DEADPOOL E WOLVERINE | REVIEW | COM SPOILERS

Oi, eu sou Gustavo Cunha e hoje é dia de  falar de Deadpool e Wolverine com spoilers. Muito bem, cara, primeiro as primeiras coisas. Muita gente perguntou nos comentários do vídeo sem spoilers como os eventos desse filme vão afetar a  narrativa do MCU da Marvel daqui pra frente.

E a resposta é muito simples, cara. Eles não vão. Não  muda absolutamente nada no MCU, o universo 616, com a chegada do Deadpool e com os eventos  de Deadpool e Wolverine, simplesmente porque com a exceção daquela cena com o Happy Hogan  no início do filme, nenhuma outra parte da história acontece no universo principal da Marvel.

Aliás, vamos começar a desatar os nós por aqui, porque isso pode ter ficado um pouco confuso  pra algumas pessoas. Afinal de contas, como, diabos, o Deadpool foi parar no Universo  616 e depois saiu de lá no início do filme? O que acontece é que, como nós vimos  na cena pós-créditos de Deadpool 2, o Wade usou o dispositivo do Cable  pra visitar várias outras realidades e consertar coisas que ele achava que  estavam erradas.

Ele salvou a vida Vanessa, matou aquela versão horrorosa dele  próprio de X-Men Origens: Wolverine, salvou o Peter de morrer com a X-Force e impediu o  Ryan Reynolds de fazer o filme do Lanterna Verde. Pois bem, no meio de tudo isso, ele também  deu um jeito de ir até o universo 616 e conseguir uma reunião com o Happy Hogan  pra pedir pra entrar nos Vingadores. Esse evento ocorre em 18 de março de 2018, na  Linha do Tempo Sagrada, o universo 616, portanto se passa depois de "Deadpool 2" no universo  da Fox e depois de "Thor: Ragnarok" no MCU, pouco antes de "Vingadores: Guerra Infinita".

Isso significa que os Vingadores ainda existem (embora sem o Capitão América) e que o  Tony Stark ainda está vivo nessa época. Após essa tentativa fracassada, o Wade  retorna para a realidade nativa dele, que é a Terra-10005 e destrói, segundo ele próprio,  o equipamento de viagens no tempo do Cable. Dessa forma, a única conexão do Deadpool com o MCU  agora é o fato de que ele se tornou um aliado que pode ser usado pela AVT quando o multiverso  estiver em perigo, o que significa que ainda existem grandes chances de ele aparecer  do lado de gente como o Doutor Estranho, a Pantera Negra e o Sam Wilson no futuro, quando  Vingadores: Guerras Secretas, que é um filme sobre o colapso do Multiverso, acontecer.

Na verdade,  é praticamente certo que ele e o Wolverine vão aparecer nesse filme, que vai encerrar essa  confusa e inconstante Saga do Multiverso. Mas as confusões com as linhas do tempo não  terminam por aí. Porque Deadpool e Wolverine estabelece que o universo de todos os filmes  da Fox é um único universo, enquanto que a gente sabe que as coisas não eram bem assim.

Por anos, a linha do tempo dos X-Men da Fox levou os fãs a acreditarem que a franquia  de filmes dos X-Men acontecia em diferentes linhas do tempo. Só isso poderia explicar ter  duas Jean Grey diferentes, se tornando a Fênix em momentos diferentes da vida. Os dois filmes  anteriores do Deadpool se passam nos dias atuais, mas o elenco jovem dos X-Men dos anos oitenta faz  uma participação especial, a Yukio é diferente da versão de Wolverine Imortal, e o Colossus é  diferente da versão da trilogia original dos X-Men.

Da mesma forma, o filme Logan se passaria  no seu próprio universo separado de todos esses outros filmes. Aliás, segundo o Almanaque  Oficial da Marvel, Logan se passa na Terra-17315. No entanto, Deadpool & Wolverine coloca  os eventos de Logan e dos dois primeiros filmes de Deadpool como parte da mesma  continuidade dos X-Men lá do filme de 2000.

