RESPONDENDO COMENTÁRIOS SOBRE A "DESEXTINÇÃO" DO DIREWOLF (#Pirula 391.2)

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Canal do Pirulla
Venho aqui responder às críticas (e questões pertinentes) sobre o caso da "desextinção" do direwolf ...
Video Transcript:
Olá pessoas, este é mais um vídeo meu aqui na internet e no vídeo de hoje eu quero responder as perguntas mais frequentes sobre a história da Colossal lá, Colossal, Biotechnology, Biotech, sei lá, eu não lembro o nome inteiro da empresa. A Colossal ter desestinguido, entre aspas, supostamente desistinguido o lobo terrível, né? Lobo atroz ou lobo gigante ou lobo [Música] ma. Gostei da ideia do lobo ma. Eu achei bem criativo, desistinguido o lobo ma, que em inglês é direolf, né, que eles chamam, que é um bicho que existiu durante o pleistoceno, né, lá na América do
Norte, foi extinto entre 8 e 9.000 1 anos atrás e tecnicamente eles teriam conseguido fazer uma manipulação genética num lobo cinzento atual, copiando o DNA que eles tinham encontrado nos fósseis desse Diewolf, né, para fazer ali um aumento da similaridade do DNA dos dois e aí conseguir construir aí um animal diferente, né, vai, digamos assim, e que segundo a empresa é um darwolf e ponto, sem discussão, só que saiu um paper agora sobre o assunto que eles estavam prometendo publicar e finalmente saiu. Na verdade não saiu ainda, saiu o pré-print, ainda não foi oficialmente publicado,
possivelmente porque ainda vai ter que passar por alguma alteração, alguma revisão, etc. Mas enfim, saiu pra gente ter uma certa ideia do que afinal de contas a Colossal está se referindo. E esse paper meio que dá uma demonstração mais do que clara de que aquilo ali não é umwolf. Não houve desdistinção do Darwolf. Aceita que dói menos para quem ainda tava achando que aquilo lá era um die Wolf, né? ou era um lobo mau. E eu digo mais, esse paper de desextinção não fala nada, nada, nada é nada, nada, nada. não fala absolutamente nada de
desextinção, na verdade não comenta absolutamente nada sobre esse experimento de fazer a manipulação genética e deixar nascer aí esses indivíduos manipulados geneticamente. Não fala nada disso no paper. Talvez eles estejam para publicar um outro paper só sobre isso. Talvez isso seja segredo de patente, sei lá o quê. Eu vou lá entender essa parte aí que tem a ver com o fato de ser uma instituição privada. Não sei, mas o fato é que o paper que saiu, ou melhor, o pré-print que saiu, não fala nada de desistinção. Então, vamos lá. Eu sugiro que você veja o
meu vídeo anterior para entender melhor as críticas e as explicações que eu vou fazer aqui, porque eu não vou ficar repetindo o que eu falei no último vídeo, pelo menos não a explicação completa. Então, eu sugiro que você veja o último vídeo. Como o último vídeo teve bastante visualização, foi super bem, é mais provável que você já tenha visto do que não visto. Então, enfim, né? Mas de qualquer maneira tá aqui nos cards, tá pipocando, tá aqui embaixo. Ou você clica lá no meu canal e vê, ou vai tá aqui na lateral, nos recomendados, enfim,
não importa. E a partir dele, então vou fazer as perguntas aqui, tá certo? Então vamos lá pra primeira colocação, porque não é exatamente uma pergunta, é uma colocação, mas vamos lá. Você disse que os Darwolves e os lobos cinzentos não são próximos, mas a Colossal disse que são. Aqui eu disse baseado num paper de 2021 que mostrava que os Dwolfes são uma linhagem se separou das dos demais canídios muito antes, a coisa de 6 milhões de anos mais ou menos, e que portanto não seriam tão próximas assim dos lobos cinzentos. acontece que esse artigo novo
que saiu, essencialmente é um artigo sobre comparação genômica entre o Drewolf e o lobo cinzento e também outros canídios. Na verdade, pelo menos sete autores que eu contei, eu acho que são sete autores que estavam no estudo de 2021 também estão nesse estudo agora que saiu essa semana. Alguns funcionários da Colossal e outros são geneticistas de bastante renome, aliás, que estão trabalhando em conjunto com a Colossal. Inclusive, um dos autores desse novo paper aí é o George Martin do Game of Thrones. Eu tinha falado sobre o fato dos dois lobinhos terem aparecido no trono, né,
do Game of Thrones, que o Jorge Martin apareceu carregando um desses filhotinhos, aliás, uma coisa extremamente fofa, mas assim, cara, o que que ele tá fazendo escrevendo o artigo? ele tá como financiador, né? Mas eles colocaram lá na na que que ele apareceu como um dos colaboradores na escrita do artigo para justificar, colocar ele no paper. E aí, tipo, sei lá, cara, é aquela coisa, artigo ele escreve, né? Agora, a continuação lá das crônicas de Gelo e Fogo, nada, né? Para terminar a maldita da novela dele lá, ele não faz, né? Isso daí é só
porque fizeram a série da TV. Se não tivesse feito a série da TV, ele já tinha terminado de escrever. Esse livro não vai sair nunca. Nunca escreve o que eu tô falando, nunca. Se vai morrer e não vai escrever livro nenhum. E culpem a série da Ed Biova. A culpa foi da série, por isso que ele não vai terminar o livro. Mas enfim, o fato é que ele é um dos autores do artigo. Mas voltando, você vê aí que uma equipe muito similar foi responsável pelo paper de 2021 e agora responsável por esse paper aqui.
Ou seja, são aqueles cientistas que tiveram acesso ao DNA desses lobos terríveis aí, desse lobo mau aí que tava em coleções. Um deles é um incisivo, se não me engano, que foi datado de 13.000 1 anos e o outro foi tirado da parte de dentro do crânio do encéfalo aqui, acho que da parte de ouvido, sei lá, de dentro. E foi datado de 72.000 anos. Ou seja, a gente tá falando de duas amostras de de lobo terrível aí, de dark wolf, que são muito distantes no tempo, uma de 72.000 anos e a outra de 13.000
anos. Se você for ver, dá aí uns 50.000 anos de diferença entre as duas amostras, né? 51, né? pelo que se eu tô fazendo a conta certa, então isso também não deveria ser desprezível, mas enfim, eles fizeram ali esse sequenciamento genético do Direwolf, conseguiram uma completude razoável de DNA ali e eles juntaram no fim das contas, os DNAs encontrados desses dois, porque nenhum dos dois estava completo. Juntando os dois meio que deu uma coisinha um pouquinho mais inteiriça ali do material genético, que aí tem toda uma questão de replicação. Você replica em pedaços do material
genético, vê aonde que encaixa para fazer a ligação, tal, tal, tal, tal. Na verdade, isso daqui é feito com programa de de computador, com análise estatística, que eu não vou saber explicar aqui, até porque genética não é a minha praia. Eu tive muita dificuldade. O Reinaldo inclusive me ajudou. Aliás, assistam o vídeo do Reinaldo, Reinaldo Lopes, né, o jornalista lá da Folha, que cobre matérias de ciência há décadas. O Reinaldo fez um vídeo muito legal explicando o negócio do Dir Wolf e comentando alguma coisa sobre o pré-print. Aliás, se inscrevam no canal do Reinaldo, porque
o Reinaldo é um cara extraordinário. Ele só fala coisas relevantes ali no canal dele, seja sobre ciência, seja sobre token, o Senhor dos Anéis, ou seja sobre religião também. Então, quer dizer, o Reinaldo é uma pessoa incrível, uma pessoa muito legal, manja muito do que tá falando. Então, sugiro que vocês se inscrevam lá e podem começar a maratonar o canal dele por esse vídeo que ele fez explicando sobre o lance dos dire wolfes e toda essa polêmica aí. Mas enfim, a ideia desse artigo é vai essencialmente justificar paraas pessoas porque é que eles escolheram um
lobo cinzento para ser o template, né, o material base, né, para poder fazer essa manipulação genética que poderia gerar características do Diewolf. Porque eles escolheram lobos cinzentos. Justamente porque naquele artigo de 2021, colocando aquela distância entre o Dirwolf e os demais canídeos ali que vem depois na sequência, meio que diz que você poderia ter escolhido qualquer um daqueles canídios para ser o DNA template, tá? o DNA base de comparação. Se vocês não viram meu vídeo de cladística e eu recomendo fortemente que vocês vejam, é um vídeo mais antigo aqui do canal, mas é um vídeo
que eu me orgulho bastante explicando sobre esse lance dos nós na na árvore filogenética. Lá eu explico sobre o fato de que, por exemplo, os nós das árvores, né, ou seja, o ponto em que tem um ancestral em comum, são como os fios de um móbil, ou seja, eles podem girar livremente entre si. O que que significa isso? Significa que o Darwolf ele não é mais distante do lobo cinzento do que ele é dos chacais. Eu vi muita gente falando isso porque aí na árvore olhando você vê os chacais logo na sequência depois do Darwolf.
