Júri- Do Inquérito ao Plenário

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Cultural OAB
Dr. Edilson Mougennot Bonfim Data: 11 de julho de 2012
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dizer sobre o júri que aquele órgão constitucional que julga os que cometem crimes dolosos contra a vida a dizer sobre a morte para mim a dizer sobre a vida a minha própria porque foi no júri que eu encontrei ao longo de mais de 20 anos de carreira no ministério público a razão da minha existência profissional não há nenhuma dúvida que no verdor da juventude nós ainda não saibamos o que a vida nos reservou sobre o que pudesse vir a ser a nossa grande realização profissional houve no passado muito em moda uma época em que as
pessoas faziam chamados testes vocacionais e se perguntava se este tinha pendor para ser físico aquele outro para ser advogado outro para ser engenheiro e se perguntava das vocações eu me formei em direito muito jovem dizia aos 20 anos de idade e eu próprio não sabe exatamente se aquela era a minha vocação talvez indo ao mundo do direito influenciado por razões paterna sua vez que meu pai é advogado mas se as estas razões me levaram ao mundo do direito provavelmente as mesmas razões de pendor intelecto afetivo me levaram ao júri porque o meu pai foi um
dia também advogado do tribunal do júri ainda quando se falava do júri romântico quando o homem sacava de uma flor de um jardim para levar a mulher amada de quando a se falar ainda nos bondes da cidade ou se acendiam os lampeões para se iluminar os nossos centros mas quando se falava num homicídio que ainda é um produto artesanal que ali estavam embutidas razões de ordem objetiva subjetiva mais sem dúvida nenhuma razões de foram muito íntimo do porquê alguém matar alguém e estas razões haveriam de ser inteligentemente perscrutados pelos grandes debatedores do plenário que era
um advogado e um promotor época em que a cultura estava na moda como dizia este recém falecido millôr fernandes dever 35 anos para adquirir cultura quando adquirir saiu de mota vivemos hoje um tempo em que a expressão é daquela dita pelo grande enrique rojas psiquiatra espanhol quando traduz no título de uma das suas obras o homem moderno ele diz o homem moderno hoje o homem light nós temos os cigarros light sem nicotina a cerveja light sem álcool a manteiga light sem gordura o homem light sem bandeiras a seguir sem verdades interiores sem lado uma geléia
perguntado de que lado ele está ele se pergunta quem é ele como se vivesse uma crise de identidade e já não sabe exatamente por não saber quem é já não sabe dizer de que lado estaria eu fui ao direito aos 20 anos e me perguntava então se teria alguma vocação ou se me realizaria em alguma área do direito mas foi aí que a vida foi com fluindo e diz que a vida isso a recitar com a auf emerson o grande filósofo americano o vivente ou escritora como um patinador livre um pouco pra onde ele quer
ir e outro tanto para onde os patins levam e quiçá a vida então me levar um pouco para aquilo que tinha sido a razão de ser paterna que era ser um advogado do júri e eu fui me descobrir do outro lado como promotor do júri e por isso eu disse combatendo os que matavam fui descobrir a razão da minha vida e da minha existência se hoje a vida me reservasse os mais altos cargos da república que devo dizer não os aspiro nenhum outro cargo me traria mais felicidade do que aquele que já me pertenceu e
que jamais voltaria a mim por impossibilidade legal que foi ter sido titular do 1º tribunal do júri vivi com todas as forças que eu podia viver a intensidade do meu espírito a razão da minha existência convictamente pedindo a condenação de quem se reputava culpado ou tendo a coragem ética o civismo necessário e pedirá a absolvição de quem julgava inocente ou entender o entendia não haver provas suficientes que autorizasse a condenar quando eu digo com convicção ética é porque nunca foi balizado pelas vozes da imprensa tive a coragem cívica de apontar uma culpa ou de postular
uma absolvição sem que houvesse um monitoramento da mídia e sem que houvesse da minha parte nenhuma outra aspiração política nenhuma aspiração comercial nenhuma outra aspiração que não fosse exercer naquele prazo dos debates o máximo que minha inteligência as minhas forças pudessem convergir em favor da sociedade quando nós estamos aqui reunidos neste auditório nós não estamos somente aqueles que fisicamente aqui aportam pra falar do júri o júri pertence ao passado é um clássico da justiça como a vida é um clássico do universo quando nós estamos aqui hoje a falar do júri é porque houve uma época
