Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Inspirai, Senhor, as nossas ações e ajudai-nos a realizá-las, para que em vós comece e para vós termine tudo aquilo que fizermos.
Por Cristo, Senhor nosso. Amém. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós.
Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém. Muito bem, uma boa noite para vocês, uma alegria estarmos juntos nessa transmissão ao vivo.
Hoje é ao vivo e nós vamos ter, logo depois, quando eu terminar de expor o conteúdo do programa, um pequeno intervalo, onde vocês podem fazer suas perguntas. Então, se forem surgindo aí perguntas, podem ir fazendo ao longo do programa. Então, quero acolher vocês, principalmente o pessoal do Instagram, que estão aí estreando as nossas transmissões ao vivo, através do Instagram.
E estamos na quaresma, não é? Quaresma é tempo de conversão, não é? Eis o tempo de conversão, a gente canta animado e esperemos que seja com ânimo de conversão.
Mas o que significa realmente essa coisa de se converter? Veja, eu gostaria de tratar um tema aqui bem específico, que é o seguinte: as pessoas, quando resolvem se converter, a primeira batalha que as pessoas têm é com os pecados mortais, ou seja, aqueles pecados que fazem a gente parar de comungar, não é? Começa a cometer pecados mortais, sei lá, a pessoa não vai à Missa no domingo, ou então, com facilidade, deseja o mal para os outros, um acesso de raiva, deseja mandar para o Inferno, deseja a morte, deseja a vingança, ou então tem problema com a pureza, a castidade, seja solteiro, casado, masturbação, pornografia, adultério, seja o que for, a dificuldade de cada um e, assim, a pessoa vai e combate isso daí.
No início da conversão, a pessoa quer combater os pecados mortais, mas acontece muitas vezes um fenômeno que, embora a pessoa queira se livrar dos pecados mortais, ela termina caindo de novo nesses pecados. Por que é que as pessoas caem no pecado mortal? Bom, a primeira coisa que faz com que as pessoas caiam de forma recorrente no pecado mortal é uma coisa que não é assunto desse programa.
Ou seja, eu vou falar aqui, isso daí, se você tiver que resolver, ou a gente faz outro programa, ou então você… mas eu acho que não precisa de outro programa, porque é muito simples. As pessoas recaem no pecado mortal porque, no fundo, no fundo, não tem um propósito firme, não é? A pessoa vai se confessar, aí não faz um bom exame de consciência, “Ah, eu cometi um pecado mortal, espera lá, deixa eu dar uma confessadinha para comungar, rapidinho”.
Veja, esse tipo de confissão, se é que ela depois termina valendo, eu não sei, mas vamos supor que valeu, mas a pessoa não tem aquele propósito firme, não é? Então essa é a primeira dificuldade, não faz um bom exame de consciência, não faz um propósito firme, não quer se afastar das ocasiões de pecado, sei lá, a pessoa comete adultério, mas quer continuar com amizade com a pessoa com a qual cometeu adultério, como é que vai? Aí depois fica lamentando, “Ah, mas eu caí”, etc.
Mas essas são coisas básicas, isso daí a gente ensina num curso de confissão, não é o assunto do programa aqui, ou seja, que para fazer uma boa confissão, você tem que fazer um exame de consciência, passar os dez Mandamentos, ter um bom exame de consciência, anotar os pecados graves, ir lá, confessar esses pecados graves com o seu número aproximado, quantas vezes você cometeu esses pecados graves, dizer também quais são os agravantes, os agravantes, você chega e diz assim: “Tive relações sexuais fora do matrimônio”, sim, mas você é casado? Isso é um agravante, ou então você teve relação sexual com uma pessoa que era casada, isso é um agravante, não é? Então essas coisas, pecados graves, quantidade, agravantes, confessou, fez em propósito: “Não vou mais pecar, vou acabar com as ocasiões do pecado.
Quero me livrar das ocasiões”. São Francisco de Sales tem uma comparação com relação a essa coisa de ocasiões de pecado, que você vai e dá para a pessoa um presente, as mulheres entendem bem disso, você vai e dá um presentinho todo embrulhadinho com a fita, não sei o que, etc. Aí, eu não faço isso, geralmente, mas eu vejo muitas mulheres fazerem isso, também tem homem que faz, mas vai e tira a fita com cuidado, tira, aí vai, tira com cuidado também o papel, dobra o papel bonitinho, e a fita ali, pronto.
São Francisco de Sales diz, se você faz isso, você está querendo usar aquele papel para outra coisa, olha a sua intenção, é evidente, se você está guardando o papel, se você não quer o papel para nada, você rasga o negócio, você arrebenta a fita, pronto, joga no lixo, é evidente. Então, isso é o problema da ocasião do pecado. Por exemplo, a pessoa tem relacionamentos que levaram para o pecado, mas ela quer continuar com a amizade, ela quer guardar o embrulho, o papelzinho lá, “Não, porque eu não vou pecar com essa pessoa, mas eu quero continuar amigo dela”, escuta, não vai dar certo, você tem que sair da ocasião, ok?
Então, mas isso são coisas básicas, fundamentais, que diz respeito a uma confissão bem feita, tá? Esse é o combate básico, fundamental. Não é isso que eu vou tratar nesse programa, não, isso não é o centro.
