atribuições do professor doutor cristiano naval que está aqui conosco da universidade université paris na terra que ele realizará agora a conferência intitulada a nova razão do mundo do neoliberalismo ao comum professor é desde já agradeço a sua participação por ter aceito o nosso convite muito obrigado seja bem vindo algumas coisas sobre o professor aqui que vou destacar bem curto e tem uma série de um currículo extenso então temos bastante mas bastei e gastar toda a conferência professor só apresentando o seu currículo então olha vamos começar aqui é com alguns itens mais importantes que ele é
professor de sociologia da universidade para ir até a especialista em liberalismo e em particular na filosofia utilitarista de terme impetramos é doutor em sociologia e é membro do centro petran também é investigador e vice presidente do instituto do itil de vice-chefe da federação sindical reúne pé ele é membro do sobre a poll sofreu pol do quest um marxista de gum e do b também sem eira nem beira do conselho científico da ataque e ele é co diretor com honra pierre da coleção horizonte de possibilidades com edições ela adverte que é a editora seus trabalhos acho
que aqui a parte central né centram se em três grandes temas a história do utilitarismo a história da sociologia clássica ea evolução dos sistemas de ensino olha ele é autor de inúmeros livros que poderão procurar nas livrarias é uma grande parte deles em francês e traduzidos também em outros idiomas são muitos mesmo eu vou destacar dois é que estão aqui traduzido em português um é a nova razão do mundo do neoliberalismo comum saiu pela editora boitempo em 2016 e efeito com o seu colega de estudos o píer 21 é christian naval e epi e da
dor e outro que destacaria é comum ensaio sobre a revolução do século 21 também da editora boitempo de 2016 com o pierre da dor inclusive essa obra ele vai nos apresentar hoje logo após essa conferência uma hora depois vai nos brindar com um acinte é o professor bom e chamou a atenção também se entrarem no nosso site do ea gaú eao ponto unisinos.br e escreverem lá para o sistema de busca laval vão acessar uma série de materiais entrevistas artigos pessoas se inscreveram temas relacionados a ele e etc vou só destacar duas entrevistas específicas publicadas legal
eo omã é copiada dom e cristian naval o imaginário de estado nação não é um imaginário alternativo ao neoliberalismo título provocativo sané e outro os estados construíram o atual sistema neoliberal além disso tem uma série de artigos e vou destacar também um livro que por enquanto está em francês quem sabe seja traduzido logo é que é vou mantê la questiona eu limpei rádio a editora ela a descoberto de 2018 abril de 2018 quem consegue nem francês já teria aqui né uma edição bastante atual bom eu acho que eu tentei resumir o máximo possível e só
lembrando agora tem essa conferência da até às 16 horas às 17 temos a apresentação da obra então o comum e depois às 19 30 uma conferência chamada o neoliberalismo ea emergência de movimentos emancipatórios professor então estamos muito contentes da sua presença muito obrigado fique à vontade você sou eu que agradeço por essa apresentação também agradeço a todo esse público numeroso preparar eu vi o programa bastante completo para mim porque de agora até às dez da noite terei tempo para conversar com vocês imaginam el e o meu objetivo é apresentar os meus trabalhos que eu realizei
com que herdou o sobretudo e sempre com a preocupação de apresentar lhes as condições as razões as motivações pelas quais inscrevemos essas obras eu também quero insistir num ponto raramente mencionado sobre a recepção das obras isso me parece importante então não estou aqui apenas como autor sou sociólogo e sempre gosto praticar um pouco de sociologia do conhecimento e saber para quem estou me dirigindo e penso e espero que vocês poderão intervir fazer perguntas a apresentar-se e também reagir às minhas aos meus comentários é nessa dimensão de intercâmbio de trocas que eu espero que se desenrola
o nosso encontro nesta primeira conferência vou falar da nova razão do mundo um livro que tem como subtítulo ensaio sobre a sociedade neoliberal quero me dedicar a explicitar esse termo que está contido no título o livro foi traduzido para o português pela ponte tempo e devo dizer que a sua recepção no brasil me parece excepcional e pelo menos é o país que recebeu este livro de uma forma muito viva e ativa eu consegui constatar isso através dos encontros que eu tive e percebo também que o brasil é um país em que me parece que as
pessoas ainda ler livros talvez seja uma ilusão de autor mas tenho impressão de que cada vez que eu faço uma apresentação eu consigo vender muitos livros normalmente o editor está presente nos encontros mas às vezes há filas inteiras de pessoas que querem autógrafo então muitas vezes vem talvez apenas pelo autógrafo não pelo livro mas de qualquer maneira em todos os países que eu visitei é muito raro que as pessoas realmente leiam talvez seja uma impressão talvez uma ilusão mas me parece que há leitores neste país para esse tipo de livros teóricos políticos e difíceis não
escondo que quisemos quer dar dor e eu escrever livros que em francês diríamos exigentes que não desprezam o público que não desprezam os leitores buscando trazer lhes elementos dos mais sólidos possíveis elementos de erudição porque somos pesquisadores docentes que buscamos materiais e argumentos na literatura antiga ou que tentamos explorar investigações empíricas que nós utilizamos para explicitar certas realidades que é a dor e eu temos uma história bastante curiosa nos conhecemos aos 20 anos de idade éramos estudantes na universidade de nota éramos membros de uma organização política de extrema esquerda não gostávamos um do outro porque
éramos de facções ou correntes diferentes e na época funcionava há muito o que freud chamava de narcisismo das pequenas diferenças e quanto mais nos aproximávamos mais tínhamos oposições e mais nos dê testávamos e vinte anos depois 25 anos depois nos reencontramos e começamos a gostar um do outro é isso é importante para começar e depois trabalharmos juntos porque para trabalhar juntos é preciso que as pessoas tenham apreço humano e começamos então um trabalho profundo com a ambição a grande ambição devo dizer de animar e ao mesmo tempo renovar o pensamento crítico por isso fundamos juntos
um grupo de estudos que foi mencionado há pouco o grupo que se um max foi um título que nos ocorreu assim espontaneamente nós somos formados no marxismo mas ao mesmo tempo ao crescer ea oferecer tivemos a impressão de que a nossa tarefa o a tarefa da nossa geração era ir a fundo no questionamento sobre marx ir a fundo na maneira como até então conduzimos a crítica do mundo contemporâneo e do mundo capitalista em especial e foi então com essa intenção que formamos esse grupo de estudos fora da universidade mesclando disciplinas diferentes e pessoas também que
nada tinham a ver com a universidade a nossa proposta era então ter uma relação mais livre possível com outros autores começando por marx para nós na nossa ética intelectual era preciso ter uma relação livre com os autores então quando trabalhamos com mark foo cubo dia e muitos outros nós não nos sentimos o dever de fidelidade política não buscamos defender autores ou recitar catequismo que seria algo mal visto no campo do pensamento então realizamos este trabalho que tem como característica a abordar duas frentes paralelas vários tipos de trabalhos um trabalho de conteúdo sobre marx eu preciso
