O que é racismo ambiental e como combatê-lo?

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TV Senado
O termo racismo ambiental aborda o tratamento desigual que prejudica populações negras e indígenas d...
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[Música] no início do ano uma fala da ministra da Igualdade racial anielle Franco causou bastante comoção ela chamava a atenção da Imprensa para a calamidade pública que as enchentes provocam nas comunidades do Rio de Janeiro expulsando famílias de seus lares e até matando pessoas e usou o termo racismo ambiental para caracterizar o problema uns se revoltaram com a expressão outros não entenderam o conceito Mas afinal o que é racismo ambiental e como combatê-lo este é o tema desta edição do cidadania para falar sobre o assunto eu converso agora com o paí Santarém ele é antropólogo
e urbanista Obrigado paí por participar aqui do cidadania eu vou te fazer a pergunta mais óbvia de todas até porque é um conceito que ele já tem mais de 40 anos mas a maioria da população brasileira pelo menos não conhece o que é racismo ambiental racismo amb é bem primeiro eh Olá a todos e todas né e o Obrigado pelo convite eh o racismo ambiental ele é um termo que vai eh abordar o que vai tentar explicar um fenômeno de tratamento desigual que desprivilegiado é basicamente isso né Eh quando essa quando a população negra população
indígena ou outras população cigana né vão estar de alguma forma prejudicados frente a diferentes fenômenos naturais frente a diferentes situações que acontecem no mundo né em função né da sua da sua identidade da sua origem étnica da da da da forma como a sociedade Trata esses diferentes povos né com diferenciação racial dando exemplos né Eh o racismo ambiental ele acontece melhor a chuva acontece para todo mundo correto a chuva acontece para boa parte da população quando a chuva eh ataca casas eh edifícios né E algumas dessas casas rompem frente a essa chuva ou quando uma
enchente de uma chuva ataca determinados Barros de maioria da população negra Nós estamos vendo aí uma diferenciação racial uma diferenciação ambiental né que acontece por meio da raça por meio do dos espaços onde a população negra tá habitando né então isso aí a gente pode dizer que temos um uma situação de racismo ambiental né Nós vamos ter enchentes a partir de grandes chuvas previstas já com três meses de antecedência e todo toda virada de ano né de entre dezembro e março ali nós teremos enchentes no Brasil se não há um tratamento adequado para que a
população que tá próxima às áreas onde vai ter deslizamento onde é possível que haja que essa enchente prejudica as famílias se não há um tratamento adequado para prevenção disso nós estamos falando de racismo ambiental porque se há uma enchente nas áreas nobres das cidades você vê rapidamente esforços dos governos esforços da da sociedade como um todo inclusive em sanar isso eem evitar que aconteça novamente e ela geral essas áreas ditas nobres elas até já têm uma infraestrutura adequada para lidar com as intempéries né que não é o que o que acontece com as regiões onde
as comunidades mais pobres Onde estão principalmente os negros e pardos estão vivendo É eu tô falando ainda assim da de como a coisa se manifesta mais e imediatamente né se vai chover todo ano e tem região que alarga e região que não alarga o esforço na região que que alarga é normalmente concentrado nas áreas nobres nas áreas n no que nós chamamos de territórios brancos onde está a maioria da população branca na cidade nas nos territórios negros onde a maioria da da população é negra não há esse esforço Então isso é racismo ambiental é simplesmente
uma escolha de agenda governamental mas nós podemos ir um pouco para além né um pouco Eh desculpa e eh voltar um pouco nós podemos ver o seg nós podemos ver o seguinte eh a construção das cidades ela foi feita com alocação com deslocamento e com realocação de diferentes populações das cidades Então nós pegamos o caso de cidades planejadas ou de cidades que que sofreram que passaram por reformas urbanas é nessa cidades a infraestrutura a a a a área onde havia população branca de maioria branca foi a região onde teve maior investimento de infraestrutura ou pegando
