Natália Sousa: incômodos, repertório emocional e necessidade e validação | Bom dia, Obvious #222

[Música] a busca pela felicidade é um tema recorrente na jornada humana e não é à toa É realmente delicioso sentir felizes parece às vezes que o sentido mais simples da nossa existência é aspirar um estado de contentamento e realização onde nos sentimos valorizadas e satisfeitas mas bora ser honesta É raro experimentar tudo isso ao mesmo tempo e mesmo quando acontece costuma ser passageiro momento de desconforto dúvida e desafio São aspectos inerentes à experiência humana tão essenciais quandoos momentos de alegria e sucesso é crucial portanto reconhecer e entender esses incômodos identificando suas origens e aprendendo a

gerenciá-los de maneira eficaz o que realmente precisamos é saber nomear o que dói onde dói e por dói esse processo não é apenas essencial para nosso desenvolvimento pessoal mas também para abriram para um autoconhecimento mais profundo e também para uma vivena mais plena e autêntica para falar mais sobre esse assunto convidei uma pessoa que é especialista em dar nome as coisas Bom dia obvias eu sou Marcela suell ce e diretora criativa da obvias E hoje meu bate-papo é com a jornalista escritora e podcaster Natália Souza bom dia obv e um baita bom dia com a

convidada que Possivelmente mais me pediram na caixinha do Instagram na história Bom dia Nati Bom dia Marcela Bom dia ouvintes eu tô muito feliz de estar aqui muito muito muito feliz emocionada mesmo eu também eu acho um grande encontro eu acho quer dizer a gente tá sempre meio junto né Sim a gente sempre tá se encontrando a gente sempre tá se encontrando nas esquinas do mundo que é o podcast né e agora pela primeira vez conversando aqui nesse estúdio que tá muito linda sua casa ma tá muito linda parabéns obem vinda obada eu gosto aqui

também eu fico esse sofá é confortável é muito confortável muito confortável é lindo e confortável am Que bom porque a ideia é essa você fala que o seu podcast como se fosse uma mesa de bar aqui como se fosse um café da manhã então a gente pode brincar que hoje é um Brun amei amei você gostou a gente faz como se fosse um grande match dos dois produtos Amei firmou n você é podcaster do paraar nome coisas mas eu queria que você Contasse um pouco Como que você chegou nesse desejo e qual que é E

aí me perdoa ser Clichê a importância de dar nome as coisas tá Eh cara eu sempre vou trazer uma imagem que eu acho que ela foi muito importante pra minha compreensão para essa busca de nomear as coisas recentemente eu fui fazer meu mapa astral recentemente recentemente eu fui fazer literalmente esse ano assim e sempre quis fazer mas era uma coisa que ia PR listinha de ano novo e aí entra Ano sai ano entra Ano sai ano eu nunca fazia E aí ela disse que eu eu posso est posso errar agora a posição mas acho que

ela disse que a minha lua era em capricórnio e que para mim era muito importante categorizar as coisas então como se eu tivesse uma pasta arquivo na cabeça e aí eu falasse isso daqui para mim é alegria isso aqui é tristeza isso aqui é angústia é é uma coisa que me ajuda a organizar sabe organizar mentalmente me ajuda a me organizar mentalmente a viver e aí claro eu acho que eu sempre tive uma aproximação disso desde adolescência tinha essa coisa de escrever diário e tal e acho que quando eu acho que é isso Ma quando

eu entendo as coisas isso me traz um alívio pra angústia seja o que for sabe assim quando eu consigo dizer ah o que eu tô sentindo é alegria ou o que eu tô sentindo é tristeza o que eu tô sentindo é desesperança aí eu e eu sempre digo que quando a gente é criança a gente sempre tem um medo do monstro que vive embaixo da cama né E aí a gente cresce acha que esse monstro vai desaparecer quando na verdade é justamente quando a gente vai dormir que fica Nossa que que aquela pessoa pensou de

mim será que eu fui bem não sei o que é justamente no momento que a gente deita na cama né então o monstro continua embaixo da cama e que para mim esse processo de eu nomear é muito parecido com descer da cama olhar para embaixo para baixo da cama ver o tamanho desse monstro dar nome para esse monstro e dizer Ah entendi eu tô lidando com a culpa Ah eu dia eu tô lidando com a desesperança sabe então para mim é muito um organizador assim e tem muito a ver com uma coragem de encarar de

frente porque tem alguns sentimentos que cada um de nós enfrenta primeiro então sãoos mais familiares então muitas pessoas elas vão sentir tristeza mas elas são mais familiarizadas com a raiva então a primeira reação é a raiva Você consegue fazer essa fasina da sua primeira reação para chegar na emoção correta do que você tá sentindo na maior parte parte das vezes tem tem algumas emoções você falou raiva e para mim essa é a emoção mais difícil de lidar assim eu tenho muita dificuldade de lidar com a raiva eu tive uma criação Cristã e acho que isso

explica bastante assim essa coisa de eh precisar ser muito grato e e dentro da construção que eu tive né tipo as as igrejas cristãs são múltiplas e cada linha vai seguind num lugar e tal mas a raiva para mim sempre foi muito difícil assim então foi uma coisa que eu comecei a acessar na vida adulta então de entender assim eu tô sentindo raiva e tudo bem sentir raiva né porque acho que isso também é um portal assim uma vez que eu não posso sentir raiva então eu eu eu não me deixava nem entrar em contato

com isso assim não deixava nem nomear Isso então isso para mim foi importante na vida adulta de conseguir me permitir sentir raiva e aí o segundo passo raiva do quê é do outro é de mim é raiva mesmo ou é sei lá é culpa ou é uma decepção por não ter por alguma expectativa não ter correspondido assim eu tenho um pouco dessa Piração eu gosto eu go temos né E aí a gente fez podcasts isso para responder todos os porquês que moram nas nossas mentes Mas por que que isso acontece é eu acho que às

vezes minha vida seria talvez mais simples se eu conseguisse ficar mais na superfície toal mas ao mesmo tempo é tão gostoso mergulhar porque esses incômodos e eu tava lembrando muito recentemente um eu morava no rio eu era adolescente eu devia ter uns 13 anos e eu vim para São Paulo porque meu avô tinha sido internado aham e eu lembro que talvez tem sido das primeiras vezes que eu senti um embrulho no meu estômago Uhum E eu acho que era angústia era medo mas eu não sabia o que era e eu acho que o nosso corpo

