Café Filosófico | Albert Camus: existência, absurdo e responsabilidade | 26/03/2023

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Café Filosófico CPFL
No mito de Sísifo, o personagem da mitologia grega é condenado a eternamente rolar uma pedra para o ...
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[Música] [Música] um grande desafio da filosofia ao longo dos séculos a investigação sobre a conduta humana de Platão passando por Isaías e perna de Williams e Alberto plural e rico de pensadores ajudando a compreender a ética a moral a felicidade e o sentido da vida humana filosofia sua história nossa vida tema dessa série do Café Filosófico em todas as épocas diante dos fatos inexplicáveis e inevitáveis da vida o homem sempre se questiona sobre o destino é ele Quem determina a nossa vida ou aquilo que nos acontece é uma consequência das nossas escolhas e decisões procurar
entender Qual o melhor jeito de viver nos coloca cara a cara com o mistério do quanto de controle temos sobre a nossa existência na busca por explicações e propósitos nos deparamos com a falta de sentido com um absurdo assim reflete o filósofo Alberto vamos nos concentrar no pensamento de Alberto está ligado ao que normalmente é associado ao a corrente assim chamada corrente existencialista mas na verdade ele se distanciou e pertence aquele contexto a do desenvolvimento do pensamento existencialista cujo nome Central na França é Sartre mas depois ele se distancia disso eu vou basicamente analisar uma
obra do Kami que é o mito de sísifico que é o seu grande ensaio filosófico Mas nós vamos começar não propriamente pela obra Mas vamos começar pela imagem dessa obra e por outras imagens que estão relacionadas a ela no pensamento grego então uma das primeiras histórias relacionadas a esse a esse que nós podemos relacionar esse mito é aquilo que nós chamamos de o julgamento o juízo de cilena o juízo do Sátiro ora o que é um Sátiro Sátiro é uma figura mitológica é uma figura híbrida normalmente associada ao culto do Deus dionís os antigos gregos
contam a seguinte história certa vez este Sátiro que Alguns chamam vinculam ao nome de Cilene estava dormindo nos domínios do remidas E então os servos do Rei Midas encontram este Sátiro e chama o rei o rei vê que ele é ali uma figura enfim diferente e Divina sabe que ele está ligado portanto ao culto de Dionísio e quer uma resposta do site então ele vai consultar o Sátiro como se fosse um oráculo e o Sátiro que está cansado que está Ébrio estava Ébrio né enfim havia bebido e dançado como fazem o sátiros porque são figuras
de unisíacas e o Sátiro queria continuar dormindo mas o Rei Minas Insiste e o Rei Midas diz assim eu quero saber Sátiro O que é melhor afinal de contas para a vida humana e o Sátiro responde o seguinte tem já que o Senhor Insiste Então é eu direi melhor para o homem seria não ter nascido Mas e se ele nasceu então é o que ele deve fazer e o Sátiro responde novamente deixar essa vida o quanto antes porque essa vida ela é algo repleto de tormentos que ele não pode controlar muito bem então esta frase
melhor para o ser humano seria não ter nascido é uma frase que marca a sabedoria trágica grega porque ela traz um significado que diz respeito justamente é uma das questões mais fundamentais que nós colocamos que é justamente o sentido do porque nós estamos aqui e o que como é que nós vamos conduzir a nossa vida para que ela seja minimamente boa porque não basta viver não é é necessário viver bem mas o que significa viver bem ora nessa perspectiva trágica é o ser humano não tem os recursos principalmente no período mais arcaico da tragédia grega
Nós poderemos ser felizes ou realizar a nossa vida é da maneira melhor possível apenas por acaso Isto é a nossa suposta Liberdade a nossa existência finita e as tantas coisas que é atravessam a nossa existência não estão em nosso poder há milhões de coisas que não estão em nosso poder e portanto nós não podemos conduzir a nossa vida Salvo é pela ação favorável do destino mas o destino ninguém conhece o destino é dele ninguém se livra o destino não pede satisfações a ninguém também aliás é uma das duas entidades mitológicas gregas que não pedem satisfação
