Todo mundo deve ter visto a cena dantesca da nossa ministra do meio ambiente, a Marina Silva, sendo primeiro emboscada no Congresso para uma cena de humilhação. Se a gente entende um pouquinho de política e um pouquinho de discurso, de análise do discurso e de como tudo isso se amarra, a gente tem uma visão clara de que aquilo não foi destinado à Marina. de que aquilo não era sobre uma rodovia, de que aquilo tinha uma função muito maior.
Aquilo não foi por acaso, aquilo não foi assim ai uma richa, uma rusga espontânea. Aquilo foi tudo muito bem arquitetado. Primeiro que eh a gente tá num contexto em que o Congresso está rumando para cima da legislação ambiental.
Vocês já devem ter ouvido falar no PL da devastação. Dias antes, esse PL que vinha tramitando na casa foi completamente piorado no Senado, com emendas agressivas e aprovado de lavada. E a gente vai falar sobre isso, tá?
Eu vou falar inclusive sobre os bastidores da aprovação desse PL aqui nesse nesse momento da nossa live. Depois desse momento, celebrando essa vitória, a Marina foi convidada pela comissão de infraestrutura da casa eh para falar sobre a questão do licenciamento, né? Porque ela é ministra do meio ambiente.
E a gente viu a cena dantesca porque ela foi provocada tendo que explicar situações e dizer: "Não, não é bem assim". E quando você fala: "Não, não é bem assim". Você já perdeu porque a galera acha que esse é um contexto meio falacioso, né?
Ela tinha que explicar, só que que faziam? Interrompiam ela ou cortavam o microfone dela. Então, se provocava, se agulhava, se alfinetava e depois não se dava espaço paraa pessoa desenvolver um raciocínio com tranquilidade.
Existe uma estratégia de discurso, tá? Que as pessoas vão acreditar numa mentira que seja 30% de verdade. Se você começar com 30% de verdade, você pode inventar os outros 70, que aí as pessoas vão acreditar.
E normalmente é mais difícil você desmentir uma mentira do que você mentir, porque a pessoa que tá tentando desmentir, ela tá tentando falar as coisas de forma correta e a realidade não funciona de forma tão objetiva e tão direta quanto uma mentira. Normalmente é como uma mentira tenta pintar ela. Então você tem que ficar cheio de porência.
Aí parece que você tá inventando coisa e que a pessoa que falou uma mentira com toda a convicção que pinta essa coisa da realidade como sendo uma coisa muito simples, ela tá certa e você errada. E em cima disso você tem os 30% eh de verdade na mentira dela que as pessoas falam: "Ah, ela falou até aqui tá certo, então acho que o resto vai est também e o resto não tá". E isso foi claramente usado, isso sempre é usado em política, tá?
Tenham essa percepção. Mas ali naquele momento foi exaustivamente usado. E você teve todo um cerceamento.
Eu vi a imprensa e a sociedade destacar a questão misógena, né? A questão do racismo, de pensarem pouco da Marina. Isso foi óbvio que aconteceu, mas para além disso tinha um trabalho de descredibilizar a Marina ali.
E gente é a pessoa mais condecorada no país, na pauta ambiental. Não no país, fora do país. A Marina tem o maior prêmio das Nações Unidas na pauta ambiental.
Ela é a sumidade. Não é à toa que ela está no governo. Por que que ela está no governo?
Porque esse governo precisa mostrar ao mundo que está fazendo alguma coisa na área ambiental, porque boa parte dos nossos acordos comerciais, União Europeia e um deles dependem, depende, boa parte, depende de você estar fazendo alguma coisa na área ambiental, de você estar combatendo o desmatamento. E é o que esse governo quer fazer. Vamos botar essa pergunta aqui.
Eu vou te perguntar isso. Vocês votaram no Lula, vamos endereçar isso também. Os interesses econômicos não tem espectro ideológico.
Eles estão ali mandando no país desde sempre. esquerda ou direita no poder. Não importa quem esteja no poder, sempre vai ser a mesma galera no poder.
E a gente tem que deixar bem claro, se você não tem o interesse investido nisso, se você não é uma pessoa que tá ah lucrando com essa exploração e destruição do meio ambiente, você só tá perdendo. A gente tem e todo brasileiro tem parte na posse desse patrimônio nacional e a gente tá vendo algumas pessoas, algumas pessoas expropriando isso para lucros individuais, privados. eventualmente vai criar problema para todo mundo.
