Nesse vídeo eu quero continuar o assunto de mudança de lei iniciado no vídeo anterior. Essa é a parte dois. Se você chegou aqui sem ter assistido a parte um, eu vou pedir para você pausar esse vídeo, acessar o link no descritivo, ver primeiro, assistir primeiro a parte um, porque fará tudo o sentido na construção que nós estamos apresentando.
Então, você continua nesse vídeo e esses dois fundamentos são muito importantes para as verdades que serão apresentadas para a compreensão das verdades que serão apresentadas nos próximos vídeos. Então vamos lá. No vídeo anterior falamos a respeito da mudança de sacerdócio, do sacerdócio levítico na Antiga Aliança para o sacerdócio de Cristo na Nova Aliança.
Mostramos que a consequência da mudança de sacerdócio é mudança de lei. Porque Hebreus 7. 12 diz que onde há mudança de sacerdócio necessariamente também há mudança de lei.
Para entender a mudança de lei, falamos que a lei que regia o sacerdócio anterior, que era a lei de Moisés, ela tem prazo ou tinha prazo de validade, expirou e ela foi substituída por uma nova lei chamada Lei de Cristo. Quando entendemos a mudança de lei, precisamos admitir que então a lei anterior tinha prazo de validade, tinha caráter temporário. Mas ao estudar isso, nós também vimos que a razão de ser do caráter temporário era o seu caráter profético.
E mostramos que, entre outras coisas que dão à lei o caráter profético, é que ela falava por meio de sombras, por meio de figuras. Eu quero ampliar um pouquinho esse assunto abordado no final do vídeo passado e então, seguimos adiante. Quando falamos a respeito das sombras da lei, Hebreus 10.
1 diz: "Ora, visto que a lei é apenas uma sombra dos bens vindouros e não a imagem real das coisas. " Colossenses 2. 16 e 17 diz: "Portanto, que ninguém julgue vocês por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o Corpo é de Cristo.
" Nos dois textos, nós vemos relação com a lei e seus ritos cerimoniais, nós vemos a menção de que eles eram sombras e nos dois nós vemos que essas sombras eram sombras de bens vindouros ou coisas que haveriam de vir. O que nós entendemos a partir disso? Quando a Bíblia diz que a lei não tem imagem real como está lá em Hebreus 10.
1, mas a sombra, o exemplo que eu dei no vídeo anterior e repito é: imagine a mão sendo projetada como sobre uma mesa que eu tenho aqui diante de mim. O que nós vemos por conta da luz que vem de cima é a projeção embaixo da sombra, que não é a imagem real da mão. Ela é plana, não tem o efeito 3D, nem o redondinho dos dedos.
Ela não tem cor, na sombra não tem a textura da pele, por exemplo, mas é muito similar porque tem a mesma quantidade e disposição de dedos. Quando a Bíblia usa esse exemplo está dizendo que o que você tinha na lei não era a imagem real. A imagem real estava no futuro.
Agora esses bens futuros, que seriam concretizados só em Cristo quando ele viesse, projetavam do futuro para o passado sombras. O que eram essas sombras? Codificações proféticas daquilo que Deus estava fazendo.
Falei no vídeo anterior que a mudança de lei para graça não é uma mudança no plano de Deus. Jesus não veio alterar o plano. Jesus veio cumprir o plano, porque tudo o que Ele fez foi previsto, anunciado e profetizado pela própria lei, pela própria Escritura.
No entanto, o exemplo que eu dei é: quando olhamos para a mão e a sombra, a gente vê uma conexão imediata entre as figuras que são similares. Porque os dois estão no campo de visão é fácil relacionar. Mas eu também disse, no exemplo do vídeo anterior, que se tiramos a mão do campo de visão, mesmo sem vê-la, ao olhar para a sombra, a gente sabe sombra do que é, porque a mão é uma figura conhecida na nossa mente, nós já temos a imagem mental mesmo se ela não estiver no campo de visão.
Mas se nesse exemplo você trocar a mão por um objeto desconhecido e o objeto desconhecido está fora do campo de visão, o que você vê sendo projetado não pode ser entendido. Quando será entendido? Somente quando aquilo que o projeta entrar no campo de visão então a gente pode fazer a relação: "Era isso projetando a sombra!
" Porque então nós vamos ver a semelhança. Durante a revelação do Antigo Testamento, eles viam sombras, mas não enxergavam o que as projetava. Quando isso se tornou claro?
