olá olá olá olá camaradas identitários de todo o Brasil olá camaradas identitários de toda a América Latina Olá camaradas identitários de todo o mundo sejam bem-vindas bem-vindos e bem-vindos a mais uma transmissão ao vivo aqui da Tv boit Tempo canal da editora boitempo que é um dos maiores canais de editoras no YouTube do mundo e também sendo transmitido ao vivo pelo tempero drag que é um canal Grande para caramba fico convite para você que ainda não assinou um desses dois ou nenhum dos dois para se inscrever nesse momento clicar no Sininho para receber um aviso
sempre que um vídeo novo for ao ar ou uma transmissão ao vivo nova começar eu me chamo Quim Dória trabalho aqui na Editora boit tempo e vim abrir essa conversa que marca o lançamento do livro O que é identitarismo de Douglas Barros Esse é o livro do mês do armas da crítica o clube do livro da boit tempo que todo mês envia pros seus assinantes em todo o território brasileiro um lançamento do nosso catálogo em versão impressa em ebook numa caixa belíssima junto com adesivo com marcador e brindes exclusivos quem quiser receber em primeira mão
esse livro do Douglas Barros tem até o dia 15 de Novembro sexta-feira da semana que vem para assinar o armas da crítica no site armasdesign além da Caixa um gu de leitura multimídia com conteúdo que com conteúdo multimídia que expande também a experiência de leitura desse livro antes de passar a palavra pra mediadora de hoje pro mediador de hoje eh eu queria convidar você que está em São Paulo pra festa do livro da USP que começa na quarta-feira agora na travessa c da Cidade Universitária lá na Universidade de São Paulo onde a boitempo e a
Boitatá vão estar com os seus livros com desconto de 50% eh de quarta-feira dia 6 até domingo dia 10 para quem não é de São Paulo a gente tá repetindo esse ano uma ação que a gente fez o ano passado que é apresentar em livrarias de todo o Brasil eh uma promoção com descontos de 30 a 40% em diversos títulos do nosso catálogo portanto fora de São Paulo fica esse convite a lista completa dessas livrarias a gente vai publicar nas redes sociais da boit tempo no blog da bo tempo agora entre hoje e amanhã e
é lá no blog também que você pode baixar a lista dos títulos que a gente tá levando pra feira da USP já com desconto você pode preparar seu pedido leva lá eh Além disso eh importante também a Seguindo os preceitos da Lei Cortez a gente não vai levar nenhum lançamento da da editora das editoras esse ano para paraa feira eh para não oferecer descontos de 50% em lançamentos quem tiver interesse em lançamentos da bo vocês podem ou assinar o armas da crítica que tem 30% de desconto em todo o nosso catálogo inclusive lançamentos ou também
visitar as livrarias de rua que estão participando da festa do livro das livrarias de rua aqui em São Paulo todas essas informações estão no nosso blog a gente vai postar entre hoje e amanhã pois bem o que é identitarismo na última década um termo tem se proliferado de maneira espantosa no discurso político mor ente carregado e lançado a torto e a direito em disputas de internet mesas de bar espaços acadêmicos e palanques políticos Mas afinal o que que é isso no livro que a gente vai discutir hoje o psicanalista Douglas Barros propõe uma interpretação original
do fenômeno para ele o termo nomeia sobretudo uma forma de gestão da vida social contemporânea que engole tanto esquerda quanto direita para conduzir essa conversa com com Douglas eu vou chamar agora a Rita Bon rant que é a Persona drag do ator e Professor Guilherme terrir que é crítica cultural professora pesquisadora colunista e Educadora Popular já atuou em universidades escolas e movimentos sociais tanto no Brasil quanto no exterior contribuiu com textos na publicação de mais de 15 livros no Brasil alguns deles aqui na boit tempo além de artigos e colunas para diversos portais e periódicos
em 2023 a convite do Ministério da cidadania e direitos humanos e da secretaria nacional lgbtq mais Rita fez a conferência de reabertura do curso de formação em Direitos Humanos pela Escola Nacional de administração pública a enap Rita também a autora do prefácio do livro que é identitarismo que conta com o texto de orelha de Davidson Faustino quarta capa de Cristian dunker e Maira Moreira Marcondes e capa de Mateus Rodrigues Guilherme um prazer estar aqui contigo passo a palavra e desejo para todo mundo que tá nos acompanhando uma excelente conversa agradeço de coração kin sempre um
prazer eh disse isso outras vezes não digo sempre né Eh a boi tempo não me faz convite faz intimação né Ai de mim se negar eh tô muito contente de estar aqui essa noite a boi tempo me proporciona sempre encontros maravilhosos eu eu já pude e mediar uma live de introdução aos conceitos básicos do Marxismo né Marx vida e obra eh com o professor José Paulo Neto também a Ana Paula professora brilhante e o conceito de história em Marx com a Mari Lena chaui Nossa brava guerreira grande professora amada todo mundo que passou pela sala
de aula tem amor profundo por essa intelectual do nosso tempo bom eh pro dia de hoje eu quero agradecer mais uma vez a a editora que possibilita a Live agradecer também a todo mundo que vai nos assistir Eh desejo boas-vindas Espero que seja proveitoso para vocês eh vou falar mais ou menos o que faremos aqui que é pela próxima 1 h30 mais ou menos eh a gente vai conversar com o autor eh de O que é isso o ismo que é o Douglas Barros já vou apresentar ele para vocês eh eu organizei mais ou menos
cinco eixos de pergunta que que fazem uma uma coluna vertebral do livro Como o que disse o livro que eu pude escrever o prefácio brilhante livro eh e a gente vai coletar algumas perguntas que vocês podem encaminhar pelo chat né então se você tá assistindo agora ao vivo conosco você pode de encaminhar suas questões ao longo do debate para que elas possam ser respondidas ao final a gente faz esse bloco de participações Então vou pedir para vocês colocarem o Douglas na tela para que eu apresente vocês podendo ver essa beleza maravilhosa Eh eu então hoje
eu tenho alegria né de Depois de estar com o Zé Paulo Neto e a Mari Lana chaui tá com outro grande intelectual que eu tenho admiração profunda que foi meu professor e que é meu companheiro meu camarada que é o Douglas Barros eh ele é psicanalista ele também é doutor em ética e filosofia eh filosofia política pela Universidade Federal de São Paulo a Unifesp Ele é professor filiado ao laboratório de experiências coloniais comparados que tá ligado ao Instituto de história da Universidade Federal Fluminense ele é docente na pós-graduação em filosofia da unifai ele também é
integrante do ímpar o laboratório de estudos e pesquisas da área de estudos críticos da família na USP ele é cofundador do Centro de Formação atualmente ele faz transmissão de psicanálise no Instituto Dalma é escritor eh com três romances publicados ele também é autor de várias obras entre elas lugar de negro lugar de branco esboços para uma crítica metafísica racial pela Editora Edra em 2019 e Hegel e o sentido do político pela Lavra palavra em 2021 Douglas um prazer estar com você aqui hoje prazer é meu Guilherme tenho nem como agradecer muito feliz pelo convite por
você ter aceito o convite e participar hoje desse debate aqui comigo alegria é minha Douglas h eu eu como disse né organizei cinco questões que que se pretendem a pelo menos fazer um bom convite de entrada na obra para quem vai lê-la e para quem vai né saber dela através dessa divulgação queria eh rumar direto paraa nossa primeira pergunta que é eh a seguinte eu pego umas aspas de um manifesto né Eh eh elas nos dizem o seguinte nós vivemos um período crítico quem não se apoderar dele não pode com nada do mundo bom é
isso que a gente lê na 11ª inscrição do Manifesto redigido pela comissão nós estamos em marcha é uma comissão de 1968 que era resultado do trabalho de revolta e insurgência e organização política de movimentos estudantis na França em ebulição naquele ano eu queria saber qual é esse período crítico que vivemos e que não podemos compreender nada dele se não nos apoder armos de algo em outras palavras Quais foram as situações concretas do nosso tempo que te levam a produzir a obra O que é isso o identitarismo certo eh bom eu quero agradecer né também antes