essas reformas que nós tivemos de 100 anos atrás para cá a população pobre periférica Negra normalmente é retirada do centos das cidades e jogada paraas zonas periféricas onde não tem saneamento onde não tem eh eh m de de de trato né de esgoto da água onde você não tem sistema de fiação razoável né de de energia e de fiação elétrica então eh a promoção de uma cidade onde uma parte da população vai tá em uma área que tem infraestrutura e outra parte da população extrai uma área que não tem infraestrutura e normalmente essa parte da
população na área sem infraestrutura é a parte negra da da cidade isso também é racismo ambiental outra forma de racismo ambiental ela acontece eh no ataque que acontece no ataque sofrido por populações eh quilombolas indígenas eh camponesas eh quando elas têm seus territórios atacados seja pela pelos venenos seja pelo pelo pelo ataque agrícola que elas possam sofrer seja pela própria especulação fundiária ou pelo pelo desmatamento e enfim uma série de outras violências que estão acontecendo no campo né com populações quilombolas e e e aldeias indígenas que estão eh presentes no campo isso também é racismo
ambiental é uma forma de você ordenar o território eh Rural o renal o território Rural brasileiro de forma a prejudicar o desenvolvimento e prejudicar a a vida e a qualidade de vida de algumas populações no campo então às vezes a construção de uma hidra elétrica que pode eh que bem há um debate sobre isso mas a construção de uma hidra elétrica pode trazer desenvolvimento pode trazer melhoria para uma boa parte da população do país porém a escolha de onde coloc colocar essa hidroelétrica ou a escolha de onde colocar uma ferrovia a escolha de onde colocar
uma Rodovia a escolha de onde colocar uma uma grande obra Urbana uma grande plantação não tá levando em conta saberes formas de Trato do campo formas de trato da da da vida Comunitária e da vida pública né e da do território de comunidades indígenas quilombolas e ribeirinhas comunidades rurais camponesas eh isso é esse esse quando a a construção de uma de uma de um empreendimento ou de uma de uma obra desconsidera eh intencional ou não intencionalmente desconsidera essas outras essas outras comunidades esses outros povos nós estamos falando também de racismo ambiental e a gente pode
ainda ir mais atrás ainda né Eh claro que o conceito Ele nasceu na década de 80 ele não nasceu em 1500 quando a gente pode falar que a gente pode entender que tá dentro de uma ideia de racismo ambiental né O Ataque colonialista né o ataque colonialista e neocolonialista sobre diferentes povos do continente africano e do continente americano né dos povos originários do continente americano né Eh claro que chamar tudo isso de racismo ambiental pode dar até um problema no termo assim né Porque se o termo explica tudo ele não explica nada né mas entender
que todos os ataques do racismo ou do colonialismo que são ferramentas históricas de de dominação de opressão dos povos eh eles acontecem também com essa dimensão ambiental é uma chave importante pra gente entender como combater e como ficar isso você me deu aí o gancho vamos vamos pegar então os dois casos que a gente sabe que acontecem mais no Brasil o da zona urbana e o da zona rural vamos tratar assim né como combater né o que que pode ser feito primeiro pelo poder público uhum e depois pela sociedade também que é responsável que pode
atuar nesse sentido no que diz respeito ao poder público Primeiro de tudo se trata de investimento e eh de de um tipo de de investimento com tipo de compromisso no próximo ano não haverá nenhuma morte por por fruto de chuva e deslizamento no Brasil esse tipo de compromisso tem que ser assumido não haverá nenhuma morte não haverá nenhuma perda de bem por deslizamento no Brasil se isso é um compromisso prioritário é possível que que que que se reduzam que mesmo que se extingam esse fenômeno que é um fenômeno horrível né pelo qual nós passamos todos
os anos né às vezes preocupados com os nossos familiares parentes que estão em regiões né que de serra e etc né quem tem parentes quem é convive com população pobre preta e periférica sempre vai ter esse medo quando tem alguma situação dessa ou eh então primeiro de tudo esse compromisso mas além nós estamos agora com surto de dengue em todo o país há um compromisso de fato em evitar que a dengue se alastre exatamente especialmente nas regiões periféricas né o compromisso prioritário vai ser esse então é primeiro nós estamos essa dimensão de compromisso e investimento