Quando tudo se concretiza em Cristo a partir da Nova Aliança. Aqui faz muito mais sentido a declaração de Jesus: "Eu não vim revogar a lei, não vim meter o pé. Não é mero descarte.
Eu vim cumprir. " Jesus está dizendo: "Eu sou o cumprimento de tudo o que foi anunciado. " O próprio Jesus pontua isso.
Em João 3. 14 e 14, nós lemos Cristo falando: "Assim como Moisés levantou a serpente no deserto, assim também é necessário que o Filho do Homem seja levantado, para que todo o que nele crê tenha a vida eterna. " Jesus estabeleceu paralelos.
Ele estava falando de um episódio que está narrado em Números 21. Aquela geração que sai do Egito rumo à terra prometida, Canaã, enquanto no deserto lida com infestação de serpentes. Essas serpentes são chamados de "abrasadoras", porque, além do fato de que a picada do veneno delas conduzia à morte, pressupõe-se que havia muito sofrimento e agonia que antecedia a morte.
O povo aflito clama a Moisés, Moisés clamar a Deus, Deus diz: "Eu tenho a solução. " E Deus orienta Moisés: "Você vai levantar uma serpente de bronze numa haste de metal. Vai levantá-la alto o suficiente para que em qualquer lugar, quem for picado, olhe para ela.
Quem for picado recebe um antídoto sobrenatural. O mero fato de olhar vai garantir intervenção. " Mas Deus deixou claro que quem não olhasse iria perecer.
Jesus está dizendo: "Assim como lá havia uma maldição assolando o povo que gerava a morte", Jesus está falando sobre o pecado, é o contexto de João 3, Ele diz: "aqui também tem uma maldição assolando a humanidade que gera a morte, embora a morte de lá era temporária", Ele está dizendo: "essa morte é espiritual e é eterna, não natural e é temporária. " Mas Jesus está dizendo: "Como Deus tinha uma solução lá com Moisés, Ele tem uma solução para a humanidade aqui, agora. Como lá a solução seria levantada aqui também será levantada.
" E Jesus estava falando sobre o Filho do Homem ser levantado. Do que é que Ele está falando? Da cruz, do madeiro.
Então Jesus, obviamente está aproveitando um paralelo. Lá Deus mandou que uma figura da maldição que os assolava fosse levantada. Por que uma serpente tinha que ser levantada?
Porque era a figura da maldição. No exemplo de Jesus não é diferente. Se a maldição era o pecado, uma figura do pecado seria levantada.
Como o pecado não tem uma imagem palpável, Jesus é executado mesmo sendo homem santo e justo sem nunca ter pecado, como se fosse um criminoso, o pior dos pecadores. Porque era necessário que a figura do problema fosse levantada. Lá atrás Deus escolheu o bronze que tipifica juízo.
Na entrada do tabernáculo, por exemplo, quando você passava a porta do tabernáculo de Moisés, o primeiro objeto era o altar do holocausto, onde se fazia o sacrifício pelos pecados. Do que é que Deus mandou fazê-lo? De bronze.
O bronze, na tipologia bíblica, sempre está relacionado com o juízo e normalmente no contexto do pecado. Então Deus estava dizendo, por meio dessa figura, que em Cristo ele julgaria os nossos pecados para que nós fôssemos inocentados. 700 anos antes, Isaías profetizou: "O castigo e nos traz a paz estava sobre ele".
Agora, assim como lá em Moisés, Se quem foi picado olhasse para a serpente, recebia o livramento que Deus estava oferecendo, a salvação, mas quem não olhasse não recebia. Jesus, na sequência desse texto, é que ele cita o versículo mais conhecido da Bíblia do mundo: "Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. " Crer é o ato de olhar para Cristo, reconhecer o que Ele fez e se apropriar.
Isso nos traz salvação, como nos dias de Moisés trazia para eles em relação à picada da serpente. "Mas aquele que não crer", Jesus diz no verso 18, "já está condenado", porque recusar olhar para Cristo e crer no que Ele faz é a mesma atitude de quem, lá atrás, picado, não olhava para a solução que Deus oferecia. E, não aceitando a solução de Deus, essa pessoa estava condenada.
Em toda a Escritura nós vemos paralelos, portanto, a lei tinha caráter profético. E Jesus está dizendo: "Eu vim cumprir essas figuras. " Isso precisa fazer com que a gente olhe com muito carinho para o Antigo Testamento sem essa ideia de que, porque houve mudança de lei, a gente sai jogando tudo fora.