em são paulo que já a frequentar este julho waldir troncoso peres um dante delmanto na tribuna do júri do rio de janeiro 1 e vando lins e silva um romeiro neto na inglaterra no sky nos estados unidos voltaram se darão na frança o resgaste honroso ea ferri na itália enrico ferry homens que fizeram da sua vida muito mais do que um discurso argentário movidos puramente pelo vil metal que é o dinheiro homens que entenderam que o máximo que a vida podia lhes aportar era defender com a força das suas convicções a liberdade em favor de
alguém ou como no meu caso a supressão dessa liberdade entendendo que há é ter uma limitação da liberdade de outrem significaria liberdade de toda uma sociedade homens que foram fiéis ao seu tempo ao discurso à sua amada que era a deusa da justiça que o seu pensamento e os eu falar traduzir se com o seu agir que não era os hipócritas que vende o verbo pela verba mas que defendiam com convicção numa época em que o homem não era de cortiça e tão pouco era de plástico numa época que o homem ainda tinha coragem de
dizer as suas convicções coisa que devo dizer não é que nos falta hoje é porque nós estamos tão tocados pelos chamados valores materiais que os valores em materiais ou espirituais parecem que não existe e perguntaram numa entrevista pouco se vale a pena se compensava ainda o advogado ser do júri eu dizia sem medo de me equivocar do ponto de vista financeiro não sei dizer não sei explicar mas do ponto de vista da realização profissional nenhuma outra área do direito penal pode trazer tanta realização 4º tribunal do júri onde a uma diálise zação das vias coreanas
com as vias intelectivas é onde o cérebro se conjuga com o coração para uma força única da atmosfera eletrizante do pensamento você com toda a convicção pedir 15 é um sim ou não o que é ou não no mais você pode ir ao computador e pegar aquele seus modelos já prontos de pés no mais você pode pedir emprestado a um seu colega como fazer uma contestação recurso e trocar os nomes e os fundamentos jurídicos ali estão mas nada vai lhe devolver a satisfação ou a frustração se você bem não trabalhar do que aquele momento único
de um caso único que é levado ao tribunal do júri para o julgamento de homicídio indivíduo um sempre recitei únicos homem uma partícula divina que não existe duplicata na terra se no sistema de vôos e tish não existem duas impressões digitais no mundo é porque esta expressão de almas gêmeas é uma expressão muito mais metafórico e poética do que evidentemente de verdade porque nunca ninguém conseguiu fotografar uma alma como diria a ver então o gêmeo desta alma é porque cada um de nós tem uma matriz intelectual e afetiva elementos anímicos intelectivos que são só nossos
e não são de outro qualquer aproximação grosseira da alma humana vai frustrar este que tenta ser o cientista da alma nós podemos decodificar tudo com chamar os psique datas dos psicólogos forenses até os sociólogos para tentar entender a evolução social a evolução deste indivíduo pela infância que teve ou pelo problema mental que chegou a ter e por isso ele é assim não de outra maneira mas sempre haverá um sétimo véu indevassável da nossa psique que nenhum strip tease mental vai conseguir devassar e revelar que nenhuma verruma analítica vai conseguir levantar e dizer este homem é
assim por causa disto matematicamente e por causa daquilo é porque existe um algo misterioso diz que deus quando faz a criatura humana foi mais uma porção de ouro em um do que em outro ou faz um diferente do outro mas faz cada um se à imagem e semelhança dele porque acreditam decididamente dá a cada um de nós uma identidade que é absolutamente única e por isso quando o cronista judiciário disso e tudo começou o cronista policial diz tratando de um crime e tudo começou naquele dia quando vira a página tudo começou naquele dia tudo começou
com os pais que esta pessoa teve ou não teve tudo começou com os avós que teve não teve porque tudo vem de uma herança genética e você impulsionado para um caminho ou para outro dependendo dos pais que você não escolheu dependendo do ambiente em que você foi criado que é ortega sé eu sou eu e as minhas circunstâncias e se eu altera as circunstâncias me altero eu próprio dos vizinhos que tiveram tive ou tobias barreto até dos lábios que beijei eu não beijei porque as frustrações se incorporam à minha vida e me fazem ser um
ser absolutamente único e autêntico e ninguém nunca poderá com bal das razões exerce este homem é um produto da natureza é um produto do meio cultural é uma simbiose dos dois mas eu consigo exatamente dizer porque ele reagiu assim ou aquela forma as provocações exteriores não é sem razão que o grande psicanalista espanhol que pra nossa honra viveu no brasil grande me humilhe lopes o que é traduzido no nosso código de processo penal no artigo que pergunte aos professores de direito o de processo penal o desconhecem no mais das vezes e eu tenho a honra