Qual é o centro? O centro é o seguinte, eu gostaria de ajudar aquelas pessoas que fizeram um bom exame de consciência, fizeram uma boa confissão, tem um bom propósito, se livraram das ocasiões, mas continuam caindo, continuam miseravelmente caindo. Qual é a razão?
Geralmente, a razão é porque a pessoa se livrou do pecado, mas não se livrou do afeto ao pecado. São duas coisas diferentes. Veja, o pecado, ele acontece na vontade, quando eu consinto, não é?
Só que a pessoa fica secretamente nutrindo aquele gostinho da coisa pecaminosa, tá? São Francisco de Sales dá um exemplo na Filoteia. Um exemplo da pessoa que tinha o pecado da vingança, alguém fazia alguma ofensa, ia lá, bate no outro, se vinga, faz, não sei o quê, mata, manda matar e ele diz assim, a pessoa vai e se arrepende, faz uma boa confissão, confissão bem feita, saiu das ocasiões, vendeu todas as suas armas, o que ele tinha, saiu da gangue, de todas as ocasiões que estavam lá do pecado.
Mas todas as vezes que acontece alguma ofensa contra ele, que acontece alguma injustiça contra ele, ele vai, não deseja o mal para a pessoa, não está desejando o mal para ninguém, mas ele vai na roda de amigos e diz assim: “Se Deus não condenasse ao Inferno quem mata, quem faz alguma coisa de vingança, eu faria, eu seria capaz, mas não estou fazendo, não estou consentindo, não quero a morte da pessoa, não quero a morte. Mas olha, é porque Deus está mandando e eu estou obedecendo”. Você vê claramente que a pessoa nutre, ela olha para a vida de quem está lá na gangue, se vingando, fazendo as coisas e tal, e diz: “Nossa, aquilo lá é que é vida, que pena que eu sou católico.
Ah, sou católico e Deus proíbe, né? Se Deus não mandasse para o Inferno quem faz isso, eu faria, não mandasse”, ou seja, a pessoa não consente com o pecado no ato da vontade, mas na concupiscência, no desejo carnal, a pessoa quer fazer o negócio. E é isso o problema trágico e fundamental de quem, por exemplo, tem problemas sérios como masturbação e pornografia.
Isso é uma epidemia, epidemia. Eu que atendo no confessionário vejo a dificuldade das pessoas. A pessoa vai, se confessa, fez um bom exame de consciência, fez um bom propósito, etc.
, etc. Mas o que acontece? O que acontece é que ainda tem uma saudade das cebolas do Egito.
Você sabe essa história das cebolas do Egito, não é? Ou seja, o povo de Israel saiu de lá do Egito, da escravidão do Faraó, quando estava no meio do deserto, servindo a Deus, livre, liberto, etc. , etc.
, lá pelas tantas começa a murmurar porque “Nossa, no Egito tinha cebola, a gente comia cebola. Moisés trouxe a gente aqui nesse lugar deserto e não tem cebola. Não tem cebola, não tem carne”, etc.
, etc. Existe um afeto, a pessoa fica olhando, usando uma comparação, é como se a gente pegar aquela metáfora, aquela comparação que Santa Teresa usa no Castelo Interior, a pessoa que está dentro do castelo, ela está em estado de graça, ela se confessou, só que as pessoas que estão na primeira morada, que acabaram de se converter, que estão em estado de graça, tem muita gente que está lá com a janela aberta, olhando para o mundo lá fora do castelo e dizendo: “Nossa, aquilo é que é a vida, hein? ”, invejando o mundo, invejando o mundo.
Então, existe uma coisa que a pessoa, no ato da vontade, ela diz: “Eu não vou mais ver pornografia, eu não vou mais me masturbar”, mas tem uma raizinha dentro dela nos afetos, que diz assim: “Ah, mas se eu pudesse era bom, não é? ”, ela não está fazendo nenhuma fantasia, não está pensando em sexo, nada disso, não está pecando, mas tem ali que pode ser que ela não verbalize, pode ser que ela não diga isso, mas ela sempre olha. É como o drogado que não toma droga, mas olha para aqueles que tomam droga e diz: “Nossa, eles podem.
Eu não posso, que chato”. Ou, para pegar uma comparação mais próxima de vocês, talvez, é como aquela pessoa que está fazendo uma dieta. Quaresma, não é?
Você está lá, agora eu estou fazendo uma comparação fora do pecado, tá? Até aqui eu dei exemplos de pecado, agora eu vou dar um exemplo de afeto que não está no pecado. Você está na quaresma e você, sei lá, está deixando de comer doce.
E você, ao invés de renunciar ao doce, também afetivamente, você não come doce, você fica olhando para o doce, você vai pesquisando na internet para ver fotos de doce, fica lembrando como é o gosto do doce. Quer dizer, você está se torturando, não é? Você tem que.
. . não é que tem, assim, estou dando um conselho, corta o afeto.
Então, no caso aqui do doce, da dieta, você tem que decidir. Tem pessoas, por exemplo, que não podem comer coisas com lactose, coisas com glúten e companhia limitada, só que elas entram nessa coisa, mas não entram na reeducação aqui, na cabeça. Você tem que olhar, sei lá, para um sorvete com leite, te faz mal, então, você tem que olhar para aquilo lá como se fosse ração para cachorro, “Não é comida para mim”.