Mas a verdade é que o Darwolf ele é igualmente distante de todos esses bichos que estão aí. Qualquer um desses bichos poderia ter sido escolhido para ser o DNA template. Poderia ter sido um chau africano, o Mabeco, poderia ter sido qualquer outra espécie de lobo, sei lá, o lobo da Etiópia, o lobo africano, tal. Então, quando eu falei no último vídeo sobre o lobo cinzento não ser tão próximo assim do Dir Wolf, eu não tava dizendo que com isso ele estaria mais próximo do chacal do que dos outros. Eu tava dizendo que era muito estranho
que com uma linhagem que tivesse uma um separação de 6 milhões de anos e que tivesse todo esse acúmulo de apomorfias a ponto de você ter clados e mais clados ali dentro, seria muito estranho que a modificação genética em apenas 20 regiões do DNA seriam suficientes para fazer uma uma réplica da espécie antiga. Me desculpa, me parecia muito difícil de crer numa coisa dessas. Como que o DNA do lobo cinzento poderia não ser tão diferente assim do Dwolf, uma vez que eles estão separados ali por 6 milhões de anos ali de divergência evolutiva? Pois bem,
no pré-print aí, o que os autores dizem é que uma a divisão não foi tão antiga assim, ela foi há 4 milhões e meio de anos, o que ainda assim é tempo para caramba e também que houve uma série de hibridizações entre linhagens próximas, o que faz com que o DNA do Diew Wolf não seja tão distante do DNA do lobo cinzento. Isso é extremamente comum de acontecer. Antes que vocês venham falar: "Ah, não é a mesma espécie porque reproduz e gera descendentes férteis". Essa é uma definição absurdamente pobre do que é uma espécie. Eu
tenho um vídeo meu explicando isso, mas eu vou falar dele depois, tá? Então, o fato de gerar híbridos férteis não faz com que seja a mesma espécie, tá bom? Ao contrário do que possivelmente você aprendeu na sua escola. Então, vamos lá. Eu desenhei um mapa aqui. Eu fiz uma pequena animaçãozinha bem porca, só para tentar mostrar para vocês o que que o artigo achou nessa comparação de DNA e como que deve ter sido o padrão de migração e diversificação ali dessas espécies, tá? Ao longo desses últimos milhões de anos aqui do nosso planeta. Então tá
aqui o mapa mundi, beleza? Mais ou menos entre 5 e 6 milhões de anos atrás. Você vê aí que tem muito menos gelo cobrindo Ártico. Portanto, você tinha ali uma ponte que ligava a América do Norte, a Ásia, né, que é chamado de ponte de Bering, porque hoje o que tem ali é o estreito de Bering. Essa ponte várias vezes emergiu e submergiu ao longo desses 6 milhões de anos. Então o mapa deveria trocar ao longo do tempo que eu vou explicando aqui. Mas enfim, nesse momento aí tá emerso, beleza? Então, olha pra direita do
mapa. Ali na América do Norte surge o ancestral dessa linhagem toda aí que eu vou falar para vocês. Da onde veio esse ancestral? Possivelmente da Ásia. Enfim, não importa, porque aí esse ancestral é o que seria em comum as raposas, porque aí entra muito lá para trás na história dos canídios. Então vamos lá. Vou pegar só esse ancestral aí que aparentemente surge na América do Norte e que mais ou menos 5 milhões de anos atrás tem um braço dessa população aí, dessa espécie que existia, que migra até a América do Sul e aí surge o
ancestral daqueles canídios que a gente tem aqui no Brasil, como o lobo guará e o cachorro vinagre. Tem outros também, mas enfim, em resumo aí, são esses dois que eles colocam no artigo. Prosseguindo lá na América do Norte, mais ou menos há 4 milhões e meio de anos, diverge uma outra linhagem a partir do ancestral dessa daí que eu pintei em azul. A gente tem fósseis dela, tal, não sei o que. Eu vou colocar um dos fósseis aí na tela para vocês verem. E aí que acontece? É dessa linhagem aqui que deriva a linhagem do
Darwolf. Eu pintei de verde, tá? E olha que interessante, o artigo encontrou que a linhagem que dá origem ao Derwolf, ela compartilha cerca de 39% do DNA com o ancestral dessa linhagem que vai dar origem aos canídios sul-americanos. Ou seja, você tinha duas linhagens de canídeos convivendo ao mesmo tempo na América do Norte, há quatro e poucos milhões de anos atrás. E essas duas linhagens eram reproduzíveis entre si. Então, ainda que a maior parte do DNA do Dirwolf derive dessa linhagem que eu pintei de vermelho aí no mapa e justamente é dela que se origina
o Darwolf, havia uma constante hibridização com essa outra linhagem mais antiga que estava lá na América do Norte, que eu pintei aqui de azul. E aí você tem esses 39% de DNA compartilhado entre o Diew Wolf e as espécies de canídeos sul-americanos. E a partir de então você tem uma migração dessa linhagem em vermelho aí para a Ásia através de Bering. Aí eu tô pintando com umas manchas pequenininhas as populações, mas a verdade é que você pode colocar aí uma área de extensão muito grande no mapa. Se eu tivesse pintado do jeito que eu fiz
naquele meu vídeo dos hominídios, ia ficar muito confuso agora e eu ia demorar muito tempo, esse vídeo não ia sair nunca. Então eu fiz só essas manchinhas, mas você pode colocar aí população, inclusive com o degradê de espécies se formando em toda essa região intermediária. Aí essa linhagem que eu pintei de vermelho chega na Ásia e de lá ela se espalha para quase toda aquela região da Eurásia e África. Por exemplo, é dessa população que se originam duas linhagens africanas muito relevantes, que são os chacais há mais ou menos 4 milhões de anos atrás, e
os mabecos, né, que são os cachorros selvagens africanos lá. há mais ou menos uns 3,5 milhões de anos atrás. Lembrando que tem tempo suficiente para essas espécies todas terem surgido. A gente tá falando uma coisa na casa do meio milhão a 1 milhão de anos. E aí, beleza, essa população que tá na Ásia, ela se diversifica também em outras espécies, tá? Que aí eu pintei de rosa, mais ou menos rosa aí, né? Essas espécies derivadas dessa população em rosa aí que eu pintei foram para todos os cantos também ali da Europa, Ásia, etc. Inclusive se
espalharam até aquela região de Bering lá. Provavelmente nunca voltaram pra América do Norte, mas se espalharam ali por cima e de alguma forma hibridizaram há mais ou menos uns 3,4 milhões de anos atrás com a população de dar wolfes que existia na América do Norte. Então você vê que eu até estiquei um pouquinho a mancha de verde ali para vocês terem uma noção de que você tinha populações desses bichos espalhadas por toda aquela região quando o gelo estava retraído. Porque de novo durante todo esse período aqui, o nível do mar subiu e baixou várias vezes.
