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um podcast abençoado. Nós estamos aqui com o Padre José Eduardo. Seja muito bem-vindo ao Redcast! Obrigado, Júnior! É uma alegria estar com vocês. Olha, já vou pedir para todo mundo se ajeitar aí, procurar uma cadeira, ficar no sofá, na posição confortável, porque hoje nós vamos aqui mergulhar nos mistérios, nas questões dogmáticas e também vamos falar das atualidades da Igreja Católica, tá bom? Nós temos aqui uma série que estamos fazendo; trouxemos já várias pessoas de diversas frentes religiosas. Então, já tivemos aqui episódios com rabinos, já tivemos episódios com Mateus, já tivemos episódios com protestantes, e hoje
nós estamos recebendo um representante da Igreja Católica para falar um pouco sobre tudo o que envolve a fé. Tá certo? Então, deixa o seu like, se inscreva aqui no canal e vamos para mais esse bate-papo! Quanto tempo você já tá no sacerdócio? Falando nisso, eu fiz agora pouquinho 19 anos de padre. Mas imagina, contando com o tempo de seminário, que foram 8 anos de seminário, né? Então já tô aí há 26 anos, pelo menos, na batalha. 26 anos é tempo para caramba, né? Bastante tempo. Passa rápido, passa rápido, né? Né, então, digamos que você foi
ordenado na época de João Paulo I? Bento 16 já era Bento 16? Já era Bento 16. Assim, eu... então o tempo passou rápido mesmo, muito rápido! Caramba! Fui ordenado diácono na época em que era João Paulo II. Ele faleceu e, no ano seguinte, fui ordenado padre. Entendi. Nossa, realmente 2004, né? 2005 ele faleceu, e em 2005 o B16 assumiu. Né verdade? Acho que também Bento 16 renunciou, já tem... foi em 2013, né? 2013. Foi na época da Jornada Mundial da Juventude, quando ele veio ao Brasil. Fez agora 12 anos, exatamente. As pessoas estão perguntando muito
sobre a saúde do Papa Francisco. Como está? Bom, a Santa Sé agora à tarde lançou uma nota dizendo que o quadro está estacionário. É um quadro complexo, porque ele já tem 88 anos, tem comorbidades da idade, né? E também o fato de que ele tem um problema pulmonar antigo desde os 20 anos de idade, e ele estava com uma crise que evoluiu agora por uma pneumonia. Eles dizem dos dois pulmões, né? Então, agora é acertar o antibiótico, esperar o antibiótico fazer efeito, etc., né? Ah, rezando para que não aconteça algum imprevisto do tipo, que sei
lá, né, entre um novo agente bacteriano, que não haja nenhuma outra infecção e assim por diante. É um quadro delicado, sem dúvida. Então, digamos que está estável, tá? Sobre controle, não corre risco de vida. Eu não acho que a gente possa falar assim, né? Porque quando você tem uma certa idade e tem elementos de comorbidade, isso é muito perigoso. Geralmente, uma das causas de morte mais fatais em pessoas idosas é pneumonia. Hum, não sabia que era. É, não é um quadro complexo, mas a gente tá rezando, e ele tá sereno, tá bem-humorado, né? Sim. Então,
eu vi algumas fotos que foram divulgadas dele, acho que até essa no carro, né? Uhum, ele tá consciente. Deu pra perceber que ele tá consciente. Deu pra perceber que ele acenou pro povo, né? É, então, ele tá consciente, tá trabalhando no hospital, né? Hoje esteve com ele a primeira-ministra da Itália, enfim, ele tá trabalhando, recebendo visitas, assim, oficiais, digamos assim, da agenda dele. Acho que foi uma exceção, né? Não, mais são os secretários mesmo que despacham com ele lá no hospital. A vida do Papa também não tá fácil, né? Trabalhando no hospital, tem que trabalhar
muita coisa, né? Exatamente, ele super... ele é muito, muito ativo, né? Muito, muito, muito, sempre muito comprometido, etc. Então, não é fácil. Aham. Sabe, um vídeo que eu vi seu, que eu gostei bastante, era uma live, né, sua, mas você tava falando sobre a tal da bolha católica no Instagram, que essa bolha, essa bolha católica na internet era um pouco diferente do católico de paróquia. Totalmente diferente, que eles têm preocupações diferentes, vidas diferentes, que eles conversam, assuntos que são totalmente diferentes daquele catolicismo da igreja e tal. E no meu caso, porque meus pais sempre foram
católicos, me colocaram na igreja desde sempre, e as nossas lembranças, assim, principalmente quando mais novo, porque hoje tudo bem que as pessoas podem, na internet, ter outras formas de interagir. Mas eu sempre vejo as pessoas da comunidade se preocupadas com a comunidade. Pô, tem que fazer um bolo para vender no final da missa, tem que se preparar porque tem festa do Dia das Mães, aí preparava alguma lembrancinha, tinha alguma encenação para fazer, de repente, em alguma confraternização, né? Tem pastoral do batismo, precisa preencher ficha de inscrição para catequese, sabe? Coisas assim. E eu sempre, quando
olhava a galera na internet falando sobre catolicismo, nunca vi a vida pastoral ser uma pauta, entendeu? Eu não vejo esse pessoal preocupado que você tem que fazer coleta de alimentos para kermesse, que acontece no meio do ano. Ah, eu não vejo, eu não vejo essas questões da vida paroquial. E eu gostei bastante do seu apontamento, que você falou assim: "Olha, realmente isso daí que acontece na internet é muito distante da vida de uma pessoa que vai à igreja, confessa seus pecados, que está ali, frequentando a missa." E é um mundo totalmente diferente, quem tá realmente
na paróquia, servindo e tal, e quem tá, digamos, fazendo conteúdo. Ah, acho que tem muitas coisas no catolicismo de internet que estão um pouquinho fora, digamos, de um enfoque ajustado, né? Então, por exemplo, há um descompasso entre uma igreja real e uma igreja ideal. Então, por exemplo, é muito fácil alguém, de repente, começar a combater ideias, né? Tal, sei lá, esse tipo de catolicismo, aquele outro tipo de catolicismo, etc. Mas você pergunta: "Qual que é a sua experiência real na igreja? Quanto tempo você passou ali dentro, né, sentado em cima de um banco, aprendendo, escutando,
sendo ovelha? Quem é o seu pastor? Quem é o seu pároco? Quem conhece a sua alma? Quem cuida de você? Qual é a sua família espiritual? A sua igreja?" E essas perguntas começam a se tornar um pouco incômodas porque é uma espécie de catolicismo, assim, de vitrine. Mas outros problemas começam a se acumular quando, por exemplo, você tem influenciadores que não têm a devida competência, por exemplo, em moral ou em espiritualidade para orientar a consciência dos fiéis. E aí quem paga esse boleto somos nós, padres. Como que chega esse boleto para vocês? Chega esse boleto
às vezes na forma de um casamento em crise, de uma pessoa com transtorno mental, de alguém completamente perturbado com escrúpulos, pensamentos obsessivos, ou pessoas que não têm estrutura de arcar com o tipo ideal de família católica que é apresentado como modelar, etc. E isso causa problemas, sem dúvida, que depois os padres têm que resolver. Entendi. Explica pro pessoal o que é escrúpulo, porque provavelmente eles não sabem o que significa essa palavra. Escrúpulo é uma espécie de exagero da consciência da pessoa. A pessoa começa a enxergar pecado aonde não tem, e ela começa a achar que
tudo é pecado. Aí começa a ficar meio doida, né? Grosso modo, é isso. Tem muita coisa que poderia dizer, mas não vale a pena esmiuçar. Aham. E o escrúpulo paralisa a pessoa, porque a pessoa começa a achar, como você falou, que tudo é pecado. Então, a pessoa começa a olhar para tudo, e, de repente, já não quer frequentar a casa de alguém, conversar com tal pessoa... Mas, sobretudo, o escrúpulo causa uma espécie de... de perturbação na... Pessoa em que a pessoa fica com um medo, um medo generalizado de pecar, né? Que não é sadio, porque
não é que nós não tenhamos que ter medo de pecar, mas é que esse não pode ser o sentimento preponderante na nossa alma. Queria amar mais a Deus, querer crescer em união com Ele, querer crescer em oração, servir às outras pessoas; ou seja, há muita coisa boa a ser feita além do mal a não ser feito, né? Então o escrúpulo coloca, digamos assim, o teto da vida cristã baixo demais. Parece que o ideal é não pecar. Pera aí, mas não é isso! Não é sobre isso. O ideal é fazer a vontade de Deus; ou seja,
é algo que vai muito além de não pecar. Interessante... E quando você começou a falar sobre isso? Na medida em que as pessoas vão perguntando, então chegou para o senhor lá na paróquia, esse tema, esse assunto. É que a minha especialidade em teologia é uma parte da teologia chamada Teologia Moral. Então, muito bom, esses temas acabam esbarrando em mim de algum jeito, né? Temas de moral e de espiritualidade acabam, de alguma maneira, entrando aí. Uhum. Eu acho que a sociedade vive realmente uma crise moral hoje em dia. Os conteúdos que eu nem gosto muito, de
verdade, são sobre crise. É sobre a crise do homem, a crise da mulher, a crise da família; tá tudo em crise. Tá tudo uma droga, né? E aí as pessoas ficam realmente pensando no que fazer para sair dessa crise e acabam buscando referências e tal. Às vezes, umas boas; às vezes, outras nem tanto. Acontece, né? É... a sociedade tá perdida, digamos assim, em termos gerais, porque você não tem referenciais claros, marcos claros, né? Então, a própria família se tornou uma instituição muito fraca na sociedade pós-industrial, por assim dizer. Depois, os nossos vínculos são muito voláteis,
né? Você tem amigo aqui, depois você já não tem mais. Você não tem muitos pontos de referência. Então, por causa disso, a pessoa vai adquirindo um tipo de... aquilo que, no fundo, o Sigmund Bauman chama de liquidez, né? Sociedade líquida: a sociedade vai se desfazendo, os relacionamentos vão se tornando cada vez mais fluidos e vão perdendo estabilidade. Eu acho que hoje a Igreja tem um papel fundamental em falar desses assuntos, mesmo porque, como eu concordo com o que o senhor disse, as pessoas realmente são perdidas. A pessoa, uma hora tá casada, depois não sabe mais
se tá casada ou não. E aí é pai, mas não é pai daquele jeito; tem amigo, mas não sabe até quando. Inclusive, teve, no final do ano, um monte de gente falando que ia passar o final do ano sozinha e que não era para se sentir culpado. Acho que as pessoas têm que começar a refletir se é isso mesmo que elas querem para a vida delas, né? Exatamente. Ah, não é para se sentir culpado, tá, mas não dá para achar que é legal também, né? Exato. Num lugar, "nossa, super isolado, tô bem", né? É, você
tá num lugar sozinho, você tá no seu apartamento, você vai fazer uma ceia para você mesma, você vai vestir uma roupa para quem? Para você mesma e postar na internet? Esse é o novo normal? Eu acho isso muito estranho. É trash; é muito complicado. Bom, aproveitando também essa... A gente tá vendo uma nova primavera, digamos assim, da Igreja. A gente tá vendo muitas famílias voltando, também acho que depois por causa desse sentimento de que estão perdidas e tal. Acho que as pessoas estão buscando mais a Deus, buscando a fé para poder se ancorar em alguma
