em junho de 2020 depois de oito anos o Ministério do meio ambiente atualizou a lista de espécies ameaçadas de extinção com 3.209 espécies de plantas e 1249 da fauna com risco de serem extintas Só que mais da metade dessa lista foi adicionada no último levantamento espécies que identificamos em risco só nesses últimos anos esse é o risco que a biodiversidade corre no país ou risco que pode ter impactos muito sérios tanto na nossa vida economicamente quanto para o ambiente por isso nessa nossa série de vídeos sobre meio ambiente sustentabilidade no Brasil a gente vai discutir
também sobre os riscos que estamos causando para biodiversidade [Música] [Aplausos] [Música] para nossa sorte a única espécie brasileira que aparece como extinta na natureza é o Mutum do Nordeste que não é mais encontrado na natureza mas a gente ainda tem alguns exemplares em cativeiro Essa era categoria da área azul também mas graças a um projeto para reintroduzir essa ave na Caatinga brasileira ela saiu da categoria no último levantamento um exemplo positivo do que a gente pode conseguir quando nos esforçamos para manter a biodiversidade no país essa palavra biodiversidade é usada em diferentes conceitos pode servir
para falar de espécies de um determinado lugar como a biodiversidade da Amazônia ou para uma questão bem mais ampla para convenção sobre diversidade biológica a biodiversidade abre aspas forma a teia da vida da qual somos parte integrante e dependemos totalmente também abrange uma série de ecossistemas como nos encontrados em desertos florestas áreas úmidas montanhas Lagos e ambientes agrícolas em cada ecossistema criaturas vivas entre as quais os seres humanos estão também formam uma comunidade e interagem entre si e com o ar a água e o solo ao seu redor fecha aspas o Brasil é muito privilegiado
em biodiversidade em todos os sentidos se a gente Pensar só nas espécies que são catalogadas conhecidas aqui no país nós temos a maior quantidade total de espécies que são cerca de 13% das espécies do mundo já falando daquelas que são endêmicas que só vivem aqui no Brasil nós somos o segundo país em quantidade Total praticamente empatados com a primeira que a Indonésia assim nós somos um dos 17 países mais diversos do mundo e o processo de perder essas espécies a extinção É também um processo natural se estima que cerca de 99% das espécies que já
passaram pela terra foram extintas só que isso normalmente acontece dentro de um equilíbrio conforme grupos de seres vivos são extintos outros grupos surgem quando a evolução gera novas espécies O que é um processo que normalmente leva centenas de milhares de anos ou mais do que isso quando acontece naturalmente isso é muito diferente do que se passa no Brasil agora porque a gente está perdendo biodiversidade muito mais rápido do que essa diversidade se recupera e não tem sinal de que esse ritmo esteja diminuindo nós já alteramos drasticamente praticamente todos os ecossistemas da terra seja para construção
de cidades ou com a conversão de regiões em zonas agrícolas com isso muitas populações de animais e plantas diminuíram em número e na distribuição geográfica a atividade humana Aumentou a taxa de extinção o que seria o processo natural em pelo menos 100 vezes em outros momentos da Terra isso já aconteceu são os eventos que a gente chama de extinções em massa pros paleontólogos Essas extinções são momentos em que a Terra acaba perdendo mais de quartos das espécies de seres vivos dentro de um intervalo geologicamente curto e a gente só teve cinco eventos desse tipo de
extinção em massa nos últimos 540 milhões de anos como o evento provocado por um asteroide que acabou extinguindo os dinossauros que a gente conhece agora por causa da atividade humana e com as espécies que acabaram extintas nos últimos milhares de anos a gente pode sim tá causando a sexta extinção em massa e essa perda de espécies agora pode ter várias causas o principal risco para biodiversidade nas últimas décadas foram as mudanças na forma como a gente usa a terra Principalmente quando transformamos as áreas preservadas em regiões agrícolas o que a gente já discutiu que tem