de ser o primeiro e único no brasil que trata e da dimensão ética este artigo que reputo da máxima importante importância no meu código de processo penal anotado pela saraiva que o artigo 6º inciso 9º do código processo penal disso logo tiver conhecimento da existência de um crime a autoridade policial deverá fazer isso aquilo são os primeiros incisos quando chega no inciso 9º diz levantar a vida pregressa do indiciado o meio social onde vivia e financeiro e o seu temperamento e caráter e o antes eo depois do crime para que se possa então entender a
sua personalidade e me reunirei lopes dizia a fatores de reação individual pessoal que precisam ser analisados do porque a pessoa foi ao crime ou não foi é por isso que é importante num crime de homicídio muito mais do que saber o diploma legal que se aplica uma vez que já está a ser julgado por alguém ou porque a pessoa cometeu ou não aquele crime é por isso que quando se faz o exame antropométrico que se pergunta o tamanho da pessoa e o peso que esta pessoa tinha nos ajuda a entender se aquilo pode não ter
sido uma legítima defesa porque a constituição corporal do indivíduo por isso há que se medir o cadáver já que se pesar o cadáver e por isso há muitos inquéritos que não trazem essa ilustração e um jurado acaba dando um tiro no escuro por não saber sequer o tamanho da vítima e nós sabemos que comparando o réu ea vítima aquilo que a natureza criou tão diferente matéria de estatura e só 38 para igualar é por isso que a constituição corporal é extremamente importante que não reagiu a uma provocação do mundo exterior um homem grande e forte
com o pequeno tísico amofinado quando alguém provoca alguém o homem médio outro pela largura dos ombros ou pela envergadura via de regra e se assim não o fizer lhe falta outro dos mecanismos de reação individual específico que a chamada inteligência nós medimos o outro e aceitamos ou não o debate ao embate de acordo com a mensuração hipotética das nossas forças sem o que é uma profunda mentira sem o que embriaguez momentânea que já fez muita gente morrer a 100 o que é a inveracidade daqueles que descreve uma cena do crime que não a conheceram um
programa de televisão que que passava a num outro canal as 11 30 da noite com o cidadão mais rotundas que o que o apresenta e hoje está uma grande emissora de televisão uma vez seu entrevistador a entrevista um conjunto que toca na noite de são paulo e um rapaz mais baixo diz que tocava por ironia o quanto um baixo e o entrevistador pergunta você nunca teve receio de tocar na noite nunca deu nenhum problema falou uma vez de um problema a luz apagou e vou pontapés pancada pra todo lado e quando as luzes se acenderam
já tinha tomado um aqui estava com o olho inchado já levantei eu sou valente disse e levantei perguntei quem é que me bateu e voltou brandão desse tamanho falou fui eu foi você não porque nós vamos sempre eleger o nosso adversário nós vamos sempre tentar entender se nós podemos ou não podemos aceitar este duelo este convite para o embate sem o que nós vamos viver a vida do herói diz que o herói é aquele que não teve tempo de fugir à nossa inteligência nos recomendam ou não uma ação uma reação então o primeiro dos mecanismos
de reação individual dizem me humilhe lopes é a constituição corporal depois vem o temperamento que a resposta fisiológica funcional da constituição corporal como são os nossos humores das nossas glândulas os nossos líquidos interiores que faz alguém ser mais ou menos nervoso do que outrem ainda assim é é é algo de uma herança genética nós não escolhemos como também o é são herdados a inteligência depois virão os chamados fatores mistos o caráter o que é o caráter ea integração entre o temperamento que é herdado com aquilo que nós aprendemos com os professores que tivemos com os
pais que tivemos com os amigos que tivemos não tivemos esta transição do natural com o social forma o caráter é por isso que nós temos razões para reagir sobre uma pancada sobre uma agressão exterior nós vamos reagir ou vamos alguém nos provoca e nós queremos agredir mas entrou razões judicantes em nossa cabeça e nós não concluímos o ato que nós havíamos preparado porque vai me acontecer isto que vai acontecer aquilo e o meu caráter diz não faça embora o meu temperamento diga faça o meu caráter diz não faça por aquilo que eu aprendi pelas razões
