Retomamos, hoje, mais um episódio de Gênesis. Vamos, aqui, saudar e agradecer a todos os internautas que acompanham o episódio. Que Jesus abençoe a todos os lares, a todas as famílias e todos os corações que nos acompanham.
No episódio anterior, nós ficamos, ainda, meditando, tentando compreender aquele aspecto da árvore do conhecimento do bem e do mal e nós iniciamos pela leitura de alguns textos, que nós vamos retomar, hoje, aqui, e darmos sequência, porque nós chegamos à conclusão que não podemos trabalhar com nenhum dos dois extremos de que a proibição de se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal seja uma proibição de que a criatura alcance o infinito da sabedoria que somente pertence a Deus. Isto é impossível! Não se pode proibir algo que é inatingível para a criatura.
E, também, não podemos enxergar nessa determinação uma proibição de que a criatura abandone os terrenos da ingenuidade, da infância espiritual e ingresse nos campos da sabedoria, do aprimoramento, do aperfeiçoamento, em que os seus horizontes de percepção se ampliam cada vez mais, que ascende degrau acima na evolução. Então, essa ordem só pode representar algo que é muito mais complexo. É a criatura afastar o Criador da sua posição, afastar o Criador do seu papel centralizador, do seu papel de determinação da lei divina, porque essa lei emana do caráter de Deus.
Deus possui uma natureza íntima e essa natureza íntima impregna toda a criação divina, ela pode ser percebida em toda obra, em toda ação, em toda manifestação ou, como dizem os cabalistas, em toda emanação de Deus, está sempre impregnada de seu caráter. Esta é a lei de Deus. Quando a criatura, usurpando as funções divinas, pretende legislar para si e pra aqueles que a rodeiam.
Daí, sim, ela está incorrendo na proibição de Gênesis de se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Não é simplesmente o conhecimento passivo. conhecer bem e o mal É conhecer no sentido de determinar, de alcançar as infinitas expressões do bem e do mal.
Isto não é possível para a criatura. Este é o sentido de conhecer: para que eu pudesse aprender o infinito nas nuances do bem e o infinito das nuances do mal eu teria que ter criado, legislado ó bem legislado que é o bem por via de consequência, define o seu contrário, que é o mal. É esta a proibição: de a criatura usurpar a função do Criador.
E, mais: não só usurpar a função do Criador, como afastar-se de Deus, rejeitar a paternidade divina. Por isso que, na questão nº 135 do livro O Consolador, muito inteligentemente, perguntam para Emmanuel: “se o determinismo divino é do bem, quem criou o mal? ”, porque Deus só pode determinar para o bem, tudo só pode caminhar para o bem, então, quem criou o mal.
Emmanuel explica: “O determinismo divino se constitui de uma só lei que é a do amor para a comunidade universal. Todavia, confiando em si mesmo, mais do que em Deus, o homem transforma a sua fragilidade em foco de ações contrárias a essa mesma lei (. .
. )”, a lei de amor. Então a criatura se transforma em umaespécie de tumor cancerígeno, é um foco de ação contrária à lei do amor.
“(. . .
) efetuando, desse modo, uma intervenção indébita indevida na harmonia divina (. . .
)”, porque a lei de amor tem um compromisso com o equilíbrio universal, com o equilíbrio cósmico, com a absoluta igualdade entre todos os seres. Se eu crio esse foco egoístico e ególatra, orgulhoso egoista eu começo a atuar de maneira indevida na harmonia divina. “ (.
. . ) Eis o mal.
Então, o mal é essa intervenção indébita de quem é relativo, que é a criatura, e não tem a condição de manter a harmonia universal, porque não existe criatura, independentemente do seu grau de evolução, que possa sustentar a criação. É este o ponto! É este o ponto!
E, nós exemplificamos, aqui, com aquela frase de Jesus quando dizem para ele: ‘Bom Mestre! ’ Ele pergunta: ‘por que você está me chamando de bom? Isto é o próprio Cristo dizendo porque mesmo nas culminâncias da bondade de Jesus, a bondade dele não é suficiente para abarcar, o Universo infinito.
Qual criatura limitada tem amor suficiente para sustentar o infinito da criação? O nosso amor é sempre limitado, o bem que nós fazemos é sempre circunscrito por mais amplo que ele seja. Ele pode ter a abrangência de uma galáxia, mas o que é uma galáxia no infinito da criação?
