Entrevista com Ariano Suassuna

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From the office of Frederick G. Williams
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Olá nesses tempos pós-modernos cada artista se dedica a criar o seu próprio atestado de óbito da arte como o século XX destruiu a arte O Novo Já Nasce decadente é pois é enquanto São Paulo se afina com as últimas de Nova York e o cinismo é a linguagem crítica da moda o maior dramaturgo vivo do Brasil lança no nordeste seu Manifesto feito de prata o trabalho de Ariano Suaçuna em Pernambuco é o mais Vital e importante movimento cultural no Brasil de hoje O Secretário de Cultura Pernambucano apresenta seu projeto e seus conceitos em irresistíveis aulas
espetáculo são palestras recheadas de poesia Maracatu e muito Carisma a conversa na casa de Ariano Suaçuna no Recife rendeu tanto que será apresentada em dois programas com vocês o maior criado por Ariano Suaçuna Ariano Suaçuna [Música] [Aplausos] [Música] sal rabeca é bom igual a doce de caju não tem inveja de tu quem quiser luar Que luxo que eu sou o tampa de Cruz do sando não pensando que você tá no meio do mandato aí na Secretaria de Cultura fazendo um balanço do que você se propôs a fazer e do que conseguiu fazer até agora esse
balanço é positivo como é que o senhor avalia isso você avalia é positivo não não fiz tudo o que queria não mas estou eu já estou mais do que do que na metade eu já estou com dois terços compridos né Eu tenho um um ano mais eh e fiz muita coisa do que pensava fazer deixei de fazer algunas não não deu tempo de fazê-las mas de modo geral e é eu eu considero positivo agora mais importante nesse projeto que é um projeto modelo para todo o Brasil são alguns conceitos que tão eh explícitos no no
naquele Belo livro do projeto eu queria que o senhor desenvolvesse um pouquinho esses conceitos eu pesquei algumas poucas frases por exemplo não existe Progresso na arte senhor poderia explicar um pouco é essa é uma convicção que eu tenho há muito tempo quer dizer eu acho que a noção de progresso é fundamental quando você está pensando na tecnologia por exemplo n é na tecnologia na ciência então um um médico um cirurgião do século XX sabe mais do que um cirurgião do século 1 mas no campo da arte isso não isso não é verdade não não é
isso não é verdade porque você eh seria até bom para mim no caso que eu por ser um escritor do século XX escrevesse melhor do que Cervantes que é do século 1 né Mas isso não acontece não infelizmente quer dizer um pintor do século XVI pode ser melhor do que um do século X e menos bom do que um do século X ou ou ou 15 não é quer dizer no meu entender não existe em arte não existe Progresso existem variações flutuações diferenças você pode dizer que um um pintor Como como tintoreto que usava a
a perspectiva uma perspectiva quase cenográfica é diferente de de um um um pintor românico Catalão de dois ou três séculos antes dele ou três ou quatro mas você não pode dizer que ele é melhor não não é quer dizer a a eh o o pintor românico Catalão não usava a perspectiva e ele usava Mas isso não significa uma um progresso significa uma mudança tanto assim que no século XX pintores como chagal como Miró como como Picasso deixaram de usar a perspectiva novamente nesse sentido então o conceito de pós-modernismo não faz sentido Olhe eu acho eu
acho até que o próprio nome moderno eu eu sempre tenho muito muito cuidado com essas coisas porque e eh a gente quando a gente coloca por exemplo o nome Idade Média é tá certo é o nome que uso mas é um nome absurdo não é quer dizer a idade média está situada entre que dois polos entre toda a antiguidade desde a época neolítica entre essa e e um futuro que a gente não sabe quando vai terminar né se é que vai terminar né É É um conceito meio é um nome meio doido do mesmo jeito
eu eu protesto muito contra contra as pessoas que que chamam um certo tipo de dança que se faz hoje chama dança contemporânea é contemporânea de quê não é o que chamam dança contemporânea é um tipo de dança que se começou a fazer principalmente depois das de Isadora danc não é nos Estados Unidos mas o nome dança contemporânea é um um nome muito mal aplicado é por esse mesmo motivo que eu acho que o nome moderno e o nome pós-moderno não tem muito sentido não porque então o pós-moderno será tudo que se faz depois daqui até
o fim dos tempos você já disse uma vez que o teatro contemporâneo é um teatro em ruínas e o fato essas ruínas essa paisagem de ruínas não teria sido resultado por exemplo do Modernismo no no no no teatro é de certa maneira assim quer dizer o O que eu o que eu acho que começou a destruir o teatro Pedro foi o essa essa aquela aquela visão do Ant teatro tá entendendo Houve um tempo que de repente os os dramaturgos começaram a ter não sei parece que desprezo pelo público ou ou ou um sentimento de superioridade