políticas que a sociedade me ameaça depois disso nós temos aquilo que é puramente aprendido são os mecanismos de reação individual mas que nós aprendemos em sociedade que nós na época que a legítima defesa da honra estava na moda que o marido matava a mulher sob a desculpa da da da traição ou da honra o o comportamento médio da sociedade determinava isso e ainda que o indivíduo tivesse pendores pra não fazer ou não agir assim havia um comando social que funcionava com uma determinante sobre o seu pensamento e ele acabava por ir a um ato do
qual se tornava profundamente arrependido no futuro mas era determinado por uma razão coletiva que lhe ensinar a ser assim o que se quer dizer com isso é que não o crime não nasci no dia em que ele acontece o crime nasce porque pedro é filho destas pessoas neto daquelas outras porque viveu neste bairro e não naquele que é fruto desta pobreza ou desta riqueza porque encontrou maria e do encontro dos dois se definir o destino de ambos paulo é assim porque é filho de outros pais teve outra história de vida então tudo não começou naquele
dia como diz o cronista policial tudo começou muito antes e daí que vem a grande inteligência do orador do júri porque tudo que é jurídico é ao mesmo tempo cultural filosófico histórico sociológico é por isso que o tribunal do júri tem que ter noções de medicina legal de psiquiatria forense de sociologia rudimentos destes saberes porque o discurso do júri é muito mais amplo do que simplesmente recitar versículos legais uma frase emblemática um pensamento único do grande pedro vergara dizia recitado depois no rio de janeiro pelos grandes tribunos do júri o penalista pedro vergara dizia a
imensidão da alma humana é muito grande para ser contida nas estreitezas de uma norma penal quando o legislador fez o código penal ou faz ou reforma ele trabalha na tranquilidade e no tecnicismo de um gabinete e ele não é capaz de mensurar de avaliar de balizar de medir de entender as reações ou as ações os acontecimentos do mundo cotidiano só é dado a ele projetar naquela norma que ele cria o viu nascer de um direito que ele espera acontecer algum dia de acordo com a sua prévia experiência mas a experiência dele não quer dizer que
será aquela experiência do ovo médio da sociedade que ele já ele senão ele não era senador não era deputado e aos ltte ele se distancia da mediocridade ele se distancia da mediana e não consegue colocar o termômetro do seu conhecimento na axila dos acontecimentos sociais tal como eles são vale dizer cada acontecimento humano cada norte como cada história de amor é absolutamente única eu costumo simplificar que o crime é a outra faceta do amor e pertence ao ser humano da mesma forma se algum dia vier sem marcianos a terra eles não iriam estes homens então
que conheceriam tudo o que a ciência poderia criar se viessem até as séries interpretar vários diz o poeta já mais de um querer levar daqui um computador um modelo último de avião nenhuma máquina nenhuma engenhoca que a inteligência humana pode construir mas sem dúvida nenhuma deveriam levar um poeta ou alguém que pudesse mostrar a um ser de outro lugar o que é este sentimento único inerente imanente à condição humana que é o sentimento do amor mas tão verdadeiro quanto ele é tão puro quanto ele mais triste do que ele e às vezes nascido dele o
outro lado que quem mais odeia às vezes a quem mais amor e aí estão os crimes passionais hoje um tanto fora de moda mas ainda existem a dizer o crime o crime e se reproduz no artigo 121 do matar alguém mas quando se pergunta quem matou quem significa que há duas pessoas lá que penaliza com o plenário como dizem os franceses na passarela penal como dizem os espanhóis a 2 e estas duas pessoas só elas provocaram esta ação deste jeito que não seria decodificado uma norma pura que aí está no papel é por esta razão
que o artigo 593 do código processo penal no parágrafo terceiro diz que não há segunda apelação por decisão manifestamente contrária à prova dos autos é porque quando toda a prova do processo manda condenar o jurado pode dizer eu entendo que toda a prova do processo manda condenar mas se me foi dado um voto sim um voto não eu entendo que há razões extra ultra processuais netta físicas talvez mas que me impõe a razão e o sentimento de absolver ele estará decidindo contra a justiça em absoluto o próprio código de processo penal abril uma pergunta uma
