece a Deus. Não participe daquilo. Não participe daquilo.
E a razão que Paulo diz está aí no verso 8: "Porque antigamente vocês eram trevas. " Aí tudo bem, você era ignorante de Deus, você não conhecia Deus, você não conhecia a verdade, você andava pela sua própria ética, pela sua moral. Você não tinha referência para você.
A verdade é relativa. Você era trevas. Agora, porém, você é luz.
Você conhece a verdade, você foi alcançado pelo evangelho. Você não é mais ignorante daquelas coisas. Você agora tem a presença do Espírito Santo no seu coração.
Você foi salvo pelo sacrifício de Cristo na cruz do calvário. Isso tem que fazer uma mudança na sua vida. Percebem isso?
Como o evangelho muda. Antes você era trevas, você podia, você vivia nas trevas, fazia coisas das trevas, mas aí a luz do evangelho chegou e você não pode mais ser o mesmo. Você não pode ser como você era antes.
Você agora é luz. Paulo diz: "Ande como filho da luz. " E o que significa andar como filho da luz?
Ele diz no verso 9: "O fruto da luz consiste em toda bondade, justiça e verdade. " Seja filho da luz, seja bondoso, seja justo e seja verdadeiro o tempo todo. Se em alguma situação isso ficar comprometido, então você não participa dessa situação.
É o que ele diz no verso 10: "Prove sempre o que é agradável ao Senhor. " Provando aqui significa descobrir o que é que agrada a Deus e fazer o que agrada a Deus. E aqui parece que Paulo está colocando uma regra geral, mas que nós precisamos de sabedoria para desenvolver na prática em determinadas situações, em contextos diferentes.
O que, nessa situação de trabalho, onde os meus colegas de trabalho estão planejando fazer uma festinha e eu sei o que vai rolar naquela festinha, qual é a melhor coisa que eu tenho que fazer? Porque se eu não for, eu vou ficar isolado. Se os meus colegas de turma estão saindo para tomar uma cerveja ou fumar maconha ali na esquina, na universidade, e se eu não for, eu vou ficar isolado.
E se eu for, eu corro. Será que eu posso ir a um barzinho, ficar só ouvindo música? Pessoal, tá lá se amassando, tá lá se pegando, mas eu não tô fazendo nada disso.
Eu tô lá só porque eu gosto da música. Posso ou não posso? São tantas situações, mas aí você tem que procurar descobrir e praticar sempre o que é agradável ao Senhor, o que é que agrada a Deus.
Essa tem que ser a sua regra: não é o que lhe agrada, não é o que você tem vontade de fazer, não é o que lhe dá prazer, mas o que é que agrada ao Senhor, que é luz e que me tirou das trevas, que morreu por mim na cruz. Esse é o nosso referencial no relacionamento com os descrentes: o que é que agrada a Deus? Descobre isso e pratica isso; isso é a orientação que nos é dada.
Ele continua ainda na mesma linha, no verso 11, quando diz: e nós estamos vendo o que é que nós não devemos fazer. Primeiro, não devemos participar com eles, porque nós somos luz e o que nos interessa é agradar ao Senhor e não a eles. E segundo, no verso 11: não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas.
Ele parece estar dizendo a mesma coisa, porque ele já disse: não participe. E agora ele diz: não seja cúmplice. Todo mundo sabe o que é um cúmplice, não é?
Tá cheio de advogado por aqui. No sentido penal, é alguém que contribui de uma forma secundária para a realização do crime de outro. No sentido geral, um cúmplice é alguém que participa com outro na realização de alguma coisa, um sócio, um parceiro, um colaborador.
Nós, porque estamos inseridos numa sociedade corrompida e que não conhece a Deus, e que vive em trevas, frequentemente somos pressionados e tentados a sermos cúmplices de várias maneiras. Eu tentei fazer uma lista aqui de todas as situações possíveis e imaginárias em que um crente pode se sentir tentado ou pressionado a se tornar cúmplice na prática do mal, mas a lista é interminável. Não tem quem consiga chegar ao fundo dessa lista, porque são tantas situações, todo dia, em que a pressão para você ser cúmplice do mal vem sobre você, sob a forma de um convite, sob a forma de uma pressão, de um medo, de um temor, de uma ameaça, de uma vantagem.