E por que que a gente fala tanto dessas pautas ambientais e coisas que são que estão sendo feitas agora? Você pode pensar de uma forma mais indireta, que é as coisas que eles estão fazendo agora no no na Amazônia pode afetar toda distribuição de chuva em Sul e Sudeste, pode inclusive comprometeres onde a gente tem parte muito sensível da nossa safra, da qual o Brasil depende. Mas se você não tiver interessado em nada disso, você tem que pensar pelo menos o ponto de vista bem egoísta individual, que é o seguinte: essas leis que são aprovadas agora, que de alguma forma elas facilitam a destruição do meio ambiente, né?
Você tá achando que você não vai ser afetado, mas aí depois rola barragem destruída da Vale, inunda uma cidade, rola uma Brasquen afundando Maceió. Aí você pergunta de onde que isso veio? Quem deixou uma coisa que tá facilitando desmatar a Amazônia, desmatar lá em cima facilita desmatar aqui.
Mesmo que eles aprovem uma coisa de forma local, cria um precedente depois para isso seja aprovado em outros locais locais do país. Você tem um interesse, um interesse individual, tá claro nisso. Você não tá ganhando com aquilo.
Alguém tá, você não, mas o prejuízo vai ser seu. Só só que eventualmente o prejuízo pode ser seu. É para evitar o prejuízo que você tem legislação, prejuízo do país, né?
E depois, ó, a gente poderia entrar nessa discussão para falar, por exemplo, do gasto fiscal, do desequilíbrio fiscal do Brasil, sabe? E a questão é econômica, é multifacetada, a gente pode devagar para um monte de lado, mas eu queria que você me acompanhasse aqui para entender um pouquinho o cenário. A Marina foi humilhada no Congresso porque, na minha percepção ela tá sozinha nisso, é sozinha dentro do poder, entendeu?
Ela representa uma minoria de pessoas que entendeu o problema, que tem noção de que esse problema ele é econômico, ele impacta o futuro do país, que tá ali, ó, se pendurando e que vai sofrer pancada desse mega poder econômico que está entranhado na política brasileira. A Marina, logo que ela chegou no governo, que ela assumiu o ministério, e você vai lembrar comigo, houve um corte no orçamento do Ministério do Meio Ambiente. O Ministério do Meio Ambiente que vinha já sendo dilapidado.
Vocês lembram quem era o ministro anterior a Marina? Era Sales. O Sales tem uma foto dele na frente de um monte de madeira cortada que ia ser mandada para fora do país.
O cara que falou durante a pandemia, vamos aproveitar a pandemia para passar a boiada. Esse cara passou boa parte da boiada, ele dilapidou o ministério. Então é nesse cenário que a Marina assume.
E ela assume com o Congresso Federal dando uma cortada no orçamento dela. Então o orçamento dela já foi menor do que o orçamento de lapidado pelo Sales. Se eu não me engano foi 700 milhões a menos do que eh o orçamento praticado anteriormente.
E ela pegou um ministério que durante 4 anos foi abandonada as moscas. O que significa isso? Ele foi desmantelado.
Então, não houve substituição de quem se aposentava. Você vai tendo uma redução da massa de recursos humanos além dos recursos financeiros. Fora isso, você tinha uma política ativa no governo anterior de se associar com criminosos ambientais.
Eu não estou, eu não estou inventando isso. A nossa editora Nico vai botar umas matérias no corte para você ter acesso a a tudo que eu tô falando, mas você também pode pesquisar se você quiser. Na época dos incêndios se reunia com a galera incendiária, se reunia com garimpeiro que queria mineração ilegal.
Então é nesse cenário. E o governo federal que tinha acabado de assumir não respaldou a Marina nessa briga. Por que gente?
O governo Bolsonaro, todo mundo rezava debaixo da cartilha do Bolsonaro. O Bolsonaro não admitia um pensamento divergente. Vocês lembram disso?
O Moro foi quicado do governo porque não seguiu a cartilha do Bolsonaro. Os ministros da saúde na época da pandemia foram quicados porque não seguiam a cartilha maluca do Bolsonaro. Vocês lembram disso?