Pronto. Muda a mentalidade. Porque se você não muda a mentalidade, você vai se torturar a vida inteira.
Porque o problema não está no estômago, está aqui. Mas, enfim, eu não estou aqui para dar sugestões de dieta, mas é uma coisa da reeducação. A coisa principal, então, veja, com relação à queda de pecados, é que a pessoa nutre um afeto com o pecado.
Agora, se você entender o problema, ou seja, a pessoa tem uma vontade que diz “Não vou pecar”, só que essa vontade não é tão firme, porque ela está sendo roída o tempo todo pelo afeto que sente saudade do pecado, pelos sentimentos. Por exemplo, pessoas que vivem a castidade e entram numa espécie de coitadismo, de vitimismo, sei lá, porque você, sei lá, houve uma separação, o seu cônjuge, a pessoa com a qual você é casada, abandonou você e você não pode mais ter relações sexuais, ou porque você é solteiro, ou porque você é viúva, ou porque você é celibatário, até celibatário, até como celibatário tem essas coisas. A pessoa olha para a vida de quem tem relações sexuais e fica dizendo assim: “Nossa, se eu pudesse, nossa, se, aí eu não posso, aí eu vou fazer o quê?
”. É o vitimismo, um vitimismo, um coitadismo, “Eu não posso, eu sou, Deus me proíbe, por que eu não posso? ”, então, aqui tem um problema de você estar se torturando com esses afetos.
Isso não vai funcionar. Uma pessoa que está com esses afetos, de São Francisco de Sales, essa pessoa está em grande perigo. Além de estar em grande perigo, está numa situação miserável, porque vive um Inferno interior, porque nunca está feliz com aquilo que ela está vivendo, que ela tem que viver.
Nunca está feliz com a obediência, com os Mandamentos. No caso aqui da castidade, nunca está feliz com a pureza. Então, o que a gente precisa fazer?
A gente precisa entender que a confissão, estou aqui supondo, olha lá, eu gastei sete minutos no início do programa só para dizer que eu estou supondo que a confissão foi válida, se você se confessou validamente, mas cai, recai, recai, recai, recai, recai, recai, é bem provável que o problema seja nesse afeto. O que é que acontece? O que acontece é que você tem que melhorar a sua contrição.
Pum, chegamos no centro do que eu quero explicar. O que é que é contrição? Santo Tomás de Aquino, no suplemento da Suma Teológica, quando ele vai explicar o que é contrição, ele parte da etimologia.
Etimologia, contrito, quando você tritura uma coisa, uma coisa triturada, contriturado, uma coisa triturada não é uma coisa que quebrou somente, mas quebrou e você estilhaçou em pequenos pedacinhos assim, triturou o negócio e virou farinha. Então, a contrição, arrependimento do pecado é assim. Você leva para a confissão, se você leva para a confissão um coração que se arrependeu, mas ele está somente atrito, ou seja, quebrou, mas estão uns pedações assim, a confissão vai ser válida.
Ou seja, você está arrependido, por quê? Porque você sabe que com o pecado você perdeu o Céu, onde você vai amar a Deus, etc. , etc.
, que você mereceu o Inferno. Então, tem uma certa razão sobrenatural para você, só que não está verdadeiramente contrito com aquele amor por Deus. Um amor por Deus.
Veja, vou dar um exemplo. Já que eu estou falando da questão de pornografia e masturbação, imagine que a pessoa tem dificuldade de manter, se livrar das fantasias sexuais, está sempre com aquela proposta de fantasias sexuais, sempre aquela coisa, etc. e ela vê que isto é uma coisa que ela tem que manter, “Porque senão eu vou para o Inferno, porque senão é pecado, porque se não eu vou para o Inferno, porque senão é pecado”.
Veja, essa é uma questão, “Eu preciso ir para o Céu, eu não posso ser condenado, está errado, senão eu não posso comungar”, etc. , etc. Ótimo.
Tudo isso, se você faz isso e tem ali um mínimo de amor por Deus, está ótimo. Só que você precisa aumentar esse amor por Deus. Quando você ama, o pecado se torna repugnante.
Deixa eu explicar o exemplo que eu ia dar. Você tem uma lei que proíbe você de matar, mas quando você diz assim: “Eu amo a minha mãe, eu jamais pensaria em matar a minha mãe, eu não preciso dessa lei”, tem uma coisa que diz para você que você não pode ter pensamentos impuros: “Eu amo a minha mãe, eu jamais pensaria em pensamento impuro com ela”, aquilo é até repugnante só de colocar a hipótese. Veja como o amor muda as coisas.
Então aqui vem a coisa do amor por Deus, o amor a Deus. Se você consegue fazer surgir dentro do seu coração um amor maior por Deus, que é aquilo que a gente chama de contrição perfeita, então você vai se livrar do pecado. Você tem que buscar perseguir a contrição perfeita.
E a contrição perfeita quer dizer um arrependimento baseado no amor. Veja, a contrição imperfeita é suficiente para confessar. Já confessou?
