[Música] [Música] Então, nós hoje vamos começar o capítulo. Ó, nós já caminhamos sete, hein? Quando que é ou Março? Oi, mais ou menos. É só para pensar: nós estamos chegando em 12 de Março. Então, abril, maio, junho, julho. Caramba, em 4 meses! Em 4 meses a gente trabalhou sete capítulos. Que beleza! Então, esse capítulo é muito especial. Eu fiquei surpresa porque a ênfase é toda psicológica. Então, nós vamos passear aqui por uma das teorias psicológicas que eu acho fundamentais para a gente compreender os nossos afetos, que é a teoria do apego. Mas antes de
chegar lá na teoria do apego, que ela vai explicar toda aqui, queria só clarear uma coisa importante a respeito da ansiedade. Você pode olhar a ansiedade por diversos ângulos. Você pode olhar a ansiedade como um fenômeno social, e é, né? Quanto mais a gente se desenvolve tecnologicamente, cientificamente, quanto mais tem desenvolvimento em que a gente consegue tantas coisas no menor tempo possível e em muita quantidade em pouco tempo, ao invés da gente conseguir relaxamento e desoneração, nós fabricamos ansiedade, porque a gente vai querendo cada vez mais produzir muito no menor espaço de tempo. Né? Eu
me lembro quando saiu o micro-ondas. Quando saiu o micro-ondas, o número máximo de micro-ondas era assim: não sei se era 50 minutos daquela rodinha. Os primeiros micro-ondas! Eu falei assim: "Nossa, que espetáculo! Qualquer comida no máximo vai levar 50 minutos nesse negócio!" Então, chegaram as comidas congeladas. Não é? Chegou o fast food. Então, tudo que a gente foi fabricando e correndo atrás para que a gente conseguisse as mesmas coisas confortáveis no menor espaço de tempo e em maior quantidade foi visto como uma coisa muito benéfica para a gente. O custo é como a gente lida
com isso. Nós não temos a mesma aceleração física, emocional e intelectual desses acontecimentos tão acelerados. Né? Estava conversando hoje com a minha família sobre foto. Conversei com uma moça essa semana que ela estava contando que tinha muita mágoa da mãe, que a mãe não tem foto quando ela era criança. E eu perguntei assim: "Olha, na sua infância, há 60 anos atrás, minha infância também, ter uma máquina fotográfica era artigo de luxo. Minha família não tinha. Por exemplo, eu não era de uma classe baixa, eu era de classe média. Então, a gente tinha foto quando meu
tio fotógrafo ia em casa nas férias." Né? Quando eu casei, 20 anos depois que eu nasci, há 40 anos atrás, eu também não tinha dinheiro para máquina fotográfica, ainda era a época da Olympus. Eu não tinha dinheiro nem para isso, nem para revelar foto, que ainda era caro. A gente revelar foto... Eu não tinha nem telefone, na verdade. Para telefonar, eu tinha que ir no telefone público da minha rua. Então, me acusar de eu não ter tirado foto das crianças pequenas é injusto, porque hoje qualquer um fotografa com celular. Isso era impensável há 40 anos
atrás. Então, cuidado com essas acusações, sabe? Da gente querer que no nosso passado tenha resultados que a gente só tem hoje com os avanços tecnológicos imensos que tivemos. Então, reclamar que não tive foto há 60 anos atrás... Você precisa retemperar essa sua crítica antes de você achar que isso é uma rejeição ou desamor. Não interprete isso como desamor. Amor, dá uma olhada. Então, socialmente, nós estamos fabricando ansiedade cada vez mais. Outro dia, me deu até nervoso! Tinha um biólogo conversando comigo sobre quanto é que demorava para um pintinho virar frango para poder ir para o
abatedouro e a gente comer. A dose de hormônios e luz intensa para o franguinho não dormir. É por isso que a gente come frango sem gosto. Vocês já repararam que frango não tem gosto? Tem gosto porque a gente põe tempero. Não tem gosto porque a gente come franguinho de vez! O nosso mamão não tem gosto, repararam? Mamão não tem gosto, abacate não tem gosto, as frutas não têm gosto porque elas não amadurecem no seu tempo. Elas são retiradas do pé ainda verdes, vão para um grande lugar de armazenamento com calor e componentes químicos e agrotóxicos,
né? Também para poderem amadurecer e dar tempo de chegar em todos os lugares no menor tempo possível, na maior quantidade de frutas e legumes possíveis. E aí, você pensa assim: "Vou comprar orgânico." Você não tem dinheiro para sustentar tudo orgânico se você tem uma família grande. Se for você sozinho, você dá conta, mas tirando isso, não dá. Então, nós estamos aprisionados num sistema que fabrica, em todos nós, ansiedade. Franguinho também, tão... O boi, a vaca, o leite que a gente toma é uma dose de hormônio altíssima que elas tomam, que é colocada na ração para
poder fabricar. Vocês já viram que tem ovo light? Não, porque o alimento da galinha é outro, não é o alimento normal. Ovo light. Então, é isso. Isso tá na coisa simples do alimento, viu? Isso tá em tudo: na roupa que você veste, em tudo mais. Então, todo o processo de aceleração traz como consequência é normal tomar remédio para ansiedade. Já social, física, a gente já tem um diagnóstico médico para isso chamado TAG, transtorno de ansiedade generalizada. Não existia esse diagnóstico antigamente porque não existiam quadros de ansiedade tão altos como vivemos hoje. Hoje, é quase normal
ser ansioso. E eu tô vendo também um lugar que é assim: a reação é isso, para poder dizer não. Essa aceleração, nós temos o jovem na paralisia, que eu acho que é um jeito que ainda não faz bem para nós, mas é importante da gente observar o que os nossos jovens estão dizendo para a gente. Eles não querem participar dessa aceleração, mas sentem a pressão de participar da aceleração. Não há solução, e vai para o extremo oposto. Né? Então, muito interessante a gente... Né começar a pensar isso, então aí, se você olhar só do ponto