Há uma forma correta de entender os desdobramentos da compreensão da mudança de lei. Então, por exemplo, em todo o Antigo Testamento, nós temos a figura de um substituto. Paulo escreve aos coríntios e chama Jesus de o nosso "cordeiro pascal", um cordeiro era morto nessa noite em que se celebrava a Páscoa, e isso, a morte dele, era a figura do sacrifício, que era demandado de nós mas há uma substituição.
Paulo diz que isso aconteceu em Cristo. O próprio João Batista, como disse no vídeo anterior, diz sobre Jesus: "Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo. " Aquele cordeiro substituto do sacrifício do Dia da Expiação, é uma figura do próprio Cristo.
Ou seja, nós precisamos entender esses elementos proféticos. Jesus diz, em João 8. 56: "Abraão viu o meu dia e se alegrou".
Quando? Ao dizer para Isaque: "Deus proverá para si o cordeiro. " Quando Isaque perguntou: "Papai, cadê o animal do sacrifício?
" Ele estava comunicando uma mensagem. Ele estava dizendo: "Não só você, na hora certa, meu filho vai escapar da morte à qual está sentenciado por um cordeiro substituto, mas chegará o dia onde cada um de nós escapará da morte que merece, porque o Cordeiro conhecido antes da fundação do mundo nos substituirá. " Ou seja, em toda a Escritura nós temos figuras proféticas.
Então, essas sombras projetadas na lei são de bens vindouros. Elas davam o quê? O que eu chamo de uma codificação profética.
Elas só seriam entendidas quando aquilo que as projetasse se revelasse. É por isso que Paulo, quando escreve no Novo Testamento e repete várias vezes a expressão de que o Evangelho é o mistério, o segredo guardado. Olha o que ele diz em Romanos 16.
25 e 26: "Ora, ao Deus que é poderoso para confirmar vocês segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério guardado em silêncio desde os tempos eternos. " Ou seja, Deus decidiu revelar agora o que Ele manteve escondido desde os tempos eternos, "e que, agora, tornou-se manifesto", leia-se "revelado" "e foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas, segundo mandamento do Deus eterno, para a obediência da fé, entre todas as nações. " Aquilo que era segredo foi dado a conhecer por meio das Escrituras proféticas que apresentaram tanto o código como a decodificação dele.
Ou seja, isso nos faz compreender porque houve mudança de lei para que tudo aquilo que fosse sendo preparado, ao ter o seu cumprimento, nos introduzisse numa nova etapa e com novo sentido. Dito isso, eu quero abordar aqui algo que não pode ser ignorado. Depois de entender o tópico que abordamos, em primeiro lugar, que eram as sombras da lei, a segunda verdade que nós precisamos entender aqui é a resposta à pergunta, então vou trabalhar como tópico uma pergunta: A lei mosaica deixou de vigorar?
Então, a partir da concretização da Nova Aliança, como é que eu e você devemos olhar para aqueles mandamentos e preceitos da Lei de Moisés? É evidente que eles caducaram. Romanos 7.
6 diz assim: "Agora, porém, estamos livres da lei, pois morremos para aquilo a que estávamos sujeitos, para que sirvamos de maneira nova, segundo o Espírito, e não da maneira antiga, segundo a letra. " Em Hebreus 7, os versos 11, e depois vou ler o 18 e 19, diz assim: "Portanto, se a perfeição fosse possível por meio do sacerdócio levítico", o anterior, "pois foi com base nele que o povo recebeu a lei, que necessidade haveria ainda de que se levantasse outro sacerdote, segundo a ordem de Melquisedeque, e não segundo a ordem de Arão? " Por que substituir sacerdócio se não fosse para substituir Lei?
Então o texto continua e diz: "Portanto, por um lado, se revoga a ordenança anterior, por causa da sua fraqueza e inutilidade, pois a lei nunca aperfeiçoou coisa alguma; e, por outro lado, se introduz esperança superior, pela qual nos achegamos a Deus. Então revoga a ordenança anterior. O texto que citamos no vídeo anterior de Hebreus 9.
9, fala que os ritos cerimoniais da lei eram uma parábola para a época presente. Sua aplicação é simbólica, sua alegoria é profética. Mas o verso 10 de Hebreus 9 diz que não passam de ordenanças da carne, baseada somente em comidas, bebidas e diversas abluções impostas até o tempo oportuno da reforma.
" A declaração de Efésios 2. 15, de que Cristo aboliu a lei dos mandamentos na forma de ordenanças, deixa claro, obviamente, que a lei de Moisés cessou. Isso faz com que joguemos tudo fora?
