COMO OUVIR E ATENDER AOS ANSEIOS DA ALMA, segundo Plotino - Prof. Alice Andrade, da Nova Acrópole

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NOVA ACRÓPOLE BRASIL
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Olá hoje nós vamos falar sobre um filósofo muito importante que vem trazer um assunto que até hoje todos nós buscamos saber plotino e a sua doutrina sobre a alma plotino foi um filósofo da antiguidade nasce ali por volta do ano 204 Ele nasce no Egito Ele nasce na terra dos mistérios mas ele vai realmente se firmar como filósofo em Roma na sua obra nós vamos ver que ele vai falar de muitos assuntos importantes mas o mais importante é que ele vai falar sobre a alma ele vai falar sobre os anseios da alma e como nós
poderíamos ouvir esses anseios como nós poderíamos identificar os anseios da alma e [Música] atendê-los então ele deixou uma obra muito extensa essa obra conhe como as edas porque são tratados que ele foi escrevendo e depois um discípulo seu um dos mais conhecidos que é Porfírio ele vem e faz uma compilação de todos esses escritos e dizem que até mesmo para Porfírio não foi muito fácil fazer essa compilação fazer esse trabalho porque quando escrevia escrevia de forma muito contínua ele escrevia aquilo que vinha na na na naquele momento como se fosse uma inspiração de tudo aquilo
que ele já tinha vivido então ele deixava os escritos assim sem muita correção e sem muita lógica aparente aí Porfírio que teve aulas com ele e que foi seu discípulo um dos mais dedicados discípulos desse filósofo ele vem Faz esse trabalho de compilação Então nós vamos ter aí vários eh textos que Porfírio vai então resgatar e nós vamos ver então que são seis tratados cada tratado tem nove artigos por assim dizer e um deles Fala especificamente sobre a alma é claro que plotino vai descorrer de vários assuntos não só sobre a alma e esses tratados
também não estão em ordem cronológica porque esse tratado mesmo sobre a alma protino Já escreveu já na sua fase mais tardia inclusive ele já estava com problemas de saúde e tudo mais mas mesmo assim nada ficou comprometido porque a inspiração dele era realmente de um outro plano Então nós vamos trabalhar um pouquinho hoje esse tema Como identificar e como ouvir os anseios da alma para isso então nós temos que falar um pouquinho de algumas ideias que são anteriores porque plotino ao escrever a eneda sobre a alma ele já tava na quarta eneda então ele já
tinha falado muitas coisas antes protino é um filósofo considerado bastante hermético bastante vamos dizer traz uma linguagem mais oculta C culta e isso poderia eh dificultar um pouco a nossa compreensão nos dias atuais Mas por que isso por que plotino eh teria essa linguagem teve essa forma de traduzir as suas ideias a sua filosofia porque plotino teve um grau de iniciação ele teve um grau de acesso aos mistérios e para uma pessoa é muito difícil ela estar num plano onde ele acessa esse nível de ideias essa metafísica e depois ela ter que trazer isso pro
o papel ela ter que transcrever isso e colocar em palavras simples porque hoje nós não temos mais nem na época mais se tinha na época de plotino já não se tinha mais uma linguagem tão Sagrada que pudesse realmente traduzir de fato aquilo que plotino viveu pío diz na biografia que ele mesmo fez sobre seu mestre que eh plotino teria tido uns quatro momentos de Êxtase Místico durante a vida toda e aí então Esse trabalho é resultado desses momentos porque ele teve acesso a ideias num campo que já não era mais o racional já não era
mais esse intelecto linear que a gente conhece não foi uma compreensão linear das coisas não foi uma vivência horizontal foi uma vivência vertical então pra gente entender um pouquinho isso a gente tem que pegar umas ideias iniciais e é por isso então que é muito conhecida dentro da obra de potino a questão das três hipóstases essa palavra hipóstase é muito utilizada pelos seus tradutores e pelos estudiosos atuais Mas vamos traduzir aqui para princípios acho que fica um pouco mais fácil não é então a gente vai trabalhar aí com três princípios básicos que plotino desenvolve para