de vista físico, você pode achar que você é ansioso porque não tem os componentes neuroquímicos necessários para lidar. Do ponto de vista existencial, a ansiedade é um fenômeno temporal: é você querer o amanhã aqui agora porque está difícil ficar no agora. Então, na minha, no meu pensamento, eu já me vejo lá no amanhã e começo a ter comportamentos asseguradores para que o amanhã aconteça como eu quero que seja. Tá entendendo? Então, por exemplo, eu tenho uma reunião, vamos dizer, importante, e eu estou com medo do que vai acontecer nessa reunião. Eu posso entrar em um
estado de ansiedade; quero controlar o que vai acontecer nessa reunião. Então, eu começo a estudar loucamente o que vai acontecer nessa reunião, começo a imaginar a cena da reunião e uma cena horrível, geralmente catastrófica, dessa reunião. Aí, eu entro em insônia e começo a me dar dor de estômago, porque o nosso corpo responde a um espírito em desequilíbrio. Então, na verdade, eu nem estou mais aqui na terça-feira; eu já estou no dia da reunião, eu já estou lá, já contracenando: o que eu digo, o que eu respondo, o que eu falo, né? Já estou totalmente
fora do meu eixo de equilíbrio. Eu posso também entrar em ansiedade porque o que estou vivendo agora está muito ruim. Estou vivendo uma coisa muito ruim, sei lá, estou fazendo aqui um tratamento que dói muito, que é muito ruim. Eu posso ir com a minha cabeça para depois, o que vai acontecer depois desse tratamento, uma maneira de eu escapar disso aqui que está ruim. É uma possibilidade também. Seja o que for, os estados de ansiedade provocados por eventos sociais externos ou por alguma demanda objetiva agora que está acontecendo comigo, tudo isso vai ao contrário do
que a gente poderia fazer, que é ficar presente. Então, digamos assim, para o ansioso, que já fica ansioso toda hora, todo dia, seu grande desafio é ficar aqui, aqui agora. Geralmente, a gente lida com ansiedade não no enfrentamento da ansiedade. Sabe o que a gente faz com a ansiedade? A gente anestesia ela. A gente come, fuma, bebe, corre, fala rápido, fica com pensamentos ivos, nada disso resolve. Na sociedade, você só está limpando a casa, a menina da casa fica um espetáculo quando a gente está ansioso; é uma coisa, né? Então, é uma energia que está
fora de lugar. Um cuidado que a gente precisa ter para cuidar dessa coisa do tempo: qual é o tempo que eu preciso estar? Esse do ainda não, não está me ajudando. Eu não estou lá. As coisas que vão acontecer lá têm contexto que só quando chegar lá é que vão rolar. Então, não dá para eu colocar as condições do hoje no amanhã, tá entendendo? É isso que a gente faz: a gente pega a condição do hoje e bota no amanhã, como se amanhã fosse o cenário igualzinho agora, só que não. Às vezes, você se prepara
tudo para a reunião e a reunião nem acontece, ou aquela pessoa terrível que você imaginou que está na reunião não vai. Ela tem dor de barriga, não foi. Então você sofreu, né? Com a frustração, tem que lidar com a frustração. Você pode olhar a ansiedade do ponto de vista espiritual, que é importante aqui na nossa perspectiva, que quem na verdade está ansioso não é seu corpo, não é seu cérebro, é o espírito. É o grande enfermo, não é isso que a gente viu? Ele é o grande enfermo. Então, se você cuida das suas questões espirituais,
você ajuda seu corpo a vencer essa ansiedade. Eu sempre digo que a ansiedade é uma energia que está aqui nessa região, mas não quer dizer que é aqui na caixola, nessa região, porque aqui é a grande região do nosso chakra. É aqui que está o nosso cérebro. Assim, a gente fabrica muita energia mental. Então, você tem que encontrar um jeito de descer essa energia. Como é que a gente faz para descer essa energia? Estou falando já; você já está na bed, né? Bed Trip. Então, não adianta você ficar na sua cama com insônia, ansioso. Você
está deitado, e a pior coisa que serve para ficar ansioso é ficar deitado. O ansioso precisa tornar essa energia para a terra, trazer daqui para o pé. Então, ir para a academia é ótimo. Dê umas voltas na sua quadra. Aí você fala: "Mas no meio da madrugada?" Então, na madrugada você vai fazer diferente. Na madrugada, você vai levantar da sua cama, porque você precisa avisar para seu corpo que ele vai dormir. Porque ele está dizendo: "Não vou". Mas eu não vou, não vou dormir porque eu tenho coisas para controlar, eu tenho coisas para resolver, tem
um monte de coisa pendente que eu tenho que resolver. Pega um papel, bota tudo que está pendente, dessa energia, para cá, para sua mão. Põe tudo que está pendente, mas levanta da cama. Levanta, sai da cama, pega um papel, vai lá na sala, põe no papel. Escreveu tudo? Gastou? Toma um chazinho quente, não vai comer não, gente. Um chazinho quente, uma bolachinha, talvez, né? Aí você começa a incrementar, bota mortadela, queijo, é só uma bolachinha, um leitinho quente, um chazinho quente para você avisar para seu corpo que você vai relaxar, que você vai descansar. E
não deu ainda, que que outra coisa você pode fazer para ajudar essa energia ir para seu pé? Um banho te ajuda, o que te ajuda? Um escalda-pés te ajuda, né? Lavar uma loucinha te ajuda, lava. Traz para o chão essa energia que está aqui, porque aqui você está cozinhando coisa que não está te ajudando. E aí, então, uma oração. Aí você vai. Para a prece, pede ajuda ao seu protetor espiritual. Quem tá acordado não dorme, não; quem cuida de você não dorme. Qual é o protetor que você pode pedir? Se não sabe o nome dele,
fala "protetor" que ele já entendeu. Aliás, ele tá esperando a b. Quando é que ela vai fazer PR? E aí ele espera essa ligação. Você não: "Pera aí, ainda vou tomar leite". Aí você toma leite. "Pera aí que eu vou molhar a planta". Aí você molha a planta. "Não, pera aí que eu vou ouvir uma musiquinha, né?" Aí ele: "Aham, ele não é ansioso, então ele não é ansioso; ele espera, mas também não tem todo o tempo do mundo. Se você tá enrolando, ele vai visitar outro que tá precisando mais do que você." Pois ele
