Fundação Vale [Música] apresenta no Brasil como chamados países em desenvolvimento tiveram na primeira metade do século XX né um crescimento vertiginoso no Brasil foram cerca de 70 milhões de pessoas que ou nasceram ou migraram para as cidades em 50 anos a partir daí nós nos tornamos intensamente urbanos só que ele é um Urbano desorganizado e isso é preocupante porque com esse crescimento todo em 1940 nós tínhamos 13 milhões de habitantes Urbanos de 29 milhões de habitantes rurais hoje nós temos 29 milhões de habitantes rurais a mesma quantidade de habitantes Rurais de 1940 mas crescemos de
13 para 170 milhões de habitantes urbanos foi uma construção o maior movimento Rural Urbano da história da humanidade antes da China o Brasil teve que em 50 anos criar cidades para abrigar esse essa população Então foi uma urbanização digamos caótica no sentido planejamento e no financiamento e obviamente isso resultou em cidades com exclusão com precariedade com ocupação de área de risco o homem do ABC Paulista durante os anos 50 60 quando essa arrancada Tá se dando ele vive em casas que ele constrói com seu próprio esforço né em geral na terra nua e ele tem
que caminhar de 13 a 15 km por dia para pegar um ônibus e chegar no posto de trabalho então quando a gente fala urbanização é preciso considerar que a gente tá falando muito mais de uma desruralização do que de uma urbanização no Brasil a maioria das cidades vivem na irregularidade e a maior parte da cidade em geral na periferia né no rio no caso do Rio as favelas no caso do do norte nordeste os mocambos os alagados a legislação Urbana não dialoga com a cidade informal que é uma boa parte sen não a maior parte
em muitas dessas cidades né e portanto não estende o direito à cidade a toda a cidade então existe a cidade do cartão postal a cidade do Mercado a cidade do espetáculo e existe uma cidade que é periférica que é pobre que é desguarnecida de equipamentos de de [Música] infraestrutura [Música] eu o direito à cidade é é o direito ao acesso à cidade como um todo é o direito à infraestrutura habitação aos serviços públicos ao acesso à mobilidade urbana ao transporte a utilização da cidade dos espaços públicos né é o direito que você tem de acessar
a cidade e é e a cidade ser o mais democrática possível eu acho que uma outra dimensão que a gente deve valorizar na noção direito à cidade é que ela ela ilumina o quanto de privação o homem da Periferia sofre com esse processo de expulsão de segregação pras chamadas cidades dormitório ele muitas vezes se vê contemplado né nessa necessidade básica para qualquer ser humano que é ter um teto mas ele não tem [Música] [Aplausos] cidade evidentemente mesmo no país menos desigual do mundo haverá uma distribuição desigual também dos espaços urbanos mas essa desigualdade não pode
ser brutal como é no nosso caso brasileiro uma desigualdade que nos envergonha E é esta que precisa ser [Música] alterada cidade é um lugar grande denso e heterogêneo Quando você vê os processos de segregação segregação dos ricos nos condomínios fechados segregação dos Pobres nos Espaços fados dos Pobres fechados também do pobres a gente tá vendo a morte da cidade e há uma crescente desqualificação de tudo que é público sobretudo do espaço público do espaço coletivo daquilo que sempre foi a marca principal das cidades que é a rua a praça o Largo a destruição da rua
é a destruição da cidade e a morte dos pequenos comércios etc tal do pequeno Comércio e o surgimento dos grandes Centros Comerciais da onde a cidade foi [Música] expulsa é preciso tratar tudo com respeito com reconhecer os valores dos espaços urbanos e não simplesmente ir passando trator e e reduzindo tudo para fazer uma obra ganhar um dinheiro aqui ou ali é preciso reconhecer o valor da do que nós herdamos das outras gerações e o rio é uma cidade riquíssima nesse sentido como salvador nós precisamos valorizar essas coisas então o conceito de patrimônio não é apenas
aquilo que é o patrimônio do século X ou 1 existe um patrimônio do século XX do Século XXI as coisas de mais valor Como é o Aterro do Flamengo precisam ser protegidas Qual a cidade que a gente quer qual a cidade do Rio de Janeiro que vale é a cidade quer dizer um pouco só voltada pro mar né um pouco ou é a cidade que mescla morro e mar né pobre e e e e classe média e ricos e que transitam né Por esse mesmo espaço forçosamente e aí tem que se reconhecer como cidadão dessa
cidade por que as pessoas vieram morar em cidade as pessoas vieram morar em cidade pelo encontro as pessoas moravam em lugares isolados né e vieram atrás das oportunidades que a cidade oferece as oportunidades tanto de trabalho de crescimento individual mas de crescimento coletivo também e que a cidade Então seja esse espaço de encontro espaço que as pessoas possam conviver recuperar a cidade enquanto espaço público é a luta para que a cidade não seja destruída pelos processos de privatização ao qual ela está submetida no momento atual a solução não é outra senão a resistência e a
luta e experiências múltiplas de que isso é possível que isso pode ser feito de outra maneira tem uma história recente que desemboca na constituição que é uma história exitosa que tem a ver com o movimento pela reforma Urbana né isso deu lugar a conquistas importantes o estatuto da cidade é sem dúvida um uma uma conquista importante o estatuto da cidade ele é uma lei desejada há algum tempo no país né A Primeira ideia de elaborar uma lei dessa natureza foi na década de 60 eh essa ideia acabou não avançando durante o período da ditadura militar