de começar a resposta que se você me permite agradecer a Equipe técnica da boi tempo o Artur Renzo o Kim que tava aqui conosco agora Geovana a Marina enfim as pessoas que estão por trás do livro Eu gosto muito de lembrar que uma crítica seja uma produção científica ou filosófica ela sempre vem acompanhado de um esforço coletivo então não poderia deixar de agradecer todo mundo que de certa forma cruzou meu caminho durante né esse período de escrita do livro mas também agradecia a boi tempo e todo mundo que acompanhou esse processo Mateus que fez a
capa que eu achei Lindíssima enfim agora indo direto à sua questão esse livro primeiro ele tem uma ligação com minha prática militante no movimento negro n eh eu atuo no movimento pelos cursinhos populares desde meus 15 anos e de lá para cá cada vez mais eu fui me dando conta de que uma certa gramática passou a dar os horizontes de possibilidade de ação do movimento o que que eu quero dizer com isso quero dizer que algumas formas de pensar os problemas e discutir sobre eles passaram a usar termos que eram uma novidade então permita-me tentar
explicar isso fazendo um breve recurso à memória né a memória militante né como a gente se lembra 2002 por exemplo é um ano singular na política nacional né No final do ano o PT chegava pela primeira vez ao governo nesse exato momento era o momento que eu estava lutando pelas cotas raciais junto aos meus camaradas de cursinho popular e de movimento negro e é interessante perceber que a gente já sabia lá atrás que as cotas se tratavam de uma política de Matiz Liberal né pra gente as cotas não eram o um um um algo revolucionário
mas paraa gente importava o que ela propiciava ao movimento quer dizer a cota era usada para constituir um corpo político o que isso significa né a gente pensava nas cotas não como um fim em si mesmo mas como plataforma de promoção pro debate da exclusão racial então era uma maneira de colocar o debate e através desse debate forjar uma conscientização sobre o racismo a brasileira Então veja que a ideia aí era Abrir horizontes de espectativas nas quebradas né então é muito importante lembrar que foram os cursinhos populares por exemplo que construíram em nós o sonho
da universidade pública muita gente Inclusive eu sequer sabia que a universidade pública era gratuita não fosse os cursinhos E isso se deu pela luta pelas cotas na luta pelas cotas então a luta pelas cotas naquele momento tinha um poder aglutinador e era visto só como primeiro passo um primeiro passo para quê para articular pessoas e sonhos na quebrada né era uma busca de quebrar com a ideia do Destino Fatal do negro acabar com a ideia de que v o pobre preso ou morto já é cultural Como diz os Racionais Então pelo menos era esse para
grande parte da minha geração o né quer dizer voltar pra quebrada manter a luta contra o capital e buscar construir o socialismo tanto que até hoje né Não por bairrismo Continuo na minha quebrada aqui it com xuba agora veja isso é parte da história algo muda né com os anos veja que após a primeira década do governo petista quando a pauta vira política de governo veio e fica conhecida as chamadas políticas públicas as políticas públicas de certa forma foram responsáveis por organizar aquilo que eu chamo de judicialização das demandas que que é isso né cada
vez mais a gente viu a construção de leis para lidar com as identidades E para isso foi necessária a criação de um corpo técnico especializado que inclui advogados assistentes sociais historiadores sociólogos psicólogos por aí vai né justamente para quê para saber como encaminhar essas demandas o que na verdade o resultado disso também organizou algo ao revés disso que é uma técnica de gestão neoliberal né o que isso significa que as demandas iam se articulando por uma organização administrativa que aos poucos ia operacionalizando a redução da política à a técnica o qu administrativa formas para lidar
com as identidades então aos poucos a gente vendo lideranças dos movimentos sendo copadas PR máquina do Estado isso i articulando uma rede que eliminava a oposição qualquer oposição ao que estava posto qualquer oposição radical ao que estava posto né então e foi com isso que no final dos anos de 2 por exemplo se tornou visível uma transformação na própria linguagem dos movimentos sociais de repente palavras que soavam estranhas a nós de tradição marxiana né começaram a aparecer no seio dos debates internos aos movimentos eu nunca vou me esquecer né só para fazer um recurso Mônico
né Por exemplo da estranheza que eu tive quando eu ouvi pela primeira vez a palavra né no interior do movimento na época eu estudava economia junto com a minha companheira eu tava lendo os manuais dos cursos de Economia né E aí num desses livros técnicos a palavra empoderamento estava no mesmo capítulo que falava sobre o Justin Time Então veja que escutar essa mesma palavra debater na organização no movimento popular me deu digamos assim o primeiro sinal de alerta né eu fui coordenador político da uniafro durante muito tempo né E aos poucos eu fui me dando
conta de que a gente estava sendo atravessado atravessadas né Por uma forma administrativa que organizava o horizonte de possibilidade das nossas ações quando essa forma articulava a gramática que a gente usava para refletir né Na época era enfim a coisa não tava tão formada eu ignorei né mas a história vai ter as suas astúcias e para mim uma das grandes astúcias da história foi 2013 né quando 2013 chega muitas coisas que acontecia nas Catacumbas passaram a ganhar terreno por isso eu leio Junho como um acontecimento com a maiúsculo né algo que despiu aquilo que não
estava no horizonte dessa gestão né ficou Claro aí que a técnica da gestão tava se entv por uma crise que desabrocha tardiamente no capitalismo nacional e que era reflexo daquilo que o mainstream chamou de subprime a crise de 2008 agora vejam vocês que curioso foi com a derrota de Junho que a reaga das forças da ordem reafirmou de maneira ainda mais radical a judicialização identitária né O que é isso tentativa de respostas governamentais através da lei pela identificação das demandas de grupo é aqui que o identitarismo passa a se tornar perceptível a todos e aí
foi ao me dar conta disso que eu passo então a escrever o livro que agora sai pela boi tempo Maravilha te ouvindo Douglas eh eu fico eu tava eh por coincidência né ela escreve quarta capa do seu livro mas a Maira é uma grande amiga uma amiga querida Também pude escrever o prefácio né do eh os fins do sexo como fazer política sem identidade eh que é uma das publicações mais recentes dessa ela tá publicando sem parar agora e E aí eu me me lembrei de uma frase que ela tem lá que ela vai falar
um pouco sobre como eh o o o século XX ele ele vai urgindo uma coisa que se torna a nossa realidade do 21 que é eh a política pública é tendo como território de partida as identidades e E aí ela tenta mostrar isso na psicologia social como a psicologia social ela ela tava eh aparatada instrumentalizada numa numa esteira que era permitir aos sujeitos que elaborassem seu sofrimento permitir aos sujeitos que percebessem que o sofrimento elaborado por eles não era de todo individual perceber que aquele sofrimento elaborado ronava no grupo perceber que havia portanto um sujeito
político grupal e a partir dessa identidade de grupo demandar a política pública né então isso vai sendo construo ao longo do século XX ece que vamos ter uma virada no 21 Mas você vai falar um pouco disso com a gente eu vou me mover pra segunda pergunta que eu tinha preparado que era sobre como você eh inicia o livro né então na primeira parte você organiza eh de forma sistemática uma revisão de todos os processos históricos processos sociais processos psíquicos eh eh que produzem a maioria das das identidades que a gente conhece hoje então Eh