volta quando você resolver sentar para fazer a prece, e você faz a sua prece, compartilhando com o seu protetor o que tá te preocupando tanto. "Olha, eu tô muito preocupado porque meu dinheiro não vai dar, que o boleto tá pegando." Fala, porque assim você tá dando uma abertura pra intuição, né? E assim você vai entrando num lugar bem melhor, vai relaxando. Quem sabe, D? Quando você menos espera, será que você cochilou no sofá? Cochilar no sofá é mais gostoso que cochilar na cama, né? Aí você vai meio trôpego, vai pra cama, e pronto. Então, isso
são autocuidados que a gente vai fazendo com a nossa ansiedade. Para o ansioso, não adianta explicar porque não; porque ele já tá cheio de energia mental, e você vai enfiar mais energia mental. Então, ansioso precisa de algum tipo de ação física. "Vamos dar uma volta no quarteirão?" "Vou com você." "Não vamos juntos." Ele até vai resistir, é assim mesmo. É tão engraçado isso que a gente faz com a gente: a gente tá num tormento e a gente resiste às ajudas, não é? É porque tem uma ordem contrária que tá dizendo que eu tenho que passar
por aquilo; mesmo não há nada que possa me tirar daquilo. É como se a gente desconfiasse das ajudas e das curas. Tudo que sugere a gente diz: "Não adianta, eu já tentei, eu já sei, eu não quero." Então tem um lugar que a gente diz "não". O ajudador precisa suportar isso um pouco: "Ah, não quer? Então, tchau." Não suporta um pouco? Não. Eu sei que é difícil, eu sei que tá pesado, mas olha só, é rapidinho, é só um pouquinho, dá uma noção de tempo. Né? Em 5 minutos, a gente vai fazer isso aqui. Vamos
lá comigo fazer um chazinho? Vamos. E assim você vai ajudando a mudar a frequência dessas ondas. Agora, psicologicamente, tem muitas teorias sobre ansiedade, muitas mesmo. São enormes, extensas. Muitos autores, cada vez tem mais autores estudando a ansiedade. Se você entrar no Instagram, no Google, no YouTube, você vai achar 50.000 vídeos sobre ansiedade. Se a gente já sabe que espiritualmente é o espírito que tá adoecido, a gente já entendeu o que pode ser: experiências do passado, como pode ser experiências do presente ou as duas conjuntamente. Juntas espiritualmente, a gente também sabe que a gente tem pressa
de crescer, principalmente se a gente tem registros de muitas dívidas, vai dando pra gente uma ansiedade de não errar nos mesmos lugares. Isso pode ser uma das gêneses da sua ansiedade. Mas para não fechar sinal... Que que a Jona de Angeles vai fazer? Então, ela se dedicou a essa primeira parte toda a estudar as gêneses psicológicas da ansiedade. E ela escolheu um autor, que é esse aqui: John Bowlby. São muitos os fatores predisponentes e preponderantes que desencadeiam a ansiedade, além das conjunturas ancestrais, defluentes dos conflitos trazidos de existências passadas. Ela usa uma palavra chique, né?
"Transas". São pretéritas do passado. Criança, opa, que que isso quer dizer? Que a nossa ansiedade não começou agora, né? Pode apresentar desde cedo os primeiros sintomas de ansiedade no medo inato do desconhecido, denominado por John B. como vinculação do não familiar. Em realidade, essa vinculação apresenta um lado que é o de oferecer-lhe conforto e segurança, especialmente junto à mãe, com a qual interage em forma de prazer desde o nascimento. Havendo esse sentimento profundo, a criança se prepara para uma sólida interação com a sociedade e demonstra desde o princípio quando qualquer alegria ou satisfação proporciona-lhe um
amplo sorriso, apresentando-se calma e confiante. E daqui pra frente, ela vai dizer tudo que acontece. Se você não tiver essa boa vinculação com seus pais, então todas essas páginas aqui, todas até o desdobramento, essa primeira parte é a teoria do John Bowlby que ela tá apresentando, que eu então escolhi trazer para vocês aqui, da minha maneira, em vez da gente ficar lendo. Mas depois vocês podem ver como ela apresentou, mas é exatamente a mesma coisa. Então a gente vai até aqui. O especialista de hoje por aqui: quem é ele? Quem é esse homem que ela
escolheu, né? O John Bowlby é um inglês, psicólogo, psiquiatra. Ele nasceu em 1907 e morreu em 1990. Então ele morreu com 83 anos, né? Psicólogo, psiquiatra. E ele é uma grande referência da teoria do apego que ele escreveu em torno de 1970. Essa teoria até 1970, o que se entendia da ligação mãe-bebê, é que essa ligação eram impulsos. E o Bowlby vem dizer assim: "Não, muito mais do que isso". A criança precisa desenvolver um vínculo com a sua mãe e com o seu pai para que ela possa ter uma existência saudável. Só impulso é como
se ela fosse só um organismo vivo. É muito mais do que um impulso. E aí, se a gente pensa em termos espirituais, claro, são espíritos individados que estão se reencontrando e estão aqui para curar seus vínculos. Então, ele vai dizer: todos nós, quando nascemos, precisamos desenvolver um apego saudável à nossa mãe e ao nosso pai. Um vínculo necessário, indispensável para a gente se manter vivo. Uma criança que não tem esse apego, e a gente fica assim. Mas a gente sempre aprende que apego é ruim, não? Mas isso aí é na vida adulta, tá? Nós estamos
falando do bebezinho: nasceu, saiu da barriguinha, ele precisa desse apego da sua mãe. Ele, inclusive, não sabe nem que ela e ele são coisas diferentes. Para o bebê, a mãe e ele são um só. Então, esse lugar de proximidade, de vinculação, é a matriz das nossas experiências de amor da vida. Como se deu a sua vinculação com seu pai, sua mãe, quando você era pequenininho, bebezinho e na primeira infância? São definidores, são matrizes do que você vai desenvolver na vida. Inclusive, os estudiosos do B, os discípulos do Bob, né, par e tantos outros, vão estudar
o luto apoiados na teoria do apego, porque o que o B vai dizer? Então, a criança que conseguiu ter uma experiência boa com seu pai, com a sua mãe, de vinculação, quando experiencia separações na vida adulta, vai viver isso de acordo com esse apego bom que ele experienciou. Mas se ele não teve uma boa vinculação no início, quando na vida adulta passa por perdas, vai repetir e sofrer, né, entrar em sofrimento de acordo com o estilo de apego que ele viveu nessa fase da infância. Então, ele vai dizer que as perturbações do apego são quatro:
quatro formas de a gente viver o apego na infância. Primeiro, o apego saudável. E que beleza! Como é que é o apego saudável? Quando a minha mãe tá ali para mim, meu pai tá ali para mim, né, o meu cuidador tá ali para mim e pode atender as minhas necessidades infantis de me alimentar, minhas necessidades afetivas, minhas necessidades físicas e assim por diante. Mas vamos imaginar que não foi bem assim a sua história. Eu diria que 90% de nós não foi bem assim. Aí são três estilos de apego que a gente vai ver, se der
tempo, hoje. Quando não acontece esse apego de modo seguro e saudável, que que isso tem a ver com ansiedade? Ah, John Bowlby vai dizer o seguinte: se você viveu um desses três estilos, você é ansioso na vida. Pode não estar acontecendo nada e tá você na ansiedade, coração acelerado, porque tem um tipo de ameaça que você tá vendo no horizonte, seja perceptivelmente, fisicamente ou não. Você entra em estado de ansiedade. Por isso que ele vai dizer como é importante, seja para o ciúme, ou para qualquer distúrbio, o tratamento especializado para você poder curar esses lugares
que estão precisando de sarar, né, de curar. Então, o Bob deu aqui esses sete itens de possibilidade que te aconteceu na infância, que perturbou a sua relação de apego com a sua família. Tá claro? Tá aqui agora, é hora de chorar. Pode chorar! Se você teve ausência persistente de resposta, então toda criança tem um movimento em direção ao mundo. Você foi e o mundo não te atendeu; você foi e o mundo não te atendeu; foi, o mundo te atendeu; foi, não vai mais. Então, aquela técnica antiga: "deixa chorar, quando cansar a gente pega." Isso perturba
o apego, porque o que a criança entende? Não adianta eu pedir porque eu não vou receber. Todos os meus desconfortos sou eu que tenho que resolver, e assim, muitas conclusões negativas, né? Pode ser que a sua mãe tenha tido depressão pós-parto. Pode ser que sua mãe tenha tido crises esquizofrênicas. Pode ser que tenha acontecido algum tipo de abandono, morte, algum tipo de perda, ou adoecimento psíquico que impediu que a sua mãe estivesse lá para você, para te amamentar, para te colocar no colo ou coisas assim. Se houve uma ausência persistente de respostas, você já saiu
do apego seguro. Se houve descontinuidade da presença, por exemplo, sua mãe foi hospitalizada, seu pai foi preso, sua mãe, né? Então, você tinha e de repente não tem mais. Como a criança não tem condição de entender, não sabe nem o que é prisão, nem hospital, nem o que aconteceu, o que ela entende é abandono. Né? Ameaças persistentes dos pais em não amar a criança, como meio de controlar: se você fizer assim, eu não vou gostar mais de você. Se isso te acontece persistentemente, você entende que o amor, as suas necessidades de afeto, não são gratuitas
para você; elas custam. Então, você tem determinados modos de pagar o afeto: ameaças de abandono da família para coagir o cônjuge ou para controlar. Olha, vou embora, hein? Não vou voltar mais, hein? Vou deixar vocês tudo aí, quero ver como é que vocês vão comer. Então, mas na verdade... Para que girar o jogo, né? O homem, a mulher, lembro de uma senhora que me contava que a senhora, hoje, né, toda vez que o pai e a mãe brigavam, a mãe saía, e ela via a mãe indo embora pela janela. E nas brigas ela escutava: “eu
não volto nunca mais.” Então, ela ficava na janela esperando a mãe voltar. Anoitecia, a mãe não voltava. A mãe voltava no dia seguinte como se não tivesse acontecido. Ela ia para a casa da mãe dela, né, com raiva do marido, brigava com o marido. Mas como é que essa senhora vivia isso? A mãe não vai voltar! Então, são coisas assim absurdas que a gente vive quando é criança, mas os adultos perturbados, gente, não enxergam. As crianças não enxergam, né? Ameaças de suicídio: vou me matar, vou me jogar da janela, ou se suicida mesmo. Né? Ameaças
de matar o cônjuge, ameaças de abandonar a família em outro lugar. Vou levar vocês para Finlândia, vou levar vocês lá para o Nordeste, vou deixar vocês não sei aonde. Então, tudo isso vocês estão vendo que são informações de insegurança. Isso é gênese de ansiedade. todo dia você escutando isso, todo dia, todo dia, todo dia, todo dia cerebralmente você já fabrica todos os componentes químicos da ansiedade, arranja os dentes, dores de estômago, rói a unha, faz xixi na cama. Tudo isso são sintomas. Eu atendi muita criança com esses sintomas. Então, são sintomas de crianças que vivem
em lares tensos, né? Não tem... Não respira, né? Indução de culpa à criança, afirmando que o comportamento dela é que vai ser responsável pela doença ou morte: "Você vai matar tua mãe, não é?" Ou então: "Você vai adoecer seu pai", né? Então, ele deu aqui sete situações mais comuns, mais comuns de fábrica de ansiedade. Como vocês estão se sentindo, gente? Tem gente bocejando pra caramba. O que está acontecendo? Vocês estão sofrendo? É pesado, é pesado, né? É pesado. É sim, mas essa é a nossa história, né? É seis... então, é seis. Eu falei sete, mas
é seis. Então é isso: separação dos pais... então, nem se fala, né? Mas ele está... você vê que a ênfase é para a ameaça que pode acontecer ou não acontece. Só fica na ameaça, às vezes nunca acontece. Já viram isso? É ameaça a vida toda, mas não acontece. Então, fabrica ansiedade, ansiedade sem fim, porque o que? Por que que é gênese de ansiedade? Porque ameaças frequentes que nos retiram do lugar de segurança o tempo todo fazem a gente chegar na seguinte conclusão: "Eu não posso." Né? Até aqui estamos juntos, vocês estão conseguindo respirar? A gente
entender isso acho que já é um passaporte, gente. Comemorar me salvou hoje, né, desse sofrimento todo aqui. Então, o que que eu aconselho vocês? Voltem para suas memórias da infância, vejam se isso aqui aconteceu com você. Isso aqui é a gênese da... idade. Segundo o Bob e segundo a Joana, tá certo? É um ponto de vista. Esse assim, positivo, ele pode vir de outra pessoa, de um avó. Se os pais podem vir, mas para a criança teria que ser da mãe. Da mãe... ainda bem que teve um avô ou uma avó. Que bom, menos mal.