Repito, não. Em primeiro lugar, porque há muito desse material com elemento profético que vai fazer sentido no Novo Testamento. Aliás, eu gosto de dizer que o Novo Testamento ele explica o Velho, enquanto que o Antigo, por sua vez, ilustra o Novo.
Agora, se a lei de Moisés não cessou de forma literal, nós teríamos alguns problemas, como por exemplo, explicar a não obediência de Jesus registrada no capítulo oito do Evangelho de João. Paulo escreve aos Gálatas e diz que Cristo nasceu sob a lei. Isso significa não apenas uma referência cronológica de quando Jesus veio na época da lei, mas traz consigo implícita a ideia de que Cristo foi sujeito à lei.
Aliás, Hebreus 4. 15 diz que ele foi tentado em todas as coisas, mas sem pecado. Quando a Bíblia diz sem pecado, nós precisamos entender a definição de pecado.
1ª João 3. 4 diz que o pecado é a transgressão da lei, o não cumprimento. Então, a única forma de entender que Jesus não pecou é que ele obedeceu a lei.
Não há como trabalharmos de uma forma diferente dessa lógica. E a Bíblia sustenta o fato de Jesus não ter pecado. Não só em Hebreus 4.
15. Segundo aos Coríntios 5. 21 diz: "Aquele que não conheceu pecado, Deus o fez pecado por nós.
" Ele não conheceu pecado. Romanos 8. 3 diz que Deus enviou o seu Filho em semelhança de carne pecaminosa.
Ele vem com corpo parecido, mas sem a natureza pecaminosa que temos. Ou seja, ele nasceu sem pecado, viveu sem pecado. Ele nunca pecou.
E a definição de pecado é o não cumprimento da lei. Então, dito isso, como conciliar essa declaração com o que lemos em João no capítulo oito? Em João no capítulo oito, as pessoas trazem para Jesus uma mulher apanhada em flagrante adultério e fazem um comentário: "Na lei, Moisés ordenou que tais pessoas sejam apedrejadas.
" Aí vem a pergunta: "E o senhor, o que tem a dizer? " Essa pergunta já é muito elucidativa. Por que alguém perguntaria para Jesus se ele pensaria diferente da lei de Moisés?
A Lei de Moisés não era só a constituição que regia o seu povo, a sua nação. Ela era a Bíblia da sua época. É aí que nós entendemos de novo a ideia de mudança de lei já trabalhada.
Desde que iniciou seu ministério e com mudança de sacerdócio há mudança de lei, Jesus passou a ensinar de forma divergente da lei de Moisés. "Ouviste o que foi dito aos antigos. Eu, porém, vos digo".
E ele ensinava de forma diferente, divergente. Algumas dessas ordenanças Ele diz: "Não é para fazer mais o que foi ordenado", Ele ordenou algo diferente. Outras ele ampliou, outras ele ajustou, enfim, as pessoas chega e dizem: "Vai mudar isso também?
" Nesse momento, Jesus, o texto diz que eles estavam tentando-o para terem de que o acusar. Jesus responde de forma sábia e apenas diz algo que a lei não dizia, mas sem contradizê-la. "Quem de você estiver sem pecado, seja o primeiro a atirar uma pedra nela.
" A Bíblia diz que todos eles, começando dos mais velhos foram se retirando, por quê? A declaração de Jesus, ainda que não fosse exigência da lei, fritou a consciência deles. No fim, sobra só Jesus e a mulher.
E a Bíblia diz no verso 10: "Levantando-se, Jesus perguntou a ela: Mulher, onde estão eles? Ninguém condenou você? " O verso 11 diz: "Ela respondeu: Ninguém, Senhor!
Então Jesus disse: Também eu não a condeno; vá e não peques mais. " Ninguém ter condenado a mulher eu consigo entender porque, mesmo que esse povo não tenha se rebelado contra a lei de Moisés, a consciência deles gritou, cada um deles deve ter pensado: "Eu é que não tem moral pra isso. " A pergunta é: por que Jesus não condenou a mulher?
Por que Jesus não apedrejou a mulher? Não foi Ele mesmo que sugeriu, sem negar que a lei de Moisés dizia: "Quem estivesse sem pecado que comece? " Jesus tinha pecado?
Claro que não! Então porque Ele não fez o que Ele mesmo sugeriu? Aí eu e você precisam entender algo.