às vezes ele tem uma inteligência própria e durante muitos anos eu comecei a vir para São Paulo para visitar minha família ainda não tinha voltado a morar aqui e eu senti o mesmo embrulho Uhum E aí eu achava que era São Paulo Uhum E aí Eu reconheci Não na verdade é porque eu vim para um momento muito difícil porque para uma adolescente criança adolescente vai primeiro momento que você vê os adultos da sua família com medo Uhum é muito assustador quando você é criança vê as pessoas que você considera espaços Seguros com medo e chorando

né é um desmoronamento mesmo né é um desm Uhum E você falou sobre ter tido essa criação Cristã e somos ambas mulheres o público do seu podcast é mais feminino é majoritariamente feminino é tem alguns homens enfim eh outros gêneros que escutam o podcast mas é majoritariamente feminina majoritariamente tá eu lembrei agora que eu encontrei uma menino chamado Amauri e ele falou que quando eu falasse as ouvintes era para falar as ouvintes e o amaor então eu lembrei hein amau Muito bom então as minhas ouvintes e o amau acho que que as nossas ouvintes T

comum até porque estamos ali nos rankings meio parecidos né são essas mulheres que também resolveram encarar de frente os seus incômodos e não só colocar num bolso Total Como que você nesses anos de Podcast observando a cultura Como que você acha que a nossa sociedade segue nos empurrando para ignorar esses possíveis incômodos e até não chegar aos sentimentos verdadeiros que a gente tá sentindo e colocar às vezes até Minimizar esses sentimentos como mulheres eu acho ma que tem uma coisa muito forte assim que acho que é muito um recorte de gênero que que tem a

ver com a distração né com essas distrações todas que são nos vendidas que seja da pressão estética né que faz com que a gente direcione o nosso olhar pro nosso corpo para um padrão estético que você precisa cab eh e aí isso a gente tá falando de um inconsciente coletivo né então a gente tá falando de toda uma sociedade de toda uma construção que faz o seu olhar muito mais para fora do que olhar para dentro né E que gera nessa nessa nessa construção também uma sensação de culpa né é também uma sensação de como

se você fosse quando você olha para dentro e fala mas espera não sei se eu quero seguir com isso eu não sei se eu quero fazer isso também gera uma sensação de de erro né de inadequação eu acho que a sensação de inadequação Ela é muito forte né Eu só para te complementar na hora certa você tem toda a razão eu fui uma pesquisa muito recente foi com mulheres inglesas da Inglaterra mas eu acho que vale porque o número é expressivo dá para trazer pro recorte Brasil de que 90% das mulheres que eles entrevistaram se

sentiam culpadas pelo menos uma vez ao dia Caraca cara é muita coisa é muita coisa é muita coisa é e é isso assim né quando você tá eh se sentindo culpada porque em alguma medida você tá se sentindo acusado né acusado de ter falhado numa expectativa falhado no que esperam de você e ao mesmo tempo eh não dá para falar que isso é individual porque eh a gente sabe que também existem notas de corte né quem tá mais próximo ao ao mais próximo ao padrão vai ter mais direitos a acessos né vai ter eh mais

é mais fácil de acessar alguns lugares né então se volta como se fosse um problema do indivíduo né de que você que tá falhando você que não tem entregando e E aí ao mesmo tempo a gente fica distraído e não não olha para si assim né é muito duro assim é e eu acho que também em em vários momentos o que nos é esperado e que é um grande é uma grande conquista aguentou firme Total A guerreira né a guerreira exato é que é extremamente cansativo né que é extremamente acho que tem essa coisa também

da da boazinha né Desse culto a boazinha e desse papel que esperam muito de mulheres né de que de que você vai conseguir lidar com isso assim de que você vai conseguir sustentar e de que você vai chegar lá no no no fim da corrida sorrindo e com Carisma n e sorrindo com Carisma Bela exato corpão sei lá o que mais acompanhada e com fil Exatamente exatamente E aí quanto mais a gente tá olhando sendo incentivada a olhar para essas expectativas de Fora menos a gente olha pras de dentro né e eu queria entender você

falou que foi que você tem esse processo de investigação Mas e quando você sente o incômodo e não sabe nem por onde começar Quais são as ferramentas que você procura cara você sabe você pergunta isso me vem uma história teve um dia faz uns dois anos mais ou menos que isso aconteceu eu tava voltando do trabalho meu meu WhatsApp apitou com uma mensagem era de uma amiga minha jornalista também super querida tem um projeto super massa me convidando para fazer uma entrevista com ela eh e era para falar sobre mulheres negras dentro do jornalismo não

tinha nada de errado nada de errado com ela nada de errado com o projeto nada de errado com o assunto e a minha primeira resposta automática era dizer sim só que nesse momento ma eu senti um micro incômodo foi uma tãozinho no ombro sabe tipo uma fisgadinha no estômago aham não não era Claro para mim o que tinha acontecido eu só sentia esse micro incômodo e por sorte eu tava muito atenta eu percebi porque geralmente acontece E aí a gente tá ali lidando com todas as coisas e aí a gente vai falar por exemplo de

sobrecarga de coisas que a gente precisa resolver apagar vários incêndios e a gente não tá olhando para dentro não tem chance de olhar para dentro nesse momento eu tava consciente eu percebi E aí eu disse para ela eu posso te responder até quando porque aí eu falei eu preciso ganhar tempo para entender porque que eu senti esse incômodo preciso ganhar tempo para entender Qual é o nome dessa tãozinho no ombro dessa fisgadinha no estômago assim e aí eu eu fiz uma coisa que eu gosto muito de fazer Tem três coisas que eu gosto muito de

fazer que a primeira é escrever então eu eu escrevo realmente Qual é o nome desse incômodo E aí geralmente muitas vezes eu não sei o que é então eu começo a chutar no papel sabe assim tipo é o tema é a pessoa é porque eu tô muito cansada e eu quero ficar em casa é porque enfim eu vou chutando motivos ali até eu conseguir encontrar E aí é corporal né quando você encontra o motivo você fala é isso eu entendi e na época era porque eu tava extremamente cansada na eu tava vindo de muitas coisas

que eu tava dizendo Sim e eu e aquilo seria mais uma coisa na lista de tarefas E aí pedi desculpas e disse para ela então escrever é uma uma das coisas que eu gosto de fazer tem uma outra coisa que eu aprendi num livro chamado a voz da minha cabeça eu amei esse nome de livro muito bom muito bom e aí ele faz um sugere um exercício que é você se imaginar como uma mosca no canto da parede e você se observando assim então tipo você se vendo de fora o que que você enxerga assim

