e salve salve rapaziada seu professor base no canal historiando e eu tô aqui pra dar uma aula sobre a história do racismo no brasil nos estados unidos antes de mais nada eu não tenho lugar de fala e nem protagonismo nessa discussão eu tô aqui apenas como historiador para apontar determinados processos que talvez nos ajude a compreender é importante a questão do protagonismo e do lugar de fala e da gente reconhecer o limite que nós temos diante dessa discussão além disso o racismo ou seja a ideologia que acredita numa superioridade uma inferioridade de pessoas a partir
de critérios étnicos raciais não é somente uma prática do indivíduo apesar de também ser mas é fundamentalmente uma estrutura de poder uma estrutura de poder que determina a gostos sonhos práticas linguajares portanto mesmo que conscientemente você está me assistindo não tem a reproduzir uma fala ou uma atitude racista você sem dúvida é vive numa e assista então reproduz essa estrutura o seu cotidiano é fundamental nossa capacidade de entender o racismo como elemento estrutural é o racismo ainda é tão mais tão mais tão perverso e no brasil a gente vai entender um pouco dessa perversidade é
que muitos daqueles que tem os seus antepassados vítimas dessa estrutura racista muitas vezes reproduzem a estruturar a sexta muitas pessoas não conseguem se enxergar enquanto vítimas desses racismo e utiliza muitas vezes a reprodução dessa violência como forma de defesa por isso eu queria nesse vídeo agradecer profundamente é diferente para as pessoas que passaram na minha trajetória em muitos momentos apontaram é o dedo para mim falaram em determinados momentos você teve fala sua atitude sou práticas fascistas é fundamental nossa capacidade é de aceitar e de humildemente refletir sobre isso portanto muito obrigado vamos para aula meus
queridos quando nós pensamos em está no brasil nós pensamos em duas sociedades que viveram a escravidão mas já não de formas diferentes é importante pensarmos a colonização portuguesa é uma colonização ibérica e católica enquanto nos estados unidos temos uma colonização inglesa e protestante e o quê que isso muda no aspecto da escravidão o catolicismo tentava de alguma forma a similar à violência da escravidão não mundo ibérico católico se dá pela assimilação se dá pela relação casagrande senzala se dá pela proximidade escravizados e senhores vivem num contexto de proximidade num contexto de assimilação a igreja durante
séculos buscou assimilar essa população escravizada para o seu controle por outro lado do mundo anglo-saxão existe um distanciamento os protestantes acreditam que os próprios puritanos quando vem para a américa acredito que são povo eleito de deus se são um povo eleito de deus não tem e não necessariamente oferecer salvação a pagãos portanto o mundo católico tem tácila o mundo anglo-saxão se distancia que é explorar aquela força de trabalho mas é simplesmente indiferente aquelas pessoas isso vai determinar uma escravidão com traços diferenciados ambas violentas estamos profundamente violentas e sustentável somente pela violência mais uma violência lá
e se manifestar de diferentes formas além disso em ambos as escravidões brasil estados unidos nós temos uma resistência brutal de escravizadas mas que também vai se manifestar de formas diferentes uma diferença importante cima a escravidão no brasil há um elemento nacional existem escravos em todas as partes do brasil colônia e do brasil império diferentemente dos estados unidos em que a escravidão está restrita às colônias do sul a própria independência é diferenciada enquanto ainda tem quantos estados unidos nascem sob a égide da ideia da liberdade mesmo mantendo a oi su e mantém a escravidão do sul
com que argumento somos livres então são os proprietários podemos ser escravizados no brasil não no brasil a independência acontece com o objetivo de manter a escravidão não por acaso optamos por uma monarquia monarquia era vista pelos setores escravocratas o brasil com uma melhor forma de manter a escravidão eu queria disso vai encaminhar o século 19 de formas diferentes enquanto nos estados unidos a escravidão acaba com uma guerra a chamada guerra de secessão que é um conflito entre o norte abolicionista contra o sul escravista dois modelos econômicos diferentes o norte industrial o sul da plantation nas
grandes fazendas o norte luta contra o sul e os escravizadas do sul lutam contra os senhores do sul muitos historiadores chamam a guerra de secessão de uma revolta escrava porque os escravizados foram protagonistas nessa luta e o fim da escravidão no brasil é importante a gente perceber o fim da escravidão brasil também conta com a luta e existem sentença de de negros nós vamos ter um movimento abolicionista importantes personalidades que são negras nós vamos ter o josé do patrocínio vamos ter vamos ter andré rebouças nós vamos ter luiz gama ou seja grandes nomes mas o
brasil a abolição acontece uma forma diferente não de uma forma radical mais de uma forma conciliatória os setores escravistas conseguem prorrogar o máximo de tempo possível a abolição da escravidão abolição então vai acontecer muito mais com um grande acordão entre as elites escrava kratos do que propriamente uma forma radical isso vai modificar a própria inserção desta população escravizada na sociedade ver os filhos nossos nós temos duas segregações bastante diferentes são os estados unidos depois da guerra de secessão nós temos uma lei de segregação as chamadas de incross e o que sozinho cross e teremos escolas
