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Você já deve ter ouvido falar do G20, o grupo político e diplomático que reúne as maiores economias do mundo. Mas para quê ele serve e quais são suas áreas de atuação? Neste vídeo, veremos tudo sobre o G20, desde a criação às questões mais recentes.
Então bora saber mais! O G20 foi criado em resposta às crises financeiras da década de 90, mas suas origens remontam ao período da Segunda Guerra Mundial. Em 1944, delegados de 44 países, inclusive do Brasil, reuniram-se na Conferência de Bretton Woods, para discutir o funcionamento do sistema financeiro internacional.
Como resultados dessa reunião, foram criadas duas instituições que formam o chamado sistema de Bretton Woods: o Fundo Monetário Internacional, também conhecido como FMI, e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento, o BIRD, que faz parte do Banco Mundial. A partir daí, essas instituições passaram a funcionar como foros técnicos para a discussão de questões econômicas de impacto mundial. O FMI voltou-se à garantia da estabilidade financeira e monetária internacional, e o BIRD passou a conceder empréstimos, garantias e outras modalidades de apoio para a redução da pobreza e a construção da prosperidade em países em desenvolvimento.
Nos anos 1970, os líderes de 6 países desenvolvidos se reuniram para discutir questões referentes à conjuntura econômica global naquela época, como o choque do petróleo, o abandono das taxas fixas de câmbio, o contexto de crise financeira e a recessão econômica. Com a inclusão do Canadá, o grupo ficou conhecido como G7 e, após a admissão da Rússia, se tornou o G8. Na década de 1990, crises financeiras afetaram países desenvolvidos e em desenvolvimento, em diferentes partes do mundo.
Em decorrência da globalização e da interconexão entre os mercados financeiros, essas crises cruzaram fronteiras e também impactaram diversos outros países. As movimentações nos investimentos, as alterações nas taxas de câmbio e os impactos das crises sobre o comércio, as finanças e o crescimento econômico global trouxeram à tona a necessidade de promover maior coordenação e cooperação no campo econômico entre as maiores economias do mundo. Em 1999, os ministros das Finanças e os presidentes de bancos centrais de 19 países e representantes da União Europeia se reuniram em Berlim para o encontro inaugural do Grupo dos 20, o G20.
Esse grupo, integrado tanto por países desenvolvidos quanto por economias emergentes, foi criado como um mecanismo informal de diálogo que está voltado a promover a estabilidade financeira internacional e a cooperação em prol de um crescimento econômico mundial sustentável. Com a eclosão da crise financeira global de 2008, os líderes do G20 se reuniram na primeira cúpula do grupo, realizada em Washington, nos Estados Unidos. O objetivo central desse encontro foi coordenar a resposta global aos impactos da crise em um nível de representação política mais elevado, e esses resultados demonstraram o caráter cada vez mais amplo da atuação do G20.
Em resposta à crise, o grupo promoveu políticas voltadas à supervisão bancária e ao gerenciamento de riscos, à regulamentação do sistema financeiro internacional e às reformas do FMI e do Banco Mundial. Como parte dessa agenda de reformas, os países em desenvolvimento ampliaram sua participação e seu poder de voto nessas instituições, em reconhecimento ao papel destacado que desempenham na economia global contemporânea. Na terceira cúpula do G20, realizada em Pittsburgh, nos Estados Unidos, em 2009, os chefes de Estado e de Governo participantes designaram o G20 como o principal foro para a cooperação econômica internacional.
O G20 é um agrupamento com grande poder econômico, político e diplomático e é capaz de influenciar a agenda internacional e debater os principais desafios globais compartilhados. Os integrantes do G20 têm um papel estratégico na garantia do crescimento econômico e da prosperidade mundial, já que respondem por cerca de 80% do PIB global, 75% do comércio internacional e 60% da população. Além das cúpulas e dos encontros de ministros das Finanças e de presidentes dos bancos centrais, o G20 também se reúne nos níveis de representantes dos líderes, ministros de diferentes áreas e grupos de trabalho.
Além dos temas econômicos e financeiros, que se encontram na origem do G20, o grupo também tem expandido sua atuação para outras áreas com impacto sobre a economia, como agricultura, educação, energia, mudança do clima, saúde e outras questões relacionadas ao desenvolvimento sustentável. Recentemente, o G20 tem atuado em matérias como a resposta à pandemia, a recuperação econômica global e as reformas do sistema financeiro internacional e do sistema multilateral de comércio. Além disso, questões como a segurança alimentar e energética, a economia digital, o emprego e o combate à corrupção têm se somado a essa agenda ampla de discussões.
Como o G20 não é uma organização internacional, ele não tem secretariado permanente nem orçamento próprio, e a presidência do grupo alterna todos os anos entre seus participantes, seguindo uma sequência regional. Em 2024, caberá ao Brasil presidir o G20 pela primeira vez, assumindo a responsabilidade de organizar e sediar suas reuniões, inclusive a 19ª cúpula de líderes. Inscreva-se no canal, que toda quinta tem política internacional descomplicada por aqui.
Até a próxima!