Ele não admitia ninguém pensando diferente dele. O Lula foi eleito com uma coalisão. Então tem gente de um vasto e amplo espectro dentro do governo.
A Marina é de um posicionamento que dstoa do ministro da agricultura do Lula, que destoa do ministro de Minas Energias, do ministro da Casa Civil. E ela sabia disso. Todo mundo sabia disso.
Todo mundo que votou no PT para evitar o Bolsonaro sabia do histórico desenvolvimentista do Lula. É, vou deixar bem claro, tá gente? Pra galera que normalmente coloca a esquerda inteira num balaio só e chama de comunista.
Você tem várias correntes de esquerda. Você tem a esquerda ambientalista, você tem a esquerda identitária e você tem uma esquerda que é a esquerda velha guarda, tá? que é isso que o PT representa, que é o o vou colocar assim o viés ideológico do Lula, se você puder definir um de forma bem ampla, tá?
Que é a esquerda desenvolvimentista, que é a esquerda aquela do estado investindo pesado, tem que desenvolver. Eh, é uma esquerda na qual normalmente eh o meio ambiente tem que ser preterido na na pauta de preocupações para outros interesses, que é o desenvolvimento da nação. É uma coisa meio estranha até que junta que junta esquerda e direita, que era perspectiva também do governo de de alguma forma uma variação dessa durante a ditadura militar, por exemplo.
Eh, é um track até meio estranho assim, que enfim, mas é muito curioso porque quando você não acompanha políticas ou você é novo e não tem um um background de memória que, por exemplo, a gente já tem, eh, você pode achar estranho tudo isso, mas na nossa cabeça é o mesmo PT da Belo Monte, entendeu? E a Belo Monte foi uma violência ambiental. Ela foi construída a despeito da orientação contrária das equipes técnicas, dos órgãos técnicos, das entidades técnicas especializadas em meio ambiente.
Todo mundo sabia que aquilo era um desperdício de dinheiro, ia trazer um dano ambiental e social gigante. E essa ala do governo meteu a cara e foi assim mesmo. E quando fala meteu a cara significa patrolou uma parte do país.
As comunidades ribeirinhas que moravam lá. Depois você pode pesquisar, tem várias matérias, inclusive da Eliane Brun, mostrando como a vida degradou naquele lugar. Então assim, não é um governo que tem um currículo brilhante em meio ambiente.
A Marina foi basicamente expulsa do PT depois do primeiro mandato do Lula, depois de tudo que ela fez, porque ela trabalhou pela preservação do negócio, ela trabalhou pelo combate real do desmatamento e ela obteve números. Isso são dados, tá gente? Eu acompanhei essa história e foi nesse momento que eu comecei a acompanhar a trajetória da Marina.
Por isso que foi muito chocante pr mim ver aquela cena no Congresso. E imediatamente eu entendi o que que estava acontecendo. A Marina representa uma resistência e ela tá sozinha nessa.
E você tem uma série de poderes interferindo e empurrando essa patrola. Sabe aquela imagem do desmatamento? Não sei se você já viu.
Você sabe como que é desmatamento de corrente? que é um trator de um lado, outro do outro e uma corrente vai derrubando a floresta inteira. Aquilo serve metaforicamente para dizer o que que tá acontecendo.
Você tem poderes políticos e econômicos aliados e que vão derrubar tudo. A Marina é uma seringueira ali no meio, tem outras seringueiras, entendeu? Só que o que que acontece?
Silencia, descredibiliza e passa por cima. Foi isso que a gente viu acontecer no Congresso. Só que o problema é que nós estamos ali entre as seringueiras, tá?
querendo você ou não, apoiando você ou não a pauta ambiental, você tá sendo patrolado, patrolado junto. É. E mas tem um negócio, tá gente?
Eu sei que tem muita, muita gente tem uma recepção negativa da Marina, aí você pergunta pra galera meio porquê. Ah, e eles vão continuar perpetuando alguns xavões que a gente vê na internet. Ah, aparece uma vez a cada 4 anos, aquela coisa toda.
Vamos lá. Eu quero que se pergunte a você, tá? você que tá ah criticando a Marina e coisa do tipo, que não consegue ver o rosto dela numa notícia sem fazer um comentário pejorativo e tal.
