oi meu nome nataly neri que a gente queria vida com intenção e autonomia através das discussões de gênero e raciais hoje é dia vinte e cinco de julho o dia internacional da mulher negra latino-americana e caribenha e no brasil de tereza de benguela onde é muito importante para nós mulheres afrolatinas e afro-caribenhas nos unirmos não é conversaram sobre a natureza das nossas opções e traçaram os né panoramas e projetos para superar as violências raciais e de gênero que a gente vira em contextos muito específicos por conta da nossa colonização né por conta também da permanência
da colonialidade na como uma forma de organizar as nossas estruturas mesmo que já afastado o sistema colonial em cima né a permanência dos efeitos de sistema nos dias de hoje por isso que as nossas experiências enquanto mulheres afrolatinas acaba se diferenciando um pouco da de outras mulheres negras ao redor do mundo e por isso que esse dia é tão importante e por isso é tão importante que a gente leia intelectuais o brasileiras fundamentalmente ou intelectuais do sul global na intelectuais é da américa latina ou da áfrica do sul mas falando aqui da gente da américa
latina especificamente né isso porque a nossa experiência se diferem em algum nível por mais que a gente aprender muito com as intelectuais norte-americana se diferem em vários níveis e todos os intelectuais negras brasileiras que produziram stegen produzindo ainda hoje parte da nossa realidade brasileira para fazer né a reflexão crítica sobre como superar essa sociedade capitalista racista e patriarcal e depois eu vou fazer uma coisa que eu fiz um vídeo do dia da mulher né lá em 8 de março eu trouxe um texto para lélia gonzalez e questiona justamente tudo isso e achei que seria legal
trazer um outro texto dela que é bem curtinho gosto de trazer a lélia porque para mim ela foi fundamental para me inspirar e me dá base para refletir sobre umas coisas porque a linguagem dela é poderosa muito direta acadêmica ao mesmo tempo que humana né marcada pela materialidade pela existência brasileira preta e hoje a gente vai falar sobre os estereótipos da mulher negra esses esteriótipos que a gente fala a mais ampla né mas que foram exaustivamente já elaborados pela leva lá na década de 80 vezes que a gente vai ler hoje é de 1920 984
que chama racismo e sexismo na cultura brasileira é um artigo que ela fez esse texto da lélia também tem várias frases e cônicas dela como lixo vai falar várias passagens fundamentais e que elaboraram os pensamentos né que a gente desenvolve na atualidade além de ter vários conceitos que ela debate com a psicanálise e crítica né que ela faz a grandes intelectuais brancos brasileiros né a respeito da construção histórica da mulher negra da forma como eles interpretaram algumas ações né no brasil colonial ele começa o texto dizendo que o lugar que a mulher negra é colocada
na sociedade brasileira é determinado fundamentalmente pela interpretação da nossa dupla ou pressão a de gênero ea rastrear o ao mesmo tempo esses lugares se manifestam esses três estereótipos que ela trabalha longo do texto a mulata a doméstica e a mãe preta e ela disse que começou a se aprofundar nessas discussões o cariótipo aquela percebi que a literatura de ciências sociais na época acaba limitando né a violência experiência que a mulher negra sofria na sociedade atual brasileira única e exclusivamente às questões econômicas né ao acesso ou não acesso que ela sofrendo atendimento do racismo e das
estruturas materiais sem abordar de uma maneira mais profunda o impacto disso na forma como a sociedade vista as mulheres e começar as mulheres também construíram suas identidades e é justamente por isso que ela busca na psicanálise alguns conceitos que vão ajudar a entender como a gente compreende né o impacto ea violência desses estereótipos de uma maneira que não se pode né quantificar ela olha para a sociedade brasileira e começa a entender como mito da democracia racial é o grande responsável pela tentativa constante de domesticação de corpos negros que acaba sendo a base de tudo porque
aqui no brasil uma tentativa de ocultar africanidade presente né o passo que em contextos como os estados unidos por exemplo né com a segregação racial e da áfrica do sul com a partage não havia um é de ocultar né ou de domesticar mas senti realmente exclui afastar que era o mesmo daqui mais acontecer de uma forma diferente e ela disse que é justamente essa tentativa de domesticação da pessoa negra né ao longo da nossa construção cultural colocou a mulher negra nesses distintos lugares de integração e rejeição e aí galera começa a falar especificamente sobre estereótipo
