O que é ansiedade? | DrauzioCast

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Drauzio Varella
A ansiedade pode atingir qualquer pessoa em qualquer idade. E pode piorar muito a qualidade de vida....
Video Transcript:
[Música] Olá amigos todos já sentiram ansiedade pelo menos uma vez na vida pode ter sido na infância antes de uma prova importante na escola pode ter sido antes da entrevista de emprego que você queria muito tô dirigindo o carro próprio pela primeira vez a ansiedade é uma sensação que faz parte da vida de todos nós mas existem distúrbios relacionados à sensação de ansiedade constante quando você percebe que não tem nada fora do normal na sua rotina tá tudo bem E mesmo assim você tem aquela sensação de que pode acontecer alguma coisa muito ruim a qualquer
momento isso pode ser um sinal do transtorno de ansiedade o mesmo quando você Tem palpitações no coração hiper ventilação começa a respirar rapidamente mãos trêmulas quando sente alguma preocupação essa Sensações podem causar problemas no seu cotidiano realizar as tarefas corriqueiras às vezes fica mais difícil porque seus pensamentos não te dão tréguas Eles são intrusivos de repente Vem do nada mas existe sim como aliviar esses sintomas e conviver bem com a ansiedade se você sentir essas reações que te atrapalham o dia a dia é fundamental procurar ajuda de uma especialista a terapia pode ser uma ótima
aliada nesses casos e uma psiquiatra ou psiquiatra pode ajudar você com tratamento medicamento Não passe por isso sozinho hoje está conosco a doutora Bruna Campos que é médica psiquiatra e ela veio para nos explicar melhor as circunstâncias em que a ansiedade pode ser preocupante quais são as melhores maneiras de cuidar desse problema e o que é psiquiatria pode fazer para ajudar a gente a primeiro diagnosticar a ansiedade e depois a encaminhar o tratamento seja bem-vinda Doutora Bruno muito obrigada Dr drauz eu tô muito feliz muito honrada aqui pelo convite muito bom tá falando sobre saúde
mental para as pessoas e principalmente eu acho que com grande precursor aí Acho que todos nós profissionais da saúde que produzimos conteúdo que estamos aí informando as pessoas a gente foi inspirado de alguma forma aí acho que de todas as formas pelo seu trabalho então fico muito muito feliz de estar aqui de verdade muito obrigado Bruno isso acontece a menina que a gente vai ficando mais velho vai acontecer com você também viu o Bruna vamos assim começar explicando o que é a ansiedade não é a ansiedade né eu sempre explico para os pacientes que é
um excesso de preocupação né assim preocupado acho que todo mundo fica já ficou em algum momento da vida em alguma ocasião e ansiedade é como se fosse um excesso dessa preocupação né assim da gente se ocupar antes de algo acontecer né daí vem o termo preocupado e aí a gente tem alterações no nosso corpo que acontecem né quando a gente tá se preocupando com algo que ainda não aconteceu então a gente entende também tem ansiedade ela tá relacionada a essa atenção um exemplo futuro diferente de um medo por exemplo né medo a gente geralmente sente
de um perigo real um perigo iminente e ansiedade é como se fosse esse medo mas de um perigo que tá lá na frente no futuro algo que ainda não aconteceu né E aí o nosso corpo a partir desse estímulo externo né assim a gente tem recebe um estímulo tem uma região no nosso cérebro que é amígdala né Tem uma das regiões responsáveis por isso e ela dispara um sinal para todo o nosso corpo de alerta então nos coloca em posição de alerta para lutar ou fugir desse perigo então isso implica vários alterações no nosso corpo
na nossa mente algumas desconfortáveis E aí que a gente vê a ansiedade não necessariamente sempre patológica né mas de uma forma geral é assim que acontece o Bruna a Organização Mundial da Saúde calculou em 2020 que naquele ano houve 18 milhões de Diagnósticos de ansiedade esse número provavelmente subestima o total uma vez que muitas pessoas têm quadros evidentes de ansiedade mas não tenho diagnóstico né não procuram ajuda porque ficou um problema tão comum esses números vieram assim tão crescentes cada vez mais e da mesma forma muito crescente uma busca e por entender esse motivo por
exemplo do Brasil concentrar né um número tão grande de pessoas com ansiedade então tem hipóteses nessa linha então que os especialistas têm visto né assim é que pode ter um impacto de fatores socioeconômicos né então a gente sabe questões relacionadas a gênero a classe social a condição financeira né assim pobreza desemprego são fatores que podem propiciar né o aumento de fardos de ansiedade questões ambientais né então nossa vida também muito Urbana muito desconectada né sendo que nosso corpo foi programado né assim para alterado o contexto ali natural Então são alguns dos fatores que tem si