Embora várias inconsistências possam  surgir daí, isso não é problema da Marvel, eles estão fazendo "porta de saloon"  pra isso, e eles resolveram simplificar, dizendo que tudo o que aconteceu com os  mutantes da Fox, aconteceu na Terra-10005. Porém, isso nos coloca numa situação  bastante interessante. Olha só.

Nós descobrimos que nesse filme o Wolverine é a  âncora desse universo 10005, e, com a morte dele, essa realidade está prestes a se desfazer.  É quase uma metáfora de como uma franquia começa a se esfacelar quando perde o seu astro  principal, o que aconteceu quando o Hugh Jackman deixou de ser o Wolverine. Enfim.

É por isso  que esse novo Wolverine, tendo feito o grande sacrifício no final do filme, e permanecendo na  Terra-10005 (mesmo não sendo o mesmo Wolverine de Logan) se tornou a nova âncora desse  universo, que agora não vai mais morrer. Aliás, cara, se a gente parar pra pensar ainda  mais a fundo sobre isso tudo, ao invés de enterrar de vez o Universo da Fox, Deadpool e Wolverine  salvaram esse universo, eles garantiram que ele vai seguir existindo. Porque é nele que os filmes  do Deadpool vão se passar de agora em diante.

É claro que não significa que os mutantes  vão existir apenas na Terra-10005. Os planos da Marvel de apresentar novas versões dos  personagens no MCU oficial, a Terra 616, seguem firmes e fortes. Mas é bom  saber que, a qualquer momento, alguns dos personagens clássicos podem acabar  dando as caras em um filme do Deadpool.

Eu sei, é confuso, mas é  o que os caras explicaram. Seguindo. Cara, eu sei que esse é um filme com  um roteiro bastante simples, embora muito bem executado pelo diretor Shawn Levy.

Justamente por  isso, não existe espaço pra grandes especulações sobre o significado desse filme, sobre a  metáfora que ele poderia representar para alguma mensagem maior e mais transcendental.  Porém, particularmente, eu vejo esse filme como uma história sobre a crise da meia-idade.  Deadpool viveu algumas aventuras muito intensas na vida dele, mas, a essa altura do campeonato,  ele não realizou nada realmente grandioso, ele não tem nenhum grande legado pra deixar pra trás  e isso deixa o cara frustrado a ponto de ir pedir emprego nos Vingadores.

Essa crise também faz  com que ele se conforme em vender carros usados com o Peter e acaba com o relacionamento dele  com a Vanessa. É o momento em que o personagem começa a se fazer várias perguntas mas  não tem a resposta para a maioria delas. E é justamente por isso que, quando o Agente  Paradoxo diz que o Wade tem um propósito especial no multiverso, isso toca num ponto muito sensível  do personagem.

Ele parte pra salvar o próprio universo e, ao longo do caminho, se dá conta  de que o universo que realmente importa é o daquelas pessoas da foto que ele mostra para  o Logan. O legado que ele vai deixar são as lembranças e os bons momentos que ele viveu  com as pessoas que ele ama. É quase sempre assim que termina uma crise de meia-idade. 

Vai por mim, eu sei do que eu tô falando. É por isso que no meu review sem spoilers eu disse  que esse filme trouxe um elemento de emoção que os outros filmes não conseguiram explorar. Wade  Wilson é um personagem muito mais humano nesse terceiro filme, porque ele demonstra os mesmos  medos e inseguranças de qualquer pessoa normal.

Não tem como não se identificar com isso. Quando  ele finalmente entende o verdadeiro propósito da vida dele, e se dispõe a morrer pela família e  pelos amigos, isso é muito emocionante. E a mesma coisa acontece com o Logan, quando ele consegue  entrar naquela sala e dividir o fardo com o Wade.

E o que deixa tudo isso ainda mais interessante  é que o início do filme revela que o Deadpool realmente tem um destino grandioso a cumprir,  porque na cena em que o Paradoxo apresenta o Multiverso pra ele, num dos monitores o personagem  vê um momento no futuro em que o Thor está segurando ele nos braços e chorando, com o Wade  todo arrebentado e provavelmente prestes a morrer. É claro que isso é uma referência a Thor Mundo  Sombrio, quando o Loki estava exatamente nessa mesma situação com o irmão. Ele acabou  não morrendo, como a gente bem sabe.

