tudo sobre as ELEIÇÕES AMERICANAS

232.07k views2866 WordsCopy TextShare
Tinocando TV
tudo sobre as ELEIÇÕES AMERICANAS No dia 5 de novembro de 2024, acontecerão as eleições presidencia...
Video Transcript:
No dia 5 de novembro de 2024 acontecerão as eleições  presidenciais nos Estados Unidos e o mundo inteiro está de olho. Isso porque, o resultado dessa votação  muda os rumos do nosso planeta. O presidente dos Estados Unidos  não é apenas um Chefe de Estado mas também uma figura central na  configuração das políticas econômicas diplomáticas e militares que  impactam diretamente a sua vida.
No âmbito econômico, os Estados  Unidos são o maior PIB do planeta com 134 trilhões de reais! Além de ter o papel moeda mais  importante do mundo, o dólar usado em mais de 80% do comércio mundial. Por conta dessa influência a política externa dos Estados  Unidos molda, direta ou indiretamente a dinâmica de poder entre as grandes potências e também afeta a estabilidade  de regiões mais vulneráveis como o Oriente Médio e a América Latina.
Talvez você esteja acompanhando essas eleições mas você sabe como elas funcionam? Nos Estados Unidos não tem uma  urna eletrônica igual no Brasil a escolha do presidente acontece de outra forma. Mas como?
Como as eleições americanas  acontecem e o que ela pode impactar? Hoje no Explicando - Sapiens. Oi, eu sou o Tinôco e para entendermos como  todo esse processo funciona é preciso primeiro compreender o funcionamento do sistema de  votação dos Estados Unidos.
Diferente de muitos outros países do mundo o presidente norte-americano não é  eleito diretamente pelo voto popular mas sim pelo chamado colégio eleitoral o que significa que, na  prática, você escolhe alguém que vai votar no presidente por você. Este sistema foi estabelecido na constituição 1787 e reflete claramente a  estrutura federalista do país ou seja, essa parada de cada  estado dos Estados Unidos ter sua própria legislação e  ser quase que independente. Por ele ser um país de proporções continentais nessa época, em 1700 era praticamente impossível realizar  uma votação popular nacional para eleger um presidente.
Não tinha como haver qualquer comunicação entre uma pessoa que está  em Nova Iorque, por exemplo e outra pessoa que está na Geórgia. Além disso, cada estado tinha  seus próprios interesses especialmente os menores,  que tinham um grande medo de serem simplesmente subordinados  aos maiores que tinham mais pessoas. Assim, os líderes de cada estado  decidiram enviar representantes para realizar as eleições votando no presidente e são esses os chamados delegados.
Os delegados são quem realmente votam  no presidente e no vice-presidente e é por isso que as eleições  americanas são “indiretas” porque o povo não vota diretamente no  presidente que eles querem escolher. Mas, agora, você pode estar se perguntando: “Ué, mas a galera não vai  votar no dia das eleições? O delegado tem que fazer tudo!
? ” Bom, é aqui que as coisas começam a  ficar um pouco confusas para as pessoas. O que acontece é que no dia da votação o cidadão vai ver o nome do candidato no caso Donald Trump ou Kamala Harris.
Mas tecnicamente, ele não  está votando no presidente mas sim em um delegado do seu estado que se comprometeu a votar naquele presidente. E obviamente, o número de delegados  muda de estado para estado baseado na sua proporção populacional. Por exemplo, a Califórnia, que  é o estado mais populoso dos EUA tem 55 delegados enquanto Delaware, um dos  menos populosos, têm apenas 3.
Só que tem uma história inacreditável  antes desse padrão ser escolhido. Durante a elaboração da constituição de 1787 existia uma rixa muito grande  entre os estados do Norte e os estados do Sul dos Estados Unidos principalmente quando o assunto era escravidão. Enquanto o norte tinha uma postura abolicionista o sul era resistente à ideia  de liberdade dos escravizados.
Só que isso tudo entrou em contradição quando esse sistema de votação começou a rolar. Por que o sul queria que os escravos  fossem contados como parte da população já que assim, eles teriam  mais delegados no seu estado influenciando mais as eleições. Mas, mesmo assim, eles não queriam  que os escravizados pudessem votar.
Eles queriam que eles fossem  contados como população mas não como população votante. Mas então o norte falou: “Ou você conta como cidadão e vota ou você não conta como cidadão e não vota. ” E assim, depois de muito debate,  os dois lados assinaram o chamado “Pacto com o Diabo”.
