POR QUE É TÃO DIFÍCIL INICIAR UMA RELAÇÃO? | MARIA HOMEM

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Maria Homem
O ideal de "eu" que criamos pode funcionar como um véu imaginário que impede o início de novas relaç...
Video Transcript:
Por que é tão difícil começar uma [Música] relação se a gente conseguir dissolver uma pequena paranoia estrutural que nos habita e que deixa a gente sempre assim um pouco assim l acuado em relação ao outro Olha esse vídeo aqui vai ter sido mágico vai ter sido né tenta voltar lá pro tempo do bebê né E que ou seja tempo do bebê significa tenta voltar pro mais profundo de você mesmo fazer uma arqueologia do ser é Todos nós né Arcos o antigo arcaico fundo inconsciente a gente lida com núcleos muito assim alguns diriam que são levemente
psico tizes né ou que são eu tô eu tô vocês estão vendo que eu tô sendo cuidadosa para falar aqui mas sim a gente tem núcleos profundos arcaicos não organizados porque a gente ainda não tava organizado num Eu numa num Contorno num limite de si numa formação de uma membrana e que me deixa um pouco mais tranquilo nessa ideia de que o mundo poderia me penetrar me invadir me machucar me perseguir me aniquilar ou né o outro lado da moeda que eu poderia destruir dar conta do outro de uma maneira que me assusta a mim
mesmo então vocês lembram quando a gente tinha medo de monstro de fantasma berrava tinha angústia tinha medo de dormir no escuro tinha medo de dormir sozinho que que é tudo isso tem gente que até hoje tem muita dificuldade de dormir e precisa de um sono químico precisa de uma ajuda pra gente chapar um pouco a mente tudo bem Tem milhões de explicações e situações mas muitas vezes tem conexão com esse medo ancestral que que eu tô dizendo o que que eu tô pintando aqui com cores Talvez um pouquinho fortes mas são os nossos núcleos arcaicos
inconscientes que vão trabalhar com a ideia de um outro que pode me tirar do prumo que pode me né me acuar me assustar então como eu vou me entregar como eu vou amar como eu vou est junto com o outro como eu vou né deixar o corpo encostar no corpo do outro como ter um prazer com isso e não só um prazer breve rápido uma trepadinha pá né goza e tchau como é que eu vou né ou nem goza e tchau como é que eu vou me deixar né interpenetrarem é um pouco mais formado tá
aqui e ao mesmo tempo você tá pensando o que que é que o outro está pensando Então você tá conectado com o outro e ao mesmo tempo com a imagem de si mesmo com o véu que te recobre com o véu imaginário de um ideal de eu que você tá montando então pera aí Nossa será que o cabelo tá arrumado ai Será que não tô muito gorda será que tô magra demais Será que ele vai achar será que tô sex será que tô interessante Será que ele vai se decepcionar qual é o valor que eu
tenho diante de você que tá chegando e tá me vendo né Ai pera aí tá tão me angustiando tanto tudo isso tá tão difícil ficar pensando sobre isso e dar conta da minha angústia que eu vou ficar no meu sofá eu vou ficar em casa com meu sofá com meu gato não é isso agora que a gente tá fazendo essa brincadeira com essas Cat ladies né Essas Senhoras dos gatos essas mulheres que vivem com seus gatos ou homens também com seus cachorros pode ser com gato mas acho que seria mais comum né isso mereceria aliás
parênteses um estudo aqui né essa prevalência né mulheres gatos homens cachorros É isso mesmo comenta aqui né comenta aí que eu tô agora interessada em saber como é que a gente se refugia no universo dos animais como é que a gente né Por que que o mundo Pet tá vencendo todas as barreiras no mundo é uma indústria em ascensão e tem muitos estudos mostrando que as pessoas vivem mais sozinhas né o número de casamentos relações co habitações desce um o número de singles que vivem ou sozinhos ou com Pets aumenta então Ó essas são as
curvas Esses são os desenhos eu tô trocando o outro por um outro por alteridades não falantes ou longínquas porque eu vou ter relações online eu vou ter relações com avatares daqui a pouco a gente vai P né Os nossos óculos Apple Vision e derivados aí a gente vai viver num mundo e que não duvido né que já tenha daqui a pouco aplicativos incríveis que você coloca o óculos e você já né começa a colocar aquele wearable aquelas roupas e você consegue Beijo abraço aperto de mão lembra disso e penetração então daqui a pouco você vai
permitir que esse outro que poderia te assustar ele te penetre virtualmente que que eu tô colocando aqui no meio da nossa discussão as várias formas de defesa Afinal pro encontro com o outro por que que é tão difícil né porque a gente tem medo dos paranoides fundantes desse outro que poderia imaginariamente me invadir e também ao mesmo tempo a gente tem um esforço contínuo de manter a nossa imagem de si mesmo uma imagem idealizada do eu para que ela não caia a gente fica ali tentando equilibrar essa imagem incrível poderosa completa eh maravilhosa e a
gente fica cansado desse teatro cansa trabalhoso e dá não só porque a gente fica cansado porque é trabalho e tal mas porque a gente tem muita angústia de ver a nossa própria imagem cair então a gente também diz não tudo bem né Vamos fica fica ali ou a gente também tem né e eu não poderia deixar de colocar aqui um terceiro caminho que é quando a gente se trabalha a gente elabora tudo isso e aí a gente fala pera talvez é gente por que tanto medo vamos arriscar um pouco então vamos arriscar vamos em frente
você quer você tá afim você tá você tá com vontade vamos talvez juntos seja mais divertido do que cada um na sua tocar a vida juntos Talvez seja talvez não seja uma ideia né Talvez seja instigante seja engraçado por que que a gente vive em duplas e a humanidade durante milênios viveu em pequenos durante milhões de anos né o gênero homo viveu em pequenos bandos para conseguir fazer face essa né a a essa vida que sempre foi difícil e a natureza sempre foi enigmática hostil menos dominada que hoje mas hoje ela é tão dominada que
a gente tá acabando por não conseguir ter os recursos todos que a gente necessita Isso é uma questão né água comida ar vamos ver como é que a gente vai manter esse tripé saudável mas a gente vivia nesses clãs pequenos clãs bandos a gente foi se organizando tinha família ampliada com vários elementos nessa família a gente fez a família nuclear moderna normalmente um casal parental e seus filhos isso é o o estatuto inclusive jurídico atual e a gente Talvez esteja migrando para uma sociedade muito mais single muito mais individualista o indivíduo é a base da
moradia da propriedade do percurso do caminho dos lugares que vai viver das escolhas que faz e a gente vai tocar esse projeto mais single né Eh pode ser pode ser vamos vamos ver o que os números vão dizer e o que que a gente vai construir né talvez cada um fazendo as suas formações mais próprias ah trisais quadros quádruplos eh a república de amigos eh cada um com relações abertas semiabertas ou eventualmente abertas para um ou de qualquer forma se a gente se escutar se analiti trabalhar os nossos núcleos mais profundos de medo de risco
de insegurança de medo de rejeição né de decepção ele não pode ver quem sou eu totalmente se não vai me abandonar se não vai me largar se não vai preferir outra pessoa né então se se a gente atravessar profundamente Essa dupla né dupla Grande Jornada né os os medos de que o outro me invada me me penetre de uma maneira difícil ou que ele se decepcione me abandone duvide do do valor que eu possa ter o que me faça eu mesma duvidar do valor que eu possa ter se a gente conseguir trabalhar esses grandes véus
que muitas vezes nos encobrem nos protegem mas em excesso do toque do outro do encontro com o outro quem sabe possa ser mais interessante Boa sorte então
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