No caso do Deadpool, essa  cena é demais porque agora, ela pode realmente acabar acontecendo,  quem sabe até mesmo em Guerras Secretas, que, como a gente já disse, vai tratar de um  perigo inimaginável para o Multiverso. Então, os caras podem muito bem inserir essa cena no  filme pra fazer o link com Deadpool e Wolverine, ou isso pode estar acontecendo em alguma outra  linha do tempo qualquer e nós nunca mais vamos tocar nesse assunto. Vai depender  de como vão estar as coisas na época em que começarem as filmagens de Vingadores  Guerras Secretas.

Mas a possibilidade existe. Bom, a história arranca com o Deadpool precisando  encontrar um Wolverine pra que ele sirva de âncora para o universo 10005, que está prestes  a morrer. É aí que começa a diversão.

Deadpool sai pelo multiverso atrás de  uma versão adequada do Carcaju enquanto toca a música The Power of Love, de De Volta  para o Futuro. Velho, essa música é a trilha perfeita até pra esquentar miojo no microondas. O Wade encontra a versão Patch do Wolverine, que vive em Madripoor, um Wolverine  que está no meio de uma luta contra o Hulk - usando o traje marrom e bege do John  Byrne.

Lembre-se de que a primeira vez em que o Wolverine apareceu foi na revista do Hulk 180. um Wolverine baixinho, um Wolverine crucificado em um campo de caveiras, da capa icônica de Uncanny  X-Men #251, uma versão do Velho Logan e um Wolverine especialmente violento que está usando  o traje de A Era do Apocalipse dos quadrinhos. Mas absolutamente nenhum deles é uma aparição tão  espetacular quanto o Cavillrine, a versão do Henry Cavill do Wolverine.

Velho, que coisa fantástica.  O próprio Deadpool fica impressionado, dizendo que as lendas são verdadeiras. O Mercenário Tagarela  avisa que a Marvel vai tratar o Henry Cavill muito melhor do que aqueles caras lá do final da rua,  se referindo ao tratamento desonroso que o Henry Cavill e o Superman receberam da DC.

Isso também significa que o Hugh Jackman não é mais a única pessoa a  interpretar o Wolverine no live action. E a partir de agora eu estou oficialmente  torcendo pra que essa versão do Wolverine seja a versão que vai fazer parte dos X-Men  do MCU. Isso significaria que no momento em que o Deadpool vai atrás do Cavillrine,  ele está mais uma vez na Terra 616, o MCU.

Mas a aparição do Henry Cavill é só uma das  alfinetadas do Deadpool na Co-Irmã da Marvel, a DC. Porque mais tarde ele também zomba da frase da "hierarquia de poder" do The  Rock para o filme do Adão Negro, e descreve o visual mascarado do Wolverine como  um Batman que consegue realmente mover o pescoço. Ao longo do filme, o personagem dispara saraivada  de alfinetadas pra todo lado o tempo todo, acertando não apenas os personagens  ao redor dele, mas também os atores que estão interpretando esses personagens. 

O primeiro a sofrer o pênalti, obviamente, é o próprio Hugh Jackman, e isso acontece  várias e várias vezes ao longo do filme. Na maioria das vezes é o Wade dizendo que o Hugh  Jackman vai ter que interpretar o Wolverine até os noventa anos, porém tem uma piadinha  que bateu meio pesado até para o Deadpool. Quando ele se encontra com aquele grupo de  sobreviventes no Vazio, naquela cena sensacional, o Mercenário Tagarela comenta sobre o seu parceiro  Carcaju dizendo: “ele normalmente fica sem camisa mas acabou se largando depois do divórcio”.

Essa é uma referência ao divórcio do Hugh Jackman que aconteceu no ano passado,  quando ele se separou da companheira dele, a Deborra-Lee Furness, após 27 anos de  casamento. Pegou pesado, Wade, pegou pesado. Mas é claro que sobra para  todo mundo naquela cena.

