O Livro Vermelho de Carl Jung diz que você não está deprimido — você está despertando!

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Psicose
00:00 INTRODUÇÃO 02:06 A RECUSA DA ALMA 07:29 A DESCIDA DE JUNG 13:09 O GRITO DO INCONSCIENTE 16:36 ...
Video Transcript:
Você já parou para se perguntar se a dor que sente é mesmo sua? E se essa tristeza que você carrega, silenciosa, sorridente, quase educada, não for um defeito, mas um chamado? E se o que chamamos de depressão não for um colapso, mas o início de um parto?
Não de um novo eu, mas do eu real que sempre esteve preso? Quem olha para fora sonha, quem olha para dentro desperta. Carl Jung escreveu isso não como uma frase de efeito, mas como um aviso, um presságio.
Porque olhar para dentro não é belo, não é espiritual, é descer, é sangrar sem ferida, é perder o nome, o chão e a vontade, até que reste apenas um silêncio estranho, quase vivo. Todos nós, às vezes, tratamos os outros injustamente, com desconfiança. Mas talvez o que seja mais cruel como tratamos a nós mesmos quando começamos a falhar no papel que o mundo nos ensinou a interpretar, quando perdemos a máscara e a alma começa a dizer: "Não faço mais parte disso".
Carl Jung chamou isso de confronto com o inconsciente. Uma descida, não a loucura, mas a própria essência. E dessa travessia nasceu o livro vermelho, uma obra que ele escondeu do mundo, temendo que o chamassem de louco.
Mas não era loucura, era lucidez demais para um mundo que só tolera a superfície. Esse vídeo não é um mapa, é uma fogueira no meio do escuro. É para você que está acordado às 3 da manhã, sentindo que algo está errado, não com o mundo, mas com a forma como você aprendeu a existir dentro dele.
Sabe aquela sensação de que você está cansado, sem motivo, de que você vive sorrindo enquanto por dentro desaparece? Talvez você não esteja deprimido, talvez esteja sendo chamado a despertar. E isso dói, porque o despertar não começa com luz, começa com perda.
Aqui não vamos negar sua dor, vamos escutá-la como Jung fez, como você também pode [Música] fazer. Você não sabe exatamente quando começou. Não foi um trauma evidente, um evento marcante, uma tragédia para contar.
Foi mais sutil, mais perverso. Foi como se a alma, sem aviso, começasse a se afastar em silêncio, como alguém que vai embora no meio da noite sem bater a porta. No começo é só um cansaço.
Depois o mundo perde um pouco do gosto. As pessoas continuam rindo, os amigos continuam falando e você continua sorrindo, assentindo, fingindo. Mas algo dentro de você já não está mais lá.
E o pior, você nem sabe nomear o que está faltando. A sociedade chama isso de depressão. Os médicos falam em dopamina, em serotonina, em desequilíbrio químico.
Mas será que é só isso? E se for algo mais antigo? mais profundo, algo que nenhuma pílula pode calar, porque não é um ruído, é uma voz a sua.
Carl Jung escreveu que o mais terrível é o homem que se perdeu de si mesmo. E é exatamente isso que você começa a perceber, que aos poucos foi se tornando uma caricatura funcional, um funcionário da própria existência que pera, agrada, cumpre expectativas, mas não sente mais nada. Você olha no espelho e reconhece o rosto, mas não se reconhece por dentro e isso te apavora.
Mas o que ninguém te contou é que isso pode ser o início do verdadeiro despertar. A alma não faz escândalo. Ela se retira devagar.
Quando percebe que você está vivendo uma vida que não honra quem você é de verdade, ela para de cooperar. E o resultado não é barulho, é ausência. Um silêncio sufocante que ecoa no peito.
A recusa da alma não é rebeldia, é sobrevivência. Você sente culpa por não estar motivado, vergonha por não conseguir mais sorrir naturalmente. Você se obriga a continuar, a render, a parecer bem, mas por dentro está em colapso.
Você acha que está falhando, mas talvez esteja apenas começando a acordar. Jung falava da necessidade do ser humano passar pela noite escura da alma, não como punição, mas como travessia. Porque só quando tudo aquilo que você achava que era começa a ruir, é que surge a possibilidade de descobrir quem você é.