para brancos escolas para negros ônibus para brancos ônibus para negros vida para branco e vida para nego além disso nós temos organizações suprema assista as brancas que promovem atentados terroristas contra a população escravizada portanto é uma segregação explícita a evidente é legal no brasil não e o racismo que é presente tanto nos estados unidos contra o brasil ele tem encaminhamento diferentes por quê porque o racismo no brasil não é explícito na lei pelo contrário depois da abolição abre aspas todos os indivíduos são livres e iguais portanto vocês escravos a vocês agora o indivíduo livre você
que se vira você não vai ter terra você não vai ter escola só vai ter nada mas o seu médico do livre ou seja pelo seu mérito pelo seu esforço se consegue chegar lá e você teria condições escravizadas eles saem é da das fazendas vale paraíba eles vão para o rio de janeiro e buscar sobrevivência só que o que é muito importante no século 19 nós vamos ter uma legislação abre todas as aspas científica para o racismo ea sua legitimação se chama darwinismo social o senhor chaves da área que diz que as espécies evoluem por
meio da seleção natural foi apropriado por alguns cientistas e alguns políticos europeus que estavam interessados em justificar o neocolonialismo na áfrica ou seja uma invasão ao continente africano para explorar o continente africano então está justificativa este racismo científico foi o seguinte os brancos são superiores em civilização eles são evoluídos eles são melhores e as comunidades africanas são atrasadas e quem tava justificando isso não era o pessoas não rosas é para aquele momento eram justamente à elite europeia essa é a elite norte-americana estavam usando a ciência estava usando a medicina estavam utilizando todos os movimentos científico
para justificar o racismo o racismo científico isso daí vai degringolar no nazismo esta dinâmica e o nazismo nada mais vai ser do que o regime fascista ou seja o regime de violência e negação e morte do seu adversário mais com elemento racial as bases do nazismo tal como disse franz fanon e tal como diz a hannah arendt e origens do totalitarismo a origem do nazismo está no colonialismo europeu está no racismo europeu sobre a áfrica mas que eu tô dizendo tudo isso porque isso que está no final do 19 é esse discurso que está no
final de 19 então para elite brasileira que utilizou a mão de obra dos escravizados por séculos para ela era fundamental naquele momento é achar uma justificativa para o fim da escravidão a justificativa foi a seguinte nós precisamos acabar com a escravidão e nós precisamos civilizar o brasil como é que a gente se viu no brasil traz europeus vamos embranquecer a população brasileira essa forma política de estado o estado imperial brasileiro vai buscar trazer imigrantes para embranquecer a população uma ideia de purificar a raça brasileira como o seu atraso do brasil fosse causado não por sermos
uma grande fazenda uma grande plantation mas por sermos um país formado majoritariamente por negros este o racismo científico no final do 19 aí só falar mais no brasil não tem leite segregação não não tem forma explícita assim como o final da escravidão a lei áurea diz o seguinte o treze maio de 1888 é declarada extinta a escravidão no brasil revoga os todas as disposições ao contrário fim em nenhum momento você fala a palavra escravo escravizado portanto você tem um silenciamento e é isso que a lei vai fazer sempre vai se silenciar é assim que se
nega o racismo no brasil silenciando meus queridos código penal 1890 primeiro código penal da república ele não fala de um racismo de uma segregação juiz pássaro branco para o negro mas ele coloca ali coisas como é crime a vadiagem é crime a prática de feitiçaria meus queridos tipificações penais amplas em que o policial pode prender qualquer pessoa por vadiagem ou por feitiçaria na verdade uma forma de você e encarcera população que pratica a religiosidade de matriz africana e se chama genericamente de feitiçaria de prender as populações escravizadas se encontra trabalho sobre acusação de vadiagem portanto
o estado mantém práticas racistas mas sem declará-las com a lei falando que todos são iguais meus queridos de alguma forma e isso vai se acentuar e nós vamos ter na década de 30 a ideia da democracia racial seu gilberto freyre escreve casa grande senz aulas e por mais contraditório que possa ser naquele momento ao avanço que o gilberto freyre falou o seguinte olha só o brasil não é racista acertem os estados unidos que elas entrega aqui não aqui tá todo mundo junto e o brasil não é atrasado por ser mestiço o brasil é rico pela
mensagem esse ciclo aspecto é um avanço ele exaltaram neste estágio o avanço porque há décadas antes daquelas leis do gilberto freyre você tinha uma imensa é elite brasileira defendendo embranquecimento da população e depois voltar mensagem é um avanço e quando gilberto freyre fala que o brasil não é racista porque não é igual dos estados unidos ele enquanto um branco filho deste mundo escravocrata ele não consegue enxergar que o racismo existe no brasil mas não racismo explícito evidenciado e legalizado como nos estados unidos mas é um racismo eu não quero usar a palavra velado mas ele
