[Música] k [Música] Boa noite Boa noite a todos bem-vindos a mais essa aula do Instituto esp hoje com o professor Christian dunker que vai falar sobre psicanálise luta e manejos clínicos mas antes do professor Christian dunker entrar eu gostaria de convidar vocês a participar dessa nossa atividade solidária que o Instituto esp tá patrocinando meu nome é Ferdinando Zaparoli sou psicanalista sócio Diretor do Instituto esp e estou aqui para falar com com vocês sobre esse curso né esse curso solidário que nós estamos lançando psicanálise e urgência subjetiva com a professora jiane Gonçalves o objetivo desse curso
é conversar um pouquinho sobre como fazer para trabalhar com o sujeito que sofre um trauma devido a eventos catastróficos né Como o próprio Freud já disse às vezes a psicanálise tem que se adequar às condições que estão acontecendo no momento e nós temos aí uma tragédia no Rio Grande do Sul uma tragédia que foi muito grande que dizimou vidas que retirou casa das pessoas que destruiu cidades como vocês estão vendo pelas notícias Então esse nosso curso tem como objetivo ensinar ou pelo menos dialogar com as pessoas né nos dias do no dia do curso que
acontecerá no dia 18/06 às 19:30 a professora giziane Gonçalves irá discutir com vocês um pouco como trabalhar esse sofrimento psíquico como trabalhar essas urgências subjetivas que nós temos o valor do curso é de r$ 50 ele será certificado por 2 horas e toda a verba desse curso será destinada ao nosso projeto social que continua tendo a vaquinha online que tem o QR Code aqui na tela para quem quiser continuar colaborando conosco E lembrando que o Instituto esp logo logo fará a prestação de contas de toda a verba que foi arrecadada né Vocês terão acesso aí
Pelas nossas redes sociais a toda a verba que foi arrecadada uma boa parte desse dinheiro já foi destinado a Rio Grande do Sul através das doações nós mandamos uma carreta para lá com mantimentos com ração para animais com produtos de higiene pessoal né e também eh alguns produtos de segurança para que as pessoas pudessem continuar trabalhando por lá e nós vamos prestar contas disso então logo logo assim que encerrarmos o projeto Pelas nossas redes sociais agradecemos pela colaboração de todos que estiveram conosco e continuamos pedindo então que vocês além de colaborarem pela vaquinha online participem
nesse curso que será muito interessante para quem pretende atuar nessa área da psicanálise Principalmente quando a gente tem eventos traumáticos Como foi o caso do Rio Grande do Sul agora então no dia 18/06 às 19:30 nos encontraremos para participar do curso da psicanálise e a urgência subjetiva com a professora jiane Gonçalves e agora convido a tela o professor Christian [Música] dunker Boa Noite Christian tudo bem Oi tudo bem Fernando tudo joia gente boa noite prazer muito obrigado muito muito obrigado por ter aceitado nosso convite boa aula para você qualquer coisa estaria aqui nos Bastidores bom
trabalho obrigado podemos começar então eh queria agradecer todo mundo aí que concorreu trabalhou pra gente poder estar junto hoje aqui eh Fernando Ferdinando Fernando Galindo as meninas estão aqui gravando e queria também parabenizar o esp por essa iniciativa de fazer um curso que também ajuda nesse momento eh de Sofrimento coletivo pelo qual Ah o Rio Grande do Sul tá passando né então h o nosso nosso conjunto aqui de encontros Vai Girar em torno da do manejo clínico e do conceito psicanalítico de luto né como é que a gente pode operar ajudar nossos pacientes e nessa
travessia Ness nesse trabalho nesse nesse processo de simbolização se vocês quiserem né Eh com as suas vicissitudes mais ou menos previstas né então eu vou vou convidar vocês a fazerem Um percurso comigo em torno desse livro que lancei esse ano né lutos finitos e lutos infinitos pela Editora paidos né é um trabalho que assim eh me tomou bastante tempo envolveu eh processos pessoais e luto também um trabalho longo com a literatura não só a literatura eh especializada técnica da psicanálise da Filosofia mas também eh da literatura Os relatos os testemunhos as declarações né que vem
que vem cercando elaboração principalmente no que toca a elaboração coletiva do luto na nossa época né então uma breve introdução a à questão contemporânea Do Luto né Eh que atravessa naturalmente a nossa relação social com a Morte e a finitude né né então H Esse é um processo se a gente toma autores como Felipe arier né que trabalhou eh com a com a história da morte no ocidente eh um processo que vem desde a modernidade né tornando o morrer e a morte algo crescentemente silenciado eh invisível eh fora da da praça pública eh terminando na
nosso no nosso momento como uma como uma situação que frequentemente está permeada pelo afeto da vergonha né a vergonha de morrer a vergonha de se ver sofrendo a vergonha de falar sobre isso com os outros né a vergonha que inclusive vai eh assim acompanhando um processo de escrito né pelo lotar né na sua seu trabalho sobre a pós-modernidade como um processo de encurtamento das grandes narrativas né as grandes narrativas políticas grandes narrativas sociais as narrativas culturais e entre elas as narrativas que nos ajudam a suportar e articular simbolicamente coletivamente o luto né então Eh um
dos um dos motivos que me fizeram escrever esse trabalho e pensar sobre essa questão e atualizar de certa maneira o problema do luto foi a leitura de um trabalho do Jean al chamado a erótica Do Luto Jean al psicanalista recentemente falecido eh que perdeu uma filha e que no enterro dessa filha se vê então cercado de psicanalistas e eh espera de alguma maneira que uma que uma palavra seja dita que algo seja dito e eh bom nós analistas especialistas no sofrimento no na Consolação na na arte de dizer coisas difíceis em momentos difíceis bom ele
nota que ninguém tinha nada a dizer né havia um silêncio respeitoso mas uma espécie de Déficit de palavras sobre um assunto né acho que isso combina com esse processo de invisibilização de vergonha em relação à morte de hospitalização né Eh de pensar a morte ou Morrer né estritamente num contexto assim higienista né mas também eh fala da da do decréscimo das narrativas religiosas que se incumbiram de falar sobre a morte eh especialmente em certos circuitos culturais em certos segmentos né Eh como entre entre psicanalistas né então o que teria acontecido que o assunto se tornou
assim meio meio desagradável né Sempre foi em alguma medida mas eh a gente poderia fazer um contraste né com a forma como os ros como os gregos como como muitos eh muitas populações né Eh lidam com a morte e que envolve falar lembrar envolve ritos envolve cerimônias coletivas que também foram se reduzindo no nosso contemporâneo né algumas remanescentes né de formas religiosas a missa de sétimo dia missa de um ano a missa de 30 dias mas no fundo há um pert de encurtamento do processo de luto a ponto de que no dsm5 a gente encontra
lá uma especificação do tipo olha se passar de um mês 15 dias e e a pessoa continuar em lutada eh problemas né pense que pode estar acontecendo uma interrupção uma problemática que remete Justamente a quê a tratar isso como uma forma patológica né Ou seja a ideia de que o luto é uma experiência que traz consigo uma temporalidade absolutamente própria singular né quer dizer que para um pode ir rápido para outro pode demorar né e que essa e essa variação ela ela é uma diversidade humana ela não é não é signo patológico é uma ideia
assim meio meio ã surpreendente de ser introduzido né Por quê Porque a gente imagina certas regularidades né de desenvolvimento certas regularidades de reação e o luto escapa a isso né o luto ele é ao mesmo tempo um trabalho e um ato ele é um trabalho de recomposição daquilo que foi perdido de reconstrução daquilo que que foi perdido e de criação de algo novo né era mais ou menos assim que o Freud colocar [Música] coloc aconteceu alguma uma queda aqui no nosso sistema [Música] eh eu acho que se a gente não ativa aqui ela começa a