coisa, né? Poder se apegar em algo sólido que, de alguma forma, deu uma certa estabilidade emocional, deu uma identidade para aquelas pessoas. Sim, eu acho... Eu interpreto isso como um movimento da graça, porque tenho visto tantas pessoas que espontaneamente se converteram que eu não via fenômenos assim antes, né? Então, por exemplo, alguém lá, um casal, que começou a conversar do nada sobre a fé, e aí compram um livro, começam a ler juntos, daqui a pouco se converteram, já estão buscando ajuda numa paróquia; coisas assim têm acontecido com uma certa frequência, sem mediações. De repente, é
como se houvesse um despertar sobrenatural na alma daquelas pessoas. Isso tem acontecido com bastante frequência; as pessoas estão buscando de uma forma espontânea. E você acredita que isso daí tem trazido também conversões, né? Testemunhos fiéis, pessoas têm trazido pessoas que se convertem. Tem conversões muito bonitas, muito até de uma mudança de 180º. E que você pergunta: "O que que aconteceu?" Bom, efetivamente não aconteceu muita coisa; você vê que foi uma ação soberana e sobrenatural de Deus. Entendi. Aqui no Brasil sempre foi falado muito sobre o tal do católico de aparência, hum... que era um problema,
né? Hum... A gente fala: "É um problema isso aí", né? É, até certo ponto, sim; até certo ponto, não. Entendi. Mas... você acha que, sei lá, esse cara que um dia a mãe foi lá, botou na catequese, fez primeira comunhão e depois não foi mais pra igreja, quando ele tá adulto, ele volta novamente, ele faz esse movimento de retorno pra fé? E você acha que isso tem acontecido também? Tipo, de pessoas assim que a pessoa um dia foi na igreja, participou e sumiu, e um dia ela volta? Também tem isso? Tem, isso sim, que é
o que eu chamaria de catolicismo cultural, né? Então, você tem na base da sociedade uma espécie de raiz católica que está ali e que a pessoa, às vezes... Faz um percurso, faz um caminho, né? Sei lá, ele vai pra faculdade, aí se torna teu. Ou ele tá no ensino secundário, se aproxima de um grupo revolucionário, e aí meio que se desvia. E aí, quando chega lá na frente, por exemplo, a pessoa casa, né? Tem filhos, e aí, naquele momento, ela começa a pensar: "Poxa, eu gostaria que a minha família fosse uma família um pouco mais
ordenada, né? Que tivesse ali, que a gente fosse à igreja, que a gente fosse à missa, que meus filhos fossem batizados e que eles fossem coroinhas", etc. E, além de que, existem outros momentos. Por exemplo, eu tenho ficado muito impressionado, cada ano, com o fluxo de Romeiros a Aparecida. Quando chega a Festa da Padroeira, você vê pessoas indo pelas rodovias, pelos diversos trajetos que existem a pé, celebrando aquilo como um grande momento de fé. Fiquei impressionado que, ano passado, um pastor evangélico postou; ele era de São José dos Campos e viu os Romeiros passando a
pé. Aí ele falou: "Quer saber? Eu vou com eles", e foi, né? Mas não foi por uma questão religiosa, por uma questão doutrinal. Foi porque ele achou muito bonito aquele movimento de pessoas indo para lá. Ele estava acompanhando, foi, chegou e depois tirou uma foto em frente ao Santuário Nacional, né? Ele disse: "Olha o que eu senti quando eu cheguei aqui. Eu não posso explicar, é uma coisa inacreditável, sentimento de chegar aqui com os outros Romeiros". Enfim, são experiências antropológicas que, às vezes, Deus utiliza como um instrumento para poder despertar a vida sobrenatural naquela pessoa.
Por exemplo, Natal, Ano Novo, isso tudo tá na estrutura da sociedade, né? Às vezes, eu vejo, por exemplo, alguém criticando, né? Falando: "Olha, nossa, mas quanto consumismo na época de Natal! Tá todo mundo ali naquele consumismo de Natal". Bom, mas a verdade é que quem tá puxando aquelas pessoas todas, né, ainda é o nascimento de Cristo. Ele que tá movendo, de alguma maneira, aquilo. Então, através desses movimentos, também, muitas vezes, Deus... Por isso que eu digo que eu não hostilizo tanto o catolicismo, de modo geral, o que eu chamaria de catolicismo cultural, porque lá na
base tem algo que está na raiz; não tem jeito. Mesmo nos movimentos evangélicos contemporâneos, eu vejo muito de catolicismo lá dentro. Como assim? Nos símbolos, no modo deles se comportarem, no modo de cantar, de atuar, de cuidar da, digamos assim, da plasticidade da cerimônia ou dos momentos de culto, no recurso a símbolos que são, digamos assim, gatilhos pra fé. Coisa que, por exemplo, nas igrejas protestantes mais tradicionais não existem, mas que nas igrejas pentecostais muitas vezes são utilizados. Então, eu vejo uma aproximação também aí em muitos outros detalhes. Interessante, você acredita então que, digamos, que
essa raiz é tão forte que até em outras denominações você encontra ali reflexos? Sem dúvida. E tem um movimento interessante que, por incrível que pareça, alguns nichos da sociedade estão ficando cada vez mais protestantes, mas, ao mesmo tempo, mais protestantes virados pro lado católico da fé. É um movimento que eu observei há alguns anos. O que o senhor acha? Eu acho que o movimento é real, embora ele tenha uma diferença do ponto de vista quantitativo e qualitativo. Então, o movimento de êxodo de católicos nominais para as igrejas evangélicas tem crescido, como fenômeno cultural e um
fenômeno de cultura pop, mesmo de cultura moderna. O gospel se tornou um estilo de música. Então, as pessoas vão a essas igrejas imensas, que têm uma espécie de aparato tecnológico, de show mesmo, uma coisa parede preta, né? É tudo muito assim. Então, as pessoas vão e elas têm uma experiência de conversão. Essa experiência de conversão não me parece muito intelectual; ela me parece uma experiência de conversão de tipo mais emotivo. Mais, a pessoa se sente abraçada por uma comunidade local ou por um grupo dentro de uma comunidade. Só que, do lado, o movimento inverso é
um movimento intelectual. O que eu quero dizer? Os protestantes que estão vindo pra Igreja Católica estão vindo pela via do estudo. Então, na medida em que eles estudam os padres da igreja, a história da igreja, as Sagradas Escrituras, a doutrina cristã, eles vão percebendo a coerência racional, lógica da doutrina católica e vão se convertendo, inclusive pastores mesmo, né? Uhum. Então, vejam, eu acho que há uma diferença qualitativa muito importante, é muito significativa, porque eu acho que um movimento de massa chega ao momento em que ele deflaciona, enquanto que o movimento intelectual tende a ganhar vigor
em longo prazo. Os próprios números do IBGE davam um crescimento mais expressivo para as igrejas evangélicas do que de fato elas tiveram. Eu achei muito interessante que as projeções já não se mostraram tão, digamos assim, alvissareiras pro movimento evangélico quanto parecia no começo. Não acho que a gente tenha que fazer uma disputa de quem é que tem mais, quem é que lava mais, quem é que é melhor, quem é que é pior. Pelo amor de Deus, tô apenas fazendo uma leitura dos dados da realidade do modo que me parece mais concreto. Interessante, eu vejo que,
entre os jovens, pela primeira vez tá, inclusive, na história, os jovens estão mais distantes da fé, seja de qual igreja for. Então, eles são mais distantes da fé, os jovens estão mais radicalizados ideologicamente. Eles são muito... uma coisa, sabe assim? Então, quando é pra não trabalhar, não trabalham mesmo; quando é pra não estudar, não estudam mesmo; quando é pra bagunçar, muita festa, muita bebida, muita droga, é desse jeito mesmo. Assim, eu vejo os... Jovens, nessa, e até por isso eles não se interessam, eles não se sentem motivados, muito por isso. Aqui no Brasil, acima de
tudo, em outros países já é uma realidade, né? Mas eu vejo que os jovens estão se distanciando. Pela primeira vez, como a gente pode tocar, chamar a atenção desses jovens? E que a juventude, querendo ou não, sempre foi uma parcela importante, né, do povo cristão. Olha, eu não sei se a gente pode dizer que é um fenômeno atual, porque você sempre teve movimentos na juventude, de digamos assim, movimentos contraculturais. Sei lá, desde os hippies, passando pelos diversos tipos de cultura pop da juventude, sei lá, movimento punk, movimento do R&B, movimento, sei lá, do rap. Ao
longo das décadas, esses movimentos vão surgindo, vão sendo substituídos, vão aparecendo movimentos novos. Agora, eu tenho uma impressão de que há uma reação jovem muito forte de rejeição a isso. Essa rejeição me parece que vem muito da índole profunda brasileira; o Brasil profundo, né? Brasileiro, digamos assim, raiz, ele não é um brasileiro da cidade que é excêntrico, que vai fazer um monte de coisas por aí. Basta a gente pensar, por exemplo, na expressão de movimentos culturais tradicionais do Brasil, como ainda mexem com a juventude: o sertanejo, os diversos tipos de sertanejo, as músicas mais raízes,
etc. Por aí você vê que a juventude não é que se jogou completamente nesse tipo de tendência. E, meio que, esse é um dado de fato. Você tem isso também, mas a realidade é um pouco mais heterogênea. E isso sim, o que eu vejo são jovens que estão assumindo um papel ostensivamente, eu diria, raiz, mais conservador. Eu gostaria de evitar essa palavra, porque às vezes ela é carregada de conteúdo muito ideológico. Mas é isso, então, por exemplo, você tem políticos jovens no Brasil com grande expressão popular que não pertencem a uma seara revolucionária. Isso quer
dizer alguma coisa pra gente, né? Quer dizer que há uma reação por baixo da juventude. Isso, por exemplo, se verifica na Europa também. Assim como na Europa, a secularização é devastadora, há uma reação por parte de uma juventude católica, cristã, etc., que quer voltar, digamos assim, às suas raízes, né? Na Europa, isso é forte em que país, por exemplo, na França. Basta pensar: a França anda bem, ou meio mal das pernas, né? Muito mal das pernas, o país se desconfigurou culturalmente, né? Mas você tem, por exemplo, peregrinações de jovens na França em torno da Missa
tradicional, por exemplo, que é uma grandeza, uma grandiosidade. Nos Estados Unidos a mesma coisa, e em alguns outros países também da Europa você percebe um movimento similar, com maior ou menor pressão. Uhum, você falou dos jovens, eu lembrei do Nicolas Ferreira. O Nicolas Ferreira, acho que há umas duas semanas, ele fez isso. E aí meio que lançaram uma campanha, falando que ele vai se converter ao catolicismo porque ele andou lendo São Josemaria Escrivá, ele andou lendo e andou postando nos Stories dele. [Música] Uma vez também foi ele, ele fez alguma... citou alguma frase de algum
santo, que agora não me lembro. Mas você acredita que ele, de repente, está nesse caminho? Ah, eu não sei, eu acho um pouco indelicado especular, se for, deixa lá com a... né? Deixa, deixa Deus trabalhar lá. A gente não tem que ficar, digamos assim... Mas você viu essa campanha, né? Eu vi. Pessoal, às vezes me parece um pouco indelicado. Não, eu não gosto disso aí, tá? Acho que tem que deixar o espaço da pessoa e, se o que Deus quiser, vai mesmo, vai fazendo. A gente não deve forçar ninguém a nada. Entendi. Bom, vamos lá.