associado assim se levantado como hipóteses para Esse aumento tão grande né assim dos casos acho que uma coisa que o senhor falou também que apesar de tem muito muitos quadros Ainda subdiagnosticados não diagnosticados mas ao mesmo tempo as pessoas têm prestado mais atenção tem aprendido sobre tem procurado mais ajuda Então acho que tem a ver com isso também né você falou agora pouquinho que a sociedade tá ligada às preocupações preocupações mais intensas mais eu todo dia tenho preocupações O que diferencia como é que eu sei se as que eu tenho fazem parte de um quadro
de ansiedade são coisas da ansiedade do dia a dia normal antes de entrar aqui e a gente estava comentando justamente isso né assim das preocupações ali do dia a dia e quando que isso passa a ser de fato algo que a gente precisa cuidar como o senhor falou né assim Todos nós temos preocupações a gente antes de entrar que tava com problema no áudio né então veio um momento de ansiedade meu Deus como vamos resolver né só que num organismo equilibrado saudável o nosso organismo Ele tem mecanismos para frear essa onda né assim de estresse
de ansiedade mas em alguns momentos em alguns contextos essas alterações que acontecem no nosso corpo mesmo na ausência do estímulo elas continuam então toda vez que essa ansiedade ela deixa de ser passageira Deixa de ser relacionada a um momento um contexto e passa a ser muito intensa ou persiste né já é sinalzinho de alerta pra gente procurar ajuda né toda vez que sintomas são mais presentes então uma preocupação que não passa não alivia um pensamento fixo no problema como o senhor falou no comecinho né os pensamentos intrusivos uma pessoa que mesmo quando tem uma possibilidade
de relaxar e descansar não consegue né então pensam muscular insônia toda vez que esses sintomas eles persistem por muito tempo já é sinal de alerta já vale a pena no mínimo uma avaliação porque pode ser sim um quadro patológico da ansiedade às vezes faz parte de um de um espectro né não vem sozinha né Quais são os transtornos mais ligados a ela a gente usa o termo ansiedade de uma forma muito Ampla né tanto no contexto da sociedade natural quanto dentro dos transtornos de ansiedade então os transtornos de ansiedade eles são vários na verdade né
gente é um grupo grande de quadros que o que eles têm em comum é o excesso de preocupação né então tem vários diagnósticos então a gente pode ter essa ansiedade quando ela cresce muito eu brinco que ela cresce e ela potencializa né então tem algumas ansiedades que elas vão se especializar na forma de ansiedade generalizada ansiedade social transtorno de pânico as fobias específicas né então tem água urofobia tem pessoas que têmfobia de avião por exemplo de alguns animais de insetos são tipos de transtornos de ansiedade a gente tem o transtorno misto ansioso depressivo nos últimos
anos se separou um pouquinho em relação mas é uma questão numa definição técnica mas o toque transtorno obsessivo compulsivo e o transtorno de estresse pós-traumático são dois transtornos que eles estão dentro desse padrão de ansiedade mas hoje eles já são estudados como quadros à parte né se não Capítulo a parte do manual diagnóstico estatístico que a gente usa na psiquiatria mas na prática eles também estão muito Associados né são sintomas de ansiedade ali mais especializados mas são esses os principais transtornos Realmente são muitos né assim diferente tava falando eu lembrei de um caso eu tava
uma vez num hotel no Amazonas e Vinha vindo e de repente eu vejo uma moça no corredor do hotel correndo desesperada e gritando e gritando eu tentei acalmá-la falei qual é o problema posso ajudar e ela gritava gritar no fim era um morcego que tava voando e ela teve uma reação uma reação dele teve uma crise de pânico nesses quadros de fobia né é muito comum assim as crises de pânico elas podem acontecer desencadeadas não só pelo transtorno de pânico né mas crise de pânico uma pessoa que tem uma fobia de altura uma fobia de
avião por exemplo no dia a dia dela ela não vai ter necessariamente sintoma mas exposta a esse estímulo Pode deflagrar sim é bem desesperador né só quem já passou por isso sabe né Então essa moça aí Provavelmente em alguma fobia específica e de animais ou de morcego o Bruno percebe uma paciente um paciente no seu consultório e ele vem eu ando muito ansioso a gente ouve falar todo mundo fala um pouco hoje dessas coisas mas ah eu tô ansioso umas crise de ansiedade o que que você se baseia para dizer não estou está fora da