Então a ponte de Bing submergiu e emergiu, subemmergiu e emergiu várias vezes ao longo desse processo, tá? Aí você tem uma mistura entre essa população aí que foi ali paraa parte do norte da Ásia e os darwolfes e eles encontraram em torno de 61% de DNA misturado com esta linhagem aí, que é nesse ponto que eles estão colocando como um motivo de por que o Darwolf e o lobo cinzento não estão tão longe assim. Por quê? Vamos voltar pra Ásia. Essa linhagem rosa aí. Ela vai dar origem aos doules, que são esses cachorros selvagem asiáticos
aí, vermelhos, que parece uma raposa, mas não são. E também dão origem a coisa de 2,5 milhões de anos, a uma outra linhagem que eu pintei aí de amarelo, né, que vai se espalhar também por toda aquela região norte e pra África também, ou seja, ela vai dar origem a uma série de espécies conhecidas hoje, algumas delas africanas, que são, por exemplo, o lobo etíope e o lobo africano. e também vai dar origem aos coyiotes e lobos cinzentos, a coisa de um e pouco milhão de anos. E aí, beleza? Então, lobos cinzentos e coiotes surgem
na Ásia. E olha que interessante que eles descobriram esse grupo aí que deu origem aos coyotes e aos lobos cinzentos, eles também têm um DNA meio híbrido. Eles têm 83% advindos daquela espécie que deu origem a eles, né? Então, tá pintado de rosa aí, né? Mas eles também tm 17% do DNA compartilhado com aquele grupo de canídeos que vieram da primeira linhagem que eu pintei em vermelho aí, que iam depois pra África para ir levar o Mabeco, Chacau e etc. Ou seja, que estão mais próximas do Wolf do que essa linhagem em rosa aí que
eu pintei para vocês. E aí, graças a isso, então, mais um motivo de alguma proximidade do lobo cinzento com os dire wolfes, tá? do ponto de vista genético. E aí então você tem depois, né, uma migração para a América do Norte de novo. É dessas linhagens aí que inclui o coyote e o lobo cinzento, porque eles existem hoje na América do Norte mais ou menos há uns 900.000 anos atrás. E teve, acho que a última migração foi acho que há 25.000 anos atrás, em que eles foram provavelmente junto com o ser humano, né? Porque data
aí de uns 25 a 30.000 anos, né? A chegada dos primeiros seres humanos nas Américas. Então, é mais ou menos esse o cenário que a gente tem de como foi a evolução desses bichos, segundo os resultados encontrados por essa equipe que trabalhou nesse paper aí, que muitos autores são da Colossal e o Jorge Martin. Enfim, então, de longe, a coisa mais interessante desse paper é exatamente a descoberta dessas hibridizações e também o próprio sequenciamento do DNA. É um paper muito legal, é um paper que traz informações aí muito interessantes, mas não fala nada de desistinção,
tá? Guarde isso aí. Então, no que diz respeito a essa primeira alegação aí de que a Colossal diz que os Dwolf são próximos dos lobos cinzentos e eu tinha falado lá no meu vídeo que não. Bom, agora eles conseguiram muito mais material para sequenciar. Graças a isso, eles estão aí com muito mais dados. E caso outros geneticistas acabem corroborando com esses dados que eles encontraram, que é sempre bom lembrar, né, que outras equipes precisam analisar o artigo e replicar para ver se realmente não houve nenhum erro, nenhuma comida de bola, etc. Mas enfim, caso esses
dados sejam realmente corroborados, pô, aí eles estão tentando justificar porque é que o o Grey Wolf, né, o lobo cinzento, não tá tão longe assim do lobo [Música] mau. O problema é que ainda assim, mesmo com essas hibridizações, eles ainda estão longe. ou que ainda assim seria possível escolher outras espécies de canídios que têm uma proximidade de DNA, ainda que não necessariamente uma proximidade genealógica, mas uma proximidade de DNA igual ou maior do que o lobo cinzento. E aí é que eu acho esquisito que a colossal poderia ter falado que teve preferências não científicas para
colocar o lobo cinzento. Sei lá, é mais fácil de achar material, é mais fácil de encontrar lobos cinzento em zoológico, é um bicho com tamanho similar, é um bicho com mais apelo visual, sei lá, os caras podiam ter falado uma série de coisas que justificassem porque que eles usaram o lobo cinzento. Não houve essa clareza tão grande assim com relação a isso, mas tá aí, tá? De fato, eles conseguiram provar que não há uma distância genética tão grande quanto se imaginava do lobo cinzento e do Diew Wolf. Porém, esta distância ainda é grande. E aí
isso me leva a outra colocação que agora sim tem uma pergunta envolvida. Você disse que aquilo não é um diewolf. Quem é você para saber? E de fato, eu não sou ninguém para saber se aquilo lá é um wolf ou não, mas agora que saiu esse pré-print aí desse artigo, eu posso dizer que quem está afirmando que aquilo ali não é um diewolf é a própria empresa, ou pelo menos os próprios geneticistas que trabalham para essa empresa. Por quê? Eu explico, e isso o Reinaldo explicou muito bem no vídeo dele também, o lobo cinzento tem,
eu vou olhar aqui os dados, tá? Não sei de cabeça. O lobo cinzento tem 2 bilhões 310.286.13 pares de bases. Eu gostei do i13, né? Ou seja, é o negócio realmente muito específico, né? Ou seja, essa é a quantidade de nucleotídios, ou seja, de tijolinhos ali que compõem o DNA do lobo cinzento por extenso. 2 bilhões 300 milhões de cacetada aí. Então, beleza, guardou esse número. A equipe que fez esse estudo, quando fez a comparação do lobo cinzento com o Darwolf, encontrou um total de 14.569.091 diferenças de pares de bases de um pro outro. Isto
dá mais ou menos 0,6% de diferença do DNA de uma espécie para outra. São realmente espécies muito próximas. são 99,4% similares do ponto de vista genético, são muito mais próximas do que nós e o chimpanzés, por exemplo. Agora vamos fazer uma contagem, já que a gente tá falando de manipulação genética, vamos fazer uma contagem no um por um aqui, tá? Vamos, vamos ver números exatos, tá? Dessas 14.hõ500.000 tralalá diferenças que tem entre os dois DNAs, 13.665.448 48 são variantes de nucleotídio único, ou seja, alteração de um par de base, que é o chamado snip, que
geralmente não fazem a menor diferença no que diz respeito à expressão gênica. São alterações pontuais que, em linhas gerais, não alteram formação de proteína ou alguma coisa assim. Então, em áreas não codificantes do genoma ou que possuem outras funções, enfim, que são muito boas para você fazer a parte filogenética, a parte genealógica, etc. Inclusive são esses snips aí que são utilizados quando você vai fazer teste de paternidade. Agora, isso então são alterações que são descartáveis a princípio, quando você tá querendo fazer uma manipulação genética para supostamente desistinguir uma espécie. E aí eles encontraram 388.514 inserções
de DNA, ou seja, pedaços a mais de DNA que tem numa espécie, não tem na outra. E 515.129 129 deleções de DNA, ou seja, pedaços que são suprimidos, se perderam num bicho e não no outro. Essas sim são alterações relevantes. Isso aí sim muda proteína, muda expressão gênica e uma série de outras coisas. Então, esses são os números relevantes. Isso dá 903.000 1 quebrados de pares de bases, um pouco menos de 1 milhão de pares de bases. Quantas alterações a Colossal disse que tinha feito no DNA mesmo desses lobinhos que nasceram? 20. Alteração em 20
