Jamais olhe para trás neste momento

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Instituto Hugo de São Vítor
Muitas histórias, em diversas culturas, fazem o mesmo alerta: não olhe para trás. Em geral isso acon...
Video Transcript:
Aquele que põe a mão no arado e olha para trás diz o Senhor: "não está apto para o reino dos de Deus. " Assim começa o texto que nós vamos ler e eu vou comentar aqui com vocês. Certo, bem-vindos ao Instituto Hugo de São Vítor.
Certo, e começamos com uma citação do Evangelho. Eu não sou protestante, então não sei qual é o versículo, certo? Mas vamos lá!
Continuaremos na leitura do texto. Não olhe para trás. Eis uma advertência grave, e ela surge em todas as tradições imagináveis.
Em alguma medida, vai surgir em todas as tradições, né? Por quê? Nós podemos discutir um pouco por quê, mas é que o simbolismo de olhar para trás está relacionado, obviamente, com as costas.
O simbolismo das costas é o nosso ponto mais vulnerável, o ponto que nós não conseguimos enxergar, certo? O ponto em que nós não estamos cientes daquele espaço que nos cerca. E, obviamente, ao mesmo tempo representa o passado: aquilo que ficou para trás.
Então, todos esses elementos, que são reais da nossa vida e físicos inclusive, estão aqui nessa ideia de não olhar para trás. Agora, a questão é: por quê? Por que eu não posso olhar para trás?
Porque eu não posso me lembrar dos bons tempos? Será que é isso? Eu não posso me lembrar da minha infância, acalentar um bom sentimento?
Será que é isso? Bom, aí é o que nós vamos tratar aqui conforme avançamos. Não olhe para trás.
Eis uma advertência grave, e ela surge em todas as tradições imagináveis. Em inglês, existe uma canção famosa de título "Don't Look Back in Anger," significando, em bom português, "não olhe para trás com sentimento. " Então, eu traduzi aqui 'anger' não pela opção mais comum, que seria 'ira' ou 'irritação', mas 'ressentimento', que me parece mais adequado aqui para este caso.
Essa é uma canção da banda Oasis, para quem não conhece. Olhe para trás, né, com ressentimento. Aquela pessoa que olha para o seu passado, olha para algo que deixou para trás e ainda sente o ressentimento com relação a algo que, obviamente, lhe aconteceu, envolve uma pessoa especial, uma situação especial, que causa ainda ressentimento.
Então, ela carrega esse sentimento com ela, o sentimento do ressentimento. Continuando o texto: porém, em boa parte dos casos, o problema não é tanto recente. Às vezes é, mas nem sempre.
Acho que não é, nem na maioria das vezes. O que diz o texto? Desejo nós.
Ou seja, em outras palavras, nós olhamos mais para o passado, para as coisas que passaram, não tanto com ódio, mas com ressentimento. Muitas vezes acontece, né? Eu acho.
Tenho a impressão que, no Brasil, o ressentimento é um sentimento poderoso e muitas vezes, em contraste, as pessoas olham para trás e sentem ressentimento de coisas que aconteceram: "Ah, aquela pessoa que me ferrou, que me traiu, que não cumpriu o que prometeu ou que me abandonou. " Muitas pessoas são ressentidas, né, nesse sentido. Mas, às vezes, não é isso.
Eu também não sei, mas acho que boa parte dos casos não é isso. Eu não sei qual é a proporção matemática e estatística da coisa, mas me parece que, em boa parte dos casos, não é isso: é olhar para trás com desejo. Ou seja, desejar voltar para um passado, para uma situação passada, para o estado de coisas da vida de uma pessoa.
Ter o desejo, sentir um desejo de voltar é aquela nostalgia que nos faz como que estar mentalmente no passado, esquecendo muito do presente e pensando muito pouco no futuro também. Então, a pessoa pensa: "Eu queria voltar a uma situação em que eu era de tal jeito, que eu podia fazer tal coisa. Hoje eu já não posso mais, seja por causa das minhas responsabilidades, seja porque eu me converti.
Já não posso mais. Mas eu olho para o passado e lembro daqueles momentos em que eu me dava certas liberdades que agora não posso, e eu sinto um desejo de voltar, embora outra parte de mim me diga que eu não deva, que eu não posso. " Vamos continuar.