falar lá perdão gente mas era mais ou menos assim que o Fred colocava as diferentes tarefas né os diferentes problemas que cercam o luto o luto para psic análise ele não concerne apenas a perda de entes queridos né Logo no seu começo né do texto luto e melancolia ela diz assim olha o luto se aplica né a perda de entes queridos mas ele pode ser também o luto de uma ideia né de uma abstração que substitui representa ou simboliza uma pessoa né pode ser o luto de um país pode ser o luto e aí a
gente pode começar a acrescentar né pode ser o luto de uma época pode ser o luto de um grande amor né então vejam só ampliem a problemática do luto para além de uma pessoa morreu né quando um casal se separa quando uma relação amorosa termina vai Advir um luto isso paraa nossa cultura já é assim quase que uma novidade né por a gente tem vários dispositivos especialmente aqueles que concernem a a linguagem digital em que você deleta você rapidamente elimina você apaga fotos você você transforma com o processo de desligamento num processo de negação por
apagamento né ou seja cada um vai ter seu trabalho de luto cada um vai ter o seu processo mas a gente sabe de algumas condições que são adversas para que o luto aconteça né e a nosso primeiro encontro de hoje né Eh vai focar no manejo Clínico preliminar dessas adversidades e vamos ter aqui então por objetivo decompor a os os elementos mínimos as tarefas mínimas que a gente espera de um processo de luto né É claro que isso é uma é uma segmentação teórica mas pra gente poder dizer assim olha esse trabalho ele ele ele
ele ela se traduz no quê né quer dizer efetivamente eh o que que eu tenho que fazer para para cumprir Um luto então a gente vamos vamos dizer assim a gente tem uma resposta eh no Freud né que pode ser aproximadamente a seguinte né a gente tem que responder a três perguntas primeira pergunta é assim concernente à realidade da perda né ou seja Qual é a realidade disso que eu perdi Qual é o é o estatuto de realidade desse amor que acabou é muito comum pessoas que depois de um grande amor que termina dizer isso
não era uma verdadeira amor por que que não era o verdadeiro amor porque terminou se se como se se o verdadeiro amor fosse eterno um equívoco Mas é uma maneira da gente entender como as respostas das pessoas a idade do que foi perdido são muito diferentes né até do ponto de vista assim estrutural do método estrutural tem uma uma formulação que é a seguinte é hora que algo acaba ou se decompõe ou vira outra coisa que a gente descobre do que que aquilo era feito né a gente rasga uma folha de papel di Ah é
Foi é rasgável né rasgável é uma propriedade que é emerge né do fato de agora eu não tenho mais uma folha de papel eu tenho dois pedaços de papel né isso a gente pode aplicar assim o que que é um corpo Ah o que que é um corpo a gente a gente descobre quando quando não tem mais um corpo que que é a saúde a gente descobre quando a gente adoece que que é Ah enfim do que que é feito do que foi feito aquele amor ah a gente descobre quando ele Ele termina né É
quase que uma uma questão assim ontológica do que foi feita essa perda né E cada pessoa então vai eh mobilizar hã respostas que vão eh do espectro mais eh concreto né de que aquela perda perda de uma de um de um eh de um objeto de uma coisa né até aqueles que vão dizer ah o o problema é que é que eu não consigo definir perfeitamente aquilo que eu perdi naquele que eu perdi ou naquela que eu perdi né Por que que isso acontece né considerando então o perdi uma coisa um objeto coisa né resposta
mais mais primitiva mais problemática né porque no fundo Ela tá dizendo assim eu não perdi nada que se pareça com comigo né e no Polo oposto é a ideia de que olha e essa realidade dessa perda diz respeito à finitude intrínseca da vida humana Ou seja que todos vamos morrer portanto que eu vou morrer também mas essa ideia uma ideia negativa aplicada sobre meu narcisismo que diz o Freud sobre ideias negativas inconsciente no inconsciente nós não temos tempo e nós não temos negação por isso não admite contra ição Ah então quer dizer que esta realização
subjetiva da Morte como negatividade ela nunca será completamente realizada né ou seja aceitar a finitude vai assim se generalizando né ah primeiro AF finitude dos mais velhos depois AF finitude dos animais depois AF finitude das até que vai chegando perto mas o sujeito não consegue né subjetivar completamente sua própria morte né e isso deixa assim um um traço pendente né que faz com que a gente Acredite na morte dos outros mas que a gente mantenha um resto de ilusão de que não comigo não vai acontecer eh quanto menor né Quanto mais depurada é essa hipótes
essa crença Essa ilusão para falar na palavra eh usada pelo Freud para designar né as religiões que se ocupam disso né futuro de uma ilusão Esse é o texto né Eh ess iso é uma primeira tarefa né do qual é a realidade daquilo ou daquele que eu perdi segunda tarefa frediana eh diz respeito a eh que tipo de relação eu tinha com essa pessoa né né do que era feita essa relação né como essa relação permite assim comparar o objeto perdido né com o eu esse trabalho quer dizer o segundo tempo do luto ela vai
implicar duas operações né lendo lá o texto duas operações eh simultâneas comparação e Contagem comparação e Contagem do que que de traços traços que estão lá no objeto traços que eu comparo com o eu traços que eu conto no objeto traços que eu conto no eu esse trabalho Portanto ele recria o processo de identificações que o eu tem com esse objeto perdido né esse trabalho ele vai ã compactando ele vai unificando ele vai reduzindo o objeto perdido né isso envolve identificações alternadas né e afetos alternados que eh acompanham essas identificações né então é muito comum
que no nos primeiros momentos do luto aquele objeto perdido seja idealizado tá as pessoas brigavam de noite tinham ali um uma luta ferina mas morreu virou Santos Ah mas aquilo aquela pessoa era tão boa né você diz duas semanas você estava amaldiçoando aquela pessoa mas agora ela realmente se tornou assim um ente cheio de propriedades mágicas né Cheio de bondades e etc quer dizer isso é isso é próprio né da resposta que a gente tá dando para essa pergunta né quem é esse outro que você foi e em relação a mim a a identificação alternante
ela ela alterna o quê ela alterna o fato de que esse outro me deixou aconteceu porque no fundo eu não cuidei dele o bastante eu não amei ele ou bastante eu não eh a minha presença não foi suficiente para mantê-lo aqui nesse mundo portanto né eu levo na medida que eu também me diminuo né daí eu sentimento tão comum de de de culpa né que dizer ele foi porque Ah eu não não tava presente naquele dia Ah mas estava nos tubos n máquinas e etc não mas mas eu sinto mesmo assim que não estava do
lado dele quando ele morreu Isso me deixa culpado e as palavras que eu não disse e as coisas que eu não falei e esse sentimento muito curioso né a gente vai acompanhando pessoas que que tão acompanhando outras às vezes num numa num adoecimento longo eh que vão Ah que vão ajudando que vai vão cuidando da pessoa e sempre remane essa ideia de que eu não disse tudo ficaram palavras que eu podia ter dito eu não eu não h eu não falei para ele o quanto eu amava ou eu não falei para ela o quanto eu
amava há algo que restou por ser dito e esse algo ele é a fonte portanto né de um de uma espécie de dívida da daquele que sobreviveu em relação àquele que se foi é uma dívida muito conhecida no caso né de de mortes eh trágicas mortes violentas de mortes assim coletivas eh em que um escapa e os outros morrem e o que que aquela que escapa sente a culpa do sobrevivente né quer dizer eu eu não fiz ou eu fiz alguma coisa que ele se for ou ele se foi esse sentimento ele se alterna com
o seu reverso que é o seguinte mas se ele se foi é porque ele não me amava tanto assim é porque e eu eu posso me lembrar agora né veja só no segundo tempo de que aquela mãe incrível eh que assim era boníssima eh eu lembro que uma vez ela me deu aquela chinelada aquela outra vez ela não tava presente no momento que eu precisava e ela me largou para para sair por aí eh eu tenho sentimentos hostis em relação a essa pessoa Esses são sentimentos diz o Fred que em regra a gente recalca né