é uma agenda pública direcionada ao combate à desigualdade ambiental né o o tema o termo surgiu como racismo ambiental Mas ganhou o mundo como Justiça ambiental né Justiça ambiental é uma ampliação do termo racismo ambiental podemos dizer assim eh mas então assim a a reflexão é n a ação primeira é o investimento direcionado com muita verba para evitar que essas desigualdades eh desigualdades ambientais sejam fatais então is é o primeiro ponto eh e aí verbas programas nós temos que fazer isso mas aí nós temos um segundo problema né uma segunda uma segunda questão as comunidades
eh elas construíram formas de vida elas construíram formas de de sociabilidade e são formas de sociabilidade que passaram por muitos recortes por muitas violências mas que tem traços ancestrais tem traços de de de sociabilidade negra de sociabilidade eh das cosmovisões da forma da população negra da forma da população indígena v o mundo que nós não devemos Romantizar mas nós também não devemos ignorar nós temos que entender que a população negra tem mecanismos de organização e de vivência ambiental e esses mecanismos tem que ser emp moderados porque esses mecanismos garantiram a nossa vida garantiram que numa
época em que a medicina a arquitetura e urbanismo a educação brasileira estavam organizadas num projeto eugenista que era de retirar a população negra da da da da da da vida brasileira né de de extinguir a população negra essa população negra a população indígena que também passou pelo seu processo de de tentativa de genocídio temp passa também ainda eh essa população inventou mecanismo de sobrevivência e esses mecanismos de sobrevivência esses mecanismos comunitários que são ancestrais ou são ou são reconstituídos eles têm que ser valorizados na construção de uma política pública então uma sociedade que trata população
negra trata população periférica trata população eh pobre marginalizada eh de forma estigmatizada ou seja com não compreende não tenta entender suas práticas a sociedade que faz isso também tá cometendo racismo ambiental então a sociedade precisa também junto com o governo eh compreender mas mais que isso fortalecer os mecanismos comunitários mecanismos col da população negra dar protagonismo dar protagonismo exatamente eu tô tentando explicar o que que é esse dar protagonismo porque há uma uma ideia de dar protagonismo que é mentirosa que é um pouco assistencialista paternalista né Eh eu tô falando que todas as comunidades têm
seus problemas e em alguma dimensão é é não é totalmente equivocado dizer que há algum pequeno nível e em que a própria comunidade tem que assumir uma responsabilidade pela degradação ental do seu ambiente mas esse nível é muito pequeno frente a toda a estrutura que constrói essa degradação essa violência ambiental esse pequeno nível de responsabilidade ele vai servir para outra coisa ele vai servir para ser o lastro de onde vem o empoderamento de onde vem a possibilidade de que essa população direcione o caminho paraa transformação do do seu ambiente pra transformação de como Aquela comunidade
como aquele espaço vai ter vai receber saneamento vai receber a vai receber a o os equipamentos e aparatos urbanos né E aí nós temos um processo de de construção de sociabilidade pública um processo de construção de forma de gestão do espaço com o protagonismo negro indígena periférico da população Branca pobre que também existe tá ali presente e tá submetida ao racismo ambiental porque é uma população branca que sobre que vive em áreas de maioria Negra Então vai sofrer com o racismo junto a Sua percepção a gente já tem algum Bom exemplo nesse sentido ou o
desafio tá lançado eh eu acho difícil falar de bons exemplos No que diz respeito a uma forma de política de governança do ponto de vista amplo né tem essa política recente sobre eh melhor dizendo nós temos recentemente as redes por exemplo as redes da Maré eh do Rio de Janeiro que a a própria população organizada fez todo um controle e todo um cuidado sobre eh os processos eh de de violência policial e letalidade policial tem feito né que acontece ali de cuidado controle e de denúncia nós temos exemplos agora no período amplo do coronavírus né