acontecido muito aqui no Brasil com o avanço de áreas de plantio de monocultura e de pastagem a biodiversidade acaba sendo muito reduzida nesse processo os organismos que são originários daquela região acabam sendo deslocados ou destruídos ou subst por soja milho cana-de-açúcar ou para criação de gado Como já explicamos no vídeo dessa série aqui sobre desmatamento e queimadas além da Agricultura a extração de recursos naturais o processo de industrialização de urbanização também acaba afetando a biodiversidade de vários locais por exemplo durante a construção de usinas hidroelétricas o que antes eram Rio ou um Riacho acaba se
transformando em um lago E com isso tem muitos peixes e outros organismos que viviam nessa água corrente que acabam não sobrevivendo no lugar com água parada e aí ou morrem ou tem uma população muito reduzida justamente por depender de uma condição particular que pode ser tão alterada a biodiversidade da água doce tem diminuído muito mais rápido do que a biodiversidade Marinha ou das florestas entre barragens assoreamento perda de nascentes e mais o mundo perdeu quase 90% das áreas úmidas desde 1700 prejuízo das espécies que vivem aí como os répteis e os anfíbios e os peixes
de água doce e uma escala maior e mais longa as mudanças climáticas que a gente está causando ainda não são a principal causa de perda de biodiversidade Global apesar das mudanças ambientais que isso tudo causa mas já se estima que elas devem se tornar tão ou mais importante do que os outros fatores ao longo das próximas décadas nos últimos 30 anos as mudanças climáticas já tem impactado cada vez mais a vida no planeta Terra especialmente com o aumento do gás carbônico na nossa atmosfera quando a gente olha para diversidade dos seres vivos a maioria das
espécies evoluiu dentro de uma condição ambiental restrita em termos de umidade temperatura e outros fatores Então as mudanças muito radicais de condições climáticas como a mudança de estação de chuva ou verão que começa mais cedo podem fazer com que uma espécie entre em extinção pode acontecer se a gente continuar observando os eventos extremos que já falamos de um outro Episódio por aqui além das mudanças abruptas também podem acontecer pequenas variações de fatores climáticos que podem afetar a distribuição das espécies o tamanho populacional delas e até o período de reprodução ou os eventos de migração que
elas fazem além de aumentar a frequência de surtos de pragas e de doenças tem algumas espécies que podem migrar e de repente ocupar novas regiões como as plantas de clima mais quente que agora conseguem ocupar regiões mais altas nas montanhas que já foram mais frias Mas nem todo organismo tem os meios ou tempo para poder acompanhar essa mudança o primeiro mamífero instinto por causa de mudanças climáticas foi o roedor milomes rubícola que ganhou as manchetes em 2016 quando foi declarado extinto depois de pesquisas que foram realizadas numa ilha pequena com o tamanho de cinco campos
de futebol onde essa espécie vivia no Estreito de Torres na Austrália viram essa extinção é o primeiro caso conhecido da extinção de um mamífero diretamente ligada às mudanças climáticas e as mudanças climáticas acabam afetando de maneira diferente espécies diferentes dependendo de onde elas vivem por exemplo peixes de alto mar tão relativamente protegidos porque vivem no ambiente onde as variações de temperatura na atmosfera acabam tendo pouco Impacto neles já as espécies do ártico ou da Tundra são muito mais afetadas pelas mudanças climáticas porque elas transformam muito diretamente o local mais frio onde essas espécies vivem Assim
como as ondas que estão sofrendo um processo de desertificação que a gente também já explicou por aqui Outro fator para perda de biodiversidade é a sobre exploração dos seres vivos é o fenômeno que acontece quando os indivíduos de uma certa espécie são capturados mais rápido do que eles conseguem se reproduzir se um processo de pesca ou de corte de madeira mata todos os anos organismos com décadas ou centenas de anos de vida Eles simplesmente não vão ter o tempo de repovoar o que a gente extraiu e isso pode acontecer de maneira direta como acontece para
alimentação ou para extração de madeira ou de forma indireta como é o caso da sobrepesca onde vários peixes de vários outros seres marinhos acabam sendo capturados pelas redes de arrasto e acabam morrendo no processo e até sendo jogados fora porque não tem valor comercial e também tem os casos de tráfico de animais silvestres que podem ser usados como animais de estimação Ilegais e no outro extremo tem a introdução de novos organismos no ambiente que também pode causar perda de espécies o risco para biodiversidade pode vir de espécies de seres vivos que de repente começam a