ele poder chegar na questão da alma porque a gente não pode entrar diretamente assim a alma O que é não nós temos que falar um pouco aí de alguma origem de algum ponto inicial Então o que é que nos diz plotino pra gente entender exatamente como é que nós podemos identificar a nossa alma e porque ela tem anseios Porque isso é uma pergunta também interessante né Por que a alma tem anseios por que ela necessita de alguma coisa e Como reconhecer isso Será que no meu dia a dia na minha vida eu sei quando eu
estou sentindo um Anseio da minha alma ou é uma outra coisa então potino vem nos ajudar nessa questão então ele dizia o seguinte antes de tudo e mais nada existe um o Uno pessoal é uma ideia que não dá pra gente definir o Uno em todas as filosofias embora com nomes diferentes não tem como a gente traduzir isso exatamente numa frase que tenha uma lógica cartesiana pra gente poder eh entender racionalmente o Uno é algo que o próprio plotino dizia Olha não tem como definir não tem palavras para expressar simplesmente é e por isso então
por ter essa característica tão metafísica tão Sublime florino dizia que esse Uno que é muito aparentado é muito próximo da ideia do bem de Platão para quem tá um pouco acostumado com as ideias platônicas a ideia do bem de Platão é muito próxima a isso é por isso que a gente vê muito de Platão na obra de plotino porque ele resgata Mas ele também dá uma um contexto um pouquinho mais amplo ainda porque o neoplatonismo não foi só um resgate de Platão também tem muitas outras doutrinas muitas outras ideias inclusive muito de filosofia oriental e
nós vamos ver aqui que vai aparecer bastante aqui muitos preceitos da filosofia antiga oriental aparecem aqui então aqui essa ideia do Uno que não pode ser definida é também aquilo que faz tudo acontecer embora ele não se movimente ele não tenha uma expressão Física ele não ten uma expressão que possa a ser percebida isso era uma ideia que estava presente em todas as filosofias todos eles já imaginavam que existia algo que seria a origem de tudo e que não teria uma origem simplesmente era o ponto principal de onde partia tudo dizem então né E também
plotino dizia que esse Uno ele era tão pleno ele era tão cheio de vida que ele mesmo sem deixar de ser ele se manifestava mas de uma forma muito misteriosa ele então emanava algo dele ele então na permanecia em si e sem deixar de ser Ele começava então a promover plotino chama isso de uma processão ele não chama de outro nome não ele chama de processão ele dizia assim o Uno do Uno procede tudo mas ele não tava dizendo que o Uno criava tudo não porque o Uno não pode criar porque quando eu falo que
vai criar significa que já tem um grau de existência e plotino dizia não ele não tem existência Ele simplesmente é sem precisar existir então o Uno não cria o Uno ele faz um uma processão e essa processão vai gerar um outro elemento que aí vem também um outro termo que a gente vai ver que os gregos também utilizavam todas as filosofias utilizam até os orientais também que nós vamos ver aí que ele vai chamar de nos ou o ser das coisas ou o princípio Divino ou Ainda que muitos autores atuais utilizam que seria o princípio
intelectual eu eu prefiro não usar esse esse termo a palavra intelectual porque pode confundir com o que a gente conhece hoje de intelecto e realmente não tem nada a ver não é esse intelecto que nós trabalhamos hoje então eu prefiro usar o princípio Divino a mente Universal esse nos aí já seria o quê uma decorrência do Uno embora o Uno não o tenha criado Mas agora nós temos uma expressão desse elemento que é o Uno Então esse nos é como se fosse uma mente inteligível é é a forma como eh o Uno conseguiu se projetar
e o que seria esse nose então seria essa mente arquetípica essa mente Universal que faz com que agora tudo Comece a ter um grau de percep um grau de de existência por assim dizer mas ainda não é existência física seria o germe de tudo o germe de todas as coisas mas tá ali em latência ainda não é está em latência porque dali vai surgir tudo Então esse nos essa mente Divina plotino dizia que ao ser eh a a ao vir a a a a possibilidade de existir esse nouss olha para o Uno Isso é uma