Mas a falta da mãe, não tem jeito. Aí vocês vão dizer: "Mas é sempre a mãe." Por enquanto, é. O dia que a gente nascer do pai, talvez isso mude, não sei como é que vai ficar a teoria do apego. Se a gente nascer só de proveta, sei lá, o futuro é que vai dizer. Por enquanto, a teoria do apego é enquanto a gente sai da barriga da mãe. O dia que a gente sair de um outro lugar, nós vamos ter que pensar outra teoria. Total, dispara esse processo, dispara. Dispara mesmo, porque ela pode não
saber por que contaram, mas a alma dela sabe. Não perguntou sobre criança adotiva, mesma coisa. É isso aqui: descontinuidade da presença dos pais. Aqui eu posso incluir adoção. Então ele vai dizer o seguinte: o Bob vai dizer o seguinte: se você viveu isso, você não conseguiu desenvolver um apego saudável, ou seja, a sua relação de confiança nos humanos é abalada. Três possibilidades: quais vocês acham de quando a gente vive isso? Onde é que a gente vai? Medo, insegurança, culpa. Culpa, vai ver que eu erro, é meu, né? Uma filha legal, um filho legal, baixa autoestima,
rebeldia. Rebeldia pode ser que eu crie complexos. Pode ser que mais pode acontecer com a gente. Você, ó, vivendo isso, você é desconfiado de que o amor pode ser gratuito. Quando alguém vem te amar, o que você pensa? "Hum, minha mãe não, meu pai não, quem é você?" Muito bem. Então, vamos lá. Você pode fazer um vínculo extremamente ansioso com o mundo, sempre ansioso. Sua maneira de amar é ansiosa, tá certo? Sua maneira de amar é ansiosa, você está sempre com medo de perder, você está sempre trabalhando para esse amor rolar. Você trabalha muito nesse
vínculo, você trabalha muito em qualquer possibilidade de que essa pessoa que você ama... Olha aí o ciúme nascendo, né? Qualquer possibilidade dessa pessoa se afastar, seja por alguma razão, você começa a entrar em sofrimento. Você está sempre pesquisando, prestando atenção, cuidando desse vínculo. E aí ele diz uma coisa muito interessante: pode ser que você tenha vivido aqui uma responsabilidade muito precoce. Pode ser que você tenha vivido nesse vínculo ansioso e tanta precariedade material que você foi trabalhar cedo, você foi cuidar dos irmãos mais novos. Tinha muitos irmãos, eu fui cuidar dos irmãos todos. Pode ser
que tenha trabalhado mesmo na infância, pode ser que seus pais doentes, você teve que cuidar da sua mãe doente, seu pai doente, seu pai teve câncer, você cuidou do seu pai, sei lá. Então, a possibilidade, a certeza de que você vai ser protegido por quem é grande, não rolou. Então, qualquer possibilidade de você reviver essas coisas vai te deixar num estado de muita ansiedade. Então, tudo isso porque a gente gostaria de ter vivido um apego seguro, né? Isso aqui é o que a gente gostaria de ter vivido. E muitos de nós vivemos isso. Pode ser
que você tenha vivido assim. A outra ideia que ele vai dizer é que é autoconfiança. Eu gostei desse nome que ele deu: compulsiva. O que vocês acham que é? É já que não vou receber mesmo, eu dou conta. Então a gente vai para autossuficiência na vida adulta, compulsivo. Por quê? Eu vou para lá sempre, porque eu preciso disso para sobreviver. Então, na autoconfiança, confiança é negação de vínculo. Eu não preciso que ninguém goste de mim, não preciso. Eu não preciso de ajuda, eu não peço ajuda. Se você me der, eu desconfio. Aliás, eu não quero
nem receber para não te dever. Faz o seguinte: não me dá. Não seria um egoísmo isso? Não, isso é autossuficiência. Então, mas é medo de... Dever também, porque dever cria vínculo. Então aqui, eu tenho negação de vínculo; eu não quero me vincular. Eu não quero me vincular, primeiro porque não acredito, e segundo porque eu tenho horror pela possibilidade de ver qualquer coisa parecida com aquilo. Então aqui eu digo: não, não, eu até "D", então até prazer de dar eu dou quando eu quero, mas não me dá. Não preciso, não quero. Você tá vendo que a
outra pessoa tá precisando naquilo, você quer dar, e a pessoa não precisa? Tá ótimo assim, não precisa, não quero, mas eu vou lá te buscar. Não quero, não quero, não preciso. Então, ele vai criar uma vida toda autossuficiente, de maneira que ele não precise mesmo. E aí pode entrar naquele lugar horroroso de medo de errar, que aí vai embolando um monte de coisa. A vida não flui porque a vida tá toda impedida de troca. Aqui no vínculo ansioso, ele aceita o vínculo, mas ele aceita com reserva. Ele tem baixa frustração para afastamentos; ele se vincula,
ele recebe, mas ele sofre quando existe a possibilidade de não receber. Tipo, eu marco 5 horas com quem vive o vínculo ansioso, e chega 5 e 10, isso é mortal. Para quem estabelece vínculos ansiosos, quem tá nesse lugar aqui suporta pouquíssimo. Então aqui, uma baixa frustração. Baixa frustração para as coisas naturais que acontecem. Sei lá, às vezes o celular descarregou, não sei; acontece. As coisas, né? Para quem vive o vínculo ansioso, sem suportar tudo, tem que ser antes. Ele prepara tudo antes; ele vai viajar amanhã, hoje a mala já tá pronta na porta. Então ele
desenvolve todo um esquema de evitação para tudo. Sabe? Então vive em sistemas de ansiedade o tempo todo. Não pode acontecer nada fora do programado; tudo tem que estar estabelecido. Mas como é que pode ter acontecido? Você não me avisou que aconteceu tal coisa? Gente, mas também não dá para avisar tudo, né? Então, o ansioso não aguenta isso. Quem vive o vínculo ansioso não aguenta. Tudo tem que ser combinado, tudo tem que ser dito, tudo tem que ser explicado. Aí para ele conseguir, ele dá conta de tudo controlado. Claro, porque olha só quantas ameaças ele sofreu
sem ninguém avisar. Porque minha mãe sumiu, cadê minha mãe? Eu tava conversando com uma moça essa semana; ela disse que quando tinha 9 anos, o irmão faleceu. Ela tinha um irmão de 18 anos que faleceu de câncer. Primeiro, o cara não sabia que câncer matava; ela tinha 9 anos, não tinha essa informação. O irmão dela adoeceu, ela não entendeu que o irmão estava morrendo. Que contou? Aliás, não se contava nada para as crianças, né? Aí o irmão morreu, não levaram ela no enterro; ela era caçula, não se levava a criança com. Então, ela ficou com
desaparecimento, um vínculo ocioso. De repente, alguém pode adoecer e desaparecer dos meus olhos como ele. Então, quando acontece isso, gente, uma parte da nossa alma vai com. Humor impressionante: ficamos com pouca energia para dar conta de tudo. A gente precisa ver que morreu, precisa se despedir. Não podemos retirar isso, esse direito de se despedir dos nossos amores, né? Sumiu, o irmão sumiu, mas ela viu nada. E depois disso, para minorar o sofrimento da mãe, o que a gente faz? Não fala, não vê as fotos, piora, né? Ali é baixa tolerância. Deixa eu escrever aqui: tolerância.