competir dentro de um fenômeno que a gente chama de invasão biológica espécie produzidas são esses organismos que acabam surgindo em áreas ou em hábitos onde eles não eram nativos o que pode ser feito de propósito como foi o caso do pombo doméstico aqui no Brasil que os europeus trouxeram no processo de colonização ou pode acontecer por Acidente como é o caso do coral sol e Ilha Grande no Rio de Janeiro esses novos organismos podem ter algumas vantagens sobre os organismos que viviam ali como a falta de predadores o que gera uma competição desleal E aí
essa invasão biológica pode gerar um dizer equilíbrio no ecossistema original transmitir doenças alterar as cadeias alimentares Em algumas situações pode causar a extinção de outras espécies no caso do coral sol a espécie é originária do Sudeste Asiático e deve ter vindo para ele a grande aderida em plataformas de extração de petróleo durante a década de 1980 E aí no ambiente com condições climáticas que são parecidas com a terra natal mas sem os predadores o coral sol tem um sucesso reprodutivo enorme e acaba competindo por espaço e por recursos com as espécies que vivem na região
e acabou tomando rapidamente o espaço que antes era das espécies nativas do litoral brasileiro e essa perda da biodiversidade não diz respeito só ao meio ambiente porque ela também afeta o desenvolvimento a economia e até a segurança alimentar e a saúde da gente em 2019 a Organização das Nações Unidas para alimentação e Agricultura que a fau lançou o primeiro relatório sobre o estado da biodiversidade para alimentos e Agricultura no mundo esse relatório dentária os vários benefícios que a biodiversidade pode trazer tanto para alimentação quanto para agricultura aliás no caso da alimentação e da agricultura a
biodiversidade é indispensável tanto para segurança alimentar quanto para o desenvolvimento sustentável e Isso inclui tanto plantas quanto animais domesticados também com recursos de plantas nativas espécies aquáticas e todos os seres vivos que são Associados encontrados dentro e fora das áreas de cultivo porque ter toda essa biodiversidade ajuda a tornar o sistema de produção e os meios de subsistência mais resistentes a choques e tensões como é o caso de eventos causados pelas mudanças climáticas que a gente já falou no vídeo sobre insegurança alimentar E isso também acaba sendo essencial se a nossa intenção for aumentar a
produção de alimentos porque tem um Outro fator que contribui para alimentação humana que é a reserva genética que a biodiversidade pode nos oferecer para dar um caso como a gente já falou no vídeo sobre desmatamento do cerrado brasileiro lá é o lar da Mandioca ou seja se a gente precisar encontrar variedades nativas mais resistentes de mandioca mais produtivas ou mais nutritivas é lá que a gente tem que procurar essas plantas para poder fazer os cruzamentos e a biodiversidade também pode estar ligada com a nossa saúde por conta dos medicamentos tanto tradicionais quanto farmacêuticos derivados das
plantas e também por conta da filtração da água nas áreas úmidas os medicamentos com origem em espécies selvagens como o caso da penicilina taxol quinina e outros já salvaram milhões de vidas e eles são algumas das moléculas que a gente pode tirar da natureza para o nosso uso e o pior com a perda da biodiversidade ao mesmo tempo em que a gente diminui esse acervo de medicamentos que podia ter na natureza a gente ainda aumenta as chances de convivermos com novas doenças próximas da gente a própria pandemia de covid-19 também tem relação com a destruição
dos ambientes naturais que acabou colocando a nossa espécie em contato com agentes causadores de novas doenças o número de doenças que veio de animais selvagens tem aumentado nas últimas décadas o que também aumenta a probabilidade de epidemias e pandemias na população humana para dar uma noção três em cada quatro das doenças infecciosas novas ou que aumentaram recentemente em casos algumas doenças emergentes são causadas pelo contato com ou são transmitidas por outros animais e essas zoonoses que a gente chama sempre existiram mas a frequência delas tem aumentado no mundo inteiro o que é um aumento que