Ah, uma das passagens que eu queria que o senhor comentasse aqui com a gente é da Bíblia: a carta de Paulo aos Tessalonicenses, quando ele fala que combateu o bom combate. E eu vejo que a grande parte das pessoas está hoje, meio que num combate espiritual. As pessoas estão... Então, é um... é um... é necessário um esforço muito grande para você viver no mundo de hoje. E, por isso, como eu falei, eu vejo que as pessoas estão nesse combate. O que eu ouço aqui, eu vejo que o público também, quando me procura, sempre fala: "Nossa,
uma situação muito difícil, difícil isso, difícil aquilo." E como o senhor acha que o cristão hoje pode se inspirar nas palavras de Paulo, por exemplo? Olha, combater é uma realidade permanente do cristão. Se a gente pegar, por exemplo, na carta aos Efésios, né? No final da carta aos Efésios, lá no capítulo seis, São Paulo diz não como uma opção, mas como uma exortação, como um comando: "Fortalecei-vos no Senhor e na força do seu soberano poder. É revestir a armadura, para que possais existir no dia mal", etc. Mas ele diz assim: "Porque não é contra homens
de carne e sangue que lutamos, mas contra as forças pneumáticas, as forças espirituais do mal nas regiões celestes, na atmosfera, no ar." O que ele está dizendo com isso, né? Tem muita coisa que poderia se falar sobre esse assunto, mas o que ele está querendo dizer é que o mundo, o demônio e a nossa carne, que são os nossos três inimigos, né, eles estão nos puxando para baixo de uma maneira impiedosa. E todos eles são déspotas. Então, o mundo não admite que você não siga suas máximas. Se você quiser seguir as máximas do Evangelho, você
vai ter que se opor às máximas do mundo; não há acordo. Possível, inclusive, a intolerância do mundo para o Evangelho é um negócio tão grande que nós poderíamos até dizer que o mundo até tolera que um cristão seja, digamos assim, honesto. Mas ele não pode ser angélico, ele não pode ser santo, ele não pode ser perfeito, porque aí ele flagra, digamos, a malícia, a maldade, a ruindade, o vício, aquilo que há de ruim do outro lado. A luz brilha nas trevas e as trevas não a receberam. O demônio também não quer saber de conversa; ele
é um déspota. Então, ele quer te vergar, ele quer fazer com que você aceite todas as imposições que ele nos apresenta pela tentação, pelo pecado, etc. E a nossa carne também é um déspota, porque a nossa carne é insaciável. Quanto mais você acaricia, quanto mais você mimar, quanto mais você bem trata a sua carne, tanto mais ela vai pedir de você. Isso aí não tem fim. Portanto, a guerra se dá nesses três níveis e ela é permanente. Ela só vai terminar com a nossa morte; não existe trégua, não existe paz, não tem bandeira branca. O
combate é esse aí e ele vai durar para sempre; e os inimigos são muito claros: o mundo, o demônio e a carne. O carnaval representa tudo isso. O carnaval é uma espécie de síntese disso, uma síntese celebrativa. Se a gente for analisar, como você falou, que é o mundo, o diabo e a carne, a Santa Catarina que falou isso, né? Isso é o catecismo da Igreja, é muito isso. É o cisma dos primeiros cristãos já. Aham. O que tem no carnaval, exatamente, esses três elementos juntos. Exatamente. Era uma festa da carne, que aliás é uma
coisa antiga, porque, vocês imaginem, antes de que houvesse as festas cristãs ou mesmo as festas religiosas de uma maneira geral, a humanidade fazia festas agrícolas. Então, aqui no hemisfério sul isso é menos claro, mas no hemisfério norte é bem mais claro, né? Então, por exemplo, quando você tem a passagem das estações, você tem festas que demarcam essas passagens. Por exemplo, naqueles dias em que a luz declina quase a desaparecer, você chega nos dias mais escuros do ano, né? No caso, o solstício de inverno, no final do ano, no hemisfério norte. Você tinha festas pagãs que
celebravam esses acontecimentos. Quando você tinha o final do inverno e o começo da primavera, em que começava a primeira semeadura, etc., então os pagãos faziam festas que eram mais ou menos isso, digamos, uma prefiguração do que veio a se tornar o carnaval. Então, por exemplo, eles queriam invocar os deuses da fertilidade, então faziam sexo público, etc. Era muito comum as mulheres serem açoitadas pelos sacerdotes pagãos, porque acreditava-se que, com o sangue ficando mais visível, ela ficaria mais fértil, né? Então, elas batiam nelas, etc., tudo no meio de festas e folguedos. Depois, a ordem social se
invertia: os escravos e os senhores mudavam de posição, homem virava mulher, mulher virava essa coisa toda. E é como se as normas morais desaparecessem, né? Esse era um típico carnaval, uma típica festa pagã que demorou muito para desaparecer da história. A Igreja teve que trabalhar muito para terminar com essas festas e, de certo modo, não conseguiu, porque isso acabou se manifestando depois em outras festas, como por exemplo o carnaval. No caso do carnaval, como ele acontece no início da primavera, no hemisfério norte, não é um pouco antes do início, né? Quando está no fim do
inverno, começo da primavera, então o que acontece ali? Você tinha o Umo, em que as pessoas começavam a sair de novo, a vida começava a florescer, etc. E era uma ocasião desse tipo para fazer festas. A Igreja, nessa época, começou a quaresma. Entendi. O pessoal ficava restrito no inverno, porque fazia muito frio. E, como você falou, festas agrícolas, plantação, nada nasce no inverno. E aí, quando as coisas começavam a melhorar, começava a sair o sol e as pessoas podiam voltar novamente à sua vida ordinária, elas meio que comemoravam. Exatamente. Mas é mais ou menos como
a gente faz hoje. Por exemplo, você vai encher uma laje. O que você faz? Um churrasco, né? Agora, quando você vai fazer, quando você antigamente fazia vindima do vinho, ia pisar o vinho, tinha que fazer uma grande festa, etc. Vai fazer a semeadura, tinha uma grande festa, porque todo mundo ia lá, todo mundo ia semear, era um grande mutirão, etc. Mais ou menos isso. Só que, pros pagãos, que não tinham essa noção moral do que é pecado, do que é virtude de uma maneira tão clara, a Igreja precisou, como mãe, como mestra, tentar disciplinar essas
festas. E, de fato, em alguns momentos a Igreja obteve mais sucesso, em outros momentos menos sucesso, né? O carnaval, na verdade, ele acabou se tornando essa espécie de trado de festas, né? Que domingo, segunda e terça-feira, antes da Quaresma, porque na Quaresma, na quarta-feira de cinzas, começa a quaresma. Então, começavam-se os grandes jejuns da Igreja. É muito interessante isso, porque durante muito tempo o jejum quaresmal era rigoroso, ou seja, durante os 40 dias os fiéis não comiam carne e não comiam nada de origem animal. Nada, nada. A única exceção eram ovos, que eles podiam comer,
e também... se você não come leite, laticínios... não, nesses casos. E, e também, peixe, né? Então, isso aí se comia. Tá, agora, é por isso que antes chamava-se, né, da quarta-feira magra, ou seja, quando começa o jejum da Quaresma. E aí você já não come carne; aí, naquele dia, você faz jejum, né? Então, tinha chamada a terça-feira gorda, que era a terça-feira que você ia comer carne pela última vez, etc., se preparando para o jejum do dia seguinte. E aí, como é um dia de comer carne, então ficou esse nome, né, carnaval, a despedida da
carne, o último dia que se come carne antes do início da Quaresma. Só que, juntamente com isso, alguns costumes pagãos, alguns costumes de excessos e licenciosidade acabaram sendo recuperados em momentos críticos da história do cristianismo no ocidente. Então, por exemplo, no Renascimento, que foi um momento de neopaganismo, se recupera isso, né? Nos momentos de revolução, durante a Revolução Francesa, etc., se recupera tudo isso. E aí, às vezes, a Igreja conseguiu, digamos assim, debelar esse tipo de prática, e outras vezes não foi possível. Muito bom! História muito boa sobre o carnaval. Dá para pensar em um
carnaval católico em 2025. Eu acho que sempre no sentido de que, veja bem, o carnaval é uma festa que hoje tá consolidada no calendário. São três dias que nós temos. Aí eu tenho saudades dos tempos em que São Paulo era uma cidade sem bloquinho de carnaval na rua. Tempo bom! Era maravilhoso, era muito bom, porque você queria, quem morava aqui, aproveitava aqueles dias para passear, para ficar em paz, para ficar dentro de casa, para andar... Mas, realmente, há um tempo atrás, cara, brotou bloquinho de carnaval o tempo inteiro aqui na Paulista. Mesmo vai ter uns
