Rev. Augustus Nicodemus | O sermão de Éfeso (1) - Atos 20.17-24 | 11/09/2023 Expondo as escrituras

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Primeira Igreja Presbiteriana do Recife
Paulo convoca os presbiteros de Éfeso para suas últimas instruções antes de sua partida a Jerusalém,...
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Queridos, livro de Atos, Capítulo 20. Nós vamos do verso 17 até o verso 24, o início do sermão que o apóstolo Paulo proferiu diante dos presbíteros da Igreja de Éfeso, antes da sua partida para Jerusalém. Atos, Capítulo 20, versos 17 a 24: "De Mileto, Paulo enviou uma mensagem a Éfeso, pedindo aos presbíteros da igreja que se encontrassem com ele.
E, quando chegaram, Paulo lhes disse: 'Vocês sabem como me conduzia entre vocês em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na província da Ásia, servindo ao Senhor com toda a humildade, com lágrimas e com as provações que me sobreviveram pelas ciladas dos judeus. Vocês sabem que jamais deixei de anunciar o que fosse proveitoso e de ensinar isso a vocês publicamente e também de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. E agora, impelido pelo Espírito, volto para Jerusalém, não sabendo que ali me acontecerá, exceto que o Espírito Santo de cidade em cidade me assegura que prisões e sofrimentos estão à minha espera.
Porém, nada considero a vida preciosa para mim mesmo, desde que eu complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus, para testemunhar o evangelho da graça de Deus. ' Até aqui, queridos, a primeira parte dessa mensagem tão importante de Paulo à liderança de Éfeso. Na próxima, se Deus quiser, nós iremos terminar.
Deus querido, nós te damos graças pelo ministério do apóstolo Paulo e como o Senhor usou não somente para lançar o fundamento da Igreja, que é Cristo, mas também para fundar igrejas e registrar, Senhor, de maneira infalível e inspirada, o Teu querer e a Tua vontade. Nós pedimos que o Senhor nos ajude a interpretar, entender e também aplicar ao nosso coração o que está revelado aqui. É o que pedimos em nome de Jesus.
Amém. Queridos, como vocês se recordam, Paulo havia deixado a cidade de Éfeso depois de três anos de ministério. Naquela reunião foi o lugar onde ele passou mais tempo em suas viagens missionárias.
O que precipitou a saída dele foi aquele tumulto causado por um ourives chamado Demétrio, que era o líder dos fabricantes de nichos da deusa Diana, que era a deusa mais popular e adorada ali na cidade de Éfeso, Artemis dos Efésios. O ministério de Paulo tinha causado um esvaziamento no culto a Diana e, com isso, prejuízo financeiro para aqueles que viviam de fazer cópias do templo, réplicas da estátua que aparentemente havia caído do céu, da parte de Júpiter, e enfim, outros artefatos religiosos ligados ao culto de Diana. À medida que mais e mais efésios e moradores de cidades vizinhas iam se convertendo a Cristo, eles abandonavam a idolatria e, portanto, não consumiam mais aquele material.
O que levou Demétrio a fazer uma reunião com o sindicato dos santeiros de Éfeso e a avisar: 'Esse homem é uma praga. Ele é uma ameaça ao nosso negócio. ' Com isso, ele causou um tumulto e levou boa parte da cidade para o teatro, que nós sabemos hoje, pelas ruínas, que cabia cerca de 20 mil pessoas.
E lá a confusão se instalou. Muita gente nem sabia por que estava lá, mas a cidade entrou realmente em caos. Deus usou um escrivão da cidade — a gente não sabe nem o nome dele — para dizer aos moradores de Éfeso: 'Nós não temos como explicar aos romanos essa confusão aqui.
Eles vão pensar que isso pode ser um motim, eles vão mandar os exércitos, e a coisa vai ficar muito difícil para nós. Então, não vai acontecer nada. Todo mundo sabe que o templo da deusa Diana representa uma religião estabelecida, todo mundo sabe que a imagem dela caiu do céu.
Então, a nossa. . .
Portanto, ela é muito firme, não vai ser esse Paulo que vai prejudicar. Então, vocês podem ir para casa. ' E de fato, a palavra dele acalmou a multidão e todo mundo foi embora, sem maiores prejuízos.
Mas Paulo entendeu que aquele era um sinal de Deus, era um momento dele partir de Éfeso. E de fato ele fez isso. Ele saiu dali, entrou na província da Macedônia.
Éfeso estava na província da Ásia, ele vai para Macedônia e Grécia, onde ele visitou a cidade de Corinto, a igreja que ele havia plantado lá, e foi de lá que ele escreveu a carta aos romanos. Quando ele estava em Corinto, ele retorna para Macedônia, onde foi informado que os judeus estavam conspirando contra a vida dele. Então, ele vai para uma cidade chamada Trôade, onde aconteceu aquele episódio interessante do menino que dormiu durante a pregação de Paulo, que é um grande consolo para todos os pregadores.
Se ele conseguiu dormir na pregação de Paulo, então imagina na minha, né? Mas é bom dormir na casa do pai, não é? Tranquilidade.
E, às vezes, até baixo a voz um pouquinho para não acordar os irmãos que eu percebo que estão dormindo. Mas o menino caiu do terceiro andar, Éutico o nome dele, mas foi ressuscitado pelo poder de Deus através de Paulo. Paulo pregou até o dia amanhecer e, de lá, ele seguiu para a cidade de Mileto.