as identidades subjetivas as culturais as raciais as nacionais E aí o que eu queria te perguntar é assim eh a as dinâmicas de reconhecimento e afirmação dessas identidades elas foram e elas são fundamentais paraa formação dos nossos sistemas paraa reprodução dos nossos modos de vida o colonialismo dependia da ideia de Negritude da ideia de raça é impossível pensar um sem pensar o outro você pode explicar para gente eh como que a nossa realidade tá assentada na dinâmica de produção de identidades bom vou tentar aqui no espaço é claro né que esse debate é complexo embora
por isso que você faz um livro exatamente né Eh então eu peço um pouquinho de paciência porque agora é a hora da gente elevar um pouquinho o nível da abstração para depois para voltar paraa concretude né quando a gente por exemplo observa as marcas que definem nossa relação com o espaço social né ser um homem negro ser uma mulher branca ser uma mulher negra elas parecem essas formas de Def nos definir parece ser natural né mas quando a gente reflete sobre essas marcas né a gente percebe que todas elas são historicamente constituídas e determinadas quer
dizer de certa forma Gu é como se a reflexão trouxesse um escândalo Para nós porque aquilo que eu uso para me identificar e que muitas vezes eu julgo ser essencial aquilo que sou não passa na verdade de uma construção histórica organizada por uma multiplicidade de fatores e de uma relação coletiva veja o meu livro abre com um problema grande que é o que é uma identidade né agora esse problema que parece ser novo na verdade acompanha ele vai acompanhar toda a história da filosofia e eu não estou só falando de algo de Matriz ocidental né
a gente vê esse problema nos mais antigos mitos babilônicos por exemplo né só que eu não vou esticar tanto o chiclete porque ele pode romper e a gente fugir do tema Então vou me centrar aqui na filosofia moderna né rapidinho assim fazer um corte né a filosofia moderna na filosofia moderna a identidade vai se vincular a uma noção de completude O que é essa noção de completude ser um si consigo mesmo eu vou tomar de empréstimo descart com permissão aos nossos cartesianos amigos né Eh com uma certa vulgarização do descart mas talvez decart possa ser
lido assim com o seu cógito né com o seu cogito né né que é o seu duvido penso se penso portanto sou é interessante que decart depois de duvidar da verdade de todas as coisas vai encontrar segurança na ideia do eu né um eu que é por Porque pensa né veja então que uma espécie de identidade mínima foi encontrada uma identidade de um eu que duvida e pensa e se pensa existe né é curioso agora se a gente quiser correr um pouco os séculos na história da filosofia vem Hegel e a sua consciência né O
que que busca a consciência de Hegel na fenomenologia a unidade de si consigo através da epopeia da experiência que ela faz até o Saber absoluto né só que em Hegel acontece algo muito interessante que é a consciência ela precisa constituir sua identidade se realizando como consciência de si através dessa aventura que é atravessada pela experiência que ela tem com o outro então quando a gente lê o Hegel a gente percebe que essa unidade da consciência ela fracassa a consciência no final ela não encontra essa unidade de se consigo ela não uma identidade fechada mas ao
mesmo tempo a busca pela identidade move essa consciência ela busca Um dia quem sabe se reencontrar veja o que faz a gente voltar lá para Platão eu peço paciência que tudo isso que parece absolutamente abstrato vai ser radical na nossa experiência concreto no Banquete de Platão a gente vai ter o mito do andr né como acontece depois de uma bebedeira No dia anterior Sócrates e os seus discípulos para curar ressaca o que que eles vão fazer beber mais então eles vão paraa casa de agaton né E ali já em meio Alvinho eles decidem falar sobre
o amor o aristófanes que é um comediógrafo dado as artes ao teatro que vai ver os homens de estado né embora enfim ter estado seja discutível ali né mas os homens da lei que mexe com a Pólis quando o aristófanes vê eles falando ele vai ficando bravo porque o aristófanes percebe que eles estão falando do amor de maneira PR forma estão fazendo um elogio aeros mas é um um elogio assim não autêntico ainda que essa palavra seja muito perigosa mas então então ele chega numa ideia curiosa para rebater ess essa esse elogio proforma Qual a
ideia curiosa que ele chega que o amor é a busca pela completude O amor é a busca pela identidade de si consigo por meio do outro para fundamentar essa ideia o aristófanes vai construir o mito do andrógino né para ele nos primórdios da humanidade existir o andrógino Quem era ele um ser integral e completo como que era a expressão né a o corpo do andrógeno ele tinha quatro pernas quatro braços duas cabeças e dois órgãos genitais agora veja o curioso que o grande problema do andrógeno é que tendo a completude tendo a identidade de si
consigo Não restava nada para ele sen não alcançar a grandeza do Olimpo né quer dizer Não restava outra coisa sen não desafiar os próprios Deuses né eh veja o andrógeno quer por ter a completude tornar-se Deus então Zeus lhe dá um castigo e lhe corta no meio né Veja por que que eu tô trazendo isso né que a gente vê aqui é que a ideia da completude de uma identidade integral primeiro tem uma concepção mítico religioso tá ligada ao sagrado tá é isso né que a reflexão e a experiência social vai destituindo né Eh eh
para Platão a nossa condição já é ser cindido porque veja que a divisão do andrógeno vai se revelando dolorosa para Platão a gente se torna desde então uma metade destinada à busca da nossa parte perdida e sempre a caça de encontrá-la essa parte No Vazio do mundo através da identificação que a gente faz dessa parte Então veja que já lá atrás essa se tornou a maldita condição humana a gente se lança ao encontro da unidade perdida visando restituir uma identidade então perceba que não é preciso forçar tanto a mão pra gente concluir que a busca
pela identidade de si consigo se dá através do outro e é um problema de longa data né É nesse ponto que Heros o amor vai ganhar uma dimensão central a busca pelo que falta no mito de Platão vai ser incorporado ao desejo sexual né a gente vai buscar no desejo sexual amoroso suprimir a falta de nossa unidade ao identificar no outro que nós se perdeu Esse é o mito do Andro E com isso a gente recupera a nossa identidade agora Veja por que que eu trouxe tudo isso né para falar da realidade contemporânea da identidade
como forma de gestão porque a identidade já aí vai ser vista como algo perdido que nos lança a sua busca e aqui Platão tanto Platão quanto heigel caminham juntos né agora o que isso vai ter a ver com a concretude tá primeiro queem toda a tradição filosófica ocidental tal a identidade é essa ilusão que a gente vai encontrar no fim de nossa experiência portanto para encontrá-la temos que experienciar a diferença que o outro nos dá de modo que a identidade se organiza por uma construção da experiência a identidade É então criação de si então toda
criação filosófica marca a identidade com uma ilusão que nos faz ir adiante certo o problema é que a modernização né e as formas que vão regular o mercantilismo que vão organizar a escravidão e que vão dar no colonialismo essa modernização para se processar organizou uma forma de administração que deu identidades a grupos humanos organizando eles a partir de caixinhas fechadas veja não é que antes da modernidade não havia identidades culturais mas antes da modernidade a identidade inteira de um grupo humano não era usada para organizar o modo de su exploração e organizar uma forma discursiva
em que esse grupo seja reduzida pela alcunha que se aplica a ele né então quando eu abro o livro com problema da identidade o que eu faço é buscar investigar justamente as abordagens possíveis sobre o tema da identidade levando isso em conta por isso eu penso a identidade cultural e a subjetiva para deixar claro quanto o peso da materialidade organiza as formas como nos identificamos e como essa identidade é uma ilusão não só socialmente necessária já que ela se ata administração da vida social mas ela também organiza a forma subjetiva como a gente se define