dessa tragédia absurda pela qual o país passou uma tragédia que foi acentuada por racismo ambiental né Por por uma dimensão racial assim né de de distrato com populações pobres predas periféricas eh Nós temos muitos exemplos de comunidades que se organizaram e que fizeram elas próprias a gestão de sua saúde né Ou seja a a saúde não tá conseguindo chegar no bairro e uma pessoa tá com tá esteve com coronavírus né a própria população própria comunidade do bairro se organizando para para levar alimento à porta da casa dela para cuidar da saúde dela para manter minimamente
ali o o trato e evitar o contágio de outras pessoas Então nós temos assim nós estamos recheados de exemplos desses de comunidades que se organizaram para fazer esse processo de de de trânsito ou de trâmite de de melhoria Ambiental do das suas regiões Eh agora assim uma mecanismo de gestão de governança que conseguiram dar conta disso eh eu acho que é difícil colocar assim porque todos eles foram muito transitórios Talvez uma política pública eu acho que a política pública que tá mais próxima da ideia de uma Justiça ambiental em sua concepção e formulação e implementação
é o Sistema Único de Saúde Sistema Único de Saúde pela sua estrutura de conselhos pela sua estrutura descentralizada pela sua estrutura forjada por meio de unidades básicas e financiamento e financiamento Federal é um sistema amplo que mesmo com todo toda degradação que sofreu nas últimas décadas assim né desde que foi implementado é ele consegue minimamente dar protagonismo às Comunidades ele consegue eh fornecer recursos públicos pro trato da população e consegue ter espaço de disputa e de de de questão pública acerca da da execução da Saúde da execução da dessa política assim né então eu diria
que o o melhor exemplo que a gente tem não tá em um local específico tá numa Ampla política Que estrutura um serviço todo no país que é o serviço o serviço de saúde né que é um serviço essencial e que tem espaço para participação e protagonismo da popula ação pobre preta periférica por meio dos conselhos e por meio dos espaços regionais pí que a gente tá falando aqui sobre racismo ambiental e eu me lembro de algumas falas que eu já li algumas entrevistas que mostram que a gente vive num momento de degradação ambiental que tá
atingindo o mundo inteiro mas atinge pior atinge de maneira ainda mais Severa os países mais periféricos né países da África países daqui da América Latina Caribe eh Fala um pouquinho desse conceito de racismo ambiental voltando a ampliar como eh eh como a falta de preocupação com o meio ambiente afeta primeiro os países onde tem também a maioria da população preta indígena parda é eu acho que assim eh bom você tocar nesse tema Global racismo ambiental não é um conceito sozinho né racismo ambiental é na verdade um um um desmembramento uma forma didática de explicar uma
coisa muito Ampla que é o racismo o colonialismo que estruturam ele né não não vai ser não vai ser somente ambiental vai ser ambiental Educacional eh vai est presente na na saúde vai est presente nos diferentes aparatos e mecanismos e estruturas sociais da nossa do nosso mundo né do nosso Globo né então o racismo né ou o colonialismo né o colonialismo sendo o racismo uma uma ferramenta do desse grande estrutura colonialista ele tem um papel no nos últimos séculos ali crucial na na determinação de boa parte das relações do do globo do mundo né é
um processo de extração de riquezas né e de e de desorganização social né no continente africano e no no continente americano né Especialmente na América do Sul eh violentíssimo que resulta em uma série de chagas né de de do que a gente chama até de colonialismo interno né retomando o conceito do Fran fanon eh enfim eh Então os países que eh tão no sul Global eles em algum de algum mecanismo de alguma forma eles vão est mais suscetíveis a as mudanças climáticas e e a e a transformação climática ainda que tenham mais vegetação ainda que
ainda tenham mais eh formas naturais né ou mecanismos com com eh mecanismos ambientais de resistência né Isso é por quê isso é a formação e a estrutura de produção a estrutura an a estrutura de escoamento dessa produção destes países está vinculada não necessariamente né ou melhor tá vinculada principalmente a o bem-estar de outros povos não está necessariamente vinculada ao bem-estar dos seus povos dentro dos nossos dentro dos nossos países o bem-estar das elites dos nossos países estão sim eh a produção tá estruturada pro bem-estar delas eh então pequenas mudanças ambientais aqui causam impactos muito mais