Ele era acompanhado dos seus cooperadores, vários deles são citados no texto, e Mileto ficava a 48 km de Éfeso. E, de lá, da cidade de Mileto, Paulo manda chamar os presbíteros de Éfeso para ter essa conversa que é narrada aqui no Capítulo 20, para que pudesse fazer as últimas instruções antes de viajar. É o que nós vamos ler aí primeiro no verso 17 a 18, esse convite de Paulo, mais uma convocação, né?
Aos presbíteros de Éfeso para que viessem estar com ele. " Se encontrassem com ele e, quando eles chegaram, etc. etc.
Bom, alguns pontos aqui que eu queria comentar com vocês. O primeiro deles é que essa é mais uma passagem no livro de Atos e nas cartas que nos revela um pouco da organização das igrejas no período apostólico. As igrejas no período apostólico eram lideradas e governadas não por um homem só, mas por um colegiado de presbíteros, de homens que eram escolhidos pela igreja para exercer a liderança entre eles.
Tanto é que Paulo não manda chamar o bispo de Éfeso, mas ele manda chamar os presbíteros de Éfeso, porque era assim que a igreja era organizada naquela época, por um colegiado de presbíteros. A palavra "presbítero" não é escolhida, não é usada em vão; ela significa, literalmente, uma pessoa idosa e, no caso do ofício de presbítero, no sentido religioso, não necessariamente em termos de idade, mas em questão de experiência. A própria palavra "presbítero" quer dizer que essa pessoa que vai ser eleita, indicada para ocupar a liderança da igreja, tem que ser uma pessoa experiente, como as pessoas de mais idade, geralmente são, embora não necessariamente.
Nós vamos ver, no decorrer aqui da palavra de Paulo, que ele chama os presbíteros de bispos. A palavra "bispo" é uma palavra que significa, literalmente, supervisor; alguém que exerce o papel de observar, examinar e avaliar situações, e tomar decisões. Os presbíteros, além de serem pessoas de experiência, também deveriam ter capacidade para supervisionar o rebanho de Deus, o que também nos mostra que, já nos revela, no Novo Testamento, que presbítero e bispo indicam a mesmíssima função; os nomes apenas apontam para aspectos diferentes.
"Presbítero" tem a ver com a experiência; "bispo", com a missão que é supervisionar o trabalho de Deus. Não existe, no Novo Testamento, essa separação de presbíteros e bispos como você vê hoje, acontecendo em algumas igrejas, onde têm presbíteros e, acima deles, têm um bispo. Isso aconteceu a partir do século II, à medida que a cidade de Roma ganhava mais proeminência dentro da cristandade.
A igreja de Roma se tornou a igreja mais importante, e os presbíteros das igrejas de Roma começaram a pensar em si próprios como sendo mais importantes ou tinham uma posição um pouco mais elevada. E não demorou que entre eles aparecesse um que veio a ser chamado de bispo de Roma, e dali foi só um passo para o papado, o surgimento do papado. Quando existe essa separação entre presbítero e bispo, esses bispos do século II eram chamados de bispos monárquicos, porque agiam como se fossem monarcas, Reis; eles tinham poder absoluto sobre a igreja, mais do que os presbíteros.
Esse é um desenvolvimento que não está de acordo com a palavra de Deus, e essa é uma das razões pelas quais os reformadores sempre disseram "A Bíblia somente", porque esse tipo de cargo eclesiástico não é resultado do que encontramos na Bíblia, mas é um desenvolvimento posterior. E eu sei que você está dizendo aí: "Mas você é reverendo, né? E onde é que tem isso na Bíblia?
" Reverendo é um título acadêmico que surgiu depois do período da reforma e tinha mais a ver com doutorados. Pastores faziam doutorado na Universidade de Harvard, na Universidade de Oxford, e o título que recebiam era "Reverendo Doutor fulano de tal". Então, o reverendo tinha a ver com o título de doutor, não tinha a ver com um cargo religioso.
Com o passar do tempo, os pastores pararam de fazer doutorados, mas continuaram com o título na Igreja Presbiteriana, na Igreja Episcopal, na Igreja Congregacional, na Igreja Anglicana, na Igreja Metodista; então, preservaram o nome "reverendo", mas que já não tinha mais o sentido original. Se você me perguntar, eu prefiro "pastor", porque, se alguém diz: "Como é que eu me dirijo a você? ", pode me chamar de pastor, que é o que eu prefiro.
Não é o "reverendo" que causa confusão, e as pessoas pensam que é mais um ofício; que, na Igreja Presbiteriana, os reverendos são mais poderosos do que os pastores. Não tem nada disso. Todo pastor na Igreja Presbiteriana é chamado de "reverendo" por força do hábito, por força dessa tradição; para mim, não representa absolutamente nada.
Nós cremos apenas no ofício de presbítero, que é como encontramos aqui. Bispo é a mesma coisa, não tem nenhuma diferença. Como iremos ver aqui, Paulo vai chamar os presbíteros de bispos.
Bom, a tarefa dos presbíteros, e aqui que vai ficar mais interessante, a tarefa dos presbíteros, que também são bispos, era de serem pastores. Nós vamos ver que Paulo vai dizer para eles: "Vocês pastoreiem o rebanho de Deus". Então, você vê as três coisas designando a mesma pessoa: o presbítero é um bispo e pastor.