ou ou ou mesmo de hostilidade ao público coisa que eu não posso entender eu acho que um um um grande dramaturgo como molier ele fazia questão de atingir as pessoas quer dizer de fazer com que a a a paixão que o movia a escrever atingisse o a pessoa que via a peça depois mas então começou começou começou-se a pensar uma dramaturgia em termos de um anti teatro quer dizer uma coisa que não não tivesse eficácia e isso depois veio veio veio se juntar a a uma a a um uma ideia a meu ver errada e
que foi introduzida no teatro por Berto breste eu não gosto muito do teatro dele que é a antic catar é ex é é exatamente é a anti emoção não é a anti paixão porque ele ele por uma questão ideológica ele achava que que o teatro não devia tocar nas pessoas pela pela paixão pela emoção e sim pela razão pela reflexão agora ele ele tem uma coisa com a qual eu simpatizo é a ideia de que ele partiu para enfrentar para ir contra o teatro o o o o teatro Ilusionista o teatro que que procurava iludir
o teatro excessivamente real verista que procurava convencer o público de que ele estava vendo um acontecimento da vida naturalista é eu acho que isso tá errado tá entendendo eu eu acho que isso tá errado e que brech aí tá certo agora eu acho que ele ele partindo para isso essa coisa C ele ele se encaminhou por por por descaminhos muito muito errados porque ele partiu daí quer dizer ele partiu para lutar contra o ilusionismo teatral e terminou atingindo uma coisa que a meu ver é fundamental pro Teatro a ilusão teatral a a encantação que se
sente diante que deve se sentir pelo menos diante uma peça teatro e eu acho que isso foi outra coisa que que que que contribuiu para destruir aquela aquela ideia do teatro que que se tinha na época dos grandes né como shakes como molier e em que o o o o público era era procurar se se captar capturar até o o a emoção do público né e onde o teatro sobreviveu onde onde sobrevive hoje o teatro bom isso aí eu eu eu não eu não conheço muito muito não do teatro eu eu eu sou uma pessoa
de de poucas leituras repetidas muito repetidas Tá certo eu releio muito eu leio poucos livros e releio muitas vezes esses poucos livros eu não não não assim um conhecimento muito grande não Quais são esses que você lê e relê sempre bom o o bom são são autores são autores às vezes muito muito muito diferentes uns dos outros e às vezes causa até surpresa Eu ultimamente eu dei uma entrevista Me perguntaram o que é que eu estava relendo paraa surpresa do jornalista eu digo eu estou relendo um livro que eu li encantado na adolescência chamado memória
de um médico do autor dos Três Mosqueteiros né Alexandre de mar mas é um um livro do qual eu gosto muito tem um livro de Aventura também outro que eu gosto muito chamado scam agora além desse eu eu leio e releio muito de maneira quase obsessiva dostoyevski tostoi e Shakespeare molier goldon gosto muito e servantes os autores espanhóis tiveram uma influência muito grande sobre mim você teve acesso a essas leituras ainda adolesc muito jovem muito jovem ainda eh eh adolescente não jovem jovem e é esse esses eh escarcha esse ali adolescente ainda no sertão da
Paraíba meu pai tinha uma biblioteca muito boa e essa biblioteca ficou para nós de maneira que eu eu eu tive eu tive essa sorte de muito menino assim que aprendi a lerum assim que me alfabetizei eu tive acesso a uma boa biblioteca né quando eu li essa de Queiroz L um poeta português hoje é esquecido mas que era muito famoso na época Guerra Junqueiro não é e e e muita gente Li os Sertões de euclídeo da Cunha e meu pai era Admirador de de euclidio da Cunha um admirador tinha uma admiração grande por euclidio da
Cunha e e li um livro que que me tocou muito e também é é é é um livro meio marginalizado na na na na literatura brasileira um livro chamado a carne de Júlio Ribeiro um autor acho que era Paulista ele não tenho certeza não mas acho que era Paulista e um livro me impressionou muito juntamente com o cortiço de al luí Azevedo foram os dois livros que me me causaram um impacto muito grande no campo dentro do do romance naturalista brasileiro né e além dessas leituras no sertão o que que o senhor tinha assim de
informação eh cultural o circo era o principal sim o circo Pedro principalmente porque às vezes as pessoas me pergunta se eu prefiro circo ou teatro para mim não tem diferença inclusive porque no no no Foi no circo eu vi minha primeira peça teatral eu vi uma peça chamada o terror da Serra Moreno uma peça devia ser horrorosa Mas eu achei linda depois eu vi uma peça chamada a ladra de um dramaturgo per cano chamado Silvino Silvino Lopes e essa essa essa era um drama um dramalhão terrível né uma história de uma mãe que passava por