Quem olha para trás desejoso de algo que abandonou ou renunciou, este está dividido, rasgado ao meio, como um tronco dividido por um machado. Está dividido entre a visão racional dele, ou digamos assim, nós temos duas partes em nós que podem tomar decisão ou que podem querer algo. Em termos técnicos, nós temos dois apetites, duas fomes interiores.
Como é o apetite 'concupiscente', termo técnico, para quem quiser depois explorar, que se refere às coisas deleitosas aos sentidos, como uma boa comida ou assistir a uma boa série em casa, debaixo do cobertor, tomando um chocolate quente — essas coisas que agradam aos sentidos. Isso é um dos apetites que nós temos. Nós temos um outro, porém, que é o apetite chamado racional.
Esse primeiro apetite, então, é às vezes chamado de desejo, e o outro, que é o racional, que é a vontade. Desejo e vontade não são as duas coisas iguais? Então, a nossa vontade, né, racional, ou seja, aquilo que nós deliberamos e decidimos com base na razão, no pensamento, muitas vezes nos diz que "olha, aqui eu já não posso mais isso, aqui eu não posso mais aquilo, não posso mais, não devo mais.
" Que não posso, não devo. Eu tenho um dever de não fazer tal coisa, tá? Mas o desejo, né, pede que nós façamos a coisa que nós racionalmente não queremos.
Isso nos divide, entenderam? Aí, qual é a ideia por trás disso? De estar dividido como um tronco dividido por um machado.
A nossa alma seria assim. Continuando, quando a esposa de Ló olhou para trás durante a fuga de Sodoma e Gomorra na Bíblia, ela provavelmente albergava, ao peito, ainda algum sentimento confuso em relação às cidades em chamas. Mas algo mais, então.
Uma coisa: esse sentimento confuso, esse desejo. . .
hum, talvez ela gostasse mais do que gostaria de admitir de viver em Sodoma e Gomorra, né? Naquela cidade onde era assim, eh. .
. o tempo todo, né? Vamos usar uma palavra forte aqui, né?
Mas é para que fique claro, tá? Então, ela gostava de alguma forma disso, não que ela participasse necessariamente, né? Mas talvez ela gostasse.
Talvez uma parte dela, aquela parte que eu falei que o apetite comc possível, gostasse, tá? Então, ela olhou para trás para ver a cidade em chamas como quem olha para dar o último adeus a Deus, algo que de alguma forma apelava a ela, né? Mas não é só isso.
Aqui diz, aqui, ó, eh. . .
algo mais, uma pitada de curiosidade. Não tem a curiosidade que é uma coisa intelectual? Ela olhou para trás para ver também como é que é essa cidade, como é que foi essa história aí que choveu enxofre, né?
Na cidade choveu fogo sobre a cidade. Deixa eu ver isso aí, um espetáculo incrível deve ser. Deixa eu ver isso aí, só que ela tinha recebido.
. . todos eles tinham recebido de Deus a advertência para não olhar para trás, para não olhar o espetáculo, um espetáculo cênico, ah, do fogo que desce do céu, enxofre que desce do céu como uma chuva de fogo, e destrói as cidades.
Mas ela tinha a curiosidade. Ela olhou também. Então, desejo e curiosidade são esses elementos que nós vamos enfatizar aqui para explicar essa história de não olhar para trás, hum.
. . por quê?
Por causa dessas duas coisas. Curiosidade foi também, provavelmente, o que experimentou Orfeu quando, no último instante, quase emergindo da caverna que levava ao submundo, olhou para trás para se certificar de que Eurídice, sua amada, realmente o seguia e a perdeu para sempre. E a perdeu para sempre.
Hum, então, por que o Orfeu olha para trás naquele mito? Não sei se vocês conhecem o mito de Orfeu, né? Uma das partes dele: que no dia do seu casamento, o cara teve a infelicidade de que sua esposa recém-desposada foi picada por uma cobra bem no dia do casamento.
Uma coisa assim, trágica mesmo, bem ao gosto grego, certo? No dia do casamento, o cara e ela. .
. Orfeu e Eurídice não tiveram um dia de felicidade matrimonial. Não tiveram nem aquele momento das bodas, né?
Da lua de mel, aquele momento, o melhor momento após o casamento, sim, né? Nem isso eles puderam ter, tamanha a desgraça. Mas aí, Orfeu desce aos infernos.
Isso é possível nos mitos gregos. Você tem um lugar lá onde tem uma caverna, e a caverna leva para o inferno. Hum.