Então, pastor, presbítero e bispo é a mesma coisa. No Novo Testamento, não tem diferença nenhuma; apenas são termos distintos para indicar diferentes aspectos daquela que é a mesma função. O papel do presbítero/bispo/pastor era pregar, supervisionar o rebanho, aconselhar, governar de acordo com a doutrina dos apóstolos.
Esse é o primeiro ponto que eu queria chamar sua atenção. Quando Paulo diz de Mileto, contexto, diz que de Mileto Paulo enviou uma mensagem a Éfeso, pedindo aos presbíteros que se encontrassem com ele. Minha segunda observação, que eu creio que é relevante para nós, é que Paulo estava saindo de Éfeso.
Paulo era um apóstolo de Jesus Cristo, com certeza está numa categoria acima dos presbíteros/bispos/pastores. Ele era um apóstolo de Jesus Cristo. Qual era a diferença?
O apóstolo tinha autoridade universal; onde Paulo chegava, ele era apóstolo de Cristo. Então, ele governava, ele falava, ele trazia doutrina, revelação para as igrejas da Ásia, da Macedônia, da Caia, ou onde fosse. Sua autoridade era universal, mas os presbíteros eram líderes de igreja local, presbíteros de Éfeso.
Não iam lá para Corinto dizer o que é que os Coríntios deviam fazer. Paulo não; onde Paulo ia, ele era apóstolo de Cristo, bem como os demais apóstolos de Cristo, os 12 que nós lemos no início do livro de Atos, o nome deles e tudo mais. Agora, é curioso, no mínimo curioso, a gente poderia pensar assim: se o plano de Deus fosse que a igreja fosse governada por apóstolos, o que Paulo deveria fazer na hora que ele chama a Igreja de Éfeso e diz: "eu estou indo embora"?
O que ele deveria fazer? Ele deveria deixar um apóstolo no lugar dele. Se o plano de Deus fosse que a sua igreja fosse governada por apóstolos e que houvesse uma sucessão apostólica, o momento era esse: ele está indo embora de Éfeso.
Então, ele devia dizer: "eu indico Timóteo para ser o apóstolo que vai estar aqui, vai ficar cuidando de vocês e tudo mais". Mas não; ele chama os presbíteros e dá instruções aos presbíteros, que são os continuadores da obra apostólica. Então, os apóstolos foram levantados para servir à igreja nesse período de transição do Antigo Testamento para o Novo.
Eles eram testemunhas da ressurreição de Cristo, eram inspirados por Deus para escrever Escritura, tinham tido um chamado direto do Cristo encarnado e ressuscitado, como é o caso de Paulo. À medida que iam morrendo, eles não eram substituídos, mas passavam a tarefa de cuidar das igrejas para os presbíteros, bispos e pastores. Então, essa é a razão pela qual é mais um argumento para a gente dizer que, se não temos apóstolos mais hoje, os sucessores dos apóstolos são os presbíteros, bispos e pastores que cuidam das igrejas.
A eles não é dada nenhuma nova revelação. O trabalho do presbítero, bispo ou pastor é construir em cima do edifício — perdão, em cima do fundamento que foi lançado pelos apóstolos. Os apóstolos foram quem nos revelaram quem é Jesus, a doutrina da justificação pela fé, o propósito de Deus, a história da redenção.
Foram eles que foram os canais pelos quais Deus nos deu todas essas verdades. Cabe aos presbíteros, bispos e pastores edificar sobre esse fundamento. Nós não recebemos nenhuma revelação nova; a última foi dada aos apóstolos.
Mas nós trabalhamos em cima daquilo que eles nos revelaram e que deixaram por escrito para nós. Podemos dizer que a igreja cristã hoje é apostólica? Podemos, sim, porque nós ensinamos aquilo que foi escrito pelos apóstolos de Cristo.
É nesse sentido que a igreja é apostólica, não que ela tenha apóstolos, mas que ela é baseada na doutrina dos apóstolos. Bom, então, esses eram alguns pontos que eu entendi serem importantes para a gente aproveitar. O gancho aqui não é para explicar, porque eu sei que têm muitas dúvidas a respeito disso.
Bom, Paulo tinha enviado uma mensagem pedindo que se encontrassem com ele em Mileto. Se você se recorda ou se você olhou o mapa, viu que Paulo veio de Troade de barco e passou em frente a Éfeso. Ele era só o barco, dá uma guinada e ele atracaria no porto de Éfeso, estaria lá com a igreja.
Mas, em vez disso, ele passa e vai atracar em Mileto, então levou muito mais tempo indo para Mileto do que se ele tivesse feito um caminho direto para Éfeso, porque a razão já nos foi dita: ele não queria passar em Éfeso. Diz aí, no verso 16, no verso anterior, Paulo já tinha resolvido não aportar em Éfeso, pois não queria demorar-se na província da Ásia. Ele tinha pressa, pois queria, caso lhe fosse possível, passar o dia do Pentecostes em Jerusalém.
Paulo meio que estava atrasado e ele sabia que, se ele parasse na cidade de Éfeso — a julgar pela alegria ou tristeza, pelas lágrimas que todo mundo demonstrou com a partida dele — ele não ia sair de Éfeso. O pessoal ia. .
. muita gente ia querer beijá-lo, abraçá-lo, segurá-lo, convidar para jantar, últimas palavras, o último almoço, aconselhamento, últimas instruções. .