E esses sentimentos hostis elas são correlatos e o outro me deixou né Toda perda todo luto começa com um ato desagradável de que foi o outro que foi embora eu tô aqui ela foi para outro mundo ele abandonou né E esse abandono né Vamos pegar a palavra vem de bando né abandono né eu não faço mais parte daquele bando você você foi para outras bandas né você deixou esse mundo e foi viver no mundo lá dos Mortos isso recupera o quê de que não foi a primeira vez que você fez isso comigo não foi a
primeira vez que você me decepcionou que você foi hostil que você promoveu em mim afetos hostis não vamos esquecer essa parte na verdade como é que eu faço para eh evitar esse capítulo desagradável aumento a idealização Não não é verdade que ela tinha aqueles lados assim ruins vamos sinaltec ainda mais para ocluir para negar a a contrariedade ou contradição que cerca esse objeto que foi perdido né esse processo então pode ser mais longo pode ser mais curto mas ele envolve né comparação e contágio 1 2 3 4 sim né da aí o aproximação que a
gente pode fazer esse segundo momento com o momento da lembrança né momento da memória o momento em que a gente assim eh precisa assim encontrar as fotos mexer nas coisas as vezes assim desmontar a casa dar os objetos fazer olha só que que trabalho que é um trabalho eh mecânico e manual mas ele é um correlato de um trabalho psíquico né a pessoa deixa muita coisa o que aquilo que você recebe como herança vai continuar com você que que você vai guardar não quero guardar tudo problema sua vida vai ficar cheia de malas que não
são exatamente suas que você tá carregando né como a gente você tem essas descobertas recentemente abriu-se uma Um Quarto em Paris e ela tava exatamente como estava em 1929 quando o sujeito foi paraa Guerra morreu né E a família fechou lacrou e o quarto tava como um museu né muitas pessoas fazem isso como que para congelar aquele instante e não deixar com que aquela pessoa vá embora então que que em regra Ai isso aqui tá eu acho que eu vou ter que interromper o o streamyard né ou reduzir aqui o tirar o volume do computador
de repente total é é que aqui eu não sei como fazê-lo [Música] ã vou tentar aqui quer que euj te ajude eh eu não ele já tá sem volume aqui tem certeza o que será que tem toma então será que não é no próprio computador grande o o Grande tá sem e o pequeno tá sem também vamos tentar de novo que ser [Música] então estamos falando desse processo de n sobra muita coisa né são objetos que representam simbolicamente aquele que se foi e você tem que selecionar você tem que dizer olha essa pedra me lembra
muito essa pedra eu vou guardar essa foto eu vou guardar essa carrinho eu vou guardar esse livro eu vou guardar mas o resto eu vou ter que deixar ir então quanto menos objetos ficam objetos materiais maior a densidade simbólica do que eles representam né então tem aí comparação e Contagem né um 2 3 4 5 você pode escolher eh ficar com 27 pode escolher 11 pode escolher dois mas é um processo psíquico né de Contagem né Eh bom eh esse processo às vezes se prolonga indefinidamente esse processo às vezes ele se interrompe aí tá é
o caso da melancolia onde o Fred diz a sombra do objeto cai sobre o eu então aí eu não consigo mais fazer essa comparação por quê Porque não é o objeto que cai sobre o eu a sombra dele ou seja ele coloca o Eu numa situação em que o eu se torna uma réplica né uma uma um prolongamento projetivo né do objeto Pero então o eu se perde junto com o objeto e é por isso que ele não consegue avançar no processo de luto né ele começa a desenvolver patologias muito muito curiosas próprias né de
estados Agudos da melancolia eh como o Delírio de negações o Delírio de cotar né Qual o Lacan faz inúmeras referências um paciente e uma paciente famosa na salpeter né se apresenta pr pra internação e pergunta o nome dela e ela diz assim eu eu não tenho mais nome porque eu na verdade já morri e a pess diz como você já morreu você tá aqui diante de nós e tal não você tá enganado eu eu eu não existo por dentro Eu não tenho mais órgãos o meu fígado foi arrancado meu baço foi também dentro do meu
cérebro está oco você tá vendo uma ilusão né e a pessoa Claro é um Delírio Em que o que acontece é uma negação do próprio eu da própria experiência né egóica que está ligado à superfície corporal está ligado a afetos está ligado a o sentimento de si o sentimento de si desaparece a ponto da pessoa nesse caso dizer assim olha eu não tenho nome mais mas a pessoa que um dia eu fui chamava-se Janete né e ela vai respondendo as perguntas a partir desse recurso que é a pessoa que um dia eu fui por porque
porque eu tô morto eu tô morto como objeto que se foi Freud diz isso acontece né no caso grave da melancolia Mas isso é ao mesmo tempo uma etapa eh com pela qual a gente encerra esse segundo tempo do luto que é o momento em que a gente morre junto que é momento em que em que os ritos judaicos né a gente corta a roupa a gente ah cobre o espelho a gente se mortifica ou no caso mencionado né do menino que perde o gato né e que fica elaborando o que que foi esse gato
até que de repente ele está miando embaixo da mesa que que ele tá fazendo trabalho de luto né Ele tá se pondo no lugar do gato né está vivendo esse lugar para poder se separar do gato né o vai desde o processo vamos dizer assim do afeto normal que é o luto como diz o Freud até o caso da melancolia um polo oposto a terceira tarefa do luto tarefa poética tarefa criativa né Eh diz respeito a um problema levantado pelo Freud e que é o problema básico desse livro né O problema que eu tento responder
nesse livro problema muito pouco abordado inclusive na literatura psicanalítica que é quando é que o luto termina quando é que ele acaba e a gente vai dizer não mas num certo sentido eu eu vou est sempre me sentindo saudades tristeza aquela pessoa vai continuar comigo é verdade mas isso não é luto o luto é um trabalho tem um começo com a realidade por isso que eu perdi tem um meio que é do que é feita essa relação e tem um fim que é um momento em que o Freud diz precisamente um novo traço se erige
dentro do eu um novo traço se não é só contar e comparar eu preciso criar algo novo um um um um um traço simbólico que representa de forma condensada e unificada aquele ou aquela que essa foi e quando isso acontece né o FR o eu se enriquece ele tem um sentimento de alegria e liberdade e o FR especula ah é porque agora ela ela se libertou do trabalho de luto e enquanto ele tava em trabalho de luto a libido dele se rebaixa o sentimento de autocrítica aumenta o mundo se torna menos interessante eu estou fazendo
essas identificações e reiden eu cul em relação ao mundo eu tenho vamos dizer assim estados de eh alteração da consciência Eu tenho sonhos eu tenho pesadelos eu tenho sonhos de angústia mas quando termina o luto é como se Tod essa trabalho que Eu costumei o eu ela se vertessen [Música] psicanálise é o modelo de terminação Do Luto é o modelo que ele especula também é mais ou menos como assim tomando o tótem Tabu por referência o momento da festa né é o momento que uma vez que o pai foi morto uma vez que o pai
foi devorado ó lá processo de simbolização por identificação nesse caso ã da antropofagia e o terceiro momento em que eu comemoro né no banquete que bom somos como aquele que um dia se foi né e é o momento de alegria um momento de júbilo né então isso implica eh que há uma terminação para o luto que responde a uma espécie de metamorfose do eu da relação com o objeto e da realidade própria interna a esse objeto perdido né bom no fundo nós nós temos vários manejos Do Luto que são concernentes a esses momentos né agora
eh a teoria mais popular mais conhecida sobre luto inspirada na psicanálise a Elizabeth cluber Ross que era psicanalista Suíça vai dizer Olha ess você tem assim um um trajeto né Você tem um uma uma uma linha como se fosse um trem que vai passando por Estações e e ele passa primeiro pela negação depois pela barganha daí Pelo ó pela raiva daí Pelo depressão ó lá depressão não patológica e depois a aceitação né Di também descreve né esses esses processos são cinco etapas né Hum mas o modelo da elizabe cluber Ross não é exatamente falso porque