Se a lei de Moisés ainda estivesse em vigor e mudança de lei não tivesse acontecido e a Bíblia registra que Jesus não apedrejou como a lei de Moisés exigia, então isso significa que ele estaria transgredindo a lei. Só existe uma forma de Jesus não ter feito isso e não quebrar a lei. É quando nós entendemos a mudança que já aconteceu.
Então Jesus olha para uma lei a qual Ele foi sujeito a vida inteira, mas que a partir do início do seu sacerdócio, do seu ministério, ela caducou. ela expirou, e Ele basicamente está dizendo: "Não devo obediência a uma lei que expirou e cujo prazo de validade já foi alcançado. " Quando você olha, por exemplo, o comentário que as pessoas fazem sobre Jesus, você vai ver repetidos relatos e declarações da desobediência de Jesus do sábado.
Em João 5. 16 a 18, nós lemos: "E por isso os judeus perseguiam a Jesus, porque fazia essas coisas no sábado. Mas Jesus lhes disse: Meu Pai trabalha até agora, e eu trabalho também.
" Você sabe que no sábado não poderia trabalhar e Jesus está afirmando: "Eu estou trabalhando. " E eles se incomodavam com isso. A Bíblia diz: "Por isso os judeus cada vez mais queriam matá-los, porque além de desrespeitar o sábado, também dizia que Deus era seu próprio Pai.
" João 9. 16: "Por isso, alguns dos fariseus diziam: Esse homem não é de Deus, porque não guarda o sábado. Mas outros diziam: Como pode um homem pecador fazer sinais como estes?
E houve divisão entre eles. " Agora, quando vemos essas declarações, elas não fariam o menor sentido se não houvesse mudança de lei. Então a lei de Moisés tem o seu fim em Cristo?
Indiscutivelmente. Romanos 10. 4 significa isso: porque o fim da lei é Cristo.
Mas nós precisamos entender que há uma nova lei. E a pergunta a ser feita é: O que, nessa nova lei, sustenta declarações da lei anterior; o que derruba ordenanças da lei anterior e o que as ajusta? Porque eu acredito que a partir desse entendimento que nós vamos ter a capacidade de construir o resto.
Então, por exemplo, já vi pessoas tentando dizer: "Não, mas Jesus, Ele observou a própria lei, mesmo depois de iniciar o seu ministério, seu novo sacerdócio. " E de vez em quando eu digo para algumas pessoas: "Por exemplo, Ele ia nas festas anuais estabelecidas pela lei mosaica. " A pergunta é: ele estava fazendo isso em caráter de obrigação ou é porque onde o povo estava reunido e era uma oportunidade para ministrá-los?
Até quando ele manda um leproso que foi curado, Lucas cinco, de 12 a 14, relata isso, e depois de curar o leproso, Jesus olha para ele e diz: "Vá, apresente-se aos sacerdotes, ao sacerdote e ofereça pela purificação o sacrifício que Moisés ordenou. " Então ele está dizendo: "Vai cumprir a lei. " A Bíblia determinava lá no livro de Levítico como o leproso que tinha se recuperado precisava ser examinado e qual o sacrifício oferecer.
E agora Jesus está mandando ele só porque a lei tem que ser cumprida? O verso 14 termina com Jesus dizendo assim: "para servir de testemunho ao povo". Ou seja, "use a lei em que todo mundo ainda acredita, o sistema que ainda está em operação e aproveite isso para testemunhar o que eu, o novo legislador, fiz por você.
" Isso não significa que Jesus está sustentando que a lei de Moisés e esses sacrifícios tinham que continuar. Se não, até hoje nós teríamos leprosos sendo curados e precisando oferecer sacrifícios que sequer podem mais ser oferecidos. Alguns me perguntaram outro dia: "Mas e a Páscoa por ele celebrada?
" Quando Jesus celebra a Páscoa com seus discípulos, ele dá o tom de todo o seu sacrifício, aliás, o Novo Testamento aponta para ele como cordeiro pascal, Ele institui uma nova celebração, Ele diz: "A partir de hoje vocês vão celebrar esses elementos", Ele destaca o pão e o fruto da vide e diz: "isso significa o meu corpo, isso significa o meu sangue" e ele estabelece uma nova instituição. Não há orientação bíblica a respeito de continuar a prática literal da Páscoa. Então nós percebemos essa mudança, percebemos o fim de lei, mas precisamos entender como lidar com isso.
Porque que para alguns é tudo ou nada, ou você joga tudo o que tem Moisés no lixo, ou você põe tudo para dentro e as duas coisas estão erradas. Então eu quero seguir agora adiante, tentando estabelecer, em terceiro e último lugar, quais são as aplicações do que eu vou chamar de uma releitura neotestamentária. Traduzindo: O que é que continua?