você enxerga uma pessoa que tá muito cansada que tá sobrecarregada você enxerga uma pessoa que tá querendo suprir Uma expectativa que tá sendo dada você enxerga uma pessoa que tá com medo de dizer assim que que você serga então quando eu não consigo resolver na escrita Esse é um outro exercício que eu gosto de fazer assim e aí tem uma outra coisa que eu gosto de fazer que é e se eu pudesse dizer qual é o nome desse incômodo Qual o nome eu diria e porque isso me incomoda porque eu acho que tem uma coisa

que quando a gente fala de incômodo que eu gosto muito de pensar ma é que quando a gente pensa eh em mudança por exemplo eh tem alguns sentimentos são muito comuns né a gente sente medo a gente sente eh insegurança natural né e a gente sente falta de controle assim você não sabe o que que vai acontecer quando uma coisa boa tá acontecendo a gente sente isso quando uma coisa difícil que vai abalar Nossa estrutura a gente também sente isso então eh eu gosto muito de de ficar atenta a esses sentimentos para entender tipo do

que que é será que eu tô com medo dessa situação que é nova ou será que na verdade eu tô só me me protegendo e eu eu comecei a pensar nisso porque eu fui fazer Pilates né e e eu sou muito encurtada ma tipo assim eu tenho a minha musculatura é uma musculatura que ela é difícil de esticar é muito difícil de esticar e eu percebi no pilates que o alongamento Ele dói assim quando quando você tá alongando e você precisa levar o seu corpo para ele alcançar o lugar que ele tem ocupar no mundo

esse alongamento dói e é muito importante saber para mim que essa dor é de uma coisa boa para eu não desistir do alongamento eu acho que tem a mesma coisa é uma metáfora pra vida assim né diante de uma mudança de emprego diante de uma mudança de cidade diante de coisas novas às vezes dá medo às vezes dá insegurança né mas é a dor do alongamento é a dor de você colocar o seu corpo ocupando aquele lugar e às vezes é uma dor de lesão da sua estrutura Como já aconteceu já lesionei minhas costas e

aí lesionou a minha estrutura e as mesmas coisas que estavam presentes nessa lesão estavam presentes nesse mêdo do alongamento E aí é uma pegadinha assim e uma vez que você bom perdão tem tanta coisa dentro que você falou que eu não sei por onde eu começo acho que a primeira delas é que é quase um ato de coragem nesse nível de pressa que as respostas nos demandam você ter pedido um tempinho para pensar Total total e eu tenho me permitido também e é muito gostoso porque você vê que por mais que tudo chegue com muito

senso de urgência nem tudo é urgente mesmo algumas coisas são mas não como é importante não cair nessa falácia de que eh preciso do seu sim preciso do seu sim agora preciso as pessoas às vezes só tão assim querendo realmente que você responda sem pensar a segunda coisa que me chama muita atenção eh e aí é um lugar extremamente pessoal meu é que muitas vezes eu disse esses Sims rápidos com o incomodo Zinho Uhum mas para não gerar um incômodo no outro hum Total sim Eu muitas vezes também Eu muitas vezes e aí quando chega

na data da coisa eu falo não eu quero me matar que eu tpi isoi isso não acredito que furada entendeu eu lembro de coisas que eu topei fazer alguns anos falo mas por quê Por qu por qu sabe você você podia ter dito não ou pedido uma outra data ou talvez entendido que não ia dar para fazer três comprom em três cantos diferentes de São Paulo porque não ia dar tempo Marcel e agora você quer morrer que você tá atrasada sabe mas é eu acho muito bom quando você fala justamente desses dessas primeir desses primeiros

sinais do corpo mas também falou dos sinais do corpo de quando a gente tá feliz exato É que nem sempre a gente consegue identificar exato PR você quais são cara quando eu tô feliz eu sinto uma espécie de um relaxamento assim eu fico É uma sensação de inteireza mesmo assim né de que meu corpo tá no lugar que ele deveria tá então uma sensação de de calmaria assim eh eu também tenho uma sensação de para mim isso é muito claro assim eh meu corpo conversa muito comigo e me diz que tem alguma coisa errada quando

eu começo a olhar pras coisas com uma certa apatia assim e às vezes é muito Sutil uma às vezes é muito Sutil é de repente eu gostar muito de fazer uma determinada coisa sei lá eu eu comprei uma cadeira de sol os ouvintes do parad minhas coisas sabem muito essa história eu comprei uma cadeira de sol e eu coloquei ela na varanda do meu apartamento e eu gosto muito de sentar para tomar sol na varanda do meu apartamento e aí tem um dia que eu sento ali e a coisa não chega assim e é uma

coisa que eu gosto muito de fazer é uma coisa que para mim é um medidor de felicidade assim que toda vez que eu faço toda vez eu me sinto bem então quando eu percebo que a vida tá me escapando um pouco assim quando ela tá indo para um outro lugar eu percebo que tem alguma coisa errada assim mas geralmente é isso assim é uma sensação de de encaixe eu acho que quando a gente tá eh quando a gente tá inteiro e quando a gente tá integrado o corpo diz assim né Eh Só que eu acho

que esse que é o ponto né Às vezes a gente vai ignorando esses sinais sutis essa essa tensão inha no ombro essa fisgadinha no estômago E aí de repende já não é mais a atençãozinha no ombro e a fisgadinha no estômago é uma gastrite é tipo absolutamente a coluna toda travada né é eu lembro de uma vez que que foi isso assim eu tive uma saí de férias trabalhava num grande jornal saí de férias era meu primeiro emprego formada assim então eu tava com sangue no olho assim eu queria muito fazer aquilo dar certo sabe