pontos do DNA de 90.000 1 diferenças que seriam [Música] relevantes. Agora são eles que estão dizendo, não sou eu. Esse paper que, de novo, repito, fala zero de desextinção, zero. Não fala nada de desistinção, não fala nada do experimento que eles fizeram criando lobo. Esse paper está dizendo que não houve alteração de nem 1% das diferenças relevantes que eles encontraram do DNA de um pro outro. Podem ter motivos bons para eles não terem mexido nesses outros genes. Pode ter, sei lá, uma questão prática, técnica, sei lá o que, metodológica, alguma coisa assim, que não podia
mexer nesses outros gênes, não dava, não valia a pena, sei lá. Não tenho como saber porque eles falam uma coisa ou outra numa entrevista, mas metodologia que é bom mesmo, eles não publicaram, né? Pelo menos não da manipulação genética. Agora, independente de ter um bom motivo ou não para eles terem mexido só em 20 pedaços do DNA, é innegável que mexer nesses 20 pontos não é o suficiente para você categorizar esse bicho como Dark Wolf. Você fini, não há discussão. Você tem muito, mas muito material de diferença ali para você mexer só em 20 pedacinhos
do DNA, sabe? Tem quase 1 milhão. Para mim tá muito óbvio, tá muito, sabe, escancarado. Não tem como chamar isso daí de Darwolf. Não dá para sequer dizer que ele se parece com Dwolf, porque eles falam que, ah, não, esses 14 genes que a gente mexeu são muito importantes no que diz respeito à aparência, mas a gente tá acreditando neles, né? E como é que eles vão saber se eles não mexeram nos outros? Talvez tenham mexido um em outro, tenha dado merda, sei lá, algum embrião inviável, mas cara, esa lá, né? dizer que um bicho
que você tem 1 milhão de diferenças de uma espécie para outra, genéticas que sejam relevantes e você mexeu só em 20, chamar isso de dar wolf é marketing. É única e exclusivamente marketing. E me criticaram no outro vídeo por ter falado de marketing e eu vou responder a isso também. Você disse que a Colossal só está pensando em marketing. É mesmo? Então eu posso fazer o meu merchan aqui para uma das patrocinadoras do canal que é a Insider, certo? Eu estou aqui com uma camisa de botão da Insider muito bonita que não sei se a
luz tá estourando um pouco, tá? Mas ó, como é que é? Embaixo tem uma camiseta da Insider também, azul, lindíssima. E olha como é interessante, eu coloquei essas roupas, elas estavam amassadas quando eu vesti. Em 5 minutos já tá tudo lisinho, ó. Não tá amassado, não estou suando. Tudo bem que não tá calor hoje. O suor ele evapora muito rápido. Não é que você não sua, você sua, mas o suor evapora. Eu também estou com uma bermuda da Insider aqui e estou também com uma cueca que eu não vou mostrar. Ninguém merece uma cena triste
dessas, apesar da cueca ser muito bonita. Mas enfim. E este mês a coisa está especial, porque vocês já estão vendo aí no QCode que tá pipocando na tela, que o desconto do mês é de 15% e não dos 12% que geralmente a Insider dá pros produtores de conteúdo que ela patrocina. Por quê? Porque abril é o mês de aniversário da Insider e neste mês de aniversário o desconto é de 15% e pode chegar a 30% de desconto se você acumular este meu desconto com outras peças promocionais também no site da Insider. Então, só de usar
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tão gostosa, gostosa como as roupas da Insider e elegantes também, como esta camisa, tá? Como eu tô sem gravata, não vou fechar aqui, né? Apesar de que, ó, ela fecha, ó, também. Você vê aqui fica meio pastor, mas enfim, ó. Eu recomendo, viu? Você debochou da empresa dizendo que eles não sabem como um die Wolf seria. Olha aqui, eu vou falar muito sério. O que nós temos do Diew Wolf? Sério, do ponto de vista prático, o que que nós temos do Direwolf? Nós temos o código genético que eles extraíram e sequenciaram agora. Legal, legal para
caramba, de verdade. E os esqueletos. É isso que a gente tem. E esse pessoal não fez alterações suficientes do ponto de vista numérico no DNA desse bicho para dizer que ele tá efetivamente muito similar a um Dwolf original lá de 10.000 anos atrás. Então, como a gente não tem como saber quais são todos os pedaços de funcionalidade do DNA que eles têm de diferença, o que a gente tem de concreto mesmo que dá para comparar para saber se esses lobinhos aí podem ou não ser parecidos com o Dirwolf é o esqueleto. É pegar os fósseis
e comparar com o esqueleto desses lobinhos aí que nasceram. Eles ainda não estão totalmente adultos, então teria que esperar eles ficarem adultos. Sei lá, acho que eles não vão matar o lobo para tirar o esqueleto lá de dentro. Mas você pode anestesiar e fazer uma tomografia computadorizada que sai ali, depois você imprime em 3D o crânio do bicho lá e faz uma comparação com o fóssil. Então você faria isso com o crânio, que é uma estrutura que a gente sabe que tem muita diferença entre o lobo cinzento e os fósseis, né? faz também com o
báculo. Isso é uma coisa bem interessante, porque a maioria dos mamíferos possuem um osso peniano, né, para quem não sabe, que é o chamado báculo. E no caso do Dirwolf, esse báculo é muito grande, ele é muito maior do que nos canídios mais aparentados ali deles. Não é uma regra, mas isso geralmente significa seleção sexual. as fêmeas, preferindo machos com pênis maiores ou então uma competição entre machos em que vai se saber por de alguma forma comportamental o pênis maior seria relevante ali, né, de alguma maneira, tá? Enfim, mas o fato é que o Darwolf
tinham ali um baculão. Vai ser que vocês me entendem. E aí essa comparação é válida com esses lobinhos que eles fizeram. Eles mexeram no gene do báculo para poder fazer ele ficar maior, porque é esse o material que a gente tem para comparar. a gente tem material de esqueleto e esse material genético aí que seria a tradução, a morfologia é a tradução do material genético. Eles compararam o material genético e estão falando que com 20 modificações eles estão aí com uma espécie desistinta, mas eles compararam a anatomia, que é o que a gente tem como
definição de um diewolf. É assim que a gente conseguiu definir o Darwolf usando a morfologia, a anatomia. Eles fizeram essa comparação. E eu acharia muito curioso se com só 20 modificações do DNA eles conseguissem trazer um bicho que fosse exatamente idêntico ao fósforo. E aí alguém aqui vai falar sobre definição de espécie. E agora sim é o momento de eu comentar sobre o meu vídeo que eu explico a questão da definição de espécie, que não é um troço simples, não é uma coisa fácil. Aquele meu vídeo tá muito legal, não é por nada não, mas
eu tive uma excelente consultoria para poder fazer aquele vídeo. É um vídeo que deu muito trabalho para fazer. Eu tive ajuda do pessoal do canal Revisão. Quem me ajudou com o roteiro foi o inesquecível professor Vanim, que já nos deixou e é uma lástima que isso tem acontecido, porque é uma pessoa incrível. Então aquele vídeo explicando definição de espécie, é um vídeo em que eu deixo claro que a gente não tem um consenso sobre o que seria uma espécie, porque cada definição pega um pedaço, mas não consegue cobrir tudo. É realmente muito complicado, porque as
formas de vida não querem ser categorizadas, as formas de vida querem existir, elas estão aí. quem precisa categorizar elas, né, classificar e etc, somos nós, tentando fazer uma taxonomia ali. Agora, uma coisa que a maioria das definições de espécie concordam, na verdade acho que todas as definições de espécie concordam, se não me engano, é que uma espécie precisa ser composta por indivíduos que possuem um ancestral em comum. Ou seja, há um princípio genealógico na definição de espécie, nas definições de espécie. E esse princípio genealógico não se cumpre com o material geneticamente modificado a partir de
