Olá, meus amores! Aqui quem fala é Daniella Freixo de Faria, sou psicóloga infantil e da família, do casal, do adolescente. Hoje a gente vai falar sobre os dois anos e a birra.
Como é que você tem lidado com isso por aí? Me conta. Vamos falar sobre isso?
Oi, gente! Antes de mais nada, se inscreva no canal, dê alerta no sino para que a gente continue juntinhos, conectados aqui no YouTube, no Instagram, no TikTok, no Facebook. Você também pode fazer download do aplicativo nas plataformas do seu telefone e ter tudo reunido.
E temos também o nosso curso on-line que está no ar, com gente chegando, é sempre uma alegria tão grande, tão maravilhosa, da gente trilhar esta grande caminhada juntos. Temos encontros pelo zoom, três vezes por semana o grupo de pais e mães e duas vezes por semana o grupo de profissionais. É bem juntinho.
Você pode participar de todos os encontros, mas eu recomendo pelo menos uma vez por semana. Além de todo o conteúdo gravado que foi feito com muito amor para que a gente possa primeiro cuidar do nosso coração, das nossas intenções, das nossas atitudes e palavras na direção da gente construir uma casa de paz e compreensão e muito amor, com certeza. Acho que esse é um dos primeiros momentos.
Essa criança está se desenvolvendo, está crescendo, agora já está andando. E essa centralidade do coração que é premissa, nascemos todos querendo o que queremos, começa a acontecer com força e dependendo, obviamente, do temperamento dessa criança, a gente vai ver isso com maior envergadura ou com menor envergadura. Mas a criança quer o que quer com dois anos de idade.
E aí a gente começa a entrar em contato com as birras, que nada mais são do que esta criança pequenina, frustrada de não ter o mundo aos seus pés, das coisas não acontecerem do jeito que ela gostaria que fosse. Como ainda não há a capacidade verbal de explicar as emoções, até de compreender as emoções, a gente vai ver essa primeira resposta de tentativa de fazer com que seja o que eu quero que seja muito chorada, o se jogar no chão. A dificuldade de manejar as próprias emoções, de compreender, de colocar em palavras.
A gente vai ver tudo isso acontecendo. E, obviamente, para nós, adultos, é um primeiro momento, o primeiro momento onde você fala nossa, existe alguém ali! E esse ponto também faz parte do desenvolvimento.
Essa criança também colocar essa existência nesse querer, também a contorna, também a diferencia de nós. Agora, obviamente, a gente tem um trabalho pela frente, o trabalho de aceitar a vida que é, o trabalho de entender que o mundo não a obedece, o trabalho de esperar o tempo, o trabalho de conquistar as coisas, o trabalho de aprender que o outro existe. E nós, adultos, pais e mães, principalmente, somos esse primeiro outro tão importante na vida desse pequeno, dessa pequena.
Então, quando o filho faz a birra da nossa parte adulta, a gente tem alguns desafios. O primeiro é não tomar como pessoal. Não existe ali alguém contra você, não existe alguém ali que está fazendo isso para te agredir, para confrontar.
Existe alguém ali que quer algo e quer algo com força e que perante a realidade não oferecer esse algo tão desejado, a resposta dessa criança acaba sendo essa frustração, esse choro, se jogar no chão na tentativa de chorando conseguir o que quer. Então, para nós, adultos, é muito importante, gente, que a gente compreenda o que está acontecendo, porque um dos grandes perigos é a gente tomar como pessoal ou olharmos para essa situação a partir da nossa centralidade. O nosso coração também é centralizado, a gente também quer o que quer e o que a gente queria?
Que seu filho fosse, o meu também, minhas filhas também, quase um robô pra gente ter a obediência do jeito que a gente esperava. E muitas vezes, a hora que essa criança frustra e reage e age na primeira resposta dela com se jogar no chão, com um grito. Muitas vezes o adulto frustra porque você também gostaria que essa criança já se comportasse, já soubesse, já desse conta, já entendesse.
Mas a notícia com a birra que ela está dando é de que ela ainda está aprendendo. Ela ainda está aprendendo a esperar. Ela ainda está aprendendo a ouvir não.
Ela ainda está aprendendo a enxergar o outro. Ela ainda está aprendendo a seguir regras. Ela ainda está aprendendo que as coisas não serão só do jeito que ela quer.
E aqui existe uma imensa oportunidade de aprendizado. Então, compreendendo isso, a hora que essa criança chora, o que a gente vai fazer? Nós vamos acolher.
Nós vamos normalmente voltar o tempo atrás. Então, como não tem muita ainda habilidade verbal de explicar, de dizer o que precisa, de dizer o que está frustrado, obviamente por conta da idade. Se você olhar o tempo atrás, a gente estava passeando e chegou lá você falou: Vamos embora!