O amor de um ser crístico – que nós não temos nem ideia – pode abranger o nosso Universo inteiro, com seus bilhões de galáxias, mas o que é o nosso Universo frente à criação infinita? É um grão de areia. Só há um amor capaz de prover, sustentar, equilibrar e harmonizar o infinito da criação.
Esse amor é o amor de Deus: inesgotável, não se desgasta, não cessa e é infinitonas suas manifestações. Esse amor é inigualável, é incomparável. É este o sentido.
Quanto a criatura interfere nessa harmonia cósmica, é uma intervenção indébita. Eis o mal. “(.
. . ) Urge recompor os elos sagrados dessa harmonia sublime.
” Veja que o objetivo, aqui, não é castigar. O objetivo é recompor os elos que mantém a harmonia para que ela volte naquele microespaço em que ela foi destroçada, em que a harmonia foi desfeita, microespaço porque a intervenção indébita de uma criatura, por mais poderosa que ela seja, só pode representar um milésimo de um grão de areia no infinito da criação. Qual mal que eu fizer vai afetar a o global harmonia cósmica?
Isto não existe. Eu afeto um pedacinho do tecido e, aí, vem a lei divina para recompor os elos. Nós percebemos que a harmonia divina é feita de elos.
Elos são ligações e, falou em ligação, estou falando de amor, porque o amor é essa força que une, que agrega, que aglutina, que põe tudo para se relacionar, senão seria tudo separado. As coisas somente se aglutinam por conta dessa força misteriosa que equilibra a criação, que é o amor nas suas infinitas gradações e manifestações. Se nós examinarmos as forças atômicas, segundo os Espíritos, as forças atrativas (gravidade, força forte, força fraca, eletromagnetismo) já são rudimentares expressão do amor no reino inorgânico.
Daí, nós vamos para o reino orgânico e surge a energia sexual. Mas, tudo é energia aglutinadora que faz com que os seres se unam mantenham elos, vínculos. Isto é muito bonito!
E, o que é recompor essa harmonia? É o resgate. O resgate é sempre uma recomposição de elos.
essa e a proposta Daí, Emmanuel faz uma afirmativa que é da mais absoluta lógica: “(. . .
) Vede, pois, que o mal, essencialmente considerado, não pode existir para Deus em virtude de representar um desvio do homem, sendo zero na Sabedoria e na Providência Divinas (. . .
)”. Para a Sabedoria Divina e para a Providência Divina, Para a Sabedoria Divina e para a Providência Divina, o mal é um zero. Mas, para o homem que se desviou é muito.
Por quê? Porque gera o resgate. Então, não é para o infinito da Sabedoria do amor que é Deus.
Mas, para quem está praticando o mal, para quem está no processo de desvio, ele é é tenebroso, é altamente pernicioso. É importante dizer isto para que não caiamos em um relativismo: ‘Ah, não, o mal para Deus não existe, então, eu posso fazer tudo quanto é bobagem porque Deus vai compreender. ’ Não é esta a plataforma do Cristo.
No livro Boa Nova, Jesus diz para Zebedeu: ‘Nós estamos em um combate: o combate contra o mal. o combate contra o mal. E, toda a vez que alguém cai nas suas garras, quer dizer, se torna um malvado, para nós é uma vítima, para nós é alguém que caiu no campo de batalha.
’ Que bonito isto que Jesus está dizendo! O adversário não é quem caiu nas garras do mal, o adversário é o mal, é o desvio. O problema, aqui, não é Adão, não é Eva, não é a serpente.
O problema é o desvio. O problema é o comer da árvore do conhecimento do bem e do mal. Este é o problema, tanto que a proibição diz assim: se comer, seguramente você vai morrer.
Desviou da harmonia, praticou uma intervenção indébita na harmonia divina, isto gera um estado de morte espiritual, que é cerceamento do livre arbítrio mais intenso e uma série de outras consequências que são decorrentes dessa ação. Toda ação que interfere na harmonia divina tem uma reação de igual intensidade no sentido de rearmonizar: quanto maior o desvio, maior a ação para trazer, de novo, ao equilíbrio. É delicado isto!
Mas, para Deus – para o infinito – desvio de um homem? “(. .