rotina diária isto agora estamos tratando de um transtorno de ansiedade mesmo esse dia nóstico entre precisa de uma avaliação Clínica eu fico bem preocupada e hoje em dia né com diagnóstico tanto alto diagnóstico quanto diagnósticos feitos em consulta de 5 minutos que talvez em outras áreas da Medicina algo um pouco mais objetivos você consiga mas na psiquiatria isso inviavam na minha opinião porque você precisa avaliar fazer essa avaliação clínica no sentido de investigar Desde quando esses sintomas estão presentes quais são os sintomas e Desde quando eles estão presentes e uma coisa que diferencia não só
na ansiedade mas em todos os transtornos mentais é o impacto o prejuízo que esses sintomas estão trazendo na vida da pessoa então isso para além da presença dos sintomas né tão importante quanto é o impacto porque esses sintomas tem então quando esse sintomas eles estão de fato trazendo impacto na vida profissional na vida pessoal eles hábitos daquela pessoa muito provavelmente a gente já tá ali diante de um transtorno de ansiedade na avaliação médica especificamente né a gente vai rastrear também fazer um diagnóstico de exclusão de outras doenças muita gente esquece disso né E tem outras
doenças que podem causar às vezes sintomas de ansiedade às vezes um remédio que a pessoa tá tomando causar às vezes um parecido com sintomas de ansiedade então nessa avaliação como médico né a gente sempre avalia também esses outros pontos né Então faz uma avaliação da saúde do paciente como um todo e a identificando esse prejuízo a gente faz o diagnóstico se de fato for só aquilo né não tiver nenhuma outra causa e os sintomas que mais Te chamam atenção nesses casos quais são dependendo do tipo de ansiedade né dependendo do transtorno mas geralmente isso uma
preocupação excessiva sintomas de sobressalto né a pessoa se sentir sobre assaltada assustada ter dificuldade de relaxar quando tem oportunidade aquele pensamento ali que fica ruminando muito tensão muscular né paciente ainda agora uma das queixas dela era dores pelo corpo por conta da atenção muscular né assim de forma crônica alteração de sono é muito comum né Na ansiedade geralmente uma redução do sono então aquela pessoa que deita na cama e a cabecinha não desliga não segundo isso pode acabar impactando por exemplo nas relações pessoais então uma a gente fica mais estressada se irrita com mais facilidade
né então geralmente São esses os sintomas mais comuns assim principalmente na ansiedade generalizada né então são sintomas que ao mesmo tempo São sintomas subjetivos Mas a gente pode ter também sintomas físicos e é isso que eu acho que é um ponto que muita gente demora muito para procurar ajuda porque quando tem sintomas físico é sinal né Eu brinco com os pacientes que é sinal de que o corpo já não tá aguentando mais né então coração acelerado tremor boca seca isso tudo acontecendo né praticamente ao mesmo tempo né então uma respiração uma dificuldade de respirar sudorese
então também são sintomas que se apresentam ali principalmente durante crises de ansiedade né são bem desconfortáveis então na presença desses sintomas já é também sinal ali vermelho sinal de alerta para procurar ajuda profissional às vezes é esses casos mimetizam ataques cardíacos não problemas cardiológicos pessoas vão parar no pronto-socorro muito exato assim recebo muito pacientes encaminhados né assim de ou que foram duas três quatro vezes no pronto-socorro achando que estão infartando achando que estão tendo né alguma crise ali mais grave e é importante né Eu acho que é importante ir alerta também para as pessoas porque
isso precisa sim ser investigado né então uma pessoa que sente o coração acelerado com frequência obviamente a gente vai fazer toda uma investigação Clínica mas assim é importante descartar e ter certeza que de fato aquela pessoa não tem nada no coração né antes de começar a tratar a ansiedade então isso é um ponto muito importante assim é muito comum né assim sintoma se confundirem eu como ignorante sou dessa área eu entendo a ansiedade assim como um guarda-chuva que acolhe vários tipos de transtornos e a síndrome do pânico é o mais frequente não é exatamente o
mais frequente mas costuma ser o que chama mais atenção porque a pessoa com ansiedade às vezes ela convive meses anos ali com sintomas mais corriqueiros do dia a dia né mas a crise de pânico elas são o ápice verdade né Eu acho que para quem já teve uma uma crise de pânico assim né entende que eu tô falando assim é o extremo assim é o mais próximo do limite do máximo do que o corpo consegue suportar de estresse de ansiedade então de fato costuma ser o que chama mais atenção assim né Não exatamente necessariamente mais
comum mas de fato é o que muitas vezes faz as pessoas procurarem ajuda no tempo que ninguém falava em síndrome do pânico era estudante Eu lembro que tava no internato e viu uma moça que chegou assim desesperada eu vou morrer o meu coração vai parar ele bate de um jeito que nunca bateu é claro que a gente fez um eletrocardiograma imediatamente e tinha um médico mais velho que era o chefe de plantão falo pra minha filha Olha é o seguinte esse tipo de nervosismo ninguém fala síndrome do pânico naquele tempo mas foi muito antes de