ladra para poder inocentar o filho que era o verdadeiro Ladrão e que era um seito horroroso eu me me lembro que isso me impressionou muito essa essa me impressionaram muito essas duas peças agora no teatro com Barreto Júnior eu vi Deus lhe pague de jurass Camargo e vi uma uma peça brasileira uma comédia de costumes brasileira chamado o grande marido que eu também achei muita graça e gostei muito você acha que se tornou autor porque não conseguiu ser ator não eu às vezes digo isso brincando eu digo isso que eu eu eu eu eu pretendia
ser palhaço de circo como grigório e como não consegui fui ser autor mas eu acho que eu escritor acho que eu seria de qualquer maneira não sei se escreveria para teatro mas eu escreveria de qualquer maneira porque foi minha vocação desde os 12 anos de idade desde que eu que eu comecei a ler eh esc carambu ess cois eu passei a considerar os Escritores como verdadeiros heróis pessoas mais importantes do mundo e então eu eu eu queria ser escritor de todo jeito agora eh escrever para teatro eu vou lhe dizer os estímulos que eu tive
para isso além além além desse que eu já falei aí existia em Taperoá na minha terra existia um médico de muito bom gosto muito inteligente e muito culto e ele tinha as peças de ibs algumas peças e ele me emprestou eu ainda eu recém saí da adolescência ele me emprestou as peças de ibs e eu tive um foi um choque foi uma me marcou muito imediatamente eu tentei escrever uma Peça aos moldes de is aos moldes de is mas aquilo não correspondia a mim não correspondia à minha verdade entendeu Pedro aí eu falhei eu eu
não consegui nem terminar de escrever comecei a achar uma coisa falsa e parei eu estava recém saído da adolescência se é que não era ainda é o fim da adolescência eu tava com 18 anos né então eu na na universidade eu iria me tornar colega de turma de um grupo de pessoas interessadas em teatro eh o o a principal dessas pessoas era Hermilo Borba Filho não é que era mais velho do que eu 10 anos depois de certa idade isso não é não representa nada um homem de 60 anos e um homem de 70 tem
a mesma idade não é mas naquela mas na época é eu com 18 ele com 28 era uma diferença muito grande e além do mais ele ele já já já ele tinha uma biblioteca muito melhor do que nós todos já era casado já tinha sua renda própria já comprava livros com mais facilidade e e além do mais era um grande leitor e tinha experiência de teatro como ator E então nós juntos fundamos sobre a liderança dele fundamos o teatro do estudante de Pernambuco uma vez eu eu Forçou a entrar numa peça eu tive que entrar
porque e eu era o autor da peça Faltou um um um um um um ator só quem sabia o papel decorado era eu e hermil me botou para fazer Olha foi uma das piores experiência para mim e para ele ele dava pulos de raiva dentro da coisa começa que eu bastei a cabeça eu tava enca porque baxei a cabeça assim Falei para baixo com essa minha voz que já é uma beleza de dicção eu falou falando rouco PR dentro foi um desastre mas como professor o senhor é um grande ator É tá bom e foi
outra das maneiras que eu Ari para me compensar das minhas frustrações né E já nessa época o senhor percebeu a as origens ibéricas também do romanceiro e Popular nordestino prto foi exatamente por essa por essa época quer dizer levado pelo riro cigano de de de Garcia Lorca não é eu eu imediatamente eu comprei coleções do romanceiro espanhol e do romanceiro português ao mesmo tempo eu eu como Menin e adolescente sertanejo eu tinha entrado em contato com romances ibéricos que o povo sertanejo cantava Principalmente as mulheres as mulheres são as grandes responsáveis não é por manter
essas chamadas cantigas velhas que eram versões às vezes muito estropeadas de de romances portugueses que para para para aqui tinha um vino né e eh na Eu eu estive eu passava férias na fazenda de um tio meu chamado Joaquim Duarte Dantas e esse meu na fazenda desse meu tio Havia três mulheres que cantavam muito e e uma delas costurando numa máquina manual uma máquina de costura manual a outra torrando pipoca torrando milho para fazer pipoca era Delfina a outra chamasse Donana e havia aí uma terceira que essa cantava e dançava era uma uma uma dançarina
extraordinário quando eu vejo selba do Coco uma dançar só me lembro dela comar Amara ela ela dançava coco que era uma endiabrada dançando e e cantava muito muitos romances e e e com com agora então eu vi eu vi Donana cantando Quando Eu Era quando eu tinha uns 12 anos talvez por aí entre 12 e 15 anos euv a Donana cantar o romance de Minervina e um romance quea de uma pessoa que ela chamava fanti ela começava esse esse esse essa cantiga dizendo assim chorava fanti chorava fanti e eu pensava ela pensava que era uma
mulher uma moça chamada fanti e eu também pensava agora quando eu eu comecei a ler esses romances ibéricos né levado pelo entusiasmo que pelo Rubber tinham o namuno e e Garcia Lorca eu eu descobri sim e teve também uma outra outra figura que foi muito importante que foi Silvio Romero Silvio Romero é um Sérgio Pando que liderou aqui o importante movimento da da Escola do Recife no século X Ele tinha um um pequeno livro chamado cantos populares do Brasil e depois fez contos populares do Brasil e esses dois livros muito velhos existiam na biblioteca da