repetir isso porque esse foi o sentido da nossa empreitada comum e inscrevemos então juntos um livro enorme de 815 páginas sobre o pensamento de marx não sobre a vida dele não sobre a sua ação política e sim sobre o seu pensamento a formação desse pensamento e as características próprias do pensamento esse livro tem como título marx no prenome qual é um título um pouco estranho que entre um pouco mas que busca essencialmente mostrar como o pensamento de mares é fragmentado estando intenção entre dois pólos o pólo da lógica do confronto da luta de classes e
o pólo do sistema do desenvolvimento de um sistema não vou ir adiante nesta questão porque não é o tema de hoje mas eu quero mostrar assim que esse fio para nós é essencial também temos uma outra orientação outro eixo que é a interpretação mais minuciosa possível do que está nos acontecendo temos a ambição de fazer um diagnóstico da situação em que se encontra o nosso país a frança a europa e também o mundo essa ambição teve várias etapas em relação a mim na condição de sociólogo e na condição de sindicalista de professor o sindicalista eu
me interessei durante muito tempo tenho me interessado pelas transformações dos sistemas escolares e universitários a partir dos anos 80 o meu é meu campo de predileção é o campo da educação tendo como perspectiva já desde o início a hipótese segundo a qual estamos assistindo a uma transformação capital dos sistemas de ensino que eu caracteriza o designo como transformação neoliberal da escola e do ensino superior desenvolvi e isso numa série de trabalhos e obras um livro já está traduzido para o português com o título à escola não é uma empresa este livro será reeditado dentro de
alguns meses pela boitempo embora sejam livros a antigo o editor brasileiro acha que este livro ainda eloqüente para refletir sobre a situação da escola brasileira enfatizei então cada vez mais e tenha enfatizado a natureza das políticas neoliberais vou voltar a falar disso mais adiante um outro campo uma outra área de especialidade que também foi mencionada é a questão do utilitarismo desde os meus estudos em economia antes de ir para a sociologia eu tive uma formação de economista e desde então eu sempre me interessei pelos fundamentos filosóficos e éticos da economia política e da ciência econômica
e por uma série de acasos e leituras cruzadas eu me deparei com um autor que eu considero essencial para a compreensão do nosso mundo contemporâneo que é joy mibr um autor muito conhecido no século 19 muito conhecido pelas edições francesas de seu livro muito conhecido na américa latina muito conhecido pelo fato de querer transformar todo o campo institucional toda a legislação e propor constituições prontas digamos assim para todos os países do mundo principalmente na américa latina este autor foi esquecido no século 20 muito esquecido mas foi reconhecido se assim posso dizer e redescoberto tanto pelo
mistério ficou em vigiar e punir com um modelo de prisão que todos vocês conhecem pelos trabalhos de focou esse modelo de prisão e por outro lado de um modo mais surpreendente ele foi descoberta ou redescoberta pelo jackson fica na lista francês que de certa forma por acaso o red descobriu numa edição da sua teoria da ficção e eu me apaixonei por essa teoria da ficção ea relação com a ficção é o mundo da economia do mundo que tenta a analisar e reconstruir bento que é o mundo de satisfação na economia porque estou falando disso porque
é importante dizer de onde se vem e por que se escreve um livro em dado momento eu escrevi este livro justamente no ponto de encontro ou de cruzamento na encruzilhada de todas essas preocupações quando eu analisei as políticas aplicadas à escola e à universidade eu inicialmente encontrei uma relação estreita entre essas políticas o que eu tinha lido e estudado no pensamento utilitarista eu pensei numa primeira reação que tive que o mundo utilitarista começava a se extinguir as estender perdão ea penetrar em áreas como a escola influenciado os discursos as medidas ali tomadas como se na
verdade se estivesse lidando com um o o o póstumo do dummy benton um século e meio depois da sua morte por isso eu me dei conta que era preciso trabalhar sobre as origens do neoliberalismo neste contexto escrevi um livro então que não foi mencionado mas eu o cito talvez seja o livro que o preferem um dos que eu prefiro mas claro cada um tem suas preferências é o livro chamado o homem econômico sobre as raízes do neoliberalismo neste livro que é um livro e erudito eu tento mostrar que a figura do homem econômico e go
está que busca o máximo prazer o homem calculador não vinha da ciência econômica não havia sido produzido pela ciência econômica como se costuma dizer mas que de certa forma era o produto de uma variedade de escritos reflexões de pensamento desde o final do século 16 em que se busca substituir a figura clássica do homem cristão e virtuoso por um novo ser moral e imoral ou mesmo tempo se assim podemos dizer que através do cálculo mantém relações com os outros e sobretudo pode ser dirigido governado educado pelo seu interesse uma palavra que já parece desde o
século 16 início do século 17 é o interesse o homem que pode ser governado pelo seu interesse temos aí uma raiz em germe muito importante do mundo em que vivemos então está a questão não vem de ontem nem vende poucos dias nem de poucos anos nós vivemos numa época de desabrochar do desabrochar de há algo que já nasceu há muito tempo eo que nasceu foi uma figura do homem um desenho do homem um perfil do homem portanto uma certa invenção antropológica que mobilizou autores e disciplinas muito diferentes estamos aqui numa universidade de inspiração católica precisamos
lembrar que a teologia ela mesma a partir do século 17 com pode ter contribuído para isso eu me interessei sobretudo pelo momento jansenista pela crise joão feminista que é um momento especialmente importante no nascimento deste homem dessa figura do homem interessado evidentemente para condenar essa figura mas condenando a para criá la também para dar-lhe determinadas características e traços que antes antes se param e é a minha demonstração que me dá muito contentamento que é o fato de ter mostrado que a lógica do interesse da harmonia dos interesses que acreditamos encontrar a partir de meados do
século 18 na inglaterra ou e dentre os escoceses e que essa idéia de uma harmonia natural dos interesses é uma criação de um século antes na frança e no mundo joão feminista esse ponto importante para os franceses eu vou explicar os franceses sempre tem a impressão de que o mal o infortúnio vêm de fora de árvores e sempre tentaram acusar os ingleses os escoceses os americanos os alemães também é claro mas eles pressão inocentes os franceses nunca tendo contribuído para o utilitarismo nem para o neoliberalismo coisas assim eles são simplesmente inocentes mas eu fiz uma
