O que fazer quando eu quiser a primeira vez na sala de aula da Universidade Federal do Rio Grande do Sul a minha sensação foi de estranhesa receio medo falta de acolhimento limpa a tia é e [Música] aqui mas se inscreve que aparece a lei de cotas sancionada em agosto de 2012 e garante cinquenta por cento das vagas do ensino superior Federal para alunos que estudaram integralmente no ensino médio público pretos pardos indígenas têm direito à parcela de cinquenta por cento levando em conta o percentual que representa em cada estado segundo o Censo do IBGE mas
pedindo pelo afirmativos são políticas compensatórias envolvem compensações pontuais específicas ou no mundo do trabalho ou no mundo da da educação o processo de ser se a com que negros e negras a estudar Sim foi um processo imposto pelo estado brasileiro sabe era construído no processo da escravidão a proibição da educação da alfabetização para negras e neles não é um processo histórico e por isto As cotas elas precisam ser implementadas pelo estado brasileiro e nas universidades públicas para a sociedade lamentavelmente ainda a uma compreensão que a discussão de cotas de Relações raciais de efeitos do racismo
é algo que diga respeito aos professores estudantes servidores negros na universidade não é algo que diz respeito à comunidade Universitária como um todo porque Relações raciais e Relações raciais usadas afetam a todos a outra vez podem é sempre foi para Candi a gente pudesse acessar o espaço do ensino superior no Brasil e poder de alguma forma está se graduando está se profissionalizando a obter um diploma beber buscar conhecimento e poder de alguma forma tá retribuindo a retornando na nossa comunidade dando assistência para as nossas comunidades e para os povos indígenas né consequentemente quando você tem
cotas quando você tem professores negros e negras é o conhecimento ele é visto por um outro ângulo o conhecimento ele pode ser socializado de uma forma mais democrática de uma forma plural da escola ela uma a realidade daqueles e daquelas que entraram na universidade assim como eu foram um dos primeiros das suas famílias a entrar numa universidade pública é ela também é foi essencial para mudar a própria universidade para mudar a forma de produção de conteúdo nas universidades e produção de conhecimento de Esse é o da qual seriam as pesquisas prioritárias onde a gente vê
por exemplo de saúde daqui a minha área pessoas estudantes orientadores pesquisando sobre saúde da população negra pesquisando sobre acesso a Serviços de Saúde pelas Comunidades Quilombolas pesquisando sobre o Saber Popular dos povos indígenas do cenário dentro da Universidade mudou para melhor você vê brancos e como ver negros é você vê índios também né e foi assimilado e a política de cotas é uma atenção de justiça é quase um pagamento de uma dívida histórica do povo brasileiro tem ou o povo negro de dar oportunidade para aqueles que no passado foi tirado todas as oportunidades inclusive de
estudar e trabalhar enterramento os imigrantes que vieram para esses países tinham Os migrantes e uma série de dir e o problema não tinha isso a história toda prova uma caminhada de todos os de compromisso ou país pode eu fico triste quando eu tenho que dizer que o Brasil é um dos países ou o país mais preconceituoso né e racista do mundo então de lá para cá com a política de cotas houve uma grande melhora 8 veja Mais Médicos negros já veio mais arquitetos erro você quais enfim muitos e muitos profissionais que se formaram estão hoje
contribuindo ainda mais para o Paizão equívoco aqueles que acham que o negro formado vai tirar o lugar dele ninguém tira o lugar de ninguém faz de como nós que é Continental tem espaço para todos negros negras refugiados eu preciso a comissão do objeto e os bravos já diz mais firme Nada no mundo também são os deles então eu quero saber como é que tá sendo essa experiência de tá fazendo doutorado dentro de uma universidade o público aqui no Brasil do que vende guiné-bissau a minha presença aqui no no Brasil é original é só negro é