. a gente sabe como é isso. Então Paulo disse: "se eu parar em Éfeso, eu vou perder o dia de Pentecostes em Jerusalém".
Então ele prefere passar direto e de Mileto ele chama os presbíteros, a quem vai dar as últimas instruções. Uma vez que eles chegam, se reúnem na praia, no próprio porto perto do navio, e Paulo começa a falar a eles. Ele começa a sua pregação para os presbíteros de Éfeso, lembrando a conduta dele durante o tempo em que eles estiveram ali.
No verso 18 a 21, quando chegaram, Paulo lhes disse: "Vocês sabem como me conduzia entre vocês em todo o tempo, desde o primeiro dia em que entrei na província da Ásia, servindo ao Senhor com toda humildade, com lágrimas e as provações que sobreviviam pelas ciladas dos judeus. Vocês sabem que jamais deixei de anunciar o que fosse proveitoso, de ensinar isso a vocês publicamente, também de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus". Ele começa então lembrando aos efésios a conduta dele e o ministério dele durante três anos lá na província da Ásia, ali em Éfeso particularmente.
Desde o dia em que ele entrou ali, ele diz no verso 19 que, desde o primeiro dia que ele entrou na província da Ásia, ele serviu ao Senhor todo esse tempo com toda humildade. No verso 19, ele está dizendo aos efésios que nunca procurou exaltar-se sobre posse ou receber glória, louvores humanos, mas ele serviu ao Senhor. Aqui, ao Senhor Jesus, ele serviu ao Senhor Jesus com toda humildade porque ele sabia que, se ele procurasse glória para si, ele não poderia ser um servo de Jesus Cristo, para que Cristo fosse glorificado e crido.
Paulo deveria ser um mero instrumento nas mãos dele. Por isso. .
. Um serviço de Paulo durante os três anos na igreja foi, com toda humildade, ao Senhor. Gente, ver um homem da envergadura do apóstolo Paulo, com os poderes espirituais que ele tinha recebido, a missão que ele foi dada por Deus, servir durante três anos aquela comunidade com toda humildade, é um grande exemplo para nós.
É um desafio e um confronto também, nós, com muito menos do que isso, procuramos glória, procuramos ser exaltados, procuramos ser reconhecidos. Paulo é capaz de começar a sua conversa com os Efésios dizendo: "Vocês lembram que, desde o primeiro dia que eu entrei, cheguei na casa de vocês, eu servia Deus com toda humildade? Eu nunca procurei exaltar-me, nunca procurei alguma coisa que roubasse a glória de Cristo e me projetasse diante de vocês.
" E vocês lembram também que eu servia vocês com lágrimas? Tá aí no verso 19: "com lágrimas". Ou seja, Paulo procura lembrar para eles um sofrimento que ele enfrentou durante todos aqueles três anos para apresentar-lhes o evangelho de Cristo Jesus.
Ele disse que essas lágrimas eram causadas pelas provações, pelas ciladas dos judeus. Curiosamente, quando você lê lá no livro de Atos, você volta aqui ao tempo de Paulo lá em Éfeso, que é o capítulo 19, você vê que Lucas não narrou nenhuma perseguição dos judeus contra Paulo. No máximo, os judeus não queriam mais que ele pregasse na sinagoga, mas não moveram uma perseguição ou cilada contra ele em Éfeso.
Mas Paulo diz que houve, durante aqueles três anos, ele sofreu muito pelas ciladas dos judeus, e é natural supor que assim fosse, porque onde Paulo passava, os judeus procuravam, de alguma forma, prejudicá-lo, prendê-lo, atrapalhar o seu ministério, quando não aprisioná-lo ou mesmo entregar às autoridades pedindo pena de morte contra ele, fazendo acusações que geralmente não podiam provar. Nós não lemos no livro de Atos que isso aconteceu em Éfeso, mas Paulo nos diz aqui, quando ele fala aos líderes de Éfeso, que as lágrimas que ele derramou durante esses anos eram, na verdade, causadas pelas ciladas dos judeus. O que os judeus tinham contra Paulo, que Paulo era tão odiado e perseguido, e eles armavam ciladas querendo prender Paulo e parar Paulo de qualquer maneira?
Tinha várias razões. Entre elas, Paulo dizia que a lei de Moisés se cumpria em Cristo, que Cristo era o fim da lei, que os sacrifícios no templo não tinham mais valor nem sentido porque Cristo havia oferecido o sacrifício final e definitivo, que a circuncisão era símbolo da antiga aliança. Agora, o sinal da aliança era o batismo.
Tudo isso irritava profundamente os judeus porque, em outras palavras, Paulo, que era judeu, estava dizendo que o judaísmo passou, não faz mais sentido, porque tudo aquilo que o judaísmo representava, o cristianismo incorpora. O cristianismo é o judaísmo realizado, consumado. Então, não faz sentido vocês continuarem; vocês devem abraçar Jesus como Messias.
E, com isso, as implicações: acabou templo, acabou sacrifício, acabou lei cerimonial, acabou sacerdócio, acabou tudo. Vocês têm que abraçar isso. Então, bastava isso para deixar os judeus muito irritados com o apóstolo Paulo, porque ele convencia muita gente.