operação anti nacionalista tentando mostrar que justamente grande parte do utilitarismo desse homem econômico vinha da frança sendo um produto nacional portanto isso não agradou muito ao espírito nacionalista universitário francês como vocês podem imaginar passo agora então ao livro sobre o homem e econômico e que foi escrito antes da razão do mundo para completar um pouco a apresentação dos meus trabalhos e relacionado com uma outra obra muito volumosa que eu escrevi sobre a história da sociologia a história da sociologia clássica que parte de são simon para chegar à máx beber e essa história da sociologia com
o título a ambição sociológica tenta mostrar que lidamos com a sociologia lidamos na sociologia com uma resposta uma reação à o surgimento dessa representação econômica do homem e do mundo os sociólogos ao mesmo tempo em que reconhecem sua dívida em relação a elas economistas do século 17 18 que extraíram leis do funcionamento do mundo social contestam a economia o privilégio que ela atribuiu a si mesma de dar conta e explicar o mundo social dizendo que os economistas justamente reduz irão o simplificar um humano o mundo humano a uma lógica mecânica que era lógica do interesse
eu quis mostrar então que não a sociologia clássica pensável fora desse esquema de oposição à representação do homem econômico mas a sociologia temos de dizer tem tinha uma grande ambição que fracassou ela queria substituir a economia como as verdadeiras ciência social considerando que a economia é uma ciência social usurpadora de certa forma foi um fracasso interessante a sociologia fracassou historicamente nisso não conseguiu substituir a economia política muito pelo contrário o mundo da economia se impôs e se impôs também à sociologia a uma sociologia que com diversas influências foi ela mesma penetrada pelo modo de pensamento
utilitarista o modo do pensamento do interesse foi um fracasso a ser explicado é preciso explicá lo e explicar por que a representação que temos do ser humano ea representação que temos na sociedade continuam sendo marcadas pelo utilitarismo pela economia se assim posso dizer para mim essa questão é absolutamente primordial é um campo de pesquisa eu não tenho ainda todas as respostas mas tem uma hipótese de que não podemos entender essa dominação da economia em nossas sociedades fora sem uma análise em primeiro lugar do que é o capitalismo e para isso precisamos utilizar os instrumentos que
nos foi legado por marx mas por outro lado precisamos também utilizar outros instrumentos pontos como por exemplo a psicanálise que é um deles e a hipótese que eu tento desenvolver embora não tenha tido tempo de ler ir ao hotel enfim é a relação entre o econômico de um lado o simbólico de ouro acho que a existem aí transformações muito importantes que precisamos a aclarar passo agora depois dessa apresentação de 15 20 minutos a ao tema do dia eu fiz um grande desvio mas talvez seja para explicar o que vou dizer então escrevemos a nova razão
do mundo quer dar doeu a partir de 2006 e 2007 não foi o nosso primeiro livro em conjunto tínhamos começado já escrevendo um livro polêmico que eu ainda não mencionei o livro contra as teses de arte que teve certa influência na frança escrevemos um livro intitulado salvar marx com um ponto de interrogação porque para nós a questão era saber que relações se pode ter hoje com marcos marxismo mas principalmente porque escrever esse livro por uma espécie de revelação digamos assim que tivemos depois da leitura de uma aula de puducherry focou intitulada nascimento da biopolítica é
preciso entender aqui algo muito importante e surpreendente me chocou é professor no colégio gonça ele o foi até sua morte em 1979 ele dá uma aula que pelo título não dá a pensar que se trata do neoliberalismo porque temos a impressão de que se trata apenas de bill política na verdade essa aula é muito estranha muito curiosa porque essencialmente trata de algo que na época não se conhecia se tinha pouco ouvido falar e que se chamava neoliberalismo e focou chamava o neoliberalismo esta aula permaneceu inédita até 2003 ou 2004 não sei exatamente a data da
publicação acho que foi em 2004 mas esse livro funcionou como um desencadeador para nós do desejo de romper completamente de recolocar de outros termos o caso do neoliberalismo a partir dos anos 80 e 90 tínhamos consciência de vivermos no momento neoliberal da sociedade eram políticas neoliberais desde os anos oitenta e um anos 90 trabalhamos sobre políticas neoliberais na escola mas ignorávamos totalmente as análises feitas por michel ficou 25 anos antes e isso é característico de um sistema intelectual francês que adora o idolatra certos autores e ao mesmo tempo pode manter ignorados ignorados grandes grande parte
das reflexões desse autor de um autor diferentemente dos italianos e dos intelectuais italianos que se interessaram muito mais por esses as aulas do focou dez aspectos dessa aula e também diferentemente dos autores anglo saxónicos que utilizaram isso em capítulos que foram traduzidos em 2004 então tivemos a a revelação de que tínhamos de retomar isso e analisar isso o que nos levou a trabalhar sobre a sociedade neoliberal apoiando-nos nas reflexões do michel ficou mais uma vez repito sem sermos os discípulos de futebol retomando apenas alguns dos seus conceitos e suas análises mas com a consciência de
que aquilo que o que focou disse em 79 não era suficiente para o entendimento do que estava acontecendo nos 25 anos posteriores então partimos nessa grande investigação em 2005 2006 partimos então do que podia ser entendido como neoliberalismo com a intenção uma intenção bastante polêmica em relação às interpretações mais correntes na frança e que viam no leonel liberalismo apenas um retorno ao liberalismo clássico ou que viviam no neoliberalismo apenas ultra liberalismo de origem anglo-saxônica era hora o retorno o espectro a fantasma de adam smith que estava voltando ou será que era uns americanos milton friedman
gary baker ou a ciência econômica dominante que tinha tido essa influência nos modos de pensamento eram uma interpretação corrente nos movimentos alta globalização eu participei do comitê científico da tac e esse é o modo de pensamento mais corrente era também uma das formas de interpretar as análises do que aborde o sociólogo que aborde am é preciso saber que na frança foi alguém que tomou de forma muito solitária aaa a direção das correntes contra as políticas liberais da época mas no pensamento de bonde ou pelo menos na versão externa do seu pensamento na maneira como foi
difundido divulgado tínhamos a impressão de que se tratava apenas de uma utopia conduzida pela ciência econômica mas focou nos deu uma ideia bem diferente do neoliberalismo em nascimento da biopolítica uma aula que deve ser absolutamente lida por ser um texto fundamental para compreender o nosso mundo aquilo que está acontecendo conosco eu aqui digo de forma enfática acho que devemos partir dessas obras para compreendermos o que está acontecendo conosco e que está à altura de livros como kawall de livros de carroll pela ni que é muito importante embora mais antigos são grandes obras então que nos