negro estrangeiro né então vamos ter estrangeiro importa sotaque não importa formas existir um tal de certa forma você pode ser identificado com mais categoria classificatória E essas categorias tende a ser excludentes né não estamos a falar mês de fevereiro que já temos luta em andamento do do caso de molho no Rio de Janeiro foi o nosso colega isso não tem diferença comigo eu e ele a nossa concepção africana de ser pessoa não existe eu não existem falando alterando e molho a refugiado de couro isso não existe o mundo foi reclamar de uma dívida e O
que é trabalhista eu não tenho notícia de que um imigrante branco que tenha ido reclamar uma uma dívida trabalhista tenha sido massacrado publicamente para todos verem não posso tá errado mas nunca ouvi falar mas situações quem eu vejo geralmente amarrado em poste e sendo massacrados ou pessoas muito parecidas comigo e contigo para mim me perguntar que eu já sofreram acismo não vou dizer é o dono amanhã sendo com Dori o racismo Quando você vai na rua você tem que saber que você tá saindo de casa como negro Então como negro é como um objeto exposto
à violência qualquer momento então isso precisa ser discutido amplamente isso precisa ter discutirá políticas pública e só precisa discutir ser discutir como objetos e fenômenos e ciência a seriedade no sentido de aplicar o mecanismos públicos de provas aberto essa problema Como foi o teu dia a dia na UFRGS quando tu ingressa no curso de direito eu lembro que a minha turma e outros colegas não só do curso de direito mas o público em geral da Universidade via com estranhamento nossa presença né porque historicamente os meus colegas que eram indígenas eles têm uma percepção construída né
do que era seu indígenas o que que é um indígena não é que eles conhecem como indo o que é um índio eles têm ideia do que existe no Brasil e o índio que eles conhecerem e construíram né com o passar do tempo nas suas pesquisas nas suas concepções é que é o indígena é aquele ser pelado que viria com colocar com a flecha enfim vivia lá no meio do mato da caça da Pesca e quando chega eu Marcos indígena do Povo kaingang com roupa cheguei de calção e tudo mais mas trago comigo minha identidade
meus princípios meus costumes meus valores minha percepção de mundo que me conste e quando torcer do Povo kaingang eles não compreendem né usando óculos um pênis eles vinham com muito treinamento isso gera vários preconceitos e vários atrás também de discriminação e racismo que eles praticam e justificam a partir de um desconhecimento deles sobre povos indígenas são 60 colups sempre bem quantos centro excluído é o primeiro passo para se afastar desses espaços desses ambientes que não te querem historicamente as instituições não foram Preparadas para trabalhar com a diversidade com a presença indígena Negra quilombola eu fiz
a povos e comunidades tradicionais só foi construída com um público muito particular com elite historicamente então foi um impacto muito grande esse processo em vários momentos Eu também pensei em desistir assim como vários outros colegas né com atendido acabaram decidindo nesse percurso e o racismo que me fala que o preconceito ele também se caracterizou de fato em violência dentro da instituição por exemplo teve um A o pedido na frente da casa do dentro da UFRGS que é o meu tio né que é irmão da minha mãe por exemplo então é uma violência que ela a
cidade diferente forma inclusive né de maneira violenta e agressiva nas agressões também físicas psicológicas E como tá sendo essa vivência dentro da Universidade tu que se formou pela UFRGS e agora tá fazendo mestrado foram várias experiências né No decorrer dessa caminhada para que a universidade possa ser mais respeitosa com nós né e não há como não citar principalmente essa conquista que a gente teve a pouco tempo né que a luta da Casa do Estudante indígena né porque eu enquanto mãe né enquanto mulher caingangue é trago principalmente toda essa amplitude do que que é ser uma
mulher indígena mãe Dentro da universidade e hoje o que nós viemos fazendo na universidade é essa atualização da nossa existência enquanto povos hoje nós rede territorializando e novamente fiquei muito tempo nos foi desse territorializado né retomar os espaços o Brasil é território indígena a universidade é território indígena e eu vou me atrever a quer dizer território quilombola também então não é um favor vocês estarem aquilo é um direito gente precisa é lutar né para continuar existindo enquanto povos para ser quem nós somos né e eu quero saber qual é a importância desse curso né O