Teve a contrição, foi imperfeita, tudo bem, mas só que, gente, não é que “Ah, confessei, pronto, acabou, está resolvido”, não, confessou, agora aquele arrependimento ali tem que aumentar por amor a Deus. E como que faz para aumentar? Como que faz para, veja, o que é a atrição?
A atrição é dizer assim: “Eu me arrependo porque perdi o Céu, mereci o Inferno, e eu sei que Deus não quer, e por obediência e amor servil a Deus, eu me arrependo. Está bom, pronto”, essa é a atrição. A contrição perfeita é quando você: “Meu Deus, eu vos ofendi” e você fica voltado para Deus porque foi uma ofensa a Deus, e eu amo tanto Deus, como que eu fui fazer isso com Deus?
Totalmente voltado para Deus. Como que eu passo dessa situação, onde estou muito preocupado comigo, com o Céu, com o Inferno, para uma outra situação, onde eu estou mais voltado para Deus, para agradar a Deus, para dar glória a Deus, para não ofender a Deus? No meio existe uma, digamos assim, uma ponte que você pode usar, que vai ser muito importante para você chegar nesse, romper o afeto com o pecado.
É você meditar a respeito do amor de Deus e ver em você ingratidão. Veja, a palavra ingratidão aqui, ela é chave fundamental. Essa é a chave de ouro do que eu estou te dizendo e estou te ensinando como que você pode alcançar uma contrição perfeita.
Porque o conceito de chegar e dizer “Eu ofendi a Deus”, para o homem moderno, sobretudo, parece uma coisa muito abstrata, muito fora. Se você coloca e vê os bens que Deus te deu, como Ele criou você. Pensa bem, eu existo há 53 anos, vou ser 54 esse ano, antes disso, milhões e milhões de anos, eu não existia, eu era nada e Deus, sem que nada o obrigasse, resolveu me fazer.
E não somente Ele quis me fazer, olha que beleza, Ele quis me dar a fé, me fazer membro da Igreja e me convidar para ser feliz no Céu. Eu não tenho que ter gratidão por isso? Você precisa exercitar mais a gratidão por Deus e enxergar as coisas de Deus, como Deus amou você e quando você então enxerga que Ele morreu na cruz por você.
Estamos na quaresma, domingo agora, quinto domingo da quaresma, nós vamos começar o tempo da Paixão, vamos focar mais na Paixão de Nosso Senhor Jesus Cristo, Ele morreu por mim. Pega um crucifixo na sua casa, se coloca diante do crucifixo, veja que sofrimento Jesus está passando na cruz, suas feridas e Ele está lá pensando em você e amando você. E veja no seu coração a sua ingratidão e como você precisa agradecer, meditar, ou seja, você está entendendo o que eu estou dizendo?
Para você sair desta coisa de cair no pecado mortal, cai no pecado mortal, cai uma vez, cai duas vezes, você precisa meditar sobre o amor de Cristo por você e a sua ingratidão, a sua ingratidão. Se você meditar sobre essa ingratidão e, por consequência, começar a agradecer, começar a louvar, “Obrigado, meu Deus, eu existo, olha que beleza, obrigado, meu Deus, porque morreste por mim na cruz, porque me desse os Sacramentos, porque me destes a oportunidade de confessar”, etc. Você ao fazer esta coisa de ver sua ingratidão, você vai surgindo, vai crescendo o amor e vai surgindo a contrição.
Veja, muita gente tem uma ideia de que a contrição perfeita é dificílima de alcançar. Calma, a contrição perfeita ela é difícil de encontrar, porque as pessoas não estão tentando, não estão pedindo, não estão querendo, mas ela não é difícil de alcançar. Deus não pediria de nós uma coisa difícil assim.
É que nós não estamos buscando, nós não estamos querendo amar, nós não queremos o amor. Então, é aqui que está a coisa. Só para, se você se perdeu no que eu falei, vamos lá.
Resuminho do que eu falei até agora: você quer verdadeiramente, você precisa primeiro ter atrição. Da atrição você passa para essa realidade de enxergar a sua ingratidão e pedir perdão a Deus pela ingratidão e você vai ver que vai começar a surgir a contrição cada vez mais perfeita. Porque a contrição, gente, ela tem graus, uma pessoa já tem contrição perfeita quando ela já enxerga a ingratidão dela, já tem ali um amor, já tem ali alguma coisa que ela enxerga.
Então ela vai crescer nisso e crescendo nisso vai firmando o seu propósito, vai firmando a sua vontade, a vontade vai ficando cada vez mais sólida, cada vez mais robusta para não cair mais. Porque ela vai enxergando e vai vendo o amor com que ela foi amada. Então aqui essa coisa é bem importante, é o foco da coisa.
E para ajudar as pessoas que têm dificuldade concreta com essa coisa de pornografia e de masturbação, eu sugiro para vocês um pontinho de meditação que está aqui na Filoteia: introdução à vida devota, de São Francisco de Sales, no primeiro livro, na primeira parte da Filoteia, tem no capítulo 14 uma meditação sobre o juízo final. Eu acho que essa meditação é bem importante para as pessoas que têm dificuldade com masturbação e pornografia, porque São Francisco de Sales nos leva lá no juízo final, no momento em que os corpos ressuscitam. O mundo acabou, vem o juiz que é Jesus, os corpos vão ser levados para o julgamento no Vale de Josafá.