Eu não aguento, não aguento nada diferente do que avisou, do que combinou. Combinou, tem que acontecer. Então, não combina, não, melhor não combinar, né? Mas também não chegar de surpresa é duro. Cheguei para almoçar, mas eu não preparei o feijão. Você não tá feliz que eu cheguei? Não dá para ficar feliz que você chegou porque tá preocupado com o feijão que eu não preparei. Entendeu onde é que o ansioso vai? Ele vai para cá. Então, e olha que coisa interessante: o vínculo ansioso também tem uma coisa muito própria. Assim, qualquer combinação ele pensa assim: "No
trabalho que vai dar aquilo." Vamos fazer um piquenique, não sei aonde. Aí, mas como é que vai saber quantas pessoas vão? Mas como é que a gente vai saber se a comida vai dar pro piquenique? E se faltar comida para as pessoas que vão no piquenique? Mas e se chover no piquenique? Não sei o que lá. E por que ela tá tentando? "Se tiver formiga, mosquito, eu sou alérgico e tal." Não é que ele não quer estar com as pessoas, mas ele tolera tão pouco as frustrações que ele vai tentar todas as possibilidades de que
vai dar errado. Para ele poder pensar: "Ai, que cansaço, vamos comer uma pizza. Piquenique é muito para mim." Então, eu também acho aqui para quem tem vínculo ansioso: você também vai escolhendo quais são as brigas que vai dar para você e quais as que não, né? Quais as que não? Se tiver muito pesado, não deixa rolar, né? Muita coisa tranquila. E o último que eu acho importantíssimo: solicitude compulsiva também. Compulsivo. Por quê? Você já sabe, né? Porque eu não consigo não ser. Eu não consigo não fazer compulsão para comer, compulsão para gastar. Eu não tenho
liberdade sobre a solicita. A solicitude compulsiva são os doadores, os salvadores, os salvacionistas. Como é que é? Para eu sair da ameaça, o que eu faço? Ou eu controlo possibilidades ou eu vou para onde, né? Resolvo tudo. Então eu dou antes da possibilidade de faltar; eu te ajudo antes da possibilidade de você ir embora. Então eu faço antes, que é diferente do controle que vai controlar todas as variáveis. A solicitude compulsiva é aquele que dá o tempo inteiro, ele não consegue estar numa relação sem dar para caramba. Ele pesa porque ele dá muito e ele
tem uma expectativa de... Receber, mas só que ninguém consegue dar do tamanho que ele dá; é impossível, então na solicitude compulsiva ele ajuda quem não quer ser ajudado a receber e não aguenta receber tudo que, então, a solicitude compulsiva ele não consegue entender. Porque ele faz tão legal, ele é tão legal, ele é tão bom; ele é um excelente amigo, ele é um excelente pai, ele é excelente mãe, ele é excelente funcionário, ele é excelente chefe, ele é excelente. Ele é excelentemente simpático, ele é excelente, excelente, excelente, excelente, porque na excelência ele entende que pode
estar livre das ameaças de abandono. Tudo que ele está fazendo é para que o abandono não aconteça. É impossível me deixar, eu faço por você; impossível você me deixar porque eu faço seu café da manhã, seu almoço, seu jantar, dou tudo que você precisa. Como assim você vai embora, né? Então, o que tem de muito importante na solicitude compulsiva, na vinculação ansiosa, na autoconfiança compulsiva é que os três tipos da verdade sofrem de amor, seja dando tanto, mas ele nunca recebe na medida que ele dá. Então, ele também tem um olhar pro mundo muito interessante.
Não só ele é doador salvador, mas ele também é crítico. Porque como ele é hipersensível, magoa-se muito facilmente, muito facilmente mesmo, porque ele é especialista dos olhares; porque ele é especialista em descobrir o que cada um precisa, ele descobre seus secretos desejos, ele é espião, ele saca tudo porque ele quer dar antes de você precisar. Então, ele vai te dar uma calça antes de sua rasgar; entendeu que ele sabe que a sua calça vai rasgar? Então, ele é hipersensível. Se você esquecer o aniversário dele, se você não telefonar no dia que é dia do namoro,
se você não der a flor que você nem se... qualquer coisa vira enorme para ele. Por quê? Toda a energia dele está voltada para fora, então ele tem uma expectativa que haja, nem que seja 10%, para fora, para ele. O que vai acontecer de importante aqui com a solicitude compulsiva? Ele doa tanto que quem se relaciona com ele sente uma pressão grande e não consegue corresponder ao que ele dá. Sabe o que acontece de terrível? Quem está aqui começa a agredir, porque é uma maneira de dizer que é tão gostoso receber que não consegue dizer
para. Então agride. Não faz isso, pensado, viu, gente? Agora pensa: você já pensou se alguém da solicitude compulsiva se relaciona com autossuficiente? Não vai rolar. Olha, tenta dar, não consegue; tenta dar, não consegue; tenta dar, não consegue. Se aquele que vive na autossuficiência faz tudo por mim mesmo, eu até dou, mas não dá para mim. Se você se relaciona aqui com quem é ansioso, né? O que vai acontecer aqui? Aqui eu não quero vínculo, eu já vou te dizendo com todas as letras e números: eu não quero casar. Mas nosso namoro não é legal? Claro,
eu adoro namorar você, mas não quero casar. Mas pera aí, como não? Não é uma atitude natural? Não, eu não quero casar! Ele não tem explicação do por que não quer morar junto; nem ele mesmo sabe, mas ele tem uma sensação de perda de liberdade o tempo inteiro. Então, quem vive na autoconfiança compulsiva tem dificuldade em estabelecer vínculos profundos. Por quê? Quando ele se abriu pro mundo, quando ele reencarnou e se abriu pro vínculo profundo, o que ele recebeu foi ameaça de abandono o tempo inteiro. Então, ele vai tendo uma resposta interior de que é