cinco em cada esquina, e isso transtorna muito, transtorna muito, infelizmente, a cidade para quem mora aqui, né? Mas todos nós somos chamados a viver em sobriedade. Então, nenhum cristão e nenhum ser humano deveria se ceder, né? Quer dizer, deveria comer o que é saudável, deveria beber dentro dos limites da lucidez, não deveria, digamos, atropelar o pudor, a modéstia, né, e expor-se de maneira leviana e imoral aos olhares alheios. Então, um cristão deveria ser sempre assim, mas quando que o carnaval passou disso que o senhor acabou de falar pra festa da Anitta, entendeu? Bloco da Luísa
Sonza e outras coisas. Eu acho que houve vários fluxos e refluxos. Então, houve o que eu dizia, por exemplo, na Idade Média, até o final da Idade Média, havia uma consciência maior; depois vem um renascimento, os abusos voltam. Aí, depois, os abusos são, digamos assim, controlados. Aí surge um outro tipo de crise, os abusos voltam e assim vai. Eu acho que foi um vai e vem mesmo. No século XX, houve um período em que o carnaval era uma festa mais sadia; depois aí degringolou para um negócio, na minha opinião, até de mau gosto. Eu realmente
não consigo ver nada daquilo, eu acho muito ruim. Aí, começou com escola de samba, essas coisas, né? É, entendi. É isso aí, gente. Estamos aí com o Padre José Eduardo. Quantas pessoas têm ao vivo aí, produção? Fala pra gente, fala pro pessoal! Pergunta pro pessoal se eles vão fazer o seguinte: no carnaval, se eles vão pro bloquinho de carnaval. Pergunta pra eles se eles vão pular carnaval no bloco. Esses bloquinhos de carnaval são terríveis, cara. Isso daí, realmente, olha, faz não faz muita falta, não. Pergunta aí pra eles, vamos ver o que que a nossa
audiência tem a dizer sobre o carnaval; é um assunto muito interessante. Bom, voltando um pouco, deixando o carnaval de lado, né? Já já deu. Já aproveitando toda essa reflexão, o turismo religioso ainda é muito forte no Brasil, né? Você falou de Aparecida, mas eu fiquei sabendo que o Círio de Nazaré, por exemplo, é uma das maiores festas religiosas do mundo. Ah, sim. É tipo 3 milhões de pessoas! Sim, nós temos no Brasil a maior festa paroquial do mundo, que é a festa de Pentecostes em Planaltina, em Brasília, né? Ali perto de Brasília, é a maior
do mundo. Vai 1 milhão de pessoas, uma coisa assim, uma festa paroquial, né? Sim, nós temos muitas festas. Todas as cidades do interior do Brasil, por exemplo, têm as festas dos seus padroeiros, têm festas religiosas importantes. A gente, graças a Deus, nunca, nunca, isso nunca saiu da nossa tradição, né? E, além de que, temos santuários. Santuários, Aparecida é realmente um prodígio, né? A história de Aparecida é igual à da série, da novela. Eu não assisti à novela, mas deve ser sim; eles não devem ter feito uma novela assim, a despeito da história, né? A história,
de certo modo, é simples. Eu até escrevi um livro sobre isso. Escrevi, eu tenho um livro sobre Nossa Senhora Aparecida. A história é simples: a imagem da Senhora da Conceição foi pescada por três pescadores. Primeiro, eles pescaram o corpo; depois, pescaram a cabeça, e as duas partes se conectaram perfeitamente. Eles levaram a imagem para casa; ali mesmo tiveram uma pesca milagrosa, não tinham conseguido pescar nada anteriormente, e depois começaram a acontecer os prodígios, né? As pessoas iam rezar e recebiam muitos milagres, etc., e aconteceram milagres muito grandes, inclusive diante da imagem de Nossa Senhora Aparecida.
Então, a história basicamente é essa. Claro, tem muitos detalhes que a gente poderia falar, mas basicamente é isso. Mas e aquela história do... tinha no vilarejo, as pessoas foram lá e criaram um santuário, criaram lá uma capela, e a população foi lá espontaneamente... come... Rezar. E algumas pessoas ali, poderosas da região, não gostaram; foram lá perseguir, foram lá destruir. E quando chegaram lá, o cavalo derrubou o cara da montaria, bateu a cabeça; na hora que bateu a cabeça, ele começou, ele teve uma visão e se converteu. Tem histórias desse tipo, tem muita do escravo, né,
do Zacarias que fugiu. E aí as correntes quebraram diante da imagem de Nossa Senhora. Tem muitas histórias desse tipo de milagres. E são muitas, muitas mesmo. Mas o que euacho mais impressionante no fenômeno Aparecida é justamente a simplicidade da devoção, porque, assim, é uma devoção muito, muito simples. Aquela música, que é um clássico do cancioneiro brasileiro, né, captou bem isso. Quando diz assim: “Eu só vim aqui te mostrar o meu olhar, eu sou caipira, pira… Nossa Senhora de Aparecida.” Porque aquela imagem, tão pequena, tão pequena, ela sacode um país inteiro, né? Quer dizer, não é
a imagem que sacode, mas é a devoção a Nossa Senhora que sacode o país inteiro. E você vê gente vindo do Brasil inteiro, ali, diariamente, passar diante da imagem de Nossa Senhora para fazer um agradecimento. Pessoas que relatam, né? Tem um livro interessante de um jornalista da Globo; esqueci agora o nome dele, só com milagres de Nossa Senhora Aparecida. Ah, eu acho que eu já vi ele falando no programa da Ana Maria Braga. Isso, esqueci agora o nome dele também. Mas ele contou até a história de um carinha que ele queria, ele foi lá e
deu um jeito de pegar na imagem e derrubou a imagem, quebrou a imagem. Teve um atentado, né? Teve um atentado. Mas esse jornalista documentou diversos milagres que são realmente impressionantes. Por exemplo, do homem lá que estava paralítico e que foi de cadeira de rodas para Aparecida e que chegou lá e saiu andando na frente da imagem de Nossa Senhora. E outras coisas parecidas, assim, gente que tinha câncer e depois não tinha mais. Ah, não, isso é normal, isso daí. Tem muita coisa. Quando você vai lá naquela sala dos milagres, né, tem tanta coisa lá, cara.
E é muita gente que deixa exame médico, gente que deixa, por exemplo, gente que fez promessa, muita promessa. Então a pessoa sabe, “salvou a vida de fulano, acidente que a pessoa não morreu,” sabe? Coisas assim inimagináveis. Tem todo tipo de exemplo. É, não, os episódios, os fatos são muito grandes. E eu digo assim: quem tiver alguma dúvida, vai lá na sala dos milagres, né? Porque aquilo é um negócio inabarcável. Os testemunhos, os ex-votos, eles são recolhidos continuamente. Não é que ficam ali, né? Alguns, sim, que são mais significativos, e outros, os normais, os corriqueiros, são
sempre trocados lá. O arcebispo é quem? Agora é Dom Orlando Brandes. Dom Orlando Brandes, o arcebispo de Aparecida. Sim, seria legal fazer uma visita lá e gravar, né? Nossa, muito, muito… será que a gente consegue que a gente tem um quadro de visita de ir até os locais? Sei que a gente vai fazer uma visita no museu do Rodrigo Silva. Uhum, ele tem um museu muito legal que faz umas escavações em Israel, sabe? Traz vários artefatos. E, enfim, o museu de arqueologia dele é bem legal. Seria muito bom fazer essa visita também para mostrar com
detalhes, né, por dentro ali, Aparecida e tal. Muito bom, vale a pena tentar. Vale a pena tentar. Bom, e além de Aparecida, que outro lugar é muito bom de visitar aqui, recebe muito turista? Olha, acho que no Brasil os dois lugares top são Cristo Redentor e Nossa Senhora Aparecida, né? Isso aí são os dois símbolos nacionais. Poderíamos dizer. Legal, o Cristo Redentor também é fantástico. Pô, você conhece aquele grupo do Rio de Janeiro, Centro Dom Bosco? Como que é? Qual é a linha deles ali? Eles são meio confusos, não é? Não é um grupo? É
um, primeiro, que não é um grupo eclesiástico, né? É uma associação de católicos leigos de orientação tradicionalista que exerce uma militância católica nas redes sociais e no Brasil em geral, né? Basicamente, é isso. Eles também têm uma editora que publica muitos livros, alguns livros excelentes. São alguns livros que são muito bons. E têm as posturas que são características do, digamos assim, do catolicismo tradicionalista, né? De rejeição, por exemplo, ao Concílio Vaticano II, à liturgia moderna da Santa Missa, etc. E é isso. Eu, eu pessoalmente não concordo, não subscrevo essas críticas ao Concílio, à missa, etc.,
né? Mas sem respeito, né? São posições aí que muitos católicos compartilham. E, até então, eles tinham um integrante que era o presidente, que saiu, e ele fez diversas críticas, disse que ele não iria mais fazer torcida contra o papa, que ele não iria mais estar do lado de pessoas que querem o mal do Papa, que não concordam com ele, que acham ele um herege. Essas coisas. Aí, acho que o que se chama Pedro Afonseca, né? Que ele foi fundador e presidente do centro e ele saiu, já tem, acho que uns dois anos mais ou menos.