. . então, aí, coitado de algum desavisado que entre na caverna, né?
Sem saber. Mas o Orfeu sabia que era por lá, né? Corria uma história nos mitos, assim, há pessoas que sabem dessas informações, assim, eh.
. . escabrosas, né?
Cavernosas mesmo. Aí, ele desce e ele comove o inferno com sua canção, com sua música, né? Aquilo que o cara caracterizava mesmo, né?
A capacidade de seduzir todo mundo com a música. Esse é o Orfeu. E aí, ele consegue, então, a permissão para levar de volta Eurídice, tá?
Leva. Pô, tá um cara muito legal, canta muito bem. Aqui, eu fiquei feliz da vida.
Tua, GR, aqui disse o Hades para ele e a Perséfone, sua esposa, ambos muito felizes com a presença de Orfeu lá, que era vivo, né? Desceu vivo aos infernos, ao Hades. E aí, ele vai levar de volta.
Só que diz. . .
“Aí, tu não olha para trás. Ela tá indo, vai ter que ter fé. Ela vai estar te seguindo.
Só não pode olhar para trás até sair da caverna. ” É só, só essa é a condição, nada mais. Então, é uma subida ali.
Não sei quanto tempo demorava: uma hora, duas horas, três horas, quatro horas. . .
pode ser uma coisa estafante, mas eram quatro horas. O que são quatro horas em relação ao todo tempo de alegria que eles vão ter depois? Aquela alegria matrimonial que foi surrupiada, né?
Por uma tragédia. Mas Orfeu, no último instante, diz o mito, no último instante eles estão saindo e ele. .
. será que ela tá mesmo? Hum.
. . ele não podia esperar mais alguns passos.
Será que ela tá mesmo? Se ela não tiver, eu vou voltar. Talvez ele pensou.
Estão me enganando. Será que estão me enganando? Dá para confiar no cara como.
. . hum.
. . Ele olha para trás e ela estava.
. . e o tempo era correto mesmo.
Estava porque deixou de estar. Também ela é tragada de volta. Então, o mito é assim, tá?
E aí, curiosidade pegou ele, não é? O desejo. .
. pom. .
. o desejo dele está satisfeito. Ó, toma!
Ela vai voltar, só que ela vai estar atrás de ti, seguindo. Enquanto isso, ela ainda é uma sombra. Quem morre, na tradição grega, vira uma sombra no Hades.
Ela ainda é uma sombra. Quando sair ali, ela vai ter, digamos, reencarnado, tá? Vai dizer: a curiosidade levou a melhor dele, do Orfeu.
É isso, muito triste. Mas, assim, são os mitos, né? Se fosse tudo.
. . Felicidade também não ia.
Nós não íamos nos interessar tanto. Aí vai: desejo e curiosidade são uma mistura explosiva, que bem pode implodir as suas chances de sair de uma caverna escura, transformando, ainda por cima, numa estátua de sal. Neste sentido, o sal é um elemento natural relativo à dureza, ao fim das possibilidades de alguém.
Então, o sal é duro. Hum, imagine uma estátua de sal: ele não é algo mole, não é algo gelatinoso, não é algo aquoso, nem mesmo algo duro. E é isso que representa a ideia de uma estátua.
A estátua em si, a palavra já supõe um material, uma matéria dura, como o metal, como uma pedra, certo? Como alguma coisa assim, hum, que possa receber uma forma e ter uma forma duradoura, né? Qualquer que o escultor lhe imprima, tá?
Então, a pessoa se transformar numa estátua de sal, como no mito da Bíblia, né? Um mito verdadeiro, como nós acreditamos que aconteceu também, mas existe um elemento mitológico no sentido de que existe uma recorrência desses acontecimentos na vida de todo mundo até hoje. Por mais que toda a situação histórica e cultural, desde a época de Sodoma e Gomorra até hoje, tenha mudado mil vezes e não se reconheça mais uma coisa com a outra.
Mudou muito, não é? Quem estudou um pouco da história sabe, né? Pode imaginar.
Então, isso, né? O desejo e a curiosidade podem nos prender, digamos assim. Podem nos impedir, hã, de sair de uma situação ruim, tá?
Nós estamos, vamos supor, numa situação ruim. Estou com algum problema na vida, né? Tô com vários problemas, de dívida, de sei lá, familiar, doença.
. . não sei o quê.