melhor não se abrir nunca mais. Então, aqui, nesse lugar do não, eu não abro nunca mais. Você pode amar ele de paixão, você pode ser o mais compulsivo, não adianta, porque ele tem uma ferida profunda que não tem nada a ver com você. E às vezes, mais as mulheres do que os homens: "Ah, será que porque eu não estou magra? Será que é porque eu não ganho dinheiro? Será que é porque eu não..."? Não é nada disso! Para com isso! Não é porque você não é loira, não é porque você não tem olho verde, não
é isso! É porque ele é autoconfiança compulsiva. Então, aqui não dá para trocar; e se você for solicitude compulsiva, você está vendo todas as fidas dele porque usa lupa, sabe tudo que ele precisa para ele ficar bem, mas ele não quer. Então, o saudável é ir curar sua solicitude. Vai, uma pessoa mesma? Não, não! Aqui é pirado! Você pode estar um pouquinho... cada um. Esse aqui é doido por vínculo, esse aqui é maluco por vínculo, esse aqui tem esse de negação, esse é viciado em vínculo. Esse, que é todo mundo quer amar, todo mundo quer
todo mundo amando ele; sabe assim, o sustentável, solicitude compulsiva. Ele quer todo mundo gostando dele o tempo inteiro, e ele faz esse processo de doação simultânea, né? Para ele poder manter esse lugar. Aqui eu tenho garantia, então aqui é controle, aqui busca de garantia, né? E aqui, esse lugar de não vínculo, não, e aqui eu tô no controle. Na ansiedade, no sofrimento. Mas a pessoa pode sair de um para outro? Ela pode ficar balançando entre um e outro? Sim, eu posso. Porque acontece uma coisa muito importante. Isso eu acho: caramba, isso me libertou! Quando eu
aprendi em psicologia, quando eu aprendi as matrizes, isso aqui... essas matrizes que a gente tá vendo, a gente tá vendo isso aqui, gente! Isso aqui, aqui é com zero meses, 1 mês, 2, 3, 4, 5, 6, 1 ano, 2, 3. Isso aqui a gente tá vivendo até os 7 anos de idade; é isso aqui que a gente tá vivendo. Isso aqui é matriz. Chão afetivo: o que ele tá querendo dizer é que é matriz, mas essa matriz é mutável. Se você, ao longo do tempo, for trabalhando e tendo experiências afetivas melhores, você vai curando esses
lugares com a graça de Deus. Mas esses personagens que você viveu aqui, que são suas matrizes, estão aqui no seu coração, tá? Qualquer pessoa com quem você se relaciona—amigo, colega, filho, não sei o que lá—que tem algum comportamento semelhante vai dar "mé". E o que vai acontecer com você? Para você é a mesma coisa; você não consegue ver que são duas pessoas diferentes. Para você, é a mesma coisa, e então a sua reação vai ser essa, essa ou essa. E aí a pessoa tá mostrando: "Não, mas pera aí, aquilo foi naquele dia, aquilo que eu
falei ou aquilo que eu fiz". Mas a nossa reação em intensidade é correspondente à dor que a gente sentiu. Então, nós vamos encontrar com muita gente parecida: parecido com a sua mãe, parecido com o seu pai, parecido, parecido, parecido, parecido, parecido. Essas parecidas são úteis porque são oportunidades de você curar isso aqui, mas você pode não estar atento para curar e reforçar. Então, poder reencontrar essas pessoas e, se você tiver um processo terapêutico: "O que me incomoda tanto? O que me incomoda é o que tá semelhante. Eu preciso ver as diferenças para poder fazer assim".
Então, com isso, a gente vai entendendo que todos somos humanos. Falhas, a gente escorrega muito, é natural, assim que é. Mas a gente espera dos nossos relacionamentos o oposto disso aqui. Então, a gente sai da nossa relação familiar e espera dos nossos relacionamentos—de qualquer tipo de relação afetiva—o oposto que a gente viveu. Sabe o que a gente vai encontrar? Igual, a gente quer o oposto; acha que tá encontrando o oposto, mas a gente vai encontrar. Pode ser que você tenha vivido tantas faltas, tantas faltas, que você se apaixone por alguém assim que doa muito. Durante
um tempo vai ser muito bom, porque aí você diz: "Ai, que bom receber! Ai, que bom, tinha tanta falta". Aí você recebe, e, depois de uns sete anos de casamento, você começa a olhar: "Quem é você? Entendendo que, gente, em casa, você é chato pra caramba! Você fica me enchendo o saco, você me dá muito". "Eu não quero isso tudo que você dá. Nossa, você é muito... Nossa Senhor, sai de cima de mim!" E aí, quem é a solicitude fica assim: "Ué, mas você não queria tanto?" "Eu queria, mas eu não quero mais!" "Que ingrato
e tal". O que aconteceu durante aquele tempo que ele tava com um buraco enorme? Não sei o quê. Aí, quando abasteceu, aí que ele entendeu que ele tava do lado, aí que ele tinha enxergado. Ele não tava vendo você; ele tava vivendo a grande mamãe que me faltou, o grande papai que me faltou. Não tava vendo você. Desculpa, eu tava numa carência, eu só tava vendo a minha mamãe e o meu papai. Você apresentou isso, eu comprei, né? Então, a gente vai trazendo essas coisas, e você vai ter que recomeçar o casamento. Bom, então tá,
tirando essa parte aí que eu já tô legal, agora deixa eu ver se dá, né? Vamos ver aqui, vamos ver: eu estou vendo você pela primeira vez. Deixa eu ver se dá. Mas nem sempre o par tem paciência de esperar esse "ver se dá". É momento. Então, desse par rever a sua solicitude: "Pera aí, eu quero continuar sendo esse que dou incessantemente, quero continuar sendo essa torneira aberta, ser que eu quero ser isso". Então, se faltou pra gente segurança lá, nós vamos procurar pessoas que vão nos dar máxima segurança. E assim a gente vai fazendo
essas complicações. Mas, no final das contas, somos todos assim. Fazemos isso. Todos nós vamos fazendo essas compensações, vamos fazendo essas substituições, vamos fazendo essas projeções uns nos outros até a gente conseguir enxergar: "Ah, nossa, isso aqui é meu; isso aqui é meu; isso aqui é meu. Não é nada com o outro. Eu tenho que fazer um processo de autoconhecimento, descobrir o que eu tô precisando, onde é que eu tô, o que tá acontecendo para poder entender com quem quero me relacionar no mundo". Então, esse aprendizado é entender que a gente vai encontrar muitas pessoas que