E aí eu saí de férias e eu não conseguia desligar da TV Câmara assim tipo eu ficava assistindo conteúdo da TV Câmara E aí um dia eu cheguei no na na terapeuta e falei assim nossa D era minha primeira psicóloga falei noora você não sabe cara a semana passada minhas costas travou inteira Parecia um bloco de concreto assim né e falei para ela assim tipo pegando a água eu falei daqui a pouco eu vou entrar no assunto que é o assunto da terapia né Não é esse o assunto da terapia é outro E ela falou

assim ah Natália as suas costas travou pro sistema inteiro não travar então a o a sua coluna travou nesse ponto para que o seu corpo inteiro não fosse comprometido assim né aí essa reflexão eu fiquei né quantas tensão eu fui acumulando quantos incômodos eu não fui ouvindo para que isso realmente tonasse né e e eu gosto muito de pensar nisso porque e para muitos de nós e acho que em muitas situações da vida a resposta não vai ser vai lá pede da missão do trabalho entendeu tipo não vai ser isso PR quem é exatamente então

negue todos os Jobs que te m de final de semana não eu vou trabalhar já sei é uma realidade da minha vida exato mas aí quando a gente sabe que isso gera um incômodo a gente pode pensar no alívio né então assim já que eu sei que tem incômodos aqui que eu não vou conseguir tirar na pinça e vou sei lá mudar completamente minha realidade daí eu vou colocar mais cadeiras de sol na varanda Quando eu puder para que eu consiga me restabelecer né pelo menos eu faço isso muito assim e e tentar não ficar

com o primeiro nome que a gente tem das coisas então tem um episódio muito bom do seu podcast você fala um pouco sobre inveja ai amo amo falar de inveja falar de inja amo falar de inveja eu amo AM e eu acho que é um dos Sentimentos mais Tabu mais Tabo e a gente vai falar que a gente tem Ah eu implico ou então eu não gosto Ah eu e mas a gente sente inveja né verade sente todo mundo sente gente acho que é importante naturalizar teve uma vez que tava trabalhando e no fundo da

redação tinha tipo uma copa né uma uma copa que tinha uma máquina de chocolate salgadinho etc e eu fui lá para pegar um café e aí Tinham dois caras conversando e um deles estava falando que ele tinha ido no banco tentar negociar a dívida dele ele não tinha conseguido negociar a dívida então já que ele não tinha conseguido negociar dívida ele tinha pegado a esposa e ido pra praia e aí chegou lá na praia ele viu uma pessoa que tava vendendo móveis de marcenaria E aí ele a esposa quis ele comprou um móvel de marcenaria

E aí ele foi falando de várias compras que ele tava fazendo a partir dessa negativa do banco e eu fiquei uma atravessada eu fiquei transtornada qu eu acho que eu tô um pouco eu tava esperando você falar e tudo isso fez sentido porque não não não não é essa a conclusão a gente não vai chegar conclusão eu fiquei mas assim eu por uma semana eu só conseguia falar disso assim sequestrou a minha vida e aí teve um momento que eu falei assim Por que que tá te incomodando tanto o jeito que o cara E aí

eu fui entender que eu tenho uma relação muito diferente com dinheiro eu jamais e conseguiria fazer o que o cara fez na verdade estava com inveja da Liberdade dele foi essa a conclusão que eu cheguei assim tipo eu não faria porque tem uma questão de valores do da forma com que eu lido com isso mas também tem uma inveja dessa Liberdade da pessoa assim poder fazer algo que eu jamais faria que eu me prendo que eu me me jamais me permitiria fazer né porque eu falei cara Eu só consigo falar desse cara uma sem eu

nem sei quem ele é nem sei onde ele trabalha nem sei sabe assim não sei mas por que que isso tá me sequestrando tanto né me sequestrando é e eu acho que aí é que para mim essa história traz muito essa coisa do primeiro nome né porque eu poderia pegar e falar assim nossa escroto né nada a ver o cara fazer isso mas assim o que que muda na minha vida no final das contas Tipo ele não fez com meu dinheiro e ele não é da minha família ele não me pediu dinheiro emprestado então assim

no limite não faz diferença nenhuma o jeito que ele lidou com isso nenhuma então onde é que isso Me Pega sim né E sempre tem algum lugar que tá nos pegando mais do que a gente consegue enxergar Total todo mundo tem ponto cego né é quando eu falo de lugar eu quero dizer que são esses nossos vazios que a gente vai preencher até com o outro então quando uma pessoa tem muito projeto engavetado uhum porque ela tem medo de que se ela divulgar as pessoas vão odiar então o típico caso dá uma autossabotagem por medo

de insegurança e desaprovação Uhum E aí essa mesma pessoa vai falar ol lá a outra não para de falar de si mesma na internet Olha nossa como nossa que ridícula fazendo não sei o que se divulgando sabe total então talvez essa investigação é terrível mas seja assim quem são as últimas pessoas que você falou mal por que que você falou meio mal exato e que que essa pessoa tem que você não tem não estou falando que todo mundo é invejoso Mas você me entendeu todo mundo tem inveja eu acho eu acho que se a gente

partir desse pressuposto já fica mais fácil porque eu acho que tem um estigma também na inveja que é eh uma coisa você sentir inveja outra coisa você assumir que você tem inveja in outra coisa é você ir lá e sabotar o projeto da pessoa que você tá com inveja são coisas anos diferença né e eu eu fiquei com muita raiva do cara e aí eu fui lidar com isso na minha terapia da gente falar Renata o que que tá acontecendo aqui que eu tô com tão Incomodada com ele né É mas eu eu acho de

verdade eu amo falar de inveja porque eu acho que a inveja é um portal de auto conhecimento assim ela vai te dizer quais são as coisas que você tá negligenciando a Julia Cameron disse que é a bússola pro que você verdadeiramente quer exato é total concordo 100% que você vai ignorar Aham só que quando a gente deixa é que a inveja todos esses sentimentos meio tabus Eles Têm umas dores físicas né tem tem tem tem mesmo e a gente sente raiva né a invés Ela traz raiva traz o sentimento destrutivo fazia muito tempo que eu

não Sentia ciúmes Ai que saco segunda gravação do dia eu começo a me abrir E aí eu senti ciúmes recentemente e eu é um gelado você já sentiu ciúme aquel na sua vida Por que que deixa a gente gelada dá um gelado sim sim é total eu eu eu não me considero mal uma pessoa muito ciumenta Nem eu é Então isso que é mais e quanto é difícil a gente se assumir nesse lugar né cara Só que aí o que que eu vou me dar pequenos pequenos carinhos eu percebi que era ciúme e eu percebi

um lugar muito antigo meu que eu falei eu vou parar com isso agora que quase que eu destruo uma situação que na verdade era um sentimento que eu tinha que lhe dar sozinha aham mas eu ia eu ia destruir Tudo sim mas é é aprender a lidar com esse sentimento tipo rancor é total e eu acho que isso que é genial assim acho eu acho que esse que é o ponto assim quando a gente reconhece o que a gente sente a gente consegue olhar para esse monstro ver a cara dele entender o que ele quer