parte muito bonita aliás toda a obra de protina é muito bonita se entendida nessa chave metafísica diz que o nos ao ser né ao se ver né presente Ele olha para o Uno e fica num estado de eterna contemplação do Uno é como se fosse algo que foi criado olha para o seu Criador e sente essa devoção E aí então por ser assim existe essa relação existe essa relação de que o ser nunca se desconecta do Uno o Uno vai ser sempre aquela aquela aquele centro aquela aquela origem primordial e o nos por ser essa
mente Universal agora então tem uma relação uma relação Então esse nos agora contempla eternamente o Uno e é muito bonito isso a gente imaginar né ou seja não se desconecta nunca do aspecto Celeste nunca deixa de ser porque tá sempre em referência com aquilo que o gerou Então esse seria o nos e tem um detalhe interessante também no nos que também é falado por muitas tradições e às vezes até difícil da gente entender né e plotino dizia que o nos ele era imóvel o nos não se movimenta o nos gera tudo porque agora sim vamos
começar a falar de existência mas ele não se movimenta ele não mexe 1 mm Mas ele tem tanto poder devido à sua origem que agora ele é capaz de ficar imóvel e fazer tudo acontecer então ele tem essa característica da imobilidade nós vamos ver também os pré-socráticos falando muito também sobre isso sobre o que é imóvel e e sobre o que é móvel então tem muitas raízes aí né vamos ver que muitas filosofias vão abordar essa questão Então esse imóvel significa se eu fosse passar para uma chave individual seria um elemento dentro de mim que
se relaciona com tudo mas nunca se abala ele nunca deixa de ser quem é então existiria um ponto fixo dentro de nós então esse nos poderia ser o ponto fixo do universo que dali então emanar tudo dali Então tudo começa a se movimentar mas esse ponto precisa ficar fixo então potino diz que desse ponto que é imóvel agora nós vamos ver o quê também uma necessidade de ele é imóvel Mas ele também vai se projetar E aí então por essa projeção dessa imobilidade surge agora um outro elemento é aí que entra então a alma é
agora que plotino fala da alma é agora que ele vai dizer bom o nos também por ser tão cheio de vida também começa a deixar algo e esse algo então agora nós vamos ver que é um elemento chamado alma e essa alma é que vai então começar a ser a representante do nos ela é que vai começar agora a o quê a espelhar o nos então é interessante essa ideia né porque a gente imaginar que a nossa alma ou a alma do universo ou a alma de tudo que existe porque os antigos todos diziam que
tudo tem uma alma por trás tudo tem uma algo que anima interessante observar a a raiz da palavra grego né a alma é Ânima é algo que anima porque a gente tava falando de algo imóvel mas agora precisamos o quê do movimento Então precisamos de algo animado e plotino usava mesmo essa expressão e dizia que existe um elemento animado no universo manifestado Então existe em nós também algo que nos anima algo que nos impulsiona e esse algo que é animado é interessante por quê Porque também vai olhar para a sua origem a alma também vai
olhar pro nos também vai reconhecer o nos mas ela também necessita o quê também se manifestar e segundo o plotino O que que a alma vai fazer ela vai gerar dela mesma uma outra realidade Essa realidade agora se parece mais com ela mesma do que com o próprio nos então agora ela vai viver meio que em Dois Mundos ela se lembra de onde ela vem porque ela olha para o nos mas ela também vê que existe uma possibilidade dela criar plotino dizia então que nós tínhamos uma alma criativa que existia uma alma criativa do o
universo exatamente por quê Porque estamos agora falando de criação né E essa criação Então vai ser um espelhamento daquilo que a alma percebe em alto grau no nível bem elevado mas aquilo também que ela percebe que é uma possibilidade dela agora colocar na existência E aí então existe o quê existe uma dupla possibilidade porque ela também vai se identificar com as coisas do mundo ela também vai se identificar com as coisas terrenas e ela também vai se encantar com isso então esta alma né ela vai fazer todo um trabalho e toda a questão humana talvez