A dor não está errada, ela está apontando o caminho. Imagine uma árvore cujas raízes estão sendo envenenadas. Ela começa a secar nas folhas, a beleza vai embora, a força diminui, a vida se retira, mas a causa não está na superfície.
A causa está no invisível, no que ninguém vê, no que você também não quis mais ver. E é isso que sua alma está recusando. A farça de uma vida construída sobre o medo, a adaptação, a negação de si.
Ela não quer mais o aplauso, ela quer autenticidade, ela não suporta mais a máscara, ela quer inteireza. Por isso você sente que está morrendo, mas não está. O que está morrendo é a ilusão.
Você começa a evitar certos lugares, a silenciar em certas conversas, a olhar com estranhamento para o que antes era normal. é o início da desidentificação com a persona. Jung diria, o ego está sendo desmontado, não por fraqueza, mas por um chamado interno que exige verdade.
A tristeza profunda, o vazio, o cansaço, tudo isso não é defeito. É a alma dizendo não. É a alma recusando continuar compactuando com a mentira que você aprendeu a viver.
Não é mais possível sustentar relações vazias, empregos opressores, desejos emprestados, sonhos que nunca foram seus. E isso é aterrorizante, porque você não sabe o que colocar no lugar, mas por hora, não é necessário saber, é necessário suportar, suportar o desmoronamento, porque é ali, nos escombros do personagem que o verdadeiro self começa a sussurrar. Talvez agora você não queira mais sair, não queira mais conversar, não queira mais agradar.
E tudo bem, isso não é desistência, é início. A recusa da alma é o momento em que o corpo continua, mas o espírito já partiu. E isso só dói tanto porque você ainda tenta segurar a versão antiga, mas ela não volta mais.
Ela morreu e precisa morrer. Y Jung enfrentou essa mesma travessia. Ele, um homem reconhecido, respeitado, admirado, certo do seu papel no mundo, se viu subitamente dominado por imagens, símbolos, visões e silêncios que o mundo exterior não compreendia.
E ele escolheu não medicar a alma, escolheu ouvi-la. Se hoje você sente que está afundando, não lute para nadar de volta à superfície. Afunde, desça, porque só no fundo do poço simbólico é que se encontra a chave que abre a porta de dentro.
O desespero, a apatia, o choro sem motivo. Tudo isso pode ser o alarme do inconsciente. O grito mudo da alma dizendo: "Você não está vivendo sua vida", está representando uma mentira e por isso ela se retira.
Por amor a você, por fidelidade à sua essência, você não está deprimido. Você está sendo arrancado daquilo que nunca foi seu. E isso, por mais doloroso que pareça, é um milagre disfarçado.
Imagine um homem respeitado, com uma carreira consolidada, discípulo direto de Freud, admirado no meio científico, pai de família, símbolo de estabilidade. Agora imagine esse mesmo homem trancado em um quarto, tendo visões, ouvindo vozes, desenhando mandalas e conversando com entidades que habitam dentro dele. Não, isso não é ficção, isso é Carl Gustav Jung entre os anos de 1913 e 1919.
Enquanto o mundo mergulhava em guerra e Jung mergulhava em si, foi chamado de louco, de esotérico, de traidor da ciência. Mas o que ele fez nesse período foi talvez a coisa mais corajosa que um ser humano pode fazer. Ele desceu.
Desceu não por curiosidade, mas porque foi puxado, arrastado por algo maior do que sua razão, maior do que seu status, maior do que seu orgulho. Ele chamava de confronto com o inconsciente. Mas era mais que isso.
Era um rito de passagem, um colapso deliberado do ego, uma jornada que nenhum título protege, nenhum currículo impede, nenhuma explicação resolve. Jung não escreveu o livro vermelho com fins acadêmicos. Ele o escreveu para não enlouquecer.
Ele estava perdendo tudo o que o tornava funcional para o mundo. Clareza, lógica, objetivos, imagem. E foi nesse espaço de ruína que ele encontrou símbolos, vozes, presenças internas, personagens arquetípicos, cores nunca antes vistas, emoções ancestrais e, o mais importante, um fio de sentido que não vinha de fora.
