esse que em mim envelhece a somou o espelho a tentar mostrar que sou eu os outros mim fingindo desconhecer a imagem deixaram-me a sós perplexo com o meu súbito reflexo a idade é isto o peso da luz com que nos vemos esses são versos do escritor moçambicano mia couto vencedor do prémio camões considerado o mais importante da literatura em língua portuguesa mia é autor de mais de 30 livros entre prosa e verso 11 autor africano mais traduzido hoje no mundo e muito íntimo dos leitores brasileiros também mia couto é um autor que colore a prosa
e poesia a ternura pouca me vou acostumando enquanto edinho servente de danos e enganos vou perdendo morada na súbita lentidão de um destino que me vai sendo o escasso conheço a minha morte seu lugar esquivo se acontecer disperso agora que mais me poderei vencer minha gente estava aqui falando de coincidências não antes de começar a entrevista é tenho impressão que as boas histórias geralmente começam na vida a partir das coincidências se acha que na literatura assim também 5 não é gente inventa que uma coincidência eu acho que eu acho que sim pra mim o mais
rico talvez que é coincidência seja o equívoco eu adoro equívoco comum como o início de uma história como essa construção dá alguma coisa antecipada da pintada em uma das conversas se é muito muito estúpido pra mim no meu processo de criação é assim que nascem as suas histórias a partir dessas é um pouco não é que se elas nascem maneira muito caótica e quatro de protesto pra ela pra nós é uma história não acho que eu comecei a criar histórias porque porque não tinha muita competência pra viver para refletir e entender que inventar um mundo
mundo outro né e e acho que isso não não talvez a única coisa que a infância escola no proporcionou pela minha vida foi isso foi o poder não estar onde estava o poder a imigrar do msu isso é pra mim é sempre construindo histórias mesmo que eu saiba nunca vi um povo não as vou escrever a minha parte delas mas tô falando eu me lembrei de terra sonâmbula que é um livro que você primeiro romance é que você escreveu a partir de um desejo de falar sobre a guerra é e é um livro sobre personagens
que estão nessa terra devastada pela guerra acho que em busca de de paz de identidade e que encontram nas histórias nas narrativas uma forma de sobreviver nessa pessoa com uma catarse né verdade foi foi porque eu eu eu naquela na altura comecei a escrever esse livro na guerra estava presente aliás eu eu pensava que só podia falar naquela guerra em moçambique guiné e moçambique para servir o número 16 anos e no fim de 16 anos estamos completamente vazia os resultados e então eu sabia que não não a guerra é uma coisa não se pode falar
sobre ela num substancial se vivemos parece sempre pouco o falar sobre o heerenven convicto que não queria escreveram um livro sobre aquela guerra mas de repente eu acho que fui conhecer a ser assaltado pura um desejo absoluto é da subprefeitura assistido não não não se combinam e à memória de s meus colegas é foi mais do que tudo foram eles foram erros eu escrevo que eram meus colegas porque fui jornalista e eu vou jornalistas meus colegas e amigos que morreram na guerra que foram mortos como ele é bárbaro cruel e eles surgiam com um fantasma
em quantas mil tinha que ter um outro conversar com isso e foi por essa via nós falamos do início é do que do que provoca vocês seus livros né quando você decide que um livro chegou ao fim eu acho que tem um método curioso você é termina pelo isso é esse quando eu vi quando eu percebi o que é que vai ser o princípio do livro normalmente acontece que eu escrevo isso aí que começa a cabeça que aquela início é absolutamente provisório e eu vou ter que retomar tudo aquilo ali é seu estilo eu vou
fazendo vários títulos ao longo do do processo de criação do livro tse é como se fossem baliza gil só para orientar porque eu sou muito de espera e quando chegou ao fim eu percebo o cça o princípio em euros ou as duas coisas nas duas pontas ao mesmo tempo a única mas aqui eu acho que que foi aprendendo é que o livro não pode ser demasiadamente escrita é melhor não escrever um livro do que escrever demasiado no sentido de querer tornar muito rebuscado explicado e excessivo não acho que aprender a ter essa é uma herança