O que é que não continua? Então, quando lemos que a lei de Moisés cessou isto significa que tudo o que procede do antigo Testamento foi descontinuado? Não.
Já falei antes que o Antigo Testamento ilustra o Novo, enquanto o Novo, por sua vez, explica o Velho. Então todas essas figuras precisam ser vistas e entendidas como tal. Mas eu creio que nós temos cinco aplicações distintas para poder avaliar o Antigo Testamento sob a ótica do Novo Testamento.
Você não vai achar um texto que traga essas classificações, mas quando você vai juntando as peças do quebra cabeça, pegando todas as aplicações de textos do Antigo Testamento que o Novo faz sobre o que não continua, o que tem ajuste, adaptação, o que continua, a gente consegue fazer essa triagem e chegar a essa conclusão. Então, essas cinco aplicações vou definir como: primeiro reforma, algumas ordenanças foram completamente reformadas, mudaram completamente. Segundo, ampliação, alguns mandamentos não cessaram, mas eles ganharam um significado e um sentido muito maior.
Terceiro, o cumprimento, essa ideia de cumprimento é o que nós estabelecemos até agora das figuras proféticas que tiveram o seu cumprimento igualmente profético. Em quarto lugar, vou chamar de ajuste, e aqui no ajuste nós temos duas categorias. Uma delas ajusta a prática, mas não o propósito, a outra ajusta o propósito, mas não a prática.
Em quinto lugar, permanência, aquilo que segue exatamente igual. Então, vamos passar o olho nas declarações do que a Bíblia diz sobre cada uma dessas coisas. Em primeiro lugar, reforma são aquelas que Jesus mudou completamente.
Ou seja, não se faz mais aquilo que antes havia sido ordenado. Alguns exemplos no Sermão do Monte. Em Mateus cinco, de 33 a 37, Jesus diz: "Vocês também ouviram o que foi dito aos antigos: Não faça juramento falso, mas cumpra rigorosamente para com o Senhor o que você jurou.
Eu, porém, lhes digo: não jurem de modo nenhum; nem pelo céu, por ser o trono de Deus; nem pela terra, por ser estrado de seus pés; nem por Jerusalém, por ser a cidade do grande Rei. Não jure pela sua cabeça, porque você não pode fazer com que um só cabelo fique branco ou preto. Que a palavra de vocês seja: sim, sim, não, não.
O que passar disso vem do maligno. " Então, antes era: "não jura falso, jura verdadeiro. " Jesus diz: "Não, agora é: nem jure, simplesmente sustente a sua palavra.
Tudo o que você diz já é um juramento. " Então nós temos uma reforma. Em Mateus cinco, de 38 a 42 de novo, Jesus diz: "Ouvistes o que foi dito aos antigos o olho por olho, dente por dente", ele diz: "Mas eu ou dizer o contrário: Não resista ao perverso.
Se bater na sua face, em vez de usar de reciprocidade, ofereça a outra. Caminha a segunda milha. " O que nós temos aqui é reforma.
Em Mateus cinco de 43 a 45, Jesus diz: "Ouviste o que foi dito aos antigos: Ame o seu próximo. Odeia o seu inimigo. " Ele vai dizer: "Não, eu vou dizer outra coisa: Agora é para amar o inimigo, é para orar por ele.
" Então isso é reforma. Eu acho que os exemplos são suficientes. Ampliação.
Vou dar mais dois exemplos do Sermão do Monte, onde Jesus, o novo legislador, está mexendo o que foi dito antes e trazendo comparações depois. "Vocês ouviram", Mateus 5, de 27 a 30: "Vocês ouviram o que foi dito: Não cometa adultério. " Aí Cristo emenda: "Eu, porém, vos digo: Todo o que olhar para uma mulher com intenção impura, já cometeu adultério com ela no seu coração.
" Jesus não está dizendo que a ordem de não adulterar foi revogada, mas Ele amplia. Agora não é só o adultério físico, mas o adultério do coração por meio da cobiça também. Em Mateus 5, 31 e 32: "Também foi dito: Aquele que repudiar sua mulher deve lhe dar carta de divórcio.
" Em outro texto, Mateus 19, Jesus diz: "Moisés vos permitiu dar carta de divórcio" ainda que ele justifique que é pela dureza do coração. Agora Ele diz: "Eu, porém, lhes digo: quem repudiar a sua mulher, exceto em caso de relações sexuais ilícitas, a expõe a se tornar adúltera; e aquele que casar com a repudiada comete adultério. " A mesma exceção será apresentada em Mateus no capítulo 19.