que esse curso de formar na graduação trouxe para tua vida é Foi um momento muito importante para mim a trajetória é como eu já era professor isso também acabou irradiando nos alunos aqui que eu dava aula dá valor numa escola de Periferia na Vila Jardim né que é um bairro periférico daqui chegou o momento que eu trouxe os Oi para o campus da UFRGS em por conta própria e um projeto nós tínhamos de apresentar a universidade para os adolescentes para as crianças também é isso Acabou enfeitinho também da minha vida com os meus parentes né
A minha mãe por exemplo eu vou estudar ela não tinha terminado ainda o ensino médio voltou a estudar a minha irmã tomou coragem e foi fazer vestibular para fisioterapia na Universidade Federal de Porto Alegre hoje ela é fisioterapeuta e logo em seguida eu fiz um mestrado também é na UFRGS eu pude ver que houve não rapidamente Mas em pouco mais de dois ou três anos uma mudança nas epistemologista nós estávamos estudando pelo menos um curso só que eu posso dizer isso né É então eu passei uma graduação inteira sem ouvir falar em autores negros em
literatura negra e quando eu chego no final da minha e após as cotas eu começo a ver já uma movimentação dos próprios professores em função de uma demanda dos alunos negros que entram nesses cursos olham para bibliografia e não se reconhecem a existência de ser uma lei Nacional universidades públicas dia tio iniciativas próprias e ações afirmativas a UFRGS era uma delas em 2001 nós ganhamos parte da delegação brasileira que foi para conferência Mundial contra o racismo a xenofobia e todas as formas de intolerância da ONU em Durban na África do Sul quando ocorre uma denúncia
na ONU de que havia racismo no Brasil como se ninguém soubesse e o governo brasileiro antes de ir para conferência e de lance um decreto instituindo cotas no Brasil sem discutir com a sociedade e movimentos sociais ou com a universidade e isto era uma demanda de 20 anos do movimento negro e quando nós só vamos lá veio à tona aqui no Brasil toda a discussão da questão das cotas na UERJ no Rio de Janeiro na época havia uma posição ministerial contra e assim por diante e eles aprovaram no conselho Universitário e inaugurado essa questão veio
foi começou a se eletrizar no ambiente Universitário depois da UERJ se eu não me engano foi a Ufba e várias universidades e internamente tanto no movimento negro como no movimento estudantil acidentes que são ver tele centro e aqui chegou aqui no Rio Grande do Sul e nós vimos de uma batalha é muito forte muito dura aqui em Porto Alegre que foi no quilombo da família Silva nós estávamos estávamos vindos de uma tentativa de reintegração de posse em 2005 o inverno de 2005 uma família que estava mais de 70 anos naquela região ali da de Três
Figueiras e de certa forma luta dessa família ela in termos de contexto Urbano Ela faltou em Porto Alegre essa questão é digamos assim com força da territorialidade negras e do protagonismo essa vitória dos Silva abriu um diálogo importante até institucional da demanda do povo negro e a gente discutiu o tempo inteiro porque qual era a polêmica Central que As quartas implementar ia se seriam é 4 para escolas públicas ou se seriam e cotas raciais e como isso seria implementado dentro da universidade em especial maioria do Conselho Universitário entendia que devia ser cota para a escola
pública e a gente dizia mas aqui tem um problema porque por mais que na escola pública a maioria dos Estudantes sejam negros nós estamos discutindo a questão é de uma ação afirmativa a questão do reconhecimento porque a conferência de Durban reconheceu e o processo da escravidão como crime que leva a humanidade ao reconhecer isto todos os países que usufruíram da escravidão eles deveriam constituir políticas reparatórias ações preparatórios para dar conta disso e cota seria dentro uma das políticas públicas um desses elementos Então o que o conselho Universitário queria fazer não respondia a realidade de que
