Às vezes, as coisas mais inesperadas acontecem nos momentos mais comuns, e eu me vi envolvida em uma situação que nunca havia imaginado: um desejo proibido, uma decisão errada, e de repente tudo mudou. Hoje vou contar a história de como o eletricista, que deveria apenas consertar um problema técnico, acabou me levando por um caminho de sentimentos e decisões que ainda me assombram. O eletricista chegou logo cedo, bem pontual.
Quando abri a porta, vi um homem de aparência tranquila, com um sorriso fácil e jeito confiável. Ele parecia o tipo de pessoa que faz bem o seu trabalho, e me senti aliviada por ter chamado alguém competente. Mas logo percebi algo diferente; talvez fosse o jeito como ele me olhava ou o fato de que, de alguma forma, ele conseguiu mexer comigo de uma maneira que eu não esperava.
“Bom dia, sou o Ricardo”, ele disse, estendendo a mão. “Vim verificar o problema com a fiação. ” Eu sorri educadamente, tentando manter a calma, mas já havia algo estranho no ar: uma faísca.
Era como se no instante em que ele entrou pela porta, o ar ao nosso redor tivesse mudado, e quanto mais ele falava, mais eu me sentia atraída de uma forma inexplicável. Ele era bonito, mais do que eu esperava de um eletricista comum; não que eu estivesse buscando isso, mas era difícil não reparar. Ele começou a trabalhar rapidamente, verificando as tomadas e o quadro de luz.
Eu me mantinha à distância, mas meus olhos o seguiam por onde ele ia. O modo como ele se movia, seguro de si, me deixava mais nervosa do que deveria. Era como se houvesse algo a mais naquela interação casual, algo que estava crescendo entre nós, ainda que nenhum dos dois dissesse nada.
Depois de alguns minutos, ele se aproximou, explicando o que estava acontecendo com a fiação. Eu deveria ter prestado atenção, mas tudo que eu conseguia pensar era no tom suave da voz dele e em como seus olhos pareciam fixos em mim de uma maneira diferente, quase como se ele estivesse testando as águas, esperando para ver se eu reagiria. “Parece que vai ser algo simples”, ele disse, olhando para mim com um sorriso que me fez sentir um leve arrepio.
“Vou precisar de um tempo para consertar tudo, mas nada complicado. ” Eu concordei, tentando esconder o que sentia, mas já estava claro para mim que aquela visita estava se tornando muito mais do que apenas um reparo na casa. Enquanto ele trabalhava, o ambiente na casa parecia mais carregado.
Eu podia sentir a tensão crescer. Em um momento, precisei ir até a cozinha para buscar um copo de água, e quando passei pelo corredor, percebi que ele também estava me observando. Nossos olhares se encontraram por um segundo, e foi o suficiente para que algo mudasse.
Quando voltei à sala, ele estava ajoelhado perto de uma tomada, com as ferramentas espalhadas ao seu redor. Havia algo incrivelmente atraente na forma como ele estava concentrado no trabalho, e antes que eu percebesse, minha mente começou a vagar. Ele levantou os olhos e me pegou olhando para ele, e o sorriso que ele deu foi para me deixar sem reação.
“Preciso verificar algo na área dos fundos. Onde está o quadro de luz principal? ”, ele disse, se levantando e se aproximando.
“Você pode me mostrar onde fica? ” Eu deveria ter respondido normalmente, mas algo em sua presença tão próxima de mim me desestabilizou. Conduzi-o até os fundos da casa, onde estava o quadro de luz.
A área era mais isolada, sem tantas distrações, e o silêncio ao nosso redor parecia amplificar a tensão no ar. Ele começou a trabalhar no quadro de luz, mas dessa vez estava mais próximo de mim do que antes. O espaço era pequeno, e eu podia sentir o calor de seu corpo perto do meu.
Quando ele esticou o braço para alcançar uma ferramenta, seu braço roçou no meu, e eu senti um choque percorrer minha pele. Aquilo não poderia ser apenas coincidência. Por um momento, ficamos parados, como se o tempo tivesse desacelerado.