a gente vê isso nos pacientes mas ele ele leva a gente a um um entendimento do trabalho de luto retilíneo né em que uma vez cumprida uma etapa a gente não vai voltar para trás né E isso não me parece corresponder aos à Clínica né Eh essa ideia de que é etapista do luto a gente poderia contrapor como tento fazer nesse livro A ideia de que o lutro compreende diferentes trabalhos como uma colcha de retalhos né em que você tem vários fragmentos que você tem vários traços você tem vários resíduos do objeto e você se
sente como fragmentado né distribuído né entre esses traços que que é o luto é a costura desses traços a contagem comparação costura desses traços de tal maneira a reconstituir a unidade da experiência então a gente já pode dizer né o Freud pensou desse jeito são três grandes problemas mas agora a gente pode passar pro Lacan e dizer assim olha pro Lacan cada uma dessas perguntas se desdobra em dois movimentos né de tal maneira que em vez de três a gente tem seis né seis eh articulações internas ao luto e que não acontece de forma sucessiva
né eh o luto portanto pode eh ah resolvi esse momento essa questão estou trabalhando ao mesmo tempo na costura de outra terminei de fazer ih Mas sobrou um pedaço aqui Sobrou um pedaço da costura Sobrou um pedaço do pano desfaz Tudo começa de novo ou seja o o truque aqui é eh um trabalho em que a experiência que existiu uma vez com aquele com aquele outro precisa ser refeita de tal maneira que ela de novo mostre a integridade de uma de uma relação e há um modelo lac para essa reconstituição de unidades que é o
modelo do nó bor rumano né a gente tem o Real a gente tem o simbólico a gente tem o Imaginário e eles formam o quê formam uma unidade e a propriedade principal dessa unidade é que se você corta um se você se você eh rompe um os três se separam Olha aí a lógica da Colcha de Retalhos né se sobrou um não adianta vai ter que costurar tudo de novo até a gente colocar todos os retalhos em dia e aquilo formar uma nova colcha né Pode ser que uma parte fique para trás Ok mas isso
que ficou aqui reconstituído representa uma nova combinação ou seja você já tem esse esse efeito assim de criação eh que agora permanece comigo que agora faz parte do eu tudo bem então Eh esse processo vou tentar assim eh mostrá-lo em sequência mas eh não Imaginem que isso acontece em sequência né na verdade é um é um ir e vir né daí a importância na clínica do luto dessa primeiro primeira recomendação geral sobre sobre a nossa escuta diante disso atenção ao tempo atenção ao tempo em que o sujeito está como tecelão né juntando real Imaginário simbólico
né atenção ao tempo dos seus sujeitos porque primeira Primeiro Erro né primeira Eh vamos dizer assim movimentação que não vai ajudar o teu paciente é aquilo que está como motte fundamental na cultura que é Vai em frente acelera trabalha se ocupa faça qualquer coisa volte a viver né veja como a gente tem assim né Por mais boa vontade que a gente tem né eh e e um pouco de despreparo para ajudar o recém lutar o que a gente quer é que ele saia daquela situação já o quanto antes melhor não não se afunde não deixe
a tristeza entrar né Olhe pra frente né faça o balanço rápido né não não não não se fixa Veja isso no no senso comum traz uma intuição psicopatológica que é correta né ou seja muitas muitos sintomas são formados pela paralisação pela fixação pela aderência a um desses trabalhos como se fosse assim os 12 trabalhos de Hércules vamos falar que nos seis trabalhos Do Luto né o primeiro desses movimentos né Eh diz respeito a a situação vamos dizer assim de de recepção da notícia né então Eh de como a gente toma né o contato com morreu
né o momento em que um diz acabou momento em que a gente se dá conta que perdeu né esse momento ele tá associado com um afeto específico com dois aspectos afetos específicos né O primeiro é que a gente reage sistematicamente a isso com surpresa né Vocês já tiveram essa experiência de de levar um comunicado né olha tio x morreu a prima Y morreu tava doente Tá qual é a reação típica eu não acredito né basta ouvir o que a pessoa diz eu não acredito não você sabe que ela tava mal tava em risco podia acontecer
não mas eu não acredito e aí a gente já tem um primeiro termômetro né para o que vai vir depois porque tem graus de descrença né Eh e graus que inclusive permitem falar da descrença como um como um um índice né da Psicose né unglauben Né tá lá no no presidente schreber o estou passando por transformações em meu corpo em meu pensamento que ninguém acredita que não são críveis né eu estou me transformando numa mulher terei uma cópula com Deus darei origem a uma nova raça mas ninguém vai acreditar nesse processo né De Fato né
ess o primeiro tempo né Eh da Notícia ele nos pega nessa nessa incredulidade né incredulidade Por quê Porque a gente pode localizar esse primeiro tempo entre o Imaginário e o real né nesse lugar onde o lac dizer assim aí aí tá o furo verdadeiro está o buraco verdadeiro né e o lac tem essa concepção sobre o luto muito interessante aí que tá lá no seminário cinco seminário seis onde ele vai dizer assim o luto é uma espécia de contrário da Psicose né a Psicose a gente já tem algo que não se inscreve no simbólico né
e que volta no real no luto a gente tem algo que é um buraco no real que demanda né que que que que pede por uma sutura simbólica então Primeira ideia como é que é que esse buraco no real né E essa foraclusão invertida Eh pode se mostrar como incredulidade né Há uma segunda figura uma segunda afeto já presente no Freud quando ele fala do luto que é a dor é a schmer né ou seja nós estamos antes da angústia ão confundir a dor do luto né a incredulidade que acompanha a surpresa que veio junto
com a angústia né na verdade é o traço de surpresa né indica o quão o eu estava preparado adver tido para aquele encontro quanto menos preparados tanto por disposição Quanto por compleição maior o efeito traumatologico da perda então aquelas que está não estavam preparados porque bom a notícia foi um acidente né me pegou completamente então sem preparação há outros que vão ser tolido vão ser colhidos né por uma por uma por uma dor dada a magnitude do acontecimento uma bomba né uma uma coisa completamente fora de de do nosso cotidiano completamente fora das nossas redes
de expectativa né Então como que é o trabalho sinteticamente em torno desse primeiro movimento né é um trabalho que Visa principalmente né elaborar a perda em termos da alternância entre presença e ausência né Eh vamos lembrar que a presença e ausência são os alternantes básicos do processo de simbolização o mais simples né que o Freud entabulou desenhou com a experimento né ou experimentou observ ação do seu neto brincando com o carretel e dizendo fo e dá aqui e lá e o intui ah ele tá brincando ele tá simbolizando através da brincadeira né Eh com com
a experiência a qual ele tá eh submetido né e da ida e da vinda da mãe n e da presença e da ausência da mãe presencia isso é que ele não comanda a mãe vem quando ela quer ele ainda não sacou que chorando ele apressa a vinda da mãe que pedindo ele apressa a vinda da mãe ele tá as voltas com presente ausente essa essa alternância ela vai levar uma primeira simbolização que é assim a presença de uma ausência e a ausência de uma presença isso todo enlutado sabe quando chega na casa no quarto na
no carro daquela pessoa que faleceu e você diz olha eu tô sentindo a ausência da pessoa né Aqui tem uma cadeira aqui tem um sofá Onde ela sentava e eu olho para aquela cadeira e eu vejo a ausência eu experimento a ausência né M muitos ã nesse momento né nesse nessa nesse nesse nesse fragmento né do Do Luto vão eh isso vai aparecer muito na literatura né vão falar de eh assim levanto no meio da noite abro a porta da casa e espero que a pessoa apareça né muitos falam né de alguém andando pela casa