. ) O Criador é sempre o Pai generoso e sábio, justo e amigo, considerando os filhos transviados como incursos em vastas experiências (. .
. )”. Desvio, entrou em vastas experiências de dor, de sofrimento.
“(. . .
) Mas, como Jesus e os seus prepostos são seus cooperadores divinos, e eles próprios jesus e os prepostos instituem as tarefas contra o desvio, das criaturas humanas (. . .
)”. instituem as tarefas contra o desvio, Deus possui os seus prepostos que vão lidar com o desvio. isso é bonito É como se fossem os pedagogos que vão reeducar, restaurar, ,salvar aquilo que está perecendo, que está em perigo, que irá trazer de novo ao fluxo da vida.
“(. . .
) eles focalizam os prejuízos do mal com a força de suas responsabilidades educativas (. . .
)” Ou seja, os Cristos têm responsabilidades educativas e eles usam todo o seu poder crístico para focalizar o mal sem violência, porque o propósito é reeducar. “(. .
. ) a fim de que a Humanidade siga retamente no seu verdadeiro caminho para Deus. ” Ou seja, não tem ninguém aplaudindo desvio, não tem ninguém batendo palma ou estimulando alguém a desviar.
Nós temos que ter muito cuidado com isto porque o que tem de Doutrina Espiritualista pregando o amoral (não tem moral, tudo é possível, pode tudo, viva todas as experiências) e não é isso! não é isso! Emmanuel está deixando claro que os Cristos têm papel educativo, papel pedagógico.
Aliás, Paulo já dizia isto, dizia ainda que a Torá era um pedagogo, um educador que nos levava ao Cristo, um pedagogo, um educador que nos levava ao Cristo, que é outro educador em um nível acima. Então, este é um ponto fundamental para não ficar nesse relativismo. Agora, uma questão muito interessante que nós também falamos está em uma preleção, em uma resposta do Ministro Sânzio, um ministro de Nosso Lar, que está no livro Ação e Reação.
Quem está conversando com ele é André Luiz e Hilário. Em um determinado momento, o Hilário faz uma pergunta: “- Amado Instrutor, à face da gravidade de que a lição se reveste para nós, que devemos entender como sendo ‘bem’ e ‘mal’? ” Interessante a pergunta porque eles estavam ali acompanhando as atividade de obsessores de vingadores Não os super heróis do filme, vingadores dos espíritos obsessores que ficam vingando “Sânzio fez um gesto de tolerância bondosa e replicou: – Evitemos o mergulho nos labirintos da Filosofia, não obstante o respeito que a Filosofia nos merece, porquanto não nos achamos num cenáculo simplesmente destinado à esgrima da palavra.
(. . .
. )” Olha que advertência. Ele disse: ‘Eu não estou, aqui, para ficar brincando de usar palavras, porque, infelizmente, sobretudo a Filosofia contemporânea, é um jogo de palavras.
Cada filósofo constrói o seu vocabulário filosófico e fica patinando nas suas terminologias e, não raro, você assiste conflitos e discussões que não avançam nada, a não ser ficar discutindo o que você entende por tal palavra, quer dizer, é um jogo de palavras palavras cruzadas. Não é isso! Nosso objetivo, aqui, não é isso!
“(. . .
) Busquemos, antes de tudo, simplificar. É fácil conhecer o bem É fácil conhecer o bem quando o nosso coração se nutre de boa-vontade à frente da Lei. (.
. . )” Quer dizer, se o sentimento é um sentimento de boa vontade para com a lei divina, você vai conhecer o bem.
olha que interessante Mas, se eu entroem conflito com a lei divina, daí complica. daí complica. É interessante, porque a linguagem que o Sânzio está usando, aqui, remete a Gênesis.
O coração nutrido de boa vontade para com a lei é comer da árvore de vidas, é comer da árvore de vidas, porque é você entrar em uma escalada ascensional em que a sua experiência do bem vai sempre se ampliando porque você está sempre com boa vontade para cumprir a lei divina. Então, você assume a sua postura de filho, você coloca Deus no Seu lugar, que é o Dele – o Centro -, você está disposto a cumprir a lei divina, está todo com boa vontade e, portanto, você entra em uma progressiva do bem, em uma escalada do bem, o bem sempre vai se ampliar na sua vida, no seu coração, nos seus atos, nas suas palavras, nos seus pensamentos. É interessante isto e é a primeira observação que ele fez: coma da árvore de vidas, porque se o seu coração estiver de má vontade perante a lei daí complicou.