resida nisso que nós temos uma alma dentro de nós que tem dois universos que tem que participar dos dois universos porque nenhum filósofo disse que era pra gente desconsiderar né o mundo e só se dedicar ao Celeste também nunca disseram olha dedic sol celeste E não se não nenhum deles disse isso justamente estavam nos dando um caminho nos dando uma chave para que a gente pudesse integrar os dois mundos então o grande a grande experiência da alma humana Talvez seja essa né entender como eu sem me desconectar da minha origem desse nos que imóvel concentra
tudo e dali Então tudo parte e ao mesmo tempo eu sem deixar de ser fazer então todo um trabalho agora na existência como equacionar isso né como veja que interessante porque a gente fala que o nos também é relacionado à questão da unidade mas ao mesmo tempo a alma necessita o quê da multiplicidade porque quando ela cai na matéria segundo o plutino ela se encanta com tantas partes com tantas partes que ela também gosta de ser parte então a alma ao mesmo tempo é todo e é parte e esse é Talvez seja o grande dilema
nosso né como é que a gente conjuga isso eu sou unidade e sou parte ao mesmo tempo pois é essa é a grande questão né esse é o grande mistério do ser humano porque aquilo que é unidade já é unidade O que é parte é parte não é mas e nós e o ser humano que é tudo e parte ao mesmo tempo então isso é uma questão para gente pensar né é uma das partes mais bonitas eu considero do do pensamento plotino com relação à alma é essa Encruzilhada que também foi retratada por muitos outros
pensadores né mas plotina nos traz assim de uma numa chave muito metafísica bastante profunda que é necessário que a gente pare um pouquinho e e repense eh como está a minha vida né eu tô conseguindo fazer esse casamento eu consigo me espelhar no Celeste e trazer algo desse Celeste paraa minha condição atual sem desconsiderar nenhuma parte e colocando vida em tudo essa é uma pergunta isso plotino faz com que a gente reflita em busca dessas respostas e ele vai dizer o seguinte a alma então criando ela sentindo essa necessidade de criar e de se espelhar
no mundo ela gera então o mundo sensível o mundo sensível é o mundo dos sentidos a questão toda é que ao gerar um mundo sensível ela se identifica com esses sentidos ela se vê numa condição que ela que ela gosta que ela que ela tem uma afinidade com essa com essas questões do sensível dos Sentidos dos instintos o que não é ruim não é ruim nada nada é ruim desse ponto de vista se a gente souber lidar com todas as coisas que a vida nos oferece a questão é ela simplesmente se encantar só com o
que é sensível e esquecer da sua origem que é metafísica E aí então ela ao invés de se identificar com o Celeste e traduzir no terrestre ela se identifica com o terrestre e quer que tudo então reflita somente o terrestre só o mundo sensível e aí é que ela se perde plotino diz que é aí que ela começa a se fragmentar por quê porque ao invés dela manter a sua unidade porque ela olha pro nose e do Nose ela reflete na multiplicidade ela se identifica com a multiplicidade E aí então ela começa a se desagregar
ela começa a se desintegrar E aí que ela não sabe mais quem ela é porque pede a referência então é interessante esse esse trabalho né plotino chegar até isso imagina né que ele deve ter tido realmente uma visão muito profunda para ele chegar a tentar até descrever esses conceitos em palavras como deve ter sido difícil porque Imagine que a experiência de plotino num num dos seus êxtases místicos deve ter sido muito profunda algo que não dá pra gente imaginar porque a gente realmente não sabe o que é um extase Místico no sentido de você ter
alcançado a compreensão profunda de uma ideia sem o uso da razão essa razão linear né esse intelecto que eu falei né Então como que uma pessoa consegue isso E como que ela traz isso né e e e aí deixa isso registrado porque ela viveu essa possibilidade tem uma uma passagem dentro da tradição cristã do do da Bíblia né que é um dos livros sagrados né da de uma das maiores religiões que nós temos que eu acho muito bonita e que assim numa das suas interpretações porque as parábolas são quase como mitos né Tem muitas Chaves