Onde foi estabelecido que um  escravo valia ⅗ de um homem livre… é inacreditável, os caras olharam  pra isso e pensaram “tá justo” – pelo amor de Deus! Enfim, só que a coisa mais  insana desse sistema para mim é que não necessariamente a  pessoa que teve mais voto popular vai ganhar as eleições. Em 2016, por exemplo, a candidata  democrata Hillary Clinton obteve mais votos da população que o  candidato republicano Donald Trump.
Ela teve 48,2% enquanto o Trump teve 46,1%. E todo mundo sabe que quem foi  eleito foi o Trump, mas por quê? Graças a um sistema dessa votação  chamado "winner takes all” ou “o vencedor leva tudo”.
Vou dar um exemplo simples para você entender. O estado da Flórida conta com 30 delegados. Agora, vamos supor que 60% da população votou no delegado que se comprometeu  a votar na Kamala Harris, por exemplo.
Isso não significa que a Kamala vai  receber apenas 60% dos votos dos delegados no caso 18, já que 60% de 30 é 18. Se ela tiver maioria nesse estado todos os delegados vão votar nela. É por isso que a Hillary não ganhou em 2016 porque ele teve mais votos em  estados que têm menos delegados.
Inclusive, em 2020, aconteceu  um exemplo inacreditável onde o Biden conseguiu 50,01%  dos votos na Pensilvânia e levou todos os 20 delegados do estado. Ao todo, os Estados Unidos contam com  538 delegados no Colégio Eleitoral. Assim, o presidente precisa de pelo  menos 270 votos para vencer as eleições.
Só que aqui nós entramos no ponto  mais importante dessa questão e que sempre decide as eleições americanas. Esses daqui são os estados  considerados republicanos ou seja, estados que sempre  votam no Partido Republicano. E esses daqui são os estados  considerados democratas aqueles estados que sempre  votam no Partido Democrata.
Agora perceba que alguns estados ficaram sobrando. Esses são os chamados “Swing-States” estados que não tem definido  o partido que eles vão votar. Em um ano eles podem votar nos  republicanos e em outro nos democratas.
E é por isso que esses estados são tão importantes porque são neles que a maioria  das votações são decididas. Porque nesses estados aqui, o  Trump sabe que ele vai ganhar. Da mesma forma que nesses aqui  a Kamala sabe que vai levar.
O que concentra a disputa presidencial  na mão desses outros poucos estados. Inclusive, os candidatos muitas vezes só se  importam em fazer campanha nos “swing states”. Poucas vezes eles colocam os pés nos  estados que já ganharam ou já perderam.
Nesse ano, talvez o principal  “swing state” seja a Pensilvânia então fica atento porque possivelmente  é lá que vão ser decididas as eleições. Agora, uma outra dúvida que muita gente tem é por que nos Estados Unidos só  tem 2 candidatos à presidência? Aqui no Brasil você vê um monte de cara.
Bom, na verdade, eles não tem apenas 2 candidatos mas o sistema que eles usam tende a favorecer  uma grande competição entre dois blocos moldando assim os Estados Unidos  como um sistema quase bipartidário. Além do Partido Democrata e do Republicano  existem outros partidos menores como o Partido Libertário e o Partido Verde. Sem falar das pessoas que concorrem  à presidência sem nenhum partido como é o caso do Robert Kennedy Jr.
sobrinho do ex-presidente John  Kennedy, que concorre sem partido e também é o caso do próprio Kanye West que concorreu em 2020 por um  partido criado por ele mesmo. Só que o grande ponto é que esses partidos menores raramente conseguem  conquistar uma quantidade significativa de votos para competir de forma viável  nas eleições presidenciais. Para a grande maioria dos americanos apoiar qualquer um desses  partidos menos relevantes significaria “desperdiçar” um voto.
Como resultado, apesar da  existência de outras vozes políticas as eleições nos Estados Unidos  continuam a ser essencialmente uma escolha entre o candidato  democrata e o candidato republicano. E é por isso, inclusive, que  as primárias dos partidos são uma verdadeira luta pela nomeação. Mas para além dessa estrutura de votação diferente o processo eleitoral nos Estados  Unidos também se difere do nosso pelas variadas formas de registro de voto.
Primeiramente, a votação não é  obrigatória nos Estados Unidos. Além disso, a forma como os votos  são registrados e contabilizados pode variar amplamente de um estado para outro de modo que alguns usam o  papel como neandertais faziam enquanto outros já usam o sistema eletrônico. Um desses métodos é o chamado sistema  de Gravação Direta Eletrônica (DRE) usando computadores para gravar os  votos diretamente na memória da máquina.