faculdade de direito e eu então fui e e e li e lá estavam aquele aquele E aí pela primeira vez eu percebi que não era chorava fantil chorava ela chorava a infanta chorava tá entendendo chorava a infanta chorava na porta da cama Marinha perguntou-lhe o rei seu pai por chora filha minha então eu vi lá em Silvio Romero que ela chorava a infanta chorava e e e e não chorava fti chorava como Donana dizia então foi por aí que eu comecei a a descobrir que havia muito na na tradição oral do povo brasileiro havia muitos
romances ibéricos Sobreviventes não é agora e é aí que eu que eu isso que eu queria lhe dizer eu não teria talvez eh valorizado os cantadores e os folhetos se na biblioteca de meu pai eu não tivesse tomado eh entrado em contato com os livros de um escritor cearense do princípio da do princípio do século chamado Leonardo Mota no nos livros dele de Leonardo Mota estão três folhetos exatamente os três que deram origem a minha peça aar Compadecida a no ato Compadecida o primeiro ato é baseado no folheto chamado enterro do cachorro o segundo ato
é baseado n outro folheto chamado história do cavalo que defecava dinheiro e o terceiro é baseado num terceiro folheto chamado o castigo da soberba é curioso como você fala de do do seu pai como uma figura muito presente em sua infância no entanto ele foi assassinado você tinha três anos de idade de que maneira esse assassinato essa perda do pai me marcou como artista e como pess eu não sei se se eu vai dar para eu falar isso não viu porque mas vamos marcou evidentemente muito né Eh ele ele sempre foi assim a a figura
heróica masculina nãoé para mim fo sempre foi ele eh e e como por outro lado eu eu já lhe disse que ele deixou essa biblioteca não é veja bem desse ponto de vista assim intelectual porque eu convivi pouco com ele né eu tinha 3 anos como você você sabe mas mas do ponto de vista assim do do do do de um aprendizado intelectual que eu poderia ter tido com ele eu terminei ter de maneira indireta porque eu fui formado literariamente por dois tios um era Joaquim Duarte Dantas esse que era o dono da fazenda onde
moravam as as mulheres lá que cantavam o outro era chamava-se Manuel Dantas Vilar e eles dois eh principalmente o segundo teve uma uma uma influência muito forte em mim ele ele ele ele foi quem me iniciou em Guerra Junqueiro por exemplo em ess de quiroz ele era meio anticlerical esse tio e ele meou n mãos o Liv de Guerra Junqueira chamado a Vel do padre eterno e eu me lro muito eu tenho uma memória muito boa ainda hoje tenho e eu me lembro muito bem do entusiasmo que ele sentiu num dia que foi citar uns
versos de de da Vel do pad eterno e eu corrigi eu disse el citou o verso errado eu disse não é assim não é assim ele disse não é eu disse é assim é ele foi ver e eu ele disse você sabe eu disse aí eu recitei o poema Toninho para ele ele teve um entusiasmo enorme ní ele nunca esperava eu era menino era um poema chamado como se faz um mostro você imagina era era era um um menino que que se tornava padre e o Ti era como se faz um monstro você imagine ele
era engraçado guerra J tinha umas coisas engraçadas ele tinha um poema lá chamado trocadilho Viu como é que era trocadilho Esse é eu vou lhe dizer eh ele aproveitou o fato de você sabe que o os padres Jesuítas a a ordem dos Padre Jesuítas chama-se Companhia de Jesus não é ele então fez um poema chamado trocadilha que dizia assim ó Jesuítas vós sois de um Faro tão astuto tendes tal corrupção e tal velhacaria que é incrível até que o filho de Maria não seja aa velhaco e não seja corrupo andando há tanto tempo em tant
companhia então quando eu recitei assim o poema para ele ele ficou entusiasmado pois bem aí Um dia eu perguntei a ele eu já mais velho eu perguntei a ele eu dig Ô meu tio me diga uma porque el esse esse meu tio Pedro só tinha o curso primário Aí eu disse a ele Como é que o senhor aqui no sertão da Paraíba só tendo o curso primário e conhece essa de quiroz ele dis foi seu pai meu filho então a influência de meu pai foi Além da da figura que ele é para mim foi também
intelectual pelo por via desse meu tio não é e e e e por intermédio da biblioteca que ele me deixou sua suna sua ca sua obra a entrevista com Ariano Suassuna continua na semana que vem a gente termina hoje curtindo o encontro do mestre com um de seus mais brilhantes discípulos Ariano Suaçuna e Antônio Nóbrega tchau [Música] abraço madeira do Rosarinho vem a cidade sua fama mostrar e traz com seu pessoal seu estarte tão [Música] original não vem para fazer barulho vem só dizer e com satisfação queeram ou não queeram os juízes o nosso bloco