Por que que você não gosta dela? E aí que eu vou colocar o motivo disso tudo. Ela teve uma campanha muito grande e eh negativa em relação a ela.
É uma pessoa que tem um lobby muito forte contra ela, porque ela tá contra o interesse político de vários grupos no Brasil. Não tem ambiente, tá, no Brasil para que isso, para que qualquer iniciativa em relação à proteção do meio ambiente prospere de forma adequada, de forma ideal. Apesar de todo esse boicote, apesar disso tudo, saiu matéria na DW que ela conseguiu a redução do desmatamento nos seis biomas brasileiros.
E é a primeira vez que isso acontece diante desse cenário todo, entendeu? Se ela tivesse recebendo apoio, os números seriam muito melhores. Mas não tem como você.
E outra coisa, gente, pelo amor de Deus, a gente tem que entender o governo brasileiro. Eu acho que falta, e eu por que que eu tô falando isso? Desculpa, não é com você que tá assistindo agora, não, mas como eu coloquei no Instagram e eu tive uma discussão com uma galera lá, eu percebo que é uma falta de compreensão de que as coisas no Brasil elas são divididas em três responsabilidades.
Você tem a responsabilidade municipal, você tem a responsabilidade estadual e você tem a responsabilidade federal. Então, tem coisas que são do da competência do Ministério do Meio Ambiente, tem coisas que são da competência das secretarias do meio ambiente, dos estados e dos municípios. E um não pode interferir no outro, é inconstitucional, tem que trabalhar em sinergia.
Mas se um tá se esforçando e o outro não, a gente sente. Só vai funcionar se os três trabalharem em sinergia. Quando você pega o governo do Amazonas, o governo do Pará, você vai ver que há outros interesses guiando o governo do estado.
Tem que entender as coisas como funciona, porque senão você vai bater na única pessoa que tá segurando a corda pro negócio não arrebentar, entendeu? Aí, ai, Nils vai falar que ela é mulher e negra. Gente, o brasileiro é preconceituoso e isso pega.
É muito fácil você vender para o brasileiro uma imagem de que a Marina é incompetente, porque o brasileiro vai se guiar por estereótipos e os senadores sabem disso e por isso eles fizeram aquilo. Um homem com o currículo que a Marina tem, um homem branco com o currículo que a Marina tem, jamais passaria por aquele tipo de agressão no Congresso. Mas jamais.
Uma mulher branca que é convidada para falar de Bet porque ganhou milhões com o tigrinho, não sofreu a violência que uma ministra do meio ambiente condecorada internacionalmente que tá lutando pelo meio ambiente sofreu. Então assim, a gente tem a realidade, vamos lidar com a realidade. Agora, por quê?
Sob pressão de Alcol Columbre, o Senado aprova desmonte do licenciamento ambiental. A Columbia é o presidente do Senado, ele é um senador da região norte. E aí você tira que a interesses econômicos pela exploração da Foz do rio Amazonas, tá bom?
Exploração de petróleo no Amazonas. Por quê? Royalts.
Tá bom. Ah, Nils, o Norte precisa desenvolver. Sim, eu também acho.
Mas se não for um desenvolvimento sustentável que mantenha a floresta e a biodiversidade em pé, nada vai segurar a miséria do estado. O grande problema desenvolvimento de petrário, galera, não entende isso. É porque não é só a galera que mora aí que vai viver do petróleo.
Macaé no Rio era um lugar turístico. Isso daqui é Macaé, Rio de Janeiro, tá? Explorar o petróleo lá.
Macaéia, capital do petróleo se vê refém da flutuação do mercado fóssil. Isso aqui é Macaé. Concentração de renda, flutuação de empregos, crescimento desordenado, poluição e crise hídrica são alguns dos marcadores deixados pela indústria de petróleo e gás.
Aí eles descoberam que bacia de campos, tal, tal, tal. Depois, se você quiser ler sobre isso aí, você fica à vontade. Eh, você aí que é do norte do país e tá refletindo sobre a possibilidade de desenvolvimento baseado em exploração de petróleo na sua região.
Eh, vai fazer você ter uma um choque de realidade, não ter ter uma segunda opinião sobre isso. E eu não tô falando aqui coisas que a gente tá não é teoria, tá? Isso é um exemplo de de caso que aconteceu.