e chamando a aquela que se foi mãe mãe e não é um acontecimento Vejam só né quer dizer fenomenologicamente parece Psicótico mas no fundo é porque nós vamos lembrar não temos o Equipamento necessário para lidar com a negatividade então a gente entende aquela aquela morte como o quê foi viajar vai voltar daqui a pouco lembra que eu tô ainda no momento do não acredito então eu chamo eu ando pela casa eu posso circular pela cidade a procura porque eu vou encontrar essa pessoa tá em algum lugar é como se um lado soubesse que que não
que a morte é um fenômeno Irreversível e o outro lado tem diante de si a mais pura ausência Qual é o qual é o o o problema que pode acontecer aqui né em várias situações por exemplo eu tô grávida e perco um filho eh eu não consigo me ocupar desse luto eu tenho que negar esse luto para continuar a investir na gravidez em que eu estou H que eu estou vivendo né Eh eu eu posso viver essa perda como Muitas pessoas dizem assim olha ele tava ali no veló e tal mas é como se não
tivesse acontecido nada Ele tava neutro ele tava anestesiado di efeitos primeiro trabalho primeiro momento do luto né que que que que trata isso né O que que a gente tem que fazer para lidar né com esse eh com esse eh momento insistir num aspecto inverso a do Freud e que a gente vai encontrar no Lacan os ritos coletivos encontre os outros lembra-se dos outros e principalmente Vá ao funeral por quê Porque o funeral e o trato com o corpo ele coloca vivamente essa ideia de uma presença o corpo está ali de uma ausência a pessoa
não está ali né a a você tem a concretude né daquilo que será o simbolizando né a presença de um ausência e ausência de uma presença eh famoso assim o caso de um paciente que perde o analista o analista morre e na na mesma tarde o o paciente diz olha eu tô tiha uma ligação tão forte com ele que eu preciso preciso de um analista para me ajudar a lidar com a perna do meu analista ele procura o Lacan e o Lacan toma um susto disse Como assim tava na lista morreu F é morreu mas
eu tô aqui atrapalhado eu queria falar sobre isso e l dizendo depois você vai falar sobre isso agora nós vamos ao eloro agora nós vamos ao enterro porque essa a maneira né de eh aproximar o sujeito da experiência né de impedir que o luto seja negado né Há inúmeras situações em que o luto é negado né uma gravidez indesejável EA bom tem uma perda mas eu não queria que que tivesse e eu tô focado em outra coisa em outro alguém Eu odiava aquela pessoa há vários casos em que então a gente tem que Opa mas
essa perda aqui não parece que não aconteceu nada e às vezes passou-se anos às vezes passou-se meses e e aquele momento escuta amigo morreu né ah não mas covid eu não tava lá eu tava long longe sabe eu não tenho certeza que isso aconteceu eu sei que aconteceu mas eu tô no ã não AC crível não acreditável ajudar nossos pacientes a acreditar ference é um mestre nessa arte né ao introduzir essa ideia de que a experiência precisa ser autorizada né a gente precisa dizer para nossos pacientes olha morreu foi-se acabou né vamos vamos contar isso
de novo juntos né a Teca seja assim que a ficha caia bom o segundo movimento né Eh interno ao luto diz respeito à passagem da ausência para o vazio né E essa passagem ela acontece né pelo deslocamento das questões em torno do do incrível do do não acreditável para as questões em torno da angústia né então às vezes se prenuncia em sonhos de repetição informações de angústia em assim uma uma alteração da relação corporal deixei de comer deixei de andar deixei de dormir eh processos que indicam o uma expressão muito feliz o lac para designar
esse esse esse trabalho né ele diz assim é o o a loucura provisória que toda todo luto traz consigo né um sujeito como Hamlet né lembra Hamlet volta né reencontra o pai o pai diz ah olha eu fui assassinado e daí o que acontece ele vira um louco ele vira um delirante Ser ou não ser is a questão quem será que sou o que que é o mundo n claro que é uma é uma loucura teatralizada mas que o lac assim isso acontece isso acontece na na realidade E isso tem que ver com essa passagem
né da figura do negativo da ausência pro vazio né e os pacientes dizem é um vazio fundo é um vazio Ah que me levaram um pedaço né a música do Chico Guar que é a parte amputada de mim a parte exilada de mim Eh é o luto que a gente pode dizer assim né Eh como devastação narcísica e eu morri Eu sinto que eu não eu estou ouco por dentro uma expressão que muitos pacientes dizem e que a gente deve estar preparado para Opa Isso faz parte cada um vai enlouquecer ao longo do luto eh
conforme vamos dizer assim a sua loucura primária né os obsessivos se tornarão mais obsessivos os histéricos mais histéricos os fóbicos mais fóbicos ou passarão por grandes transformações na sua compleição narcísica ou seja a ideia de que o outro foi embora e me abandonou é um choque é uma pancada no nosso narcisismo logo esperem né e e e se se preparem para eh operações concernentes né à recomposição do narcisismo né Eh altíssima idealização não não ajuda o teu o trabalho narcísico né a altíssima investimento no Eu ideal também não ajuda eh altíssimo eh adesão às vezes
estatizada dramatizada ao sofrimento né não faz parte né mas eh não não não favorece a a a confrontação né que o que o angústia causa ou seja induzindo uma crise narcísica bom acompanhar nossos pacientes nesse momento né seguir com a com a sua forma de enlouquecimento estar preparado para isso não se assustar que é bom vamos ter uma Psicose aqui é uma Psicose e vamos dizer assim que é uma loucura não é uma Psicose é só no terceiro momento que então a angústia do vazio se transformará em perda muito importante a gente ter o termômetro
né de que Poxa mas então agora eu tô vendo né eu tô contabilizando eu tô contando né que foi o o o a extensão da perda ou seja a volumetria que aquela pessoa ocupava na nossa vida e aí a gente vai entrar né vai passar da frustração para a privação aí a gente vai passar eh da repetição né A me abandonou de novo ah de novo numa crise narcísica para o processo de recordação né seja recordação ela demanda né ela se faz necessária ela ela ela ela precisa acontecer quando eu estou diante da perda mas
o que que acontece na nossa na nossa Cultura em geral isso se dá depois de um tempo depois de alguns meses no momento em que todo mundo voltou a assim a sua vida normal ao trabalho a a um certo resguardo e e e e compreensão com o outro né quer dizer deixa ele nesse momento de introspecção nesse momento em que todo mundo foi embora é um momento você precisa falar com alguém e falar com alguém por quê Porque a gente não rememora a gente não lembra no sentido terapêutico né no sentido transformativo eh só sozinho
nós precisamos do outro né o momento da perda é também o momento mais eh propício para que a perda entre em transferência por quê Porque elaborar uma perda elaborar a cadeia de perdas que antecederam né como você lidou com outros como você se virou com outras situações como essa né ah vamos rememorar vamos lembrar né vamos lembrar que no fundo aquele que se foi é mais um que se foi e aquele que se foi ele ele deixou rastros resíduos né de uma memória que precisa ser feita coletivamente então aqui já vai um um manejo diferencial
né teoria do luto eem Freud né Ela é uma teoria de como o aparato psíquico lida com essas figuras individualmente e a teoria do luto no Lacan é a teoria de como a gente articula o nosso luto a partir do luto dos outros a gente não faz o luto sozinho né textual a gente precisa num primeiro momento dos suportes né rituais da missa da oração da despedida do cemitério da até dos ritos jurídicos né do inventário da herança mas coletivo por quê Porque coletivo é também a memória so transferência e o que a gente precisa
para tratar a perda e é basicamente isso que engendra uma abertura para transferência ainda que seja uma perda de saber que foi que eu perdi naquele que eu perdi ainda que seja uma eh tentativa de suturar a perda com objetos né muito comum eh nesse momento nesse momento de confrontação com perdi o impulso a substituir Ah meu cachorro querido morreu tô muito triste aí chega alguém não vamos comprar outro lá você pode estar desfavorecendo o luto no seu amigo por qu porque ela ela quer saber da da da realidade da dimensão daquela perda não é