você nascer nesse tipo de nervosismo você acha que vai morrer mas quando vier quando você sentir você tem que pensar assim parece que eu vou morrer mas eu não vou morrer Você sabe que só tem que falar isso Ela ficou mais tranquila Isso é uma intervenção a gente chama de psicoeducação né das primeiras intervenções das mais importantes que a gente considera porque o simples fato da pessoa entender de isso hoje é estudado né se isso é replicado isso é recomendado que você faça o simples fato de você explicar o paciente O que são aqueles sintomas
que aquilo ali não é necessariamente uma doença grave obviamente como o senhor falou né a gente já tendo certeza disso e tendo feito essa avaliação isso ajuda a pessoa a aliviar né assim esses sintomas na hora que esses sintomas acontecem absurgem de forma muito intensa né Então isso que esse professor né assim Fez Na época né assim é o que a gente faz e é recomendado de fato hoje pelas maiores entidades nesse assunto que é psicoeducação que é ensinar o paciente sobre o diagnóstico sobre o prejuízo que fazer diante E aí depois no segundo momento
se for o caso entrar com acompanhamento psicológico e com acompanhamento médico né Se precisar mas assim é o degrau número um de fato do tratamento você sabe que uma vez eu quero estudante nessa época e fui a um aniversário de um amigo e quando cheguei no prédio cheguei junto com uma amiga nossa e ficamos esperando o elevador quando o elevador chegou ela falou olha sobe você que eu vou pela escada Então por que que você vai pela escada Ah eu tenho medo de elevador falei ah que é isso não senhoras vai subir 10 andares estava
calor chega lá em cima Suada sobe comigo eu tô aqui eu te ajudo má ideia viu porque o elevador começou a subir ela teve uma crise entrou um desespero ela não conseguia parar ela se jogava contra as paredes do elevador eu fui apertando os botões até o primeiro que parou e foi a primeira vez que eu vi uma coisa dessa e tal completamente fora do controle dela né as pessoas têm essa sensação de que eu tô perdendo o controle eu tô perdendo o controle dos meus pensamentos ou eu vou morrer a qualquer momento é extremamente
desagradável mesmo e essas crises Quando acontecem é como a gente vê a pessoa teve uma crise assim não é elevador por exemplo o caso dessa moça é mais comum essas crises se restringirem aos elevadores ou costumam ir para outras áreas por exemplo o trânsito parou num túnel vai ter a mesma crise essas crises vão pegando vários acontecimentos da vida diária depende porque assim por exemplo no caso dela né Não sei se era uma claustrofobia né uma fobia específica de lugares fechados Então se sim essa pessoa ela vai ter crises Nesse contexto específico no transtorno de
pânico por exemplo essas crises de pânico elas vão começar a acontecer em outros contextos e muitas vezes de forma inesperada e é isso que causa um grande desconforto porque além de ser extremamente desesperador a pessoa ela começa a ficar preocupada porque pode acontecer a qualquer momento em qualquer lugar Então imagina né assim a pessoa começa a evitar sair sozinho evitar determinados lugares né onde ela associa que possa acontecer essa crise enfim isso a gente falando no caso do transtorno de Pânico nas fobias Mas pode acontecer de forma isolada tem pessoas que tem mais de um
tipo de transtorno de ansiedade é comum né Por Conta do entendimento que a gente tem hoje né de genes compartilhados né então uma pessoa que tem um transtorno de ansiedade ela tem uma propensão maior até outros também Então depende muito mas existem pessoas que têm crises de pânico só num contexto específico como essa moça por exemplo né Se fosse o caso e tem pessoas que vão ter mais de um contexto aí depende do diagnóstico Depende da pessoa pode ser paralisante aquela pessoa tem tantos episódios deles que não quer mais sair de casa tem sem dúvida
e aí é justamente o contexto no transtorno de pânico né quando essas crises de pânico elas acontecem de forma repetida persistente a pessoa começa a Gerar Justamente a vida dela as escolha que a pessoa faz passam a ser baseadas em não ter um novo episódio então eu já vi pessoas né no consultório pessoas que mudaram de trabalho pediram demissão porque não conseguiam sair de casa né que na época não tinha não estavam recebendo ajuda então não sabiam nem que poderiam ficar afastadas por exemplo por um tempo para se cuidar e abriram mão de emprego pessoas