o movimento necessitava e de que a sociedade brasileira necessitava que era o combate ao racismo sofremos uma pressão muito grande dentro do Conselho Universitário para a inclusão da questão das cotas sociais houve um recuo nessa discussão nessa articulação no dia da votação inicie e em que foi para dentro da Universidade todos os movimentos foi muito lindo uma das coisas mais lindas que eu já vi na rua estavam os indígenas estavam os quilombolas organizações do movimento negro é as entidades religiosas os alunos da universidade e a gente percebia muito bem o que representava a corda por
quê é aquele momento é era um pouquinho se me der um 0,4 por cento de alunos negros que tinham dentro da outra aqui na universidade a gente fez fogo de chão a são as carcaças não fosse uma falar né fez alimento e posou durante os dias na época tava chovendo não me lembro tinha uns 16 anos ali na época então era um momento que eu também tava tentando me situar naquele processo mais gente Como costumo dizer mas indígenas eu nascemos um processo de luta e quando a gente vê nossas lideranças nacionais olhos de mandando intencionando
luta a gente faz pipa e faz parte desse processo então a gente nasce no processo de luta e quando diz que o objetivo é É para um povo é para uma finalidade coletiva A gente pode perceber que a gente tá somando o processo basta ter esse objetivo e essas finalidades que pode ter certeza que a gente vai estar sempre em qualquer espaço tinha uma coisa meio bizarra aqui na entrada do do do Acre o ali né do salão de atos da UFRGS que a gente vai ter conselho Universitário II Eu tenho um jovem é nunca
fiquei assim olha de braços cruzados contrários às cotas não fique sabe o que que ele faz grampo aqui questão e com cara de poucos amigos etc e um desses homens que estava lá hoje é deputado federal O que teve mais votos no Rio Grande do Sul mas essa Resistência é importante lembrar que seja uma carta também de estudantes Branco defendendo as políticas afirmativas eu tenho essa carta ou seja Na verdade era um microcosmo da disputa do cotidiano na sociedade Expresso dentro do ambiente acadêmico né Essa confluência que reuniu brancos e negros sobre uma mesma a
luta foi uma das coisas mais lindas que já teve por exemplo é teve um momento em que na votação do consumo o consumo queria fechar suas portas não deixou ninguém entrar queria tirar todo mundo que Tava acompanhando a votação e acompanhando a descrição por quê Porque Gente eu nunca vi os doutos com argumentos tão espúrio para justificar a não implementação de cotas na universidade quer dizer eles conseguiam ser mais racista do que a própria realidade que tava aposta né E aí os alunos literalmente invadiram o conselho Universitário eles tomaram conta do Conselho tomaram conta do
saguão foi uma coisa né um momento tenso assim mas se conseguiu da conta né Se conseguiu levar a votação até o final e se conseguiu aprovar de forma Super apertada a gente vê uma mudança da paisagem étnica no corpo docente na UFRGS o que nos alegra sobremaneira né eu cheguei em Porto Alegre em 94 e fui olhar o que ela a ordem pelo menos o corpo docente hoje e o que era antes é uma mudança significativa ainda que relevantes ações afirmativas isoladas carece de uniformidade a lei Nacional veio para universalizar as costas e foi lá
que eu recebi das mãos do irmão dela o estatuto da Igualdade racial a ideia lá chamava a carta da Liberdade e do congresso nacional africano eu trouxe para o Brasil e aí apresentei o estatuto de dentro está tudo estava política de forma teve um ação no seu preto setores conservadores entraram tá não aprovasse quebra está tudo aí eu fui ao Supremo e agora usando a dor nele tinha né E foi um senador que não era nele e ganhamos dessas dessas pedras e um momento que ele mais perdeu na minha avaliação foi no momento que ele