Ele começa a dizer assim: “(. . .
) O bem, meu amigo, é o progresso e a felicidade, a segurança e a justiça para todos os nossos semelhantes e para todas as criaturas de nossa estrada (. . .
)” Todos que estão conosco têm o direito de progredir, têm direito do acesso ao progresso, à felicidade, à segurança, à justiça – que é o equilíbrio, a equidade -, para todos. criaturas da nossas estradas “(. .
. ) aos quais devemos empenhar as conveniências de nosso exclusivismo, (. .
. )” Ou seja, você tem que sacrificar o seu exclusivismo, porque senão não tem o bem de todos, tem só o meu bem. “(.
. . ) O bem será, desse modo, nossa decidida cooperação com a Lei, olha que bonito isso nossa decidida cooperação com a Lei, a favor de todos, ainda mesmo que isso nos custe a renunciação mais completa, visto não ignorarmos que, auxiliando a Lei do Senhor auxiliando a Lei do Senhor e agindo de conformidade com ela, seremos por ela ajudados e sustentados no campo dos valores imperecíveis.
” Isto é bonito porque ele não disse assim: ‘o bem é você fazer o progresso, a felicidade, a segurança e a justiça pra os outros’. Não! Quem faz isto é a lei divina, não é você: aqui está a diferença, porque a proposta da serpente é ‘coma dessa árvore porque você vai se tornar como Deus’.
Quem faz o bem? Só Deus. Só Ele, nós cooperamos.
Eu não faço o bem. ‘Bom só há um que é o meu Pai. ’ Nós cooperamos com a lei a favor de todos.
É a lei divina que sustentao equilíbrio, é ela que faz a justiça. então a´coisa ficou forte agora porque Quando há uma injustiça, é a lei que vai trazer a justiça. Mas, se eu quiser ir lá e fazer a justiça com as próprias mãos, a lei permite, mas é uma intervenção indébita.
Por quê? Porque não tem ninguém que vai fazer justiça com as próprias mãos que não se exceda. Entra, aqui, em questões delicadíssimas.
“Nossa decidida cooperação com a Lei”. O que está implícito aqui? Você não tem que conhecer todo o bem.
Você só tem que cooperar com a lei divina. Quem conhece todo o bem é Deus. Isto é uma reflexão profunda.
Você fica assim: ‘Ah, eu queria entender tudo isto que aconteceu comigo, queria entender porque eu sofri isto, queria entender porque eu passei por isto. ’ Você não tem que entender, você não vai entender, porque esse absoluto entendimento extrapola a nossa capacidade e por mais que nós chegamos no mundo espiritual e mostre um cenário, ele é parcial. Eu me lembro do livro Entre a Terra e o Céu, onde tem um caso delicadíssimo de suicídio em sequência.
Uma das personagens se suicida em várias vidas e eles vão se encontrando em várias vidas. O benfeitor vai explicando: ‘nessa vida está acontecendo isto, mas, na outra, eles estavam assim, mas aí teve uma outra que estava assim e teve uma outra que estava assim’. Daí, André Luiz disse: ‘então montou o quadro!
’ E, o benfeitor falou: ‘Melhor pararmos por aqui. Eu vou até aqui para você ter uma ideia, porque se nós formos voltar ainda mais, as coisas vão se ampliar demais, para além do necessário, para além da nossa compreensão’. Por quê?
Porque quanto mais você vai caminhando, voce vai penetrandono reino das causas. Mas, se eu caminho para o reino das causas (a causa da causa da causa da causa da causa etc), chega em um momento que eu entro no território que é da causa primária. A causa primária é Deus.
Então, o nosso limite de investigação de causa é muito pequeno. As causas primárias pertencem a Deus, Ele lida com elas. Quais são as emanações do bem?
Qual é o resultado prático do bem? É o progresso (porque tudo tem que melhorar), felicidade, segurança, justiça para com todos. Mas, quem vai cumprir isto?
A lei divina. Nós vamos cooperar com ela. cooperar com ela.