É de fato campão e se Aqui estamos cantando esta canção viemos defender a nossa tradição e dizer bem alto que a injustiça dói nós somos madeira r madeira do rosarinos vem à cidade sua fama mostrar Oi vamos agora à segunda parte da aula quero da entrevista com Ariano Suaçuna hoje mestre Suaçuna Usa aquele jeito doce de falar para lascar o Paulo que não gosta lista que vai de Elton Johnny passa pela disneyland da cultura e não livra a cara nem do tropicalismo e eu digo não e eu digo não a não e eu digo é
proibido proibir proibido proib é [Música] proibido é proibido proibir foi um lema dos tropicalistas sim então queria que se você pudesse fazer qual a distinção entre o movimento tropicalista e o armorial e porque um um um se opõe ao outro come Começa por aí nãoé eles S eles acham que é proibido proibido eu acho que não é agora outra coisa que me me levou a a me afastar do do do tropicalismo foi foi que no meu entender o o o tropicalismo foi um um movimento derrotista tá certo eles eles pegaram uma fase ruim que que
que era a fase do do do inicial do do regime militar não é e agora a meu ver de modo lamentável eles empalmar como bandeira do movimento uma imagem profundamente negativa o clichê do do Brasil sim exatamente o o o o uma imagem que para mim era profundamente negativa do homem latinoamericano e da mulher latinoamericana que era uma imagem espalhada pela pelos meios de comunicação de massa americanos da época não é o o homem era um um camado de costeleta até aqui nãoé com sapato com Sola de borracha um um um palitó Branco até aqui
uma calça branca apertada da coisa se requebrando debaixo de Caio de banana não é dançando num rumba diante de um Caio de banana e a mulher era aquela figura de car Miranda Sei aquele E eles pegaram essa imagem empalmar aceitaram como como Bandeira eu acho eu achei que isso er er era aceitar a derrota tá entendendo eu não tenho essa visão nem do homem Latin americano nem do homem brasileiro é a a minha visão do homem brasileiro é muito diferente e o que os criadores do movimento tropicalista fizeram depois em suas carreiras você reconhece alguma
evolução nessa posição deles não sei eu não sei não eu eu não me interesso muito não por por essas essas coisas tá certo eu não eu não acho eu não acho que o tropicalismo no meu entender não deu nenhuma obra não eu me interesso muito pela obra de de de de da Escola do Recife por exemplo porque deu a a história da literatura brasileira Silvio Romero e os cões e me interesso muito pela Semana de Arte Moderna porque deu várias obras me interesso muito pelo movimento regionalista porque deu o romance de 30 Mas o que
o movimento tropicalista no meu entender não não alcançou grande qualidade assim não tem não tem nenhum poeta de grande qualidade tropicalista grande poeta brasileiro para mim é Jorge de Lima gosto muito de um poema de Paulo menos cant chamado infância isso que é poesia para [Música] mim na língua portuguesa armorial é um substantivo significa é é a coleção de insígnias e brasões de um povo né então eu passei a usá-lo como adjetivo também eh veja bem o movimento armorial se interessava pelas raízes populares da cultura brasileira a gente procurava uma arte erudita brasileira baseada nas
raízes populares na nossa cultura e então eh não sei se você já notou mas a heráldica no Brasil é uma arte essencialmente Popular né com as as camisas dos do e as bandeiras dos clubes de futebol com a cor azul e vermelha das das cavalhadas do pastoril do reizado não é então eu como eu me interessava por Essas manifestações populares da nossa cultura pelos Espetos populares pelo folheto etc eu então resolvi batizar de armorial como se fosse um adjetivo o movimento que a gente procurou criar na década de 70 e que se e que tinha
como objetivo o o lutar contra o processo de descaracterização da cultura brasileira pensando outra frase do projeto da Secretaria de Cultura de Pernambuco a frase não existe Arte Universal sim você pode explicar pois não veja bem no meu entender toda a arte Toda grande arte que eu conheço e e da qual eu gosto pelo menos no começo é é nacional e é local mais até reg local até local até mais do que do que nacional é local quer dizer ela nasce ligado a um local determinado e então ela se universaliza depois se for boa então
o Don K shot no momento que nasceu Era uma uma obra ligada a Castela era uma obra típica de um espanhol nascido em Castela não é agora a quantidade de de de sonho humano que existe no Quixote é é é tão grande que atinge a qualquer homem de qualquer lugar porque todo o o o homem é o mesmo em todo canto Pedro quer dizer as as paixões que são importantes paraa pessoa são as mesmas em todo canto né Quais são os problemas que interessam aqui na China na Suécia é fome injustiça ciúme opressão não é