que precisam ficar com alguém em casa não ficam sozinhas então uma das coisas que caracteriza né se não transtorno de pânico é justamente isso essa preocupação com a possibilidade de um novo episódio e a pessoa faz de um tudo para não ter Então ela evita ela recebe um convite ela recusa oportunidades perde oportunidade deixa de fazer coisas que antes ela gostava que são importantes para a vida dela para evitar ter um novo episódio psiquiatria pode ajudar uma pessoa que se encontra nesse estado de ansiedade que impede a vida normal né nesses momentos quadros nessa intensidade
chega num ponto que é muito difícil a pessoa sozinha no sentido de com os próprios recursos internos né Todos nós temos mas chega um momento em que se esgota né então o nosso papel né na psiquiatra na saúde mental de uma forma geral psiquiatra e psicólogos mas especificamente psiquiatras em momentos em que esses sintomas eles estão tão desgastantes que colocam aquela pessoa em risco de abrir um quadro depressivo às vezes é uma pessoa que já tem por exemplo um quadro de pressão alta tem alguma outra doença que pode ser agravar durante esses episódios Então é
porque as pessoas associam muito psiquiatra o uso do remédio né eu tento explicar para as pessoas que o psiquiatra é o responsável por avaliar cuidar de toda saúde mental da pessoa mas um dos recursos que a gente tem é o uso de remédios de medicamentos que nesses momentos quando a gente coloca na balança e vê que o prejuízo que aquela pessoa tá tendo é muito grande hoje em diante que a gente tem uma segurança Grande a gente faz exame antes a gente acompanha e tudo mais tem uma segurança muito grande então custo-benefício é muito bom
porque o remédio né ele ajuda o organismo a não deflagrar Episódio de forma tão intensa né então isso durante um tempo aí os tempos de tratamento variam né mas assim princípio transtorno de pânico depois que a pessoa atinge remissão Total entre 6 meses e 12 meses já ficam tudo bem Já é recomendado a gente considerar uma redução do remédio uma possível suspensão né muita gente acha que vai ficar tomando remédio para sempre nem sempre assim tem casos e casas mas de uma forma geral assim é Resumindo os agentes né os medicamentos a gente de farmacológicos
eles ajudam nesse disparo que eu expliquei lá no comecinho né assim nesse disparo da amígdala dessa região do nosso cérebro nessa resposta né assim de estresse os remédios ajudam a equilibrar um pouco mais isso a não disparar com tanta frequência e isso permite com que a pessoa vá recuperando retomando as atividades dela que ela consiga colocar em prática as coisas que ela tá aprendendo na terapia que ela tá lendo sobre né porque nesses momentos de estresse é muito grande por mais que seja uma pessoa que leu tudo sabe todas as teorias que está na terapia
que sabe a sequência de exercícios para fazer exercício de respiração durante uma crise muito intensa é muito difícil colocar em prática Às vezes a pessoa nem consegue né uma história tão incômodo tão grande que não consegue então o remédio ele entra como um dos componentes de todo um conjunto de intervenções para melhora desses sintomas Olha eu já vi várias vezes em aviões pessoas que entram no avião e tomam comprimidinho não é um comprimido para dormir muitas vezes é um voo de urno de algumas horas etc e às vezes é um voo São Paulo Rio é
uma coisa rápida que recursos vocês usam nessas condições recursos farmacológicos eu digo nessas situações de fobia de avião de avião por exemplo tem as fobias específicas é curioso é interessante porque foge um pouco do tratamento porque por exemplo uma pessoa que tem a fobia de avião mas que ela tem um estilo de vida que ela nunca vai precisar pegar um avião na vida talvez a gente nem descubra essa fobia ou talvez ela precisa passar por aquilo uma vez na vida e pronto e depois nunca mais e não empata em nada a vida dela que ela
ou uma pessoa que tem uma fobia sei lá de cobra ou de sapo mas ela mora numa região urbana ela não tem um impacto tão grande mas aquele medo intenso tá ali agora quando a gente tá num quadro de fobia específica por exemplo nesse exemplo do avião que é muito comum mas a rotina daquela pessoa demanda um contato né uma exposição frequente a gente tem algumas intervenções que são importantes dependendo do ser uma pessoa que precisa viajar toda semana com muita frequência existem linhas dentro da Psicologia que ajudam muito né da terapia cognitiva comportamental ajudar
a pessoa o cérebro da pessoa responder de uma forma mais saudável aquele estímulo mas os remédios dos ansiolíticos né que tem toda uma questão aí para os ansiolíticas Mas essa é uma das melhores indicações do uso deles que é para esse uso ponto obviamente sempre prescrito numa dose adequada né depois uma avaliação médica não é para sair tomando aí remédio mas funciona como recurso sim então esses ansiolíticos esses remédios que tem o efeito mais imediato podem ser boas opções para essas situações específicas o que muita gente confunde é que acabam tomando aí os clonazepams e