da mulata que se realiza fundamentalmente no carnaval brasileiro esse espaço na em que o mito da democracia racial impera ou seja essa ideia de que negros indígenas e brancos convivem harmonicamente é um prazo de todas as raças o que que não tem diferença só não ter preconceito aqui é todo mundo miscigenado mesmo esse é o mito da democracia racial que nesse contexto o carnavalesco né transforma mulher negra nesse corpo desejado nessa deusa do samba nesta rainha admirada e ela até fala em um trecho abre aspas ali ela perde o seu anonimato e se transfiguram a
cinderela do asfalto adorada desejada devorada pelo olhar dos príncipes altos e loiros vindo de terras distantes só para vila este e vê se tem que eu fixar sua imagem estranhamente sedutora em todos os seus detalhes anatômicos e os flashes se sucedem como fogos de artifícios eletrônicos e ela dá o que tem pois sabe que amanhã está nas páginas das revistas nacionais e internacionais vista e admirada pelo mundo inteiro isso sem contar o cinema ea televisão e ela vai lá e fere camente luminosa e iluminada no férico espetáculo e ler os textos galera é isso esse
misto de intelectualidade com poesia com colocar lidade ea gente vai vendo no decorrer do texto que tem uma outra face dessa chamada mulata que se realiza no carnaval acho que vai se transformando na doméstica no cotidiano fora desse contexto de festividade da democracia racial a lélia inclusive diz é aí que se constata que o termo mulata e domésticas são atribuições de um mesmo sujeito a nomeação vai depender da situação em que somos vistas e aí galera vai buscar justamente no nosso passado colonial brasileiro o momento em que se o caráter atribuído hoje a mulher negra
brasileira se criou que ao mesmo tempo que é tão próximo é tão distante por falar de lugares de desprezo de ótimo mas também de desejo e aí o que ela acha na raiz da mulata doméstica é a figura da mucama que ela trabalha ao longo do texto com mais profundidade emo câmera como se chamavam mulheres negras escravizadas escolhidas para trabalhar dentro das casas grandes aqui não só cuidavam da prova desse senhor de engenho né mas também fazer um trabalho domésticos e sexuais forçados e aí leli a busca e compartilha com a gente nesse texto literatura
a respeito desse contexto que mostrava como esse duplo caráter da servidão da mulher negra que é o serviu e o sexual era dado nela mostra para gente que em documentos já do final do século 18 há uma naturalização do que se chamava de concubinagem né que essa relação sexual com alguém que não necessariamente se casa ou seja mulheres negras de uma forma naturalizada e entre estes senhores brancos no brasil escravocrata e a gente sabe gente quando a função sexual está falando de abuso sexual porque é uma relação de poder muito disse palito uma vez que
essas mulheres negras escravizadas não tinham escolha afinal elas não eram indevidos elas eram objeto elas eram bens que foram encontrados por esse senhores de engenho que as usavam a bem entender e o fato essas mulheres negras escravizadas ser em bens de serviços não só do méxico mas também sexuais complexo ficaram muitas relações não só econômicos mas também familiares naquele contexto uma vez que as tensões que se ravam esse mulheres brancas e mulheres negras uma vez que as mulheres brancas ensinavam seus maridos né esse senhores de engenho mostrava seus poderes econômicos de dominação vendendo né os
rivais românticos de suas mucamas ou seja leve e constata de fato que esses dois estereótipos presentes e vigentes até hoje não só quando ela escreveu esse texto 84 camuflagem da doméstica são faces da mesma figura colonial a mucama construiu ao longo da história a forma como mulheres negras no brasil inteiro são percebidas e tratadas ele a chama a figura doméstica o a cama permitida justamente essa mulher negra que serve trabalha para homens e mulheres brancos seja simbolicamente o literalmente que ao contrário da sua outra face a mulata não é exaltada justamente porque representa é a
realização da mulher negra em seu cotidiano que ela disse que enxergar dessa forma independentemente de classe independentemente de acesso ou como ela fala boa aparência nela até sinto experiência de pessoas que batem à porta dela vendedores fala madame tá aí porque nunca supoem né que ela seja a dona da casa da mesma forma hoje as várias experiências que a gente tem sendo perseguidos em lojas e supermercados ou sendo confundida né com atendente mesmo quando a gente não tá de uniforme eu com nada parecido com uniforme ela disse que o mesmo porteiro branco que vai mandar
essas mulheres negras entrarem pelo elevador de serviço é o mesmo preço desses corpos negros no carnaval isso quer dizer que o passado colonial ele é presente e atuante e ele não acabou quando acabou né você a gente fala sobre colonialidade sobre e aí gente quem estão presentes né mesmo com a transformação do sistema a gente não vi mais o sistema colonial a gente não tem que né mandar os nossos bens para portugal a gente não vai se colônia da metrópole portuguesa mas ainda assim as práticas e as coisas que se construíram naquele período permanecem permanece