para ninguém uma é o destino e a outra é o amor são as duas entidades que não tem que dar satisfação para ninguém e mesmo os deuses são afetados por essas entidades Então veja o que o satero quer dizer e o que quer sabedoria trágica quer dizer quando justamente isso aparece no isso é um fragmento atribuído a sófocles também e isso é relacionado a história por exemplo do Rei Édipo o rei Édipo por mais que ele quisesse fazer para evitar tudo aquilo que acontece com ele por obra do destino ou do acaso porque essa é
uma questão quer dizer o que que é afinal de contas do destino o destino é ação do acaso ou ação do acaso significa um destino predeterminado para nós Então essa é uma questão que se coloca no quadro da tragédia Mas sendo destino ao acaso a questão é que nós não temos o controle sobre isso e portanto no caso do Rei ético mesmo ele não querendo ele fugindo do seu destino ele vai ao encontro do seu destino que era assassinar o seu pai e se casar com a sua mãe tudo está claro a luz que eu
te veja pela derradeira vez Todos sabem ser filho de quem sou casar-me com quem me casei e eu matei aquele a quem eu não poderia matar não quero mais ser testemunha de minhas desgraças nem de meus crimes que mais posso eu contemplar ou amar na vida que palavra poderei ouvir com prazer ó levai-me para longe daqui a criatura mais odiada pelos Deuses entre os mortais qual é não é a variação a vulnerabilidade a fragilidade e aqueles elementos maiores do que nós em que a nossa liberdade esbarra que melhor seria não ter nascido certo Ora Então
essa é a primeira perspectiva o melhor seria não ter nascido significa que a nossa vida é vazada por um aspecto trágico que nós por mais que nós queiramos não conseguimos controlar se o acaso forável a nós ótimo mas se não for tem mas isso de uma maneira ou de outra né as lições do acaso as lições do destino vão sendo ensinadas a cada um de nós e isso configura também por outro lado na sabedoria trágica a experiência por isso que a famosa frase do agameno né de esquilo que diz sofrendo aprender a mas mesmo assim
nós não conseguimos é evitar apesar da nossa experiência evitar e controlar certas coisas que são maiores do que nós então o que marca a nossa condição é a fragilidade a vulnerabilidade a finitude a morte e é isto que depois né Será chamado pelo caminho de absurdo Então essa necessidade de configuração de algo que pudesse nos livrar deste elemento trágico Isso vai ser justamente pensado pelos filósofos depois quer dizer como é que nós vamos ser feliz não na verdade isso é impossível no que depende de nós mas depois abre-se a possibilidade de que o exercício da
reflexão o exercício da sabedoria o aprendizado com a experiência e o exercício da Prudência das virtudes poderia nos conduzir melhor ao longo da vida de modo que o caráter trágico da nossa existência embora ele nunca seja eliminado ele é o menos diminuído na medida em que Nós aprendemos a conduzir a nossa existência então assim por exemplo Sócrates e vai pensar justamente numa Arte de Viver uma arte que disponibiliza virtudes que disponibiliza sabedoria para que nós possamos conduzir a nossa vida ou em Platão a mesma coisa né Essa Ideia de conhecer-se a si mesmo cuidar de
si mesmo ao longo da existência e Aristóteles para quem Justamente a vida tendo uma meta que é a realização de uma finalidade que existe na nossa vida que é o seu bem então nós poderíamos realizar isso ao longo da vida como não pelo prazer por condições que estariam nas mãos do destino nas mãos do acaso o prazer as riquezas a honra mas pelo exercício da virtude então o exercício da virtude está para esses filósofos relacionado imediatamente ao conceito de saber de felicidade e também do exercício da sabedoria agora na Perspectiva trágica isso não é tato
isto não é dado é dado justamente isso que o Sátiro Diz ao Rei Minas melhor para o homem melhor para o ser humano seria não ter nascido mas já que nasceu melhor é ou seria deixar esta vida o quanto antes no próximo bloco então outra lição da tragédia saiba e também do mito né saiba que tu não és Deus ou seja tu é finito e você não tem controle Total sobre a sua existência uma das perguntas que acompanha a humanidade por toda a história é qual a melhor forma de levar a vida qual caminho seguir