E todos os corpos ressuscitarão, dos justos e dos pecadores, daqueles que irão para o Céu e daqueles que irão para o Inferno. Só que, o que é que faz a ressurreição? São Francisco de Sales não diz, eu estou aqui refletindo em cima.
Deixa eu ler primeiro o que é que ele diz para eu refletir, São Francisco de Sales diz assim: “Depois desse dilúvio de chamas e de coriscos”, ele coloca o fim do mundo, “acabar em chamas, todos os homens ressuscitados da terra, salvo os que já ressuscitaram, à voz do arcanjo comparecerão no Vale de Josafá. Mas, ai de nós, com que diferença! Porque uns estarão com corpos gloriosos e resplandecentes e outros com corpos hediondos e terríveis”.
Veja, o que é que faz a ressurreição dos mortos? A ressurreição dos mortos faz com que os nossos corpos tomem a aparência de nossas almas. A alma que peca mortalmente, ela fica horrorosa, só que hoje você não vê isso.
Hoje, uma pessoa que está lá, a atriz pornográfica, o ator pornográfico que está lá na pornografia, ela está cometendo um pecado horroroso, portanto, a alma daquela pessoa está em um estado horroroso. Santa Teresa de Ávila descreve, nas primeiras moradas, ela diz: “Conheço uma pessoa”, ela está falando dela, só que por modéstia ela diz que não é ela, mas “conheço uma pessoa a quem Deus deu a graça de enxergar o que é que é uma alma em pecado mortal” e se as pessoas vissem o que é que é uma alma em pecado mortal, como aquele negócio é horroroso, ninguém pecaria. Santa Catarina de Sena já sentiu o cheiro, que é pior do que um cadáver podre.
Quando você passa na estrada e tem um animal morto, aquele cheiro horroroso, uma alma em pecado mortal cheira pior do que isso aí. Só que, claro, as pessoas em pecado mortal, você olha para os corpos, e os corpos estão belos, jovens e bonitos, não transmitem a figura da alma. Mas na ressurreição dos mortos dessas almas, o corpo acompanhará a alma, e essas pessoas serão verdadeiros monstros.
“Esses corpos”, diz São Francisco de Sales, “vão ser hediondos e terríveis, e das pessoas em estado de graça serão luminosos, serão gloriosos” e aqui, se você refletir sobre isso, sobre a verdade, a verdade que é que os corpos que você hoje admira na pornografia vão ser verdadeiros monstros na ressurreição dos mortos, se essas pessoas não tiverem a graça, obtiverem a graça de se converter antes de morrer. E muitos morrem sem conversão. A quantidade de atrizes e atores pornográficos que morrem jovens por doenças, overdose, suicídio, etc.
, é uma coisa escabrosa. Os cadáveres que a indústria pornográfica esconde é um negócio medonho. E você, consumindo pornografia, você está alimentando isso.
Está alimentando não somente a morte eterna dessas pessoas, até a morte física também, porque, claro, as pessoas estão sendo usadas, e o cérebro não aguenta aquilo. As pessoas terminam indo para a droga, terminam cometendo suicídio, vivendo uma vida maluca, e muitos morrem bastante jovens. Agora, pense na verdade sobrenatural, pense num corpo, sei lá, de São Pedro de Alcântara.
Santa Teresa dizia que ele fez tanta penitência que o corpo dele parecia um corpo feito de raízes, o nó das raízes, os ossos. Mas quando ela viu ele, depois a morte viu, disse: “Ó, bem-aventurada a penitência que deu origem a tanta glória”, então, o corpo dele aqui era um corpo macilento, todo alquebrado. Como São Pedro de Alcântara ressuscitará glorioso e luminoso?
Que corpo extraordinário será, enquanto outros que viveram uma bela vida vão ressuscitar como verdadeiros monstros disformes, desfigurados. E essa é a coisa, enxergar isso. Uma vez que você enxergou isso, você enxergar que Jesus veio a este mundo, assumiu o nosso corpo, nossa natureza humana, ficou desfigurado na cruz para poder levar você para essa glória do Céu.
E ver a sua ingratidão, enxergar, ver o amor com que você foi amado, Deus quer que você um dia seja um corpo glorioso, transfigurado, cheio de glória, luminoso. Respeite o seu corpo, não profane o seu corpo. Grande gratidão a Deus.
E aí com essas reflexões, rezando sobre essas coisas e fazendo, enxergando a sua ingratidão, vai surgindo gratidão, vai surgindo amor e vai surgindo a contrição cada vez mais perfeita. Você não deve pensar em contrição somente quando você está em pecado mortal, “Ah, eu estou em pecado mortal, vou fazer um ato de contrição”. Não, ato de contrição você tem que fazer todos os dias, várias vezes por dia, o seu dia inteiro.
Como? É que a palavra ato de contrição ficou um pouco viciada, mas a gente não sabe muito o que é a referência. O ato de contrição é enxergar o amor de Deus e enxergar a nossa ingratidão.