fazer e aí a gente fala não aqui não a gente vai lidar com isso daqui de outro jeito agora se a gente recalca se a gente esconde aquilo de algum jeito vai sair e vai sair do jeito mais destrutivo possível geralmente né É E eu me peguei num lugar tão Cafona foi tão Cafona era ciúme de uma amiga e de uma amiga minha Ah ahi tão humano amo Sabe porque ela tá mais próxima sabe abrindo meu coração e aí eu tava quase do falar mal dela eu falei cara só tô com ciúme genial que maravilha

né cara eu acho maduro Ma eu acho super maduro eu acho Maduro e eu acho que é interessante também teve uma vez que ouvi o Emanuel Aragão falar uma coisa que eu achei maravilhosa que psicanalista e ele fala que na Essência a maioria das coisas que a gente sente é meio ridículas é tipo é meio ridículo tudo assim cú é meio ridículo inveja do cara que fez dívida que coisa ridícula pelo amor de deusa depois mas por isso que eu fiquei com inveja porque eu tenho coragem não tenho coragem entendeu E aí ele vai como

ele ousa fazer uma coisa que eu não tenho coragem de fazer entendeu é entendeu É a coisa do projeto como você ousa fazer uma coisa que eu não tenho coragem de fazer e aí você faz com toda essa liberdade você falou da dificuldade de sentir raiva uhum só que quando a gente tem sentimentos que a gente evita oo máximo às vezes a gente sente duas vezes então eu tô com raiva que eu tô com raiva Total total então eu tô indignada que essa situação que não fica nada significou tanto para mim exato e você consegue

se organizar com essa lua em capricórnio para sentir as coisas uma vez só não consigo mas ontem Inclusive eu fui numa loja comprar uma roupa e aí na hora de pagar o vendedor falou moça você não quer fazer um cartão de cashback porque daí você consegue voltar 20% t e eu tava num dia que eu não tava com facilidade de dizer não tipo tem dias você fez o cartão eu fiz o cartão meio ridículo meio ridículo mas o que que a gente é né meio ridículo apaixonada eu fiz o cartão eu tenho uma teoria desculpa

te interromper tenho uma teoria pessoal de que o mundo se divide entre dois tipos de pessoas o prato do restaurante veio errado Aham você avisa que veio errado ou você come mesmo sendo algo que você não gosta depende do dia eu preciso estar num dia fácil de falar não tá ou de me de falar pessoal veio errado tipo pedi strogonof veio lasanha gosto de lasanha com lasanha entendeu Você vem algo que você não gosta Ah então germent eu ainda dou PR passada de pano nessa história porque eu tenho muita dificuldade ah muita dificuldade sim eu

acho que depende do dia tem dia que eu tô mais inteira para dizer não sabe tem mas continua no cartão do cashback me perdoa peça um podcast não maravilhoso cartão e aí ele falou aí eu falei moço não é cartão de crédito ele disse não é cartão de crédito daí eu tá bom E aí eu falei não tem anuidade não tem anuidade conclusão ele não só preciso do seu RG me chamou pro outro extremo da loja sentei lá comecei a achar estranho que aí ele falou assim ah qual que é a data de vencimento que

vocês quer escolher aí eu falei mas por que data de vencimento is não cartão de crédito não porque se porventura você quiser fazer uma compra a tô indignada é você você pode fazer tá bom Aí voltei lá pro cxa a Ai amiga e assim pensãozinha no ombro tava ali sãozinha no ombro tava ali não dá para dizer que não tava não acredito ai mano mas eu Tom mando um pouco Desculpa tô me identificando aí ele aí eu falei eu sou a pessoa contei a história da dívida eu falei tá bom ele colocou as roupas dentro

da sacola foi me entregar a sacola eu falei não moço eu preciso pagar eu quero pagar a vista ele não você vai pagar o no dia 15 não aí eu falei mas você não me disz que não era cartão de crédito aí ele falou não mas não é eu falei moço a partir do momento que você faz uma compra e você só pode pagar depois isso chama crédito não tem outro nome mas eu saí do corpo e depois para me perdoar por eu ter ficado com raiva do rapaz que aí ele ficava assim e tudo

errado porque tava errado aí eu falava assim você me enganou e ele ficava mas eu nunca enganei nenhum cliente aí eu ficava Ah meu Deus aí eu fiquei com pena dele por ter ficado com raiva dele sabe assim Entendi então a raiva para mim ainda é esse Limbo e essa eu levo eu levo dias para conseguir elaborar eu fiquei meio mal por ele agora com essa frase não não não quer te colocar culpa não é isso mas olha como ele lev vou não eu nunca enganei nenum n nun porque porque eu usei essa palavra você

me me conduziu ao engano disse para ele porque ele disse que não era cartão de crédito e aí ele falava eu nunca enganei nenhum cliente e aí eu ficava não é sobre você mas é que vocês são treinados por essa loja para enganar o cliente e aí no meio da da da briga eu tentei arrumar pro menino não ficar traumatizado você fez com essa raiva cara eu foi pro pilates não eu mandei áudio para todas as pessoas assim próximas mandei pra minha namorada mandei para um amigo meu mandei pra outra amiga contei toda a história

assim mas numa neutralidade do tipo aconteceu isso isso isso isso eu saí do corpo e aí eu esperei as pessoas me devolverem e dizerem cara foi bem nada a ver o que esse cara fez foi tipo foi bem escroto tal e aí nesse momento eu me permiti sentir raiva então eu precisei do Olhar do outro exato precisei e a gente tava falando hoje cedo hum no camarim deste programa sobre como Às vezes a gente precisa num processo de amadurecer ter os conflitos não no seu caso tá ele te conduziu ao erro mesmo e quando as

pessoas estão muito erradas elas se entregam então quando ele fala eu nunca enganei nenhum cliente ele já sabe o que ele tá enganando exato ele sabe que ele tá enganando há muito tempo e talvez ele sinta mal sobre isso masz ele sa negação mas enfim pode entrar Gilberto dá um abraço um abraço de reconciliação não vou conseguir muito programa de domingo né Muito vai tocar música O Gilberto trabalha na loja faz 3 anos aí no GC já já Gilberto vai pedir perdão logo após os episódios Natália não sabe Natália não sabe Amo que em conflitos

mais sérios e quando a gente escuta algo do outro que ou nos ofende ou enfim brigamos Uhum que como não sucumbir ao desespero de trazer Aliados uhum porque eu acho que quando a gente fica contando pras pessoas as histórias toda vez que a gente conta a gente não tá contando igual Aconteceu sim o tem uma emoção ali é tem uma emoção tem você vai contar com o tom de voz que você ouviu e você tá procurando uhum validação Uhum E a validação de que você está correta nessa história eu estou certa essa pessoa está errada