se hoje buscamos essa resposta na religião na psicanálise no trabalho nos Prazeres lá atrás alguns dos antigos gregos tinham uma resposta nada otimista diante da falta de sentido da vida o melhor era não ter nascido bem está ideia também está ligada a ideia de imagens que na mitologia grega vão figurar vão representar esse caráter repetitivo e desprovido de sentido da existência humana pensar três figuras mitológicas deles Justamente a figura da Naide são as filhas do Rei danon depois a figura de prometeu e finalmente a figura bem primeiro todas elas né todas essas figuras representam justamente
o que a condenação um trabalho repetitivo sem sentido reiterativo que começa e é resultado de um castigo dado né Por uma realização imprudente né O que os gregos chamam também de híbris né de uma realização híbrida que é esses personagens é fizeram então o que que aconteceu com as da Nights conta se né que o rei dano teve 50 filhos E o seu irmão que era chamado de Egito teve 50 filhos homens né então é o Egito Diz ao seu irmão fazendo uma pressão bem você tem 50 filhos vamos resolver essa situação porque os meus
filhos precisam casar e ele chantagia então porque o rei dano não queria mas ele chantagi o seu irmão então dando diz assim as suas filhas na noite de núpcias vocês levem cada uma de vocês uma Adaga e na hora da noite de núpcias vocês apoiarem os seus maridos certo e assim não tem casamento só que não contava com uma ação do destino mas uma vez aliás de uma coisa que também não dá satisfação a ninguém que é o amor ai irmã mais velha se apaixona pelo seu noivo certo e não tem coragem de matá-lo bem
eles fogem daí tem uma outra descendência né A História Continua mas o que que acontece as outras realizam esse serviço as outras matam seus maridos não é em castigo Rei dando é amaldiçoado mas a maior maldição recai sobre as suas filhas elas são lançadas no aves no reino dos mortos e elas são condenadas a levar em jarros eternamente o dia inteiro incessantemente e preencherem uma fonte né um poço sem fundo então elas enchem não é o esse essa fonte ou esse recipiente e ele se esvazia para Qual é o sentido disso absolutamente nenhum Mas isso
é uma imagem precisamente desta reiteração E deste trabalho né repetitivo ao qual o ser humano na sua mesma condição na sua condição humana é condenado a fazer isto é é como se dissesse né os gregos dissessem bem às vezes eles são pessimistas não é então eles dizem assim o ser humano está condenado a existir com depois o site dirá o ser humano está condenado a agir nós temos que decidir nós temos que escolher e ao escolher nós temos que agir assim como depois o caminho também dirá bom ou ser humano é um ser dividido entre
o sim e o não permanentemente bem outra figura é muito conhecida não é a figura é de prometeu prometeu todo mundo sabe roubou o fogo dos Deuses esse fogo é sim é o símbolo do fogo da técnica da sabedoria da sabedoria divina há várias interpretações mas o que importa é o seguinte Zeus para punir prometeu que era um Titan é também uma figura é acima dos seres humanos né Condena prometeu a ser acorrentado na montanha do Cáucaso e todos os dias incessantemente uma águia vinha e devorava o seu fígado uma das interpretações justamente o fígado
é o símbolo da vida não é esse esse fígado se regenerava e novamente a águia vinha no outro dia devorava o seu filho assim incessantemente incessantemente não é pois bem outra imagem então de algo né que é uma punição e é uma condenação a um renascimento é como que um renascimento e uma morte é repetidas uma espécie de Eterno Retorno do mesmo mas esse Eterno Retorno do mesmo sem sentido sem uma via de escape sem uma possibilidade de que prometeu fizesse alguma coisa para evitar aquilo hora exatamente então é o que ocorre com sísifo é
uma figura também conhecida pela sua astúcia a mitologia grega a marca a figura de cisto precisamente como sendo algumas Fontes Dizem que ele teria sido pai de Ulisses né de ser o que justamente Homero vai cantar na Odisseia é como sendo aquele que tem é a margem mesma da astúcia tem todas as astúcias né o Dirceu das Mil astúcias Então se isso era muito astuto e um dia ele foi visitado pela morte só que ele consegue enganar a morte Ele oferece para a morte uma corrente um colar só que esse colar aprisionaria então era um