têm algum comportamento parecido ou que me deram o que me faltou. E isso vai ser as minhas bases vinculares. Entenderam? Quando ele vai dizer que isso é matriz, porque vai ser a sua referência, seja para procurar o que falta, seja para repetir. Eu já falei aqui em outros encontros como é comum filhos de alcoolistas se relacionarem com alcoolistas. A esposa é alcoolista, o marido é alcoolista. A gente repete, né? Então, a gente repete até a gente curar, até a gente poder fazer diferente. Então, essa é a primeira parte, tá? Essa é a primeira parte. Então,
lá na Joana, voltando aqui para ela, tem chance de mudar, tem chance de mudar, tem chance de mudar. Então, essa primeira parte toda, né? Vamos lá ver o que ela diz aqui, só para a gente concluir com ela, né? Já vou dizer o livro que eu usei para vocês hoje: a ansiedade é, na conjuntura social da atualidade, um grave fator de perturbação e de desequilíbrio que merece cuidados especiais, observação profunda e terapia especializada. Então, ela vai dizer que tudo isso é a gênese da ansiedade, porque, claro, ansiedade, ansiedade, ansiedade, seja doando sem parar, seja aqui
na busca de garantia, seja no controle das coisas difíceis. E, fora dos programados, ou seja, negando qualquer tipo de afeto, então, observação para nós: aqui, se se vê, aqui, aqui ou aqui, lembra-se do que te aconteceu? É hora de você começar a cuidar do seu coração para você poder sair dos quadros ansiosos, tá certo? O livro que eu usei para hoje, onde eu tirei esses estilos de apego, é o livro dele. O livro dele. O livro dele. Não precisa comprar o livro só para vocês saberem qual é... É o livro dele, né? Formação e rompimento
dos laços afetivos. Já tem várias outras teorias que ampliaram a teoria do apego, mas ela continua explicativa pra gente. Se o seu responsável teve processo depressivo, dos irmãos, isso também, mas não é esse o primeiro caso. Isso também é um afastamento, também não teve olhar para ela, né? Ela não pôde receber o afeto ali. Foram os irmãos que deram, né? Alguém que deu, sim, pode ser uma... muito bem. Uau, como vocês estão, hein? Como vocês estão se sentindo? Vou beber um pouquinho de água aqui. O mundo está precisando de... quê? Agora não, nós estamos precisando
de uma oração, não é de café. Esse cheirinho de café não veio? Já passou, já passou cheirinho. Então, que bom que a gente pode chegar até aqui. Foi, ó, né? Foi doído, mas já vai melhorar no próximo encontro, não é? Ainda a terapia para ansiedade, mas já vai melhorar no próximo encontro. Vou sentir um pouquinho mais de alívio. Mas é isso, né? A gente está estudando essas coisas profundas para a gente melhorar. Assim como pais ou mães muito imaturos, provavelmente esses pais que causaram isso estavam aqui também, né? Aqui, aqui, aqui também. Eles tiveram pais
e mães que também... O importante é que a gente possa sair desses estados para a gente educar nossos filhos de um lugar mais saudável. Mas a gente só pode educar nossos filhos de forma mais saudável se a gente curar aqui. Se você curar isso aqui, você vai cuidar dos seus netos, dos seus filhos, de um lugar sem precisar de tantas ameaças. Porque quem faz isso aqui, provavelmente, está vivendo... ou está vivendo compulsivamente a doação, ou está na negação de vínculo. Não consegue doar afeto para os filhos, não consegue. Tenta, mas não vai. Não doa, não
tem paciência de botar no colo, não tem paciência de olhar, não consegue. Está aqui, extremamente ansioso, não consegue ficar, fica só um pouquinho, daqui a pouco larga. Fica só um pouquinho, daqui a pouco larga, né? Troca de parceiro muitas vezes. Aquela mãe que teve um monte de maridos, aquele pai que teve um monte de mulheres, não consegue ficar nos vínculos e estabelece estados superficiais. Isso é sofrimento da alma, né? Então, aqui a gente precisa ter compaixão por nossos pais por terem sido assim, porque também eles estavam adoecidos, também tiveram seus pais que fizeram assim. Nós
temos muitas histórias de dor atrás de nós. E, como o nosso processo evolutivo, graças a Deus, nós estamos caminhando para processos cada vez melhores, educativos, escolas cada vez melhores, consequentemente, famílias também. Tem duas expressões que estão girando na minha mente: "responsabilidade afetiva" e "segurança emocional". Então, eu fiquei pensando que tem pais que, por algum motivo, não conseguiram mais exercer a habilidade de dar uma resposta a uma responsabilidade ativa e gerar, nesses filhos, uma segurança emocional para a vida. Claro, ninguém faz isso porque quer. "Eu estou com vontade de infernizar a vida do meu filho." Ninguém
faz isso porque quer, né? A gente é assim porque assim foi comigo, e assim é. Mas a gente precisa ter coragem de olhar para isso. Nós não estamos acusando os seus pais, mas você precisa olhar para isso. Você precisa se dar conta se isso aconteceu com você, porque quanto mais a gente nega o que aconteceu com a gente, isso não desaparece; só cresce, só cresce e vai se manifestando nas nossas relações de maneiras inacreditáveis. Então, a gente precisa cuidar desses lugares sombrios da nossa alma, porque aqui tem um monte de ressentimentos. Você tem raiva contida,
raiva que você nem sabe que sente, mas você tem. E tem doença autoimune, você tem... não sei o quê. Você tem um monte de doenças esquisitas, psicossomáticas. Isso são coisas mal resolvidas na sua alma. Está na hora de você dar uma chance à sua alma ser mais dura. Não é para acusar ninguém, é para você reconhecer a sua dor, né? Isso. Então, vou pedir para apagar a luz. [Música]