disse que as mulheres negras gostavam você violentada pelos seus padrões o caso escravocratas lá no passado daí não obriguei a perguntar para ele se ele achar ia bom a mãe dele bem assim a mãe dele a filha dele Pode ver que é forte né uma amiga dele fosse violentada vai querer encabulou que ganhou de 10 a 0 debate daí é para fortalecer o estatuto da Igualdade racial política de voto e quando ela entrou no debate ela a partir daí então seu primo também recomendou que a política de cota não é incondicional e nós conseguimos aprovar
então lá no Senado aí começou todo o trâmite a nível Nacional passados 10 anos será que é preciso interromper manter ou expandir a lei de cotas desse ano ano decisivo em que a lei completa o ciclo de 10 anos e que se coloca ali uma ameaça por parte do governo bolsonaro primeiro destacar que existem cerca de 34 proposições a respeito da alteração de leite quatro do Brasil aproximadamente quarenta por cento são para acabar com lei então é é impressionante nessa como tem parlamentares que estão legislando a favor do povo negro a favor das políticas de
cotas a favor da educação pública contrato mentalidade pô E aí eles e também falar gripada gelando contra é muito importante a pressão porque nada que dessa casa se vota em benefício do povo sem que haja a pressão aprova política de cotas nós sabemos bem que ela não foi nada com ninguém né não foi apenas um um governo que resolveu implantar a lei pode ser feito a partir de pressão to com um homem negro dentro da universidade pública Professor como tu ver a necessidade de ter cotas na pós graduação tudo isso é parte de um processo
de lutas no primeiro momento a entrada dos Estudantes negros a graduação né ou seja esta conquista das políticas de ações afirmativas das cotas raciais isso foi fundamental à medida que o tempo vai passando assim entende que para além da graduação é preciso avançar a pós graduação né a gente já tem uma caminhada de ações afirmativas de ingresso já se rompeu em vários preconceitos porque você achava inclusive que a universidade baixaria o nível com acesso dos das pessoas negras né a partir das cotas das ações afirmativas eu escutei algumas coisas bastante difíceis assim de colegas e
professores basicamente ouvir a como é que vocês vão colocar pessoas despreparadas aqui dentro o nosso curso vai de cair vamos ter que tratar esses cotistas de forma diferente serão profissionais ruins né não vou conseguir trabalho depois porque você Discriminados então era uma série de discursos é que procuravam pelo menos desanimar o movimento em relação às portas essa lenda urbana ela foi completamente colocada é colocada em xeque Por que não se verifica científicamente não há nenhuma evidência que é que estabelece a esse tipo de relação várias teses é várias as ações que mostram que os alunos
que ingressaram por cotas eles tem tanta qualidade acadêmica Quanto qualquer outro aluno mesmo eles tendo entrado com uma desvantagem por exemplo normalmente a UFRGS era uma universidade em que estudava os filhos da burguesia e os filhos da burguesia quando entram na universidade eles entram conhecendo a história através de museus conhecendo a história através de viagem eles têm acesso a falar línguas outras línguas e os estudantes negros não porque os estudantes negros que vem da Periferia que vem da escola pública que vende uma escola precarizada não tem acesso a todo este amor real de conhecimento que
a burguesia tem ao entrarem para a universidade EA Universidade por se obrigar a transpor este ele O que é isso né se tem uma lei que obriga que seja implementado a cota se foi construído todo um processo não só de ingresso mas de permanência de dar condições para os alunos que ingressaram permanecerem seja através de cursos seja através é de bolsas é de alimentação né de transporte de bolsas de auxílio para comprar os próprios materiais ela é fundamental que compreende que é o momento de avançar da pós-graduação que sempre foi um lugar mais ainda é
elitizado e muito mais resistente Com base no discurso da América gracinha né porque também o discurso da meritocracia juntamente com discurso do mito da democracia racial não estão ali articulados o tempo inteiro para poder justificar a ausência dos corpos negros nesses espaços a alguns problemas de pó o som a UFRGS que vem implementando cotas desde 2016 Entretanto é um número pequeno de programas de pós-graduação então nós entendemos que é chegado o momento em que o voluntarismo ou a boa vontade ou a compreensão que esses programas de pós-graduação que já adotaram ações afirmativas teve é um