Eu sabia o que estava prestes a acontecer, e mesmo assim não consegui me afastar. Ele também não recuou; em vez disso, nossos corpos se aproximaram ainda mais, o espaço entre nós desapareceu. Quando ele se virou e me olhou diretamente nos olhos, o desejo claro e explícito no olhar dele.
Antes que eu pudesse pensar em parar, ele se inclinou e me beijou. Foi um beijo lento no início, quase como se estivesse esperando minha reação, e eu correspondi. Minhas mãos, que antes estavam tensas ao lado do meu corpo, subiram até o peito dele, e naquele momento, qualquer senso de razão desapareceu.
Ele me puxou para mais perto, e logo senti suas mãos explorando minha cintura. A urgência no toque dele me fez perder o controle, e logo estávamos totalmente entregues ao desejo que havia se acumulado desde o primeiro instante em que ele cruzou a porta. Sua respiração estava acelerada, assim como a minha, e cada toque, cada beijo, parecia incendiar algo dentro de mim que eu não conseguia controlar.
Ele começou a desabotoar minha blusa com uma habilidade que mostrava sua confiança, e eu reagia automaticamente aos seus movimentos. Antes que eu percebesse, estávamos completamente perdidos um no outro. O toque dele era firme e suave ao mesmo tempo, como se soubesse exatamente o que fazer para me deixar sem fôlego.
Com um movimento rápido, ele me levantou levemente e me deitou sobre a mesa de ferramentas improvisada que estava ao nosso lado. O espaço apertado tornava tudo mais intenso; a pressão do corpo dele sobre o meu era algo que eu jamais esqueceria. Seus lábios desceram pelo meu pescoço, explorando minha pele com beijos demorados.
Eu me sentia completamente rendida ao momento. Quando finalmente tudo terminou, o silêncio voltou a preencher o espaço ao nosso redor. A intensidade do momento foi substituída por uma sensação esmagadora de realidade.
Ele se afastou devagar, ainda ofegante, e eu. . .
Fiquei ali tentando processar o que acabara de acontecer. A culpa começou a surgir de forma lenta, mas inevitável. Levantei-me rapidamente, ajustando minha roupa enquanto tentava recompor minha mente.
O que eu havia feito? Como pude me deixar levar por um impulso tão errado? Meu namorado, o homem com quem eu compartilhei tantos momentos, confiava em mim, e eu o traí de maneira tão fácil, sem sequer lutar contra o desejo que senti.
Ricardo, o eletricista, também parecia perceber a gravidade do que fizemos. Ele se afastou, pegou suas ferramentas e, por um momento, ficou em silêncio, como se estivesse ponderando o que dizer. Mas não havia muito a ser dito; o que quer que fosse aquilo havia terminado ali, e agora eu teria que lidar com as consequências.
“Eu vou terminar o trabalho”, ele murmurou, sem conseguir me encarar diretamente. Eu apenas o senti, incapaz de encontrar palavras para aquela situação. A culpa era esmagadora, mas eu sabia que não havia como voltar atrás.
Tudo o que eu podia fazer era tentar seguir em frente e fingir que aquilo nunca havia acontecido. Os dias que se seguiram foram cheios de angústia; cada vez que meu namorado me ligava ou me abraçava, eu sentia um peso imenso em meu peito. Como eu poderia ter feito aquilo com ele?
O arrependimento era um companheiro constante, e eu sabia que nunca poderia contar a ele o que havia acontecido. Ele nunca me perdoaria; no entanto, eu sabia que tinha que seguir em frente. Ricardo terminou o trabalho e nunca mais o vi.
Era um erro que eu teria que carregar comigo, e o segredo seria apenas meu. Aos poucos, tentei me reconectar com meu namorado, fazendo de tudo para fortalecer nosso relacionamento, mesmo que soubesse que o peso da traição sempre estaria presente. Trair meu namorado com o eletricista foi um erro, um momento de fraqueza que eu jamais poderia desfazer.