Paulo conhecia muita gente que Jesus, de fato, era a consumação, era o fim da lei, como ele diz em Romanos 10: "Cristo é o fim da lei para todo aquele que crê. " É isso que ele pregava, e os judeus, enfurecidos, diziam que tinham que calar a boca desse homem. Mas tinha uma coisa em particular que Paulo pregava que era a gota d'água: ele dizia que Deus também salvava os gentios, os não judeus, e que o Messias veio não somente para a descendência de Abraão, mas o Messias veio para salvar pessoas de todas as tribos, povos, línguas e nações.
Isso os judeus não podiam suportar, porque o judeu, a essa altura, era extremamente exclusivista, nacionalista, não podia aceitar a ideia de que o Messias fosse o Messias para todas as nações. Eles eram o povo eleito, o povo escolhido. Deus vai salvar as nações?
Deus vai salvar os gentios? Ah, não! Aí é demais!
Também por isso eles procuravam parar o apóstolo Paulo, armando ciladas, fazendo denúncias falsas. Enfim, tudo aquilo que a gente já viu no livro de Atos que o apóstolo Paulo sofreu nas mãos dos judeus. E aqui, no seu sermão de despedida aos presbíteros de Éfeso, ele lembra disso: "Vocês lembram?
Foram três anos de lágrimas e muitas provações que vieram pelas ciladas dos judeus, que praticamente não deixaram eu trabalhar em paz. Mas foi debaixo de pressão, de perseguição, de ameaças de morte, que eu, em lágrimas, realizei o meu ministério entre vocês. " Em seguida, Paulo disse que, apesar de todo sofrimento que ele passou desde o primeiro dia que ele pisou na Ásia, ele nunca deixou de anunciar o evangelho.
Aí, no verso 20, vocês sabem que "jamais deixei de anunciar o que fosse proveitoso e de ensinar isso a vocês publicamente e também de casa em casa. " Paulo nunca deixou de ensinar o que era proveitoso e útil para a vida deles. Aqui, Paulo pregava todo o conselho de Deus; ele pregava aquilo que fosse útil para os Efésios e, às vezes, o que é útil nem sempre é agradável.
Quando pensamos em termos de utilidade espiritual, nem sempre aquilo que nos é útil para que nós cresçamos espiritualmente é agradável. Paulo, com certeza, confrontou idolatria, confrontou outros pecados, disciplinou pessoas, corrigiu e exortou. Ele não se amedrontou absolutamente de nada e de ninguém, mas ele fez o trabalho pastoral, o trabalho que deve ser feito, o trabalho que todo pastor deveria fazer, pastoreando rebanho.
Ele não deixou de anunciar nada que fosse útil, mesmo que pudesse parecer não muito agradável de ouvir da parte dos Efésios. Mas Paulo estava embuído dessa missão, e ele diz que fez isso: ele pregou todo o evangelho, tudo aquilo que os Efésios precisavam ouvir. Primeiro publicamente, os três primeiros meses de Paulo em Éfeso foi nas.
. . Sinagoga.
Depois de três meses, os judeus botaram o Paulo para fora. Aí ele foi para a escola de tirano, que ficava ao lado, perto da Sinagoga, e lá, durante três anos, todo dia, Paulo ensinava o evangelho a quem queria ouvir. Então, é isso que ele quer dizer com publicamente: durante três anos, ele pregou a palavra de Deus publicamente.
Talvez a gente possa incluir aqui praça, o próprio teatro, qualquer espaço aberto onde Paulo pudesse encontrar a gente. Ele anunciava o evangelho de Cristo; ele não omitiu absolutamente nada por covardia, timidez ou medo das consequências, mas ele pregava Cristo, em Cristo crucificado. E ele também fazia isso de casa em casa; ele diz isso aí, não é?
No verso 20, também de casa em casa, nos lares, que era geralmente o local onde os crentes se reuniam nesse período. Como nós temos dito aqui, foi só no século IV que o primeiro templo cristão foi construído, depois do édito de, se não me engano, de Milão, promulgado por Constantino, que trouxe liberdade religiosa para o Império Romano, beneficiando os cristãos. Foi então que o cristianismo deixou de ser uma religião ilegal e os cristãos puderam assumir publicamente a sua fé e construir os primeiros templos onde eles podiam se reunir e louvar a Deus.
Isso só vai acontecer no século IV; até lá, os cristãos se reuniram nas casas, se reuniram nas casas para louvar a Deus, e Paulo ensinava nas casas e publicamente também. A mensagem que ele ensinava, meu ponto mais importante, está aqui no verso 21: publicamente, também de casa em casa, testemunhando tanto a judeus como a gregos, o arrependimento para com Deus e a fé em nosso Senhor Jesus Cristo. Você tem aqui um resumo do que era o Querigma, a proclamação da mensagem apostólica.
É o nome que se dá; Querigma significa proclamação. Aqui você tem um resumo do Querigma do século I, o que é que os apóstolos pregavam. E eu quero trazer três observações aqui para vocês.
Primeiro: Paulo não tinha uma mensagem para o judeu e uma mensagem para o gentil; era uma coisa só, uma única mensagem, tanto para judeus como para gentios, porque a necessidade da descendência de Abraão e a necessidade dos pagãos era a mesma. Eles eram pecadores, estavam perdidos; um povo tinha um conhecimento maior por causa da lei de Moisés, que era o caso dos judeus, outro vivia na ignorância, dependendo da revelação natural e da revelação da consciência. Mas tanto judeus como gentios eram pecadores e estavam debaixo do juízo de Deus.