Esse sistema é bem parecido  com as urnas aqui no Brasil porém os equipamentos não são os mesmos. Só para você ter uma ideia, esse ano apenas 4% dos eleitores  devem usar esse sistema DRE. Sem falar do voto por correio que é uma parada que existe  lá também há muito tempo.
E, ainda assim, na grande maioria dos estados os eleitores registram seus  votos em uma cédula de papel. Mais de 70% dos votos são  contabilizados dessa forma. E é exatamente por isso que demora  tanto para o resultado sair.
No Brasil, em algumas horas  a gente tem o resultado enquanto que nos Estados Unidos esse  processo pode demorar dias ou semanas. Isso só mostra como a tecnologia tem mudado  e influenciado o mundo ao nosso redor. A maior economia do mundo ainda  usa sistema de papel para votar!
Todo mundo sabe que a parada é  usar a tecnologia a nosso favor e é por isso que eu venho lhes apresentar a Alura a maior escola de tecnologia do Brasil. Na Alura, você encontra cursos sobre Data Science análise de dados, programação  e até inteligência artificial que são áreas que estão diretamente  conectadas às grandes tendências mundiais inclusive nos bastidores de uma eleição. Além disso, a plataforma agora  conta com a Luri, a IA da Alura que te ajuda a aprofundar nos  temas que mais tem interesse e te indica os melhores cursos  para atingir o seu objetivo.
Se você está interessado em  se capacitar para o futuro seja no mercado de tecnologia, design ou gestão a Alura tem as trilhas certas para você. Então, enquanto acompanha as eleições  e os rumos que o mundo vai tomar aproveita para clicar no  primeiro link aqui da descrição para ganhar 15% de desconto na sua inscrição assim, você pode se manter atualizado e também dar um passo à frente  nos seus estudos com a Alura. E bom, nesse ano, os dois principais  candidatos são Donald Trump pelo Republicano e Kamala Harris pelo Democrata então vamos dar uma olhada no que  cada um tem falado atualmente.
Nesse ano de 2024 a Convenção Nacional do Partido Republicano elegeu Donald Trump como seu candidato oficial. Do outro lado, no Partido Democrata o atual presidente Joe Biden anunciou que  iria buscar a reeleição ainda em 2023. No entanto, todo esse plano  mudaria no dia 13 de julho de 2024 quando Donald Trump sofreu um atentado enquanto participava de um  comício justamente na Pensilvânia.
O atentado a Trump mudou completamente  o cenário das eleições americanas gerando uma reviravolta tanto na  campanha quanto na percepção pública. Nesse meio tempo, no lado democrata após um desempenho insatisfatório no  debate presidencial de junho de 2024 muitos pediram que Biden suspendesse sua campanha. Principalmente porque era notável que ele não tinha mais capacidade  mental de governar um país graças a sua idade.
E mesmo ele sendo apenas 3  anos mais velho que Trump sua postura era mais frágil,  cometendo erros bizarros que influenciaram na sua retirada. O exemplo mais insano disso para mim é quando ele chamou o Zelensky,  presidente da Ucrânia, de Putin — ele… podia falar qualquer nome, menos Putin! E assim, apesar da sua resistência inicial ele se retirou da disputa no dia 21 de julho e apoiou a sua vice-presidente, Kamala Harris para garantir sua nomeação pelo Partido Democrata.
O posicionamento geopolítico de Donald Trump é marcado por sua abordagem "America First” ou "América em Primeiro Lugar". Ela busca redefinir o papel dos  Estados Unidos no cenário global enfatizando interesses nacionais  acima de alianças tradicionais ou compromissos multilaterais o que geralmente simboliza políticas  de isolacionismo, nacionalismo e uma política comercial protecionista que envolve promover o crescimento  econômico dentro dos EUA e reduzir a dependência de produtos  importados de outros países Essas políticas são características  do chamado “trumpismo” que vai contra o padrão republicano que historicamente defende o livre  mercado sem muita regulação do Estado. Por outro lado, Kamala Harris  compartilha em grande parte as visões de política externa do governo democrata refletindo uma abordagem mais tradicional e aberta em comparação com  a postura de Donald Trump.