colar mágico que é prisionava a Morte e a morte Talvez num lapso de vaidade não é que não é muito digamos assim uma um aspecto da Morte né ela não tem nenhuma vaidade na mitologia grega nenhuma vaidade mas não lápis de vaidade ela aceita este colar e então é esse colar aprisiona a morte e portanto se isso consegue ali não é se livrar da morte pois bem até aí estaria tudo bem só que físico não está sozinho e Hades que é a entidade né é o Deus do Reino dos Mortos o reino dos Mortos se
chamades que os gregos chamam de o lugar invisível né o lugar para onde vão as sombras dos mortais quando eles morrem é o lugar das sombras é o lugar que não se vê o prefixo ide né AIDS aquilo que não se vê bom mas o Whats também é o nome do Deus é e é então ele começa a ver que ninguém mais morria e o ar estava ficando esvaziado fala mais que negócio é esse é onde estão as pessoas né cadê eu preciso de gente aqui né se não daqui a pouco Isso aqui vai ter
um deserto e aí ele vai reclamar com Deus que é seu irmão e então ele ele fala olha ninguém mais está morrendo então Zeus descobre o que estava acontecendo claro né retira essa prisão da Morte e aí condena-se condena-se isso ao que a morte não ele Condena se a viver eternamente mas ele não vai viver eternamente de qualquer maneira se for agora viverá eternamente mas carregando uma rocha até o cume de uma montanha e eternamente quando ele chega lá no clube da montanha esta Rocha em formato esférico rolará para baixo da montanha novamente e assim
sucessivamente incessantemente eternamente Esse é o castigo de sísifo então vejam três imagens do castigo da repetição que é marca então castigo que marca de um mal realizado pelo ser humano algo que todas essas imagens tende algum modo a ver com o que com a morte e tem a ver com muitas vezes o ser humano querer superar a morte e superar a sua condição uma outra lição então da tragédia justamente esta né ora todas as vezes que o ser humano pretende ser mais do que os Deuses os deuses apenas abandonam o ser humano a sua própria
condição Porque é necessário que o ser humano saiba que ele não é Deus então outra lição da tragédia saiba e também do mito né saiba que tu não és Deus ou seja tu és finito e está marcado pela necessidade a tua liberdade limitada e você não tem controle Total sobre a sua existência é exatamente esta imagem que o caminho então vai retomar no mito difícil quando nós lemos esse título Nós temos que nos remeter imediatamente a esta imagem que justamente o caminho é considera como a imagem mesmo da condição humana Ou seja é uma condição
que é esta de carregar uma pedra para cima e depois essa pedra rola novamente no próximo bloco caminho diz o seguinte Há apenas uma questão filosófica verdadeiramente relevante é a questão do suicídio [Música] na mitologia grega extremamente inteligente consegui enganar inclusive os deuses mas desperta a ilha de Zeus quando engana a morte que veio buscá-lo como castigo sísifico é condenado a rolar uma pedra montanha acima e quando está perto do Topo a pedra de novo rola montanha baixo sísifo fica eternamente preso nessa tarefa assim enfim Alberto castigo a condição humana na busca por sentido por
clareza somos todos físicos eternamente rolando nossas Pedras vamos nos voltar um pouquinho para o mito de sísifo e para sua estrutura e para o seu conteúdo para temática Justamente que o caminho desenha nesta obra filosófica não é essa obra e a obra do caminho pensamento do caminho né ele se insere no quadro do pensamento também existencialista mas a tradição existencialista nós podemos dividi-la em duas grandes correntes em dois grandes momentos Aliás o próprio Sartre quando ele escreve um ensaio muito esclarecedor muito Claro e muito repleto né de elementos que marcam existencialismo francês que é o
existencialismo é um humanismo esse ensaio do Sartre ele mesmo né se refere de um lado ao existencialismo cristão que está marcado por figuras uma figura fundamental que a figura de Kirk [Música] e depois de outro lado existencialismo ateu que é justamente marcado por figuras como Heider e como a premissa do existencialismo Cristão é a seguinte ou Deus existe ou a vida humana não tem sentido nenhum ou Deus existe ou a vida humana é uma farsa ou Deus existe ou a vida humana é inútil ou Deus existe ou a vida humana é esse rolar da Pedra