em 2001 ele é aprovado então ele tá em vigor há quase 13 anos e de fato a gente observa que muitos dos instrumentos que estão ali né não foram aplicados até hoje agora o estatuto de caganeira ele também ele tem Digamos um efeito que às vezes é um pouco imperceptível né ele gera alguma influência sobre a administração das cidades ele cumpre um papel importante mesmo que ele não seja 100% [Música] efetivo o plano diretor dá as diretrizes de uso e ocupação do solo da cidade ali vão est estabelecidas as áreas para comércio né as áreas
para habitação né as áreas eh onde vai ter eh eh escolas eh serviços saúde o plano diretor ele tem eh por princípio eh eh que ser um plano construído eh com a comunidade né com a participação social eh tem que ser ao final eh aprovado através de uma lei municipal no último plano de São Paulo né nós tivemos um enfrentamento constante tanto participando das instâncias formais as audiências públicas enviando propostas todos os espaços que foi aberto pela prefeitura e pela câmara de São Paulo mas também pressionando tanto o governo quanto a câmara municipal pra aprovação
das propostas que os movimentos levaram então a gente elaborou um conjunto de propostas principalmente né na questão da demarcação de novas Eis de áreas de zonas especiais de interesse social para que moradia Popular pode estar construída nessas áreas ampliando o volume de zeis E demarcando essas áreas quanto na cota de solidariedade que é destinação de parte do terrio quando quando uma um grande empreendimento é feito destinação de terreno pra moradia quanto recursos para aquisição de terra e essa arena de discussão ela é fundamental por isso que a gente defende sim que todo plano diretor tem
que ser feito com muita participação eu penso que uma das Grandes Virtudes do recentes que nós estamos assistindo E no caso do plano diretor da cidade de São Paulo é a concepção do planejamento da cidade na sua peça principal o plano diretor estratégico em que se compatibiliza a denso verticalização com capacidade de suporte da infraestrutura sobretudo Viária sobretudo transporte coletivo então ao longo dos corredores de transporte coletivos é que o plano diretor prevê maior potencial de adensamento populacional com edificações mais altas os miolos de bairro São mais preservados com áreas mais residenciais portanto de gabaritos
mais baixos então é uma lógica que ao meu juízo demonstra um avanço muito grande do ponto de vista do planejamento e da gestão das cidades brasileiras a meu ver nós não temos um modelo a ser seguido a Essa cidade é um modelo a ser seguido ela tem um plano diretor que é fantástico maravilhoso eu acho que romper eu acho que melhor a gente romper P com com os com os com os modelos e olhar h a diversidade da realidade brasileira a diversidade de cidades a diversidade de atores e construir processos eh próprios a a cada
a cada uma dessas realidades um plano de diretor da Amazônia não pode ser o mesmo plano diretor eh de uma cidade do Nordeste num uma cidade no litoral de uma cidade no sertão num uma cidade do Sudeste num cidade do Sul Então eu acho que é olhar o Brasil eh na sua diversidade eh na sua na sua rede de cidades na complexidade Urbana que nós temos eh eu acho que é mais e eh mais interessante quem é que detém o poder e o conhecimento né é quem tá lá na metrópole e muitas vezes Infelizmente quem
tá lá nunca pode conhecer melhor esse país e muitas vezes eh as políticas que que advem da capital que advem da Capital Federal elas estão orientadas então única e exclusivamente por essa maneira por essa experiência né de cidade e E isso tem se mostrado e eh em diversas situações inadequado para a realidade que prevalece na Amazônia porque aqui a gente vai encontrar a maior parte dos municípios de de pequeno porte que tem natureza Rural muitas vezes Ali há soluções que se forem devidamente incentivadas que se forem devidamente eh conduzidas podem gerar para nós uma possibilidade
de inovação que o Brasil precisa O Brasil precisa rever a sua forma de construir [Aplausos] [Música] cidades então o modelo eh Estrada metrô transporte rodoviário ônibus ele não dá conta da diversidade mais uma vez aqui eh da Amazônia então em torno de 9 milhões de pessoas se deslocam anualmente de barco em pequenas embarcações ou em médias embarcações e navios são situações que não estão incorporadas nos planejamento da política de transporte e mobilidade urbana e não dá para você também ter desenvolvimento urbano se você não respeito a meio ambiente toda a área do saneamento ela é
fundamental pra saúde das pessoas e pro meio ambiente Então você tem eh captação e distribuição de água tratamento da água é uma é uma questão central pro meio ambiente e pra vida na cidade O esgotamento né o tratamento dos influentes não é é fundamental pr pra saúde e pro meio ambiente um outro tema também ligado ao saneamento não é em particular a poluição da das nossas águas urbanas dos nossos rios que são muito pouco valorizados nas cidades brasileiras né É E a e a sua relação com a questão da moradia da da das pessoas pobres
é porque não havendo local para a a população pobre morar muitas vezes ela vai morar na Beiras de Córregos e rios em situação em geral ou inclusive de muito risco quando há temporada de chuvas não é mas causando também um um prejuízo que é para a cidade inteira a maneira precária como mora uma parte da nossa população causa evidentemente maiores prejuízos essa própria população essa que mora em situação precária mas também pro resto da cidade uma cidade mais democrática do ponto de vista da moradia é também uma cidade menos poluída uma cidade melhor se [Música]
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