Por isso, Paulo tinha uma mensagem só. Tem gente que considera que Paulo tinha duas mensagens: uma para os judeus e outra para os gentios, que Deus tinha dois povos: Israel e a igreja. Mas aqui você ouve Paulo dizendo que ele testemunhava tanto a judeus como a gregos.
Duas coisas. Isso me leva aos meus outros dois pontos. Primeiro: o arrependimento para com Deus.
Paulo pregava tanto para judeus como para gentios que eles tinham que se arrepender, no caso, por motivos diferentes. Os judeus, por terem recebido a lei e nunca a terem guardado, por não terem reconhecido o Messias, pela incredulidade, pela rejeição do ministério de Jesus de Nazaré, deviam se arrepender diante de Deus por conta disso. Já os gentios, que não tiveram nada disso, tinham que se arrepender da idolatria, de adorar à Diana, de rejeitar a revelação que Deus fez na natureza de que Ele é Deus e a natureza não é para ser adorada, e da revelação que Deus fez na consciência, que todo mundo tem a noção do certo e do errado, mesmo que as pessoas façam o errado.
Então, eles tinham que se arrepender por coisas diferentes, mas a atitude que Paulo exigia deles era a mesma: eles tinham que se arrepender. Sem arrependimento, não há salvação. Sem arrependimento, não há salvação.
Uma pessoa que não está arrependida, quer seja do que os judeus tinham que se arrepender ou daquilo que os gentios tinham que se arrepender, se não houver arrependimento, não há salvação. Inclusive, essa foi a mensagem de Cristo, que está lá nos Evangelhos, no início dos Evangelhos, quando Cristo começa o ministério dele. Qual é a mensagem de Cristo?
"Arrependei-vos e crede no evangelho. " Era a mensagem de João Batista, foi a mensagem de Jesus. Então, o arrependimento é parte essencial; tanto o judeu precisa se arrepender como o grego precisa se arrepender.
Por motivos diferentes, mas é a mesma atitude de arrependimento. E o ponto que a gente deve notar aqui é que o arrependimento antecede a fé. A sequência correta é essa: arrependimento para com Deus e fé em nosso Senhor Jesus Cristo.
Era a mesma coisa, tanto para judeu como para grego. Paulo dizia para o judeu, depois de chamá-los ao arrependimento: “Vocês têm que crer no Senhor Jesus. Ele é o filho de Davi.
Ele é o descendente prometido, Abraão, Isaque, Jacó. Ele é aquele que cumpre o que está lá em Gênesis 3:15, a semente da mulher que esmagou a cabeça da serpente. Ele é o Messias ungido, Cristo, esperado por vocês.
Então, se arrependam dos seus pecados porque vocês não guardaram a lei e creiam em Jesus, porque Ele é o Messias prometido. ” E para os gregos o discurso era similar: eles tinham que arrepender-se da idolatria, se voltar para Deus e crer que Deus havia enviado o seu Filho a esse mundo para ser o Salvador de pecadores, e que ele tinha morrido na cruz para que eles pudessem ter perdão de pecados. Arrependimento e fé andam juntos, e você precisa ter as duas coisas para ser salvo.
Você precisa ter as duas coisas para acessar. Agora, em termos de experiência, você pode encontrar uma variedade de experiências. As duas coisas são necessárias, mas você vai encontrar gente que primeiro creu.
. . E aí a.
. . Luz raiou e diz: "Meu Deus, agora eu pensei nos meus pecados.
" A primeira pessoa entendeu que Cristo, de fato, é o Filho de Deus. "Creio em Jesus", e aí imediatamente Ele olha para si e diz: "Mas quando pecado eu sou? Quantas coisas erradas e pecaminosas eu fiz!
Como eu ofendi a Deus! " E o arrependimento então bate na pessoa, e a pessoa se quebranta, chora, se humilha. Em outras pessoas, começa com convicção de pecado; a pessoa começa a se sentir debaixo da ira de Deus, angustiada, o peso dos seus pecados não encontra descanso, nem quando descansa em boas obras, nas orações, exercícios espirituais.
Até que, finalmente, no coração daquela pessoa quebrantada, humilhada, debaixo de convicção de pecado, a luz brilha e ela percebe que, em Jesus, ela tem o perdão completo para toda a sua culpa. Para toda a sua culpa, foi o meu caso. No meu caso, foi assim: o primeiro Deus me levou ao fundo do poço, e quando eu tinha desistido de mim mesmo, a luz do Evangelho brilhou.
A luz do Evangelho brilhou. Agostinho de Hipona foi o contrário. Agostinho estava lendo, estava em casa, ouviu uma voz de criança em latim dizendo: "Toma, lê.
" E ele ouviu aquela voz, olhou ao redor; a mãe dele, Mônica, uma santa mulher de Deus, tinha um exemplar da Bíblia próxima. Ele abriu lá em Romanos, no final de Romanos, capítulo 15, onde fala que devemos nos despir da carne e nos vestir do Senhor Jesus e não dar espaço nenhum para a carne. Então aquilo, Deus usou para abrir os olhos de Agostinho, que era um maniqueísta.
Ele não cria em Deus, era um maniqueu. E ele entendeu. E a partir dali é que veio o quebrantamento de Agostinho, que está muito bem explícito na sua obra "Confissões", "Confissões de Santo Agostinho", onde ele narra toda a pecaminosidade do coração dele.