então para finalmente responder a sua pergunta eu cheguei na conclusão que as identificações que visam definir Nossa identidade são delimitadas pelas formas como a reprodução da vida social se organiza por essa porta eu pensei com vários autores evidentemente né fanon lélia embi mudimbi por essa porta eu eu pude perceber que a raça negro ou a própria ideia de sujeito e subjetividade vão ter marcações que partem da vida social Esse é o ponto a nossa realidade a mais subjetiva possível não escapa da materialidade organizada pela reprodução da vida social né E esse é o ponto que
eu tento deixar claro no livro eh Douglas te ouvindo eu eu tava pensando né como eh como os nossos fazeres como pessoas tentando interpretar a realidade e eh formatar conhecimento e e fazer transmissão em especial na sala de aula elas vão nos aproximando porque essas são as questões latentes de um tempo né E pensar que nós somos sujeitos que fomos atravessados pelas experiências modernas só que a gente tem uma uma uma out outra coisa que é a possibilidade de acesso a outros registros de modos de vida né e eh qualquer ser humano que esteja vivendo
o século XX os 2000 e tantos is eh ele sabe se se ele tá né se ele tem a possibilidade de saber se a materialidade da vida dele permite a ele uma escola um debate um acesso ele sabe que nos de outras formas em outros tempos né E aí isso vai nos sendo trazido por uma série de intelectuais né Você fez uma esteira dos dos que vão eh te mobilizando a pensar a identidade nessa primeira parte do livro mas quer que a gente né consiga explicar para todo mundo assim algo que eh estamos falando há
décadas né a modernidade ela ela os mod de produção que vão ser instaurados a partir da modernidade eles precisam de uma forma organizacional então quando as coroas europeias chegam nas colônias elas precisam avisar se você tentar genitália Esse é o seu papel social e aí a noção eh eh de identidade de gênero identidade sexual que era Alienígena para Esses povos originários lhes vai ser forçada goela abaixo né Eh a noção de raça paraa África eh que nenhum povo que vivia em África pré-colonização se identificava como preto Esses povos se identificavam pelo tronco linguístico pela religião
pelo território pelo culto eh eh sagrado e de repente o processo da modernidade faz com que a partir de agora eles têm uma identidade imposta a eles uma identidade racial eh E aí eu fico pensando assim te ouvindo né Não não vou entrar nisso em pergunta mas como o processo de identificar tá intimamente ligado com o processo de produzir unidade e gerenciar o poder né Eh e definir quem vive quem morre etc etc bom eu vou vou avançar para para mais mais adiante no livro então se na primeira parte você você organiza a nossa ideia
né de identidade na segunda parte você vai eh argumentar conosco como o neoliberalismo produz uma série de operações então operações financeiras operações psicológicas operações sociais operações políticas o neoliberalismo é uma nova forma de estar no mundo né o neoliberalismo produzirá um novo sujeito sujeito neoliberal eh e e e quando a gente estuda o o liberalismo quando a gente vai nas nas bases filosóficas se é que dá para chamar de filósofo né o haek o misis eh São intelectuais que lutaram para para desmantelar o social para atomizar a experiência da sociedade na boca da Margaret tcher
né Eh que é eh um dos nomes da da da primeira onda de gestão neoliberal pinochet Reagan t a Vai dizer que não existe sociedade existem indivíduos e famílias sociedade é uma abstração né o social tem que ser desmantelado pro pro mises né o social é uma aberração totalitária o que eu queria te perguntar é por que é possível afirmar que que o neoliberalismo ele ele é fala do identitarismo você você diz algo parecido no livro né um dos seus capítulos chama o neoliberalismo como como antecâmara do identitarismo uhum bom essa pergunta ela é muito
interessante porque é preciso levar em consideração né de saída assim que o neoliberalismo mais do que uma ideologia para lembrar dois dois grandes críticos né daart e laval o neoliberalismo ele é também uma racionalidade O que é isso uma forma de controle que se exerce de maneira integral na vida social A grande questão é como ele se torna então possível né Eh então eu quero propor assim né para arregimentar o debate dois pontos né o momento de organização da lógica neoliberal para depois discutir os impactos que essa que organiza o identitarismo sob a lógica neoliberal
né para relembrar Então veja que a crise dos anos 70 que é o ponto nevrálgico é uma crise marcada pela Guerra do Vietnã e pela elevação dos Barris de petróleo essa crise ela Altera a paisagem Industrial das economias desenvolvidas né os os anos 70 vão se tornar o lugar de entrecruzamento de uma revolução tecnológica e da transformação do ideário econômico e do surgimento de um discurso responsável por por orientar uma nova cosmovisão social O que seria uma cosmovisão seria a forma mesmo como a gente organiza a nossa visão de mundo então essa mudança de paradigma
no capital tal é marcada pela inovação tecnológica e a descentralização organizacional das empresas que vão ter o intuito evidentemente de aumentar a produtividade reduzindo os custos da produção O que qual era a finalidade então disso era acelerar o giro do capital e ampliar o mercado né agora tem um impasse aqui porque se aumentar a produtividade requer a expansão da demanda né usando 80 vai ser marcado pela tentativa dessa realização É nesse momento por exemplo que a expansão do comércio vai se tornar um objetivo radical nos anos nesses anos né tornando possível inclusive eh e essa
expansão vai ser vai ser possível pelo desenvolvimento das telecomunicações né da da revolução comunicacional aliás então paraa mobilidade dos capitais vai se fazer urgente derrubar Barreiras de regulamentação protecionista dos Estados é essa medida de derrubar Barreiras protecionistas que vai permitir a reestruturação da produção e é aqui que a ideologia neoliberal se torna uma veltan Chang para ser rococó quer dizer se torna uma visão de mundo veja que a busca de recapitalização do capital que integra mercados e maximiza vantagens comparativas de localização para as empresas elas eram mediadas pela revolução microeletrônica né quer dizer todo esse
boom da internet acompanha esse processo né isso até parece difícil mas eu vou trocar em Miúdos né as empresas Vão buscar lugares e que a mão deobra fosse mais barata e o custeio da produção fosse mais barato isso inici transnacionalização para que isso seja possível é necessário o desenvolvimento da tecnologia da informação certo agora para organizar tudo isso os órgãos políticos internacionais e agências reguladoras vão precisar ser organizados também no sentido de buscar vantagens competitivas para essas empresas Qual é o resultado disso eu tô falando aqui resumidamente de uma transformação interna no capital que é
que vai organizar o vai finalizar o processo de mundialização e vai passar para globalização a concorrência que antes era entre empresas Esse é o resultado passa a ser entre países os países precisam demonstrar serem confiáveis ao mercado para receber o quê investimentos e tudo isso se regula por uma nova propriedade que é a como dizer ali querida Então veja que aqui está o nó que amarra a ideologia neoliberal as formas de gestão que parte de um novo tempo do Capital quando laval cham neoliberalismo de racionalidade eles querem dizer com isso que ele é uma prática
de governo que interv vi socier di uma forma de ver o mundo e vai organizar as nossas demandas subjetivas também então por que o neoliberalismo é a antala do identitarismo né porque a reestruturação produtiva e essa esse processo de globalização dos mercados ocasiona também uma reestruturação da engenharia social que por sua vez causa uma concorrência entre trabalhadores levando a individualização e aut do trabalhador no lugar da antiga solidariedade de classe e o que tudo isso tem a ver com o identitarismo né veja que na transformação das relações de produção da vida social depois da crise