A ciência não o ajudou, a religião o traiu, a razão era insuficiente. Então, ele se rendeu ao irracional, ao misterioso, ao abismo. E nesse abismo ele encontrou o que nenhum sistema consegue fornecer, encontro com a alma.
Mas isso tem um preço. Ele se afastou de Freud, perdeu colegas, foi ridicularizado, viveu isolado e ainda assim continuou. Por quê?
Porque havia descoberto que por trás da depressão, que ele também viveu intensamente, havia um portal, não para voltar ao normal, mas para se tornar real. O livro vermelho não é um diário, é um testamento. É o registro de um homem desmoronando e renascendo sem garantias.
Cada página é escrita como se ele estivesse deixando marcas num túnel escuro para que outros pudessem encontrá-lo depois. Dentro do livro, ele encontra figuras internas. Filemon, o sábio, o vermelho, símbolo do desejo, da sombra, da destruição.
A alma personificada, dialogante, exigente. Essas figuras não são alucinações, são fragmentos do seu próprio ser, partes que ele reprimiu, que a sociedade ignorou, que a ciência negou e agora estavam de volta, exigindo integração. Jung não tentou se livrar delas, ele as escutou.
Porque entendeu que o inconsciente não é um lixo psíquico, é um universo esquecido, habitado por tudo que um dia você foi, mas teve que abandonar para se encaixar. E se você acha isso distante da sua realidade, pense de novo. Todo dia você mata um pedaço de si para ser aceito.
Engole palavras, ri de piadas que não te tocam, aceita convites que te esvaziam, ama o que não ama. Vive o que não escolheu e tudo isso vai sendo enterrado no inconsciente até que um dia ele devolve tudo de uma vez em forma de colapso, de confusão, de dor, de silêncio. Assim como Jung, você começa a ver que algo dentro de você quer emergir, mas não de forma organizada, não com manual de instruções.
O inconsciente vem como avalanche. E se você tentar entender tudo de forma racional, será esmagado. Por isso Jung pintava, escrevia, criava imagens, rituais.
Ele sabia. O inconsciente se comunica por símbolos, não por lógica. Você sente uma angústia e não sabe de onde vem, um medo súbito, um cansaço existencial, um impulso destrutivo.
Esses são os seus próprios personagens internos batendo a porta. A sombra não quer te destruir. Ela quer ser ouvida.
Mas é mais fácil dizer que você está deprimido. É mais aceitável tomar um remédio. É mais seguro fingir que vai passar.
Jung não quis passar por isso, mas ele entendeu que não havia saída, havia apenas descida. E é aí que mora a chave. Ele não encontrou paz, encontrou verdade.
E a verdade é aterrorizante. Você é mais do que sua identidade, mais do que seu nome, sua profissão, sua aparência. Você é também aquilo que esconde, aquilo que reprime, aquilo que finge que não sente.
E se você não confrontar essas partes, elas vão te dominar. A alma não suporta viver na mentira. Ela adoece, ela apaga, ela implode.
O que Jung viveu não é privilégio de um gênio suíço, é um convite universal. Todo ser humano, em algum momento da vida, é chamado a descer, mas poucos atendem porque dói, porque isola, porque desmonta, mas também porque liberta. O livro vermelho não foi feito para ensinar, foi feito para lembrar.
Você vai perder tudo o que não é seu para finalmente encontrar quem você é. E talvez você esteja exatamente nesse [Música] momento. Você chama de confusão, mas talvez seja uma linguagem.
Você chama de tristeza, mas talvez seja um aviso. Você chama de colapso, mas talvez seja um nascimento. O que Jung compreendeu e que tantos ainda resistem a aceitar é que o inconsciente não é um inimigo.
Ele não quer te destruir. Ele quer que você lembre. E o problema é que ele não fala a língua que você aprendeu no mundo da superfície.
Ele não se comunica com lógica, nem com frases bonitas. Ele grita em silêncio. E o nome desse grito às vezes é depressão.
Mas e se não for depressão? E se for revolta? A alma tem uma ética profunda.
Ela sabe quando você está vivendo algo falso. Ela sente quando você sorri sem alegria, quando aceita sem querer, quando ama sem presença. Ela percebe cada ato de traição contra si mesmo e ela responde com apatia, com exaustão, com aquela sensação inexplicável de que algo morreu por dentro e você nem sabe exatamente o quê.