uma outra espécie para tentar recriar uma que foi extinta. Então aqueles lobos lá que eles fizeram, por definição, não são genealogicamente aparentados de um diewolf vivo. Então por isso eles não podem ser considerados umwolf. Eles seriam então o que inclusive o Hank Green, que é um youtuber famoso lá da gringa, né? o que ele falou que seria uma nova espécie, seria uma espécie sintética, digamos assim, né? Uma espécie manipulada, seria como se fosse uma farmácia de manipulação, uma espécie de manipulação. Seria uma outra espécie que não um diewolf original e nem um lobo cinzenta. Eu
acho que não há diferenças suficientes, né? Não há modificações genéticas suficientes para chamar de espécie nova. No máximo uma variedade diferente do lobo cinzento, como se fosse uma seleção artificial ultra rápida, né? feita, ao invés de fazer cruzamentos e selecionar quem que os filhotes que nasceram, tal, não sei quê, feito de uma maneira vai eh logo no transgênico mesmo. Seria um jeito mais rápido de gerar uma variedade, vai, digamos assim, uma raça de lobo cinzento. Porém, mesmo que você seja extremamente condescendente e diga que você pode recriar em laboratório um ser vivo que tem 100%
do DNA idêntico a uma forma de vida que tenha sido originada na natureza, se você pega e constrói no laboratório tudo igualzinho, idêntico assim, sem nada de diferente e que tem um comportamento igual e que tem anatomia igual e que tem tudo igual, se você consegue fazer isso, talvez você possa dizer que na prática seriam a mesma espécie, mesmo sem ter uma genealogia em comum, porque você simplesmente fez um copia e cola, né? Você fez um contrtrol C, conttrl V ali e isso acabou gerando um outro indivíduo lá, só que por manipulação genética. Tudo bem,
eu aceito isso, eu consigo aceitar isso, porque se você fizesse isso com humanos e nascesse uma pessoa com consciência, etc, falando e tudo mais, que fosse igualzinho a um outro indivíduo, você com certeza ia chamar aquilo de homos. não ia ficar nessas relativizações de dizer que não, mas não tem um ancestral em comum e tudo mais. Contudo, não foi isso que a Colossal fez. A Colossal não apresentou pra gente um clone do material genético que eles extraíram lá do Dirwolf. E eles só preencheram os pedaços que estavam faltando com o lobo cinzento. Não, eles não
apresentaram isso pra gente. Eles apresentaram um bicho que tem 903.000 1 alterações relevantes e que eles mexeram só em 20. Então é isso, desculpa, não tem mais nada para falar nesse sentido. Esses bichinhos que eles fizeram, o Rômulo Rema e a Calest lá, Calese, Caleste, ah, sei lá como é que pronuncia, esses três não são dire wolves, são lobos cinzentos geneticamente modificados. Aí eles falam de comportamento que é diferente. Até a reportagem da Time fala do latido, no caso do uivo, né, dos lobinhos lá, porque ele já nasceram uivando. É muito bonitinho mesmo a cena,
tal, dos bichinhos uivando e dizendo que é um uivo que não se parece com nenhum lobo atual e nem com um cachorro, nada. Então, realmente isso é muito interessante. Isso é interessante de verdade, tá? Não tô desmerecendo não. E muito relevante que aquele bicho tenha um comportamento diferente. Eles falam com relação a como o bicho se relaciona com os seres humanos, que definitivamente é uma relação que não é de domesticação. Os bichos não são carinhosos, não são amáveis. Óbvio, tem a foto lá do Marin carregando o filhote, de outras pessoas também carregando, mas a partir
do momento que o bicho começou a crescer, já não dava mais para chegar muito junto. O próprio tratador falou que agora ele não consegue lidar muito bem com os bichinhos, porque eles são muito agressivos. Então assim, há uma questão comportamental diferente ali neles e a gente sabe que nos seres vivos como um todo, a maioria da questão comportamental é assim determinada geneticamente ou pelo menos tem um princípio de determinação genética e aí você tem obviamente a interação com o ambiente que vai refinar esse comportamento, mas você tem ali alguma coisa que vem de fábrica. Então
é muito interessante saber que eles conseguiram um bicho que tem um comportamento diferente de qualquer espécie atual. Este comportamento é o que o Dirwolf tinha, não dá para saber. Não dá para saber se não tem a fossilização do uivo do Direwolf. E do ponto de vista de código genético, nem fez as alterações suficientes que envolva todo o comportamento, porque provavelmente eles nem sabem quais são. Eles mexeram nos pedaços de DNA que eles sabiam a função. Eles não mexeram nas outras 90.000 diferenças lá que poderiam obviamente gerar alterações maiores ainda. Vai se saber. Então o como
afirmar que o comportamento é de um darkwolf? Não tem como afirmar. No máximo, dá para dizer, arrumar um bicho com um comportamento diferente ali. Muito legal. E ainda tão estudando isso. Mais para frente vão ver talvez outros comportamentos bem curiosos, dípares das espécies atuais. Legal. Vai. É, é algo interessante, mas dizer que isso é um Dark Wolf, cara, na boa, não, não dá para você afirmar um troço desses. Eles explicaram o motivo do pelo branco, não explicaram no paper, porque no paper eles nem falam disso. Eles não falam nada de coloração de pelo. Na verdade,
eles não falam de funcionalidade de nenhum gene no paper. No paper eles só falam de comparação de um de um genoma com o outro só. e obviamente os desdobramentos filogenéticos disso. E aí aqui vale falar de uma coisa que ficou até meio teoria da conspiração, que muita gente querendo criticar a Colossal acabou espalhando de que eles teriam feito os direfes brancos por causa do ghost lá que era o Wolf do John Snow no Game of Thrones e porque isso seria mais midiático. E aí o passou um rabo de gato. Por isso que o George Martin
teria patrocinado, que é porque ele queria que fosse igual o gosto, tal, tal, tal. Isso é meio teoria da conspiração por várias questões. Primeiro porque na obra do Martin e na série de TV os Dark Walls t de várias cores, não tem só branco. Branco é o do John Snow, mas cada um dos irmãos Stark lá receberam um lobo de cor diferente, de coloração diferente. Então isso não seria uma justificativa. que a Colossal justificou. E aí pode ou não ser verdade, porque eles não apresentaram dados com relação a isso. Mas o que a Colossal justificou
é que, ó, dá uma olhada aqui, ó. Como os genes geralmente possuem múltiplos efeitos, ou seja, o gene não codifica uma proteína só e acabou, entendeu? Muitas vezes ele tem efeito em outras áreas ali do mecanismo celular, etc., do desenvolvimento. Nem todos esses efeitos são bons. Então, por exemplo, os diewolfes tinham três genes que codificavam para uma pelagem clara, uma pelagem clara, não necessariamente branca, mas clara, light coat, eles colocaram aqui. Porém, a alteração desses mesmos três genes no lobo cinzento poderia causar cegueira ou surdez nos filhotinhos. Então, a Colossal fez uma engenharia genética em
outros dois genes para desligar, digamos assim, as informações para uma pigmentação do pelo negra ou vermelha, levando esses bichos que eles fizeram em laboratório aí a terem como característica um pelo claro, no caso branco, né? ficou muito claro, ficou branco de verdade. E aí com essas alterações eles não causaram nenhum dano, né, nenhuma deficiência ali nesses filhotinhos ali, porque eles não mexeram em pontos críticos do genoma do lobo cinzento. Ou seja, eles não conseguiram fazer as alterações para ficar igualzinho ao Darwolf. Então eles fizeram bypass ali, eles deram outro jeito de gerar uma característica similar.