o momento de substituir aquela perda por Outra perda mas de de ligar aquela perda com outras né perdas anteriores e é por aí que o luto freudiano vai se resolvendo né é quando a gente conecta aquele evento com a nossa E aí é uma expressão que eu tô sugerindo né com a nossa cadeia de lutos Ou seja todos nós temos uma história de perdas ah perdi meu pai ah perdi a escola ah Perdi aquela cidade onde eu morava ah perdi a língua que eu falava ah Perdi aquela minha amiga que você foi bom essa cadeia
de lutos ela é ativada pelo processo da lembrança pelo processo da do do vazio por processo da ausência a ponto de colocar então a recordação contra a repetição né Recordar repetir e elaborar Essa é também uma fórmula possível para o luto né bom mas é só depois então né ou só depois nesse trabalho né Eh sincrônico e diacrônico nesse ir e vir nessa nessa montagem precária Opa formei uma unidade não não é porque falta um pedaço opa formei já tô pronto aqui não não não não acabou amanhã vem um outro dia terrível chuvoso com lágrimas
internas externas né E então ausência vazio perda o quarto tempo quarto momento quarto trabalho do luto tá ligado propriamente é só aí que a gente chega à falta né a falta no sentido conceitual da falta né a falta no sentido da castração simbólica né a falta no sentido da nomeação e da elaboração né ou seja e é a falta o confronto com aquilo que há naquela perda né de reedição da castração castração perda simbólica de objeto Imaginário o que que acontece nesse momento a imaginar iação né a idealização ao sobre investimento narcísico os processos imaginários
elas se articulam né com os processos simbólicos a partir dos quais eh essa essa vazio ausência perda agora pode se encadear com outras perdas a partir da falta né então aqui a gente vai ter processos de inumação né então poris a tradição Judaica demora um tempo para pôr a placa com o nome né Ah tá lá então agora a gente escreve o nome né o nome não no sentido claro que o nome da pessoa a gente sabe qual é mas a nomeação da perda né convocação do significante o nome do pai a articulação daquela perda
num sistema simbólico a articulação desse sistema simbólico numa ordem simbólica tudo isso então está pondo assim em marcha uma espécie de reedição da castração M importante pros nossos pacientes muito importante no sentido da direção do tratamento mas também muito sensível Porque neste momento muito frequentemente quando temos uma estrutura psicótica não desencadeada ela vai desencadear ela pode desencadear nesse momento porque você vai convocar o nome do pai em oposição simbólica ao outro Opa tá dada essa injunção né esse apelo né que o outro faz para se vamos dizer assim encontrar um novo lugar agora bom eu
estou sem ele eu estou sem ela ok Você tem a tarefa para si de um novo lugar e a metáfora paterna os processos metafóricos são vamos dizer assim o caminho para esse novo lugar e portanto cada cada luto vai ter um momento assim de reviravolta Ou de reinstalação ou de recomposição da fantasia ou do fantasma né ou seja em um momento em que em que aquela perda toma lugar no fantasma do sujeito né em que eles I Na verdade eu já tinha perdido né e eu nunca tive e a gente vive com isso e essa
falta é incurável e essa falta incurável eu posso posso trocar com os outros os outros também têm essa falta né bom o quinto movimento ele diz respeito à passagem desta falta para uma outra função do objeto perdido que é a função da causa né então aqui eh uma uma novidade vamos dizer assim recolhida né da das diferenas teorizações sobre o luto e que eu chamei de momento estético Do Luto né eh voltando àquilo que disse no começo né as grandes narrativas declinam as a gente já não tem mais esse apoio essa credulidade né nas narrativas
religiosas mas o que que a gente faz para dar conta do luto hoje escreve pinta faz dança cria teatro ou seja há algo no luto que é fortemente impulsionador da sublimação é fortemente impulsionador da cria Isso só acontece quando a gente consegue articular a falta como causa quando a gente consegue colocar portanto aquela perda no lugar do objeto do objeto a do objeto que sempre esteve perdido do objeto que é causa de desejo do objeto que engendra uma relação ã de aceitação vamos dizer assim da perda é o único motivo pra gente realmente aceitar a
perda el diz assim não mas ela já tava antes né Ela já me acompanhava antes eu eu Agora consigo identificar uma perda com outra elas são semelhantes né E aí a gente chega no sexto e Último Movimento que é um movimento muito interessante porque ele no fundo implica uma espécie de decisão né ou de escolha né mas não escolha inconsciente né na escolha da neosa né a escolha do sintoma aquela escolha que a gente não Não Para e delibera e minha vontade é A ou B porque no fundo a gente tem aqui no término do
luto Dois caminhos um caminho que eu caminho freo né que vai dizer assim consegui integrar esse objeto perdido à minha cadeia de lutos portanto eu consigo me separar dele eu consigo dizer tchau eu consigo dizer você pode ir né Eu te deixo ir porque eu guardo você comigo porque eu canibalizem você eu comi o pai da Horda primitiva agora morto e ela faz parte de mim e ela está comigo né Ah legal isso equivale né a uma a uma recomposição isso combina com com a alegria isso combina com a libertação mas isso encerra o luto
né Eh isso é um ato subjetivo muitos pacientes passam muito tempo sem se dar conta que um dia é preciso declarar o fim um dia é preciso por um ato né Di ato no sentido lacaneando né dizer ato sem sujeito eh gente acabou muito frequentemente esse momento tá marcado por um sonho né Olha só o sonho é é uma produção estética né É um sonho e que bom apareceu Então para mim e disse tchau veio e eu não senti tristeza Mas eu senti saudades apareceu mas e E era uma coisa que simbolizava essa pessoa né
uma espécie de fecho que cada um dá é que é É uma Nato subjetiva um tempo Lógico né de encerramento mas há uma segunda forma de separação né que diz respeito a transformar a nossa perda né numa perda coletiva ele gira num eh objeto coletivo tornar aquela experiência tão próxima tão íntima tão particular algo que eu quero que fique em aberto que eu quero que isso se transfira isso se conecte com outros lutos né É o caso eh que eu gosto de contar da correspondência entre Freud e be wanger né be wanger e perde um
filho escreve pro Freud o Freud manda uma carta linda para ele dizendo olha essa é a perda mais inaceitável que existe esse é o luto mais e impossível de de fazer isso é contra a natureza isso é contra ordem do mundo isso é uma dor infinita mas né conforme o dito judaico isso também passará Mas você vai passar por muito sofrimento você vai passar por ondas de angústia mas isso tem fim e o bwang recebe essa carta e E aparentemente essa carta tem uma função que é essa função que a gente estava falando de o
que a gente tem a dizer para o in lutado né o que do que se trata de falar né quer dizer não precisamos contar as histórias metafísicas Mas temos que dizer da ausência do vazio da perda da falta da causa e temos que dizer desse momento tão bonito em que o freed consola o amigo em 1918 o Freud perde sua filha querida Sofie sua filha preferida pra gripe espanhola e pra gravidez sequencial que ela teve e não se conforma porque meio um erro médico falta de Providência deslecho aquela perda que a gente diz assim não
precisava ter sido assim e bom eh em meio ao seu luto ele recebe uma carta do pins V Freud e agora eu vou te lembrar daquele momento que você me escreveu e disse isso e na hora eu fiquei um pouco bravo mas entendi suas palavras foram muito bonitas foram muito importantes e e e e agora eu devolvo a você a carta que um dia você me mandou né ou seja isto também passará né estamos juntos né Nós estamos veja só essa essa junção essa transferência ela é motor do para o trabalho né discursivo rememora recomposer