No livro vermelho, Jung não interpreta essas sensações como doenças. Ele as vê como símbolos. Cada desconforto é um mensageiro.
A angústia talvez seja um pedaço da sua infância tentando emergir. O cansaço talvez seja o preço de anos vestindo armaduras emocionais. A raiva contida, talvez seja o grito abafado de uma verdade que você nunca ousou dizer.
O inconsciente grita porque foi ignorado por tempo demais. Você passou a vida tentando ser forte, funcional, agradável, produtivo, mas a alma não nasceu para agradar, ela nasceu para ser inteira. E ser inteiro inclui aceitar o que você esconde, sua inveja, sua dor, sua frustração, sua vontade de sumir, sua necessidade desesperada de ser visto, mas medo profundo de ser exposto.
Tudo isso vive dentro de você, não como falhas, mas como vozes esquecidas. fragmentos da sua psiquique foram empurrados para o porão do inconsciente e que agora batem na porta e se você não ouvir, eles invadem. Jung entendeu isso.
Por isso, quando seu inconsciente começou a gritar, ele parou tudo, abandonou a normalidade, recusou o caminho da explicação fácil e escolheu descer. Porque o que o mundo chama de sintoma, às vezes é só uma linguagem ancestral querendo ser traduzida. Você sente esse chamado e é por isso que o seu mundo está desmoronando.
As amizades parecem ocas, o trabalho perdeu o sentido. Você se vê chorando sem motivo e depois vazio. Você tenta voltar a ser o que era, mas algo dentro diz: "Não dá mais".
Esse é o grito e ele não vai parar até você escutar, não para entender, mas para sentir, para deixar que essas vozes internas, essas imagens, essas sensações sem nome finalmente existam, sem vergonha, sem censura, sem diagnóstico. A alma só volta a cooperar quando percebe que não será mais ignorada. E você não precisa saber o que fazer com tudo isso.
Só precisa não fugir. Fique no escuro, na dúvida, na confusão. Fique até o grito se tornar sussurro.
E o sussurro revelação. Você olha ao redor e não reconhece mais nada. As pessoas que antes te acalmavam, agora te cansam.
Os lugares que pareciam lar agora são vazios. As conversas viram ruídos, os planos, obrigações, os sorrisos, máscaras. É como se o mundo estivesse intacto, mas você tivesse implodido por dentro.
Essa é a ruína, mas não a ruína que destrói, a que revela. Você está em pedaços e isso é sagrado, porque cada pedaço carrega uma mentira que você acreditou sobre si. Cada estilhaço doeu ao se soltar, porque foi costurado com medo, com obediência, com a necessidade desesperada de ser aceito.
Agora que tudo está em ruínas, você não tem mais onde se esconder. E isso é libertador. Jun sabia.
Ele passou por isso. Ele descreveu essa etapa como uma travessia onde o antigo eu morre, não como punição, mas como condição para o real nascer. Ele dizia que não há despertar de consciência sem dor.
E é verdade. Você não se torna inteiro com meditação leve ou frases bonitas coladas na geladeira. Você se torna inteiro quando olha para os destroços e decide que não vai reconstruir a mesma mentira.
É tentador correr, voltar, pedir conselhos, fugir para qualquer distração. Mas agora você sabe, o retorno à farça dói mais do que o silêncio. Você não quer mais fingir, não quer mais forçar sorrisos, agradar por medo, servir por culpa.
Você não sabe ainda quem é, mas sabe quem não é. E isso já é um começo. Essa fase é brutal.
Você vai se sentir só, mas não está. Está apenas sem plateia. Vai se sentir perdido, mas não está.
Está apenas fora do mapa antigo. Vai se sentir desconectado, mas não está. Está apenas se desligando da versão fabricada de si mesmo.
Essa é a travessia e ela não tem atalhos. Jung, em seus escritos, nunca prometeu cura rápida. Ele falava em integração.
Aceitar que a sombra, aquela parte que você mais rejeita, também é você. É por isso que agora você sente raiva do que amava. Vergonha do que desejava, vontade de destruir o que um dia defendeu.
Não é loucura, é purificação. É o fogo queimando o que era acessório. É o vazio limpando o que era excesso.