de interpretação todas podem ser consideradas uma delas eu eu comecei a pensar sobre ela e Eu reconheci um pouco desse processo aqui de plotino né Talvez né talvez a gente consegui encontrar aí realmente eh essa chave dentro dessa perspectiva que pode ser inclusive uma chave mais eh voltada para o aspecto filosófico né mas é a parábola de do Filho Pródigo eu acho que é bem conhecida né a a parábola do filho pródigo que fala que um senhor rico de terras tinha dois filhos e um dos seus filhos então mais novo ele chega pro pai e
fala pai Diva a herança e me dê minha parte porque eu quero ir pro mundo não é e assim o pai faz ele aceita a proposta do filho esse filho então pega a parte dele e sai pelo mundo e conta a parábola então que ele vai usa todo o dinheiro gasta tudo vive tudo vive tudo tudo tudo que ele quer viver até o ponto depois não ter mais nada ele gasta toda a sua herança E aí então precisa viver aí depois numa situação mais difícil aí ele vai ter que arrumar um emprego ele pede um
emprego para um senhor de terras também e o senhor de terras simplesmente né fala para ele que ele vai ter que fazer o que for preciso e aceitar o pagamento que for no final das contas não existe nenhum pagamento de fato e até para comer ele passa dificuldade porque ele fica até desejando que ele pudesse comer a comida que era dada aos porcos desse senhor nessa Fazenda nem isso ele tinha E aí então diz a parábola que nesse momento ele começa a refletir sobre o que ele fez ele fala Puxa vida meu pai tem uma
fazenda tem terras eu tinha direito à aquilo tudo mas eu alarguei tudo aquilo e agora eu não tenho nem o que comer com certeza os funcionários do meu pai TM mais que comer do que eu então eu vou voltar eu vou voltar pra minha terra e assim ele faz ele volta o pai sabendo da volta do filho fica muito feliz dá uma grande festa né recebe com todas as honras Manda fazer um banquete porque de tanta alegria que o pai sentiu pelo retorno do filho o filho o segundo filho o filho mais velho foi questionar
o pai disse meu pai por que isso por o senhor faz uma festa para um filho seu que saiu pegou o dinheiro gastou tudo e agora volta sem nada e o senhor faz essa festa toda diz então que o pai responde meu filho Você sempre esteve aqui comigo o seu irmão não o seu irmão foi embora mas agora voltou ele estava morto e agora ele está vivo por que que eu tô falando isso porque vai dizer o seguinte a alma quando ela também vai fazendo todo esse processo de ir pro mundo de experimentar tudo de
viver tudo que ela necessita ela precisa retornar ela precisa voltar paraa sua origem ela não pode ficar tão identificada com as coisas que ela esqueça da onde ela vem e qual é a sua proposta fundamental então a alma é esse filho pródigo foi lá viveu tudo experimentou tudo mas se lembrou da sua origem e falou não eu vou voltar e aí ele volta e é por isso que talvez esse pai diga o meu filho estava morto mas agora ele está vivo por quê Porque ele se lembrou e plotino usa essa palavra a alma tem que
ter lembranças a alma necessita lembrar então eu acho muito bonita essa parábola Nesse contexto Porque fala desse dessa possibilidade da gente não esquecer de quem a gente é e da gente retornar paraa nossa origem paraa nossa fonte sem deixar de viver as coisas todas do mundo simplesmente não se identificando tanto a ponto de nunca mais voltar para aquele centro ou seja nunca mais olhamos para o nos nunca mais olhamos pros princípios elevados nunca mais olhamos para as ideias arquetípicas nunca mais Lembramos de quem um dia nós já fomos De onde nós viemos Então essa parábola
para mim representa muito isso né a felicidade do pai significa é da alma esse elemento se lembrou e retorna então agora tem vida por quê Por que tem vida porque voltou pra fonte a vida ela só é dada a partir da fonte não é assim nós necessitamos de uma fonte de vida de energia então se a gente se afasta demais dessa fonte não tem como eu recarregar a bateria então eu acho bonito esse esse trabalho porque plotino vai dizer os dois movimentos da Alma existe um movimento descendente que significa que ela tá agora nesse processo