violência e Eh amor não é morte a morte que é o mais democrático de todos que atinge todo mundo eh então esses são os problemas do do homem em qualquer lugar agora eu quando leio um livro quando eu leio um livro Russo Eu quero encontrar os problemas do homem que são os mesmos tratados de acordo com as circunstâncias particular da Rússia de acordo com os A maneira de viver e de falar do homem Russo de se vestir até então eu acho que que a obra de dost é profundamente russa não é a obra de molier
é profundamente Francesa A de é inglesa elizabetana é da época dele e é do local onde Ele viveu agora essas obras todas se tornam universais pela divulgação e pela qualidade pela quantidade de sonho humano que tem ali não é no meu entender é isso quer dizer as obras que são chamadas de universais são de fato locais Mas universalizadas pela divulgação e pela qualidade você faz uma crítica muito Severa e pertinente da da da massificação da da da cultura hoje e da colonização da cultura brasileira no entanto com toda a massificação a gente pode dizer que
as culturas regionais estão sendo extintas ou eh estão deixando de existir por conta disso a literatura de cordel por exemplo está ameaçada eu eu é bom ela eu não sei dizer a você se vai se vai ser destruída ou não tá certo é isso aí só pode ver depois agora ela ela toda a cultura Nossa está revelando uma uma uma extraordinária capacidade de resistência quer dizer ela perdura dentro das circunstâncias mais difíceis eu eu às vezes fico até espantado Pedro porque eu estive no no numa cidadezinha daqui da mata de Pernambuco chamada Tracunhaém e que
é um dos municípios mais pobres do Estado pois bem tem um movimento de cerâmica lá que é uma coisa extraordinária mas o que mais me impressionou lá eu fui lá dar uma aula então quando terminou a aula me levaram lá para uma praça pública o pessoal sabe que que eu gosto dessas coisas então tinham tinham organizado um um tinham contratado um um Maracatu Rural para aparecer lá de repente Pedro olha saiu de um beco assim um um um Maracatu Rural chamado Leão de Ouro mas rapaz o Aquilo me comu porque olhe os Maracatu rurais são
são organizados pelos cortadores de cana e as as a a o na feminino é é integrado pelas mulheres e filhas dos cortadores de cana é gente que passa seis meses do ano desempregado desempregada foi bem e e quando eu saiu de lá eu queria como você vse a riqueza tá entendendo o pessoal com aquelas roupas maravilhosas eu tenho até uma aí eu vou lhe mostrar depois É um negócio é é inacreditável como é que que Como é que que sobrevive sobrevive mais do que sobrevive florece e e e e cria a beleza rapaz como é
que que eles eles tiram aquele dinheiro que é é fundamental pra própria Sobrevivência para fazer um um uma coisa que que é que é somente um momento de beleza na vida deles quer dizer eu acho que um povo desse rapaz é um um negócio uma uma generosidade uma grandeza enor não é é chegou piab de ouro que você estava esperando mostr toda a beleza do carnaval deste [Música] ano eu escrevi Acho que em 1970 E se eu escrevi um artigo onde eu dizia que os Estados Unidos e a Rússia iam terminar Aliados Tá certo porque
eu eu via todos os dois eram forma de materialismo mas todos os dois colocava a ênfase na produção tá entendendo eles eram eles eram obrigados mas o o o que você chamou aí socialismo real que era o socialismo soviético e que era uma detur ação do socialismo verdadeiro era uma deturpação do sonho dos grandes escritores Russos do século X não é o o o o o socialismo soviético E era uma heresia do capitalismo Tá certo e como todo herem Eles brigavam brigavam muito com a com a matriz original porque a contradição ali não era só
entre capitalismo e e comunismo era democracia e totalitarismo né contradição é democracia em termos né porque a a desgraça é essa a desgraça é essa Pedro no meu na minha visão todos os regimes políticos que apareceram até hoje no curso da história ou privilegiam a justiça ou privilegia a liberdade Num caso e noutro com detrimento da outra né então você o o o regime soviético privilegiava a justiça n é você tinha pleno emprego você tinha uma previdência social muito boa agora você sua vida planejada do berço a ca a Mas acontece que não a pessoa
não podia nem falar nem cantar né não dava Se falasse diferente ia ia pro fuzil mas quando tem liberdade os seres humanos não procuram eh porque a gente também não tá falando um pouco da natureza humana quando fala no desejo dela então por exemplo uma das coisas que derrubou o o bloco socialista é que o que desejavam aquelas pessoas daquele sistema desj avam ir a Disneylândia desejavam comer no McDonald's desejavam os bens de consumo do ocidente é aí que eu digo mas iso é um sonho muito triste pro homem não não mas será que o
ser humano não é de classe média Ah um amigo meu uma vez falou isso eu tô querendo L provocar eu eu não me conformo não eu não me conformo não é é uma visão muito triste do ser humano né achar não é eu não eu não me conformo não e ainda que fosse eu acho que o nosso papel é chamar atenção para outra coisa mais bonita quer dizer eu acho muito mais bonito um cortador de cana que se veste de guerreiro de de Caboco de Lança para para para dançar no no no no no Maracatu