E, no fundo, qual é a crítica que ele está fazendo, né? É a crítica ao que o pessoal chama de RR, RR, RR, né? Reconhecer e Resistir. Então você reconhece a autoridade do Papa e dos bispos, mas resiste à... Essa autoridade do Papa e dos bispos, né? E o... ainda que haja uma grande diversidade de posições sobre o que é resistir, né? Porque existem muitos modos de resistir, né? Então, o que estava incomodando Pedro foi isso. Ele achou que essa resistência me pareceu excessiva, muito, muito enfática e que, digamos, deveria haver um sentimento de maior
comunhão, de maior união com os pastores da Igreja. Eu acho que o que o Pedro tem suas razões, né? Especialmente quando hoje vários católicos se contentam com o fato de não serem abertamente cismáticos, né? O que é cisma? Cisma é uma separação, né? Então, falam: "Nós não somos cismáticos, então nós reconhecemos o Papa, reconhecemos os bispos, etc., etc., porém não os obedecemos." Isso aqui me parece que é uma posição muito frágil, né? Uma posição muito frágil, uma vez que a unidade da Igreja é divina. A Igreja é uma, e ela é uma externamente; internamente, ela
é visível. É uma só; ela só existe uma Igreja, né? Mas qual é o argumento que eles colocam para resistir ao reconhecer o Papa e resistir ao Papa? Mais um tempo, no fundo, a crise da Igreja... a Igreja está numa crise doutrinal, moral, etc. E essa crise gera um estado de necessidade tal em que você pode, digamos, ou até deve ser separado do convívio com os pastores. Mas, digamos que eles não reconhecem; eles reconhecem, mas não obedecem em nada ou naquilo que eles julgam ser erroneamente ali no que eles consideram errôneo, né? Daquilo que a
doutrina não se aplica no que eles consideram errôneo. Então, pode ser que, dependendo da posição, eles aceitem; pode ser que sim. Agora, eu sempre acho muito complicado, porque se sou eu que decido o que é errôneo ou o que não é, já não sou eu mais que sou um filho da Igreja, a Igreja que é filha minha, né? Então, eu acho que a posição excessivamente crítica em relação à Igreja precisa ser temperada um pouco com o amor à Igreja, com obediência, com a virtude da humildade e com muitas outras coisas que são importantes, porque senão
você transforma a Igreja em uma espécie de partido político em que cada um vai tentando fazer com ela o mesmo que os partidos fazem com a república, né? Então, um partido puxa para um lado, puxa para o outro, e outro puxa para um outro, e a Igreja não é isso, né? A Igreja é o corpo de Cristo, a Igreja é uma instituição pro católicos, uma instituição divina, divinamente fundada, divinamente constituída. E nós temos que ter por ela reverência, amor, devoção. Se a gente tivesse hoje uma nova, sei lá, uma nova oportunidade, entendeu? Com talvez um
novo Papa, mas assim, uma nova oportunidade de resolver esses problemas... por onde começar? O que eles realmente querem para poder obedecer? Olha, é uma questão muito complexa, porque veja, todos esses grupos não são homogêneos; eles são extremamente heterogêneos. Você tem gente de linhas e de nuances completamente diferentes. Eu poderia tranquilamente dizer que não há uma unidade real em nenhum deles, né? Então, não é uma questão de fácil resolução. Agora, me parece que o católico contemporâneo deveria ter essa sensatez, né? Nós temos que amar a Igreja real, a Igreja que existe, é essa que existe, né?
Então, talvez eu não goste dela, preferiria estar em outro século, preferiria estar em outra Idade Média, numa outra família litúrgica, etc. Mas assim, é isso, né? É que nem você nasceu numa família, uma família lá que tem seus problemas, mas é a tua família, cara. Você tem que amar; não dá para você ficar fazendo uma guerra perpétua contra isso, né? Então, é um assunto complexo e eu mesmo digo... é um assunto incômodo no sentido de que não me parece muito simples de lidar. A gente faz simplificações, precisaria... enfim, é complexo mesmo. Entendi. Mistérios da fé.
Muito bom, estamos aí. Vamos... vamos pedir um pouco agora da... qual que é o grande problema ou conflito, melhor dizendo, né? Desafio ali que o senhor recebe, digamos, na sua atividade pastoral lá como pároco, trabalhando, guiando ali a sua comunidade? O que as pessoas normalmente falam assim, reclamam às vezes do filho, às vezes da esposa, do marido e tal? O que você vê assim que as pessoas da sua paróquia estão enfrentando assim de dificuldade, que é uma coisa corriqueira? Olha, eu acho que nós nunca tivemos tantos casos de problemas de tipo psicológico hoje em dia:
pessoas deprimidas, pessoas com transtorno de ansiedade grave, com crise de pânico, com problemas de dissociação cognitiva dentro de casa... E dis... dissociação cognitiva é a pessoa ter duas personalidades, não? Ela vive num mundo meio paralelo? Não, mas não é aquela menina do Fragmentado, lá do Fantástico. Qual que é o nome daquela menina? Você viu? Tem uma reportagem que viralizou, tem várias personalidades. É, eu vi isso daí. Não, não é a mesma coisa. Não é. Então, hoje tá punk, viu? A situação não tá muito simples, não. O pessoal tá vivendo, tá todo mundo meio que num
fluxo assim de... segurando pelo acorda no pescoço, né? Isso para mim é muito, muito evidente. Eu acho que também no Brasil hoje o pessoal tá trabalhando demais e tá tendo de menos, né? Como assim? No sentido de que não tá dando... o dinheiro não dá para nada, o pessoal sofre muito, né? Eu tô numa... Paróquia de Periferia. Ainda não estou em uma paróquia e não em um bom bairro, e eu vejo quantas pessoas estão cansadas. Eu olho para o rosto delas e, às vezes, percebo uma falta de perspectiva, uma falta de ânimo. Já faz um
tempo que não vou para a Europa, mas você olha assim, por exemplo, pega um trem na Europa e observa a cara das pessoas. Elas têm uma certa tranquilidade. Você pega um trem aqui, observa a cara das pessoas, e vê aquelas que estão meio que tipo: "Ai, não aguento mais." É muita coisa, muita coisa. Porque, de fato, a vida do brasileiro normal não é muito fácil. Ela está dura, e muitas pessoas não prestam atenção nisso, no sofrimento do trabalhador, do pobre, da pessoa que vai batalhando para viver, que tem que acordar cedo, tem que dormir tarde,
tem que fazer a conta bater. Não é fácil. Então, é um cansaço físico, psicológico e espiritual também. A pessoa vai perdendo a esperança, vai perdendo a esperança, e aí ela vai ficando na famosa apatia. A pessoa vai ficando sem expressão. Se você olha para a pessoa, ela está realmente assim. Isso me parece muito nítido, muito nítido. Mas, assim, no meio disso tudo, há muitas pessoas que conseguem, com a ajuda de Deus, dar um alto crescimento espiritual. Por exemplo, conheço pessoas que vivem uma alegria sobrenatural muito grande, são entusiasmadas por Cristo, querem conhecer mais a Deus,
etc., e que encontram no evangelho resposta, mas não apenas uma coisa teórica, mas graça mesmo. Quer dizer, é um suplemento de força que não está na natureza, que está para além daquilo que a pessoa pode acessar pela sua capacidade humana. Mas os desafios que essas pessoas enfrentam, como você falou, envolvem trabalho, dinheiro, família, saúde... É tudo. Você pensa: qual é a pessoa, assim, que hoje em dia, no nosso país, enfrenta o problema de saúde e pode ficar serena, sabendo que vai ter um atendimento médico adequado? Até porque disseram aí que a qualidade dos médicos atualmente
não é mais a mesma, e dos atendimentos... Ou, por exemplo, pessoas que têm problemas econômicos que geram problemas psicológicos e que geram problemas de convivência em casa, etc. Você tem uma espécie de cascata, uma coisa vai levando à outra. Efeito dominó. É trágico, né? Tem bastante disso. E o que eu digo é que, em 2025, o brasileiro realmente está dando nó em pingo d'água para poder sobreviver. Essa é a realidade que eu enxergo, bem visível aos meus olhos. A questão dos problemas psicológicos: pessoal com depressão, muita gente com ansiedade, síndrome do pânico e tal. Isso,
de repente, tem a ver com alguma coisa que a pessoa passou em determinado momento da vida dela. Por exemplo, se a pessoa já teve um certo vício em álcool, em drogas... Não necessariamente, mas, por exemplo, basta pensar o quanto a gente, hoje em dia, é massacrado por uma avalanche de dados. Nossa mente não consegue lidar com aquilo. Ou, por exemplo, todos nós precisamos lidar com o medo, com a insegurança, não saber se vai dar, se vai conseguir. E aquilo vai, digamos assim, desgastando seus sistemas de defesa. Chega um momento em que você está com gatilhos
de medo, de raiva, de insegurança, de ansiedade, sem que você perceba. Nossa, só vai notar o efeito depois. Isso daí seria uma espécie de doença espiritual também. Tem, obviamente, tudo no ser humano ganha uma dimensão espiritual, mas é psíquico mesmo. Nós vamos laceando nossas capacidades de resistência psicológica. Você acha que a falta de segurança no país também não causa isso? Total! Vocês me mostraram uma charge interessante que era o diabo na frente de uma moita e uma pessoa escondida atrás da moita com um balão escrito: "Ah, susto, pensei que fossem os motoqueiros!" Quer dizer, a
pessoa não se assusta com o diabo, mas se assusta com os motoqueiros. É porque, né? Você tem... Aqui, na Paulista, aconteceu recentemente aquela pessoa que chegou com a faca e a mulher estava tranquila, né? A mulher estava tranquila e a pessoa com a faca: "Ai, meu Deus!" Pois é, então a gente vive num país assim, né? A gente não dá conta disso. Por exemplo, você vai a um determinado país, sei lá, da Europa ou da América do Norte, você vai para o Canadá ou para os Estados Unidos, etc. As pessoas não fecham a porta de