Tudo bem, tudo isso aí já é ruim, mas imagina se eu fico olhando para trás e pensando em outros temas. Ah, mas naquele tempo eu não tinha. Eu era um cara bom, era um cara saudável, era um cara sem dívidas, e agora tô aqui, todo ferrado.
Hã, ainda fico olhando para trás, pensando como teria sido. E aí, o elemento de curiosidade: como teria sido se eu tivesse tomado um outro caminho? Cara, tu não tomaste esse caminho, né?
Aquele caminho que tu podias tomar, que era um elemento de liberdade, naquela época já virou destino para ti. Hum, virou algo imutável. Já que adianta ficar olhando para trás e só especulando e desejando voltar, né?
Ah, se houvesse a Máquina do Tempo, quem sabe eu tente inventar a Máquina do Tempo para isso? Alguém pode fazer uma história assim de uma pessoa que quer voltar. Por exemplo, não é o plot do De Volta Para o Futuro, né?
Que é um filme que muitos adoram, é um filme legal, tudo, e mas eles não voltam para o passado porque eles têm um desejo de mudar alguma coisa. Hã, é assim até tem, né? Mas é algo circunstancial do momento, não é algo que o Marty McFly lá que ele queria mudar da vida dele.
Ah, tomei uma escolha errada, eu vou voltar lá para mudar. Não é que, né? Spoiler Alert, né, o cara morre ali, né, o doutor morre ali.
Ele, pô, tem que voltar lá para tentar desfazer isso aí, né? Então, mas assim, não foi uma escolha errada, não foi alguma coisa assim. Alguém poderia inventar uma história que alguém inventa uma máquina do tempo, algo que eu considero impossível, né, metafisicamente, mas poderia inventar, né, quem gosta desse tipo de tema.
Porque o cara queria, né, vamos dizer assim, mudar uma decisão tomada, né? Um pouco isso é a ideia do filme Efeito Borboleta, outro filme aí, né? Mas daí não é, não envolve Máquina do Tempo, envolve um certo poder sobrenatural ali também.
Mas é isso: o cara vai tentando mudar, mudar, mudar uma escolha errada que levou a consequências terríveis na vida de todo mundo, de um grupo de pessoas, e sempre que ele tenta mudar, piora, né? Ou algo, outra coisa dá errado, tal. Isso é bem, é uma boa ideia essa aí, né?
É algo que é bem provável. Ah, não vou tentar mudar uma decisão errada que eu acho que eu tomei. Pô, pode tomar outra decisão errada, né?
Existem muitos matizes numa decisão, tu pode tomar e levar a coisa para um matiz errado de novo, né? E aí as consequências tu não podes controlar também. Então, isso é importante pensar.
Vamos lá: quem olha para o seu passado, especialmente para os seus hábitos e ações condenáveis, com desejo e curiosidade. E por que mais olharia para trás se não tivesse esses sentimentos? Está garantindo que, por mais que suas pernas o levem para a frente, o seu coração ficou preso lá atrás, hã.
Então, assim, também tem isso, especialmente para aqueles que são convertidos, né? De uma vida. .
. nem todos tiveram uma vida horrível, de ações muito tenebrosas, né? Alguns se convertem de uma espécie de mornidão, assim.
Não eram pessoas mornas, mas nunca fizeram grandes atos reprováveis, e tudo bem, né? Parece melhor, né? Mas tem aqueles que se convertem de uma vida de luxúria ou de qualquer outra coisa, de crimes, às vezes, tal, não sei o quê, e o cara olha para trás.
Hã, tá convertido, mas ainda o coração dele ficou lá atrás, né? E ele fica pensando: ah, e se eu tivesse. .
. Ah, não sei, esse negócio de fé aí, não tô muito certo disso aí, não. E se eu tivesse permanecido aquele meu outro eu, entre aspas?
Hum, bom, isso não dá certo, né? Isso não dá certo, especialmente se a gente fica só naquele negócio de desejo. Não tô dizendo que quem tem esses sentimentos aí, um convertido, um recém-convertido, deve: Ah, então vou abandonar tudo e vou voltar para aquela vida!
Não, longe disso, tá? Mas também ficar só no. .
. Desejo a li isso aí: vai, vai morrer por envenenamento. Se tu voltares mesmo à tua vida anterior, tu vai morrer, digamos assim, por guilhotina, né?