De muitas maneiras, vem sobre você essa tentação aqui para você se tornar cúmplice, para que você pratique, ou incentive, ou apoie, ou se deleite, ou concorde, ou consuma, ou sinta, ou se omita, ou fique calado diante do mal. São muitas, muitas tentações diárias para que nós, de alguma maneira, nos envolvamos com o mal. Em resumo, o que Paulo está dizendo aqui, quando ele diz "não seja cúmplice das obras infrutíferas das trevas", o que ele tá dizendo aqui é: não participe em nenhuma medida destas obras que são infrutíferas.
Não sei se vocês perceberam o contraste; no verso 9, ele disse "o fruto da luz", mas das trevas ele diz que são "obras infrutíferas". Até porque, para que uma planta produza fruto, ela precisa da luz, não é verdade? Não tendo luz, nas trevas, não produz fruto; ela produz morte.
Ela produz morte, por isso são obras infrutíferas das trevas. Elas podem dar um prazer passageiro, mas eventualmente o salário do pecado é a morte. O salário do pecado é a morte, e é Deus quem garante que vai ser assim.
Então, ele diz: não seja cúmplice, não participe nas obras infrutíferas das trevas. Mas então, o que nós devemos fazer? Se eu não posso participar e eu não posso ser cúmplice, mas o que isso significa em termos positivos?
Quer dizer, o que então eu tenho que fazer? E aqui o apóstolo Paulo nos deixou uma passagem extremamente rica, profunda e complexa. Os comentaristas aqui brigam sobre exatamente o sentido do que Paulo quis dizer, porque parece que quase todo versículo você pode entender de duas maneiras.
E quando você pensa como fazer isso na prática, nós trememos e tememos. Mas eu creio que, em linhas gerais, do verso 11 até o verso 14, o apóstolo Paulo está dando quatro direções práticas para nós: o que fazer. Ele já disse o que é que nós não devemos fazer.
Não vamos nos envolver, tá certo? Não vamos nos envolver. Mas então, o que fazer positivamente?
Primeira coisa: existe a reprovação. Tá no verso 11: não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprova. Então, em vez de você ser cúmplice, você tem que reprovar.
A reprovação aqui, e o problema é que a nossa tradução em português colocou o "as" no fim do verbo, né? "Não sejam participantes cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprova-as. " Quer dizer, reprovem estas obras.
Só que no original grego Paulo não disse "as"; ele só disse assim: "antes, reprova". Ponto. Aí a gente fica: bom, Paulo, reprovar o que, quem, como e quando, não é?
Ele não diz. Mas o que ele tá dizendo é que a atitude geral do crente, em contraste à cumplicidade, é deixar claro que ele não concorda. É isso que reprovar significa.
E você pode fazer isso verbalmente; dizer pra pessoa: "isso que você tá fazendo, de fato, tá errado". Não é isso? Foge à verdade.
E você, às vezes, não precisa nem apelar pra verdade do Evangelho, porque ainda há um quórum, ainda um centro de verdade no coração da sociedade, onde, para todas as pessoas, por exemplo, roubar é errado. Eu falei: roubar é errado. Quem é que todo mundo acha que tá certo?
Acho que talvez tenha que mudar isso. Mas é matar, é errado. Fazer violência é errado.
Pedofilia é errado. Então, ainda existe uma base moral comum em cima da qual você pode chegar. E conversar com a pessoa, muitos descrentes vão concordar com você; muitos descrentes vão dizer: "Não, mentir é errado mesmo.
" Muitos descrentes vão dizer: "É, roubar é errado mesmo, né? " Muita gente vai dizer isso, mas você às vezes não precisa nem apelar para o referencial do Evangelho. Mas, quer seja pelo Evangelho, quer seja pela verdade comum, o ponto é que a atitude do cristão diante do mal é de reprovação.
Isso pode incluir a reprovação verbal e pode incluir também simplesmente a não-associação. Eu fico pensando aqui no Salmo primeiro, que é tão conhecido, né? Foi um dos melhores exemplos que eu achei.
O Salmo já começa dizendo, no seu capítulo primeiro, verso primeiro e segundo: "Bem-aventurado o homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho dos pecadores e nem se assenta na roda dos escarnecedores. " Então, vai ter um momento em que você vai ter que fazer exatamente isso. Você não vai se assentar na roda dos escarnecedores, você não vai se deter no caminho dos pecadores e nem andar no conselho dos ímpios.
É isso que significa reprovar: você deixa claro, por palavras e por atitudes, que você não concorda com aquilo ali. Não concorda com aquilo ali. Eu sei que é difícil, por exemplo, quando um colega seu conta uma piada suja, imoral, no trabalho, e você só dá aquele risinho, né?