casa, elas não têm medo de ficar na rua. Se elas estão andando, elas não têm aquela ideia de "ah, vão me pegar, vão me roubar, estão me seguindo", ou "ah, não vou usar o celular aqui fora porque pode ser que alguém..." Elas não têm esse tipo de preocupação. Só isso já dá um desgaste gigantesco. Claro! E é um desgaste que vai aumentando na medida em que você vai vendo que o problema não tem solução. Caramba, é pesado. Então, realmente, ser brasileiro não é fácil. Não, não é fácil. Não é para amadores, não! O desafio aqui
é maior, se a gente for analisar, se a gente olhar... Pras três coisas que você falou: economia, segurança e paz, que a pessoa não tem... Meu Deus do céu, é rezar muito e pedir que Deus nos acuda, né? Sim, falando nisso, aumentou muito, né, o número de moradores de rua. Você acha que, de repente, a pessoa não cansou de lutar contra tudo isso e só entregou a vida: "Deus dará"? Olha, pode existir isso também, só que eu não acredito que ninguém vai pra rua assim: "Nossa, do nada vou pra rua." Porque eu prefiro... Pode existir
pessoas que têm algum tipo de... digamos, problema psicológico mesmo, existencial, que ela queira mudar de estilo de vida e viver assim, né? Pode ser, pode existir, mas eu acho que não é regra. Por exemplo, você já fez algum trabalho com morador de rua para saber? Já, já. Acho que todas as vezes que você pergunta para algum morador de rua, o que que ele responde? Nem sempre as pessoas querem muito conversar, sabe? Já tive bate-papo, já conversei com padre, etc. Mas boa parte das vezes as pessoas estão desacreditadas. Elas acham assim: "Ah, não adianta mais nada,
não quero pedir ajuda para ninguém. Deixa assim mesmo, etc." Se puder ajudar, ajuda; se não puder, cai fora, né? Há uma espécie de derrotismo, né? Que a pessoa já não quer mais sair daquela situação; ela não enxerga mais saída. Sim, às vezes que eu conversei, inclusive, eu acho que foi uma das últimas vezes que eu lembro. Normalmente, os moradores de rua ficam na frente de restaurante, né? Porque está saindo alguém ali e ele pede uma comida: "Ô, compra uma marmita pra mim." E aqui mesmo tem vários que passam e pedem e tal. Mas esse eu
me lembro... Eu ainda morava em Guarulhos, e o cara estava pedindo na frente do restaurante. E aí, enquanto o cara estava preparando a comida, eu perguntei para ele: "Você veio de onde? Tem quantos anos? Tá aqui por quê?" Porque o cara veio do Sul, estava aqui em São Paulo, e aí ele não quis falar o que aconteceu para ele vir para cá, mas ele falou que ele não volta pra cidade dele de jeito nenhum, não volta pra família dele. E aí eu pensei: "Pô, esse cara ou ele fez uma merda muito grande, fez uma cagada,
matou alguém, tá devendo pra agiota nesse nível, ou alguém fez uma cagada muito grande contra ele." Entendeu? Eu fiquei pensando nisso. E aí, será que, de repente, por que a pessoa não busca ajuda? A família não está ao redor? O que aconteceu com essa pessoa? Ela está tão isolada assim a ponto dela não querer mencionar o que aconteceu e a ponto dela não querer obter contato, ajuda das pessoas próximas dela? Olha, existem grupos da igreja que trabalham com moradores de rua que são especializados nisso. Por exemplo, a Aliança de Misericórdia e também tem um outro
grupo chamado Missão Belém, que faz um trabalho admirável com moradores de rua. E tem um vicariato aqui da diocese de São Paulo que trabalha só com moradores de rua e vale a pena conhecer. Porque, assim, cada história é um mundo, né? Eu me lembro de um programa que antigamente tinha, que o pessoal entrevistava os parentes que estavam esperando o pessoal chegar no aeroporto de Guarulhos. E aí você via a história que tinha por trás daquela chegada da pessoa ali. Então, cada morador de rua tem uma história. Às vezes, uma história muito rica e muito trágica.
Cada caso realmente precisa ser visto com muito carinho. Dá para colocar a igreja como a maior instituição caridosa do mundo, né? Nesse caso, creio que sim! Porque, de fato, onde tem uma paróquia, tem obra de caridade. Não existe o contrário disso. Mesmo, por exemplo, na minha paróquia, a gente distribui alimentos para famílias carentes há mais de 40 anos, né? Um trabalho ininterrupto. E, por exemplo, esses dias eu estava falando com o pessoal da paróquia que faz esse tipo de trabalho. Eles me disseram: "Padre, olha, nós temos a grande graça aqui de nunca termos mandado uma
pessoa com fome sem nada na mão." Eu acho uma coisa bonita. A gente, às vezes, não vai conseguir mudar a vida da pessoa, mas se a gente conseguir, pelo menos, ali naquele momento, dar um socorro, sem dúvida, isso vai ser para nós a coisa mais importante. As pessoas também... O brasileiro gosta de ajudar, né? Brasileiro é um que ajuda, né? Gosta. Brasileiro é muito solidário. Basta ver quando tem desastres e coisas desse tipo, como o país se une para socorrer os lugares devastados e assim por diante. Graças a Deus, a gente tem uma sensibilidade muito
grande para isso. Dá para falar um pouco também sobre o hospital, por exemplo, de Barretos, né? Tem lá, até mesmo algumas empresas ajudam muito artistas, alguns projetos musicais que eles fazem para arrecadar dinheiro, mas tem lá, assim, tipo, grande parte do valor arrecadado é de doação de pessoa física. E doa... Exatamente! Eu acredito que aqui no Brasil as grandes iniciativas, todas elas, os maiores contribuintes são os CPFs, humm, e não CNPJ. O brasileiro conhece um pouco do mundo da Igreja Católica? Conhece pouco? Hum, você acha? Depende do nível, porque assim, a Igreja Católica é uma
instituição milenar, tem uma história, assim, de uma riqueza inacreditável e um acervo de cultura que, para você acessar, você tem que ser um erudito. Eu não tô falando... Nem para você conhecer mesmo, tô falando para você ter a capacidade de acessar aquilo que está à disposição. Então, eh, é eh, eu diria num nível eh superficial sim, as pessoas sabem o que que é uma igreja católica, em geral. Agora, na medida em que esse conhecimento vai se tornando cada vez mais profundo, cada vez mais intenso, então aí sim são menos aqueles que conseguem entender. Há muita
coisa; a igreja católica é um oceano de cultura. O pessoal te pergunta coisas tipo assim: "Ah, mas na época da monarquia e a escravidão, e a inquisição?" Perguntam, "E as cruzadas?" Perguntam, perguntam. Eh, muitas dessas questões é aquilo que a gente chama de cronocentrismo, né? Quer dizer, você julga o momento histórico com as lentes do momento atual. Quer dizer, você não faz uma análise historicamente eh eh responsável, né? Então aí fica fácil. Mas quando você, ao invés de fazer isso, né, de você autoritariamente olhar para o passado e dizer assim: "Olha, isto aqui está errado,
aquilo está errado", você se coloca humildemente na posição daquelas pessoas, você começa a perceber muitas coisas diferentes. A gente mesmo, a gente é capaz de fazer certas coisas que eu, eu tenho mais de 40 anos. Algumas reações internas que eu tenho, ou que para mim eram comuns quando era criança, hoje são impensáveis. Por exemplo, a gente apanhava mesmo, e não era pouco. Criação raiz, criação raiz. Hoje a sensibilidade não é mais a mesma. Tem coisas que um pai fazia com o filho há 40 anos atrás que, se ele fizesse hoje, ele iria para a cadeia,
vai preso. Então, a nossa sensibilidade muda muito. Como é que eu posso chegar, por exemplo, para um, hoje, né, um pai contemporâneo? Assim, ele vai chegar para um pai de uma geração passada e vai dizer assim: "Você é um pior pai do que eu sou." Aí aquele pai pode chegar para você e dizer assim: "Olha, é verdade que eu tive os meus problemas, mas assim, eu criei filhos, tá todo mundo muito bem, cada um tem a sua família, etc." Tal, e você teve um só, e esse que você tem é uma pessoa que já tá
pensando em se matar. Como é que você coloca isso na balança? Entende? Uhum. Então, o problema do cronocentrismo é esse. A gente sempre eh utiliza o presente como régua para medir o passado, e isso, em muitos, muitos casos é, eh, chega a ser injusto, né? Entendi. Você acha que a gente está no fim dos tempos? Eu não gosto de especular sobre esse assunto e tenho a impressão de que não. Por quê? Quando se fala de Apocalipse, fala a respeito do que exatamente? A palavra Apocalipse significa revelação. Então, o último livro da Bíblia tem esse nome
porque ele começa com as palavras "revelação de Jesus Cristo, ao seu servo João", etc., etc. Eh, do que que o Apocalipse tá falando? O livro em si, né, ele tá tentando ser uma espécie de Teologia da História. Ele tá mostrando como é que a história se desenrola debaixo da autoridade de um Deus soberano, certo? E de como Ele tá conduzindo tudo para um grande clímax. Né? Agora, o que acontece? A linguagem apocalíptica é uma linguagem cifrada, é uma linguagem [Música] eh que ela tem diversos, ah, diversas aplicações. Ela não tem um significado só, certo? E
aí, o que acontece? Eu acho que o pessoal entra numa neura, numa paranoia mesmo, quando começa a roteirizar o fim do mundo, que aí pega um versículo daqui, um versículo de lá, um versículo não sei da onde, e tal, cria um roteiro e começa a achar que aquilo é bíblico. Aquilo tá na Bíblia, porque você tirou de lá! Mas aquilo não é bíblico, porque o roteiro não tá como um roteiro ali presente, né? Quando, por exemplo, o que você tem é uma série de dados mais ou menos ali predispostos, e depois você os organiza de
um jeito ou de outro. Alguns deles são até contraditórios entre si. Aham. Então, por que que eu acho que nós não estamos no fim dos tempos, né? Eu acho que o progresso da iniquidade do mal, ele não chegou àquilo que Jesus, no Evangelho de São Mateus, no capítulo 24, se não me engano, versículo 12, chama de anomia, ou seja, completa falta de lei moral. A gente ainda sabe, tá difícil, cada vez menos é possível, a coisa tá complicada, mas a gente ainda tem, eh, a gente sabe o que que é certo, o que que é