Mas isso primeiro ele entendeu e depois ele sentiu o peso dos seus pecados. E confessou. Quer seja de uma forma ou de outra, o ponto é que era essa mensagem de Paulo, tanto para judeus como para gentios.
A mensagem da Bíblia para nós hoje é que, sem arrependimento verdadeiro de pecados e sem fé no Senhor Jesus, nós não podemos ser salvos; a Bíblia não conhece outra doutrina, não conhece outro caminho, outra mensagem, a não ser essa daqui. Por que Paulo começou sua mensagem dessa forma? Porque ele queria mostrar que não estava indo embora de Éfeso por falta de amor a eles.
Ele tinha passado três anos entre choro e lágrima pelas perseguições dos judeus ali entre eles. Ele também não estava abandonando a missão que Deus havia dado para ele, porque ele ensinou, durante três anos, publicamente, de casa em casa, aquela mensagem do Evangelho. Essa é a razão pela qual ele começa falando a respeito dessas coisas.
E agora ele fala da sua ida para Jerusalém. Ele quer explicar por que é que está deixando Éfeso e indo para Jerusalém. Ele está indo para Jerusalém porque o Espírito Santo havia convencido, como está indo no verso 20.
"Vocês sabem", perdão, "verso 22, e agora impelido pelo Espírito, vou para Jerusalém, não sabendo o que ali vai me acontecer, exceto que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que prisões e sofrimentos estão à minha espera. " A razão pela qual Paulo está abandonando o campo, a Igreja de Éfeso, não é porque não o usava, não é porque estava abandonando a missão que Deus lhe dera. Não era porque ele não aguentava mais sofrer, mas é porque ele estava convencido, impelido pelo Espírito Santo, de que deveria ir para Jerusalém.
Essa era uma das maneiras. Eu disse "era", mas não estou negando a possibilidade, mas era muito comum. Paulo tem várias experiências narradas pelo Apóstolo Paulo no livro de Atos, em que ele é guiado de uma forma direta pelo Espírito Santo.
Vocês lembram que ele queria descer para pregar em Troade e o Espírito de Jesus não permitiu? Aliás, ele queria descer para pregar em outro lugar e foi para a Troade porque o Espírito de Jesus não permitiu isso. Então, várias, várias ocasiões Paulo se refere ao Espírito Santo como aquele que o impeliu, guiou, orientou a fazer determinadas coisas.
E a gente não sabe exatamente o que isso representa: visões à noite, intuições no coração, profetas cristãos. Aqui a gente pode responder afirmativamente porque pelo menos um profeta cristão chegou para Paulo e disse para ele: "Quando você chegar em Jerusalém, você vai ser preso. " E aí, ensinou a prisão de Paulo, pegando o cinto de Paulo e amarrando seus próprios pés e mãos com o cinto de Paulo, dizendo assim: "Farão ao dono desse cinto.
" E era uma profecia de fato da parte de Deus. Então, Paulo tinha essa experiência de ser guiado pelo Espírito Santo, e essa convicção era muito forte nele. Ele estava seguro de que era da parte de Deus que ele saísse de Éfeso e fosse para Jerusalém.
Só que ele disse que não sabia o que ia acontecer em Jerusalém. Ele tinha planos de ir para Jerusalém; ele queria ir para Roma e de Roma para a Espanha pregar o Evangelho lá. Mas ele não sabia o que ia acontecer.
Menos uma coisa, de uma coisa ele tinha certeza, como ele disse aqui: "Exceto que eu não sei o que vai me acontecer. " Final do verso 22, verso 23: "exceto que o Espírito Santo, de cidade em cidade, me assegura que prisões e sofrimentos estão à minha espera. " O mesmo Espírito Santo que estava guiando Paulo para deixar Éfeso e ir para Jerusalém era o mesmo Espírito que dizia lá em Jerusalém: "Prisão e sofrimentos estão esperando você.
" Quando Paulo narrou isso no capítulo 19 para os irmãos de Éfeso, vários deles disseram, pediram a Paulo: "Então, não vá, né? Não vá! Porque o Espírito Santo está dizendo que você vai enfrentar sofrimentos e prisões lá.
" Aí Paulo disse. . .
Querem partir meu coração. Eu tô disposto a morrer pelo Senhor Jesus. Então, parece até uma contradição: o Espírito Santo está dizendo "vai, Paulo" e, ao mesmo tempo, está dizendo "mas lá você vai ser preso; lá você vai sofrer, mas vai, Paulo".
Então, Paulo estava dividido, e prevalece a consciência que ele tem de que Deus o havia chamado para exercer alguma tarefa, alguma missão em Jerusalém. Como ele diz aqui, verso 24: "Em nada considero a vida preciosa para mim, desde que eu complete a minha carreira. " Essa ida a Jerusalém ele entende como sendo a coroação da sua carreira: "complete a minha carreira e o ministério que recebi do Senhor Jesus para testemunhar o evangelho da graça de Deus".
É como se ele dissesse: "Eu tô sentindo que o Espírito Santo quer que eu pregue o evangelho em Jerusalém, esse evangelho da graça de Deus que eu preguei para vocês durante três anos. Agora, Deus quer que eu vá pregar em Jerusalém, mas eu sei que, se eu for lá, me esperam prisões e sofrimentos. Mas isso eu não vou levar em consideração, porque para mim é mais importante cumprir o que Deus me mandou fazer.