Sim e eu gosto de exercitar o não deixa eu sustentar esse desconforto uhum de que esse foi um problema meu uhum porque eu acho que a gente vai procurando esses Aliados e esses cúmplices para que nos dizem que a gente tá só que a gente precisa confiar que os nossos atos estão de acordo ou vocês fazem o que eu fiz recentemente na minha terapia que foi cheguei lá eu abri meu celular e falei pode ler e ela ficou com o meu celular no ouvido ouvindo áudios lendo a conversa falei não vou te falar nada quero

que você Analise a partida exatamente de como aconteceu aham ela adorou já fez isso nunca fiz nunca fiz mas é uma uma boa saída é uma boa saída porque é e eu acho que tem esse lugar da do cúmplice é uma boa perspectiva nunca tinha parado para pensar Talvez seja um ponto cego eh mas eu acho que tem essa coisa da da validação mesmo de tudo que é isso né como sentir raiva é difícil para mim eu preciso em teoria né inconscientemente talvez eu precisava que alguém ali me autorizasse a sentir raiva e dissesse Não

tudo bem Você fez bem sentir raiva isso você procurou autorização exato É que a gente fez esse tempo todo sim Total sim sim sim mas é importante entender né é importante e perceber quando isso acontece por exemplo eu acho que algumas pessoas vão se identificar às vezes eu tô mais melancólica e mais triste falo Nossa que minha menstruação vai descer já já falta um mês falta um M eu sempre sabe Ah imagina é por isso que eu t bom vou trazer emprestada uma voluna recente do New York Times falando sobre como quando a gente viaja

E aí a gente sai de casa a gente deveria procurar e aceitar vários dos desconfortos que vão vir dessa saída da rotina porque só assim a gente vai criar novas memórias entende-se hoje que grande eh a gente a gente só lembra ou lembra muito mais das primeiras vezes que a gente vive algo então e as outras todas vão parecendo um pouco mais de uma repetição tá e quando você viaja você tá criando memórias inéditas eu não estou falando de viagens ó Mas qualquer viagem que seja e isso vai fazer com que e toda toda essa

novidade gera um desconforto no seu cérebro mas também tá criando memórias interessante Por que estou te dizendo isso já que a gente tá falando sobre escutar os incômodos Qual a diferença entre escutar mas também não fugir desses incômodos Total Eles Têm algum papel Total você falou isso E aí você falou viagem aí a primeira memória que me veio eu tava conversando recentemente com uma com uma podcaster também Tati que ela o conteúdo dela é sobre viajar sozinha e ela tava me perguntando como que como que era para mim viajar sozinha e eu tava dizendo para

ela que foi um processo as minhas primeiras viagens sozinha foram a trabalho e aí de repente eu comecei a viajar sozinha mas eu sempre tive essa meta de fazer coisas sozinha então sei lá metas de fim de ano coisas que entravam nas minhas metas de fim de ano era ir a um restaurante e pedir uma mesa para um eh conseguir ir para um bar e pedir uma mesa para um tipo fazer coisa sozinha e aí o que eu comecei a reparar é que eh era muito incômodo para mim nas primeiras vezes estar ali tipo era

muito muito difícil para mim eu ficava meio que pensando se as pessoas estavam me olhando eh ficava pensando tipo ah que que o garçon Tá pensando que marcou com alguém e a pessoa não veio mil coisas passavam pela minha cabeça mas eu conseguia sustentar o incômodo porque eu sabia o por eu tava ali eu sabia Para que eu tava ali assim então e aí eu fui fazendo essa repetição de várias coisas de sair sozinha de viajar sozinha mas muito tendo Claro para mim o porque que eu tava ali e eu acho uma eu gosto muito

de pensar nisso que eh eu sou uma pessoa que gosta muito de fazer coisas sozinha de viajar sozinha de sair sozinha mas eu tenho um pouco de dúvida se isso é para todo mundo assim então acho que nisso também eh eu acho que tem pessoas que são mais que precisam de mais pessoas que não vão conseguir ver graça em sair sozinha que a parada dela mesmo é tipo encher a mesa e tá ali com um monte de gente que talvez o momento de Solitude que ela tenha seja em casa lendo um livro né eh e

aí eu acho acho que é muito importante ficar atento aos incômodos assim o que me o que me fez sustentar o jantar sozinha a balada sozinha o bar sozinha a viagem sozinha é que eu queria muito ser a pessoa que é capaz de fazer isso então isso me ajudava a sustentar sabe perfeito e porque eu sabia que isso me nutria em alguma medida assim diferenciar se é o incômodo interno ou se é só o incômodo do que os outros vão pensar também quando se for por exemplo do garçom eu nunca tinha pensado nisso eu amo

fazer coisas sozinha ah sim eu não é que eu não acho que ninguém nunca tá olhando para mim acho que ah Isso é ótimo eu tenho é isso é ótimo Não sei acho tá todo mundo cagando não sei explicar na verdade tá explicado eu acho que tá to mundo tão ocupado e olhando pro celular que eu adoro chegar no restaurante tipo nunca pensei se agora Talvez eu começ a pensar sou um pouco paranoic não não entra na minha Noia sou muito neurótica Não entre na minha noia beijo Camil exato ai amo a Mas como que

você começou Como que você conseguiu entender que era um incômodo que era construtivo para você e não um incômodo que talvez você tivesse passando pelos seus limites prestando atenção no meu corpo então daí eu volto pro exemplo do pilates Tem coisas que a gente sente no corpo e aí eu gosto muito de de de ressaltar isso eu acho que tem coisas que a gente sente não que a gente pensa você sente no seu corpo e sente que aquilo não é é e a incômodo por quê aí é incômodo porque é a primeira vez que eu

tô fazendo isso é é incômodo porque é a primeira vez que eu peço uma mesa para um E aí essa situação que é desconfortável que eu nunca fiz Ela traz um monte de coisas e eu tô lidando com isso tudo de uma vez eu não tenho referência para lidar com isso eu não tenho repertório para lidar com isso sim mas tem coisas que eu sinto uma um incômodo que é um incômodo estrutural que é uma coisa do tipo eu tô fazendo isso contra mim e aí eu acho que uma coisa boa uma diferença boa é