E, mesmo que nós renunciemos, temporariamente, você entram uma situação de desvantagem teemporária, por estar cooperando com a lei, ela te recompensará. É o que ele está dizendo: “seremos por ela ajudados e sustentados”. Quando nós entendemos isto aqui,, isto aqui é comer da árvore de vidas.
Eu coopero com a lei e a lei que vai operar. Eu só coopero. Nós vamos entender a afirmação do benfeitor no livro Mensageiros: ‘todo aquele que coopera no bem de alma voltada para Deus deve aguardar sempre o melhor’.
Não é promessa de amizade. É lei. É da lei: você vai receber o melhor no campo dos valores imperecíveis.
Nem sempre é o que nós consideramos melhor. É como Jesus diz: ‘qual é o filho que vai pedir pão para o pai e ele vai dar uma pedra? ’ O problema é quando nós achamos que o bom é a pedra.
Ou, se o filho pedir peixe, o pai vai dar uma serpente? O problema é que você olha para o peixe e diz: tenho certeza que é peixe’ e é uma serpente venenosa. Daí, vem o desencanto, a desilusão, porque toda ilusão é seguida de desilusão: tem o movimento de iludir e tem que voltar (desiludir).
E, daí, ele diz assim: “(. . .
) E o mal será sempre representado por aquela triste vocação do bem triste vocação do bem ? ó mal e uma triste vocação do bem? unicamente para nós mesmos (.
. . )” Veja: tem diferença ?
nenhuma. Na essência Tem diferença na direção. Se é progresso, se é felicidade, se é segurança e se é justiça só para mim, é mal.
Se é para mim e para todos, é bem. Agora, é “uma triste vocação”. Por que uma triste vocação?
Porque a criatura é frágil. É da criatura ser frágil como é do Criador ser Onipotente. Qual é a característica de Deus?
Onipotência. Qual é a nossa característica? Não ser Onipotente, portanto, frágil, em diversos níveis de gradação.
Considerando os Espíritos que estão sujeitos a reencarnar e nós, aqui, encarnados, é falar da fragilidade no grau extremo. Nós encarnados estamos no processo da mais absoluta fragilidade. Não tem como ficar mais frágil do que isto.
Qual é a nossa vocação, então? Em face dessa fragilidade, se você confiar mais em você do que em Deus, você entra nos terrenos do mal, que é querer reservar o bem só para você (segurança só para você, progresso só para você, felicidade só para você), não importando o outro. “(.
. . ) a expressar-se no egoísmo e na vaidade, na insensatez e no orgulho que nos assinalam a permanência nas linhas inferiores do espírito”, porque isto é sinal característico (está lá dito por Kardec na escala espírita) dos Espíritos inferiores porque os Espíritos superiores não têm mais estes traços.
Nós vamos ver isto mais para frente e Paulo vai utilizar isto: que o mal - o qual ele vai chamar de pecado – é da natureza humana, por isso que é original, já vem de fábrica, faz parte da nossa constituição. Significa dizer: não confie em nenhum homem, nenhum ser humano. Não imagine que haja qualquer ser humano capaz de equilibrar o infinito da criação.
Daí, ser idolatria adorar outro deus que não seja o Todo-Poderoso. Isto é maravilhoso! Nós percebemos que quando vamos estudar, por exemplo, os elementos da tentação de Jesus, todos os elementos da tentação de Jesus são elementos para se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal.
‘Eu vou te dar todos os poderes do mundo’, ‘lança-te daqui que você será amparado’, é tudo para sair da posição de filho, de criatura, para assumir uma posição de Criador, que não tem limite, que faz o que quer, que abarca tudo. “(. .
. ) Finda breve pausa, o Ministro ajuntou: – Possuímos em Nosso Senhor Jesus-Cristo o paradigma do Eterno Bem sobre a Terra. (.
. . )” Sobre a Terra, porque o bem tem desdobramentos infinitos que nós não temos acesso.
Mas sobre a Terra, Jesus é o paradigma do eterno bem. “(. .
. ) Tendo dado tudo de si, em benefício dos outros, não hesitou em aceitar o supremo sacrifício no auxílio a todos, para que o bem de todos prevalecesse, ainda mesmo que a ele, em particular, se reservassem a incompreensão e o sofrimento, a flagelação e a morte. ” Ou seja, nada para ele e tudo para os outros.