fica patente que a ideologia da modernização Que resolveria os os espos coloniais tinha chegado ao fim o que que é isso Que que isso significa significa que durante a modiz clssica do capitalismo que vai da Revolução Industrial atéos anos 70 tinha uma ideia Liberal que era a seginte o desenvolvimento do próprio capitalismo vai fazer o qu vai vai subsumir vai absorver aquelas identidades que foram organizadas pelo colonialismo e que estavam fora do processo de modernização né então a ideia de que o negro ele seria ao entrar no mundo do trabalho ele seria absorvido de tal
maneira que o racismo desapareceria só que quando essa crise advém e quando há um limite interno no capital que é uma crise de valorização do valor né o que que acontece essa ideologia essa fé ela cai por terra né as formas de identificações dos grupos do estado no estado fordista que vai manter a herança colonial permane sem ser absorvidas a essa modernização Então qual é o novo desafio da nova engenharia administrativa no capitalismo pós-fordista como efetuar uma administração de contrainsurgência com essas identidades que permaneceram no lugar subalternizado essa esse é o problema como manter o
terreno livre do conflito político que essas identidades possam ocasionar é aí que entra as chamadas políticas da identidade que vão ser organizadas a partir das demandas do Banco Mundial né quer dizer o resultado disso é que as identidades passam a ser policiadas inclusive por aquilo que restou da esquerda é aí como é aí que o identitarismo se torna uma marca contemporânea Nossa Douglas é muito bom te ouvir porque tem alguma coisa eh que você tá fazendo aqui né Como como o mágico faz com o coelho e a cartola que é na hora ao vivo que
é mostrar eh aquilo que a gente no campo do Marxismo diz sempre e sempre pras pessoas né Eh eh a a superestrutura ela advém de mudanças na infraestrutura são mudanças estruturais que possibilitarão as mudanças super estruturais eh essa essa análise material né Eh daquilo que está havendo na infraestrutura eh do sistemas de produção e como isso se cristaliza no campo da ideia da cultura da Lei no campo Campo jurídico no campo filosófico né no campo de uma racionalidade de uma gramática social é é o é o mais brilhante que eu acredito que que a gente
tem para oferecer PR as pessoas mas voltando tem uma coisa agora desse teu turno de Fala Douglas que acho que é é esse trabalho de trocar em Miúdos né que é a gente pensar o seguinte eh a medida que a transnacionalização acontece eh e que os os eh o que havia né de tecido social o que havia de bem-estar social o que havia de de Seguridade vai ser rompido porque a lógica do Capital demanda que isso seja rompido eh o e e os e os trabalhadores vão começar na na forma mais atomizada né porque eh
as os países deixam de competir as empresas passam a competir e agora os indivíduos passam a competir que os indivíduos estão empresar isad né viraram o viraram empresas individuais cada cada um de nós é um auto empreendedor navegando o seu Barquinho trabalhando enquanto Eles dormem vendendo bolo de pote no contraturno eh e aí tem uma coisa curiosa que é existe uma manipulação das identidades para que elas passem a ser uma valorização do seu passe né Por que comprar brigadeiro se você pode comprar o brigadeiro trans né Por que ouvir música se você pode escutar a
música Negra porque E aí isso passa a ser um distintivo de valorização de uma forma mercadoria humana né É aquele ser humano que tá que tá e eh se se valendo da identidade para se valorizar Só que tem uma outra coisa que você falou que eu acho que é muito importante da gente pensar eh desse comércio das identidades né que quando a gente olha o neoliberalismo 80 eh eu sou um crítico cultural Se você olhar pro cenário da música no centros de hegemonia do Capital por exemplo o fim do movimento punk produz 120 identidades né
as identidades do pós punk e e aqui no Brasil o punk de de de boutique o punk de que que é comprado é uma identidade que você acessa pela via do consumo eh e e o que a a MTV vai fazer nos Estados Unidos Anos 80 É é é te pedir adolescente que você se identifique com uma tribo para você comprar uma outra calça jeans uma outra jaqueta uma e a identidade como eh motor né de tinha uma outra coisa que você tinha falado que eu tinha achado brilhante anotado aqui e que era a contrainsurgência
sistêmica bom para que a favela não seja uma identidade de luta será possível atomizar os sujeitos para que uma pessoa AD divinda da favela ao conseguir o seu raríssimo sucesso possa dizer a favela venceu e isso apazigue o corpo social que se veja representado naquela identidade a favela venceu né quando na materialidade da vida a favela continua eh vencida Douglas eu vou paraa questão quro que é a próxima parte do seu livro eh o capitalismo tardio ele vai nos defrontando com crises cíclicas que estão cada vez mais aceleradas mais próximas e mais agravadas pelos níveis
né de desigualdade que a gente tá vivendo eh nesse tempo eh no sétimo Capítulo do seu livro você chama a gente para pensar o identitarismo como um paradigma de gestão de um sistema em crise per permanente eh acho que aquilo que eu tava falando da favela Vencer é um pouco eh uma aproximação possível para esse capítulo mas eu queria ouvir você falar sobre ele Uhum é bem eh no no livro né eu deixo claro que para além de uma gestão do capitalismo pós-fordista o identitarismo ele também vai se forjar pela ideia de que a identidade
é substancial nã quer dizer a ideia a a identidade se torna uma ideologia da essencialidade do pertencimento que rompe com a dimensão de construção da identidade junto à alteridade o que no fim vai levar à lógica fascista né se a gente por exemplo refletir sobre a história do século XX algumas lições podem ser tiradas né quer dizer algumas várias do século XX mas nos pensando na questão da identidade né todo o processo de crise no século XX foi respondido pela organização imaginária de bodes expiatórios n veja que a crise de 29 de identidade supremacistas exato
porque a resposta é essa é a resposta é o fechamento né do nós né e a criação do bode expiatório que são eles né Então veja por exemplo que a crise de 29 vai organizar uma das mais infames ideologias que foi a nazi fascista nã o que a ideologia nazi trouxe como componente fundamental senão a construção da noção racial como algo natural né paraa gente ter uma dimensão disso basta a gente observar o quanto eh biologicista eram os discursos nazis né para compreender que no Horizonte de crise em que as expectativas se tornam mínimas e
decrescentes as respostas vão ser pela construção de um inimigo Imaginário que Organize a minha identidade de grupo né nesse sentido Então nada mais identitário que o nazismo né agora como vai mostrar o grande do bois ou de boá toda a identidade ela se constrói historicamente através de revés culturais alicerçados na reprodução material da vida então o mais importante é levar em consideração que a identidade é um paradoxo em si mesma Por que um paradoxo porque primeiro ela é uma ela não se encontra né E ela precisa do outro para lhe delimitar né se constituindo como
uma ilusão para sempre perdida eu sou Douglas sendo o Douglas não o Douglas em si mesmo né agora é preciso explicar o que significa a ilusão aqui a ilusão não se não significa pensar a identidade como uma ilusão não se trata não trata a identidade como algo falso ou sem implicações mas uma ilusão necessária que organiza a sociabilidade e portanto tem impactos fundamentais na concretude né o exemplo que você dá da da favela venceu por um indivíduo que se sobressaiu e sobreviveu né marca muito essa ideia da identidade como um ícone né agora o modo