Mas assim, isso é só um parênteses, porque todo lugar em que o ambiente foi devastado virou miséria, gente. Essa é uma afirmação muito clara. Você pega lá a região de Belo Monte, todo lugar que a promessa foi prosperidade e o meio foi a devastação ambiental, o fim foi miséria.
Não tem outra matemática. Mas bota lá para mim, meu bem, na minha newsletter. Deixa eu seguir meu raciocínio.
Projeto de lei é o maior ataque à legislação ambiental das últimas quatro décadas, 40 anos. Votação ocorre a menos de 6 meses da COP 30. Olha a irracionalidade.
Amplia retrocessos do texto que havia sido aprovado na Câmara. Por 54 votos a 13. O Senado Federal aprovou na noite de quarta-feira o projeto de lei 2159 de 2021.
Trata-se do maior ataque à legislação ambiental das últimas quatro décadas desde a publicação do Política Nacional do Meio Ambiente em 81. O texto patrocinado pelo presidente do Senado, Davi Columbri, ampliou retrocessos do projeto que havia sido aprovado na Câmara, sugerido em emenda de última hora pelo próprio Columbre a licença ambiental especial. Esse é o ponto importante, tá?
A licença ambiental especial permitirá que atividades ou empreendimentos definidos como estratégicos por um conselho do governo politizaram o negócio, sejam aprovados em rito sumário, ou seja, sem técnica, sem aparato científico técnico. O Senado liderado por Davi Al Columbri cravou a implosão do licenciamento ambiental no país. O texto ainda irá à Câmara dos Deputados, vai voltar, mas lembra que veio de lá, então a chance de passar do mesmo jeito, com a mesma folga é grande.
Mas por muito pouco e pode ser feito para corrigir seus inúmeros problemas e inconstitucionalidades. O licenciamento se transformará, na maioria dos processos, num apertar de botão, sem estudo ambiental e sem avaliação de impactos ambientais. Eh, essa fala é da Sueli, do Observatório do Clima.
contribuíram para o resultado a visão arcaica e negacionista da bancada ruralista, a mi piaor industrial que querem meio ambiente só na esfera discursiva e a lentidão e fraqueza do governo federal em suas reações no legislativo. Porque tá todo mundo interessado no lucro imediato. Quando a gente fala frouxidão do governo, a gente não tá falando do Ministério do Meio Ambiente.
O Ministério do Meio Ambiente. E aí eu vou pedir para você abrir outra matéria para mim. como o governo Lula colaborou para aprovar o PL da devastação.
Eh, essa matéria descreve o que antecedeu a aprovação desse projeto no Congresso. Ministro interino do Meio Ambiente e Mudança do Clima, João Paulo Capobianco, rumou para o Palácio do Planalto na tarde de 12 de maio, uma segunda-feira. havia sido convocado para uma reunião com a ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gaz Hoffman, com a ministra Marina Silva acompanhando o presidente Lula em viagem oficial à China.
Porque lembra que eu falei, ele o governo ostenta a Marina. Olha aqui, a gente tem a Marina. Olha aqui, a gente tem a Marina.
A Marina é nossa. Eh, beleza. É isso.
Entenda isso. O secretário e braço direito dela, que era ministro interino, foi pra reunião com a Glaise, né? Esperava contar com a Glaise para resolver um grande problema.
Qual era o grande problema? A tramitação do projeto de lei da devastação. A Marina muniu o cara, ele faz parte da equipe, eles foram lá, certo?
Buscou responsável pela articulação do governo, ministro da Casa Civil, Rui Costa. Ele mandou procurar a Gise, a Gley falou que ia receber o Copobianco. Aí no outro parágrafo, Copobianco atravessou explanada no ministério com argumentos contra o projeto de lei, acompanhado por assessores, equipe técnica inteirinha para tratar de uma pauta, o projeto deação.
Mas Gla preferiu tratar apenas de uma pauta cara a ruralistas da Amazônia, o embargo determinado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente, Recursos Naturais Renováveis, o IBAMA, de áreas desmatadas. A ação ocorrida semana antes interditou mais de 70. 000 haares com indícios de regularidades.
O IBAMA fazendo o trabalho dele, bloqueando o acesso dos responsáveis a financiamentos como plano safra. Do total, mais de 30. 000 1000ares ficam no Pará.