E no meio desse processo, algo silencioso começa a nascer. Você sente uma estranha paz no desconforto, uma vontade de estar só, mas não de se isolar. Um desejo de silêncio que não é fuga, é santuário.
Você começa a ouvir um som que vem de dentro. Não é um grito, não é um pedido, é uma presença. Como se alguém muito antigo, esquecido, estivesse voltando para casa.
Esse alguém é você. O você que não se define por produtividade, o você que não se curva à performance. O você que não precisa ser amado por todos porque aprendeu a se respeitar em silêncio.
As ruínas não são o fim. São o intervalo entre a mentira que caiu e a verdade que ainda está se erguendo. A única condição para atravessar esse lugar é não tentar voltar.
O velho mundo morreu. Agora você precisa decidir se vai enterrar junto a sua verdade ou se vai nascer junto com ela. E sim, isso dói.
Mas como disse Clarice Lispector, liberdade é pouco. O que eu quero ainda não tem nome. E talvez esse sem nome, essa ausência, esse espaço, seja justamente o chão fértil, onde a sua alma começa a criar um novo modo de existir.
Você achava que despertar seria bonito? Luz entrando pela janela, paz no peito, propósito renovado, mas não. O despertar chegou como uma implosão.
Silenciosa por fora, devastadora por dentro. Você esperava leveza, mas encontrou ausência. Esperava clareza, mas foi recebido por um nevoeiro espesso, íntimo, que não avisa onde termina.
Porque o despertar, quando é verdadeiro, não vem com certezas. Ele arranca tudo, não te entrega respostas, te obriga a fazer silêncio até que você aprenda a ouvir. E no fundo desse silêncio, você escuta não uma voz mística, nem uma instrução divina, mas algo mais cru, um sussurro seu, antigo, sufocado, dizendo com dor e ternura: "Você demorou, mas chegou.
É isso que o despertar é o reencontro com partes de você que foram exiladas em troca de sobrevivência. A criança que foi podada, o rebelde que foi envergonhado, o selvagem que foi domesticado, o intuitivo que foi ridicularizado, o sensível que foi silenciado. Todos esses pedaços agora voltam e você por fim entende: "Não está ficando louco, está ficando inteiro.
" Jung escreveu: "O privilégio da vida é tornar-se quem você realmente é, mas ninguém conta o que isso exige. Tornar-se quem você é não é sobre autoajuda, é sobre morrer lentamente para tudo que você não é. Você deixa de rir por obrigação, de agradar por medo, de lutar por reconhecimento que no fundo nunca te preencheu.
Você não sente mais prazer onde antes havia vício e começa a desejar o que não tem nome, presença, verdade, conexão, silêncio. Nesse estágio, você assusta pessoas simplesmente porque parou de mentir. Você diz não sem culpa.
Você some por dias sem precisar explicar. Você olha nos olhos sem desviar e quando falam contigo, você não responde com o que esperam, você responde com o que sente. Você virou um espelho e espelhos assustam quem evita se ver.
O despertar também destrói a busca. Você para de correr atrás da versão idealizada de si mesmo e começa a respirar aqui agora, dentro do corpo ferido que aprendeu a amar. Não porque ele é perfeito, mas porque é real.
Você começa até a viver pequenas mortes com serenidade. Deixa ir conversas rasas, relacionamentos sem alma, hábitos que serviam para adormecer e em troca ganha algo inegociável, inteireza. Você começa a caminhar com menos pressa, fala menos, observa mais.
E quando sente dor, você não corre mais, você a acolhe como quem reencontra um velho amigo. É isso que Jung ensinou com sua própria descida. O sofrimento é um rito, a sombra é mestra, o caos é laboratório e o despertar é entrega.
A alma não quer sucesso, quer significado. E agora você começa a encontrá-lo nas pequenas coisas, no café tomado devagar, no som da respiração, no dito que já não incomoda, na ausência de certezas que finalmente parece segura. O despertar não te faz melhor, te faz mais humano, mais falho, mais nu, mais presente.
Você não precisa mais impressionar, não precisa provar, não precisa ser entendido. Você apenas é com gravidade, com silêncio, com uma verdade que pulsa nos olhos. E é por isso que, mesmo que tudo esteja um caos, você sente algo novo.