responde pro Freud agora agora é sua sua vez isto também passará e o Freud então inusitadamente responde para o binbang Mas eu não quero que passe este luto não será encerrado este luto permanecerá aberto e veja is é um problema meta psicológico porque o fride não tá dizendo como um depressivo eu não consigo como melancólico me faltam condições como alguém tomado pelo luto espectral não estou vivendo aqui num estado entre o Vivo e o morto entre o morto e o Vivo não a resposta do Fred a resposta também em ato dizendo quero que o meu
luto se Infiniti por quê Porque a causa que eu gerou está em aberto opção é uma opção que torna o lato de luto um ato ético Como já era em Freud mas também um ato potencialmente político seja de dizer Enquanto essa história não for bem contada me recuso a fechar o luto s Maria Franco enquanto esses 30.000 desaparecidos argentinos não forem reconhecidos pelo Estado com seu nome com a reparação Eu recuso a Encerrar meu luto estou lá escrito em pedra né na ah Bahia do Plata onde estão as elaborações coletivas para perdas massivas como covid
para perdas Em que em que você não tem o nome das pessoas em que você não tem o corpo ó lá todos os elementos que a gente lancou aqui como problemáticos e que a gente não tem memória coletiva e que a gente não tem a família junto né quer dizer isso tudo Podem sim gerar efeitos e lutos interminados patológicos mas há lutos interminados não patológicos mas são aquelas que dependem de uma espécie de ato que às vezes a própria sujeito dizer não eu não sei porque eu estou agindo assim eu não sei porque eu estou
eu estou me declarando em luto aberto e conciliando articulando esta cadeia de luto não com os meus lutos perdidos né não com a história das perdas não com a história dos desejos desejados não com a história das ausências né mas com a história dos lutos daqueles com quem eu tenho um pacto né Eu tenho um trato de viventes né em que temos que fazer juz aos que se foram né temos que fazer assim o justo funeral a justa lembrança aos que se foram e também articular esses que se foram com os que virão né com
os que ainda não nasceram e essa é uma tarefa que coloca então o luto não só como uma orientação pro passado mas como uma máquina de produção de futuros indeterminados e Futuros ainda não decididos então É isso aí gente quero ouvir as perguntas né Acho que já fomos aqui longe Ah acho que que tenho problemas com o meu computador que jamais funciona quando a gente precisa bule do céu essa Engenhoca que o senhor produziu aqui está nos deixando na mão novamente algo deu errado estou entrando aqui com de novo no streamyard para a gente fazer
as nossas perguntas Enquanto isso você quer ler uma primeira pergunta para mim Professor Carmen lcia professor e quando não há o corpo para realizar esse ritual de luto então a gente passou por essa por essa situação ah estamos passou por essa situação aqui né mencionou como uma das situações mais difíceis né para o o processo do luto porque isso vai afetar muito essa primeiro movimento em que eu vou ler o a morte eu vou ler a perda com ausência né como é que eu como é que eu encontro com o impossível né o corpo morto
é muito importante para isso né como a gente pode se virar né numa situação em que em que o corpo está ausente o corpo corpo perdido o corpo não é encontrado né como pensar em qual é a função desse corpo né é a função de dar um lugar simbólico para aquela pessoa né esse lugar simbólico pode estar num cemitério pode estar no lugar em que a gente jogou as cinzas pode estar na casa daquela pessoa pode estar naquilo que são as remanescência da passagem dela por essa por este mundo mas a falta do corpo coloca
como a tarefa mais aguda mais Eh vamos dizer assim importante fazer lugar n Onde esta pessoa que se foi existia para você onde ela está uma pergunta que é no fundo a pergunta infantil Diante da Morte assim como a criança tem as suas teorias sexuais infantis né início Universal do falo teoria CL local ela tem suas teorias existenciais sobre a vida sobre a finitude da vida então que que você responde quando uma criança pergunta para onde foi o avô Para onde foi a avó Alguns vão dizer tá no céu outros vão dizer está aqui Isto
é muito importante com os nossos pacientes né encontrar um lugar não precisa ser o lugar objetivo e físico ele pode ser uma palavra mas que seja uma palavra que faz lugar né então já que você falou de criança acho que dá para puxar da Bruna Porchat poderia falar um pouco do luto na clínica com crianças Olha Há um livro eh incontornável né da Janette né Eh chamado a a morte na criança morte para criança né onde ela ela fala de como a descoberta da Morte né Ela é um acontecimento na vida de uma criança sempre
né então a gente pode dizer assim tem lutos que antecedem essa descoberta né é que são a gente vai dizer assim lutos Onde vai haver uma ressignificação contínua né onde a pessoa vai um pouco como acontece quando a gente tem um um parente querido com uma doença degenerativa um Alzheimer em que você vai perdendo a pessoa progressivamente ih perdi mais uma vez Perdi de novo ela não tá mais aqui ela foi embora às vezes está lá vegetando mas já foi mas não para a criança muito pequena é mais ou menos assim isso tem efeitos ã
vamos dizer assim na na Constituição da subjetividade porque ela vai se dando conta da perda da falta da ausência ao longo do seu próprio crescimento né isso muitas vezes associa o crescer com perder né crescer com se dar conta da perda e podem acontecer recus paralisações dificuldades decorrentes disso né Assim como podem acontecer saltos para a frente né muitas vezes são crianças que crescem mais rápido que o seu próprio tempo que tornam adultos antes que que são precoces em tudo como uma espécia de assim Eh quero quero me encontrar mais e mais com esse que
eu perdi e que eu estou assim descobrindo na medida que eu vou me dando conta né desses a Janete elenca né várias várias vários eh movimentos simbólicos necessários para que a morte incida e que portanto você tenha luto propriamente dito né Então você tem que ter ideia de irreversibilidade né de que não é uma viagem não vai voltar porque antes disso criança acha que como a gente viu no primeiro tempo né na primeira ela ela tá simplesmente longe qual é o problema disso porque ela não volta porque ela não percebe que eu tô sentindo falta
por que ela não atende a minha a minha saudade só vai se resolver mais adiante né segundo lugar problema da causalidade né Por que as pessoas morrem O que leva elas a morrerem as doenças a a violência etc criança precisa elaborar isso terceiro lugar ela precisa sincronizar duas coisas que é o valor que o outro tem para mim né seja eu posso perdê-lo então aí começa perda de uma amizade perda do amor perda de um laço né que a criança vai experimentando e descobrindo mas também ou seja sincronizar isso com o f de que o
outro pode me perder Será que ele aguenta me perder ess é uma pergunta bem lacaniana tão angustiante perder o outro quanto experimentar o que que a minha perda pode representar para esse outro minha mãe não vai aguentar não posso morrer porque sen não ela ela ela vai morrer então então isso isso não é claro de antemão Isso é uma conquista para criança como é uma Conquista vamos dizer assim a própria castração né então é é um sinônimo né da castração a relação com a morte né Eh Além disso você tem mais então três ou quatro
condições que é assim que a criança precisa entender né você assim rápido né a diferença entre a família e a sociedade né entre entre nós e elas entre a casa e a rua né antes dessa diferença não dá para imaginar o que que são mundos né o mundo dos vivos o mundo dos mortos o mundo dos não nascidos né então antes antes dessa separação o luto propriamente dito difícil de ser de ser entabulado né segundo lugar ela precisa elaborar relações de proximidade distância né que a gente já viu terceiro lugar precis elaborar relações entre o
segredo o íntimo o pessoal o próprio aquilo que que é o insubstituível em mim né e o distante o impróprio e o comum né Eh pra gente ter por exemplo o impacto de que eh perdi meu pai ah compra outro não você não vai conseguir outro pai outra mãe outro tio outro amigo porque aquele é aquele né E essa ideia ela não é natural a gente conquista isso né esse sentimento de insubstitu ilidade e a última condição né e portanto o luto em crianças pequenas vai depender em que quão pequena vai ser a criança né