Você não concordou com aquilo, né? Mas fica meio constrangedor. O sujeito contou uma piada suja, imoral, e você só dá aquele risinho.
Não aconteceu isso com você? Diga a verdade. Mas o que a gente devia fazer?
Encontrar o tempo e o modo para, de alguma maneira, dizer àquela pessoa: "Você sabe aquela piada que você contou? Em outros tempos até que eu ria dela, mas eu quero te dizer, porque eu dei um riso assim meio desconfortável, é porque eu não creio nesse tipo de coisa que você está falando. " E aqui eu vou dizer para vocês, é um ponto que é importante: eu creio que a nossa atitude inclui reprovação, mas ela tem que ser feita de um jeito que a gente não vire a polícia do mundo.
Porque crente já é chamado exatamente disso: de uma pessoa extremamente crítica, que fica julgando e condenando todo mundo. Mas às vezes não é, não é por isso, mas é a maneira como o crente faz. Dizendo: "Você sabe aquela piada que você contou?
Você vai contar no inferno, você vai queimar lá. Você vai ver se tem graça lá no inferno. " Não precisa disso.
Então, os crentes, eles ganham, quando não ganham a fama de hipócrita, eles ganham a fama de alguém extremamente crítico, duro, inflexível, que segue um código que nem mesmo ele consegue cumprir. Então, a gente tem que encontrar o tempo e o modo de dizer sabedoria para chegar para uma pessoa com quem você não concorda e reprovar a obra dela. E, às vezes, você vai encontrar gente que vai te agradecer de coração, vai dizer: "Você tem razão, isso mesmo, desculpa, eu não vou fazer mais isso, eu vou evitar fazer isso.
" Ou então você vai encontrar um escarnecedor que vai dizer: "Agora que eu vou fazer mesmo! " Mas a sua parte você já fez diante de Deus, você já reprovou e sua posição ficou clara. A segunda atitude que Paulo nos diz aqui no verso 12 é que estas coisas elas não deveriam nem ser objeto da nossa conversa.
Porque, lendo o verso 12: "Porque o que eles fazem em oculto só refere é vergonha. " Então, a primeira atitude é reprovação. A segunda é nem mencionar isso, a não ser que seja para reprovar.
Não fale sobre estas coisas que eles fazem em oculto. A gente sabe o que eles fazem em oculto, mas isso não deve ser objeto da nossa conversação. Nós não devemos estar mencionando estas coisas, comentando estas coisas, porque quando você comenta, quando você fala, quando você, no WhatsApp, no YouTube, no Face, no Twitter, você está se tornando cúmplice.
Então, para não se tornar cúmplice, você nem comenta. Se um colega seu da aquele grupinho lá da faculdade, o sujeito postou aquela foto pornográfica lá no grupo, delete na hora! Não bota assim: "Encaminhar.
" Porque se você fez, você é cúmplice! Não foi você que pôs, não foi você que tirou, mas na hora que você encaminha, você é cúmplice. Compartilhar piadas imorais por e-mail, compartilhar no Facebook determinadas coisas que o cidadão coloca, às vezes em nome até do Evangelho, já vi muito.
Tem muitos seguidores evangélicos no Facebook. Eu sei, de vez em quando, o cidadão põe lá uma foto completamente indecente para dizer: "Olha que indecência! " Eu tirei essa foto de uma mulher indo para a igreja, mulher usando uma saia muito curta entrando na igreja.
Mas por que ele compartilhou aquilo? Ele diz assim: "Não, eu estou compartilhando para dizer que é absurdo. " Mas está lá a foto da mulher pelada entrando na igreja.
Está certo isso? Claro que não! Então, esse tipo de coisa a gente não devia nem comentar, não devia nem falar, não devia ser objeto da nossa conversa, não devia ser objeto do uso das mídias sociais.
A melhor maneira que você faz para reprovar estas coisas é simplesmente matar ali, né? Deletar, esquecer, não passa adiante. Não converse, a não ser que você vá fazer uma crítica.
A não ser que você vá reprovar, aí sim. Mas se você não vai reprovar, então não passa adiante. Não comenta, não diz nada.
A terceira coisa que Paulo diz, e essa é a passagem mais complicada aqui, é que nós temos que trazer a público aquilo que é feito em oculto. Verso 13: "Todas as coisas, quando reprovadas pela luz, se tornam manifestas. Porque tudo que se manifesta é luz.