Quando ele dá os pêsames para Elektra,  depois de saber que o Demolidor dela morreu, ela diz que tá tudo certo, como se não se  importasse. Lembre-se de que o Demolidor dessa Elektra é o Ben Affleck, que vem a ser também  o ex-marido da Jennifer Garner na vida real. Mas é claro que nenhuma alfinetada é melhor  do que alfinetada que ele dá no Wesley Snipes, o Blade.

E eu confesso pra você que quando o Blade  entrou naquela caverna o meu coração parou. Velho, eu jamais ia imaginar que o Blade poderia  aparecer nesse filme. Não apenas porque é uma aparição inusitada e totalmente excelente,  mas também pela história complicada que o Wesley Snipes tem com o Ryan Reynolds.

O Blade comenta que não gosta do Wade, e Deadpool responde: "você nunca gostou de mim".  Velho, essa frase tem um significado muito maior do que parece ter a princípio. Momento fofoca, certo?

Blade: Trinity, de 2004, teve várias controvérsias  durante a produção, incluindo a famosa rusga entre o Ryan Reynolds e o Wesley Snipes. Fazer o  filme foi um pesadelo, em grande parte por causa do comportamento do Wesley Snipes no set. Blade Trinity foi dirigido pelo David S.

Goyer, e uma das histórias de bastidores dá conta de  que a relação entre o Wesley Snipes e David Goyer ficou tão ruim que eles tentaram demitir  um ao outro, o que culminou numa briga em que o ator teria tentado estrangular o diretor.  Isso levou à famosa cena dos olhos em CGI, já que o Wesley Snipes, de birra, se  recusou a abrir os olhos durante uma cena, forçando o David Goyer a insertar os  olhos abertos do Blade digitalmente. https://www.

youtube. com/watch? v=Zd5HMHmbwBg Cara, que papelão.

O grande lance é que sobrou para o Ryan Reynolds,  que ainda estava em início de carreira nessa época e interpretava o Hannibal King no filme. Como o ator principal se recusava, inclusive, a sair do trailer pra filmar de vez em quando,  sobrou para o Ryan Reynolds carregar algumas cenas sozinho. O estilo improvisado e mais cômico  do ator piorou a situação porque o novato estava ganhando mais destaque que o astro principal. 

Algumas pessoas dizem que o Wesley Snipes se recusava até mesmo a falar com o Ryan Reynolds  quando as câmeras não estavam rodando. Que lance. Mas a vingança do Deadpool acontece mesmo  quando o Blade está com aquela bazuca indo em direção ao covil da Cassandra Nova  e diz que só existe um único Blade, enquanto que o Deadpool dá aquela  olhada marota para câmera.

A gente sabe, assim como ele, que o novo filme do Day  Walker está em fase de pré-produção, com o Mahershala Ali no papel principal. Esse  filme está sofrendo vários atrasos e existem até boatos de que o ator teria abandonado a barca,  mas nada foi divulgado oficialmente ainda. Confesso para você que eu até gostaria  de ver uma versão do Old Man Blade, com o Wesley Snipes provando para todo mundo  que realmente só existe um único Blade.

E já que nós citamos a Cassandra Nova, aquele  momento em que o Deadpool coloca o capacete do Fanático na cabeça da vilã é uma referência  a um momento muito específico dos quadrinhos. Veja bem, Gafanhoto, no universo Marvel os  telepatas estão no topo da cadeia alimentar porque se você consegue controlar  a mente dos seus adversários você vence em qualquer cenário. É por isso  que muitos personagens usam capacetes especiais para evitar serem controlados por  telepatas.

Magneto tem um desses capacetes, assim como o Sebastian Shaw, a Lorna,  filha do Magneto e o próprio Fanático. Em Uncanny Avengers, de 2017, tem uma história  em que o Caveira Vermelha consegue se apropriar dos poderes do professor Xavier e faz com  que os Vingadores passem a trabalhar para ele. Só o Deadpool não cai nessa armadilha  porque o cérebro dele é muito bagunçado.