Inconformado, o governador do estado, que seja, o Hélder Barbalho do MDB, base do governo, reclamou com o governo Lula porque ele é aliado. Quando então assim, ele foi lá, o Copo Bianco, com a cabeça cheia para tentar impedir o o o projeto do devastação. A Gace falou: "Não, depois você trata disso com os meus assessores.
Vamos falar disso aqui para beneficiar mais desmatamento. " Quando o Copabiano terminou essa pauta e ele achou que eles fossem entrar no negócio da projeto da devastação, por quê? para articular.
O papel da Glaise é articular a base e articular e negociar para impedir que essas coisas avancem. Esse é o papel dela. Que que ela falou?
Respondeu que as assessorias de ambos poderiam conversar a respeito. Ela trouxe o assunto. Isso daqui politicamente é não vou fazer nada.
A reunião terminou em seguida. Os técnicos que o auxiliar da Marina Silva levou ao Palácio do Planauta não foram chamados à sala da ministra, nem levados a conversar com a equipe dela. E dias depois, em 21 de maio, o projeto foi aprovado por 54 a 13.
Esses 13 são senadores do PT, que não significa nada eles não terem votado, porque a votação acontece, não é ali na hora do clique do voto, é antes nas articulações. Então, foi isso, lavou as mãos, na verdade fez isso para atender o alcolumbre. Para quê?
para facilitar outros projetos no governo. Então assim, a pauta ambiental ela foi negociada, triturada, tipo assim, gente, é é escabroso isso aqui. É escabroso.
Aqui é essa parte aqui que eu achei interessante, ó. Afrouxaram-se todas as etapas do licenciamento ambiental, inclusive estudos de estudos e monitoramento de impactos, nem monitorar impacto. Isso vale inclusive para empreendimentos potencialmente danosos, como barragens de mineração, como as que se romperam nos crimes ambientais de Mariana e Brumadinho em Minas Gerais.
Estados e municípios ganharam direito a definir que tipo de empreendimento pode ser dispensado do licenciamento, o que na prática deve incentivar uma disputa entre eles para ver quem oferece regras mais frouxas em busca de investimentos privados. Você descobre uma hora, tá, que a água que você tá bebendo há 1 ano e meio tá contaminada por metais pesados. Ah, não, porque eles afrouxaram não só, tá, o licenciamento, mas o monitoramento também vai ter problema ambiental aqui que vai tá afetando um monte de pessoa, vai começar a aparecer a gente com uma população com altos índices de câncer e a gente só vai descobrir o motivo quando algum cientista individual, algum louco for lá, tá, fizer o exame por conta própria, porque o governo vai estar monitorando aparentemente, e descobrir que a empresa que abriu um treco lá sem sem nada, o licenciamento eles vão liberar.
tipo assim, eh, eh, sem nenhum estudo, sem nada, tá? Ela tá anos contaminando o solo, contaminando a comida, contaminando a água de todo mundo. O Ministério do Meio Ambiente tá sozinho nessa.
Então você tem de um lado a agricultura que move a economia do país fazendo pressão, do outro lado fazendo campanha defamatória, gastando uma grana, porque aí entra o lobby das das petrolíferas, né, que todo mundo quer explorar lá o leito do Amazonas para pressionar pr a opinião pública para liberar a exploração do petróleo. E aí você tem a equipezinha, você tem uma galera pequenininha, você tem um povo assim completamente esmagado. Você precisa entender isso, sabe por quê?
Nós, quem tá defendendo a gente é essa galerinha pequenininha aqui. E quando eu falo a gente, somos nós também. Porque se acabar a floresta amazônica, acaba o mundo, acaba pra gente aqui também acaba, entendeu?
Ai, você tá cedo apocalíptica. Eu não queria, tá certa. Então é isso, é pressão popular.
passou muito fácil no Congresso por quê? A galera tá preocupada com outras coisas, a galera não tá acompanhando. E essa compreensão da diversidade e da briga dentro do próprio governo, as pessoas não entendem.
As pessoas acham que é Lula e Bolsonaro quando o Lula vai acabar fazendo o que o Bolsonaro não fez, entendeu? Mas não porque ai você, tipo assim, se fosse o Bolsonaro a gente não ia ter a resistência da Marina. Então assim, existe uma resistência no governo que é capitaneada pela Marina.