para o cume da montanha e ela rolar rolar rolar e depois que que acontece ao contrário de Cisco nós morremos não é nós morremos não importa o que nós façamos certo é nós não podemos escapar desse prazo determinado que nós temos que é a morte certo mesmo no transumanismo quando o ser humano lança suas pretensões de imortalidade talvez essa pretensão de imortalidade seja apenas né Ou nada mais do que um grande suspiro né mais um dos suspiros do ser humano em relação a sua finitude né vamos lembrar que o Frankenstein o doutor Frankenstein também queria
criar a imortalidade não é aliás o título do Frankenstein subtítulo do Frankenstein aliás é uma obra que o caminho gostava muito se chama é Frankenstein ou prometeu moderno prometeu o moderno ele também deseja imortalidade porque recurso pela ciência né mas o especialismo Cristão então vai nos colocar diante dessa decisão ou Deus ou nada ou Deus ou desespero porque nada disso tem sentido certo mesmo quando nós vemos o sentido em realizações que nós temos não é que nós conseguimos é ao longo da nossa existência muito bem então que Garden vai dizer bem mas então é necessário
né é necessário passar ou realizar uma grande um grande salto esse salto é sempre um salto no escuro esse salto é comparável é o salto de Abraão o que faz Abraão na história bíblica Abraão Deus lhe pede né ele acaba de ter recebido a benção de Deus e ter tido um filho com uma idade avançadíssima inclusive Sara também a sua a sua mulher tinha uma idade avançada então é como Isaque que é o seu filho tivesse sido uma espécie de Milagre né uma grande benção que seria o filho da promessa de Deus para Abraão ora
Então logo depois de Deus oferecer essa graça essa benção Abraão ele pede que sacrifique o seu filho Isaque não é muito bem Abraão ele mergulha num profundo silêncio Esse silêncio do absurdo esse silêncio que ele não compreende quer Veja essa essa história será uma das fontes também para o caminho não é ele não compreende mas ele leva o seu filho para ser sacrificado e na hora que ele ia sacrificar o seu filho então um anjo aparece e diz não não sacrifica o seu filho porque o Deus é o Deus da vida e não da Morte
e tu serás abençoado tu Será Tua descendência será mais numerosa do que as estrelas do céu pois bem veja é que qual é a lição que o kirkgard retira dessa história Justamente que gade está dizendo que Abraão deu um salto um salto que vai para além da racionalidade porque Deus não se enquadra nas nossas categorias a demonstração da racional da existência de Deus não é suficiente para realizar o sentido da existência de Deus e da experiência não é de Deus que planifica a vida humana de sentido então mesmo sendo a fé um salto no escuro
este salto deve ser realizado porque Justamente a alternativa que nós temos diante de nós é o Deus ou nada ou Deus ou desespero até a morte que é justamente um dos títulos né da de uma das obras do kirkgar então que gás também vai elaborar uma categoria existencialista fundamental que a angústia de onde vem a nossa angústia mas não é a angústia que nós sentimos e conseguimos resolver com um remédio mas está falando da angústia metafísica a angústia que marca a nossa condição a angústia que marca a nossa necessidade de decidir pelo sentido por nós
mesmos de dar o salto na fé e Deus é justamente esse Horizonte de sentido que planifica como absoluto e dar esse salto no absoluto é muito difícil não é mas não é um salto irracional ao contrário é um salto por uma decisão de sentido é um salto no escuro então é exatamente esta ideia que nós vamos reencontrar reelaborada não numa perspectiva propriamente do existencialismo Cristão mas em outra perspectiva no mito difícil a primeira frase já é impactante porque caminho diz o seguinte apenas uma questão filosófica verdadeiramente relevante é a questão do suicídio Isto é saber
se a vida vale ou não vale a pena ser vivida e isso dependerá né de como é que nós vamos então compreendê-la como é que nós vamos tentar enquadrar de alguma maneira Mas dependerá sobretudo da decisão Em relação ao seu sentido que vai se colocar diante de nós nós vamos ver que caminho não está obviamente Essa não é as pessoas confundem um pouco lê a primeira frase e fecha né o livro Se não acessar uma obra sobre o suicídio não é uma obra sobre o suicídio é o contrário é uma obra precisamente que vai nos