uma relação mais natural com própria escrita tomás tomás tão à vontade com o erro hum uma coisa do tempo também é esse e contenção também ciência anos que se aprenda porque acho que os primeiros dias a gente pensa que nunca mais lembra um outro livro cegueira e cremes e tu não é um soldado nesse momento que eu cresci a poesia sua escrita está sempre buscando me parece uma aproximação com a poesia é você começa inclusive na sua trajetória literária com livros de poesia ou seja uma relação muito profunda porque a sua escrita tem com a
poesia porque um determinado momento optar pela ficção um obtenha a nota não não porque não porque não depende da minha decisão porque ela tá eu acho que ela está presente na mesma acho que sou guiado por essa lógica poética enquanto escrevo com escrever prosa é como se eu tivesse um exercício depois entra mas você continua a escrever se é uma coisa muito curiosa quando eu escrevi um livro enquanto o processo da de encontraram o fio condutor o enredo que me complicou muito nisso eu escrevo poesia eu quero escrever prosa somos a poesia no sentido poesia
universo e eu já nessa altura porque até também comandava o mal disse aposenta mas não consiste agora falava eu concordo com ela e depois percebi que era uma maneira da uma de romã de não perceber que quando perceber a história ia falando um pouco da sua carreira literária hoje é você tem acho que perdemos todos os livros publicados no brasil o flamengo todos romã segurando agentes é você também publica em moçambique você também publica em portugal são publicações simultâneas e como anda na verdade o mercado editorial e moçambique porque eu sei que na época da
guerra ele foi praticamente arrasado foi fazer isso praticamente um livro plano que era uma coisa extraordinária então não agora digamos está normalizado um sentido que está ajustando aquilo que são as capacidades que as pessoas têm de comprar livros ler que um país tenha um é um índice de analfabetismo muito grande há poucas livrarias e fora das grandes cidades não existem mas acho que quando acontece a 4ª tentar pensar quando é que surgiu um lançamento que fosse mais ou menos simultânea e novamente pública primeira anos também com dois ou em portugal no brasil a seguir e
isso este caso o último eu pública este último volume da trilogia é um sabe que é um princípio de novembro do ano passado depois logo a seguir em portugal e depois é aqui do banco de imagens a ser publicado por razões do do mercado de política da prefeitura essa relação com o leitor brasileiro eu tive a oportunidade de participar do brazil do festival literário é o filho era achar onde você era homenageado e achei fiquei muito muito impressionada com a sua relação com o leitor brasileiro na verdade ou com a relação dos seus leitores brasileiros
com você tem um verdadeiro frenesi em torno da sua presença é uma coisa que a gente vê de uma maneira mais rara na literatura e bebe normalmente com autores infantis ou juvenis e ali existe uma necessidade eu percebi claramente uma necessidade do seu do seu público de s acima de você de conversar com você são filas enormes se isso acontece de uma maneira geral há uma especificidade do leitor brasileiro você já parou pra pensar sobre isso não ana sai por exemplo em moçambique as pessoas que se aproximam de mim querem realmente querem falar comigo não
é eu e o que gosta é que as pessoas falem comigo mas foi preciso que haja uma troca que haja qualquer coisa que só que eu tenha a minha frente não uma pessoa nenhum e só que se apresenta como falar não é isso que eu procuro nem quero que alguém que é que eu tenha tempo que eu tenho a possibilidade de estar com essa gente com essa pessoa mas é em portugal também acho que é um pouco assim se um diz o meu editor a existência dessa relação mas mas com mais de quem provavelmente pensa
aqui que eu a escrever que eu escrevi pra ir pra ele pra ela pra ela nossa é essa sensação observando o risco pode ser isso o que espero que seja isso né e mas eu sou penalizado por isso porque acho que pra mim própria ideia que o que eu poderia cumprir acontecer isso eu eu eu não não sei que resolver este centro domingo 12 bem assim mas eu sou também acho que sou penalizado um pouco entre os meus página certo porque acho que precisa muito dessa idéia de que uma literatura que estava popular é professora
ter qualidade e portanto os autores que têm relação com os outros o que vendem vendem bem a 1 não tomei isso como algo com que os outros são incompreendidos e que tem um público restrito acho que existe sentença essa pensamento partir de um determinado momento é constrói-se em torno do autor se ele foi o autor bem sucedido que significa ter muitos leitores né alguns clichês sobre sobre 11 delitos nessa área acho que está atuando néel a alguém esquecer se que a pessoa tenha sucesso mais ou menos unânime é preciso alguma serra quando é que eu