de gestão do Capital pós-fordista que se organiza por essa crise permanente se deu conta que quando fracassa os ideais liberais naquilo que prometia que era absorver as identidades excluídas dos processos de modernização Então passa a ser necessário essas identidades a partir das relações de mercado que é o que você tá dizendo né e é aqui que que o establishment entra né se a identidade se dá por uma construção e não por uma descoberta como vai dizer enfim ST né o trabalho de direcionar essas identidades para demandas de consumo vai ser feito pelos processos publicitários e
propagandísticos da sociedade do espetáculo né então e aí uma coisa que a gente não pode esquecer porque isso é um elemento importante para ser pensado né o trabalho dos algoritmos não pode ser esquecido aqui a tecnologia da informação e o modo Como se estrutura a web sob o monopólio das bigtec tem um papel especial nessa gestão isso é algo que eu também discuto no livro né pensando com o meu grande irmão Davidson né Davidson co e o Walter LEP né então a gente precisa se dar conta que a gestão das identidades é uma gestão contrainsurgente
é uma gestão de policiamento a gestão das demandas de identidade propõe um conjunto de medidas Nos quais os identificados possam ter sua carência minimizada por alguma ação de inclusão n agora por que isso né porque o estado precisa demonstrar ao mercado que é o local confiável aos investimentos né ele precisa se tornar um gestor Empresarial remediando as desigualdades históricas não superadas no período fordista através de uma política minguada que organiza as formas de gerir a identidade Esse é o excesso não previsto pela ontologia do haek né pelo pensamento do do haek porque primeiro fica muito
claro que os direitos universais do homem eram apenas o direito do homem branco proprietário né então no reino do direito privado que entra aí a prática neoliberal de gestão os grupos excluídos do processo da modernidade clássica vão precisar ser posto em vigilância para evitar o quê a política com P maiúsculo para evitar o conflito que é assim que a política com P maiúsculo é isso que significa a política com P maiúsculo conflito e é que eu tô pensando com o ransier né Então veja que haek racionaliza a estrutura do direito no campo privado né Eh
por quê Porque ele vai abrir o Estado ao questionamento da legitimidade da lei que vai ser balizado por quê pela eficácia a lei tem que ser eficaz e por isso a própria universalidade abstrata do direito vai ceder espaço à especificidade né Eh das demandas do trabalho mesmo então haek vai descrever o sistema capitalista isso é o haek teólogo da ideologia neoliberal haek vai descrever o sistema como uma dominação impessoal em que o verdadeiro sujeito é o mercado os indivíduos só se tornam sujeitos realizando-se pelo mercado né Eh o que acontece com as identidades constituídas no
período eh da da abertura da colonização elas são obrigadas a passar por uma transformação radical que envolve dar outro sentido a sua própria história e a sua forma de identificação Então não é simplesmente que o processo identitário recruta o negro né e copita a liderança Negra não ele também organiza a forma como esse negro tem que ser pensado e como ele tem que ser de certa forma é uma recolonização da própria história da da própria história do que significa ser negro então durante o período veja aqui é importante marcar que o período Áureo da modernização
durante esse período a fé numa universalidade abstrata foi mantida né porque a promessa Liberal marcava que um dia os racializados aqueles que não se enquadram na normatividade de gênero um dia né Eh eles poderiam ir da potência ao ato né e ir da potência ao ato é abandonando a suas características e entrando no mundo do trabalho produtivo quando essa modernidade chegou num ocaso essa universalidade abstrata ela é Desmascarada e ela dá início ao novo modelo de gestão e fica evidente que o sol não é para todos e que portanto é preciso demarcar critérios de exclusão
e implementar mecanismos de contrainsurgência para manter o espaço dos negócios no interior do Estado como esse grande Manager sem stresses desnecessários né então perceba que a novidade do século XX é que no estágio atual das nossas forças produtivas né E que o capitalismo se torna um capitalismo de crise permanente o identitarismo ele passa a operar o horizonte da política né quer dizer o identitarismo reatualizado pelas crises do mundo do trabalho e da noção de processo marca o novo quadro da relação entre a sociedade civil e o estado né uma vez que para encerrar né prometo
n já que a crença que a humanidade realizaria todas suas potencialidades caiu por terra no capitalismo Passa então a ser necessária uma judicialização da política voltada à identidades como autorregulação Por isso que eu digo no livro o seguinte que a desregulamentação pró mercado é paralela à autorregulamentação da afluência de identidades no corpo social então o identitarismo ele Ressurge como resposta à crise o que constrói Esse é o o a desgraça que é esse modelo porque esse modelo que passa a operar o esvaziamento do potencial político das identidades que passam a ter suas demandas organizadas para
evitar problemas com com relação ao mercado né esse é o ponto e esse para mim é o problema seria seria como conseguir instaurar nos sujeitos eh o o desejo radical de ser explorado das 9 às 6 você também uhum né só que só que aquilo que era promessa constituinte da modernidade eh passa a ser o a recompensa dos que conseguirem né então Eh pretos no topo né então teremos eh uma presidente travesti então e eh sem sem nos dar sem nos darmos conta de que eh o debate de como o sistema é gerido gerado e
e e e Quais vidas alimentam a sua Fornalha não entra em pauta para esta visão de mundo eh ô Douglas te ouvindo você ia falar alguma coisa amigo não não tô te ouvindo eu fiquei pensando numa coisa né quando você fala né dessa dessa promessa não realizada de uma universalidade trata pros sujeitos eu tem uma aula que eu que eu amo dar assim que é sobre a a emergência de uma identidade LGBT né E e aí eu t tô aqui pensando com te ouvindo e pensando né que eu que eu pra gente [ __ ]
sapatão travesti eh boeta é que hoje temos muitos outros nomes ã o que eu fiquei pensando era que pra gente o que sempre foi oferecido sempre foi prometido eraa O Extermínio tipo assim pensa no aparato jurídico estadunidense assim eh nos anos 70 você tinha mais de 20 estados nos Estados Unidos e em que ser LGBT era motivo pra prisão era era bom prisão no melhor dos casos né tinha castração química tinha eh internação compulsória em Sanatório pro resto da vida e enfim e aí fiquei pensando que eh acho que o melhor dos cenários o cenário
mais a esquerda de todos da modernidade ele prometeu universalidade abstrata porque do centro para lá ele pra gente né ele prometeu extermínio não tinha universalidade abstrata tinha universalidade e tinha a como chama isso a a reafirmação eh do Universal particular né a reafirmação eh de quem já já já já estava contemplado pelo conceito de humano eh Douglas vou me mover então pra questão final eh no no capítulo que você conclui o livro você faz uma distinção entre identitarismo Progressista laico e identitarismo reacionário sagrado você pode explicar pra gente eh Por que você faz essa distinção
e eu queria te perguntar se existe uma saída desse binômio ou ou se essa era tá marcada por essas únicas dadas possibilidades uhum bom eh Talvez uma das questões que mais incomode no meu livro esteja no fato de que se o identitarismo aparece como um paradigma de gestão no capitalismo pós-fordista né Eh então essa imposição faz de nós todos em alguma medida identitárias né no sentido mesmo que o preenchimento de cadastro planilha concurso Edital vai se delimitar pela prática Ultra identificatória né veja que é claro que no interior dessa forma de sociabilidade que nasce como
insisto de uma revolução interna no capitalismo vai ter espaço para adesão e paraa negação do que tá posto né Por exemplo dentro do movimento né a gente vê um discurso que constrói a noção de que a identidade eh e o seu pertencimento é a finalidade última da prática do movimento Mas a gente também vê pessoas que que se recusam a esse fechamento que que se recusa a ideia de um tipo de Pureza imaginária seja racial ou das múltiplas identidades que surgem nesse nesse movimento então Eh indo direto ao seu ponto né minhas críticas partem dessa