levar a uma superação dessa perspectiva mas essa superação não é uma superação fácil é uma superação que depende de uma decisão existencial né E que depende da compreensão disso que eles chamará de absurdo então a questão do suicídio não é que é caminho está exortando Ninguém ao suicídio ao contrário ele está simplesmente dizendo Esta é uma questão fundamental porque esta é a questão do sentido da nossa existência e essa questão primeira que nós temos que responder só existe um problema filosófico realmente sério o suicídio julgar se a vida vale ou não vale a pena ser
vivida é responder a pergunta fundamental da filosofia é profundamente indiferente saber qual dos dois a terra ou o sol gira em torno do outro insuma é uma futilidade nenhuma moral nenhum esforço são justificáveis a priori diante das Matemáticas sangrentas que ordenam nossa condição o que que faz a nossa mente a nossa mente permanentemente e a filosofia e a ciência está permanentemente buscando ordenar O Mundo É isso que me chama de uma nostalgia da unidade nostalgia da unidade o que que é essa nostalgia da unidade é a necessidade que a nossa inteligência tem de transformar o
mundo que é irredutível em algo ordenado e enquadrado pela razão ora o racionalismo clássico com evidentemente com o qual caminho está dialogando e também se contrapondo a ele pretendeu fazer isso mas esse projeto fracassa hora é justamente esse primeiro fracasso que é o primeiro sentido de absurdo o absurdo é precisamente o fracasso da Inteligência humana Na tentativa de ordenar o mundo e de conferir construir para ele algo que seja confortável algo com que ele pudesse se sentir alguém que domina alguém que é constrói base sólidas ali mas isso não é possível a tentativa do pensamento
humano sempre vai é esbarrar no que num paradoxo que é o paradoxo da inesgotabilidade do conhecimento do mundo o mundo é inesgotável ora assim também o absurdo e a contradição né que disso provém dessa necessidade de ordenar e não conseguir ordenar é também o absurdo mas o que o caminho vai dizer é justamente que o pensamento ele não consegue esgotar o mundo nesta unidade necessário que isso se rompa e o próprio caminho vai dizer né os muros desabam né as paredes desabam nós nos vemos novamente diante da necessidade de Reconstruir o nosso pensamento então é
definir E resumir o mundo como diz o caminho é água que escoa escoa pelos nossos dedos daí então mais uma vez nós temos esse sentido do Absurdo ora é também isso não significa que por outro lado a nossa razão seja totalmente impotente ao contrário O que que significa então pensar para o caminho pensar para o caminho significa aprender a reaprender melhor ainda a olhar o mundo a partir da sua inesgostabilidade então não significa que o caminho com isso esteja abandonando a razão ao contrário é a razão que nos ensina os nossos limites essa deveria ser
também uma lição que nós tomamos dos trágicos né quer dizer saiba que tu não és Deus e não é que a razão terá uma pretensão onipotente de ordenar o mundo e conferir todo sentido mas ao contrário ela nos ensina a olhar o mundo de outra maneira a pensar a irracionalidade do mundo não significa irracionalismo o mundo é irracional porque ele não se enquadra porque ele é inesgotável porque ele é misterioso ele é o absurdo e o que que mais é o absurdo A nossa condição O que que é absurdo nascer o que que é absurdo
morrer o que que é absurdo existir Por que que morreram absurdo gente porque nasceram não é é o absurdo de ter nascido melhor para o ser humano seria não ter nascido vamos lembrar da fala do Sátiro no próximo bloco o absurdo nos coloca diante da responsabilidade dizer tudo é permitido não significa dizer que nada é proibido [Música] seríamos nós e como viveríamos Se pudéssemos entender plenamente a vida e o seu sentido o escritor Alberto nos ajuda Justamente a mergulhar no absurdo da condição humana que é existir sem poder compreender a própria existência estranho a mim
mesmo e a este mundo armado somente com um pensamento que se nega quando afirma que condição é esta em que só posso ter paz deixando de saber e de viver querer é suscitar paradoxos tudo está arrumado para que nasça uma paz envenenada que a displicência o sono do coração ou as renúncias mortais proporcionam essa frase para sempre serei estranho a mim mesmo não é justamente quando o caminho diz quando nós nos olhamos no espelho ou numa foto antiga e diz bem quem é este afinal porque o conhece a ti mesmo como Prefeito filosófico não esgota