E querer reparar isso, querer amá-lo de volta. Se a gente cresce nisso, cresce solidamente. Vamos então começar com a pergunta do Washington de Souza, no YouTube, ele pergunta o seguinte: “Padre, se a gente cai no pecado mortal da soberba, ainda tem solução, tem perdão?
”, sim, Washington, tem solução e tem perdão. Não somente, no fundo, no fundo, todos os pecados que nós cometemos podem não ser pecados específicos de soberba, mas eles têm uma raiz de soberba. Porque existe a soberba enquanto tendência dentro de nós, que é aquilo que a gente chama de pecado capital.
São Gregório Magno diz que a soberba é a raiz dos outros sete pecados capitais e que tudo deriva dali. Então, enquanto nós estamos lutando com os pecados, nós temos essa raiz de soberba dentro de nós. Como se resolve isso?
Pela humilhação e humildade: “Humilhai-vos diante de Deus, Deus dá as suas graças aos humildes e resiste aos soberbos”. Mas a soberba, enquanto nós estamos aqui nesse mundo, você pode sempre se humilhar. Essa é a beleza.
Satanás já não pode mais, os condenados ao Inferno já não se humilham mais, eles já estão em um estado como que petrificado no seu pecado. Nós não, nós podemos nos humilhar, podemos voltar atrás. Uma pessoa no Instagram pergunta o seguinte: “Padre eu tenho trinta anos e ainda sou virgem, por que não me sinto feliz por isso?
Por que não sou feliz por ter essa pureza? Por que não vejo mais vantagem nisso? Por que me vejo ultrapassado?
”. Veja, o que acontece é o seguinte, nós estamos em uma cultura da morte e, infelizmente aquilo que é louvado, aquilo que é colocado como sendo positivo, geralmente é aquilo que realmente não importa, ou seja, nós estamos em uma cultura que está toda montada em cima daquilo que apodrece. Mas pense bem, se coloque na hora da morte.
Diante de Deus, o que é que vai verdadeiramente ficar? Jesus disse para Santa Marta, que nem era tão pecadora assim, mas serve para nós e para os pecadores: “Marta, Marta tu te inquietas e te agitas. Maria”, que segundo a tradição era pecadora e se converteu, “ela escolheu a melhor parte, aquela que não lhe será tirada”.
Gente, nós temos que construir a nossa vida em cima daquilo que não vai ser tirado, não vai ser tirado, ou seja, eu vou perder a minha força física, eu vou perder a saúde, mas se eu tiver dentro de mim a graça, a santidade, o coração de criança, nada disso vai ser tirado, isso fica. Então, “Bem-aventurados os puros porque verão a Deus”. Então, agora o que eu aconselho você um pouco é que talvez essa pureza sua precisa ser aprofundada, ou seja, você é, eu não sei se é homem ou se é mulher, você é puro ou é pura fisicamente, mas é necessário ter aquela pureza de quem vê a Deus pela fé.
Aquela pureza de quem enxerga na pureza uma liberdade, uma capacidade de amar que quem é escravo do pecado não tem. Então, vamos lá. Outra pergunta, o Bartolomeu está perguntando o seguinte no site: “Uma vez que a contrição perfeita perdoa os pecados mortais, nesse caso, qual seria a necessidade do Sacramento da Confissão?
”. Veja, Bartolomeu, a contrição perfeita de fato perdoa o pecado mortal. Só que ela supõe que você tem um propósito de se confessar porque a necessidade de confessar os pecados mortais é um Mandamento de Nosso Senhor.
Então, vamos supor, faz de conta aqui, que a pessoa cometeu adultério e ela, de fato, alcançou a contrição perfeita. No momento em que ela alcança a contrição perfeita, o pecado dela é perdoado. A confissão só vai confirmar isso, mas o pecado já é perdoado naquele momento.
Só que se ela, por um ato de rebeldia, depois chega e diz “Ah, mas não vou me confessar”, ela perdeu o estado de graça, ela perdeu o estado de graça não com o adultério do qual ela já foi perdoada, o adultério não volta, entendeu? Mas perdeu o estado de graça pela rebeldia da desobediência. Então, vamos supor, a pessoa comete o adultério, se arrepende, aquilo lá está perdoado.
A contrição perfeita perdoa os pecados, sim, senhor. Só que muitas pessoas que alcançam a contrição perfeita ficam em dúvida, “Mas será que eu tive a contrição perfeita suficiente? ”.
Então vai para a confissão, porque a confissão ratifica aquilo e coloca o coração da pessoa em paz. Se a contrição era perfeita, já estava perdoada. Só que é importante você entender que toda a contrição perfeita inclui o propósito de se confessar, inclui o propósito de se confessar.
Por quê? Porque se não tiver lá esse propósito, a pessoa, na realidade, está cometendo um outro ato de pecado mortal e perdendo o estado de graça. O estado de graça que ela ganhou com a contrição perfeita, ela perdeu com a rebeldia.
Muito bem. João Wellington, no Facebook, pergunta o seguinte: “É possível se libertar dos pecados mortais sem a confissão com o padre? ”.
Sim, João Wellington, é aquilo que eu acabei de dizer, com a contrição perfeita, ou seja, a contrição que a pessoa tem, onde ela está arrependida. Vamos aqui explicar melhor. Existem dois aspectos da contrição perfeita: um é na vontade e o outro é nos afetos.