mérito que eu fiz programas tiveram mas que é preciso avançar institucionalmente e trazer a as ações afirmativas como um dado no âmbito da Universidade nesse sentido se constituiu na universidade um grupo de trabalho sobre a coordenação é da pró-reitoria de pós-graduação primeiro é importante a gente dizer que a pós-graduação mestrado especialização mestrado doutorado é o grande funil não é que é só um funil é uma panela né é os critérios para seleção eles são sempre muito subjetivos eles são o objetivo e ao fim e ao cabo eles dependem muito de um orientador eles dependem muito
de alguém que aceite aquele aluno para ingressar dentro desse processo nós temos que discutir duas coisas com relação a isso sim é a necessidade é do processo de cotas né para o mestrado para o doutorado mas também discutiu próprio processo de seleção do mestrado e do doutorado ações afirmativas na pós-graduação eu diria que tá realmente assim diretamente relacionado a alterações as transformações na estrutura da propriedade ou seja nós precisamos de muito mais professoras professores e pesquisadores profissionais negros e negras em todos os anos EA pós-graduação ela é uma barreira ela é assim fundamental para a
gente poder chegar a pesquisa na época e foi implementado as cotas na universidade a gente conhecia por nome e sobrenome os professores negros que tinham na UFRGS a gente sabia localizar os lugares que eles estavam e isto precisa se mudar na minha perspectiva o acesso de pessoas negras a pós-graduação no Brasil é crucial para a gente de fato transformar as estruturas né construir uma nova plataforma de produção de conhecimento científico Tecnológico de de criação de políticas públicas de promoção de políticas públicas não é pensando refletindo Quais são as consequências dos impactos que o racismo na
sua estrutura causa a sociedade brasileira nós temos também como parte do racismo estrutural o que a gente chama de efeito e tesoura ainda que as ações afirmativas das cotas Na graduação tem um permitido Os estudantes negros entrar em muitos deles e delas não permanece né então os estudantes vão sendo cortado ao longo da carreira então nós nós vamos ter uma pagamento de estudantes estudante negra na pós-graduação e isso vai repercutir exatamente na contratação de professores e professoras negros e negras de maneira permanente Ou seja no Brasil e média nós temos noventa porcento de professores nas
universidades não é 90 porcento são professores e professoras brancas e branco Então temos aí um efeito de Tesoura é assim atroz né ou seja as pessoas negras desaparecem do sistema e após a doação ela Ocupa um papel fundamental porque pra entrar na universidade para fazer com cursos nas universidades a gente precisa de fato da formação completa graduação mestrado doutorado estágio de pós-doutorado sentam a após a doação ela é de fato um trampolim E se a gente pensa na ambiguidade Rafa classe eu diria ainda que a outra aspecto né é a o sistema de pós-graduação ele
é por vezes o look o ceviche uma elite de pensamento uma elite é socioeconômica Então as pessoas negro falar não estão aí e por muito tempo isso foi naturalizado se naturalizou né no máximo um curso de graduação as pessoas negras mas eu acho que o momento é de realmente refletirmos a a construção de um outro espaço de universidade e de disputa né pelo conhecimento que é uma das Ferramentas mais poderosas uma das tecnologias mais poderosas para desmantelar o racismo na sua estrutura mas eu diria que a Universidade Federal do Rio Grande do Sul uma das
grandes entraves é o racismo institucional né E esse racismo institucional ele está atrelado ao racismo subjetivo e o racismo na sua estrutura o reconhecimento que de fato as pessoas negras estão historicamente em desvantagem e a adral do Rio Grande do Sul inserida no estado que é supremacista branco a gente não pode ser ingênua de achar e são ela vai ser uma discussão trivial e eu tenho assim vários exemplos do meu dia a dia dos Meus movimentos né no próprio Instituto de Física onde muitas vezes quando a gente vai fazer esse debate que é um debate