" O que Paulo está querendo dizer aqui? Eu não vou aborrecer vocês com os detalhes de interpretação aqui, mas a interpretação que eu acho menos. .
. Complicada e mais provável é que Paulo, ainda na linha de dizer como é que os cristãos devem se relacionar, está dizendo o seguinte: ele provavelmente está se referindo ao dever que os cristãos têm de expor publicamente as obras das trevas. Essa é uma das coisas que a igreja tem que fazer com uma espécie de consciência da sociedade, é expor aquilo que eles fazem em oculto e dizer que isso que está sendo feito, isso que está sendo divulgado, estas obras aqui, elas são erradas.
Elas têm essas consequências. Então, parece que Paulo está falando aqui do dever público da igreja de tomar uma posição nesses assuntos. Todas as coisas aqui se referem ao que vem antes; todas estas coisas das trevas não é todas estas coisas quando reprovadas pela luz.
A luz aqui são os cristãos, que, à luz do Evangelho, quando os cristãos então reprovam estas coisas que são feitas em oculto, elas se tornam manifestas. Porque tudo que se manifesta é luz, ou foi iluminado. Enquanto não foi iluminado, permaneceu no oculto e nas trevas, mas na hora que os cristãos jogam a luz da verdade, o holofote da verdade, nas obras das trevas, estas obras se manifestam.
E sabe o que acontece? Às vezes, a própria sociedade diz: “Não, mas isso não. ” Recentemente aconteceu um escândalo nos Estados Unidos, numa ONG americana, o título dela, o nome dela, era Planet Parenthood (Planejamento Familiar), e era uma ONG que praticava o aborto, que dava aborto legal para as mulheres americanas que procurassem aborto.
Nos Estados Unidos, é extremamente fácil fazer isso, e os evangélicos, nos Estados Unidos, têm movimentos que são muito organizados contra o aborto, como também nós aqui entendemos que o aborto é uma quebra do mandamento que diz "Não matarás". Mas aí, então, o que aconteceu? Um desses grupos — eu não estou dizendo que a gente vai fazer isso, estou dizendo como ilustração — mas um desses grupos, PR Vida, conseguiu filmar uma entrevista com uma das líderes do movimento, onde ela confessou como é que ela pegava as partes do feto, extraía a criança.
Eles faziam de um jeito para não matar, para não danificar a criança. E aí, tirava o rim, ela disse, o coração ou o pulmão, ou aquelas coisas que poderiam ser usadas para transplante, para fazer pesquisa, ou enfim, para qualquer outra. Ela, friamente, dizendo.
. . eu acho que muitos de vocês viram isso aí nas mídias sociais.
E aí não foi só a igreja que ficou escandalizada; o mundo ficou escandalizado. Os próprios descrentes disseram: “Mas que absurdo isso! " Quando eles viram a foto, né, e o desmembramento, né, do feto, para as partes serem vendidas no comércio.
Isso deixou muita gente que não é crente indignada. Um papel. .
. eu não estou dizendo que a gente vai ficar filmando essas coisas, mas estou dizendo que um dos papéis da igreja é falar a respeito do juízo de Deus sobre estas coisas. Porque esse pessoal faz em oculto; eles acham que estão escondidos da luz de Deus.
No antigo Oriente, na época de Paulo, as lojinhas dos comerciantes eram todas fechadas e quase sem janela, razão óbvia, né? Então, você entrava numa lojinha daquela, numa cidadezinha daquela ali da Palestina, então era aquela penumbra lá dentro. E lá eles vendiam tapete, vendiam vestido de seda, vendiam panela.
Você seria muito bobo de fechar o negócio ali nas trevas. Geralmente, o que a pessoa fazia era: “Eu quero isso aqui”, levava para fora da loja e examinava à luz para ver se tinha defeito; tinha que passar no teste da luz. Era uma bobagem você comprar um tapete lá na lojinha do Salém, não é?
No escurinho, tudo naquela penumbra. Você tinha que examinar primeiro à luz do Evangelho, através da igreja, que brilha na sociedade. Essas obras feitas em oculto, elas se tornam manifestas.
É dessa maneira que Deus leva ou abençoa a sociedade para que ela não se destrua completamente. Então, em vez de a gente ser cúmplice com estas coisas, com a imoralidade, desonestidade, impureza, nós devíamos reprovar estas coisas verbalmente, com a nossa atitude, não mencionando estas coisas a não ser se a gente vai criticar, e quando possível expondo publicamente o erro, manifestando a luz, aquilo que é feito nas trevas. Mas, para fazer isso, e além — agora vem o quarto ponto — nós precisamos de uma igreja viva.