severos do que em outras localidades em outros países que pelos seus próprios processos pela sua luta de classe interna pelos seus mecanismos também de de de luta e desenvolvimento constituíram eh al junto ao colonialismo né constituíram algum tipo de estrutura Urban de estrutura para eh para suportar né mudanças um tanto maior eh mais do que isso os investimentos ou a forma como Eh esses recentes processos de de de expropriação esses recentes processo de de de eh como eu posso dizer de diálogo internacional né vou falar nesse termo para não usar um termo pior mas recentes
processos de diálogo de acordos econômicos internacionais que desfavorecem do ponto de vista trabalhista do ponto de vista Ambiental do ponto de vista de de proteção os povos eh dos países do sul eles também tornam mais vulneráveis nos tornam mais vulneráveis à mudanças climáticas então há tecnologias de eh como reagir a a a bem tempestades a deslizamentos a eh no nosso caso não terremotos né mas outros países né próximos enfrentam terremotos né Há terremotos eh tecnologias de como lidar com o o calor extremo ou com fio extremo que não são implementadas aqui ou que são implementadas
de forma muito restrita então quando a gente tá falando do acismo ambiental estamos falando que eh fenômenos ambientais severos pela forma Como estão estruturados o nossos país pela forma como tá estruturado nosso dialogo no Globo vão interferir e vão chegar diretamente a pessoas que estão em situações extremamente vulnerabilizadas então parece um papo de maluco né então quando a a ministra eh anielle tocou no tema parece um papo de maluco mas quem tá chamando ela de maluca simplesmente tá desinformado que nós estamos assim né O que esse conceito tenta abordar e o que toda uma análise
na verdade nós temos uma Um século de análise eh muito profunda né das relações acia no país e da forma como ela se manifesta o que esses conceitos estão profundamente com com Ampla competência explicando é que as nossas relações coloniais as relações que passam pelo processo da escravidão que passam pelo processo do neocolonialismo que passam pelo processo né do do imperialismo das novas formas de exploração econômica de domínio econômico vão ter Impacto eh internacional na forma como nós reagimos e na forma como nós sofremos com as mudanças ambientais e os nossos mecanismos internos de diferenciação
social eles também vão tornar uma parte da nossa população ainda mais vulnerável então é uma sobreposição de mecanismos que esse conceito aciso ambiental consegue resumir né E que bom que a ministra colocou esse assunto em Pauta né que que chama atenção a sociedade tem a oportunidade de aprender mais e de até ajudar no combate também claro e assim é e eu acho que é o o fato do termo ter entrado em pauta é um passo importante mas ele ainda tá muito distante de uma política focada né uma ampla política estrutural focada na resolução de problemas
ambientais que nós temos nas nossas cidades no campo etc né Há uma dimensão dis que é conflituosa uma dimensão dis que que tá vinculada a conflitos de fato por interesses da da especulação fundiária da por interesses do da da especulação imobiliária por interesses eh de expansão agrícola né há uma parte disso que é conflituosa e é um conflito que a sociedade vai de alguma forma ter que resolver e há uma outra dimensão disso que é fruto de um projeto né E aí a gente tem que saber em que medida o estado brasileiro ainda está vinculado
e comprometido com este projeto mas é um projeto eh que a gente pode delinear ele em determinado período da história brasileira um projeto de prejudicar sistematicamente a população negra e a população indígena no Brasil para que ela não tivesse poder para que para que o Brasil fosse embranquecido é um projeto de Eugenia né isso cerca C de 100 anos mais ou menos historicamente isso isso era um fato há 100 anos ele tá ele foi escrito né Há 100 anos esse projeto estava escrito bem delineado né de 170 anos é um processo dele se consolidar ele