alprazolaines da vida para evitar qualquer desconforto da vida pessoal qualquer estresse e não é bem assim mas para essas situações pontuais onde a pessoa sabe ela já imagina já sabe que pode ter uma crise de ansiedade fazer uso desses medicamentos é uma possibilidade assim um dos recursos junto com as intervenções por exemplo de técnicas de respiração de relaxamento e tudo mais Olha a minha experiência com o médico Bruna é que a maior parte dessas prescrições de medicamentos diminui ansiedade para controlar etc não são feitas por psiquiatras são feitas por clínicas são feitas ortopedistas cardiologista de
Ecologia a menina torce o pé vai ao ortopedista diz que tá muito ansiosa ele prescreve um medicamento isso atrapalha muito né certeza por um lado né A gente sabe que muitas vezes a gente não tem especialista para todo mundo tem esse ponto aí a gente tem os clínicos os médicos de família que tem sido cada vez mais bem treinados para isso para acolher essas demandas iniciais Mas por outro isso que você colocou é algo muito frequente porque entre nós colegas psiquiatras né a gente comenta assim o nosso receituário específico para esses calmantes a gente costuma
ser o que menos usa né assim porque a gente usa com mais parcimônia com indicação realmente enquanto outros colegas com muita frequência começa e aí depois fica o trabalho pesado para a gente que depois ensinar esse paciente o uso correto diminuir a dose suspender né então assim muito comum os pacientes muitas vezes que fazem uso crônico desses medicamentos em paciente a 5 10 15 20 anos tomando geralmente quando você pergunta para o paciente o paciente fala não é porque eu vou no Clínico aí eu pego aí passa o meu cardiologista que sempre passa então é
realmente um problema grande né os nossos colegas que bom poderiam encaminhar poderiam dar um encaminhamento Ou pelo menos orientar Olha esse uso aqui você vai fazer dessa forma enquanto você não passar pelo psiquiatra enfim mas na prática realmente é um problema realmente muito frequente outra confusão que os pacientes fazem é quando procurar o psiquiatra ou psiquiatra ou a psicóloga na diferença entre um e outro como é que a pessoa sabe sim Eu costumo dizer que assim se você tiver um acesso um bom psiquiatra um bom psicólogo no sentido de alguém minimamente ali né disponível para
te atender qualquer um dos dois vai saber te orientar te avaliar e ver se é o caso de encaminhar para psicólogos E se for comprar não psicólogo se é o caso de encaminhar psiquiatra em teoria isso né Tem uma ressalva que eu faço que é o que eu vejo muito acontecer pessoas às vezes com sintomas extremamente que assim os psicólogos eles têm intervenções ali que são super importantes recomendação de primeira linha de tratamento prevenção né Para muitos de quadros de ansiedade mas quando os sintomas são físicos muito intensos não é adequado a gente diagnosticar e
começar um tratamento seja farmacológico ou não para ansiedade como isso que a gente falou antes né assim sem saber se de fato aquela pessoa que tá tendo uma arritmia tá tendo alguma questão cardiológica né se tem algum medicamento que a pessoa tá tomando um corticoide algum outro medicamento que tá causando esse sintomas né então às vezes acontece ali de a pessoa ficar meses em acompanhamento com psicólogo e por medo por receio porque a gente tem toda uma questão aí com os psiquiatra as pessoas evitam por conta fazem ainda uma ideia né associam o tratamento psiquiátrico
com isso vai te deixar sedado vai te deixar incapaz o que não é nada disso hoje em dia já mudou bastante né mas as pessoas ainda existem muito só que muitas vezes a gente precisa passar avaliação antes então uma ressalva que eu faço é questões emocionais excesso de preocupação né uma dificuldade ali essa ansiedade ela tá impactando ali no seu relacionamento uma avaliação psicológica Com acompanhamento psicológico também costuma resolver e se for o caso depois encaminha mas na presença de sintomas físicos importantes na presença de insônia grave importante eu acho que é sempre um caminho
mais seguro uma avaliação com o médico antes para fazer essa avaliação da parte de saúde mesmo física e aí o médico dá os encaminhamentos no sentido de orientar o acompanhamento psicológico os quadros de ansiedade de uma forma geral é quase assim 99% dos casos a gente recomenda assim que tenham acompanhamento psicológico em paralelo né então acaba que na prática paciente geralmente tem indicação dos dois mas assim num primeiro momento muitas vezes na pessoa na dúvida né qual que eu procuro acaba não procurando nenhum e o que eu falei procura um vai lá passar uma avaliação