errei é a pergunta que você fácil mas não não desse ponto de vista não não por causa disso mas eu eu mantenho a mesma vigilância em uma espécie de espírito crítico em relação ao que eu faço sim assim como nós jornalistas construímos clichês ao falar da obra de um escritor por exemplo é que no seu caso como a gente está sempre citando não essa questão da poesia mas sempre a questão da da sua invenção vocabular a se soltar ou morte e me parece que é uma coisa que é não sei se você concorda uma coisa
quito os últimos livros né eu é você parece que se afastou um pouco dias que libertam disso porque no patrulhamento era o eron era um clichê não é um estereótipo e tudo aquilo que eu queria trazer produtos rodovias é essa com pimenta e vamos falar da trilogia você acaba de encerrar uma agenda que seja mais difícil em que encerrar um livro deve se encerrar uma tecnologia não é assim porque com são quase 30 anos pra mim não foi uma experiência muito muito curiosa porque um nunca pensei que eu seria capaz e foi por isso que
eu pequei moça ela procure pensar que não era capaz porque vai contra tudo que eu sou quem eu sou o são muito espertos são so so tem que estar muito apaixonada por aquilo que estou a fazer para para fazer e por isso mais nada a poesia que não que nasce nessa rompante que é um é uma iluminação mas isto é trabalho quer muita pesquisa o que era isso que é um primor oficinal a nossa maior paixão é por isso por que não descobrir que esse trabalho profissional traz sugestões muito diversas do mundo e e as
vossas questão língua aquilo que eu pensava que era um passado simples há um tempo no limiar de uma solda uma só dimensão ali foi uma descoberta muito feliz de como é que ela vai expor o santos em conflito a voz oficial dos portugueses que era uma voz colonial essa versão combinada aquilo que foi que foi o tempo de dominação tava cheio de conflitos histórias e intrigas é muito curioso e inglês como se fosse a casa acaba por ser como se fosse um romance você termina a saga de um imperador moçambicano e avós kicking nos guia
nessa saga uma das vozes pelo menos né é uma voz feminina tinha é a primeira vez que você não não eu eu já fiz isto quando em me agrada fazer isso porque com um porque parece que coloca a marca que se coloca à margem de mim mesmo eu próprio em que têm que abandonar tem que ser outro tem kan tem que deixar de ser eu próprio a escrever esse mundo é uma grande oficina nosso amor é puro como em cura é a luz e água e tudo quanto nasci e vivi além do tempo são água
a luz e dão a volta ao universo até se tornarem deserto escuro depois de passar para não sofrer um programa onde a gente tenta agora a gente entenda esta é estimular o gosto pela literatura pela música então sempre faço essa pergunta para os nossos convidados que você anda lendo o que você anda ouvindo olha eu comecei a ler uma coisa que comprei mesmo alerta mulher que toma me são muito apaixonado por aquilo que ela faz e que eu estou o que eu estou ouvindo um êxito mas citam então então o pacote agora descobri uma coisa
que é o que eu o pai do chefe backley um timba klein bateria um incrível quando conheci a ingrid e me apaixonei por aquilo que fazia a voz dele clã pela proposta menor do que a que eu tenho é muito bonita e um grande poeta é um compositor possui um grande poeta e assim como filho a morte traz sim muitos novos jovens uma intensidade talvez né eu não conheço e sei que é muito bom eu sou maravilhoso é altamente recomendável o pai o filho de hoje é e agora queria te dizer uma coisa um pouco
pessoal se você me permite ver tem uma frase sua a minha escrita quer ser voz eu vi você fala isso uma vez me marcou profundamente eu sei que você disse isso pensando na oralidade né na na na sua escuta eu acho você é um autor a gente percebe se a sua escuta dentro do seu texto mas isso foi uma sentença que eu tomei pra mim eu acho que escrever é buscar essa voz né e eu pensei nisso quando eu decidi escrever meu livro né se era alguma coisa que apenas eu conseguia dizer será que isso
foi uma decisão a partir disso então que dizer isso ao muito obrigado esta foi uma das melhores entrevistas confessaram posso dizer muito mas vai ficar num exemplo muito bem construída [Música] o jipão chan a diploma nestas mar eu e hoje em dez anos em milão vem dior nissel seu time [Música]