Para conseguir trazer de volta os  parceiros para o lado da razão, o Mercenário Tagarela parte pro ataque e, de cara,  já sai levando uma surra fenomenal da Vampira. É justamente aí que ele dá um jeito de  colocar o capacete do Magneto na moça, impedindo que os poderes telepáticos  do Caveira funcionem com ela. Então, Deadpool colocando um capacete anti-telepatia  em outro personagem para conseguir se salvar é uma referência a essa história dos quadrinhos.

Eu adorei a Cassandra Nova, acho que ela  foi muito bem interpretada pela Emma Corrin, mas o roteiro poderia ter cuidado um pouco melhor  dela, dando uma motivação melhor para a personagem ao invés de levar tudo para o lado do  clássico "eu vou destruir todo o multiverso. . .

porque sim! " Eu queria que ela tivesse  permanecido viva para futuras aparições. E já que nós acabamos entrando  nos pontos negativos do filme, eu tinha citado dois outros momentos que poderiam  ter sido melhor explorados para deixar o filme ainda melhor lá no meu vídeo sem spoilers, né?

O primeiro momento é quando o Peter aparece pra encerrar de vez a luta entre os protagonistas  e a Tropa Deadpool. É explicado que todos os Deadpools tem uma variante do Peter, que eles  adoram. No final das contas, o Peter acaba sendo celebrado por todos eles e deixa o caminho  livre para os heróis irem atrás da Cassandra Nova.

Pois bem, esse momento poderia ter sido  melhor aproveitado se o Peter aparecesse, não com uma roupa de Deadpool, mas com a roupa  normal dele, dizendo para que os Deadpool se afastem. Eles realmente iam parar, ao mesmo  tempo em que iam se virar pra ele. Nesse momento, o Peter poderia entender que cometeu  um erro, enquanto o Deadpool mais próximo se aproxima lentamente puxando a espada.

Peter  sabe que está tudo acabado, se despede do Wade, que está lá do outro lado, incapaz de fazer  qualquer coisa, e fecha os olhos pra esperar o golpe. Mas o golpe não vem. Peter abre os olhos  e vê que o Deadpool que tinha se aproximado desembainhando a espada está apoiado em um dos  joelhos, com a espada erguida nas mãos e com a cabeça baixa em sinal de respeito.

Wade perguntaria o que aconteceu e só então seria explicado que todos os Deadpools tem  uma versão do Peter que serve como uma balança moral para eles. Como esses Deadpools estavam  presos no Vazio, eles permaneciam separados dos seus respectivos Peters, mas agora, vendo  um Peter novamente, eles lentamente voltariam a seguir as suas balanças morais. Não ia ser bem mais legal assim?

Outro momento que poderia ter sido melhor  explorado nesse filme acontece um pouco antes, quando a Tropa Deadpool aparece pela  primeira vez. Na frente de todo mundo, desfilando como se estivesse numa passarela,  está ninguém menos que a Lady Deadpool. Desde que a gente ficou sabendo que essa personagem  ia aparecer no filme, rumores tomaram a internet perguntando quem poderia interpretar a Lady  Deadpool no filme e o que ela ia fazer no filme.

Mas, no final das contas, a Lady Deadpool  tem um papel bastante pequeno, trocando duas palavras com o Wade Wilson e nem sequer tira a  máscara para que a gente possa ver o rosto dela. Nos créditos do filme, se descobriu que quem está  interpretando a personagem é a Blake Lively, que é nada menos que a esposa do Ryan Reynolds na vida  real. Muita gente acreditava que a Taylor Swift, que é amiga da Blake, ia ser a intérprete  da Lady Deadpool, mas isso não aconteceu.

Particularmente, eu acho uma lástima  que a Taylor Swift não tenha aparecido como Lady Deadpool, tirando a máscara e  tomando parte, mesmo que por pouco tempo, no desenvolvimento da história. Não pra ficar  direto, mas só pra ajudar os personagens a irem do ponto A ao ponto B em algum momento, nada  mais. Isso teria sido fantástico para a produção.