É o paradigma do eterno bem. Por que isto? Mas, não é um exagero, Haroldo?
Não, é o remédio. é o remédio. Um egoísmo da humanidade tão exacerbado só pode ser curado com uma renúncia que é extrema.
Daí, equilibra. Aqui, nós começamos a entender nessa fala do Sânzio porque o sacrifício de Jesus tira o pecado do mundo. Agora, nós temos condições de entender ‘Cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo’.
Por que qual é o pecado do mundo? É todo mundo se voltar para si só pensar em si, e criar uma bolha (progresso para mim, segurança para mim, meu projeto de felicidade, meu projeto de progresso, meu projeto de prosperidade, meu projeto de melhoria). E, os que estão ao seu redor?
Está todo mundo chorando, mas o que importa se eu estou progredindo, se eu estou feliz, se eu estou realizado? Eu estou realizando os meus potenciais, o que importa se o outro está chorando? Este é o paradigma o homem, este é o ser humano.
Qualquer cochilada que nós demos, nós entramos nesse padrão. Este é o padrão da criatura. Este é o pecado.
Qual é o sacrifício do Cristo? Ele renunciou a todo o bem pessoal para que o bem de todos prevalecesse. Não tem jeito, este é o remédio.
Eu diria que é quase antibiótico na veia. Pegou o doente, colocou na UTI, colocou ele no soro e remédio na veia pingando. É isto que Jesus fez: ressuscitou morto.
É um ponto tão surpreendente da crucificação de Jesus que ele está lá machucado, varado, com sede, todo quebrado, qual seria o nosso primeiro impulso adquirido em milhões de anos de evolução no reino animal? Pensar em mim: ‘Oh, meu Deus! Está doendo!
’ Não, Jesus está preocupado com quem Maria vai ficar, João Evangelhista, o Simão, a Lívia, o Judas que está se suicidando, com o bem de todos. E, ainda mais, suplicando o perdão divino, porque perdão divino significa renovação de oportunidade e, não, apagar erros. Quando Jesus suplica o Jesus, ele não está pedindo que apague os nossos erros, porque isto não tem jeito, mas ele está pedindo que se renovem as bênçãos, que se renovem as oportunidades porque ele fala assim: ‘eles não sabem o que estão fazendo’, ‘eles não se deram conta, eles não têm dimensão do que estão fazendo’.
Por isso, Jesus é o modelo do eterno bem sobre a Terra. Chega a ser, em alguns aspectos, constrangedor. Jesus está com uma multidão imensa e daí senta em um campo e não chega a dizer: ‘ah, gente, traz alguma coisa aí para eu comer’.
Ele fala: ‘preciso alimentar a multidão’. Simão fala: ‘Mas, Mestre, estou querendo que você mande toda essa multidão embora para nós comermos, aqui, só a gente, porque só tem um pouco de peixe e um pouco de pão’. Jesus diz: ‘Não, traz aqui o pão’.
E não consta que ele multiplicou e comeu. O texto nem menciona se ele comeu. Ele está pregando, ensinando e, ainda, preocupado se a multidão está com fome.
É outro parâmetro, é outro paradigma, que é este de cooperação com a lei divina e, daí, a lei divina multiplica dádivas. Aqui, no livro Ação e Reação tem uma menção que, periodicamente, de fez em quando tomam um susto, porque nas regiões mais inferiores do orbe, de repente, vê-se aquela multidão de anjos, aquele cortejo, e é Jesus descendo nas regiões mais inferiores do planeta para levar um consolo, para atender. Ele faz a tarefa de visita aos sofredores, com um cortejo seguindo ele de Espíritos devotados.
Dá, até vontade de estar lá só para esperar o Mestre (rs). Mas, é melhor subir. Nós temos um ‘Sete Minutos com Emmanuel’ que fala sobre os devedores, que é aquele comentário de Romanos 1, onde Paulo fala: ‘sou devedores a gregos e a bárbaros’ e, daí, Emmanuel fala: ‘que gênero de dívida o convertido de Damasco tinha’ e daí ele vai dizer que toda vez que nós ascendemos e ascendemos em função daquele que nos agrediu, que aquele que nos prejudicou, que nos ofendeu, foi um instrumento que nos causou dor e a dor tem aquele objetivo de lanssar arrojar o Espírito adiante e, depois, este que progrediu, reconhece isto e vem auxiliar aquele que o ofendeu, porque se sente devedor daquele que contribuiu.