errado, o que que é bom, o que que é mau. Você não tem uma tal desorientação em que a sociedade perdeu a estrutura completa da moralidade. Aquilo que a gente chama, eh, classicamente de lei moral natural, eu acho que esse é um ponto que detém o avanço do mal, né? Eh, São Paulo fala disso, né? Que que o mistério da iniquidade já está em ação, esperando que desapareça o caton, é a palavra grega, né? Aquele que o detém. Nossa, já teve especulação sobre o que é esse caton, é uma coisa muito grande! Eu acho que
é isso: que é a existência ainda de uma lei moral perceptível. As pessoas ainda conseguem discernir o que é bom, o que é mau, conseguem ainda ter um certo princípio de moralidade. Quando isso acabar, aí meu filho, as comportas do mal vão vir com toda a sua força. Aí já não vai ter mais nenhum limite! Então, por isso eu acredito que não, ainda não. Então, você acredita que teremos sinais? Porque, por exemplo, conversando com outras pessoas aqui no podcast... Foi falado de uma grande crise humanitária, falado de uma crise geracional de pais e filhos não
se entendendo, agindo contra o outro, agredindo o outro, as famílias sendo despedaçadas por isso, por ódio dentro do seio familiar. Toda essa questão, né? Toda essa seriam, tipo, digamos, sinais, esse seria mais um sinal. Bom, não. Eu acho, primeiro, que estes sinais, se você ler, por exemplo, os discursos escatológicos de Jesus no evangelho de Mateus 24, em Marcos, acho que 13, e Lucas, talvez 20, 21, por aí. O que você vai ver é Jesus dizendo o seguinte: "Olha, vai acontecer um monte de sinais, mas não é o fim." E não se atemorize! Se alguém disser:
"O Cristo está aqui," não vão lá, porque não é, né? E o que Ele diz é: "Cuidado para que ninguém vos engane." É a única advertência que Ele faz. Ele não diz em nenhum momento assim: "Vou escutar, estocar comida, papel higiênico, faça um bunker para você debaixo da casa, que vai ser uma fala." Nada disso. "Cuidado para que ninguém vos engane." Ponto final. Então, veja bem, quando a escritura fala de sinais, de certo modo, todos esses sinais que ali aparecem estão presentes na história e na história da humanidade como um todo, mas eles vão se
adensando na medida em que você percebe uma corrupção na criação, fenômenos naturais, catástrofes cósmicas. Isso vai se adensando. Então, por exemplo, hoje, qualquer pessoa que estuda um pouco de Ecologia fala sobre problemas sérios climáticos, problemas sérios que nós temos no planeta. Eles existiam antes, em alguma escala, sim, mas se tornaram mais densos, e vão se tornando mais, digamos assim, concentrados. Então nisso eu acredito, mas o que eu acho que é ocioso é especular assim: "Quando é que vai ser? Será que vai ser agora? Daqui a 50 anos? Daqui a 100?" Isso daí, eu inclusive acho
que há uma interdição a isso, dada por parte de Cristo no evangelho, quando Ele diz: "Isso não compete ao filho, não compete a ninguém; é o momento que o pai reservou para a sua escolha soberana." Então, tipo assim, fiquem quietinhos sobre esse assunto e vão vivendo o evangelho. Tá certo, então? É bom que a gente, como você falou, não se atemorize. Que a pessoa fique bem vinculada nesta vida e tente desfrutar ao máximo. Nada de medo, nada de fim dos tempos. Tem que buscar a Deus, né? Buscar a Deus, buscar a Deus de todo coração.
Isso nunca vai ter prazo de validade. Porque assim, a verdade é que eu não sei quando é que o mundo vai acabar, mas eu posso morrer a qualquer segundo. A minha vida não tem segurança nenhuma. Nós deveríamos pensar mais nisso e, diante da eventualidade da nossa morte, é a pergunta simples: Onde você vai passar a eternidade? Porque veja, quando você olha para o passado, as lembranças que você carrega da infância são tão pálidas, tão distantes. Parece que aquilo nunca nem existiu. Essa vai ser a sensação que nós vamos ter na eternidade em relação a essa
vida como um todo. Aquilo que a gente tem importância aqui não tem importância nenhuma; as pessoas que a gente acha que são importantes não têm importância nenhuma. Aquilo que nos faz sofrer não tem importância nenhuma. Nós vamos olhar para trás e vamos dizer assim: "Meu Deus, por que eu perdi tantas ocasiões de te amar, de te conhecer, de te adorar, de viver para Ti?" E eu fiquei correndo atrás de um monte de prazeres fugazes que duraram uma fagulha. Eu achei que aquilo era mais importante e agora, aqui, diante da eternidade toda, eu preciso receber o
resultado das minhas escolhas. Então essa é a pergunta mais importante: Onde você quer passar a eternidade, no céu ou no inferno? Se você quiser passar no céu, só existe um caminho, que é Cristo. Então, você precisa entregar-se a Ele de corpo e alma, se converter para valer. Caso contrário, é o que diz a Escritura: "E nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens pelo qual importa que sejamos salvos." As pessoas falam um pouco hoje da salvação, sabia? Falam um pouco porque elas estão muito preocupadas com dinheiro: como
é que você vai fazer para ganhar dinheiro? Como é que Deus vai te dar prosperidade? Deus vai te dar saúde, Deus vai te dar um emprego novo. Mas que que adianta você ter tudo isso para ir para o inferno, né? Quer dizer, você se torna cada vez pior, né? Não adianta nada. O que deveria ser óbvio: Jesus fez muitos milagres, mas um milagre Ele nunca fez, é transformar um pobre em um rico. Pega o evangelho e veja. É verdade, tá lá. Ele nunca fez isso. E por que tem tanta gente aí vendendo isso hoje em
dia e o pessoal indo atrás? É porque não conhece a Deus, não conhece a Palavra, não conhece a doutrina, não conhece nada. Você viu esse negócio de você ter área VIP nas igrejas? Uma área VIP, ah, Premium, lá que é você pagar. Não sei se, eu não sei exatamente, não quero ser injusto; não sei se é você pagar para você, tipo, num lugar legal, ficar ali na frente, entendeu? Ou se é porque você é um bom dizimista. E aí, para quem paga mais um dízimo. Mas alguém tem que pagar mais, é um negócio assim. Não
é para todo mundo, justamente por causa disso, não é? Eu não quero ser leviano, então se eu falar sobre o assunto, eu tô... Sendo leviano porque eu não conheço, não sei do que se trata, mas tem ninguém VIP em igreja, né? Igreja, eu tenho que chegar lá, bater no peito e dizer: “Meu Deus, eu sou o último, eu sou pecador.” Se a igreja não serve para me lembrar de que eu sou nada, para que ela existe, né? Então a proposta já me parece um pouco esquisita, mas vem aí. Você acha aí, produção, por favor, pesquisa
a área VIP em igrejas. Tipo assim, eu lembro de várias vezes que autoridades, desde políticos… é outra coisa. É uma coisa tipo assim… Não. Então, eles reservavam certos lugares ali pra pessoa chegar, sentar e depois ir embora, tal. Mas era normalmente porque era um evento público, entendeu? Tinha um porquê, mas não tinha dinheiro envolvido. Eu nem sabia que era o André Valadão que estava… eu pensava que era em outro. Mas clica aí, vamos ver… a área VIP na igreja. Desce mais um pouco, né? O pastor André Valadão veio a público, ratificou e repercutiu na web
a existência da área VIP na Igreja da Lagoinha. O líder religioso explicou o motivo do curioso espaço. Segundo André, figuras públicas não podem viver uma vida comum. A criação do Espaço Exclusivo gerou revolta entre fiéis, que questionam o pastor sobre a necessidade de separação. Não, ainda não é uma área VIP, então é para pessoas famosas. Então, não é isso, mas tem uma parada de um outro lugar que é o cara que paga o dízimo, dá o dízimo maior, vai lá pra frente. É absurdo, né? Enfim, tem coisa que não dá nem para comentar, porque a
coisa já está tão explicativa, né, que comentar seria um negócio ocioso. Realmente é uma bobagem. Você falou que não acredita no fim dos tempos, que para agora, né? Que não seja agora o final dos tempos, mas a gente pensando no final dos tempos é quando a gente pensa na vinda de Cristo, né? Que aí a gente vai ter, digamos assim, a vinda dele novamente. E alguns dizem que será um período de tribulação, outros dizem que não. O que você acha? Bom, isso tá escrito, né? Eh, nós… Jesus mesmo disse que haverá um período de tribulação
como nunca se viu desde o começo da humanidade. De fato, quando houver a grande conf… Então, mais alguma coisa, mais assim genérica? Isso sim, tá na Escritura e a gente pode dizer com absoluta tranquilidade, então, que a igreja passará por perseguições ao longo da história, que haverá uma última perseguição que a Escritura chama de a grande tribulação, ao final da qual acontecerá o advento de Cristo. Porque só ele vai conseguir vencer o anticristo, né? Isso é uma coisa bastante tranquila para nós dizermos com base na Escritura e como informação geral. Agora, sim, algumas viagens aí
que a gente… eh, no caso da doutrina católica, a gente não faz porque parece especulação excessiva, do tipo: "o retorno de Cristo volta no meio da tribulação, antes da tribulação, depois da tribulação, tem milênio, não tem milênio, milênio dura quantos anos?" Não sei. Que essas coisas… sabe o que vai acontecer lá, o que vai acontecer aqui? Aí começa a virar um conjunto de especulações em que você não pode ter mais certeza de nada, né? Então, a igreja, nesse sentido, é muito econômica. Então, ela vai dizer de uma maneira geral, né, que haverá tribulações ao longo
da história e vai haver uma última tremenda tribulação, durante a qual vai se manifestar o anticristo, né, como um homem da iniquidade, etc., e que ele vai ser derrotado por Cristo, né? O São Paulo diz que Jesus vai derrotá-lo com o sopro de sua boca. E pronto! E aí vai haver o julgamento dos vivos e dos mortos, o juízo final e a glorificação da igreja, etc.. A destruição da Babilônia, enfim, dos ímpios, e assim por diante. Deu pra entender como é que tá a nossa enquete, produção? O que o pessoal votou? Maravilha! Esse é o