que vem lá do Uno né E aí ela vai vai vai e aí então começa a se movimentar e a se manifestar e a viver tudo que necessita mas a alma precisa de outro movimento que é o movimento ascendente o movimento ascendente significa tudo bem eu desço eu vivo tudo que eu preciso eu me Manifesto Eu tenho todas as experiências e todos os mistérios da minha existência vão me levar a quê a que eu nunca esqueça de onde eu vim e quem eu sou Então aí nesse momento ela se lembrando ela retorna E aí então
ela volta paraa sua origem ela volta para esse centro e dali Então ela pode novamente voltar a fazer as suas experiências é um pouco mais ou menos a gente no nosso dia a dia né como é que eu começo o meu dia lembrando de quem eu sou lembrando daquilo que eu verdadeiramente quero ser aquilo que realmente em mim é válido é importante ou eu já estou preocupada com as coisas do mundo com a rotina e eu já não lembro mais de nada da minha origem Então não é não é uma alienação do mundo não é
se isolar das coisas do mundo é simplesmente nunca esquecer que tudo que eu fizer no mundo eu tenho que est olhando para algo que está me inspirando Então a gente tem que lembrar que a gente é filho da unidade o Uno ele faz com que a gente nunca perca essa possibilidade embora seja um conceito muito muito metafísico muito difícil de entender mas nós temos algumas algumas ideias que podem aproximar nos aproximam um pouco dessa dessa condição que é a gente realmente ter referência de ideias elevadas de ideias universais essas ideias universais estão representadas por várias
maneiras uma delas eh as tradições todas quase usaram que são os mitos né mitos são ideias ideias representadas de maneira que o ser humano possa captar possa ter uma relação de contato né então como eu faço no meu dia a dia para que ali naquela situação do cotidiano eu perceba se ali é um Anseio da alma ou é um Anseio de alguma outra coisa que não tá me fazendo lembrar de quem eu sou eu tenho que atender tenho atendo da melhor maneira possível da maneira mais justa possível mas eu tenho que ter uma referência eu
tenho que saber que aquilo ali eu tô fazendo em nome de algo Eu atendo aquela necessidade mas tem que ter uma ideia por trás então é aí a minha alma expressando plotino diz que quando a gente não consegue fazer o caminho ascendente a alma fica muito sufocada Então deve existir algum momento na nossa vida né que a gente já sentiu uma espécie de uma de uma angústia de uma de de algo que a gente não encontra resposta a gente não sabe bem o que é Talvez seja a nossa alma pedindo para que a gente se
lembre dela para Que ela possa se expressar um pouquinho porque ela é filha do Mistério Ela é filha de algo muito elevado muito metafísico então ela necessita ter contato também com algo metafísico a alma fica um pouco sufocada se ela tem natureza metafísica se ela lida só com coisas físicas se ela lida só com aquilo do cotidiano daquilo que que tá muito ligado a a algo que que tá muito preso a um tempo e espaço a alma humana a alma do universo não tá presa a tempo nem a esp por quê Porque ela é filha
do Uno e ela se manifesta através do nous que essa mente Universal poderosa essa inteligência Divina Então como que como que uma alma pode se contentar em ficar somente atendendo aquilo que tá dentro de uma limitação material temporal espacial então dizia isso sufoca muito a alma mas ele também vai nos dar uma chave então como fazer Qual é a dica de Então para que a gente pudesse perceber melhor a nossa alma e dar vazão a ela permitir que ela se expresse um pouquinho então o plotino vai dizer olha primeiramente treine ele fala assim mesmo treine