Avisou, daqui cinco minutos a gente vai embora. E a hora que chega a hora de ir embora, chora, normalmente é porque ela não quer ir embora. Normalmente é porque ela quer mais.
Normalmente é porque ela não quer parar de brincar. Normalmente é porque ela não quer dormir. Então, se você olhar as situações, ou seja, se você olhar no tempo, quais foram as coisas que aconteceram e você vai ver um rompante, uma virada muito grande desse emocional, normalmente isso nos informa onde estava o querer dessa criança.
Por que isso é importante? Porque isso nos possibilita neste acolhimento. Eu entendi, brincar para você é muito importante.
É muito legal, ir embora é difícil. A mamãe está aqui com você, o papai está aqui com você. Vamos combinar que a gente vai se acalmar e aí amanhã a gente vai voltar para brincar de novo.
Então a gente vai num espaço de acolhimento, acolhendo e nomeando, dando voz, dando contorno, dando forma para toda esta emoção que essa criança está atravessando. Então é muito comum que ela chore, aí você fala: Você, queria brincar mais? Eu queria.
Então eu sei, brincar é muito legal. Mamãe também quer brincar mais, o papai também. Vamos combinar que amanhã a gente vai voltar e vai ficar mais tempo?
Porque agora realmente a gente precisa ir embora. Então, assim, existe nesta conversa, nesse nomear de sentimentos, de emoções, de necessidades, a gente colocando em palavras o que antes está muito conturbado e muito barulhento. Então a criança vai: É isso mesmo!
Eu queria brincar mais. Nossa, e minha mãe tá entendendo! Meu pai tá entendendo que no tempo à frente será possível brincar mais.
Não é possível brincar agora, mas amanhã eu vou brincar mais. E aqui está o aprendizado. Agora gente, é uma fase de muito barulho, é uma fase de muito choro, é uma fase de muito se jogar.
É uma fase trabalhosa, no sentido de que ainda é tudo muito chorado exatamente por conta desta curva de aprendizado que está acontecendo na direção do nomeado, aprender a pedir, do aprender a esperar, do aprender a seguir regras. Tudo isso ainda está começando nessa grande caminhada. Quais são os riscos?
Quando a gente atende o choro e faz tudo o que essa criança quer para que o choro cesse. Ou seja, quando o nosso propósito é parar de chorar, normalmente a gente atende essa criança. Com isso, o que você está ensinando?
Que sim, o mundo te obedece. E aí esse grito e esse choro tende a aumentar, tende a ser a forma real da criança se comunicar. Quando a gente acolhe o choro, ao invés de fazer o que essa criança quer, você acolhe, você compreende, você põe em palavras, você localiza no tempo a frente quando será possível e o teu propósito não é mais fazer o choro parar, mas fazer o seu filho crescer nessa oportunidade, o que a gente vai ver é que com o tempo o choro vai cessando e mais compreensão vai entrando.
Por que? Porque essa criança começa a experimentar que ela vai embora hoje, mas amanhã ela volta. E aí amanhã a gente falar: Tá vendo?
A gente está voltando hoje. Lembra que ontem foi difícil ir embora? Hoje nós vamos embora de novo, mas a gente volta amanhã.
E devagarinho, essa criança vai aprendendo que no tempo, o que ela precisa, o que ela quer também irá acontecer junto com outras coisas que precisam acontecer. O vídeo de hoje foi esse. Eu espero que essa compreensão te traga muito mais aceitação dessa fase, entendimento dessa fase para que você possa com mais sabedoria acolher e conduzir para essa oportunidade de aprendizado que se faz presente na sua vida com essa criança tão linda e pequenina.
Dani, é muito difícil! É muito barulho, me cansa. Ai gente, vou dizer para vocês, é verdade, mas vai passar.
E é uma fase que dá muita saudade, as crianças começando, falando tudo errado, a coisa fofa, é uma fase deliciosa. Então se a gente aceita o que está acontecendo, entende o que está acontecendo e age na oportunidade dos aprendizados com o que acontece, a gente vai passar por esse momento, aliás por toda e qualquer fase da vida, nossa e dos nossos filhos, espremendo esse limão, fazendo uma bela de uma limonada, fazendo uma bela de um suco da vida que está nessa vida real que todos nós vivemos. Solta expectativa, centralidade, como eu queria que fosse e se torne uma pessoa melhor na vida que é.
E usar dessas oportunidades para o aprendizado dos nossos filhos e para o nosso aprendizado, é o que a gente pode fazer de mais maravilhoso na vida deles e na nossa vida em família. O vídeo de hoje foi esse. Agradeço muito a Deus no meu coração.
A gente se vê na próxima! A gente vai falar sobre o cantinho do pensamento funciona? É verdade?
Como é que a gente pode realmente neste acolhimento, quando se faz necessário a correção, como é que a gente pode agir? Até lá! Um beijo!
Fica com Deus. Tchau!