ajudam a compreender ea fazer um diagnóstico sobre o mundo quero retomar então um fio das coisas sobre a nova razão do mundo para nós era importante saber através de que racionalidade e aqui temos um conceito foi o corintiano a supor que a racionalidade era agita a regida a sociedade para tentar entender como neoliberalismo funcionava para mudar e transformar a sociedade para tentar entender que com o neoliberalismo era preciso construir uma nova sociedade portanto com uma dimensão revolucionário leonel liberalismo e tentar entender que com ferramentas jurídicas políticas institucionais diversas o neoliberalismo conseguiu transformar as subjetividades ou
produzir o homem novo se assim posso dizer é preciso então tomar o liberalismo não como um retorno adam smith ou a uma ilusão naturalista porque era a maneira como o liberalismo era criticado até então eu porque se dizia que os neoliberais acham que o mercado é natural e que o homem naturalmente egoísta não era preciso tomar as coisas de forma diferente para tentar entender o caráter profundamente construtivista e intervencionista do neoliberalismo ou seja tentar entender que o neoliberalismo é uma política uma lógica política era preciso entender que o neoliberalismo é uma lógica normativa conduzida por
políticas e não apenas ou não não somente pela expansão dos mercados porque uma outra interpretação também entende ter citada e à qual nos propusemos que a interpretação marcante esta consiste em dizer que o liberalismo é a expressão ideológica de um capitalismo que chegava todas as esferas em então o neoliberalismo é apenas uma ideologia que representava o movimento dos capitais então era preciso devolver ao neoliberalismo seu caráter profundamente político eo caráter ativo das políticas neoliberais então compreendendo o neoliberalismo como intervencionismo governamental ou em outras palavras como um modo de governo um tipo de governança muito governamentalidade
muito particular lógica normativa e digo também de conjunto o que significa que o neoliberalismo não afeta apenas a área econômica quando falamos de sociedade neoliberal tentamos não separar a economia do resto das atividades sociais culturais políticas etc para nós e aí eu quero passar ao cerne do tema a lógica normativo em questão é um fenômeno estranho é uma racionalidade que podemos chamar realmente de capitalista mas que saiu do marco da economia capitalista é como se o capitalismo saísse de si mesmo produzindo ou sendo substituído de certa forma por uma lógica política mas também cultural que
ri toma tira do capitalismo seu modo de funcionamento para aplicá lo a outras esferas é uma racionalidade capitalista que tem duas características a primeira delas considerar que todas as relações sociais e humanas devem ser regidas pelo princípio da concorrência pela norma da concorrência o que impõe a todos os indivíduos ea todas as instituições a concorrência elas precisam ser competitivas a competitividade é uma palavra bárbara mas muito difundida hoje a competitividade se tornou um princípio de funcionamento social um princípio normativo generalizado desde baixo até a em cima de todas as estruturas de modo que em um
numeroso existimos casos em numerosos países a culpes de atividade se tornou quase um princípio constitucional como digo é uma linha diretrizes das políticas públicas em todas as áreas eu analisei isso minuciosamente no campo escolar e no campo universitário são lógicas globais que envolvem justamente e de se apropriar de todas as instituições para levá las a se transformarem a partir do seu interior uma política neoliberal é uma política que exige dos indivíduos que eles sejam competitivos e que para que sejam competitivos do mundo precisam implantar dispositivos de situações concorrenciais ou competi de competição quando estamos em
concorrência nas escolas nos hospitais em qualquer outra instituição exigem cedo os indivíduos que sejam competitivos de forma complementar à norma da concorrência na norma da concorrência o que se impõe é o modelo da empresa isto é uma das grandes descobertas do focou o fato de ter em tenta encontrar a amm entendido nos anos 70 que o modelo empresarial se aplicava todo mundo inclusive aos indivíduos a subjetividade ou seja os indivíduos se tornando empreendedores de si mesmos ele descobre isso com a leitura de gary beckham e com a sua teoria do capital humano e ele percebe
perfeitamente à injunção que é posta todos os sujeitos políticos para funcionarem como empresas ou de forma mais radical ou de funcionarem como o capital a ser administrado cada um tem de se tornar uma empresa o que significa que cada um tem de manter consigo mesmo uma relação subjetiva de tipo novo que é uma relação com o acúmulo de valor cada um tem disse considerar como um capital ea tarefa portanto é acumular valor se cada um é identificado como o capital é preciso considerar a sua existência como a existência uma existência de acúmulo de valores uma
auto valorização de você mesmo como sendo um capital você tente se autovalorizar constantemente em tudo o que você faz isso confirmava totalmente por isso eu seguir nessa direção os estudos que eu tinha realizado no mundo escolar e universitário que a partir dos anos do final dos anos 60 e início dos anos 70 o conceito de capital humano passa a estruturar as políticas educativas no mundo inteiro no mundo inteiro essa transformação trazida pelas grandes organizações internacionais que eram am atravessadas por esse modo de pensamento então na escola desde a mais tenra idade se em cuca ao
sujeito escolar ou aos indivíduos escolarizados a idéia de que a abbott é de uma valorização de uma auto valorização como indivíduos econômicos que devem acomular créditos não sei como é que você chama na universidade de vocês mas créditos que supostamente vão formar um capital rentável para vocês no mercado do emprego a escola portanto hoje a fábrica não só recursos humanos para indústria e outros mas fábrica também subjetividades neoliberais sujeito que se relacionam consigo mesmos como capital tendo a tarefa de se valorizarem como capital então a norma da concorrência eo modelo da empresa enfocou as coisas
são ainda mais vagas não temos todos os elementos para poder desenvolver aprofundar a sua análise mas o que ele faz no sentido da biopolítica e eu detalhe isso no meu último livro sobre fuku-go gil ea questão neoliberal mas o que ele mostra é o fato de que a prática uma política neoliberal a racionalidade do governo neoliberal consiste em um ano de acordo com o meu liberalismo alemão uma corrente muito importante desde os anos 30 que é uma corrente que não é ultra liberal de modo algum e não é a favor da ausência de intervenção do
estado bem pelo contrário o sordo liberais alemães fazem o do estado um agente ativo da construção e da manutenção da ordem do mercado cabe ao estado a responsabilidade de construir e manter uma ordem de concorrência esse ponto é muito importante não é uma corrente que diz que a lei não tem importância alguma que as instituições não tem importância é é é o contrário de uma corrente libertária é uma corrente que visa promover políticas de ordem daí o nome bordo liberais é pela intervenção legislativa e estatal que se vai construir uma ordem e as análises de
fukuoka vão tratar essencialmente disso na sua aula dedicada ao neoliberalismo e acrescenta duas aulas depois que vão tratar do neo liberalismo americano mas é essencialmente o concentrado em gary baker costuma se dizer que nessa aula foi o co nessas aulas focou o tratou de duas formas totalmente heterogéneos neoliberalismo mas o que o interessava não era absolutamente fazer a história do pensamento era caracterizar o modo de governo o que era muito diferente e esse modo de governo só pode ser entendido se relacionarmos suor do liberalismo alemão e o neo liberalismo americano e por quê porque com