Quando uma pessoa está arrependida com a contrição perfeita, de ter ofendido a Deus, de não ter amado a Deus, de ter feito um ato que ofendeu o amor de Deus, essa pessoa pode acontecer que chore, sinta verdadeiramente uma emoção contrita. Isso não é o essencial da contrição perfeita, tem gente que se emociona mais, tem gente que se emociona menos. Então, isso daí é uma coisa que pode ter, pode não ter.
O que precisa ter é o ato da vontade, lá dentro, onde a pessoa enxerga que o pecado ofendeu a Deus e “Eu não quero mais ofendê-lo, porque ele me amou tanto, eu quero amá-lo de novo”. Se essa realidade acontece dentro de você, o seu pecado está sendo perdoado ali na hora. Vamos supor que você pecou de noite e você não pode se confessar naquela hora.
Não tem Igreja aberta, você não vai encontrar um padre, etc. Não espere a confissão, faça a contrição naquele momento, a mais perfeita possível, que é voltada, a diferença da contrição para a atrição é que a contrição é voltada para o não quero mais ofender a Deus ou Deus, olha o meu coração ingrato, eu vos amo Senhor. Isso é uma graça que não é difícil de alcançar, ela só é difícil de encontrar por causa da nossa ingratidão, lerdeza e dureza de coração, só isso.
Mas pense que a contrição perfeita era o único jeito que tinha das pessoas se salvarem no Antigo Testamento. E as pessoas se salvavam. É que Deus nos deu pelo Sacramento da Confissão uma facilidade, mas essa facilidade do Sacramento da Confissão que aceita a atrição e eleva aquilo para obter o perdão, isso não deveria ser para nós um empecilho, não deveria ser uma muleta, uma desculpa para você nunca atingir a contrição perfeita.
Não, você vai, se confessa e vai lutar para ter a contrição perfeita. Entendeu? Porque isso é muito bom espiritualmente para você e quanto mais você se exercitar nisso, mais diante das quedas, etc.
e tal, você vai se livrando da miséria e do pecado. Então, uma contrição perfeita, de realmente ter, se arrepender de ter ofendido a Deus, que é sumamente bom e digno de ser amado, isso daí é uma graça, não é difícil de alcançar. Só que o problema é que uma vez que você alcança essa graça, como é que você vai estar certo, absolutamente certo de que alcançou?
A gente não tem essa certeza. Então, por isso, Nosso Senhor mandou que nós confessássemos os pecados, isso é de fé, isso foi determinado por Nosso Senhor, mas foi solenemente proclamado como dogma no Concílio de Trento, nós precisamos confessar todos os nossos pecados mortais. E, se você não faz isso, você é um rebelde.
Mas, de fato, é possível, nesses tempos agora de pandemia, em que muita gente não está tendo condições de se confessar, gente, é a contrição, é a contrição, não deixe que o seu escrúpulo impeça você de fazer um ato de contrição, faça um ato de contrição o mais perfeito que você puder e se abandone nos braços da Nossa Senhora e depois se confessa, tão logo puder, não é? Mas, saiba que, se você alcança a contrição, você já está perdoado. Repito obsessivamente: todo ato de contrição perfeita inclui dentro dele o propósito de obedecer a ordem de Nosso Senhor de que a gente tem que confessar.
Se você desobedece, você não fez de contrição perfeita coisa nenhuma, tá? Muito bem. Giovana Medeiros, no YouTube, pergunta o seguinte: “Padre, como fazemos para não alimentar os nossos afetos em relação ao pecado?
”, Giovana, essa coisa sempre passa pela inteligência, pela reflexão, pela meditação. Você tem que rezar e pensar nas verdades de Deus. Deus diz para nós que o pecado é uma coisa horrorosa.
Então, nós temos que, enxergando isso o mais claramente possível, a nossa vontade vai ficando mais firme, não é? E aí, isso vai matando os afetos porque você vai enxergando a malícia do pecado e a bondade de Deus. A malícia do pecado e a bondade de Deus.
A malícia do pecado e a bondade de Deus. Então assim, nós não temos noção do que é um pecado mortal. Para tentar ajudar você nessa reflexão, eu diria o seguinte, olha só, pense que Lúcifer foi condenado ao Inferno por um pecado mortal.
Depois ele continuou pecando, mas a condenação foi por um. Então, veja, para um pecado mortal merecer o Inferno eterno, esse negócio precisa ser uma coisa muito horrorosa, muito terrível. É que a gente não enxerga, é que o pecado, o Cardeal Giacomo Biff costumava dizer que o pecado é uma invenção angélica e nós seres humanos não entendemos o pecado.
Quem inventou o pecado foram os anjos rebeldes. E nós seres humanos, a gente sempre acha que o pecado é um negócio assim, não é tão importante, mas os anjos sabem a gravidade do pecado. Um pecado mortal é horrível, é tremendo.
Para você refletir a gravidade do pecado, uma outra forma que nos ajuda a enxergar isso é o remédio, ou seja, se o remédio do pecado mortal é que Deus se fez homem e morreu por nós, se para nos curar do pecado nós precisamos do Sangue do próprio Deus, então o negócio é muito grave. Se você vai ao médico, o médico diz: “Pode tomar uma aspirina e está resolvido”, você diz “A doença não é nada”. Se você vai ao médico, o médico diz: “Quando vai ser a primeira sessão de quimioterapia?