Isso é mais importante, é mais precioso do que a minha vida. Eu estou disposto a passar pelas prisões e pelos sofrimentos que o Espírito Santo está dizendo que vão acontecer, desde que eu cumpra a missão que Deus me deu. " Essa é uma disposição que a gente encontra em poucas pessoas.
Quantos de nós estaríamos dispostos a dizer assim: "ainda que me custe a vida, eu estou disposto a fazer a vontade de Deus"? A gente quer fazer a vontade de Deus desde que não nos custe muito, não exija muito de nós, desde que a renúncia não seja muito grande. Eu não tô dizendo que o que aconteceu com o apóstolo Paulo é padrão para acontecer com todo mundo, mas eu quero dizer que, às vezes, Deus coloca pessoas numa situação como essa, em que a pessoa tem que estar disposta a renunciar e abrir mão do que tem de mais precioso em nome de cumprir a vontade de Deus.
O que significa para Paulo que a razão da vida dele e aquilo que orientava a sua vida era cumprir a missão que Deus lhe havia dado, que, no caso de Paulo, era muito claro: Paulo devia pregar o evangelho. Ele é o apóstolo dos gentios, então era muito claro na cabeça de Paulo a missão que ele tinha. E ele estava disposto a morrer no cumprimento dessa missão.
Isso, no mínimo, fala de entrega, de consagração, de dedicação. Provavelmente, Deus não vai pedir isso de nenhum de nós que está aqui, né? "Vá para um lugar onde você vai morrer para pregar o evangelho!
" Pode ser que sim, provavelmente não. Mas, diariamente, nós nos vemos diante de pequenas escolhas que representam a morte: um lado, morrer para o seu desejo, e, por outro, satisfazer os desejos da carne. Frequentemente, no dia a dia, essa escolha está diante de você.
Você está disposto a abrir mão do prazer, da alegria, até do seu direito, por amor ao evangelho de Cristo? Pequenas decisões. Por exemplo, na empresa: você vai obedecer?
Você vai ser honesto? Ou, para poder sobreviver financeiramente, vai cometer desonestidade? Ou tem um padrão de vida mais baixo: abrir mão do seu padrão de vida para manter a sua integridade?
É só um exemplo que me veio na cabeça agora. Ou, no namoro, perdidamente apaixonada por um rapaz, e o rapaz tá querendo ter relações com você antes do casamento. E você sabe que, se você negar, o rapaz é capaz de dizer: "Olha, eu não quero mais casar com você.
" E você quer casar, você gosta. E aí é uma decisão que você vai ter que tomar. O quanto você ama a Deus?
Tá disposta a abrir mão desse relacionamento, ficar sem casar com essa pessoa, mas não perder a sua integridade, não perder a sua comunhão com Deus? Diariamente, a gente pode imaginar centenas de situações em que essa escolha é colocada diante de nós. Paulo: "Vá para Jerusalém, mas lá você vai ser preso, você vai sofrer.
" Resposta de Paulo: "O mais precioso não é minha vida, mas precioso é fazer a vontade de Deus. " E nós conhecemos a história, né? Paulo foi para Jerusalém, e lá ele foi preso; passou dois anos preso em Cesareia, depois viajou para Roma como prisioneiro, sofreu um naufrágio, depois passou mais três anos preso em Roma, e ele sai para fazer a última parte do seu ministério, sobre a qual o livro de Atos não fala, e do que sabemos muito pouco.
Mas é a decisão de um homem comprometido com a palavra de Deus e com a verdade de Deus. E nós. .
. eu quero terminar com algumas aplicações aqui, queridos, antes de nós nos despedirmos aqui. Primeiro lugar: pensando no que isso significa para nós, a importância dessa passagem para os pastores, presbíteros e bispos, como ela nos ensina a respeito da necessidade de uma conduta.
Quantos pastores poderiam reunir a igreja e dizer assim: "Vocês sabem que, desde o primeiro dia que eu assumi o pastorado, eu servi vocês a Cristo com humildade, com lágrimas, suportei sofrimento, nunca deixei de ensinar vocês todo o conselho de Deus e pregar a vocês o evangelho da graça, tanto a rico como a pobre, judeu ou gentil, a mesma mensagem: arrependimento e fé em Jesus, sem acepção de pessoas"? É isso que significa terminar bem o ministério. Você poder, no final, como Samuel.
. . Isso aqui me lembra muito a mesma coisa que o profeta Samuel fez com os judeus, quando ele estava se despedindo, de deixar de ser juiz, porque a monarquia se aproximava.
Saul já estava para ser coroado, o primeiro rei de Israel. Samuel foi o último juiz, reuniu lá início para todo o povo de Israel e disse: "Agora eu. .
. ". Peço que vocês digam de quem de vocês eu roubei um carneiro, de quem de vocês eu explorei.
Diga aí, mostre aí! Quem de vocês eu tirei uma roupa, uma peça de roupa, alguma coisa assim? Olha que ousadia!
Não é, mas é isso que Deus espera de nós. O importante não é tanto começar bem; é importante também, mas, mais importante do que começar bem, é terminar bem. Nós precisamos de referências de pastores, líderes, presbíteros que têm de fato um referencial para essa nova geração que está chegando.
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