isto este estranhamento então Aqui nós temos um outro tema que quer próprio do dessa trilogia do Absurdo que é o tema do estrangeiro o estrangeiro se remete a que ao estranhamento ao Impacto que o mundo causa em nós ao estranhamento diante de nós mesmos não é esta paz envenenada que às vezes nós conferimos as coisas aquela espécie de letargia Que Nós conduzimos Diante da existência já que não é nós não muitas vezes não conseguimos é articular um sentido para ela isso nos conduza outro tema que é muito caro existencialismo clássico que aparece por exemplo em
Pascal que aparece em Rider que é o tema do tédio o tédio não é o tédio da existência no I em francês que o Pascal usa tanto é justamente esta letargia diante da Necessidade diante dessa contradição que o mundo causa em nós e a nossa própria existência da necessidade de conferir um sentido mas nós protelamos nós prorrogamos isto mas aí a questão é que nós temos um prazo e esse prazo Qual é ele não nos é dado saber então É nesse sentido que todos nós somos estrangeiros porque sempre algo de novo surge diante de nós
mas é algo infamiliar para usar os termos do Freud né em familiar estranho então nós somos estrangeiros mas nós também nos estranhamos Nós também estranhamos o mundo isso que quer dizer o estrangeiro Nós não somos estrangeiros estrangeiros em um país desconhecido nós somos estrangeiros na existência nós aqui todos nós somos estrangeiros estrangeiros neste mundo então esse tema do estrangeiro aparece no romance estrangeiro é mas também isso nos coloca diante de um outro tema que o caminho vai desenvolver aqui que é o tema da densidade do mundo o mundo é denso o mundo é justamente essa
densidade do mundo que se mostra diante de nós ou seja sua complexidade a sua problematicidade perceber que o mundo é denso entrever A que ponto Uma pedra é estranha e redutível para nós com quem intensidade a natureza uma paisagem pode se negar a nós essa densidade e essa estranheza do mundo Isto é o absurdo chega o dia em que o homem constata ou diz que tem 30 anos afirma assim sua Juventude mas no mesmo movimento situa-se em relação ao tempo ocupa nele seu lugar pertence ao tempo e reconhece seu pior inimigo neste horror que o
invade o amanhã ele anseava o amanhã quando tudo em si deveria rejeitá-lo essa revolta da Carne é o absurdo essa percepção do escoar do tempo e esse momento chega para qualquer um né eu que me fala dos 30 anos quando nós percebemos que bem somos jovens mas agora nós temos uma decisão decisões a tomar nós temos algo né ainda a percorrer mas esse algo não poderá ser percorrido esse caminho não poderá ser percorrido de maneira Leviana porque justamente nós fazemos essa experiência da finitu de mas a experiência também do tá irredutibilidade do mundo e do
Absurdo Oi racional diante de nós nos coloca em relação a um compromisso mais profundo ainda com a razão até agora o caminho estava falando aquilo dessa categoria que ele chama de homem do Absurdo é a descoberta do Absurdo e da existência como absurdo mas do homem do Absurdo ele vai passar para o homem absurdo O que que significa esse esta passagem precisamente em primeiro lugar a sumir né nos colocarmos diante da nossa liberdade Aí você coloca o tema da Liberdade né a liberdade é um Horizonte de possibilidades mas que ele está circunscrita por uma impossibilidade
que é justamente a nossa finitude E aí surge um primeiro paradoxo do homem absurdo Qual é o primeiro paradoxo vai dizer o seguinte primeiro paradoxo é esgotar no absurdo o campo do possível ele cita ele Cita uma frase do grande poeta grego pingando que é epígrafe do mito de siso me disse isso se abre com uma epígrafe é a frase de píndaro ó minha alma não aspira a vida Imortal mas esgota o campo do possível então justamente o que significa isso é a própria experiência do Absurdo essa experiência que vai mergulhar na existência mesmo Desprovida
de sentido é que nos afasta do suicídio ao saltarmos no absurdo ao assumirmos o absurdo ao assumirmos a contradição ao assumirmos a solidão da existência é justamente neste sentido que ao mergulharmos no absurdo procurando esgotar o campo do possível é que aí então vão se abrir possibilidades de sentido como ele diz o suicídio é um desconhecimento desconhecer o homem absurdo não pode fazer outra coisa senão esgotar tudo e se esgotar nesse esgotamento quer dizer é mergulhar na existência mas esse mergulhar na existência implica numa responsabilidade uma responsabilidade de antes do da própria existência dos outros