Na nova visão, nós somos devedores. É importante isto porque o Asclépios fala isso: ‘eu estava ascendendo, ascendendo, ascendendo, eu vou subir, eu vou melhorar, eu estou ganhando mais luz, mais luz’ e chega lá e vê Jesus descendo. ‘Peraí, onde vocês vão?
’ ‘Nós vamos auxiliar. ’ Periodicamente, ele desce para auxiliar. Então, peraí, deixa eu equilibrar isto aqui, porque tem uma economia, a economia do amor.
Isto é muito bonito, porque se não houvesse essa economia do amor, acabou: não teria nenhum vínculo entre nós e as entidades angélicas. Nenhum: eles estariam lá usufruindo as supremas felicidades e nós estaríamos, aqui, em maus lençóis. meritocracia daquele que está comendo da árvore do bem e do mal, que é aquele que destitui Deus da Sua posição e ele se julga o único autor do que ele considera sucesso, do que ele considera atingir o objetivo, porque ele está cego à conjuntura, às intercessões, aos auxílios, a quem se apagou para que ele pudesse brilhar, a começar àqueles que se reuniram para que eles pudessem ter um corpo.
É interessante isso não? Há quem diz: ‘eu sou 100% a favor da meritocracia’. Você fez o quê para ganhar o seu corpo?
E, tem a meritocracia do que come da árvore de vidas. Deste o mérito é cooperar com a lei. Quer dizer, essa atitude de boa vontade em cooperar com a lei e a gratidão dele em receber, é o mérito, ,porque ele não vai ficar em uma posição de passividade.
não é o filho preguiçoso que está deitado aguardando que tudo chegue até ele, porque ele coopera com a lei. Mas, entendendo que é a lei que opera. Não é ele.
Ele coopera. Isto é bonito. O nosso esforço, a nossa disciplina - porque isto é importante -, a nossa dedicação, a nossa entrega é, na verdade, uma das condições para que as dádivas se concretizem.
É isto que está no cerne de se comer da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque comer dessa árvore é eu acreditar que eu conheço o bem e o mal, que eu tenho condição de conhecer. Este é que o problema. Daí, você diz assim: ‘isto que está acontecendo com o Júlio é um mal muito grande’.
E,a Providência diz assim: ‘você não sabe o bem que é isso para ele’. Você fala: ‘ah, é um bem então? Peraí que eu vou fazer a Marina viver isto’.
Mas, para ela é um mal gigante. Então, nós não temos condição disto: avaliar a qualidade de uma circunstância, de um acontecimento, de alguém. Isto é de Deus!
Daí, nós vamos percebendo que essa atitude de cooperação é a melhor atitude, porque eu não me preocupo em mandar, eu me preocupo em comandar (co-mandar). Eu sei que há Um que atua supremo e eu atuo na minha esfera de alma voltada para Deus (‘todo aquele que atua no bem de alma voltada para Deus’), porque operar no bem de alma voltada para si mesmo não é bem (nós achamos que é bem). Aliás, há uma mensagem de Emmanuel chamada ‘Meio Bem’.
É um meio bem. Por quê? Porque ele não está com a alma voltada para Deus.
Por exemplo, ele vai fazer uma caridade, mas ele cobre de tantas exigências que aquilo acaba sendo constrangedor. É aquela pessoa que quer te ajudar, mas chega uma hora que você fala assim: ‘fulano, eu posso te dizer uma coisa, pelo amor de Deus, não me ajuda não’, porque ela te cria tantos embaraços, ela te cria tantas situações constrangedoras para te ajudar que é preferível ela não ajudar. Quer dizer, o bem dela é nocivo, porque ela não está com este Espírito de cooperar com a lei, de operar no bem com a alma voltada para Deus.
Daí, o que ela quer fazer? Ela quer impor-se a tudo e a todos. Quando ela se impõe a tudo e todos, o bem dela perde o brilho, porque perde a conexão com a fonte divina, que é Deus, o supremo bem.
No próximo episódio, nós vamos falar dos quatro rios que saíram do jardim de Éden, do jardim de delícias. Que rios são estes?