Então Jesus, Ele mexe no assunto do divórcio, que antes tinha sido banalizado, lá em Mateus 19 Ele diz: "Não foi assim desde o início, com o primeiro casal, Adão e Eva", Ele deixa claro: "não será assim agora, a exceção da lei de Moisés foi por causa da dureza do coração de vocês, a nova aliança trouxe mudança de coração, então agora só pode acontecer o divórcio dentro dessa única exceção. " Então ele não impediu totalmente o divórcio, mas agora nós temos uma diminuição, uma restrição e uma ampliação da valorização do casamento. Em terceiro lugar, o cumprimento das figuras proféticas.
Já falei bastante disso e das sombras, mas quero dar alguns exemplos práticos. Por exemplo, a circuncisão, ela foi estabelecida antes da Lei de Moisés, era uma aliança de Deus com Abraão e Paulo escrevendo aos romanos chama isso de "o selo da fé", que Abraão teve. Quando chega no Novo Testamento, Romanos 2.
28 e 29 fala que a circuncisão é do coração e não na carne. Colossenses 2, nos versos 11 e 12, fala que nós somos circuncidados em Cristo, ele usa a expressão "circuncisão de Cristo" e diz que ela aconteceu no batismo, que hoje é o selo da fé. Então a circuncisão ela não foi meramente extinta no sentido de eliminar, aquilo que era simbólico tem um cumprimento profético.
Então ela continua através do seu simbolismo, mas não de forma literal. O mesmo se dá com a oferta de incenso. Era ordenança por estatuto perpétuo.
Mas quando você lê Apocalipse 5. 8, a Bíblia diz que diante do trono de Deus, hoje o incenso são as orações dos santos. Então hoje nós não oferecemos mais incenso de forma literal, mas aquela ordenança, ela permanece através do cumprimento da sua figura, e nós somos obrigados a orar sem cessar, assim como o incenso era oferecido continuamente.
Mesma coisa com as festas. A celebração da festa anual da Páscoa. Não cumprimos de forma literal, mas depois de dizer aos coríntios que Cristo é o nosso Cordeiro Pascal, Paulo diz: "Celebremos a festa, não com o velho fermento da maldade e da malícia, mas com os asmos da sinceridade e da verdade.
" Então, aqui ele está falando de um sentido espiritual, onde a festa continua sendo celebrada, mas não de forma literal. Então cessa a literalidade da celebração, mas não a sua continuidade. A mesma coisa podemos falar em relação à celebração das primícias, por exemplo.
No primeiro dia da colheita, o camarada entrava, colhia um feixe, apresentava diante do Senhor oferta de movimento, tinha lá uma oferenda se entregue a Deus, ele contava então sete semanas, um total de 49 dias, quando chegava o dia seguinte ao sábado, o primeiro depois da colheita, onde ele move, era o dia seguinte ao sábado, um domingo. Depois de 49 dias, terminava a sétima semana com o sétimo sábado, no dia seguinte, de novo um domingo, havia uma nova oferta e, aliás, aqui era festa de Pentecostes, que significa 50, o prazo de 50 dias. Você chega no Novo Testamento e descobre que Jesus ressuscita no dia depois do sábado, o domingo; Ele é chamado, em 1º Coríntios 15.
20, de "as primícias dos que dormem"; 50 dias depois da ressurreição de Cristo, nós temos, na festa de Pentecostes, o derramar do Espírito e o início da Igreja, que em Hebreus 9. 23 é chamada de "igreja dos primogênitos arrolados nos céus". A figura de Jesus, primogênito dos mortos, a igreja dos primogênitos, das primícias está associada a essa figura do dia depois do sábado, que era o primeiro dia e com 50 dias de diferença.
Ou seja, todos esses textos nos ajudam a compreender com clareza verdades que ainda estão lá, não para ser praticado de forma literal, mas para iluminar o entendimento e abrir a nossa compreensão. Terminando, temos os ajustes, que é quando a prática muda, mas o propósito não. Por exemplo, Paulo, escrevendo aos coríntios, ele pergunta: "Quem vai à guerra à própria custa?
Quem planta uma vinha e não come do seu fruto? Ou quem apascenta um rebanho e não se alimenta do leite do rebanho? " Ele diz: Será que eu digo isso apenas como homem?