e também disso emerge o segundo paradoxo que é a descoberta da finitude esses dois paradoxos para o caminho e levam a dois elementos fundamentais do homem absurdo há duas virtudes do homem absurdo quais são essas duas virtudes primeiro a coragem O que significa coragem significa capacidade de viver sem apelo no mundo desprovido de sentido eu tenho que mergulhar e viver sem apelo a primeira virtude é a coragem então a coragem nos ensina a viver sem apelo ter a coragem de existir mas não é a coragem do temerário é a coragem no seu sentido clássico que
que é coragem no sentido Por exemplo Platônico é a assumir aquilo que se coloca diante de mim e ir até o fim e o segundo a segunda virtude é o raciocínio porque é o raciocínio que nos ensina os limites né como nós colocamos nós da nossa existência em relação aos outros então daí nós temos um abandono da possibilidade do suicídio no campo do possível Isto é esse mergulho no absurdo da vida da vida nela mesma né que nos é dada no absurdo e justamente nesse sentido nós não apelamos para o eterno mas para esgotar o
campo do possível é justamente isso que o caminho então diz que significa isso significa concretizar o eterno no tempo sem é tentar ao mesmo tempo [Música] reificar o eterno enfim justamente trata-se antes né como diz o caminho de manter a nostalgia a nostalgia do eterno a nostalgia do eterno e é como se nós fizermos então uma espécie de experiência Mística do Absurdo do absurdo mas experiência Mística de uma existência sem sentido mas que precisa ser vivida de uma Assunção da existência né como diz o senhor rã um filósofo também existencialista romeno né contemporâneo é necessário
precisamente a paixão de um Místico na alma de um cético é isso que é o existencialista os músculos são totalmente Livres desde o caminho porque eles mergulharam em Deus eles não eles não quiseram que Deus se reduzisse as suas categorias ao contrário ele se abandonaram na experiência com Deus e nessa trajetória que eles fazem como diz o caminho ele é uma espécie de Místico sem Deus né Ele fala né é os místicos são muito mais do que Livres libertos e por isso também que o senhor fala a paixão de um Místico na alma de um
cético o que que será o agir diante é o Ager moral será agir efetivamente com responsabilidade diante desse viver sem apelo então isso não nos coloca diante da imoralidade mas nos coloca diante de uma moralidade do Absurdo como ele mesmo disse Por isso que ele cita essa frase dos irmãos caramás do doutor e eles que né quando o evancar a Amazon fala se Deus não existe então tudo é não é tudo é permitido exclama Ivan karamazov também isto cheira absurdo desde que não seja entendido de maneira vulgar não sei se ficou Claro não se trata
de um grito de libertação e alegria mas de uma constatação amarga o absurdo não liberta amarra não autoriza todos os atos tudo é permitido não significa que nada é proibido o absurdo apenas dá um equivalente as consequências de seus atos não recomenda o crime seria pueril mas Restitui sua inutilidade ao remorso e também se todas as experiências são indiferentes a experiência do dever é tão legítima quanto qualquer outra pode se ser Virtuoso por capricho o absurdo nos coloca diante da responsabilidade como ele diz né dizer tudo é permitido não significa dizer que nada é proibido
então há Esse aspecto também é digamos a moral né no pensamento do caminho e finalmente o próprio mergulho nessa existência absurda nos coloca já diante de uma redescoberta é completamente diferente assim como pensar significa aprender a Rever não é o mundo assim também é o absurdo nos coloca diante de uma redescoberta do sentido do homem absurdo então vejam ele abre com a questão a questão filosófica fundamental é o suicídio e ele fecha o livro com esta frase é preciso imaginar se for feliz a própria luta para chegar ao cume basta para encher o coração de
um homem é preciso imaginar sísifo feliz [Música] mais reflexões no site e Facebook do Instituto CPFL e no canal do Café Filosófico no YouTube Todos nós somos vulneráveis e padecemos não é essa são essas categorias negativas que nos fazem reconhecer a humanidade [Música]
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