é um racismo naturalizado nas relações sociais mas que segmenta quem manda e quem obedece quem vive e quem morre quem manda aprender quem é preso portanto esta ilusão da democracia racial esta ideologia está narrativa da democracia a céu entrará como uma luva na mão de governos autoritários como o senhor getúlio vargas que transformam araxa a democracia racial uma ideologia do estado novo exaltará a mensagem mais uma mensagem cantada por brancos se nós formos pensar as manifestações culturais negras começam a ser apropriado e ao samba por exemplo rapaziada esta democracia racial vai se tornar quase que
germânica no brasil mas na década de 60 e só que você começar a ser questionado fortemente aqui no brasil nós vamos ter florestan fernandes que na década de 60 vai escrever o negro na sociedade de classes o floresta fala existe racismo existe muito racismo não é explícito como nos estados unidos pela lei mas ele acontece e ele institui e estrutura a sociedade brasileira a sociedade brasileira de um capitalismo periférico é profundamente assista é isso que o floresta fala ou seja aquela década de 50 e 60 aquelas tensões de polarização movimento negro se fortalecendo e começou
a reivindicar a condição de negro e vítima de um racismo na mesma forma nos estados unidos que aqui nós vamos ter a década de 60 a luta por direito serviço aquela segregação de explícita de bairros e brancos e bairros de negros de escolas e branco é de negros e uma violência institucionalizada pela polícia vai fazer com que os negros que conseguem ter uma unidade espacial política religiosa 250 os mesmos espaço espaços exclusivos para os negros lá eles conseguem organizar o movimento é que vai reivindicar politicamente por direito serviços são os movimentos por direitos civis que
vai ter a sua a sua faceta pacífica com pastor batista martin luther king mais vai ter a sua faceta radical com o mal com esse com os panteras negras se o racismo não acaba pelo diálogo e não acabará ele acabará pela violência aí você vai falar meu deus mas violência para acabar violência sim o mal como é que fala não confundam a violência do oprimido a resistência oprimido com a violência do pessoa o franz fanon campo grande teórico e o importante pensador movimento negro nesse momento e movimento e se que está reverberando lá na áfrica
movimento de descolonização da áfrica e fala somente um a violência do crime de maior do que a violência do opressor é que pode libertá-lo meus queridos os estados unidos avançam nesse aspecto você tem o direito de visto você começa a construir uma elite negra nos estados unidos enquanto no brasil que a gente tem ditadura militar de 1964 que pega que acaba que persegue os momentos né dos brasil e começa a falar o que democracia racial brasil uma democracia racial não tem racismo no brasil não tem racismo no brasil ditadura militar reforça essa narrativa esse discurso
meus queridos quando o brasil se democratiza momento lembro se fortalece movimento negro paulo da redemocratização e consegue avanços importantes na construção consegue umas das leis mais rígidas contrárias ao racismo à qual o estado brasileiro redemocratizado ele tem leis racistas mas por outro lado a população negra continua sendo morta sem encarcerada tenho precárias condições de vida de trabalho ou seja apesar e vamos legais esta república e esse estado democrático não conseguiu tocar na estrutura racista da sociedade brasileira assim como nos estados unidos apesar de apesar de uma elite nega apesar de uma identidade negra forte apropriada
também pelo mercado você lá e cá vai ter a população de graça sendo morta sendo encarcerada sendo diminuída socialmente importante tempos essa perspectiva porque aqui no braço se aqui no brasil existe um silenciamento da população negra existe o silenciamento a figura do negro historicamente machado de assis negro importantes nomes da música importantes nomes da intelectualidade negros a gente consegue ver com muita clareza nos estados unidos e especialmente aqueles que foram apropriados pelo mercado mas existe um silenciamento da figura do negro no brasil e para você que tá me ouvindo isso hoje eu agradeço a paciência
mas sobretudo sai dessa aula e vai buscar e os negros vai ouvir alça soares vai ouvir racionais vai ler autores negros vai ler e já mila ribeiro vai ler a sueli carneiro vai ler referência já leangela davis buscar essas referências porque é angela dele só para encerrar a aula não basta você não ser racista isso é o mínimo para que você seja um ser humano é necessário ser tem de racista isso não é só discurso isso é muito conhecimento mas essencialmente a prática agradeço profundamente a você que tá ouvindo isso agradeço profundamente as pessoas que
passaram na minha vida e que conseguiu me contribuir para essa percepção que eu tenho hoje toda toda força e todo respeito ao movimento negro e que possamos caminhar por um mundo mais justo e o mundo sem racismo forte abraço e obrigado