Ter a Blake Lively também é muito  bacana, mas ela poderia, pelo menos, ter tirado a máscara e contracenado  mais de perto com o marido. Acho que teria acrescentado bastante. Não sei porque  os caras não aproveitaram essa oportunidade.

Já que nós falamos em fofocas antes, acaba de me  ocorrer uma coisa bem interessante. Esse filme quase foi arquivado. Na verdade, ele não foi posto  na gaveta por questão de algumas horas.

Isso, sim, é demais. Deixa eu explicar pra você. O que aconteceu foi o seguinte.

Antes de o Hugh Jackman se tornar parte do projeto, o Shawn Levy  e o Ryan Reynolds já estavam planejando fazer um terceiro filme de Deadpool sem nenhum envolvimento  do Wolverine por conta da aquisição da Disney. Numa entrevista para o site CBR, o diretor disse  que ele e o Ryan Reynolds estavam tentando de todas as formas encontrar uma história que valesse  a pena transformar em Deadpool 3, mas nada parecia indiscutivelmente incrível. O impasse chegou num  ponto em que os dois concordaram em ligar para o Kevin Feige e adiar Deadpool 3 indefinidamente.

Nas palavras do próprio Shawn Levy: "Nós literalmente tínhamos uma reunião  de Zoom agendada com Kevin naquele dia, em agosto de 2022, e nós íamos dizer, 'Kevin, nós  realmente queríamos fazer um filme do Deadpool, mas isso não está acontecendo agora. Talvez  voltemos a isso em um ou dois anos. ' Mas antes da reunião começar, o Hugh Jackman ligou.

" Ele disse  que gostaria de estar em Deadpool 3. A partir daí, o filme praticamente se escreveu sozinho. Então, naquele teaser que o Ryan Reynolds lançou dizendo que ele estava muito empolgado  pra fazer o filme, que tinha se dedicado demais, mas não tinha conseguido chegar a lugar nenhum,  ele estava contando o que tinha acontecido de verdade.

E quando o Hugh Jackman passa lá  atrás subindo a escada, a gente entende perfeitamente como esse filme deve ter se  escrito sozinho mesmo com esses dois juntos. Por falar nesse teaser, ele foi dividido  em duas partes, com a segunda parte dele mostrando o Ryan Reynolds e o Hugh Jackman  esclarecendo alguns pontos sobre ele. E uma das primeiras coisas que eles dizem é que  Logan, o filme, estaria completamente protegido, que esse filme não ia ser tocado, desfeito ou  revisitado de qualquer forma em Deadpool 3.

Aí, a primeira sequência de Deadpool e Wolverine  é literalmente o Deadpool indo tirar o Logan da cova pra trazer ele de volta!  Os caras simplesmente não perdoam. E que bom que eles não perdoam, porque essa  sequência inicial, do Deadpool matando os soldados da AVT com os restos mortais do Logan ao mesmo  tempo em que dança a coreografia de Bye, Bye, Bye do N'Sync é totalmente excelente.

É muito surreal. Um detalhe interessante sobre essa cena é que os caras fizeram ela se passando na neve, assim  o sangue espirrado dos corpos dos soldados da AVT poderia aparecer bem melhor, pra que o  público soubesse, já nessa primeira sequência que esse é um filme com a mesma dose de  violência e gore dos outros dois filmes. Aliás, você deve ter percebido que os  uniformes dos soldados da AVT mandados pelo Agente Paradoxo nesse filme são diferentes  dos uniformes que a gente viu na série do Loki.

Eles não tem as identificações dos  agentes e a maioria dos caras está usando capacetes que cobrem o rosto pra  não serem identificados. Isso significa que o Agente Paradoxo, que já estava trabalhando  numa missão clandestina dentro da organização, matando antecipadamente linhas do tempo moribundas  pra ser promovido mais rápido, tinha o seu próprio grupo de operações especiais secreto, com  agentes que não poderiam ser identificados. Velho, eu acho que eu teria que ver esse filme  mais umas três vezes no mínimo pra conseguir captar todos os detalhes e as referências.