Se não fosse a Marina ali, se fosse um governo Bolsonaro, isso já teria passado, porque era o que eles queriam fazer lá na época. Eles não tinham ainda o Congresso pronto para isso. Agora tem o Congresso, tem as condições, tem a pressão.
A sorte é que tem a Marina. A Marina tá segurando as pontas porque é isso, ela é muito influente internacionalmente. Por isso que o Lula leva ela para tudo quanto é viagem.
Ela ela tentou, tá, uma hora antes da votação, o Ministério do Meio Ambiente da Marina publicou uma nota apoiando todas as notas técnicas contra o PL. Que que aconteceu? Ela foi sumariamente ignorada.
Lance é, a Marina, ela é low profile. A Marina tem um problema de comunicação real. Isso é uma falha do min.
O ministério, eles, acho que eles têm poucos recursos e ela não gasta recurso com propaganda, ela não gasta recurso com equipe de rede social. Isso é um problema. Porque os outros gastam e para e é muito dinheiro, é muita informação, só esse número, você imagina você ter tudo contra você e você conseguir historicamente pela primeira vez reduzir o o desmatamento em seis biomas do país.
Isso é esforço dela, tá? Isso é é ato dela. Ela é estratégica.
A galera tem uma ideia da Marina de que ela é eh nós só queremos defender o Não é isso não, gente. Ela é estratégica. Você olha para ela e você julga com base nos seus preconceitos.
Você que tá julgando, que eu tô falando com a galera do chat, mas quando a Marina tem um plano, era a única que tinha um plano de desenvolvimento sustentável. O PT não tinha, o PT abraçou o plano dela inclusive na campanha, não na prática. Eu acho muito engraçado a galera que fala dela e não sabe, não acompanha.
Ela é uma das únicas personalidades políticas que entendeu que não dá para separar a economia de meio ambiente. A causa da Marina, o cerne do discurso dela é exatamente esse. Quando você separa o que aconteceu no Rio Grande do Sul, o impacto da enchente que destruiu o estado o ano passado, parece que a galera esqueceu disso, foi justamente afrouxamento na legislação.
Tanto é que o Supremo Tribunal Federal derrubou o afrouxamento da legislação. A falta de legislação, ela culmina num prejuízo que depois vai sair do próprio tesouro para reerguer. Quanto foi gasto para reerguer o Rio Grande do Sul?
Nós já temos um problema crônico de desequilíbrio fiscal, mas o Brasil é um dos países que num cenário de mudança climática vai ser um dos mais afetados do mundo, com enchentes e com seca. Um país que seca sem recursos hídricos não produz. Você entende?
Eu eu fico, eu me sinto até uma palhaça, uma estúpida de ter que repetir uma coisa que é tão óbvia. Se não chove no campo, não tem safra. Se não tem safra, não tem dinheiro de exportação, não tem commodity.
A economia, o gasto que o Brasil inteiro teve com o Rio Grande do Sul para reconstruir parte e não chegou a viver, né? A gente teve perda de safra do Rio Grande do Sul. A gente teve assim um prejuízo imensurável.
Tudo isso desequilibra as contas do país. Économia, é economia pura. A Marina foi a é a personalidade que entende isso e no discurso dela ela traz isso.
Qual é o problema? É cara essa visão de mundo, porque ela não prevê que quem tá lucrando agora e quem é muito poderoso agora vá continuar lucrando. É uma outra reestruturação econômica, é uma outra é uma reorganização.
E a galera que tá no poder não quer perder esse poder e vê na exploração do petróleo e na exploração da Amazona, da floresta, uma fonte imediata de recursos e de riqueza. O cerne do problema é a exploração imediata. prejuízo, depois a gente se vira com ele socializado.
O que a gente pode fazer para evitar isso? Primeira coisa, tomar consciência disso, conhecer os dados, o que que tá acontecendo, o que que tá sendo feito na área e pressionar o governo, porque o governo tá vivendo uma eh tá expondo uma fantasia pro mundo, enquanto pelos bastidores vai boicotando o próprio outro lado do governo. É como se fosse um canibalismo.
Não tem como isso dar bom, entendeu? Não tem como dar bom, mas eles são muito sensíveis à pressão popular.