conclusão de que o identitarismo é o ar da gestão que a gente respira então sua expressão está Espraiada na vida social como acho que a gente tá marcando bem isso aqui nessa Live né se o tempo veja que se o tempo do indivíduo é dominado pelo ativo engajamento diante dos dispositivos conectados né A Experiência subjetiva eh e a consciência da do tempo histórico vão se atrofiando o resultado das transformações que a gente vivencia hoje no século XXI eh é o fato de que não se trata mais de romper com a identidade em nome do Comum
né mas de estabelecer identidades que possa se adequar ao regime e ofertar um pertencimento pseudo comunitário no mundo que ruma ao Abismo Então veja você né que o o discurso Progressista quando ele se torna Refém Da Lógica de gestão ele busca integrar as identidades num dicionário jurídico que vai aos poucos organizando um léxico eh que se rebaixa a representatividade essa gramática organiza Uma expectativa limitada à reserva de mercado que isso ocasiona que o corpo visto por fanon por exemplo como como algo fenomenológico atravessado por atributos históricos sociais torna-se no discurso Progressista selo paraa garantia de
políticas direcionadas de gestões direcionadas né que é o isso tudo que a gente tá conversando Então esse é o identitarismo Progressista né Eh eh o discurso Progressista ele encarna a lógica da Sobrevivência e do desenvolvimento pessoal que ficam disfarçadas por uma retórica pseudo radical né é uma adesão né é uma adesão que busca ao fim tornar algo que a gente escutava no início dos anos 2000 que é tornar o capitalismo mais humano só que o resultado disso é que só forja uma base sustentável de pequenos vencedores que serve de exemplo aos demais competidores é isso
minha crítica pro ideário Progressista a visibilidade e o Carisma vão se tornar sinônimos de sucesso que forja uma identificação de grupo trabalhado como nicho eleitoral né Então veja isso tá tudo atrelado a uma lógica que é a lógica como você disse da superestrutura né ao desencade a a a quando a gente tá numa época acelerada né em que o espaço para reflexão é tolhido sem espaço para mediação reflexiva eh também não importa a formação de uma identidade forjada No processo histórico sem a consciência do tempo histórico também não importa a herança das lutas passadas É
isso que eu tô chamando no livro de um identitarismo Progressista que se baseia pela lógica de esp das identidades agora tem um outro identitarismo que é o reacionário n que passa por uma outra lógica se o identitarismo Progressista entende a política como gestão portanto reduz o conflito político a gestão e ao Lugar ao Sol do Capital esse identitarismo reacionário entende a política como conflito diante de um Horizonte deer social via concorrência n em que a concorrência anima a nossa alma os identitários de extrema direita Vão buscar o militarismo né e enfim e tudo que tem
aí uma liderança n um pai que os guie né esse identitarismo reativo já vive numa guerra de todos contra todos e para se salvar do paredão O Sobrevivente tem que enviar os outros ao paredão Afinal Cristo vem Então já estamos no Apocalipse Então o que a gente pode intuir é que o filho bastardo do identitarismo como forma de gestão nasce com fortalecimento de um campo da Extrema direita que é forjada pela lógica concorrencial do neoliberalismo e por um outro espírito imaginário de Honra e sacrifício por isso eu chamo esse identitarismo de sagrado né porque diferente
do identitarismo Progressista que se determina pela adequação das identidades ao modelo de mercado esse identitarismo se coloca como identidade imaginariamente aberta só que ela tem um inimigo comum para você fazer parte dela você tem que eleger o inimigo n um inimigo comum e você tem que buscar os valores perdidos isso organiza uma comunidade simbólica de signos reconhecíveis da qual para fazer parte basta a autod declaração eu sou cristão Eu sou um homem de bem e claro para isso precisa reconhecer o inimigo comum quem é o inimigo comum geralmente grupos minoritários pessoas racializadas por aí vai
né Então veja que a tendência Apocalíptica dessa comunidade cuja identidade se forja pelo inimigo comum e aqui tem muitas relações com fundamentalismo religioso ela é fortalecida pela busca de espiar o outro de sacrificar o outro para garantir a manutenção da ordem por isso o seu apelo militar é sempre esse outro o gay ista o globalista o comunista que vai ser reivindicado como inimigo é a rejeição dos rejeitados que organiza essa identidade né é a ideia de que podemos através dos valores perdidos reforçar laços para sair do cosmopolitismo das elites globais Então veja que aqui a
gente tem uma pista de como a Extrema direita se articula quase como um excesso desse processo o candidato da Extrema direita ao se mobilizar contra tudo e todos acredita piamente que luta contra o mainstream globalista Claro financiado obviamente né e ele se mobiliza contra aquilo que enxerga como a principal coluna de Defesa do mainstream que ele enxerga a esquerda veja que a gente tem então um binômio como você você chamou né que se retroalimenta agora para sair desse binômio é preciso apostar na possibilidade que as lutas desenvolve uma possibilidade que vá para além da identidade
das lutas por exemplo para mim hoje nenhuma questão é mais sensível do que a questão indígena por com a terra achar que isso é uma luta identitária ou é uma luta só dos indígenas é enfim né outro exemplo a luta antirracista que mexe no calcanhar do Capital porque se acreditou durante mais de 100 anos que o capitalismo poderia dar conta do racismo né também é algo Central né porque o que a gente viu é que mesmo tendo negros ricos né E que usam bolsas caríssimas o racismo continua então Talvez uma saída do binômio é ter
duas questões Claras o estado não vai responder pelas lutas a luta tem que ser para além da disputa da gestão Esse é o primeiro ponto e a outra coisa apostar na generalização da luta uma luta que mexa com aquilo que Funda o capitalismo uma a luta indígena por exemplo que deixa claro como acumulação por espoliação da terra se mantém E provoca um genocídio de todos nós estamos implicados nessas lutas porque todos nós fomos dilacerados por elas por aquilo que move essas lutas todos nós estamos implicados na vida sofrível da heteronormatividade que exclui tudo aquilo que
não é espelho dela agora a gente não pode esquecer que transformar essa relação não pode se dar só com a conscientização mas é preciso derrubar a forma de reprodução social que precisa dessas identificações É nisso que eu sigo apostando naquilo que falou apostava né é isso Maravilha Douglas bom te agradeço muito pela exposição vou fazer o movimento final agora de ler algumas das perguntas que foram enviadas para nós eh temos aqui 1 Du 3 4 5 seis perguntas que foram eh peneiradas pela pela equipe da boitempo eh acho Douglas que eu vou lê-las todas te
pedir para selecionar eh duas para para responder mas mas eu acho que é importante também eh lê-las para para quem tá nos acompanhando saber que elas foram perguntadas para quem as perguntou saber que elas foram selecionadas e para quem tá nos ouvindo tentar ver possíveis caminhos para responder né nem sempre a gente consegue debater todas as perguntas por causa do tempo mas bora lá ó a primeira pergunta vem do Pedro Aguiar ela eu vou ler como tá escrito tá eh Guilherme e Douglas a concepção de identitarismo que liberais defendem e marxistas criticam não é específica
da episteme liberal e mutuamente excludente com a abordagem transversal a noção de classe Então essa seria a nossa primeira Pedro Aguiar a segunda é de André a não não sei o sobrenome todo se o colonizador é oeiro como você diz podemos dizer na mesma lógica que também o s foi o primeiro identitário a vencer a disputa por recursos com os neandertais próxima pergunta Roberto Dias como a questão do gênero com base na teoria vem redim o indivíduo no sentido de que a organização binária definiu e define por muito tempo a nossa identificação ã temos uma