Inicial porque aí profissional vai dar orientação adequada sabe que eu noto você falou em insônia né a quantidade gente com insônia hoje é absurda e a quantidade de gente que toma esse medicamentos terminados em pam é absurda eu acho que esse medicamentos muitos deles Independência química não é Talvez seja a forma mais frequente de dependência química talvez perca por cigarro mas mais do que álcool mais do que cocaína mais do que maconha não é indicação as pessoas confundem né porque eu tomo remédio para dormir falei assim esse remédio não é para dormir esse remédio é
uma ansiolítico é para ser usado em crise de ansiedade é claro que um dos efeitos né é sono mas hoje a gente transtornos de insônia né Assim não tem mais como indicação de tratamento os ansiolíticos Mas é isso são remédios que as pessoas às vezes já estão habituados a tomar aí o pai toma mãe toma e tem em casa e acaba tomando e é isso é perigosíssimo né assim no longo prazo porque primeiro que ele não trata o quadro de base Então já começa o perigo por aí né Para Além Do perigo do medicamento Você
às vezes tem uma coisa que tá causando aquela insônia que você não tá tratando E aí pode piorando ao longo do tempo e segundo esse Impacto de fato do remédio em si do potencial de causar dependência mais que isso sabe esses remédios eles causam alteração de memória eles causam dificuldade de concentração e aí as pessoas muitas vezes vão buscar remédio para melhorar a concentração por conta do calmante que tá tomando sem indicação nenhuma né aumenta risco de acidentes de carro né então assim já vi pessoas caindo já vi pessoas que se acidentando porque estavam com
os reflexos diminuídos que é um efeito muito parecido ali né nos receptores de gaba né é um efeito muito semelhante ao efeito que a gente tem quando a gente consome álcool né então da mesma forma que na lei seca tem a questão da lei seca né Assim que hoje em dia as pessoas entenderam assim que é uma restrição ao uso de álcool porque diminui reflexo e aumenta acidentes o tanto de gente aí que não bebe passa na lei seca mais que tá em uso de ansiolítico enorme né o número dessas pessoas e que aumenta o
risco de acidentes né então a gente não recomenda também tem várias implicações aí nisso e é algo de Fato muito comum as pessoas tomam achando que é tratamento para insônia e não é um aspecto que sempre me preocupo sabe você conhece estudos feitos com essas medicações muito melhor do que eu mas em geral São estudos de observação dos participantes por um período limitado né a indústria não vai fazer um teste de um medicamento e vai acompanhado durante 25 anos né que fica inviável economicamente Então nós não sabemos o efeito desse uso tão prolongado não sabemos
o que vai acontecer com a memória desses pacientes Não sabemos se eles vão ter mais Alzheimer do que os outros não é verdade existe uma possibilidade dá problema sérios no futuro né Tem inclusive alguns anos aí um grande estudo que levantou essa possibilidade do mar associação entre pessoas que faziam o uso desses medicamentos terminados os ansiolíticos por muito tempo e um aumento de risco de quadros de demência de fato Então se levantou essa hipótese que foi muito falado né então hoje em dia tem muito paciente que chega perguntando ai mas esse remédio eu vi que
atrapalha a memória que aumenta a chance de demência de fato a memória de curto prazo Então isso é um efeito conhecido um efeito amnético conhecido no longo prazo alguns estudos tentaram replicar o resultado daquele estudo passou a ser algo controverso então alguns estudos Depois vieram falando olha não é bem assim não é que aumenta o risco de demência podem ter outros fatores Associados Mas de fato existe essa possível relação né não é ainda um consenso mas existe essa relação né Desse potencial e é isso que você falou assim Tem coisas que a gente só observando
ali com muito tempo a gente consegue ter clareza como hoje em dia por exemplo a gente sabe que se expor muito ao sol aumenta incidência de câncer de pele mas alguns anos atrás não era conhecido a gente sabe que cigarro né Muito tempo aumenta risco de inúmeros tipos de câncer mas isso só foi se vendo com o passar do tempo né Realmente então tem coisas que ainda estamos para descobrir então de fato o uso de qualquer medicamento né assim de uso contínuo precisa ser Sempre acompanhado e feito se realmente tiver indicação né se os benefícios
superarem os possíveis prejuízos Sem dúvida é esse transtorno de ansiedade no outro parecem até ridículos para gente né Por exemplo como é que não entra no elevador que coisa absurda né E então eles são menosprezados pelas pessoas que estão perto não vai Que bobagem como é que você tem medo de elevador não é uma pessoa culta como você e um engenheiro como você tem medo de elevador que na verdade Qual é a razão neurobiológica para acontecerem esses fenômenos que as pessoas não conseguem controlar assim o que a gente entende hoje é uma soma fatores né