Só que uma característica similar não é uma característica igual. Uma coisa é light coat, né? Tá escrito aqui, né? Ou seja, uma pelagem. clara. Outra coisa é branco como a neve. Essa pelagem do Darkwolf poderia ser um vermelho clarinho, um marrom clarinho ou sei lá qualquer outra variação e eles fizeram branco. Pode ser que seja o possível. E aí de novo eu consigo entender. Esse é o possível de fazer. Não é o que era, mas é o que tem para hoje, é o que dá para entregar. Mas isso ainda não é um diewolf, porque você
não sabe como seria de fato a pelagem do Wolf, porque você não conseguiu colocar a expressão desses genes específicos naquele bicho. Então, beleza, dá uma justificada no pelo branco, mas vai também essa justificativa que eles deram não ajuda nas afirmações deles de que eles conseguiram desistinguir uma espécie. Você desmereceu a descoberta? Eu só apontei que eles não estavam desistinguindo nada. E beleza, eu fiz umas piadinhas, mas é justamente porque tinha um monte de gente da imprensa comprando essa ideia, tinha um monte de comentarista aí comprando essa ideia e tava simplesmente errado, era simplesmente uma visão
simplista. Aí o pessoal veio falar que eu tava com inveja. Inveja do quê? Eu não sou um geneticista. Eu nunca ia fazer um troço desse porque nem me interessa. Eu mexo com pedra. Aliás, eu nem sou mais um acadêmico, eu sou um comunicador científico. Então, quer dizer, eu não eu não teria por ter inveja, porque eu não tô fazendo aquilo. Inveja é tipo assim, eu tô fazendo musculação e tem outra pessoa que tá fazendo também. Só ela fica forte e eu continuo o frango. E aí eu falo: "Putz, que inveja, aquela pessoa tá conseguindo ficar
forte ou não". Ou seja, nós dois estamos tendo um objetivo em comum. Um tá se saindo bem e o outro tá se saindo mal. Isto justifica inveja. Quando nós não temos objetivos em comum, ou seja, eu só estou comunicando coisas e a outra está fazendo manipulação genética, ou seja, não temos objetivos em comum. Por que que vou ter inveja deles? E por que que você acha que a academia científica vai estar com inveja deles? Nesse sentido, eles só querem ver os resultados e entender o que foi feito. E o que foi vendido do ponto de
vista midiático não é o que foi feito. E vários dos cientistas muito sérios, aliás, que fazem parte do da equipe do time da Colossal, tem plena ciência disso. Só que meio que eles não podem falar em voz alta. Eles têm que ficar dando volta, falando de um jeito meio cifrado, tal, não sei quê. Se você for ler aquela matéria da Time lá, que é gigantesca, você vai ver que alguns cientistas da Colossal que eles entrevistam, meio que eles vão dando a volta, dando a volta meio que para dizer que é um dar wolf, mas não
é, mas é, mas não é só que é, mas não é, mas só que é. Por quê? Porque os caras tem que ter algum tipo de vai honestidade acadêmica na naquilo lá que eles estão falando, só que sem desmerecer a descoberta. Então, tipo, pô, você não quer que eu dê risada disso, caramba. Aí é pedir demais. Agora dizer que é inveja, tá? E outra, eu falei várias coisas positivas sobre a descoberta. Eu falei, falei naquele vídeo, eu falei que tem coisas muito interessantes ali. Inclusive, eu não desmereci o fato de que eles vão tentar manipular
indivíduos de espécies ameaçadas para tentar gerar variabilidade genética e colocar isso daí na população dessas espécies para ver se conseguem melhorar ali as chances de sobrevivência, já que elas estão em extinção. Eu achei isso muito interessante. Eu falei lá em todas as letras, eu mostrei certo ceticismo quanto ao sucesso. Sim. Isso eu demonstrei, demonstrei ceticismo quanto a isso realmente funcionar. Porém, falei que caso funcione, muito legal, eu vou achar muito da hora. E eu definitivamente não chamaria aquilo de desmerecer, tá? Eu falei que é muito interessante. Se der certo, vou ficar muito feliz. Eu só
acho pouco provável que dê certo. Então, desculpa, esse é o meu posicionamento. Se você achou que isso é um absurdo, enfim, lamento. Você fez críticas enfundadas. Aí aqui vai, eu vou dizer assim, eu não fiz críticas enfundadas, mas eu posso ter dado a entender isso daí. Então eu vou tentar explicar melhor o que eu disse. Uma delas que veiam, vieram me falar é que eu tinha levantado o argumento do para que gastar dinheiro com isso. Falaram qual o problema de você ganhar mais dinheiro? Isto é falso. Se você for olhar aquele meu último vídeo, vocês
vão ver que eu estava levantando hipóteses de possíveis críticas que poderiam ser feito. Eu disse que isso levantaria questões sobre, por exemplo, princípios éticos, se vale a pena ou não fazer isso ou para que fazer isso e etc. Tá? Eu tava levantando hipóteses, eu não estava defendendo que não é para gastar dinheiro com isso, inclusive porque a Colossal tem com sinceridade ou não, não importa aqui, mas ela tem uma justificativa ambiental para desenvolver essas tecnologias de aumentar a variabilidade genética de espécies de extinção na própria matéria da time, sei lá, 1/3 da matéria, só explicando
isso. Possivelmente boa parte dos cientistas que estão trabalhando lá realmente acreditam nisso. É bem provável. No fim das contas, seria realmente leviano dizer que não é para gastar dinheiro com isso. Essa história de mais dinheiro versus menos dinheiro, ela se confunde com o mais relevante versus menos relevante. Isso é uma falácia. Inclusive foi abordado pelo Calsegan. E por que que isso é uma falácia? Porque a maioria das coisas que você vai fazer com ciência, das descobertas, dos experimentos, das pesquisas ou das interpretações que você vai dar, a maioria disso na na prática mesmo pra sociedade
não vai ter retorno nenhum. E isso não é uma justificativa para você não fazer pesquisa nisso. E o objetivo da ciência não é ajudar o ser humano. O objetivo da ciência do ponto de vista filosófico é descrever a realidade. Se isso vai ajudar a nossa sociedade como um todo depois, aí são outros 500. Mas o importante pra ciência é descrever a realidade e explicar como as coisas chegaram a ser, como elas são. Ponto. Essa esse é o objetivo da ciência. Então é muito perigoso quando você fala que, ah, não, deviam estar gastando dinheiro com isso
e não com aquilo. No que diz respeito à ciência, porque a chance de alguém pegar e usar esse mesmo argumento para deslegitimar uma grande parte da pesquisa acadêmica é grande, tá? Então é muito perigoso usar isso daí. É por isso que o Csegan chamou de falácia. Todo mundo precisa ganhar dinheiro. Eu sou o primeiro a falar disso desde, sei lá, de 2014 que eu falo aqui na internet, que a ciência precisa de financiamento, que é impossível abrir mão de verba estatal, porque ciência de base só o estado acaba patrocinando. É raríssimo você conseguir patrocínio privado