Gente, pelo que diz o verso 14: “Desperta, ó tu que dormes, levanta-te de entre os mortos e Cristo te iluminará. ” Aqui, Paulo faz um apelo à igreja, dizendo que, para que a igreja faça isso, ela precisa se levantar dentre os mortos; ela tem que parar de ser cúmplice e participante nas trevas para receber a luz de Cristo. E essa passagem termina com esse apelo ao avivamento espiritual.
É como se Paulo dissesse: esse é o nosso dever. Mas por que nós não cumprimos? Porque nós estamos dormindo entre os mortos.
Nós estamos dormindo no meio deles, como se nada daquilo nos incomodasse. Estamos acostumados ao mal, ao erro, à sujeira, como alguém que está dormindo e não sente nada, não vê nada; dormindo entre. .
. você está vivo, mas dormindo. Há uma diferença, né?
Os mortos estão mortos, mas você está dormindo no meio deles. Se você passar num determinado lugar, lá no necrotério, e tiver duas pessoas mortas e um terceiro dormindo ao lado, você dificilmente vai dizer quem é quem, não é? Pode até enterrar o dormingo sem querer, não parece?
Então, às vezes a igreja está assim: ela está dormindo entre os mortos, parece tudo igual. Daí Paulo diz: “Levanta-te, dormingo, de entre os mortos, e Cristo te iluminará. ” Você receberá a luz de Cristo, poder do alto, plenitude do Espírito Santo, para que você possa viver como crente no meio de uma sociedade perdida, corrompida e nas trevas.
Mas é preciso que. . .
Para isso, a igreja se levante! Muita gente quer avivamento; muita gente ora por avivamento. Eu oro também; eu anseio por um avivamento espiritual, mas ele começa na igreja.
Quando a gente pensa em avivamento, alguns ficam pensando em multidões se convertendo ao evangelho, mas o avivamento, quando começa, ele tem que começar na igreja. Quando nós saímos do sono, nos levantamos, somos iluminados pela glória de Cristo, tão cheios da luz de Cristo que a gente não pode fazer outra coisa senão transmitir essa luz através da verdade. Está lá no verso 9: o fruto da luz, da bondade, justiça e verdade, numa sociedade que vive em trevas e corrompidas.
Só assim a igreja vai fazer diferença; só assim ela vai ser, de fato, sal e luz, como Jesus Cristo mandou. Eu termino com as aplicações para nós. Querido, querida, por favor, ore por sabedoria.
Ore por sabedoria. Se você enfrenta uma situação em que diariamente você está cercado de trevas, peça que Deus lhe desperte do seu sono. Deus, eu quero despertar; eu não quero dormir entre mortos.
Eu não quero dormir entre mortos, mas eu quero me levantar de entre os mortos, porque eu não estou morto. Eu já recebi a vida em Cristo Jesus, mas eu quero essa luz plena que vem Dele, para que eu possa brilhar no meio da sociedade. Dá-me sabedoria; me dá graça.
Seja firme na sua determinação de não ser cúmplice e nem participante com eles. Peça a Deus o poder da iluminação de Cristo, para que você tome atitudes claras de afastamento de pessoas e situações que vão lhe levar às trevas. E, finalmente, lembre-se sempre de quem você é em Cristo Jesus.
Você já foi trevas, mas você já foi iluminado pela verdade do evangelho. Você já conheceu a Cristo; você conhece a verdade. O que você está fazendo dormindo entre mortos?
Você já ganhou vida! Levante-se em nome de Jesus e assuma o compromisso de um cristão verdadeiro no meio de uma sociedade que é crítica de uma igreja que dorme entre mortos. Uma sociedade que precisa dar luz não vai ser nos tornando iguais ao mundo que nós vamos ganhar o mundo, mas sendo bem diferentes dele.
Não é pelo tamanho do meu cabelo, da minha barba, do tipo de vestes que eu uso, mas pela minha atitude, pela minha maneira de viver, pelo meu relacionamento com as pessoas, por aquilo que eu digo e deixo de dizer, faço e deixo de fazer, sempre procurando aquilo que é agradável ao Senhor. Que hoje seja a noite em que você vai acordar, em nome de Jesus, e vai ser plenamente iluminado para viver para a glória Dele. Oremos!