assim fatores genéticos então tem pessoas que tem uma pré-disposição né a se preocuparem com mais facilidade gatilhos né Vamos chamar assim situações do dia a dia que são corriqueiras para a maioria das pessoas mas que para aquela pessoa ali especificamente vai causar mais ansiedade mas a gente tem também muito de um contexto pessoal né assim de histórico pessoal então questões da infância situações de trauma que aquela pessoa já vivenciou a forma com que aquela pessoa aprendeu a lidar com algumas situações então tem por exemplo na ansiedade social né que é onde se chamava antigamente de
fobia social mas tem estudos mostrando né Assim que tem um componente genético muito importante mas também tem a forma com que aquela criança por exemplo se uma criança ela cresce num lar em que os pais têm ansiedade social ela aprende também de alguma forma que a presença do outro não é agradável né assim ela tende a ser uma criança que se isola mais porque ela vai aprendendo também como lidar então a gente aprende muito na nossa infância não só com os nossos pais né com as figuras centrais ali com que apresentam o mundo para nós
a gente aprende também como lidar com as possíveis ameaças e o que que é a ameaça e o que que não é né então tem essas questões e tem às vezes fatores de junta essa predisposição né que a pessoa já tem Às vezes a pessoa não teve nada ao longo da vida nem um evento estressou mas tem algum momento na vida adulta passa por um evento mais traumático passa por uma situação e acaba desencadeando ali esse excesso de preocupação naquele momento então podem Se somar aí vários fatores então às vezes é no momento que a
pessoa já tá com privação de sono por algum motivo já tá com estresse no trabalho por algum motivo tá se entupindo de café que Cafeína é outra coisa também que eu pego no pé de todo mundo que é um estimulante né café é uma delícia eu amo café tomei um cafézinho todo dia mas é um estimulante a gente precisa usar com parcimônia então em excesso também pode causar né assim sintomas muito semelhantes e aí a gravar esses quadros para alguém que já tem uma predisposição então não tem um mecanismo único né mas é uma soma
de fatores que para cada um vai ser diferente dependendo do contexto Bruna nós estamos chegando no final do nosso tempo que conselho você daria para as pessoas preventivamente se defenderem e desenvolver um transtorno de ansiedade é difícil né assim falar em prevenção mas assim de uma forma bem bem resumida né se a gente entende que a ansiedade é um excesso de preocupação que é desencadeada ali pelo excesso de estresse né assim associado alguns fatores tudo o que a gente faz para diminuir níveis de estresse no dia a dia diminui a chance de ter uma exacerbação
da ansiedade então é como se fosse um copo né então você se copo ele tá já aqui perto de transbordar e acontece um evento que acontece uma situação ou é transbordar agora se eu tenho uma margem Você tem uma rotina mas equilibrada se eu tenho uma quantidade de sono adequada se eu evito excesso de cafeína excesso de álcool e outras substâncias e eu tenho horários regulares Hoje em Dia com Home Office confusão ninguém mais para de trabalhar né você tem horários regulares de descanso e de então cuidar disso esse manejo né cultivar bons relacionamentos enfim
a gente pode ir para uma infinidade de coisas mas de forma prática eu acho que fazer o básico se a gente faz o básico a gente resolve uma infinidade de possíveis problemas de saúde então dormir bem comer minimamente bem descansar beber água suficiente né E no caso da ansiedade aprender a lidar com as emoções é muito importante então fazer o básico e no caso pessoas que já identificam que se preocupam com facilidade olhar para isso procurar uma ajuda psicológica né assim acho que é melhor forma de tentar diminuir as chances no longo prazo dessa preocupação
se tornar um problema maior Muito obrigado muito feliz é um tema que tentar resumir assim é difícil mas acho que são informações assim muito básica em prazer muito grande assim falar É um prazer enorme mais ainda tá aqui com você como eu falei eu admiro tanto trabalho meus pais todo mundo muito bom muito obrigada pelo convite Muito obrigado no nosso portal você encontra mais de 100 episódios que versão sobre os mais variados temas conheça também os nossos outros podcasts porque dói por saúde sempre e outras histórias todos estão disponíveis nos principais agregadores e no YouTube
muito obrigado viu
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