paraa ciência de base, que é uma ciência não aplicada. Porém, é muito bem-vinda a a verba privada, se assim eles quiserem, e, principalmente se eles não ficarem alterando o resultado, que é isso que é o difícil, né? Porque a empresa privada ou quer lucro ou quer marketing. E se você não entrega nenhum dos dois, dificilmente ela vai achar que vale a pena te patrocinar. E a ciência de base usualmente não entrega nenhum dos dois. Então, é por isso que é difícil que a empresa não tente forçar a barra pros resultados e isso não dá certo
porque não é assim que a ciência funciona. Mas a parte disso, todo mundo tem que ganhar dinheiro. E se os caras da Colossal estão conseguindo dinheiro com investidor, com não sei que, não sei o que, lá, maravilha, que consigam o dinheiro. Agora, ganhar dinheiro como, entendeu? Eu acho que eles têm coisas muito interessantes no que eles fizeram, que já justificaria uma série de investimentos para não ter que ficar inventando coisa ou ficar enfeitando ali um uma coisa que não é tudo isso. Eu não fui atrás para pesquisar, mas me ouvi em algum lugar na internet
aí dizendo que realmente isso foi muito bom para Colossal, que o número de investidores aumentou incrivelmente. Beleza, mas aí como é que vai acontecer se esses investidores quebrarem a cara, se a Colossal não conseguir apresentar algo de realmente substancial nisso daí, entendeu? Porque esses investidores uma hora vão perceber e aí levanta o questionamento de o que que os investidores realmente querem, né? se eles realmente estão preocupados em salvar espécies de extinção, que eu acho pouco provável, ou o que destino eles vão querer dar para esses bichos que estão sendo recriados e que com certeza não
vão poder ser soltos na natureza, como a própria empresa admite. Eh, o pessoal sugeriu peto, eu acho pouco provável, porque se eles estão criando uns bichos agressivos, uns bicho coisa assim, fazer pet de luxo não deve ser o objetivo. Ainda que desativando um ou dois genes ali, talvez eles consigam deixar o bicho mais dócil, mas aí já não sei, não sou geneticista para saber. Falaram também que poderiam querer fazer zoológicos. De fato, se esses bichos não podem ser soltos na natureza, meio que eles podem, né, acabar virando um tipo de zoológico, né, um zoológico excêntrico
aí, tipo um Jurassic Park, digamos assim, mas um Pleistocenic Park, em que esses animais estariam expostos ali. No caso desses lobinhos aí, como eu tinha comentado com vocês no último vídeo, eles não revelaram aonde fica essa reserva. pessoal da Time foi lá fazer a reportagem, tem uma outra pessoa que sabe, mas no geral eles não falaram para ninguém porque eles não querem justamente que aquilo vine no zoológico, que a galera vá lá para ver, nossa, olha que aberração, sabe? Eles não querem que isso aconteça. Mas até quando eles vão conseguir segurar isso se os investidores,
por exemplo, acharem que isso não é suficiente, se os investidores quiserem mais dinheiro, entende? vai acabar ficando refém disso. E eu acho isso muito complicado, porque aí eles podem ter que abrir mão de vários princípios éticos ou simplesmente princípios lógicos na criação desses bichos geneticamente modificados para agradar quem quer dinheiro. Então, a hipótese de fazer um possível zoológico para mim faz algum sentido, ainda que não atual. Agora, a outra que o pessoal levantou e isso me remete a um outro vídeo que eu já fiz, que é sobre a seleção de genes, né, e modificação genética
em humanos, é que é para curar doenças, para, sei lá, gerar características diferentes, que eu fiz um vídeo há dois anos atrás, há dois anos quase quase cravados, eu chamo essa questão de alteração genética de filho e tal, de neoeugenia e que isso seria inevitável, porque uma vez que essa tecnologia caia no mercado, as pessoas vão utilizar e não vai ter um ponto de corte de falar. Desse ponto para cá é uma questão de saúde, desse ponto para cá é uma questão estética. Não tem um ponto de demarcação claro. E isso, a meu ver tipo,
sabe, uma passar um um boi para depois passar boiada. Por isso que eu fiz questão de chamar tudo isso de eugenia dentro da definição que eu usei, uma definição galutoniana mesmo. E falei que isso é inevitável, porque uma hora essa tecnologia vai cair no mercado inevitavelmente, quem é rico vai começar a usar, depois de um tempo, o pessoal mais da classe média vai conseguir também. E aí depois a gente vai ter ali vai um monte de pessoas alteradas geneticamente e isso pode ser extremamente complicado ou problemático. Mas essa discussão não vou fazer aqui, eu fiz
essa discussão naquele meu vídeo de dois anos atrás e pode ser que essa tecnologia aí que a Colossal tá tentando desenvolver tenha alguma utilidade ou aplicação futura em seres humanos. Agora, será que é esse o objetivo da Colossal? Eu acho que não. Eu acho que isso daí é incheção de linguiça. Agora, será que outros laboratórios podem utilizar esse knowow que a colossal tá desenvolvendo para fazer isso em humanos? Aí isso eu acho bem possível, né? Não sei se vai acontecer, não sei se precisa acontecer, porque às vezes esses laboratórios têm seu outro jeito de pesquisar
que estão chegando a a métodos muito mais eficientes, talvez, do que ficar fazendo esse negócio que eles fizeram com DNA fóssil, tá? Então, talvez nem precise do no da colossal para isso, mas vai que, né? Não sei por ter tanta má vontade com a colossal não é nem questão de uma vontade. A verdade é que o cerne de tudo que foi anunciado simplesmente não é verdade ou é exagerado. Então, um não teve desistinção, porque esse bicho que eles fizeram é muito diferente do bicho de 10.000 anos atrás. Dois, a tecnologia não é nova. A tecnologia
é aplicada hoje, Crisper, né? Aplicada em praticamente tudo que se lida com genética hoje em dia. O pessoal aplica lá na Embrapa lá para fazer as alterações em semente de milho, de soja. Todos os laboratórios fazem isso para poder fazer análise de DNA e o caramba quatro para alterar coisa em bactéria, para fazer experimento para tratar doença e etc. Então, quer dizer, isso não é novo. O novo foi a aplicação dessa técnica. Beleza? Mas isso é um exagero, dizer que a técnica é nova. Outra, não foi a primeira desistinção que foi feita como eles venderam.
