Qual é a diferença entre o Real, o Simbólico e o Imaginário? | Christian Dunker | Falando nIsso 13

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Christian Dunker
Nesta série, Christian Dunker pretende responder a algumas dúvidas frequentes relacionadas à psicaná...
Video Transcript:
O Falando Nisso de hoje enfrenta essa pergunta proposta por Alexandre Petry, que é de em 5 minutos tentar explicar a diferença entre o Real, o Simbólico e o Imaginario, essas três categorias essenciais, fundamentais para a psicanálise Lacan, sinteticamente o imaginário é desenvolvido a partir da referência que o Lacan toma da etologia ou seja da consideração de que o ser humano é um tipo de animal portanto existem processos da nossa espécie que interferem na nossa relação com o outro, por exemplo um sorriso, a captação na imagem da face de um semelhante, à distância para a face
da mãe, enfim existe uma série de automatismos vamos dizer assim que dizem respeito à nossa característica assim de relação com a imagem, característica que o Homo sapiens sapiens tem quando a gente pensa na relação com a imagem, depois disso Lacan evolui a noção do imaginário pra o imaginar da linguagem ou seja nossa ilusão essa nossa alienação de que existe uma compreensão, de que o que eu falo vem da minha cabeça passa pela minha linguagem é decodificado pelo interlocutor que entende ou não o que eu digo em função de certos assim problemas de comunicação, então essa
expectativa de entendimento essa expectativa de completamento entre um e outro compreende o campo do que o Lacan chama de imaginario né imaginário aí da linguagem é o campo da alienação, é o campo das identificações, é o campo em que nós falamos a partir do nosso ego essa instância de desconhecimento, essa instância paranóica, essa instância de projeção né que os antropólogos já descreveram né começaram sua mania de imaginar que os outros são assim como gente, então mundo dos outros é o mundo da gente e o que a gente entende por aquela palavra também é aquilo que
os outros entendem por aquela palavra e essa simetria e essa reciprocidade essa semelhança faz com que a gente, diante daquilo que é estranho, daquilo que a gente não consegue conhecer como idêntico ao nosso a gente reage com agressividade, reage como se fosse uma ofensa ao nosso ser ao nosso modo de viver, esse é o plano das relações imaginarias, o simbólico ele corta esse plano, ele atravessa esse plano né e o Lacan vai articular ligar o inconsciente com o simbólico e tirar essa noção de simbólico da antropologia por um lado de Lévi-Strauss e da linguística do
Sausurre ou seja o simbólico ele é um sistema, ele é um conjunto de posições, de lugares onde nenhum elemento tem uma significação um significado em si, tudo é inferido a partir da das relações que aquele elemento tem um conjunto tem com a totalidade, então quando o Lacan diz que o inconsciente é estruturado como uma linguagem que que ele está dizendo é que o inconsciente ele corresponde às formas simbólicas, que formas simbólicas? do parentesco, então a gente pensa aí no édipo, da dos mitos, então a gente pensa nas narrativas, das trocas econômicas então a gente pensa
aí no discurso, das relações de gênero então a gente pensa aí na sexuação e assim por diante, teoria do Lacan vai desenvolvendo vai expandindo esse entendimento do que vem a ser o simbólico, fialmente o real, essa terceira dimensão essa dimensão que vai ocupando mais e mais importância no final de ensino do Lacan e que tem uma uma distinção muito importante preliminar com relação à realidade, o real não é a realidade mas o real é aquilo que a gente tem que tirar da realidade, a gente tem que subtrair da realidade para que a realidade, que é
um compósito simbólico imaginário apresente-se pra nós como uma totalidade integrada, harmoniosa, uninda, adotada de sentido ou seja isso vai dizendo pra gente que o real é que não tem sentido, o real é aquilo que não se integra, o real é aquilo que é o abjeto, é um heterônomo, é aquilo que é o impensável, o que não pode ser nomeado, aquilo que resiste e aparece para nós a partir de repetições, repetições que por exemplo tomam a vida de uma pessoa e ela diz por que será que isso se repete e não há nenhum sentido nessa repetição
e essa repetição não é nem para o bem nem para o mal só que ela não se perturba isso então é chamado pelo Lacan de real, e também um encontro com aquilo que é o impensável, o impossível uma das definições do real do Lacan é justamente é o impossível de representar vai designar isso que escapa ao simbólico e ao imaginario no fundo a clínica lacaniana ela se notabiliza por essa espécie de direção ou de orientação para uma experiência que no fundo reacomoda as nossas relações simbólicas comprime a nossa direcção imaginaria, a nossa dimensão assim narcísica
e nos confronta com os nossos limites, com nosso impossível, com a nossa castração que é o que o Lacan chama fundamentalmente de real.
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