permissão para isso você pode decidir manifestamente contrária à prova dos autos e caberá à parte vencida somente uma apelação se numa segunda vez novamente o jurado decidir manifestamente contrária à prova dos autos significará que há um direito que emerge da sociedade e que não necessariamente foi cristalizado em a norma pura como teria feito poder legislativo significa dizer que o jurado cria a lei para o caso concreto significaria dizer que o jurado faz exatamente o que pensa ser justiça para a sociedade ea natureza fãs que dizia os interesses da justiça são sagrados os interesses dos delinqüentes
duas vezes sagrados mas os interesses da sociedade três vezes sagrados as situações em que a norma manda condenar mas o jurado disse eu não condeno isto é o pai que matou o estuprador da própria filha é o velho homem que matou o estuprador da neta sabendo que o estado não foi capaz de impedir aquele crime de estupro sabendo que o estado não estava ali a a proteger a tutelar a dignidade daquela moça que foi violentada sabendo que este homem experiente de vida já não confie tem razões para não confiar o estado e resolve fazer justiça
por mão própria o que ele fez é errado do ponto de vista nada mais do que ilegal meramente legal do ponto de vista do tecnicismo jurídico é errado mas da conveniência social não necessariamente o é é por isso que são dados dois votos ao jurado é por isso que ali há uma conjugação de 7 consciências 7 sensibilidades 7 corações 7 percepções de vida sete históricos de vida é por isso que ali a somatória convergência de todas estas visões para que na maioria dos votos se entenda por condenar ou se entenda por absolver o júri ele
é diferente dos demais crimes por uma razão muito inteligente quando se diz que manuel é acusado de estupro joaquim é acusado de roubo pedro é acusado de tráfico de drogas a pergunta que a mediana da nossa sociedade faz não é diversa da que faz o promotor da que faz o advogado da que faz o juiz a pergunta é se existem provas para condenar ou não mas quando diz que pedro matou paulo o manoel matou maria joaquim matou luiz no brasil só uma pergunta é cabível antes de saber se existem provas é porque é porque como
dizia o grande chip a tudo porque corresponde um portanto é porque há no nosso íntimo nas nossas convicções razões defensores suficientes para entender aquela conduta humana aquela matriz de alma intelectual que determinou aquela conduta com todas as suas com causas evidentemente existentes porque o homem quando ele age ou reagem é só no momento do seu ato que ele é daquele jeito o café que eu tomei eu deixei de tomar opera uma transformação cinco minutos depois meia hora depois de eu te lo no dew tendo tomado por exemplo se eu tomei dependendo da minha especial condição
de ser porque há pessoas que são mais ou menos sensíveis aos efeitos da cafeína há uns que tomando um bule de café à noite dorme outros tomando uma xícara perde o sono o café existente na sociedade é o café que existe a tudo a pessoas pela sua especial condição de ser para si mais ou menos nervosos perdem ou não perde o sono vão da depressão a síndrome do pânico pela mesma situação que a outros nada diz é por isso cada um de nós nós reagimos ou não de uma forma que é absolutamente única e nós
não podemos faltar o outro por uma projeção meramente matemática de quem nós somos é por isso que o grande tronco recitava maravilhosamente o filósofo francês que dizia temos piedade uns dos outros o sentimento da piedade o sentimento da clemência nunca faltou a este promotor de justiça do júri venho à casa dos advogados com o orgulho com a satisfação com que vou no ministério público porque nunca traiu o meu pensamento nunca fui um hipócrita da minha ação sempre entendi que uma inocência martirizado é o pior dos crimes aqui pode se submeter o ser humano quando acusa
sempre entendi que a inocência deve ser dita inocente que o inocência e que o estado deve responder por um ato mal feito sempre entendi da mesma forma que os bons debatedores do júri devem ter a consciência eo respeito se não aos outros a si próprios e quando pedirem a condenação ou absolvição de alguém o façam com razões que a si próprio se convença os convençam que estudem um pouco mais disso que a chamada alma humana que nunca ninguém fotografa é como a soberania eu nunca vi a foto de uma soberania do país como eu nunca
vi uma foto de uma alma humana como no processo penal nunca vi a foto do que seja justa causa são situações que a gente pensa e como dizia o grande carlos de araújo lima é como a justiça o júri júri é como deus é mais sentido do que definido é por isso que quando nós vamos tentar reunir as razões por que alguém foi para aquele ato ou não nós devemos saber que sempre haverá razões recônditas imanentes aquela criatura humana que se quer nós com as nossas aproximações científicas e mesmo afetivas conseguimos identificar a gente que