crucial na Perspectiva da raça muitos dos meus colegas esvaziam essa discussão numa justificativa de que não se trata da questão racial mas sim de uma questão social cientistas pesquisadores intelectuais vão se valer o tempo inteiro do racismo científico enquanto que seu decência pra justificar para normalizar para desumanizar os corpos negros Então eu acho que essa é a grande dificuldade que nós temos ainda na universidade Por incrível que pareça as Universidades e alguns não é uma estação são lugares de produção de conhecimento de de pessoas que deveriam faltar os seus movimentos as suas reflexões no pensamento
no pensamento crítico e reflexivo essas pessoas elas Ainda faltam o Rafa se você já aviso humanização dos corpos negros e a naturalização da ausência dos corpos negros nesses nesses espaços recentemente a gente teve o primeiro indígena é doutor né E que é uma felicidade muito grande mas também a gente reconhece que demorou muito tempo né para UFRGS diplomar o primeiro Doutor indígena tudo formou agora e tu pretende continuar seus estudos aqui na URI que fazer um mestrado doutorado e especialização eu tenho vontade de continuar mas o curso de direito até hoje tem a discussão tentando
se iniciar mas enfrenta dificuldades a gente tentou tem tencionar eu mesmo e junto com outros colegas indígenas e negros tentamos fazer algumas articulações para tensionar a abertura de vagas na pós-graduação para indígenas negros e ter essa diversidade não somente na graduação de não precisa ampliar os espaços né mas eu não quero só segredo a gente quer ser Messenger quer ser doutor depois que eu sair da É verdade eu comecei a fazer entrevistas de emprego para escolas particulares em e eu tinha em mente que na minha na entrevista eu diria que eu eu tinha feito o
pelo sistema de cotas justamente ainda pelo pensando na questão política né Foi muito curioso porque a primeira entrevista que eu fiz uma escola particular aqui de Porto Alegre e eu disse na minha fala bom Eu me formei na Universidade Federal eu sou cotista e ela Então disse que isso não era importante para ela o importante era minha trajetória né como professor em sala de aula e eu fiquei nessa escola 15 anos Eu estou aqui no discurso de que nós seríamos é Discriminados é que nenhuma escola Iria me colocar como professor ou um médico por exemplo
que é formado né que te fez pelas cotas também não vai ser um bom médico todo esse discurso caiu por terra porque era justamente um modo que eles encontraram de tentar barrar um direito né que a população negra tem e deve continuar tendo um E aí agora fala para todo mundo que o cotista ganhou o jabuti né como uma liderança minha que faleceu meu tio tem uma liderança histórica nos processos de luta por abertura de vagas no ensino superior do Rio Grande do Sul para nós indígenas ele dizia assim gente nenhuma instituição vai abrir a
porta para nós temos que abrir essas portas infelizmente a O que a lei de cotas no Brasil que ela tenha continuidade que se amplie ainda mais porque só assim ela será possível até a presença indígena Negra população de baixa renda poderão ocupar os espaços historicamente que são da Elite no Brasil não a universidade real sem que o todo da sociedade Esteja dentro dela as políticas afirmativas é uma tática muito importante para a população negra em geral e não só no mundo da educação como também no mundo do trabalho é uma luta de raça e de
classe para o conjunto dos trabalhadores da sociedade e por isto a política de cotas ela é fundamental para nós é muito importante porque de significa toda nossa trajetória toda a nossa memória né nesse outro espaço né ovos afirmativa ver as cotas são importantes numa perspectiva Histórica de recuperar a história mas também de responsabilização contemporânea a política de cota LS o reconhecimento de vida as cotas são importantíssimas para a população negra e possibilitar uma transformação real Na vida de pessoas como eu tô [Música] [Música] ouvindo o teu canto Sentindo o teu cheiro pulo basarios haverá mais
[Música] energia [Música] [Música] Bluetooth 1 [Música]