Seu posicionamento prioriza  a cooperação internacional o fortalecimento das alianças  históricas dos Estados Unidos e o engajamento em organismos  multilaterais, como a ONU e a OTAN. Com isso, em relação ao comércio Kamala adota uma abordagem estratégica e seletiva priorizando a proteção de setores-chave,  como alimento, saúde e moradia sem recorrer a um fechamento  econômico agressivo como Donald Trump. No segmento energético, Trump  tem promovido uma abordagem que favorece a exploração das  fontes tradicionais de energia como petróleo e gás.
Além disso, ele também tende a  promover a indústria dos criptoativos sendo mais aberto quanto às  regulamentações desse mercado. Por outro lado, Kamala é mais  restritiva a essas fontes de energia ligadas ao petróleo e também a indústria  dos criptoativos e criptomoedas no geral demonstrando um foco claro na  promoção de políticas ambientais para combater as mudanças climáticas. Já na política internacional Trump tem uma visão crítica sobre  blocos comerciais, como os BRICS com Brasil, Rússia, Índia,  China, África do Sul e outros enxergando esses blocos como uma ameaça potencial à hegemonia econômica e  política dos Estados Unidos.
Em contrapartida, em relação aos BRICS Harris e o Partido Democrata tendem a adotar  uma abordagem de contenção e cooperação seletiva ou seja, ao mesmo tempo que há uma estratégia de  limitar a influência de certos países do BRICS especialmente China e Rússia há também uma tentativa de manter boas  relações com a Índia, Brasil e África do Sul. No contexto das guerras e conflitos internacionais Trump tem demonstrado um ceticismo em relação ao envolvimento  prolongado dos Estados Unidos. Ele foi crítico à guerra na Ucrânia sugerindo que os EUA não deveriam  se envolver profundamente e chegou a insinuar que uma solução rápida inclusive diplomática, deveria ser priorizada.
Em relação ao conflito em Gaza Trump tem uma postura fortemente pró-Israel tendo reconhecido Jerusalém como a capital  do país durante seu primeiro mandato. Essa escolha também é um  aceno para os neopentecostais e é muito mais uma questão religiosa que política. No caso de Kamala, ela segue a  posição firme do governo Biden de apoio à Ucrânia contra a agressão russa inclusive com o fornecimento de assistência  militar e sanções econômicas à Rússia.
Quanto ao conflito em Gaza Kamala Harris e o Partido Democrata  também têm uma posição de apoio a Israel. Por fim, quanto às políticas de imigração Trump apresenta fortes ideias contra imigrantes e tudo aquilo que você já ouviu falar. E apesar de menos radical Kamala Harris também declarou que pretende reforçar a segurança  na fronteira dos EUA com o México.
A verdade é que os dois lados  estão cagando pros imigrantes pode ficar tranquilo. Até então, à medida que as eleições se aproximam as pesquisas revelam um  cenário de grande indefinição sendo que dessa vez, pouquíssimos  votos devem definir todo o cenário. Por isso os Swing States vão ser tão importantes.
Nos últimos eventos de campanha Donald Trump tem se  concentrado em grandes comícios em estados do meio-oeste e sul dos Estados Unidos onde sua base de apoio é mais forte. Kamala Harris, por sua vez tem focado suas aparições em eventos que destacam as realizações do governo Biden e suas próprias iniciativas como vice-presidente. Com tudo isso, apesar de ainda muito incerto o resultado desta eleição será fundamental para definir o futuro político dos Estados Unidos e, consequentemente, do mundo.
Bom, esse foi o vídeo, eu  espero que você tenha gostado. Produzir esse tipo de conteúdo  dá um trabalho enorme para fazer e se você tem interesse em ajudar  a gente a continuar produzindo você pode se tornar um apoiador aqui do canal. É só você clicar no Seja Membro aqui embaixo que, com menos de R$ 2,00 por mês você pode ganhar diversos benefícios.
No mais, deixe o seu like e se  inscreva no canal aqui embaixo e ative o sininho para não perder  nenhum vídeo que a gente posta. Aqui na descrição, você também  pode conhecer nossos moletons e o nosso podcast Assim Falou Tinôco. E se você curtiu esse conteúdo eu tenho certeza que você também  vai curtir a nossa playlist de Atlas ou até esse video aqui sobre a  Crise de 29 que está muito bem feito eu tenho certeza que você vai gostar.
Enfim, muito obrigado pelo seu  acesso e até o próximo vídeo. Valeu, falou, um grande  abraço do Tinôco e lembre-se: a existência é passageira. Tchau!
Copyright © 2024. Made with ♥ in London by YTScribe.com