”, opa, você assusta, porque o remédio é grave. Marcos Ventura no Instagram pergunta o seguinte: “Como o rosário pode nos ajudar no combate contra o pecado? ”.
Marcos, muito obrigado por essa pergunta. O rosário de fato ajuda, por quê? Primeiro porque ele é uma meditação, a essência do terço do rosário é a meditação dos mistérios.
E quanto mais a gente medita sobre os mistérios do amor de Deus, mais firme fica a nossa vontade para não voltar a ofendê-lo. Mas além disso, a própria saudação angélica, ou seja, a Ave Maria, ela tem uma força, por quê? A força de, assim, só no Céu nós vamos ver a força de uma Ave Maria, porque uma Ave Maria faz tremer o Inferno porque Lúcifer tinha a graça.
Lúcifer era cheio de graça antes de pecar. E quando a gente joga na cara dele que Nossa Senhora é cheia de graça, ele treme. Nós dizemos: “O Senhor é convosco”, Lúcifer nunca viu Deus e nunca verá.
Nossa Senhora está com Deus. E ele morre de inveja porque ele sabe que nós temos a chance de ir também e de ver Deus. Deus, nossos anjos da guarda, nossos santos de devoção, querem nos levar para o Céu para nós reinarmos na glória e vermos Deus face a face.
Os demônios morrem de inveja porque eles jamais virão a Deus. Então, quando você diz “O Senhor é convosco”, o Inferno treme. Então, a força da Ave Maria é maravilhosa e a questão da meditação dos mistérios do rosário, que são muito importantes.
Rosi Gardim, no Facebook, pergunta o seguinte: “Padre, se Deus não se lembra mais do pecado, por que existe o Purgatório? ”. Veja, Rosi, o que acontece é o seguinte, Deus não se lembra do pecado, mas não quer dizer que as consequências do pecado não existem.
Elas existem e elas continuam aí. Vamos supor, quando alguém comete um assassinato, um sujeito mata o filho, os pais podem perdoar e se esquecer do pecado, mas o filho morreu, houve ali uma desordem, aquilo não volta. As consequências do pecado ficam.
Então, assim como no assassinato aquela pessoa morreu e ela não vai voltar mais, claro, se está no Céu, glória a Deus, vai ressuscitar também no último dia, mas não vai voltar para esta vida agora. Também, quando você faz um pecado, você tem consequências dentro de você, na sua alma, no seu coração, que estão aí. Não é que você faz o pecado e sai ileso.
Está perdoado. Perdoado é uma coisa. Perdoado da culpa eterna.
Mas não perdoado, não foi restabelecida a desordem que foi criada na sua alma. E é por isso que o Purgatório é uma grande misericórdia de Deus para conosco, porque nos dá a possibilidade, se a gente não fizer a tarefa de casa, que é restabelecer a ordem nessa vida, a gente tem a chance de, no Purgatório, restabelecer. Eliane no Instagram pergunta, e essa é a nossa última pergunta de hoje, que a gente já vai concluindo o nosso programa: “Como reparar os pecados cometidos no passado?
”. Veja, Eliane, aqui é uma das coisas mais importantes que uma verdadeira contrição carrega dentro dela que é o fato de que, se eu amo, eu quero reparar. E como que eu reparo?
Vamos supor, eu ofendi minha mãe, sei lá, falei uma palavra grosseira com ela. Como que eu reparo? Amando.
Eu vou lá, peço perdão, “Ô, mãezinha querida”. Aí eu dou um presente para ela. Eu dou um beijo.
Digo: “Mãe, desculpa, foi, eu não sei onde que eu estava com a cabeça, quando eu falei aquela coisa para a senhora. Por favor, eu amo” e você vai cobri-la de amor. E é assim que a gente faz para reparar o pecado.
É com amor. Esses atos de amor podem acontecer, por exemplo, com sacrifícios, onde você, por exemplo, em honra a morte de Cristo na cruz, você vai e oferece um pequeno sacrifício, sei lá, pela sede de Jesus na cruz, eu vou ficar sem beber água por quinze minutos, quando eu tiver vontade de beber, aqui em Cuiabá é uma penitência boa, porque aqui é bem quente, “Estou com vontade de beber, só com a boca seca. Eu vou esperar para beber dez minutos”, olho no relógio, daqui a pouco, “Jesus, eu vos amo.
Vós sentiste sede por mim na cruz”. Opa, passou dez minutos. Glória ao Pai, pronto, bebo.
Assim, gestos de amor. Gestos de amor. E é assim que se repara.
Então, Deus abençoe vocês. Uma alegria estarmos juntos. Quaresma, continua firme aí.
Vamos pedir a Deus a graça de romper todos os laços com o pecado, romper todos os laços afetivos e ter uma verdadeira contrição, um verdadeiro amor por Nosso Senhor. Nossa Senhora, abençoe. São José está chegando aí, dia de São José, dia 19 de março, vamos honrar o nosso pai e senhor São José.
Deus abençoe vocês. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.