se perguntar para que eu tô fazendo isso porque assim eh tava comentando comentei isso no no pras coisas outro dia tava abrindo tiktok e tal muita coisa legal muita coisa legal mas eu comecei a ver um conteúdo que era a as pessoas vão eh sair sozinhas e elas filmam tudo que estão saindo sozinhas então mostrando que estão saindo sozinhas E aí começou meio que uma Trend da galera fazendo isso E aí eh para algumas pessoas Isso vai ser extremamente desconfortável pessoa sei lá com fobia social e aí isso tá sendo contra você então para que

você tá fazendo isso para ser uma pessoa capaz de sustentar esse lugar porque para você é importante porque liberdade é importante porque Independência é importante ou você tá fazendo isso porque você acha que o certo é fazer isso porque é cool fazer isso porque é elegante fazer isso entende então acho que é isso é que me veio na cabeça quando de pessoas que eu conheço que estão se forçando a est em relações não monogâmicas por exemplo é pô é isso Total total isso isso isso Volta para você e te nutre Porque mesmo quando você tá

fazendo uma coisa que é o incômodo do alongamento vem aquela sensação de bem-estar depois você sabe que aquilo tá voltando e nutrindo você né aquilo volta para você tipo Às vezes você mudou de cidade mudou de emprego fez uma mudança grande na sua vida você tá com medo Você não sabe o que vai acontecer mas tem alguma coisa em você que fala foi a melhor decisão tipo algo no corpo que que responde a isso é o alongamento assim mas tem coisas que a lesão na coluna tipo você faz um movimento que todo mundo faz o

que aconteceu comigo era um movimento que todo mundo fazia eu já tinha feito várias vezes naquele dia falei cara deu alguma coisa errada aqui foi estrutural assim é na coluna dentro desse exemplo para ficar mais claro eh eu gosto muito de fazer coisa sozinha má muito mas eu entendi que ir a balada sozinha não faz sentido para mim porque balada para mim é sinônimo de estar com pessoas de dançar junto sair com o sapato na mão eu posso passar uma vida inteira sem ter essa experiência não faz sentido Não me nutre Não não é uma

coisa que eu tenho curiosidade de ver o meu corpo nessa situação sabe então eu acho que se perguntar como que isso te volta é é uma coisa que eu faço né eu pergunto como isso me volta eh como que é isso assim eh eu tô incomodada mas eu gosto gostaria de não tá e gostaria de não tá Por quê Porque isso é bom para mim ou porque eu quero postar uma foto no Instagram Opa sabe e é Libertador você chegar a conclusão do não é para mim não é para mim não é não acho legal

não é que quem faz está errado ex exato simplesmente não é para mim e e é um lugar relaxado oh exato exato não é para mim não é para mim Acho ótimo para quem seja não é para mim porque não é do lugar da raiva nem da crítica da Inveja do recalque não é só uma coisa assim cara autoconhecimento né entendi que nesse universo particular Tem coisas que vão caber tem outras que não essa coisa eu passo muito bom e nessa sua investigação sobre emoções sentimentos e incômodos quais que são as emoções que você não

permite morar em você ou te definirem uma assim eu vou falar a primeira que para mim é sempre é mais fresco que isso para mim sempre um exercício eu não permito morar no ressentimento cara quando eu começo a ter ressentimento eu falo Opa que que eu tô negligenciando aqui para onde que eu não tô olhando Sabe por que que isso tá me incomodando tanto assim ressentimento é uma coisa que é eh que eu o ressentimento para mim me parece muito ele eu não sei se cientificamente isso se aplica Mas e no meu corpo eu sinto

ele muito como um sintoma da Inveja assim a a ele ele muito como uma manifestação da Inveja assim aquela coisa de tipo sabe se fosse um sentimento é tipo aquele que fica olhando de canto assim sabe quando você fica tipo meio observando de canto Deixa eu entender porque a gente dá nome à coisas e nem sempre tem maiso significado Como que o ressentimento se manifesta em você para mim ele vem de um lugar [Música] de vou vou trazer um exemplo que acho que fica mais fácil de de falar assim eh sei lá eu gostaria muito

de sei lá fazer pinturas em argila gostaria muito de fazer pinturas em argila sempre quis fazer pinturas em argila só que aí eu começo a achar que eu não sou capaz de fazer pinturas em argila Eu acho que eu não tenho as habilidades para fazer pinturas em argilas eu acho eu tenho uma crença de que eh todo mundo pode fazer pinturas em argila menos eu eh eu acho que se eu fizer pinturas argila vai ficar muito feio só que eh eu começo a ressentir isso em mim então assim eu não consigo nem me libertar e

dizer é pinturas em argila não é para mim relaxadamente e não consigo nem será que pinturas em argila é para mim então eu fico ressentindo entendi sabe cozinhando aquela sensação assim e aí nesse ressentimento vem acho que um pouco da Amargura assim né porque é essa coisa que você vai mexendo até queimar né Tipo você não você não consegue consegue dar uma finalidade para ela assim pelo menos é assim que eu sinto no meu corpo assim então toda vez que eu que eu sinto que eu tô ressentida eu falo ih Natália vamos olhar para isso

assim que que tá acontecendo aí é que você quer fazer pintura e argila e você acha que vai ser muito ruim então beleza Será que a gente pode combinar eu converso muito comigo será que a gente pode combinar que a gente vai fazer e vai ficar horroroso Será que disso dá a gente pode tirar o perfeccionismo da da pintura em argila E aí eu tento chegar em acordos para que eu consiga liberar isso é eu acho que a gente tem muita coisa em comum uma loucurinha Pareci uns uns dialogo zinhos internos falo Marcela Calma lá

segura tua onda com ciúme da amiga sabe eu fala mal da menina não mas eu eu acho que e eu comecei a falar sobre isso que é assim como a inveja eu acho que o rancor e ambos se manifestam através da raiva e eu não quero uhum assim eu posso ser muita coisa mas eu não quero ser uma pessoa rancorosa eu não estou falando que eu vou perdoar todo mundo porque eu sou uma boa pessoa não vou perdoar as pessoas porque eu gosto muito de mim ah maravilhoso e eu acho que quando você sente rancor

por uma pessoa você acabou de dar um apezinho dela dentro de você Uhum E na verdade perdoar o outro é se libertar Total eu te perdoo porque não cabe mais você em mim uhum Porque quanto mais você alimenta aquela raiva aquela Como pode eu eu deveria ter feito diferente ensa um diálogo no banho já fez isso nossa muito muito você não está bem-vindo ao meu banho dia sim dia não eu acho que tipo tá aqui ó seu contrato acabou Total boa sorte vai embora eu acho que esse é um incômodo que eu não quero sentir