A culpa e o arrependimento me acompanham até hoje, e eu sei que, por mais que tente esquecer, as marcas daquele dia sempre estarão comigo. É uma lição amarga, mas que me ensinou a valorizar as escolhas que faço e as pessoas que estão ao meu lado. Nunca mais me permiti viver uma situação como aquela, mas as cicatrizes daquele dia ficaram comigo, mesmo que eu tentasse escondê-las no fundo da minha consciência.
Com o passar do tempo, comecei a me questionar: por que havia permitido que aquilo acontecesse? O desejo, claro, estava ali, mas havia algo mais profundo, uma satisfação que eu não queria reconhecer. O eletricista Ricardo foi uma faísca em um momento de vulnerabilidade, mas a verdade era que a responsabilidade era toda minha.
Eu não poderia culpar ninguém além de mim mesma pelo que fiz. A traição não foi apenas contra meu namorado, mas também contra tudo aquilo que eu acreditava ser como pessoa. Eu me via como alguém leal, mas havia me permitido ultrapassar limites que sempre achei intransponíveis.
O peso do segredo me sufocava. Vez ou outra, olhava para meu namorado e quase sentia vontade de confessar, de contar tudo para que o fardo fosse dividido, mas no fundo sabia que ele jamais entenderia, e contar apenas destruiria o que ainda tínhamos. O tempo passou e, aos poucos, comecei a me reconectar com ele, mas sempre havia uma barreira invisível entre nós.
A traição havia criado uma distância que eu nunca imaginei ser possível. Cada vez que ele me olhava nos olhos e dizia que me amava, sentia como se uma parte de mim estivesse enganando-o. Eu sabia que não poderia viver com isso para sempre, mas também sabia que o arrependimento era minha única companhia verdadeira.
A traição não é algo que desaparece; o tempo é como uma cicatriz que, por mais que tentemos esconder, está sempre ali, nos lembrando do erro que cometemos. Ricardo foi apenas um impulso, um momento de fraqueza, mas a traição real foi contra meu relacionamento e contra mim mesma. E essa era uma lição amarga que eu teria que carregar.
Por mais que eu tentasse seguir em frente, a verdade é que o relacionamento com meu namorado nunca voltou a ser o mesmo. Eu sabia que, no fundo, havia destruído algo precioso, algo que jamais poderia ser completamente reconstruído. Aos poucos, o distanciamento entre nós cresceu e, apesar dos meus esforços para reparar o que eu havia quebrado, senti que o amor que compartilhávamos estava esmorecendo.
Eventualmente, nosso relacionamento chegou ao fim. Não foi algo imediato, mas uma desconexão gradual. Ele nunca soube da traição, mas, de alguma forma, acredito que ele sentia que algo havia mudado entre nós.
O segredo que carreguei, o peso da culpa que me consumia, foi um fardo que acabou nos afastando. Ele se distanciou sem saber exatamente por quê, e eu me afastei sabendo exatamente o motivo. Hoje, quando olho para trás, vejo aquela experiência como um ponto de virada na minha vida.
A traição me ensinou uma lição dolorosa, mas necessária. Aprendi sobre limites, que temos que estabelecer para nós mesmos e como é duro estar consciente do que fazemos. Pergunto-me, às vezes, se teria sido diferente se eu tivesse tomado outra decisão naquele dia, se eu tivesse parado, recuado e pensado no que estava fazendo antes de me entregar ao desejo.
Mas, como todos sabemos, o passado não pode ser alterado; só podemos aprender com ele. O erro que cometi me mostrou o quão vulneráveis somos aos nossos próprios impulsos e como é fácil cruzar uma linha que antes parecia clara. O que resta agora é a lição: valorizar o que é importante, entender que as decisões que tomamos, mesmo as mais impulsivas, têm um peso que carregamos para sempre.
Ricardo foi apenas uma pessoa de passagem, mas os efeitos daquela traição ficaram comigo, e, por mais que eu tente seguir em frente, sei que nunca poderei apagar completamente o que aconteceu.