limitando permanecem coagindo permanecem violentando mulheres negras em todo e qualquer espaço então a ideia de que mulheres negras são ligadas à servidão né seja no trabalho ou seja sexualmente é basicamente a reprodução fiel da experiência da vida violências sofridas pelas mucamas e as nossas experiências hoje são resultados da permanência desses estereótipos dessas violências sofridas pelas nossas não se traz há mais de décadas e décadas atrás ele também mostra como ao longo da nossa história né da historiografia brasileira tentaram minimizar essas práticas coloniais e nosso cotidiano ela inclusive cita o caio prado júnior não é um
grande intelectual brasileiro a formação do brasil contemporâneo tem uma salas bem complexas disse que a dupla exploração do trabalho de mulheres negras a serviu e sexual não teria de fato grandes impactos na realidade já que ou se materializava naquela época no simples desejo carnal era só um desejo não era um desejo partir de dois lugares iguais e não de lugares de poder absolutamente diferentes né que se não fossem só práticas sexuais poderiam se aproximar né de um sentimento humano chamado amor é quando a sexualidade prazer o desejo se transforme em algo a mais então né
é isso gente olha foi difícil aquela época mais era só desejo e o desejo pode transformar em amor tô com pena da música vai sair o felipe dessa relação tamanha besteira né já que 132 anos após a abolição da escravatura no papel a gente ainda ver a nossa história nossas vidas e ações serem impregnados pelas práticas coloniais que segundo ele não seriam de grande impacto e ela enfatiza que falar sobre isso até o importante porque são esses lugares de silêncio de objetificação e de servidão que não parecem relevantes que conta a hora do nosso país
da nossa formação absolutamente racista violento e misógina velha por fim mostra como a figura ensina é da mucama se transformou na figura da mãe preta nessa mulher que cuida de todos que serve a todos que vive única e exclusivamente para servir aos seus filhos e marido se tiver aqui no brasil colonial justamente vai te cuidou dessa prova e branca e foi responsável inclusive né por educar não só os seus filhos mais dos seus senhores e com isso olha pegadinha passa toda a cultura afro-brasileira para frente isso porque segundo lele e a mãe preta se caracteriza
a única exclusivamente uma mãe uma mãe que passou para frente os seus valores morais que passou para frente o seu pretuguês que é o que a gente fala hoje no brasil um português com forte raiz africana por mais que tentem ignorar ou seja todo o plano de democracia racial desejo domesticação do corpo negro né voltou e mordeu criminalidade na bunda porque as mulheres escravizadas que tentaram silenciar na verdade foi uma das grandes responsáveis por materializar a cultura em todas as casas me leve até fala que uma prática brasileira é muito comum até hoje é querer
babás portuguesa sou bem estudadas e brancas na pele disse que agora não é tarde demais pois esse texto da lélia é um primor é uma delícia de ler não só pela complexidade das coisas que ela traz pela moral pensamento dela mas pela escrita pela fala é uma intelectual única e poderosa realmente motiva a gente queria aprender cada vez mais eu vou deixar referência bibliográfica aqui para você pesquisar e você lê rapidinho a leitura e vai te ensinar muita coisa tem passagens muito importante que eu nem consegui me atentar aqui vai que eu tenho certeza que
vai trazer muita reflexão para você nos seus momentos de leitura e educação vale dizer que esse texto e essa reflexão só é tão primorosa foi aquela parte daqui da nossa realidade para gente como é que a gente lida como é que a gente vive com as questões que nasceram e que nos dominam hoje é muito legal que a gente leia bell hooks que a gente leangela davis que a gente linha aqui em birigui xau eu leio essas mulheres patricia hill collins mas vamos ler também intelectuais brasileiras mulheres que falaram pensaram e refletir a nossa realidade
da construção desse brasil por mais resistente nêga tem o passado colonial mais presente e atuante do que nunca eu espero que vocês tenham gostado de compreender um pouco mais bolo de surgiram de onde surgiram esses mitos e estereótipos sobre a mulher tem que como eles afetam a nossa vida enquanto mulheres negras até hoje e a consciência é o primeiro passo para a libertação um grande beijo deixa aqui nos comentários o que você achou essa reflexão se você vê algumas dessas práticas estereótipos no seu dia a dia no dia da sua família esse é um dia
muito importante justamente para a gente fazer isso manda esse vídeo para alguém que você acha que acha interessante se inscreve no canal deixa um like até o próximo vídeo