é um E e esse processo de de Eugenia ele ele é a forma ela é a forma mais acabada desse dessa compreensão do racismo no Brasil de que a população negra não pode ter protagonismo sobre seus territórios sobre seus espaços sobre sua vida mas há outros mecanismos também outros outras perspectivas não declaradamente eugenistas que também estão tão compreendendo isso de que se população negra tiver controle do do seu território periférico etc se a população negra tiver eh protagonismo sobre a forma de organizar seu território eh ela não vai conseguir e ela vai se levar a
ao caos vai se levar à morte vai se levar à autod degradação né então Eh eu tô assim eu acho que tentando voltar ali ao começo do do ponto né de de da importância da ministra ni ter colocado o tema em questão Eu acho que o é é ir relevante ela colocar pra gente chegar no segundo passo que é ou no Passo definitivo que é da construção de uma ampla política de gestão do espaço urbano de gestão do espaço rural e onde haja protagonismo da população pobre preta periférica que é a população que tá sendo
diretamente eh eu falo po periférica mas preta é a população negra né pretos e pardos no Brasil né só uma expressão o p que a gente usa muito mas a população negra no Brasil que tem protagonismo sobre o seu território e assim consiga constituir espaço de Justiça ambiental e enfrentar o racismo ambiental Talvez um como você falou do modelo do SUS eu fiquei pensando um conselho dentro por exemplo de Ministérios importantes que ajudem n nessa gestão algo assim acho que nós precisamos de mecanismos públicos precisamos de mecanismos coletivos comunitários eh de gestão do do bem
público de gestão da cidade de gestão da da nossa população de gestão da dos nossos bens que a gente a gente tá construindo e produzindo né Eh eu acho que o suiz ele voltando ao tema do suiz eu acho que ele é muito relevante porque ele eh com uma série de problemas e críticas que ele tem né mesmo sua concepção original eh ele consegue congregar esses esse problema da nossa sociedade que é de financiamento público eh participação social realização de um serviço e eh conhecimento técnico conhecimento acumulado sobre um assunto né que esteja em constante
debate né porque as normativas do SUS conseguem também atualizar debates de saúde etc então Eh e Ação imediata resolução imediata né então talvez um tipo de de de política de cidade de políticas de de de temas urbanos né que que possa ter que tem esse alcance que tem esse interesse é é um tipo de modelo que vale a pena a gente seguir né o mundo todo estuda o SUS né então Eh eu tô tentando retirar eh a ideia de que o combate ao racismo se dá somente em parte ela se dá no na na política
focada na população negra é fundamental é fundamental nós temos políticas focadas à população negra mas a população negra tem que dirigir políticas universais também o SUS é uma política Universal que tem parte de sua direção pela população negra a população negra tem que dirigir políticas universais políticas que estruturem que estruturem o conjunto da sociedade então uma política de contra o racismo ambiental que estruture o conjunto das políticas ambientais no país eu acho que é um caminho mais eh é um caminho mais profico do que a ideia de um programa de combate ao racismo ambiental focado
nas regiões x y z que é importante mas é um programa que não tem um caráter estrutural como tem esse sistema único de saúde e outros sistemas únicos Sistema Único de assistência social também né que é relevants Sima PA Santarém Muito obrigado pela entrevista Ô Obrigado você eu agradeço eh eu acho que a uma última coisa não sei se me cabe um tempo ainda clar eh é ressaltar que eh A solução do racismo ambiental né ela não não ela passa por uma solução geral da das Relações raciais no Brasil então eh eu acho que o
principal é a gente não tentar entender esse a gente tentar entender esse tema no seu aspecto global no seu aspecto des respeito a uma série de outras questões né H uma um tanto de é um tema muito amplo né que claro a gente abordando aqui rapidamente eh a gente consegue tatear o assunto mas é um tema muito amplo que precisa de políticas de ações muito focadas para toar nele sem esquecer a sua complexidade a gente vai aprofundar noutras oportunidad obrigado viu e obrigado a você pela audiência esta entrevista já está disponível para você rever ou
compartilhar na nossa página na internet senado.leg.br barv e em nosso canal no YouTube obrigado pela companhia a gente se vê na próxima edição do cidadania [Música] h
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