Rural do que um um um uma pessoa de classe média do Brasil cujo sonho é é ir paraa Disneylândia né uma filha minha foi Outro dia falei nisso aqui no aula uma filha minha foi lá e disse que uma das coisas mais ridículas que já vi na vida foi um bando de brasileiro lá e comovido com Mickey Mouse na hora da Despedida um boneco lá horroroso vestido de Mickey Mouse e ele chorando diz a Adeus Micke quer dizer eu pensar que o ser humano é isso Pedro é muito triste para mim não você você não
ia me convencer disso não que não eu eu espero que não olha só diz uma moça Donzela com dois cachos de Fulô três tanin de valor com quatro rosa amarela cinco joia boa e bela seis salas de estibar sete caixa de energia oito Batalhão de Shopping nove negas no chicote 10 homens de o que que se faz hoje na cultura brasileira que que tá Além disso que tá acima disso e que não é puro escapismo ol como eu disse a você eu conheço pouca coisa agora vou lhe dizer existem as coisas não são muitas mas
existe ol existe um escritor no sul chamado Ruan Nassar o livro dele lav arcaica é um livro que me faz acreditar mais uma vez Portuguesa no Brasil tá certo e no povo brasileiro então então existe aqui a oficina de Francisco brend e a obra de brend a obra de brend é dessas coisas que nos fazem acreditar no Brasil não é existe um um um um um grande gravador brasileir faz gravura em madeira chamado gilvano Eu acredito muito na obra dele né Eh alguma coisa do cinema brasileiro né que tem mostrado eu eu acho que de
qualquer maneira nós temos obras ainda hoje que se podem Colocar assim ao lado da história da literatura brasileira de Silva Romero do cões de eucl da Cunha para apontar um caminho pro nosso país e pro nosso povo e e h seus críticos que dizem que há um elemento de xenofobia nessa rejeição a a a qualquer coisa que venha de fora é eu eu eu eu lembro a você que eu já falei em vários estrangeiros né Eu não tenho não isso não existe não mas da produção contemporânea de de de arte no mundo não H nada
que não não também não olha eu gosto muito de de agora não sei se os que eu chamo contemporâneo Vocês chamam também você parando de quem como você disse crami Por exemplo eu eu eu gosto muito dele admiro muito eu acho que não existe termo de comparação entre ele e s não sei como é que um um povo que tinha um caminho para admirar e admirar j e eh literariamente é muito inferior acho a e como pessoa humana também acho não tem não existia termo de comparação eh eu não tenho não não tenho não eu
eu agora o que as pessoas V me apresentar como contemporâneo aí S artista de segunda H ter dos beitos senhor gost mais ou menos razoável é melhor do que é melhor do que AJ esse imbecil Mas isso não quer dizer nada não tem uma marem muito grande ainda para ser ruim né porque esse esse eu achei graça porque um jornal aí colocou diz que no dia da da morte da no dia do enterro da princesa Diana o mundo inteiro seou moveu com a música de de ajon o mundo inteiro menos um se é o se
for o mundo inteiro eu quero que se guarde essa inserção eu tive ódio eu não me comovi com aquela porcaria não que eu não me comovo com o que não presta o que o que me marcou o que me comu naquele dia foi o discurso do irmão da princesa esse sim esse foi um um um grande momento da da daqueles dias todos mas a a a música daquele idiota nem como música é ruim como poesia é ruim S que essa marca da sua formação a marca de uma opção de uma identificação com o rural contra
o urbano e houve algum momento da sua vida que em que isso porque uma das leituras por exemplo da guerra da Bósnia é de que os servos eram eram o o o rural atacando a ideia de urbanidade e e cosmopolitismo que por exemplo o sarae representado de que maneira Essa guerra se deu dentro dentro de você olha eu eu já falei nisso em outras ocasiões veja bem eh quando quando eu abri os olhos pro mundo eu encontrei Eu me encontrei no centro de uma de uma de uma cisão política na Paraíba que era o começo
da revolução de 1930 e e na Paraíba de 1930 meu pai era era o chefe político das forças rurais o o governador que naquele tempo se chamava Presidente João Pessoa era o chefe político das forças urbanas era uma era uma uma um choque que estava se esboçando entre o capitalismo Urbano e o patriarcalismo Rural e E então eu comecei a ver me habituei logo que eu que eu me alfabetizei eu comecei a ler recortes de jornais em casa e e onde meu pai era duramente atacado né meu pai era apresentado como representante do mal do
obscurantismo porque era ligado às Forças rurais e e o o outro lado era o lado do bem do Progresso etc etc então eu com toda a razão indignado contra isso eu tomei a posição oposta eu digo bom se esse pessoal tá falando mal do meu pai diz que o urbano é o é o mal o o urbano é o bem e o rural é o mal eu vou comigo vai ser o contrário o rural vai ser o bem e o urbano vai ser o mau só depois de de de já já entrando já já passando