atos nobres treine a nobreza treine elementos que são puramente humanos para que você possa ir se acostumando com essas ideias porque essas ideias elas são são espirituais elas são algo alg que nos identificam que nos reforçam a condição humana de fato então ele fala mesmo treine treine ser Nobre na sua vida em segundo lugar ou no segundo ponto né ele dizia Dev vazão a beleza reconheça a beleza em tudo mas plotino não estava falando de uma beleza no sentido físico no sentido estético ele dizia o seguinte treine a beleza para que você perceba o quê
a beleza das virtudes diz enamore das virtudes humanas Veja quanta beleza há num gesto Virtuoso e queira se aproximar disso então primeiro nobreza segundo beleza e o conceito de beleza também faz parte de uma das edas e é muito bonito recomendo que quem puder é muito bonito o que plotino fala sobre a beleza E ele fala na beleza nesta chave como um caminho para que eu possa me conectar com as minhas Fontes com as minhas origens e essa beleza é essa beleza da alma é isso que tá ligado a Esse aspecto de uma bondade de
uma de uma possibilidade de tá sempre querendo aportar algo em tudo que você vive sempre colaborar sempre aportar algo sempre deixar uma marca um registro e aquilo humanizar o processo e em terceiro então primeiro nobreza segunda a beleza e terceiro ele dizia reconheça o belo reconheça a beleza nas pessoas identifique modelos e aí então provavelmente devia estar falando de mestres de pessoas que podem nos mostrar isso um pouquinho mais claramente por quê Porque tão um passo à frente porque já tem uma percepção um pouquinho mais clara então ele dizia você necessita de ter uma referência
então Observe ele diz exatamente isso Observe o comportamento dessas pessoas que são belas que são tenha como referência Observe como elas agem como elas vivem por quê Porque a gente possa se espelhar que a gente possa ter uma uma forma de ver isso acontecendo porque senão F pode ficar um pouco solto pode ficar um pouco teórico demais então ele chamava Atenção para isso esteja na companhia de pessoas que T essa beleza interior né mas aí ele faz outra pergunta ele falou mas como é que eu vou reconhecer a beleza no outro como é que eu
sei que o outro também é belo que ele tem essa beleza que eu busco bom aí ele deu uma chave que é muito importante que também faz parte de todas as filosofias que abordam esse tema ele diz olhe para dentro de si e veja se você já tem essa beleza Veja onde h a beleza dentro de você e onde você não encontrar beleza trabalhe ali e aí ele faz uma uma imagem traz uma imagem né de um artesão né com trabalhando a pedra de si mesmo mesmo com as ferramentas de um Escultor e e lapidando
tudo aquilo então qualquer ponto ele dizia assim qualquer ponto que você encontrar que não está bem Não está equilibrado está um pouco torto Não está adequado não é bem isso trabalhe ali vá ali no detalhe vá trabalhando aquilo de maneira que você queira encontrar o máximo de beleza possível em Qualquer gesto em qualquer situação e aí ele disse uma coisa importante quando você conseguir isso você vai ver que a beleza sempre esteve dentro de você essa possibilidade sempre esteve presente mas necessitou de quê De um ato consciente da nossa parte então ele dizia o seguinte
quando você reconhecer dentro quando você tiver certeza que isso foi trabalhado dentro você tem essa convicção você não vai necessitar reconhecer fora vai reconhecer mas não será uma necessidade porque agora você tá conectado com a sua beleza interior com AL algo de Belo no universo e o que é Belo no universo tá associado ao bem isso é uma ideia platônica também então tudo que tá associado ao belo o belo leva ao bem então isso faz com que a gente se conecte E aí você vai perceber o bem em todas as coisas vai perceber o belo
em todas as coisas então não necessitará de um referencial fora porque ele já estará dentro de você e aí então ele diz aí é que você vai reconhecer as pessoas belas você vai ter essa convicção porque quê Porque ele dizia né assim como o os olhos percebem o sol porque os olhos são parecidos com o sol a nossa alma reconhece a beleza porque ela é parecida com a beleza então ela tem que se parecer tem que ter um elemento de afinidade de reconhecimento Então esse movimento Então seria o movimento ascendente que que plotino nos coloca