São  muitos pequenos detalhes como a X-23 colocando exatamente o mesmo óculos que ela pegou daquela  loja de conveniências em Logan para lutar contra os capangas da Cassandra Nova, por exemplo. Se você estava prestando atenção durante a cena em que somos apresentados ao Blade, à Elektra,  ao Gambit e à X-23, você deve ter notado uma escultura da Wanda Maximoff, a Feiticeira  Escarlate, ali atrás, na parede. Parecia até mesmo ser a mesma estátua do Monte Wundagore  que a gente viu em O Multiverso da Loucura.

Cassandra Nova tem nesse filme o péssimo  hábito de literalmente enfiar a mão nos inimigos pra estabelecer o controle sobre  as mentes deles. Essa é uma referência aos quadrinhos Astonishing X-Men, nos quais ela  fez a sua estreia, quando ela usa exatamente esse poder para se fundir com um membro  da família Trask e assumir os Sentinelas dele. Foi assim que ela conseguiu  destruir Genosha nos quadrinhos.

Esse é um filme todo cheio de momentos gloriosos.  Aquela luta dentro do Honda Odyssey foi sensacional. Você chegou a se dar conta de que  a luta dura quase um dia inteiro, com o sol se pondo e nascendo de novo?

Isso mostra como esses  dois personagens são totalmente casca grossa, exatamente como acontece nos quadrinhos. E mais  uma vez essa sequência ganha um brilho a mais com uma trilha sonora completamente inesperada, aquela  música do Grease, You're The One That I Want. Eu fico só me perguntando se o pessoal  da Honda não ficou meio chateado com o Deadpool falando tão mal do carro deles o  tempo todo.

Bom, pelo menos o carro apareceu no filme e agora pessoas como eu sabem o que  é um Honda Odyssey. Deve ter valido a pena. Ao invés de ter aquela cena típica no meio  dos créditos, o filme opta por uma montagem de cenas de bastidores de filmes da Fox.

A gente  vê cenas da Elektra da Jennifer Garner e do Tocha Humana do Chris Evans, além de entrevistas com  Hugh Jackman falando sobre os primeiros dias de filmagem do primeiro filme dos X-Men. Também tem  um clipe do Ryan Reynolds no set de Blade, falando sobre o amor dele pelo Deadpool. Ele não fazia  ideia do que ia acontecer alguns anos depois.

A música que toca durante essa cena é "Good  Riddance" do Green Day. Essa montagem serve como uma despedida emocionante para a era  dos filmes dos personagens da Marvel na Fox, fechando esse capítulo de forma muito tocante. No final das contas, quando eu digo que esse  terceiro filme do Deadpool chegou para salvar a Marvel dela mesma, não significa que ele vai  mudar de alguma forma a Saga do Multiverso que já está no final de qualquer forma.

O que me traz essa esperança de salvação é a disposição da Marvel de acertar o curso  trazendo, inclusive, um produto R-Rated, cheio de linguagem imprópria e cenas  absurdamente violentas. Na verdade, nem dá para dizer que isso é um sinal de que  o estúdio está novamente disposto a arriscar, porque se tem uma franquia que não é  nada arriscada é a franquia do Deadpool que arrecadou quase 1 bilhão de dólares  em cada um dos dois filmes anteriores. Esse filme mostra uma disposição do  estúdio em deixar de ser tão cabeça dura, se dispondo em apostar em diferentes  formas de contar as suas histórias.

Depois de Deadpool e Wolverine a  minha certeza de que Guerras Secretas, o filme que vai encerrar essa saga maldita  vai ser um reboot que vai mudar tudo neste universo 616 para que a Marvel tenha uma chance  de começar novamente, dessa vez com o pé direito. Mas diz aí, cara, o que você mais gostou  nesse filme. Deixa os seus comentários aqui embaixo pra todo mundo ficar sabendo, certo?

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Não perde essa oportunidade, cara. E eu vejo você muito em breve, cara, até lá, fica com Deus, permaneça bem, permaneça seguro!  Uma vez mais, muito obrigado e até a próxima!