o órgão o liberalismo alemão tem se a ideia clara de que o neoliberalismo é uma política ativa de construção da concorrência e com o neoliberalismo americanos se tem a idéia também com a aura de que o sujeito que deve funcionar neste contexto da concorrência é um sujeito muito particular aquele do capital humano como acabo de explicar não podemos então pensar a racionalidade global a lógica normativa do conjunto sem associar os dois termos atividade política para constituir um marco e reflexão sobre o tipo de sujeito que pode funcionar neste marco ou seja o sujeito capitalista por
excelência então como eu falei de focou nós seguimos esse caminho em tal exatamente assim primeiramente nos interessamos pelo neoliberalismo clássico e o neoliberalismo dando o liberalismo clássico eo neoliberalismo marcando os diferentes momentos e retomando o fio geológico do futebol infelizmente na tradução para o português buscar quatro capítulos primeiros sobre o liberalismo clássico não foram traduzidos portanto não estão publicados aqueles que lêem francês podem ter acesso a esses capítulos porque também espanhol e inglês faltam esses quatro capítulos lamentamos muito mas foi assim foi a condição para que pelo menos uma parte do livro fosse conhecida traduzida
e discutido mais importante para nós era mostrar que o neoliberalismo é justamente não era um retorno adam smith como eu disse antes que era outra coisa e para mostrar isso é preciso retraçar a história do liberalismo clássico explicando que havia muitos aspectos construtivistas em alguns autores liberais clássicos e certos utilitarista também e depois nós insistimos muito no momento da refundação do neoliberalismo que nasci numa época muito específica que a dos anos 30 não foi de modo algum uma criação dos anos 70 a em sua emergência acontece nos anos 30 na década de 30 mas entre
a emergência do neoliberalismo ea sua aplicação ea sua difusão muito tempo decorre há etapas há ocasiões o neoliberalismo não é tanto um programa pronto teria sido aplicado em dado momento e mais uma série de experiências que foram possíveis em determinadas circunstâncias históricas uma dessas experiências históricas muito importantes foi a construção da república federativa alemã em que o sordo liberais assumem com um lugar muito importante de referência de refundação e design o sortu liberais alemães vão ter uma influência decisiva na construção da união européia a união européia é uma construção corto liberal e então tratou se
de construir a partir do final dos anos 50 uma união econômica baseada na concorrência livre e não falou se adaptar à maior experiência neoliberal de tipo alemão está na europa o neoliberalismo francês que eu estudei especificamente do modo como ele se expressa nos na década de 70 no momento em que giscard está chega ao poder foi o modelo de importação para a frança e do espírito horto liberal o neoliberalismo vai evidentemente ter outras aplicações e outros estilos diferentes na américa latina a a maneira como a escola de chicago consegue impor a sua doutrina no chile
do pino chega a outras aplicações particularmente quanto à dependência da dívida às instituições internacionais e os sistemas bancários vou deixar de lado este ponto que poderá ser tratados na discussão então o projeto neoliberal vai ter modalidades diferentes de acordo com os países na europa de forma muito institucional mas de forma muito mais violento em outros continentes ou outras regiões do mundo e isso leva progressivamente a criação de um sistema neoliberal de um conjunto de restrições normas e exigências que progressivamente se uniformizaram esse universalizaram quando falamos de sociedade neoliberal designam mos evidentemente o o funcionamento de
uma cidade específica mas poderíamos explicar as coisas de outro modo como fizemos num pequeno e livro complementar que com o título o pesadelo que nunca termina e que na verdade mostra que o neoliberalismo se tornou um sistema anjo jurídico político institucional os estados que participaram da construção dessa ordem neoliberal tornaram-se hoje dependentes do sistema que implantaram para resumir um pouco então tudo que eu digo para a bristol dizendo para podermos passar a discussão eu diria que o para nós o neoliberalismo é uma racionalidade que associa a aspectos particulares o fato de ser conduzido pelo estado
mas que supõe uma transformação do estado as políticas neoliberais para transformar a sociedade são obrigadas a transformar o próprio estado e todas as instituições públicas as normas são aplicadas para fazer do estado um estado que tenha como forma e como função josé incêndio a generalização de certo tipo de funcionamento dentro do estado é a concorrência que é e cada vez mais implementada é o espírito da empresa que é difundido cada vez mais através daquilo que chamamos de new public management a nova gestão pública que nada mais é que a importação das regras de gestão am
que foram criadas no setor privado fazendo com que as instituições funcionem de outra forma cria se uma outra relação entre o estado ea sociedade de modo que não é mais tanto a instância da solidariedade e de coesão social que prevalece e também não é mais apenas o instrumento da ordem social que prima o estado precisa se tornar um agente ativo de transformação das sociedades e dos indivíduos chegamos a um momento em que para em que os governantes os senhores do estado tem de fazer com que os indivíduos eles próprios adotem o que eu chamo de
nova subjetividade capitalista quero dar um exemplo um francês e vou terminar com dizendo isso em 2017 os franceses elegerão um novo presidente da república chamado de macaco durante a campanha dele o emanuel maconde esse que era o chegará havia chegado o tempo de ultrapassar as oposições entre direita e esquerda para série de um velho mundo para chegar a um novo mundo ele escreveu uma obra de campanha intitulada revolução eu insisto nesse título revolução o livro do marrom para ser eleito se chamou se intitulou revolução para nós o perdoei e eu nós nos divertimos muito com
isso corremos muito porque era a confirmação de toda a nossa análise do neoliberalismo havia chegado o momento na frança com o manual e marcon de conduzir uma política revolucionária de transformação do estado e dos indivíduos como assim os indivíduos macon explica durante dias em vários discursos que era uma revolução cultural na frança esse foi o termo que ele usou a revolução cultural tinha uma conotação da revolução cultural chinesa bom mas de qualquer forma a idéia era mudar os franceses é assim que ele coloca as coisas mudaram os franceses pelas políticas para que os franceses se
tornassem empreendedores e inovadores para que a frança se tornasse uma estátua ele usa uma expressão que a nova frança tem de se tornar a histótia nation é vergonhoso e sim das grandes referências clássicas da frança e seus valores então estamos lidando a aqui neste caso o que com o que nós tínhamos explicado dez anos antes uma nova razão do mundo e os governos anteriores já tinham avançado nessa orientação mas com alguma limitação reserva e prudência mas hoje estamos lidando com um momento neoliberal um clássico se assim posso dizer momento neoliberal e que todas as receitas