Total vida mas você consegue por exemplo se despedir disso numa decisão ou é tipo eh uma decisão que você precisa voltar nela muitas vezes para conseguir se libertar tem ferramentas muito parecidas com a sua e uma delas é de fato a escrita ah ah eu preciso despejar e eu tenho muitas cartas que eu não vou enviar ah maravilhoso e isso também me ajuda muito a despejar muito porque a a raiva combina com a ação né raiva é ação explosão e eu gosto de escrever e aí eu vou eu fiz assim me bloco de notas é

inteiro com senha né porque assim tem caixa de pandora é até do assaltante lá essa menina louca mas de verdade despejar porque fica um pouco de mim ali e e é um processo não é não é fácil perdoar uma pessoa que fez algo para te atacar de propósito ou não foi de propósito mas que te magoou profundamente Uhum mas eu faço tem um pacto com as pessoas mais próximas a mim Hum então por exemplo se eu falei para você uma história de algo que acontece para mim que alguém me machucou me magoou quando eu sinto

que eu tô na hora de eu seguir em frente eu vou falar Posso te pedir uma coisa hum você pode não trazer o nome dessa pessoa a não ser que eu traga Ah tá faz sentido para você faz todo sentido porque às vezes as outras pessoas mantém aquilo vivo na gente Total total faz essa manutenção desse lugar né isso maravilhoso e se eu ainda não contei para ninguém às vezes eu tento sustentar ou não contar Aham Porque eu acho quanto mais a gente vai contando mais vai crescendo e eu gosto de acreditar Nati que a

gente tem algum controle sobre o tamanho que as coisas vão tomar a gente não tem nenhum controle sobre o acontecimento sim mas o quanto que aquilo vai nos ocupar cara pode ter aa situação pode ficar só na situação total e não virar algo que alguém vai contar para alguém você entende entendo perfeitamente interessante Mat euv porque eh acho que no meu corpo funciona de um outro jeito assim eu eu eu nessas situações eu passo muito por um processo de luto mesmo sabe Então primeiro eu nego e falo cara não é possível que isso aconteceu não

é possível que essa pessoa fez isso não consigo acreditar e é uma negação que não é racional é do corpo como se o corpo eh se defendesse dessa memória nova não quisesse ameaçar esse quadro que tá aqui sabe eh aí primeiro vem A negação aí depois vem a raiva de eu não acredito que você fez isso E aí por último vem a aceitação assim de foi isso que aconteceu não não não é o que eu gostaria mas às vezes esse processo para mim ele demora mais do que eu gostaria assim eh é um processo que

eu acho que o meu corpo dita o tempo assim de e você falou de corpo e eu lembro que a minha primeira psicanalista falou me deu um conselho uma vez que era para eu fazer uma coisa no meu corpo com com as minhas mãos e esse é o convite para você que está apenas ouvindo o Episódio assistir também vídeo pois vou fazer o gest que ela fazia quando viesse esse pensamento ai mas como é que pode eu tô com muita raiva fazer assim com a minha mãozinha Hum que era tipo diminuindo é diminuindo bonito bonito

né bonito muito bonito muito bonito acho que é uma forma da gente dialogar com a memória assim né de eu ten uma coisa que eu tenho gostado muito de fazer recentemente que quando eu acho que minha cabeça vai para um você falou isso eu lembrei de outra coisa na verdade e recentemente eu fui fazer um almoço e aí eu tinha congelado ar roso e feijão no congelador e era um dia que eu tava com muita coisa para fazer E aí quando eu sentei para almoçar uma vozinha veio no meu corpo que foi a Natália da

semana passada abençoou a Natália de hoje porque quando eu cozinhei para mim eu me abençoei né eh e aí quando você fez essa coisa da mão eu acho que isso também é um jeito da gente eh se abençoar nesse sentido assim né de de da gente mesmo poder não aumentar uma coisa ou diminuir algo eh que a gente porque no final das contas a gente tá falando sobre o nosso corpo né O que vai ficar no nosso corpo então a gente pode decidir o tamanho também eu adoro essa dinâmica com os nossos eu do passado

e eu do Futuro e apenas e simplesmente por uma questão de tempo vou encerrar já com um volta por favor me chama que eu venho eu amei amor de Deus evento ao vivo vamos fazer tudo vamos pelo que hoje Nati está muito grata pela Nati do passado ter feito por ela além de arroz e feijão ai Marcela eu vou me emocionar Agora Eu eu achei que eu não fosse me emocionar porque eu falei eu vou me segurar mas eu tô muito grata por est aqui muito grata cara [Música] e gente peixes desculpa acendente peixes mas

eu tô muito emocionada de ter sustentado os meus incômodos e ter reconhecido que eles eram incômodos de alongamento ao passo que eu fui fazendo para dar nome Minas coisas e ele foi crescendo e sabe quando a gente era tinha tipo sei lá 10 11 anos que a gente ficava assim cara um dia eu vou est no programa da Xuxa para mim o bom dia óbvios estava nesse lugar e eu tô muito feliz de est aqui muito feliz assim então Ai obrigada uma honra é uma realização Obrigada má Obrigada Ai que lindo não fazer a menor

ideia achei que vindo [Risadas] antes obrigada feliz de estar aqui obrigada então acho que essa é a minha gratidão assim eu gosto de pensar nas minhas versões como uma corrida de bastão que a versão do passado vai passando o bastão pra versão seguinte e a gente vai decidindo o que vai e o que fica né E essa esse desejo de est aqui foi uma coisa que foi passando o bastão de todas as versões assim foi uma coisa que nenhuma delas deixou cair então eu tô muito feliz obrigada obrigada obrigada eh e eu não fazia menor

ideia porque eu também te admiro muito e escuto E você já foi tanto minha companhia assim eh e que a gente Abra mais diálogos entre nós e obrigada por est sempre por perto e continua fazendo esse trabalho maravilhoso e volta sempre o sof é seu Oba Obrigada beijo beijo