pra velice saindo já da idade madura paraa velice foi que eu comecei a a perceber que eu eu eu dava levado pelo pela pela paixão eu eu estava dando um erro de análise grave eram privilegiados da cidade lutando contra privilegiado do campo quando eu descobri isso isso me causou um um um impacto muito grande porque inclusive o o romance que eu tinha escrito a pedra do Reino é é anterior a essa análise e e e esse erro marcou a parte histórica lá da do do da da do romance da Pedra do reino e isso me
causou um choque tão grande que foi isso uma Esse foi um dos motivos que me levaram a a entrar em retiro Durante algum tempo né que eu eu queria organizar as ideias e para ver se se eu se eu retomava a análise da da da história brasileira com com olhos Mais imparciais e aí o que que o senhor fez nesses se anos de reclusão de silêncio olha tomei notas estudei muito né e e procurei estou procurando retomar toda a minha obra para rever de acordo com esse ponto de vista Você tá trabalhando num romance novo
estou veja bem é um romance longo no qual eu espero completar essa análise que estou fazendo aqui superficialmente ligeiramente e e e o é feito em muitos volumes e o primeiro volume será uma espécie de ensaio dialogado onde essas ideias estarão presentes tem previsão de de quando você vai tá pronto Olhe eu já eu já fiz tantas previsões e já des respeitei tantas que eu não quero fazer mais uma não eu tenho a impressão que eu talvez eu daqui pro pro nós estamos em outubro daqui para Maio do ano que eu acho que eu acabo
o primeiro Quando é que a arte popular se torna erudita não eu acho que a arte popular não deve se Torn não se torna erudita nem deve se tornar erudita eu acho que ela a agora A Arte Popular pode dar origem a uma arte erudita baseada nela mas a arte popular pelo pela própria natureza é a arte feita pelo povo pelo quatro estado por essa imensa maioria de despossuídos não é isso a Popular para mim é é isso O O que que significa literatura pro senhor sim eu protesto sempre quando eu eu vejo as pessoas
Houve um tempo Aliás Tá um pouco ainda na moda hou um tempo ficou muito em moda no Brasil considerar um livro como um objeto de mercado evidentemente ele pode ser um objeto de mercado que ele pode ser vendido mas é é uma visão muito triste da literatura é essa não é no meu entenderão muito triste tão triste quanto aquela outra de considerar a humanidade toda como de classe média a literatura para mim é indissolúvel da vida é inseparável da vida eu eu não faço diferença entre a entre o que eu escrevo e o que eu
sou e o que eu o que eu faço a literatura para mim eu digo sempre é vocação é missão e é festa é festa eu dig que é festa porque eu acho que a festa é uma coisa fundamental pro brasileiro e isso que dizem eu eu já vi muita gente dizer que o povo brasileiro é irresponsável porque passa por pelas maiores dificuldades e para durante TRS dias se vestir de príncipe Eu acho que isso é um uma prova de generosidade e grandeza o senhor disse que a vida e a literatura são indissolúveis Mas a vida
acabe a literatura tem uma permanência até mais maior né É e a morte como você encara pronto a literatura é outra maneira que eu encontro para lutar eu não me conformo com a morte não tá certo eu acho que o homem não foi criado pra morte o homem foi criado PR imortalidade E então como isso é possível na vida então eu acho que a arte é um um um dos protestos que o homem consegue fazer contra a morte di a gente pela arte procura conseguir uma forma precária mas ainda assim eficaz de imortalidade não é
e a pessoa pode apostar que ele ele ele ele morre mas a figura do do mas a obra fica e e ainda ainda mais do que isso Pedro eu eu gosto sempre de criar um personagem ou dois que que por exemplo nos Roman são são narradores e que são personagens criados a partir da minha pessoa não sou eu eles não S eu nenhum deles é eu mas eles são máscaras E personas então se eu morro ele não morre não eu espero que ele não morra tem essa vantagem então no meu entender é um protesto contra
a morte amém a agradece a generosidade de Ariano Suaçuna e termina o programa assinando embaixo deste lindo poema tchau falso profeta ins extraviado vivo cego assar o indecifrável e já guarda a Sibila inescrutável meu sangue canta a rota deste fado eu forçado aender eu mutilado busco a estrela que chame inapelável e a pulsação do ser arde ao sol do meu pasto incendiado por sobre a dor a sarça do Espinheiro que acende o estranho sol sangue do ser transforma o sangue em Candelabro veiro Por isso não vou nunca envelhecer como eu cantar supera o desespero sou
contra a morte nunca de morrer [Música] h
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