a gente pode atribuir a mudanças climáticas também a perda de biodiversidade e a degradação do hábito desses animais por causa desse aumento do nosso contato com a vida selvagem isso tem se agravado também com transporte das espécies invasoras como os mosquitos e tem um outro benefício direto que a biodiversidade pode trazer para gente sem precisar gastar um real que são serviços ecossistemas serviços ecossistemicos são os processos e condições do sistemas naturais que acabam sustentando ou ajudando na atividade humana Como por exemplo o serviço feito pelos polinizadores que são essenciais para muito na nossa produção de
alimentos já que polinizadores fazem a produção de frutos e de sementes de plantas que ainda precisam ser fecundadas para desenvolver as partes que a gente consome um estudo de 2009 estimou e concluiu que esse valor gerado é mais ou menos 10% dos produtos da Agricultura o que só aqui no Brasil só no ano de 2019 representa um valor de pelo menos 11 Bilhões de Dólares isso só com ajuda para a produção agrícola para conservar toda essa biodiversidade e aproveitar esse serviços ecossistêmicos para nossa agricultura a gente tem que ter políticas baseadas no conhecimento científico e
na sabedoria Popular a lista vermelha das espécies ameaçadas da união internacional para conservação da natureza ou e o CN é a fonte de informação mais completa do mundo sobre o status de risco de extinção Global das espécies de animais fungos e plantas essa lista foi criada em 1964 e ela é um indicador adotado pelos países da Organização das Nações Unidas e apoiado pela divisão de estatística da ONU para poder acompanhar a situação da biodiversidade Global essa lista vermelha da iucn é muito mais do que uma lista de espécies ou do status delas essa lista também
é uma ferramenta para poder resumir e priorizar quais são as ações para conservar biodiversidade e quais são as políticas públicas relacionadas que a gente tem que fazer essa lista que dá informações como o alcance o tamanho de uma população de uma espécie o hábitat a Ecologia e as atividades humanas e valores comerciais e ameaças que ajudam a gente a decidir Quais são as ações de conservação que são necessárias a lista vermelha tem quase 130 mil espécies das quais uma em cada três então ameaçadas de extinção alguns grupos são mais ameaçados como é o caso dos
anfíbios dos tubarões e dos Corais durante a eco-92 no Rio de Janeiro Foi estabelecido a convenção da diversidade biológica que é uma agenda para conservação da biodiversidade global e também agenda 2030 para o desenvolvimento sustentável dá uma estrutura de objetivos e metas que a gente tem que ter para superar esses Desafios que a nossa sociedade encontra para manter a biodiversidade os objetivos de desenvolvimento sustentável 14 e 15 focam em preservar os sistemas aquáticos e terrestres nas espécies deles e priorizar o desenvolvimento sustentável A Conservação de biodiversidade também impacta direto ou indiretamente vários outros objetivos como
a garantia de saúde bem-estar água limpa e saneamento e também até cidades e comunidades sustentáveis além de ser impactada pelo consumo e produção sustentáveis e pela ação contra a mudança Global do clima aqui no Brasil o nosso governo estabeleceu lá no começo dos anos 2000 um dos maiores planejamentos de conservação participativa do mundo que é um planejamento que abrange todos os biomas brasileiros O que foi atualizado pela segunda vez em 2016 para incluir só três biomas Caatinga Cerrado e Pantanal atualmente o governo brasileiro reconhece 1530 áreas prioritárias para conservação Uso Sustentável e benefícios compartilhados da
biodiversidade brasileira o que abrange quase 3 milhões de quilômetros ou um terço no território nacional mas em 2022 de acordo com o relatório luz nenhuma das metas do objetivo de desenvolvimento sustentável que são voltadas para biodiversidade terrestre Tem qualquer dado atual os dados mais recentes relacionados com a primeira meta são de 2020 e dos 14 indicadores só dois tem alguma informação oficial com dados informados como em produção ou em análise Além disso o painel governamental também passou a considerar como não aplicável a meta de tráfico ou a classe ilegal de espécies protegidas no país com
a maior biodiversidade do mundo e com tanto potencial para fazer um ótimo Uso Sustentável dela não faltam motivos para a gente pesar e preservar a biodiversidade e infelizmente os dados de desmatamento que a gente tem indicam que continua crescendo essa perda enquanto os nossos biomas são patrimônios de todo mundo vão sendo transformados em mais espaço agrícola que é usado só por alguns