como algo viável como algo prático plotino não ele é muito metaf fco mas não não quer dizer que ele não seja prático ele é prático bastante inclusive eh precisa só a gente entender uma chave de colocar isso de fato de maneira bem contundente na nossa vida né Isso é uma proposta de vida né então protino nos traz toda essa possibilidade então ele dizia que a gente deveria sempre retornar Sempre buscar um referencial que fosse o quê da nossa família normalmente na família a gente não tem não tem os nossos refer iis nós não temos aquele
núcleo familiar nós temos uma família também ligada ao Celeste então que a gente nunca esqueça essa possibilidade dessa família Celeste que nos deu vida também nós temos uma vida física mas também nós temos uma vida no plano metafísico e existe essa família no plano metafísico então assim como aquele rapaz da parábola voltou pra casa do pai voltou paraas suas origens se lembrou de quem era porque foi lá nas suas referências familiares Nós também nós não podemos esquecer da nossa família que nós temos um contingente de ideias que são a nossa família porque nós também somos
uma ideia e esquecer da família é esquecer da sua própria história então por isso que nós precisamos nos lembrar e é isso que plotino nos traz então um pouquinho aí neda que é bastante extensa todas as os trabalhos de plotino são muito extensos mas muito bonitos se de de de ler e também de interpretar e de procurar viver na nossa vida então em resumo plotino nos traz isso como identificar a nossa alma sempre buscando algo do plano Celeste que tem a ver com essas ideias e que haja um reconhecimento meu que eu me identifico com
isso para além de todas as condições para além de tudo aquilo que eu já vivo algo que que quando eu me identifico quando eu tenho contato vibra em mim eu reconheço por isso eu lembro a minha alma lembra disso por quê Porque eu já vivi isso eu já tive isso em algum plano depois então para ouvir esses anseios é deixar essa alma poder se manifestar deixar ela eh vir à tona deixar com que ela se apresente e para ela se apresentar trabalhar com esses elementos buscar ter uma vida Nobre buscar sempre a beleza reconhecer a
beleza estar inspirado por modelos por pessoas por grandes personagens de vida e aí buscar fazer um trabalho interno esse trabalho interno então é que vai me gerar as convicções Porque de fato sempre esteve lá comigo e aí então estando comigo aí eu consigo identificar fora identificando fora eu lembro da minha família espiritual eu lembro das minhas origens Esse é um pouquinho então do caminho que plotino nos deixa para que a gente possa ter um pouco mais de vivência com a nossa alma que a gente possa colocar mais vida e quanto mais vida a gente coloca
mais a gente gera porque para finalizar uma pergunta que o próprio plotino coloca por que que o Uno teve necessidade de né fazer aquele processo de processão e gerar o nos e daí tudo começou por que que a unidade necessita né se expandir e plotino diz porque é tão cheio de vida é tanta Plenitude que existe ali que não não fica contido não consegue conter aquilo então extravasa e isso é o princípio é a melhor o melhor conceito que eu conheço de vida vida é aquilo que tá tão tão tão tão latente dentro de nós
e e e tá pedindo tanto para sair que quando sai transborda Mas é porque tem uma Plenitude não é porque falta alguma coisa então Ele tava dizendo isso o Uno é tão pleno tão pleno tão pleno que não se contém E aí então dessa unidade que nada se move surge então todo o movimento mas por um por um ato de generosidade é tanto que ele tem que ele necessita dar e assim também o ser humano e percebam o Uno quando dá não fica menor uma ideia quando ela se manifesta quando ela prolifera ela não fica
menor pelo contrário ela tem mais vida então a nossa alma cada vez que puder se expressar não fica menor Não fica carente não fica faltando nada muito pelo contrário ela fica cada vez mais plena cada vez ela quer dar mais esse é o princípio de uma lei chamada lei do amor que potino também fala nas suas enas [Música] h [Música]
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