comete o crime de matar que encontra razões no seu intelecto mas as razões não estão aqui estão em alguma outra alguma outra parte alguma célula escondido o recôndito do nosso corpo que nós não sabemos dizer o porquê nós fomos para aquele ato ou não cada um de nós somos um absoluto individualidade o grande heráclito pai da dialética dizia não se desce duas vezes o mesmo rio porque na segunda ele não será o mesmo talvez se não tivesse tomado aquele café ou aquele copo de cerveja que a cerveja não faz alegre outro pode fazer criminoso que
o álcool mais a personalidade da o crime ou da poesia vinicius de moraes compunha embriagado outros compõem symphony as tristes e marchas fúnebres embriagados vai depender da personalidade da especial condição de ser de cada indivíduo como há razões do cotidiano que o cidadão não faz outras contas ele diz com convicção porque não é capaz de algares mais a sua cabeça de quantificar se aquilo é uma legítima defesa ou não ele simplesmente internalizava interioriza um pensamento que diria na linguagem popular assim eu prefiro ser julgado por sete do que carregado por seis significa que ele está
agindo em legítima defesa ainda que ele não possa dizer das razões de direito pela qual ele faz aquilo o júri não pode ser banalizado o júri não poderia ser tratado como está sendo tratado hoje na mera aritmética legal a testemunha do crime não é a mesma testemunha possível possível você escolhe a testemunha você vai entrar com uma ação de nunciação de obra nova porque tem um prédio sendo construído do lado da sua casa derrubada dejetos na sua casa você chama o engenheiro chama eventualmente o prefeito alguém pra ver o que está acontecendo há rolas da
pessoa como testemunha o crime não é o fatídico é o que quebra o cotidiano você está passando na rua briga num bar uma facada um tiro um corpo que cai alguém que sai correndo é um flash e você não quer ser testemunha de um crime são testemunhas ponto de uma velha manchete de um jornal de são paulo são candidatos à morte a diferença do homicídio de hoje e domicílio de 40 anos é que naquela época era um crime muito mais artesanal avião mais razões para aquele cometimento do crime que permitiam uma evolução mental maluco braz
ambiental maior uma fabulação da parte do orador maior do que as de hoje hoje é muita briga de quadrilha hoje há muita briga de quadrilhas e roubador de carro muita briga de quadrilhas de traficantes de droga hoje são poucos os crimes que se diferenciam como arte no homicídio hoje o crime está tão banalizado que eu tive a oportunidade de escrever em um dos meus livros o homicídio um tempos democráticos no a peito que diga basta bala não morrerei o homicídio hoje se banalizou a tal forma eo que fizeram então os debatedores do júri blast ficaram
coisa e ficaram e trataram como um produto de fábrica às suas ações como debatedores no tribunal do júri a poesia vai se perdendo e porque o resgate da poesia é porque eu sempre defendi como manoel de barros o grande poeta sul-mato-grossense que diz que ele gosta de desconstruir as palavras para reconstruí las ou dar a elas um novo significado ele recolhe as palavras como quem abraça as prostitutas como quem tira do estético da lama aquilo que está sujo pra dar aqui um novo brilho devolvendo uma virgindade perdido as palavras precisam ter alguma força quando você
fala em júri você vota a deus ser jurado é falar em júri e vocais deus por testemunha é por isso que diz eu juro é por isso que a constituição mudou eu juro pra eu prometo uma dificuldade que tinha o legislador de dizer mas estão a justiça divina ou é uma justiça humana manteve a raiz semântica da palavra jurado mas de um revestimento meramente constitucional e legal aquilo que tem uma verdadeira origem divina é por isso que na origem do júri lá na inglaterra 12 no número dos jurados como 12 no número dos apóstolos no
dia de pentecostes imaginando se quando 12 homens de consciência pura e sá ali estivessem reunidos poderia baixar o espírito santo chegar à verdade e eles poderiam então bem decidir o tribunal do júri hoje sofre dessa mesmice de banalizar sua função não é prerrogativa do júri nós todos hoje estamos pensando que a nossa existência deve ser nada mais e nada menos do que uma estrada que não sabemos de onde saiu e nem para onde vamos e transformamos a nossa existência a busca eminente constante dos bens materiais nós transformamos o melhor da nossa vida a nossa juventude
que era feita de sonhos hoje por algo que não pode ser sonho que uma simples briga ou pela satisfação das nossas necessidades até estamos todos de acordo ou pro
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