e todas as lógicas normativas se desenvolve se desenrolam manifestamente sem vergonha sem disfarces sem nenhuma hipocrisia este é o momento em que estamos na frança foi importante dar uma interpretação do que seria do qt é o livro neoliberalismo talvez com certo atraso em relação a outras sociedades a frança tenta então recuperar seu atraso vejam que para nós o neoliberalismo é algo bem diferente de simples políticas de austeridade é claro que é uma dimensão de austeridade nas na política há aspectos monetaristas evidentemente há aspectos de classes políticas fiscais muito desiguais políticas em favor dos mais ricos
é claro que nós não desprezamos tudo isso porque estamos falando em desigualdades e é claro que não é o liberalismo traz desigualdades mas não basta dizer que as políticas governamentais são políticas favoráveis às grandes empresas ou as classes mais favorecidas essa é a base da crítica social e política que podemos fazer claro mas é preciso entender também que estamos lidando com coisas que vão muito além de políticas conjunturais o político dicas desiguais que remetem à oposição rico e pobre é claro concordamos que tudo isso existe mas estamos lidando no caso dele neoliberalismo com uma ação
profunda exercida sobre a sociedade que intensifica acelera uma mutação iniciada no meu entender já há vários séculos mas que encontrou até então resistências resistências já antigas resistências por exemplo como as da religion da ética religiosa mas também resistências políticas como por exemplo na frança o respiro republicano que encontrou também intelectualmente ou posições na parte da filosofia principalmente da anf los o fia campeã alemã oposições no socialismo oposições também na sociologia como eu mencionei antes havia então várias barreiras e defesas talvez uma das maiores tenha sido o sistema escolar que até agora pelo menos na frança
visava formar cidadãos havia então uma série de defesas contra essa lógica normativa contra si utilitarismo mas a partir de agora é como se tudo ou como se todas as políticas neoliberais pisassem a romper a quebrar no plano institucional e também intelectual e cultural todas as defesas que as sociedades tinham conseguido estabelecer até então por isso que isso se parece com algo que foi desenvolvido por polônia em a grande transformação quando percebeu que no século 19 com o lesse fair a haviam atacado as defesas da sociedade adi eu não acredito que essa evolução seja inelutável e
que o neoliberalismo ganha completamente eu penso que existem defesas barreiras meio se opor a isso que estão se desenvolvendo paralelamente ao mesmo tempo e contra essa lógica neoliberal mas por enquanto digamos que o neoliberalismo tem prevalecido que as resistências não estiveram à altura dessa força propulsora e subversiva em certos aspectos do neoliberalismo creio também que o neoliberalismo e vou falar disso hoje à noite ganha uma forma cada vez mais autoritária hiper autoritária com isso aspectos fascistas em muitos países e acho que é muito importante ressaltar isso e o que está sendo rápido são os marcos
tradicionais a democracia o neoliberalismo está rompendo o envelope da democracia e em muitos países e aí temos uma ameaça fascista e muitos países principalmente na europa não somente na europa como você sabe mas também na europa em que a extrema direita está cada vez mais presente e um número muito grande de governos mas isso não pode ser entendido sem análise do que aconteceu anteriormente eu vou parar por aqui já falei bastante e quero dar espaço para a discussão muito obrigado [Música] muito obrigado o professor vamos fazer blocos de uma uma ou de três questões e
o senhor responde às três como prefere vamos ver que ele teria uma boa tarde professor nós agradecemos muito a sua contribuição vou eu o momento de falar que gostaríamos que continuasse ainda bem que o senhor dará prosseguimento um pouco depois nos outros momentos na ad gostaria muito que o senhor pudesse aprofundar um pouco esta relação final onde o senhor é desembocou a sua fala por onde o senhor culminou com a sua fala que é esta relação que se estabelece atualmente em em relação à américa latina e de maneira muito particular e não devo não poderia
deixar de dizer como o brasil nós estamos num momento histórico brasileiro em que é estamos antevendo situações possivelmente muito sombrias parece que o fato de que o brasil não fez um acerto de contas com o passado ao não rever os processos tortuosos na ditadura militar que engessou uma geração inteira durante mais de 20 anos com desdobramentos até hoje chegam a esse momento histórico com conotações muito preocupantes né então se o senhor puder desenvolver um pouco mais esta relação e na europa é na frança todos acompanhamos com muita atenção a ascensão de macron e e até
pelo desconhecimento maior que tínhamos do processo francês é até parecia que a vitória de macro era o mal menor diante da de uma possível vitória de le pen na então é quando nós passamos a observar as políticas que macron desenvolve na frança e vemos isso de um modo geral na comunidade econômica européia na vemos isso no papel dos organismos internacionais no mundo inteiro né gostaríamos de poder pensar um pouco o brasil no momento histórico em que nós saímos de um golpe institucional para chegarmos a uma eleição com o risco possível do aprofundamento de um modelo
fascista e nosso país né agradeço a sua contribuição boa tarde é muito grato com a primeira fala é eu gostaria que ficando nas três partes é da atividade no dia de hoje nessa primeira parte que fala especialmente da nova razão no mundo que você entrasse um pouquinho mais sobre a tradição marxista é ea crítica que é está por dentro da obra e que você faz e fez uma referência no início hoje à tarde em que perspectiva que seu próprio foco já dizia da da inexistência do limite de uma governamentalidade marxista do ponto de vista mais
geral inclusive do ponto de vista é da incidência nas suas atividades eu acho que esse elemento importante eu gostaria que você falasse um pouco mais é sobre é o espaço deixado para que o neoliberalismo se tornar se efetivamente uma norma é no mundo da vida no sentido mais ama a desculpa é valdevir eu te passo fundo do imf be [Música] boa tarde agradeço ao professor naval pela pela exposição eu vou construir uma questão muito acima a essa aqui a essas que os colegas produziram neste momento a minha pergunta traz algumas provocações em torno dessa conexão
profunda entre neoliberalismo e democracia na atualidade as suas obras em torno do do homo economicus que nós estudamos elas nos trazem uma distinção entre o que seria o homem econômico e homem político a construção do homem político pelo menos nos remete à aristóteles né a pergunta que fica é construir uma pauta de lutas e ao mesmo tempo uma reflexão acadêmica é em que medida o neoliberalismo conseguiu fundir essas duas dimensões antropológicas em que medida o neoliberalismo conseguiu-o justapor o homo politicus e homo economicus não é de tal maneira que em algum momento nós não consigamos