É rápido e certeiro. Agora, ficar só no desejo e acalentando esse desejo, acalentando, aí tu vai morrer por uma espécie de envenenamento. Vai ser uma morte lenta, hum, talvez mais dolorosa.
Continua. E aí não adianta pôr as mãos no arado para trabalhar em novos campos, com novos ideais, com novos valores, pois vai arar o campo e semear sementes que não vai cuidar como deve, ansiando voltar a provar os frutos envenenados que ficaram para trás. Hã.
Então, aí é muito claro, né? A casa dividida vai ruir, tá? Vocês sabem disso, vocês já ouviram falar disso.
E também nós estamos falando dessa situação de uma pessoa, de um ser humano, né, que está dividido, cuja casa, né, seu ser está dividido. E aí isso nós trazemos aqui especialmente para a nossa parte, né, para o nosso assunto, que são os estudos, né? Então, olha, o cara abandonou uma vida de total indiferença em relação às coisas do espírito, às coisas da inteligência, e agora ele tem que dedicar mais tempo para isso.
Ele não tem mais tempo para outras coisas, como fazer virada de noite com videogame, no computador, nos jogos, ou pra balada todo fim de semana, sair com os amigos para beber. Não tem mais tempo para fazer isso o tempo todo, porque ele tem que estudar, porque ele tem que estar sóbrio, hum, porque ele tem que estar com as energias mentais funcionando, não é? Então, né, se tu tens aí no coração, lá na tua época de baladeiro, mas tu queres estudar, vai ser difícil estudar.
Tu estás dividido. Então, não é só questão tão religiosa, pena qualquer área da vida. Se tu estás dividido, se tu assumiu uma responsabilidade mais pesada e está com dificuldade de pôr em prática, muitas vezes é porque tu estás dividido, porque tu estás olhando para trás.
Hum. Para terminar, desejo e curiosidade: não fique refém dessas coisas, em especial quando elas ficaram presas num passado que passou. Às vezes o passado passou mesmo, tu não tens como voltar lá atrás.
Não, eu quero voltar para aquela minha roda de amigos, né, que eu meio que abandonei. Eu quero voltar àquela de quando, mas a roda de amigos já não existe mais. Hum.
Aqueles amigos já não se encontram mais, foi para um lado, um foi pro outro, um tá mal das pernas, um tá totalmente bitolado, todo errado, o outro formou família, não tem mais tempo. Então, o passado passou e tu estás lá ainda. Mas e se nós tivéssemos ficado juntos, indo pra balada todo fim de semana, nos divertindo e tomando tudo que é pileque da vida, né?
Não adianta mais, já passou, já acabou. Acabou. Às vezes as coisas na vida acabam.
C das possibilidades somem, desaparecem. Talvez tenha passado para o seu próprio bem, muitas vezes é isso. E a gente não consegue aceitar.
Menos pensar assim: talvez tenha passado por meu próprio bem, mas o coração tá lá. Não, mas eu queria voltar. Mas eu queria voltar.
Então tu não aceitaste ainda, né? E é difícil, eu concordo. Certo, mas o reino dos céus não está no passado, mas lá na frente, no futuro pelo qual você tem que lutar.
Aí é lutar, né? Não é mais ficar pensando lá e desejando, é lutar. Uma coisa muito mais concreta, né?
E aí é o fim da nossa mensagem. Certo, pessoal? Então, se vocês estiverem divididos, é por isso que esse mito, esse mitema, como se quiser assim, que é um mito que recorre em várias culturas de várias formas diferentes de não olhar para trás, é importante.
Porque é isso que marca uma virada de página na vida, ou uma passagem por um rito de passagem, né? Que marca um rito de passagem. O cara passou.
Então, se ele passou por esse rito, pelo rito que quebra, né, que fecha as portas para certas possibilidades da vida, as infantis, as adolescentes, as da juventude, ele tem que ter passado pela porta mesmo, não pode ficar nos umbrais do negócio. Tem que fechar a porta e não olhar para trás, tá? Ah, mas eu nunca posso lembrar do negócio só para lembrar, contar para alguém como eu era, o que eu fiz, alguma coisa até interessante que eu fiz, importante para o meu processo de maturação.
Pode, pode. Não é isso. A questão é o desejo, a questão é a curiosidade, principalmente, né?
O que teria acontecido, né? E se eu tivesse, né, feito tal coisa? Não façam isso, certo?
Então é isso, pessoal. Sou curte e compartilha. Obrigado.
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