pergunta do Fernando Vieira o identitarismo surge com a biopolítica quando o controle de territórios muda para o controle de Corpos Fernanda Vieira José Augusto Miranda como vocês enxergam políticas pós identitárias argumentadas por diferentes teóricos e aí por fim Lívia berdu Douglas como você caracteriza o movimento negro brasileiro das décadas de 1920 e 1930 Você concorda com Cloves Moura e José corre leite quando eles sugerem que o movimento estava alheio à luta de classes interrogação gente o Cloves Moura disse isso eh bom Bora lá Douglas você quer selecionar algumas para responder tá no mudo amigo Eita
que difícil né porque sempre claro a boi tempo só faz isso com a gente se fosse para ser fácil né era era macarrão instantâneo né bom putz é duas né então vou Poxa pode ser três pode acho que a última também fale duas só pra gente não sair muito do 1:30 aham a primeira né do eu esqueci o nome dele não sei se alguém pode me fala me fala a pergunta que eu te falo o nome a primeira pergunta a primeira de todas né sobre eh as abordagens distintas é Pedro Aguiar Pois é Pedro sem
dúvida a essa forma de gestão e de pensar a identidade como movimento estanque é é é assim quando a gente olha pro intercurso do desenvolvimento do Capital E aí quando a gente pensa o intercurso do movimento do Capital dependente brasileiro n a gente chega à conclusão do seguinte né Eh o por que que se elabora por exemplo o mito de uma democracia racial né Eh para forjar uma identidade nacional tá eu sei que eu fui seco assim né perguntei e já mas isso é importante levar em consideração porque a democracia a noção de democracia racial
tá muito orientada por isso que eu chamei a atenção que é a ideia de que o desenvolvimento do capitalismo levaria a absorção daqueles elementos que estavam fora das bences da modernização né então a eu gosto de dizer sempre que a ideia da democracia racial por exemplo ela tá vinculada a essa ideia de construção do Nacional via o desenvolvimentismo então a ideia era bom sob o guarda-chuva da identidade nacional que aí é esse talvez esse Universal abstrato viu Gui né quer dizer em que primeiro é um guarda-chuva que oculta a violência daquelas identidades que foram excluídas
desse processo porque para elas serem incluídas elas precisam de deixar de ser elas portanto no rola né Eh Então veja tô falando tudo isso para dizer o seguinte que eh as próprias formas como pensamos as identidades e as identificações se vinculam às formas como a vida da como a nossa vida material é produzida né então no no liberalismo precisava de uma forma eh vinculada a um estado nação que organizava fronteiras protecionistas desenvolvia buscava desenvolver a indústria Nacional né Quanto quantos quantas décadas não foi esse o sentido né do Brasil né Brasil paraa frente né o
o Brasil do Futuro né tá tudo vinculado com isso então tudo enfim todas as formas de identificação eh balizadas pela gestão estatal elas se orientam por aquilo que organiza a reprodução da vida material quer dizer elas se organizam elas se orientam pelas pela economia né isso exclui aquelas que estão fora né até eu tô pensando por exemplo na nessas digamos identidades não absorvidas porque também os povos originários não vão se ver como identidades Eles não precisam de disso percebe então tem tem uma questão aí que é muito importante então eu ficaria com isso pensar que
n o liberalismo em si mesmo ele incide na quebra de qualquer transversalidade qualquer possibilidade de pensar né ele se baseia por um realismo tacanho e administrativo enfim Aí tinha uma outra fala a natureza da pergunta que eu volto nela sobre a biopolítica que eu a sobre a biopolítica é da Fernanda Vieira se o identitarismo surge com a biopolítica quando o controle dos territórios migra para controle dos corpos bom é isso né não tenho muito não tenho nem muito o que dizer né é muito interessante pensar né o quanto essa essa busca do controle dos corpos
se também pela transformação da nossa realidade socioeconômica né então assim para ser bem sintético essa é uma ótima pista para entender isso que eu tô chamando de identitarismo aí tinha a terceira que era do coves Moura ah do movimento negro nos anos 20 e 30 né ah é da Lívia berdu como você caracteriza o movimento negro brasileiro das décadas de 20 e 30 e se você concorda com o Cloves Moura e José Correia Leite quando eles dizem eh quando eles sugerem né que o movimento negro brasileiro estava alheio à luta de classes uhum bom Se
for esse movimento né de do início dos do século XX anos 20 e 30 tô de acordo né eh mas tem uma questão aí né que é digamos quando há passagem é muito interessante porque esse movimento dos anos 20 30 né que inclusive tá muito próximo do [Música] integralismo eh ele tá na verdade tentando responder H uma situação nova que situação é essa você tinha 30 anos de república né sobre um passado de 400 anos né de escravidão sempre importante lembrar que o que Funda a nossa República é o sangue derramado em Canudos né então
é é interessante perceber que esse movimento dos anos 30 tá primeiro se rearticulando sob o signo negro né quer dizer você tem bom chegou a República se criaram as constituições as formas de produção da vida social que eram mantidas pelo escravo os escravos tchau tchau são expulsos das fazendas enfim todo esse movimento que a gente conhece que que ocasiona também o apagamento do indivíduo negro é muito interessante perceber que os anos 10 e 20 do século XX simplesmente exclui a palavra negro dos documentos oficiais eu fiquei sabendo disso uns anos Acho que uns do anos
atrás porque uma amiga estava estudando Balé no Rio de n e no Balé no Rio de Janeiro só tinha bailarinas brancas e ela estranhou ela falou assim Como assim né na Cidade do Rio de Janeiro início do século XX todas as bailarinas eram brancas e ela foi pegar as fotos e eram negras mas no registro eram brancas por que que eu tô trazendo isso porque esse digamos esse soliloque que inicia o movimento negro dos anos 20 30 tava muito amparado na recuperação do que significava ser negro Então é quase uma o Abdias está também aí
né então o guerreiro Ramos também então é quase uma tentativa de sair de a primeiro uma tentativa de se nomear porque simplesmente tinha sumido do Horizonte né Tudo bem que as vanguardas artísticas vão recolocar exoti esse elemento né mas Então veja que se a gente fosse pensar em termos da Chile em bembe né em termos de razão Negra era uma tentativa de voltar a se nomear de sair do apagamento para exercer por fim a crítica né que depois o Clovis Moura como também um desses membros dis que a gente pode chamar de razão Negra vai
fazer a crítica a esse processo também né então é muito mais dinâmico e complexo Talvez né entender a Escolhas de uma determinada época né do que simplesmente fazer uma caracterização que obviamente eu não vou conseguir nesse tempinho Mas enfim espero pelo menos ter incitado aí algum tipo de interesse por isso te agradeço Douglas agradeço a todo mundo que nos acompanhou eh a galera da boit tempo tá me pedindo para fazer um lembrete para vocês do início da Live quem quiser ler em primeira mão o texto do Douglas brilhante texto dele o que é isso identitarismo
pode assinar o clube do livro da boitempo até o dia 15 de Novembro armas da crítica você vai receber o livro do Douglas em casa em primeira mão com brindes o pôster eh do dos dos 10 passos do Panteras do panteras negras tá lindo eh e acho que de aviso institucional é isso ah o livro vai tá vai em novembro pros assinantes e ele chega nas livrarias em dezembro eh Douglas Te agradeço muito foi um prazer te ouvir eh foi um prazer eh dialogar com você mais uma vez tenho uma admiração enorme gigante por você
muito feliz de est vivo no mesmo tempo contigo e tá no mesmo campo do mesmo lado obrigado eu agradeço muito Guilherme muito feliz bom você sabe que nós estamos atravessados pelo pelo amor pela filia eu admiro muito você é recíproco galera boa noite um beijo até a próxima é isso