de alternativas para além do homo economicus roberto aqui da unisinos também discuta eu sou professora berenice corsetti aqui do programa de pós-graduação em educação da iniciante conjuntos ela vai vai falar em porto velho a china apóia sanduíches do departamento de educação e tem uma questão relacionada quando a professora berenice a respeito do devir autoritário um fascista do neoliberalismo [Música] tenho dúvidas se essa seria a interpretação correta vários autores cientistas políticos comentadores políticos eu sinto apenas um se chama jong e já disse e escreveu um livro chamado a explosão populista [Música] muito bem esta virada à
direita a nível mundial pode ser entendida como aprofundamento do neoliberalismo pode ser entendida é o caso de todos os comentadores como sintoma da crise do neoliberalismo porque justamente as receitas que são defendidas estão na uti e nacionalismo protencionista fechamento das fronteiras é são receitas em parte anti capitalistas ea mesmo circulação de idéias entre movimentos de extrema direita e de extrema esquerda no sentido anti liberal e anti capitalista que é o caso por exemplo da grécia onde utiliza se aliou a movimentos de extrema direita então é um quadro bastante complexo e é ser interessante ouvi lo
é para aprofundar essa questão e ver se o povo que se um é a nossa vida algumas delas dizem respeito diretamente o que eu vou falar hoje à noite não sei se vocês estarão presentes eu apresentarei algumas idéias hipóteses sobre o meu novo neoliberalismo pelo tonel tron de fascismo neoliberal alguns autores na frança chamam de momento fascista do neoliberalismo eu sou um pouco mais cuidadoso e falo de novo neoliberalismo com aspectos alguns aspectos fascistas ou pelo menos hiper autoritários eu vou desenvolver isto hoje à noite mais detalhadamente eu gostaria de lembrar apenas duas coisas aqui
em primeiro lugar e no livro nova a razão do mundo isso é mostrado de forma mais aprofundada a uma alguma função muito antidemocrático nessa doutrina neoliberal desde o início do neoliberalismo tanto na frança quanto nos estados unidos e num grande autor como pedring xeque a constitutivamente uma desconfiança em relação à democracia quando ela é assimilada um poder do povo a uma soberania popular ela é perigosa entendida como soberania popular segundo os neoliberais justamente porque o povo demos não entende não conhece as leis econômicas e os as benesses da ordem da concorrência a ordem da concorrência
para se impor supõe um estado que tenha autoridade suficiente ultrapassando ou indo além das vontades populares manifestada nas eleições manifestadas nas eleições e é desta maneira que quer transformar ou substituir a palavra democracia por para ele essa palavra tem a uma certa ambiguidade a democracia pode ser boa para a seleção de dirigentes mas é perigosa para corre o risco de levar a políticas que vão desregular o mercado e vão de encontro à evolução histórica no sentido de um refinamento dos mecanismos econômicos e assim e explica porquê ele prefere pinochet a nd uma de forma muito
aberta nunca foi escondido que uma ditadura militar e que respeitava a ordem do mercado era preferível um governo eleito pelo povo legítimo mas que corre o risco de pôr em perigo a ordem da concorrência então uma tendência anti democrática vende muito longe e que está atualizada hoje em toda parte mesmo em países em que aparentemente a democracia liberal como a frança continua funcionando bem o que é bastante notável nos novos governos autoritários digamos assim mas poderia dar poderíamos dar o exemplo de trump é esse hibridismo é essa hibridação entre formas puramente neoliberais de políticas neoliberais
com a desregulamentação financeira no caso do tranco a desregulamentação ecológica as medidas fiscais muito favoráveis aos mais ricos e as empresas e sai a treta e por outro lado aqueles discursos e medidas nacionalistas e protecionistas digamos que chegamos em um momento em que as regras do comércio internacional e da concorrência estão mudando incontestavelmente e adquirindo uma forma mundo bem mais agressiva que não há uma negação da concorrência não é a cooperação internacional não é a organização das relações econômicas de modo cooperativo muito pelo contrário é como se a concorrência mais organizada que deveria ser mais
leal e multilateral administrada por regras defendidas pela organização mundial do comércio como se esse modo de concorrência civilizada ou pelo menos regida por regras estivesse explodindo e se tornando uma guerra comercial aberta mas será que isso o marco fim do neoliberalismo é apenas uma de suas metamorfoses o que caracteriza o neoliberalismo ea diversidade de suas formas sua pluralidade e eu diria até a sua postes cidade a minha na minha análise você tem razão de dizer que a situação é complexa é muito difícil fazer um diagnóstico nos dias de hoje a minha análise consiste em dizer
que vivemos em um momento em que um certo gênio maquiavélico e forças políticas de direita extrema de extrema direita se tornaram capazes de explorar as frustrações a raiva os ressentimentos de todas as populações sejam ressentimentos e frustrações das classes médias ou a raiva das classes populares ea genialidade disso é aglomerar a frustração da classe média e as insatisfações ea raiva das classes populares ou seja uma política interclasse sexta num modo de apresentar as coisas para reunir pessoas que a priori nada tem a ver o trump é uma ditadura plutocrática estou aqui retomando a expressão de
rober paxton protocolará tico mas com base nos votos da classe operária dos operários brancos e frustrados por uma série de razões então é se aglomerado aqui está diante de nós mas e para quê política eu vejo que essa política não se assemelha com aquela do fascismo e do nazismo dos anos 30 por um lado não se não estamos lidando com uma mesma forma de mobilização estado único não estamos também diante da retomada em mãos pelo estado do aparelho econômico não estamos diante do corporativismo neu corporativismo que caracterizava as relações sociais no fascismo eo nazismo estamos
lidando como uma singularidade histórica a ser analisada como tal uma mistura de neo liberalismo puro e autoritarismo estatal com uma dimensão policial e militar cada vez mais a firmada uma mescla de neoliberalismo e deu dia da segurança nacional ou seja são políticas anti insurrecionais mesmo quando não a insurreição políticas contra revolucionária sem revolução mas políticas herdadas do parceiro do passado e aí eu acompanho o que você diz totalmente com toda uma bagagem das ditaduras militares mas diferentemente das adasa daquelas ideologias da guerra da argélia que passaram para os estados unidos depois chegaram as ditaduras na
américa latina mas tudo isso é atual o perigo está aí não é totalmente nova ovo mais esse neoliberalismo pode buscar suas sua força em formas políticas antigas a discussão é difícil eu apresento então a hipótese de um novo neoliberalismo a hipótese de trabalho acho que estamos vivendo uma nova fase incontestavelmente podemos dizer isso e precisamos talvez aprofundar mais essa ideia e porque a questão de focou você tem razão podemos dizer que focou entendeu depois de 1968 e isso está no livro ele desenvolveu todas as insuficiências do discurso marxista diante de uma crise de governamentalidade generalizada