público que o Brasil precisa! É, não, eu acho que o brasileiro não gosta de carnaval. Quanto ao pessoal, quem gosta de carnaval é gringo. É mesmo, os gringos vieram pra cá, pro Rio de Janeiro, pra São Paulo, lá… carnaval, olha! Mas o brasileiro quer ficar trancado em casa, de boa. Eu acho que o pessoal prefere comer um churrasquinho com a família e ir pra uma chácara. Quem tem… Não, não! O pessoal não curte assim, não! É bloquinho de carnaval, cara! Hoje em dia, inclusive, deve ser uma derrota. Porque bloquinho de carnaval é o pessoal bebendo
cerveja ruim e a música ruim e o pessoal fica estranho, para lá de Bagdad, depois de certas horas, aí você até briga. Não, não é bom. Mesmo, não tem sentido. Pois é, um personagem assim de fé que o povo poderia conhecer mais da Bíblia, quem você acha que as pessoas poderiam… já que a gente tá falando de tantas questões, né, que as pessoas andam desesperançosas, as pessoas andam tristes, né? Cansadas, viver no Brasil não tá fácil. Uhum. O que você acha? Olha, não tem nada nas Escrituras que se perca. Nada! Até um personagem anônimo que
aparece assim e desaparece, ele tem algo a nos ensinar. Agora, há grandes personagens na Bíblia, especialmente no Novo Testamento. Eu amo São Paulo Apóstolo, eu acho que ele é um cara completamente fora da curva, de uma personalidade incrível, de uma trajetória fantástica. Pode falar um pouco pro pessoal? Sim, eh… São Paulo, primeiro que ele é o autor da maior parte do Novo Testamento, quer dizer, um terço do Novo Testamento quem escreveu foi… Ele, ele é o grande sistematizador da doutrina cristã, no sentido de que você tem nos Evangelhos a descrição do que Jesus fez e
ensinou, mas a explicação, a, digamos assim, a doutrinação, a teorização disso em termos de salvação, em termos de como acontece o agir de Deus na vida de quem crê, é São Paulo. São Paulo foi muito fundo nisso. Agora, nós temos outros autores do Novo Testamento, por exemplo, João, que é um autor místico. Então, tanto o Evangelho quanto as três cartas de São João e o Apocalipse são textos de uma altura espiritual muito grande. Então, eu acho mais profundos até do que São Paulo. O problema é que a sistematização de São Paulo é um negócio que
você não encontra nos outros autores de uma maneira tão didática, tão clara e tão bem delineada. A trajetória dele começou como perseguidor da igreja e se tornou um dos maiores apóstolos, né? Porque não apenas o maior missionário que a igreja teve, do ponto de vista de plantar igrejas em diferentes lugares, mas também como um doutrinador, um discipulador, alguém que enviou outras pessoas para pregar, para levar a palavra de Deus. Até o fim, sofreu demais pelo evangelho, foi torturado, foi perseguido, caluniado e, por fim, foi martirizado juntamente com São Pedro em Roma. Então, eu acho que
esses dois, né, Pedro e Paulo, são as duas colunas e que, para nós, a vida deles e tudo aquilo que eles fizeram tem muito a nos ensinar. Você acredita também que as pessoas podem buscar, vamos supor, uma outra figura do Antigo Testamento? Por exemplo, quem diz... Porque o Novo Testamento é mais conhecido, eu acho que as pessoas lêem mais, elas se interessam mais pelo Novo Testamento por causa da questão da vinda de Cristo, né? Depois da Encarnação, pega todos os Evangelhos e tal, acho que as pessoas conhecem mais. No Antigo Testamento, por exemplo, os heróis
de Israel, né? Então, você tem os patriarcas: Abraão, Isaque, Jacó; você tem Moisés; você tem Josué; você tem os 12 juízes de Israel, alguns bastante célebres. Dá para aprender muita coisa com eles. Depois, você tem, sobretudo, o Rei Davi, Salomão, com seus erros e acertos, a gente aprende muito para a nossa vida. E os grandes profetas do Velho Testamento, especialmente os chamados profetas maiores, né? Isaías, Jeremias, Ezequiel e Daniel, esses quatro realmente têm uma história e um ciclo profético muito, muito, muito profundo. Eu sou um entusiasta da leitura das escrituras, né? Na minha paróquia, graças
a Deus, muita gente tem esse costume que eu tenho pessoalmente da leitura anual da Bíblia, etc., que eu acho que faz muita diferença para a nossa vida espiritual. Vai lendo e comentando lá na sua paróquia, como que é? Não, a leitura individual. A leitura individual? Ah, entendi. Há muitos anos eu já faço isso, é maravilhoso. Sabe o que eu estava pensando? Já viu aquele negócio "Café com Deus Pai"? Que é um livro que um monte de gente tem? Esse livro aí, agora, eu já ouvi falar. Já ouvi falar. "Café com Deus Pai" é sempre um
trechinho da Bíblia e um comentário da Bíblia. É um comentário que eu acho que eles chamam de devocional, né? É, os evangélicos chamam de devocional. Sim, não é uma coisa para católico. Não, isso é uma coisa muito evangélica, de cultura evangélica. E já vi algumas... porque assim, o que acontece? O pessoal mistura muita literatura de autoajuda, coisinhas escritas motivacionais, com mensagens do Novo Testamento. E aí vira aquela coisa meio água com açúcar, sim, que te dá uma fobia no ego, mas que não te move a nada que seja realmente de conversão, de mudança, né? Então,
enfim, geralmente essas coisas, para nós católicos, a gente acha isso meio água com açúcar demais. Mas o engraçado é que tem muita gente que fala do livro "Café com Deus Pai" como contorno de desprezo. Eu descobri isso daí, mas é uma galera... como muita gente, como eu falei, tem gente que está fazendo esse movimento do protestantismo para o catolicismo, mas muita gente também saindo de uma vida ateia para um protestantismo e tal. E as pessoas começam a criticar: "Ah, eu comecei a andar com fulano e eu vi que fulano tem o tal do 'Café com
Deus Pai', posta no Instagram, já não quero mais andar perto dessa pessoa". Ah, também vamos exagerar, né, gente? Não, tem gente que faz isso. E aí eu vi que tem gente que fala como se existisse um ecossistema. A pessoa está fazendo exercício físico, né? A pessoa está trabalhando o corpo, aí a pessoa está lendo "Café com Deus Pai", a pessoa está acordando cedo, a pessoa trabalha com marketing digital e a pessoa come sorvete de pistache. É meio que o combo que muita gente tem batido nesse estereótipo, entendeu? Não todo mundo. O pessoal gosta muito de
se enquadrar numa caixinha, né? É uma falta de personalidade, que é um negócio inacreditável. Se o cristianismo existir para transformar você num bobão que imita os outros, pelo amor de Deus, né? Como você, seja você mesmo, a melhor versão de você é você em Cristo. Não tem que ficar te despersonalizando e fazendo você entrar em nenhuma modinha, nada disso. Não tem nada a ver com Jesus, tem a ver com o mercado, é a internet, é um negócio doido, né? Bota todo mundo numa bolha. Mundo, quer ser bobagem. O cristão não se preocupa com essas coisas.
É isso aí, isso aí, gente! Estivemos aqui com o Padre José Eduardo. Muito obrigado pela presença! A alegria é toda minha. Faz uma oração pra gente, para abençoar esse podcast, e quando o Senhor está, a gente também pode ter mais um episódio aqui, né? Para já deixar a galera em casa preparada, final de semana tá chegando, carnaval tá chegando. Muito bom! Pai, eu quero te pedir pela vida de cada pessoa que está assistindo esse podcast, para que o Senhor envie sobre todos nós a luz do Teu Espírito, a fim de que nós conheçamos cada vez
mais o Teu Filho com coração simples, bondoso, generoso, cheio de humildade e de simplicidade. Ajuda-nos a não cair em nenhuma armadilha espiritual e a não nos desviarmos da Tua palavra. Faz-nos acampar com segurança naquilo que o Teu Filho trouxe para nós, nessas palavras de vida eterna que nos levam à fonte da vida, que és Tu. Nós Te agradecemos por todos os dons que nos tens dado e Te pedimos mais uma vez que a Tua bênção poderosa repouse sobre nós e sobre a nossa casa. Amém. Amém. Ah, isso aí, gente! Agora estamos aqui. Quero agradecer nossos
patrocinadores que patrocinaram esse episódio maravilhoso: B Escola de Idiomas. Todo mundo aí que tá começando o ano e ainda não fala inglês fluentemente pode acessar o link ou QR Code e falar diretamente com o pessoal da Biway para se matricular com desconto, aí do R Cash. Agradecer o pessoal da Dinox, churrasqueiras elétricas, a churrasqueira elétrica mais vendida do Brasil, como vocês sabem. Para quem gosta de um churrasco e quer fazer em casa, sem carvão, sem fumaça, conta com a Dinox! Instituto Oliver, carreiras policiais. Como vocês viram no começo, tem um recado para você que quer
se preparar para concurso público na área de segurança pública: policial civil, policial militar, policial penal. Entre em contato com o pessoal do Instituto Oliver, eles têm cursos preparatórios para todo mundo aproveitar. Falar também do Bitcoin: Renato 3. Então, deixa um recado aí para você: compre Bitcoin, mas compre da maneira correta! Através do curso Batizo Bitcoin, você entende como comprar, onde comprar e também como guardar, entre outras coisas, tá certo? Faltou Lacking, clínica de estética para todo mundo aí de São Paulo e BH. Temos duas unidades no Brasil, então a Lacking Clínica de Estética é para
cuidar da sua saúde: clareamento, lente de resina, porcelana. A estrutura é ótima! A gente fez um vídeo de visita lá com eles e ficou bem legal! Mostramos toda a estrutura da clínica. E para finalizar, tem aí o Cotai Project. Conheço e convido todo mundo a conhecer o Cotai! Cotai Project é um sistema, vai ser uma wallet que vai convergir vários elementos, né? Que vai te dar privacidade, segurança, e vai poder colocar seus ativos, entendeu? E usar em diversos. Tá bom? É isso aí. Muito obrigado, Padre José Eduardo, a alegria é toda minha. Muito obrigado, é
isso aí! A gente tá de volta amanhã, rapaziada! Quatro horas da tarde tem mais um episódio aqui do Redcast. Forte abraço a todos vocês! Valeu!