Não é verdade que a lei também o diz? Porque na lei de Moisés está escrito:" ele cita Deuteronômio 25. 4: "Não amarre a boca do boi quando ele pisa o trigo.
" Então ele pergunta: "Por acaso Deus está preocupado com o boi? Será que não é certamente por nossa causa que ele está dizendo isso? É claro que é por nossa causa que isso está escrito.
" Então, ao fazer essa declaração em 1º Coríntios 9. 7 a 10, ele mostra que a prática literal de não amarrar a boca do boi cessou. Mas o propósito, quem trabalha tem direito ao sustento, continua.
E ele diz: "isso fala em figura do obreiro de Cristo, que hoje tem o seu sustento. " Então a prática mudou. O propósito não.
Agora, quando falamos a respeito do dízimo. Em Hebreus, no capítulo sete, a Bíblia nos mostra o texto onde Abraão entrega os dízimos a Melquisedeque e claramente apresenta a figura de que ele simboliza, ele é a figura daquele que vive, de Cristo. E ele fala que quando Abraão se curvou diante Melquisedeque, Levi, que seria o bisneto de Abraão, que ainda nasceria no futuro do qual viria a tribo sacerdotal, se encurvou para entregar os dízimos a Melquisedeque, a figura de Cristo.
É lógico que Levi não estava literalmente ali, mas na simbologia a Bíblia está dizendo que quando Abraão se encurva para entregar os dízimos, a tribo de Levi se curvaria no futuro diante do novo sacerdócio, o contexto da mudança de sacerdócio, do Levítico para o de Cristo, o sacerdócio levítico se curvaria diante de Cristo para lhe entregar os dízimos e dizer: "Aquilo que nos foi dado temporariamente agora é seu. " Se isso não é a passagem dos dízimos da antiga para a nova Aliança, me diga o que é. Então, a prática do dízimo continua mas o propósito mudou porque antigamente ele era para o sustento do obreiro agora ele celebra e honra o próprio Cristo.
E o obreiro no Novo Testamento, diferente do antigo, tem salário, não vive do dízimo das pessoas. Aliás, o Novo Testamento tinha inclusive política salarial. Jesus falou sobre o dízimo.
Quando ele diz: "Dai a César o que é de César e a Deus o que é de Deus", Ele está falando de uma contribuição que é percentual ao ganho, assim como o imposto a parte Deus também não há outro tipo de contribuição que caiba aqui. Em Mateus 23, Jesus diz, no verso 23, dos escribas e fariseus que davam o dízimo do endro, do cominho, da hortelã, e diz: "Vocês deviam fazer essas coisas sem omitir outras. " Quais?
Ele fala de pessoas que estavam desprezando, desprezando os preceitos mais importantes da lei: a justiça, a misericórdia, a fé, verdades que seriam reveladas na nova aliança. Então ele diz: "Você pode continuar o dízimo sem omitir essa. " Na mudança de lei, o dízimo não é descartado.
Mas, embora a prática continue, o foco e o propósito mudam. Em último lugar, nós temos a permanência. São os valores morais que não mudaram, não tiveram mudança, nem de prática, nem de propósito.
Por exemplo, o adultério era proibido, Jesus amplia o sentido de adultério, mas ele continua proibido. Hebreus 13. 4 fala que "digno de honra entre todos seja o matrimônio, porque Deus julgará os impuros e os adúlteros.
" A questão do homicídio antes proibido, Apocalipse 22. 15 diz: "de fora ficarão os assassinos. " O mandamento de honrar os pais, ele é sustentado em Efésios 6.
2 e 3,, numa carta que é dirigida aos crentes gentios, para quem a lei de Moisés não tem continuidade, mas o valor moral permanece. "Honre o seu pai e sua mãe, que é o primeiro mandamento com promessa para que tudo vá bem com você, e você tem uma longa vida sobre a terra. " E a proibição da idolatria.
Um dentre muitos textos do Novo Testamento 1º Coríntios 10. 14: "Portanto, meus amados, fujam da idolatria. " Assim como no Concílio de Jerusalém, a proibição do consumo de sangue, sustenta as declarações que nós temos na lei.
Então, quando avaliamos esses cinco aspectos, eu acredito que nos ajudam a ter um entendimento do que passa e do que não. Reforma, ampliação, cumprimento, ajuste e permanência. Eu acredito que com essa ótica, com o conteúdo dos dois vídeos podemos entender melhor algumas verdades, inclusive o assunto do próximo vídeo, que tem gerado muita confusão, que diz respeito à guarda do sábado.