nos anos 60 e 70 as formas de governo onde disciplina ea maneira como as instituições se impunham aos indivíduos entraram em crise o discurso marxista não aprende não entende a natureza da crise que estava acontecendo naquele momento para o ficou o discurso hiper max esta dos grupos políticos da época dos quais eu fiz parte estão num em sentido inverso ao período e não entendem que o que está em questão são novas formas de vida não é a luta de classes tradicional entre operários e padrão é muito mais do que isso a uma aspiração a viver
de um modo diferente as mulheres se revolta contra o lugar que ocupam na família no casal as crianças os jovens se revoltam contra o lugar que lhes é reservado na escola e na universidade em todos os lugares em todas as profissões se fala de uma revolta geral entre os juízes médicos é um estado de insurreição generalizado e o discurso marxista não consegue perceber isso e fui vai tentar mostrar e nós seguimos por esse caminho que o lê neoliberalismo propõe uma forma de vida um tipo de relação entre os indivíduos mas não é algo com o
que focou se enfatiza como se diz é simplesmente a constatação da insuficiência do marxismo em sua incapacidade de levar em conta que as relações de poder são gerais e que implicam em conflitos generalizados e em dado momento essas relações conflituais de poder dão origem a aspirações a modos de vida diferente houve tentativas comunitárias de autogestão que foram feitas mas o neoliberalismo avançou profundamente e se propôs com um forma de vida mais livre baseada no jogo da concorrência do mercado generalizado e que encontrou na subjetividade formas de adesão de prazer que o fazem funcionar que fazem
cinema liberalismo funcionar não é mais uma imposição de cima do alto e sim pelo jogo do mercado o jogo do mercado que é um jogo de poder que não se manifesta como tal como se os neoliberais tivessem dito vamos deixar de lado as formas mais autoritárias de comando vamos deixar o mercado jogar para que os indivíduos se achem ali e assim não se deram mesmo conta nem mesmo conta de que serão governados se você é um consumidor um empreendedor e investidor você sequer percebe que está sendo governado e ter a impressão de que todo funcionamento
diz respeito à sua responsabilidade as suas decisões e tá até o momento em que chegamos ao ponto e que foi dito antes ou seja em que o jogo de mercado introduz desigualdade sem satisfações e leva a uma aspiração algo diferente ea uma hiper autoridade o ponto é esse onde estamos o ponto de inversão sempre continua vendo o jogo de mercado mas há um apelo a maior autoridade eu não sei se eu respondi sim o meia econômico eo político o que eu tentei mostrar no homem econômico é que esse homem econômico é um homem justamente governável
e focou que eu não conheci eu não conhecia a sua aula sobre o neoliberalismo mas eu fiquei muito feliz em perceber que ele disse a mesma coisa 20 anos antes de mim o homem econômico é um homem governável o que isso significa que a substituição homem político e homem é econômico é simples a partir do momento em que entendemos e bethânia foi o que disse as coisas da forma mais clara e mais elaborada quando compreendemos e vou citar bettany quando o homem é governado pelo prazer quando se diz que ele é governado pelo prazer estamos
lidando com um homem governável pelo prazer e pela o press o governo deve utilizar os instrumentos do prazer e do esforço ele tem de jogar com os prazeres as satisfações os economistas falaram mais tarde de estímulo em citação desistímulo estímulo é como um piano o indivíduo é como um piano de sensações e emoções podemos tocar podemos obter notas diferentes e fazer com que ele aja de acordo com esses princípios é governar o indivíduo pelo endereço e isso é descoberto no século 16 é dito assim o homem é governável por ele ser movido e conduzido acima
de tudo e sobretudo pelo seu interesse pessoal e arte do governo está em agir nisso porque o foco insistiu tanto no governo e na governamentalidade deixando de lado talvez excessivamente a questão da soberania ou seja a questão da organização jurídica do estado porque justamente ele percebe uma mutação importante no final da idade média e sobretudo no na época do mundo das guerras de religião de religiões e ele mostra que as preocupações do governo se apóiam em uma nova definição do indivíduo no numa nova tecnologia política que vai se preocupar com o que os indivíduos querem
fazer em vez de recalcar e esmagar as paixões e proibi las condená las o novo modo de governo vai utilizá-las utilizar as paixões as sensações e as emoções vai até mesmo valorizá-las isso inverte totalmente o augustin mesmo ou seja a condenação do ser do pecado pecador para valorizar o ser do pecado isso é extraordinário ambiente curioso essa operação que consiste sobretudo no século 17 em inverter os valores fui à grande inversão de valores aquilo que era condenado pela religião se torna o elemento com o qual vai se conseguir governar os indivíduos o mundo do interesse
foi que a nicole é um dos grandes autores jansenista as que melhor explicou isso e ele diz que o mundo governado pelo interesse leva a um mundo tão bom quanto aquele que seria governado pela caridade é uma declaração considerável imensa mas no plano civilizacional é uma proposição fundamental é notável e surgir um século depois de adam smith leva a maneira de estabelecer as relações entre governantes e governados ea ordem capitalista eu acredito só foi possível com base nessa inversão e eu eu digo no homem econômico e que retoma uma nova razão do mundo eu digo
que essa inversão é um momento chave em que as barreiras religiosas morais que impediam o capitalismo disse expandir essas barreiras vão ruir não vou rir assim simplesmente mas justamente porque os governantes de todos os matizes entenderam que era preciso que era possível governar o indivíduo de outra maneira isso não se deu de uma hora para outra levou vários séculos foi um processo claro muito heterogêneo porque as religiões não deram a última palavra porque o respiro republicano veio também barrar esse discurso do interesse porque grandes filósofos como kant combate combateram esse tipo de ótica no campo
ético e tetra muitas coisas aconteceram mas isso nos permite entender melhor o que está acontecendo hoje vivemos em um momento de atualização e intensa e extrema dessa filosofia mas como essa filosofia essa maneira de pensar o homem é insustentável se assim posso dizer porque dá lugar a relações dá origem a relações muito violentas entre os indivíduos estamos lidando com uma emergência uma restauração uma vontade de restauração dos valores este é um dos elementos para estabelecer um diagnóstico o neoliberalismo está levando a uma reação uma reação que os governantes sempre neoliberais tentam explorar como o neoconservadorismo
americano por exemplo que tenta realizar essa operação delicada ou talvez seja um pouco confuso que estou dizendo mas a situação está bastante complicada o smc é obrigado a todos pela participação então a gente retorna logo mais às 17 horas quando ele vai fazer uma apresentação do livro comum ensaio sobre a revolução do século 21 e as 19 30 da noite também estão todos convidados pra crise do neoliberalismo ea emergência de movimentos anti inflamatórios professor muito obrigado e valeu depois continuamos