Uma paz que não depende de nada, um amor que não exige retorno, uma liberdade que não precisa ser explicada. Você acordou não no sentido espiritual que vendem, mas no mais brutal e belo dos sentidos. Você parou de fingir e agora você não se vende mais por migalhas emocionais.
Você não se sacrifica por aprovação. Você não precisa mais caber, porque finalmente entendeu. Nunca foi sobre voltar a ser quem você era.
Foi sobre se permitir ser quem sempre esteve preso debaixo da performance. Você não está deprimido. Você está se lembrando de quem é.
Isso, meu amigo, é só o começo. Quando eu escrevi esse roteiro, estava em silêncio. Não aquele silêncio calmo de manhãs serenas, mas o outro, o silêncio espesso que aparece quando o mundo dentro da gente desaba e as palavras não sabem mais por onde começar.
Eu me lembro de um dia específico. Era domingo, chuva lá fora, café frio na mesa, celular virado para baixo e eu ali com o peito cheio de coisa nenhuma, sem vontade de responder ninguém, sem energia para ser útil, sem máscaras disponíveis, só uma presença incômoda, quase sagrada, que me dizia: "Você não aguenta mais fingir". Foi ali que eu li um trecho do livro vermelho de Jung.
Ele dizia: "A alma exige sua parte e se você não a ouvir, ela criará sintomas até que você preste atenção. Aquilo me cortou como uma faca porque eu entendi. Eu não estava doente.
Eu estava inconsciente de mim mesmo. Talvez você também esteja. Talvez você também tenha chegado a esse vídeo com aquele mesmo silêncio doído no peito, tentando entender porque parece que tudo está errado quando lá fora nada mudou.
E é aqui que eu te digo, com tudo que tenho de mais verdadeiro, você não está falhando, você está mudando, você não está quebrado, você está se despindo. E sim, dói, porque todo nascimento começa com contração, porque todo despertar começa com um luto, o de quem você precisou ser para sobreviver. Mas agora você não precisa mais sobreviver.
Agora você pode viver, mesmo que isso signifique desaprender tudo, mesmo que isso te afaste de alguns, mesmo que isso te deixe sem respostas por um tempo, você só precisa continuar não na direção do sucesso, da imagem e da conquista, mas na direção do que faz sua alma vibrar, mesmo que ninguém mais entenda. Agora quero te oferecer algo que não é para qualquer um, mas é para você, que chegou até aqui em busca de respostas mais profundas sobre quem é para onde está indo a sua vida. Criei algo que vai além de um livro.
Construí um mapa para a alma, um manual que une ciência, filosofia e pensamento crítico para te ajudar a romper padrões mentais, questionar sua identidade e se reconstruir desde a raiz. Isso não é um ebook com frases bonitas, é um guia para quem já não aguenta mais viver no piloto automático. Se você sente que algo dentro de você está pedindo por mudança, evolução, clareza, então este é o seu momento.
Clique no comentário fixado e acesse agora o manual da autotransformação. Não leia por curiosidade, leia porque a sua vida depende disso. E se decidir iniciar esse caminho, você não será a mesma pessoa ao final da jornada.
Se você chegou até aqui, algo em você já sabe disso. Algo em você já está acordado, mesmo que o resto ainda esteja se organizando. E por isso, obrigado.
Obrigado por ter ficado. Obrigado por ter escutado com o coração. Obrigado por ter deixado esse vídeo ser um espelho, mesmo que ele tenha doído.
Agora, se puder, me retribua de um jeito simbólico. Curte esse vídeo, comenta, compartilha com quem você sente que precisa ler essas palavras, não porque o algoritmo precisa, mas porque talvez alguém aí fora esteja no meio da descida e só precise de uma tocha acesa no caminho. Se inscreve no canal ou não, fica à vontade.
Mas saiba que aqui a gente não fala para convencer, a gente fala para lembrar, para lembrar você daquilo que no fundo você já sabe. Mas o mundo te ensinou a esquecer. E antes de sair, olha os vídeos que estão aparecendo aí na tela.
Um deles pode ser a continuação dessa jornada, mas cuidado, alguns desses vídeos não vão te aliviar, vão te confrontar ainda mais, mas talvez seja exatamente isso que sua alma está pedindo. Até a próxima com lucidez, com sombra e com verdade sempre. M.
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