Cadeia de Valor e Arquitetura de Processos: dois temas que, às vezes, se confundem, tem gente que acha que é a mesma coisa, tem gente que acha que são coisas diferentes. . .
Vamos falar sobre isso e como é que os nossos processos se encaixam nesses dois conceitos. Vamos lá? BPM Friend, pensa o seguinte: o que é uma cadeia de valor?
Primeiro, esse conceito, essa técnica foi criada Michael Porter lá em 1985, então, é uma técnica bastante antiga já. E, quando a gente pensa no significado, a gente vê duas palavras importantes: cadeia e valor. A cadeia no sentido de eu ter uma sequência de elos, uma sequência de conexões, então, quando eu falo de uma cadeia de valor, eu estou normalmente falando de um encandeamento dos macroprocessos da empresa, como é que os macroprocessos da empresa se relacionam, como eles se encaixam, como eles se interligam.
E, o segundo conceito importante é valor, ou seja, como é que os meus produtos e serviços agregam valor para o cliente. Então, a cadeia de valor normalmente é uma visão geral dos macroprocessos da empresa, como se fosse um mapa dos processos da empresa. Então, ela ajuda a entender como é que esses macroprocessos da empresa estão organizados, visando agregar valor para um cliente, para uma parte beneficiada, se distinguir da concorrência.
Então, a cadeia de valor tem que mostrar também a questão do diferencial da empresa, como essa empresa se posiciona, como é que essa empresa se coloca no mercado. Esse é um aspecto muito importante. Quando a gente pensa na cadeia de valor, eu digo assim para vocês: "Ah, mas vai mostrar os macroprocessos" E aí, provavelmente, vocês vão me perguntar: "Que macroprocesso são esses, Andréa?
" A cadeia de valor trabalha com três tipos de macroprocessos: os macroprocessos de negócio, os macroprocessos de apoio e os macroprocessos de gestão. Deixa eu explicar cada um desses tipos. Os macroprocessos de negócio também são conhecidos como core process, ou os processos primário da empresa.
A literatura tem vários sinônimos pra isso. São os processos que de fato tem a ver com a atividade fim da empresa, com a missão, com o propósito daquela empresa, por que aquela empresa existe? Esses processos existem para realizar isso.
Então, são os processos que têm a ver com o coração da empresa, digamos assim. Os processos do segundo tipo, que é o tipo processo de apoio, também conhecido como processo de suporte, ou processos secundários, eles são processos que contribuem para que os processos primários possam funcionar bem. Então, não quer dizer que os processos de apoio sejam menos importantes, ou eles não tenham relevância.
Não é isso! Mas, eles são processos que ainda que a empresa precise desempenhar, e desempenhar bem, eles ajudam os processos do core process a serem satisfatórios, a agregarem valor, mas eles não têm a ver com a atividade fim da empresa. São processos que complementam as atividades da empresa.
E o terceiro e último grupo são os processos gerenciais ou os processos de gestão. Esses processos ficam em cima normalmente na cadeia de valor, a gente até posiciona eles normalmente na parte superior da cadeia de valor, porque eles têm a ver com o olhar de gestão para os outros processos. Então eles estão controlando, supervisionando, coordenando os outros processos primários e secundários.
Então, são esses os tipos que a gente tem de macroprocessos na cadeia de valor. A partir desses tipos, eu vou definindo quais são os macroprocessos da cadeia de valor da minha empresa. A gente vai até colocar aqui um exemplo pra vocês verem como é que fica isso.
Só que tem que aí tem uma observação muito importante. O que é macroprocesso principal? O que é macroprocesso de apoio?
O que é macroprocesso gerencial? Isso varia de empresa para empresa, isso tem a ver com o propósito, com a atividade fim daquela empresa. Deixa eu dar um exemplo para vocês.
Se eu tenho uma empresa de óleo e gás, e eu penso em um macro processo de TI (Tecnologia da Informação), claro que a tecnologia da informação é muito importante em uma empresa de óleo e gás, é claro que esse macroprocesso existe, que tem muita gente trabalhando nele, que ele tem um escopo significativo, mas ele não é um processo fim da empresa. Uma empresa de óleo e gás não vive para fazer tecnologia. Então, a tecnologia para ela é suporte, é apoio.
Esse é um macroprocesso de apoio, de suporte. Agora, se eu já mudo o contexto, se eu já olho, por exemplo, para uma empresa de desenvolvimento de software, uma fábrica de software, essa empresa tem muito o quê? Tecnologia, desenvolvimento de software.
Essa empresa vive para produzir isso. No caso desse tipo de empresa, um processo de tecnologia da informação, um processo de TI, um processo de desenvolvimento de software é core process, é processo de negócio, é processo primário. Então, repara: a classificação dos processos dentro da cadeia de valor, que é o que a gente está conversando aqui, muda de acordo com o cenário, com o contexto, com o propósito, com a missão de cada empresa.
Esse é o primeiro conceito que a gente tem que entender. A partir daí, vocês me perguntam: "Andréa, e a Arquitetura de Processos? Cadeia de valor e Arquitetura de Processos são a mesma coisa?
" Não! São dois conceitos diferentes. Na verdade, a cadeia de valor a gente diz que normalmente ela representa os macroprocessos nível zero da organização, os lá de cima mesmo, e essa cadeia de valor se desdobra em uma Arquitetura de Processos.
A minha Arquitetura de Processos pode ter os processos nível um, nível dois. . .
Depende de quantos níveis a empresa está aprofundando e detalhando os seus processos. Então, eu posso ter um, dois, três níveis de Arquitetura de Processos e ela vai mostrando a quebra. Então, como é que o pego os macroprocessos, junto da cadeia de valor nível zero e quebro eles no nível um, no nível dois de Arquitetura de Processo até que o paro de desdobrar essa Arquitetura de Processos, e chego a um ponto em que cada processo vai ser detalhado em um fluxo de processos, um diagrama de modelagem de processos, como vocês estão acostumados a ver, por exemplo, usando a notação BPMN.
Então quando eu chego no nível do fluxo do processo, já saí da arquitetura do processo, já estou modelando e detalhando um processo específico. Em alguns casos, em algumas modelagens e em alguns clientes, a gente desce ainda mais uma camada além do fluxo de processo, a gente ainda pode criar um diagrama de detalhamento de atividades. Então, cada atividade do fluxo ainda pode ter um diagrama próprio com todas as informações, com todos os detalhes, com todas as riquezas daquela atividade específica.
Repara: tudo isso que a gente está falando, eu estou falando de uma grande modelagem em camadas, que eu começo com uma cadeia de valor nível zero, desdobro em uma Arquitetura de Processos nível um, dois, três, se for o caso. Depois, eu chego no nível do fluxo do processo, e eu ainda posso ou não, isso é opcional, chegar em um nível de detalhamento de cada atividade. Então, a arquitetura de processos é mostrar, no fundo no fundo, essa composição, como é que os macroprocessos se quebram em processos, em sub processos, é mostrar todo esse mapa de como estão distribuídos e organizados os meus processos da empresa.
Deu para entender? Gostaram? Vocês têm feito cadeia de valor?
Vocês têm feito Arquitetura de Processos? Me conta como tá isso nas empresas de vocês? Como vocês estão trabalhando esses conceitos?
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