é a ideia eh do que que distingue né o animado do inanimado né Ou seja a questão do cadáver né o cadáver é é é é a pessoa sem a sua alma né sem a sua aquilo que a anima né aquilo que a põe em movimento né e que define no fundo o que que seria uma compreensão de pessoa capaz de condicionar todo luto possível né para você ter um luto você precisa responder né subjetivamente a essas condições que mais eh e o luto na psicote muito bem colocado porque a gente pode dizer assim o
luto enquanto trabalho é vamos dizer assim de extremo risco pra Psicose porque ela pode ser eh safar vamos dizer assim articular eh a morte com o recurso à distância no fundo eh ele não não morreu ele tá ele tá em algum lugar ele tá em outro plano ele tá lá existindo né é uma maneira da gente não confrontar o Psicótico com a realidade real da perda e o mesmo vai vai se aplicando à outras oções né na Psicose a gente tem uma articulação possível do vazio bom em relação à falta a gente dizer olha a
falta talvez ela não seja articulada do mesma forma como é pr neurose em estruturas metafóricas Então você vai ter que lidar com a falta a partir da conexão entre diferentes cadeias metonímicas né você lida por contiguidade né você tenta articular pelo menos duas metonímias para dar conta de uma da da metáfora né da falta que é o lugar simbólico do outro que você foi né Vou dar um exemplo mais assim eh tangível né e é um paciente Psicótico que eh perde o pai e e ela fica nesse momento do unglauben né Não acredito né no
fundo o Psicótico ele vai ele vai ter uma inquirição sobre a morte ou ele vai ter uma indiferença em relação a ela né ou seja uma inquirição que é o que significa Exatamente isso né Qual é a significação da dessa perda né Isso pode congelar o sujeito numa numa busca como desse paciente que perde o pai el diz não mas assim é como se ele perguntasse O que significa perder né E e aí ele começa a a intuir que o pai está em algum lugar né e ele começa andar pelo mundo sentindo Será que aqui
está o pai será que aqui não está como quem procura do pai né e veja só que interessante né Essa procura passa pelos países que T uma metonímica com esse pai então o pai havia estudado na França ele vai pra França o pai havia passado pela Alemanha então ele vai pra Alemanha Ah o pai gostava de música inglesa então ele vai pros Estados Unidos e depois vai pra Inglaterra Ela tá ou seja em apropriações metonímicas desse desse pai perdido né E daí um dia ele tá em Paris as voltas com essa inquietação e ela contra
um cemitério né um cemitério muito famoso em Paris chamado Perla ches per laches quer dizer pai la chese e ela recebe isso como uma resposta né uma injunção delirante uma resposta à sua inquietação onde é que está o p p per lache só pode estar lá tá escrito per então el vai ao ao ao cemitério um cemitério grande né ele passa um dia dois dias três dias e ele não encontra Onde está o pai né Onde está veja o que interessante né quer dizer é o nome do cemitério mas ele intui que em algum lugar
de Perla chees está o perra está o pai né e obviamente não não encontra daí ela ela vai a um a um hotel né próximo e e e lhe vem a ideia de que então para encontrar o o pai perdido e ela tem que morrer porque o cemitério ali estão os mortos né então o pai está ali e então ele morrendo ele encontra o pai né e eh como é que ele como é que ele como é que ele faz para morrer né ele encontra uma espécia de Divã né de de de poltrona reclinada e
e se põe nesse lugar à diz agora então eu vou morrer né uma coisa né que talvez para outros não faça sentido mas para um sujeito num funcionamento Psicótico faz todo o sentido né que ele de alguma forma não é que ele ia se matar não é que ele vai pegar um revólver uma faca e tal ele vai um ato subjetivo né um ato de vontade né um ato de deliberação assim agora morreram e ela passa um do TR Dias eh nada acontece ele continua ali e aí ela faz uma uma um Pânico ela faz
uma uma reação vamos dizer assim de dissociação mais grave é levado para para para um hospital e ali encontra um psicanalista né e o psicanalista saca uma coisa muito importante né que que acalma esse paciente porque ele diz assim mas ah por que que você escolheu aquela poltrona para morrer eu pass não sei por Não a cama porque não outro lugar né Veja a a a sagacidade né Clínica ele tá perguntando onde é que é o lugar né onde é o lugar do pai não o pai concreto real e etc né e e a e
a e a resposta do do do paciente é bom não sei não sei por nesse hotel não sei por nesse lugar e tal até que o vai vai extraindo né como é que chama essa essa poltrona em francês né ah é uma che longa per la né Ela sacou que a escolha tinha uma relação né com a palavra per cadeira é poltrona em francês né e a hora que ele diz isso o paciente o paciente Ah mas agora tudo faz sentido agora agora entendi onde é que está meu pai meu pai está no pé lá
ches eu encontrei ele Ah tá tudo bem Já a crise psicótica ela é estabilizada por essa eh Alguns vão chamar isso de uma metáfora delirante tudo bem sim poder uma para encerrar hum Claro claro eh a Andressa pergunta como seria o luto por alguém que cometeu suicídio Já que é algo tão velado então é um dos lutos mais complicados né E que frequentemente eh assume a forma dessa modelo assim de um luto infinito né porque no no caso de um suicídio a gente tem eh uma morte em estrutura de carta né É como se ou
se mesmo que ela não ou ela não deixe uma um um um escrito né o ato mesmo ela faz um endereçamento a algo ou alguém né então Aqueles que perdem eh uma pessoa nessa circunstância se vem eh às voltas com um trabalho de luto suplementar que é assim para quem é essa carta né Eh a quem Esse ato se destina né ela me convoca de que maneira né ele ele está dizendo para alguém né é muito comum que os mais próximos peguem essa carta Diz ela é para mim né e tá dizendo você não foi
suficiente né você não foi suficiente para que eu permanecesse aqui né você não foi suficiente para Ah o seu amor não não garantiu aquilo que seria a minha permanência nesse mundo né e isso eh bom traz uma série de dificuldades paraa gente entender que esse ato é um ato de desamor por um lado mas ele pode ser também um ato de amor ele pode ser entendido como um ato de separação amorosa né então esse entendimento É vamos dizer assim uma construção que às vezes dá para fazer mais facilmente menos facilmente com com o o paciente
vamos supor assim que que que tem um suicídio na família que tem um suicídio de alguém de alguém próximo né mas a Boa Nova é que de certa maneira a o contato com o suicídio cria uma abertura para a ideia de que nossos lutos são infinitos Ou seja que aquela carta que mesmo que eu tomei ela como se eu fosse destinada para mim que que eu posso fazer com ela senão passá-la à frente passá-la adiante né E e esse destino liga né aquela perda com todas as perdas que a gente vai dizer assim sem sentido
eh que eu não sei o o que perdi naquele que eu perdi eu não sei a realidade da perda ou sejaa responde de forma contundente se transformando num Enigma vivo para aquelas que permanecem né como deve ser né O Enigma da finitude O Enigma da Morte O Enigma da da da do não fechamento da significação ã da vida né porque a morte que dá essa significação mas ela uma significação incompleta né é uma significação que que supera os viventes nós precisamos dos que já se foram para entender os que ainda não vieram [Música] tá bom
uhum encerrando E aí chegamos ao fim então na semana que vem a gente a gente volta né Vamos ao longo dos nossos encontros detalhar né esses esses seis movimentos vamos falar das patologias específicas Do Luto vamos falar de variações do luto eh eu diria assim fálico e não todo fálico vamos falar da antropologia do luto né antropologia comparativa Do Luto vamos falar dos processos de estranhamento né e do do Paradigma totemist e do paradigma perspectivista para entender o luto e que que permite a gente pensar essa nó Romano como um nó de múltiplos encadeamentos mas
isso a gente vai ver nas nossas próximas jornadas vejo vocês terça que vem i [Música]