Na verdade, nem foi uma desistinção, porque essa é a minha primeira afirmação, né? Não foi uma desistinção, mas ainda que você considerasse uma desistinção, não foi a primeira. A primeira desistinção foi do Ibex dos Pirineus, que eles tentaram clonar a Célia, que foi a último indivíduo dessa espécie que faleceu lá na Espanha. Eu explico com razoável detalhamento a história dessa espécie e da Célia no meu vídeo falando sobre as extinções causadas pelos seres humanos. O primeiro que eu fiz, eu falo do Dodô, falo do Manati gigante, falo da álc gigante e falo do Ibex dos
Pirineus. Dá uma olhada lá nesse vídeo, no trecho ali que eu dediquei a essa espécie, como foi esse processo de desextinção que durou 7 minutos. O bichinho morreu em 7 minutos. Foi uma pena que eu saiba, não tentaram fazer de novo a desistinção dessa espécie. o que poderia ter dado bom e agora talvez eles conseguissem, já que você tem tecnologia nova para isso. Mas aí a gente chamaria de desxtinção estrito senso. Você tá pegando o DNA da espécie que foi extinta, o DNA mesmo real, oficial, completo, e tá colocando ele dentro de uma célula cujo
DNA original foi removido e depois implantando no útero de uma IBEX de de espécie correlata. Beleza? Isso sim é uma desxtinção e isso ia ser muito legal se tivesse dado certo. Infelizmente não deu. Talvez pudessem tentar de novo agora, mas foi o primeiro experimento, vai, digamos assim, a primeira desistinção de fato. E até aonde me prova o contrário, foi a única desistinção feita até o momento. E aí eu concluo com a quarta observação de que o que eles conseguiram fazer não é tudo isso que eles alegaram que fizeram. Tudo bem, você tem que dar uma
valorizada no teu trabalho porque você precisa ganhar dinheiro, né, e precisa de financiamento. O caramba quatro, eu já vou falar disso. O que acontece? esse tipo de comunicação extremamente sensacionalista que infla de uma maneira completamente desproporcional os resultados reais da pesquisa. Ah, que seja para ganhar dinheiro, é para conseguir vender melhor o negócio, que é para financiar as novas pesquisas. Isso é extremamente perigoso, porque pode gerar consequências na sociedade, como por exemplo, um efeito contrário ao que eles estavam dizendo que eles queriam, que era de preservação das espécies de extinção. Porque, por exemplo, o secretário
de interior dos Estados Unidos, o Dog Burgam, ele fez um tweet essa semana dizendo basicamente que se hoje é possível fazer desextinção de um spense, então a gente nem deveria colocar elas numa lista de animais ameaçados. a gente deveria levar a conservação a um patamar tecnológico, ficar fazendo o clone dos bichos de um jeito que o cara com certeza é um completo ignorante em biologia e principalmente em genética e justificar assim então você poder ir matando os bichos à vontade no meio ambiente e tal, não sei quê, porque isso, né, não ia fazer diferença, uma
vez que você pode recriar eles em laboratório. E justo num período em que o governo Trump tá querendo tirar novamente o lobo cinzento da lista de animais ameaçados. Eu digo isso porque no primeiro mandato do Trump ele tirou o lobo cinzento da lista de animais ameaçados. Aí o governo Biden colocou de volta e aí agora o Trump quer tirar de novo. O Trump não sei, mas enfim, os deputados lá, os senadores, enfim, os republicanos, eles querem tirar de novo o lobo da lista de animais ameaçados, porque eles gostam de caçar lobo. E o lobo é
um bicho incômodo, ele é um carnívoro, ele atrapalha, sei lá, pega uma ovelha aqui, pega um um outro bicho ali, sei lá, um animal de estimação, qualquer coisa assim. Então ele é um bicho complicado por causa disso. Então você vai tirar ele da lista de animais ameaçados. Na Europa, por exemplo, que é um bicho também ameaçadíssimo, foi extinto num monte de lugar, eles estão fazendo campanhas de preservação para esses bichos e estão conseguindo algum sucesso. Tudo bem, você tá falando na casa dos poucos mil ali. Agora, se você considerar que no Canadá eles têm, sei
lá, mais de 50.000 lobos que no Alasca, que apesar de ser território americano, ele tá muito fora da da área central, tem mais de 10.000 1 lobos que o pessoal consegue contar em toda a área contínua principal de território dos Estados Unidos, que vamos ser sincero, é praticamente metade da América do Norte, não chega a ter 10.000 lobos. E lobo não é tudo a mesma coisa. O lobo cinzento são várias subespécies, então tem várias populações diferentes, tem toda aquela história sobre o repovoamento do parque de Eloston dos Lobos e que isso ajudou até a mudar
o fluxo dos rios. Essa história é super bonita. Tem um vídeo nos três elementos que a gente comenta sobre isso. Eu vou deixar aqui também pipocando, tal, sobre a reintrodução dos lobos em Hellow Stone. Inclusive, houve uma crítica nessa reintrodução, porque eles usaram uma subspécie, digamos assim, de lobo, que não é a nativa dali. Pegaram um lobo lá do norte, um lobo do Canadá, que é um bicho muito mais agressivo. Então, colocaram lá e ajudaram, por exemplo, a dizimar ainda mais essa subespécie que seria ali do oeste americano. Ou seja, eles não são tudo a
mesma coisa. Você tem que ter campanhas de preservação em lugares diferentes, porque eles não são o mesmo pool genético. O México também tem um problema severo de depressão desses lobos. Na verdade, eles foram tecnicamente extintos e estão conseguindo reintroduzir com reprodução em cativeiro. Mas enfim, é um bicho que, apesar da espécie caneslupos existir em muitos lugares, tipo toda a Europa, Ásia, América do Norte, cada uma das subvariedades ali, que são reservatórios genéticos diferentes, cada uma delas vive numa situação muito frágil do ponto de vista populacional. E nos Estados Unidos, então, os lobos são muito, muito
exíguos, sabe? Eles foram caçados a exaustão e hoje você tem um punhadinho em cada lugarzinho ali nas áreas de proteção e tal, não sei quê, e que o o povo lá dos Estados Unidos nem sempre respeita. Olha o perigo que é você chegar e dizer que olha, a gente distinguiu uma espécie e, portanto, agora a gente pode acabar com as espécies que estão aí porque é só fazer depois de novo em laboratório e colocar em cativeiro e depois soltar, sabe? É uma lógica para esse pessoal tacanho. Esse são os políticos tacanho, né, que fazem esse
tipo de afirmação. É uma lógica muito nefasta. E é aí que mora o perigo em fazer esse tipo de comunicação irresponsável. É muito sério esse tipo de coisa e vai contra os próprios objetivos que a Colossal disse ter lá naquela reportagem da time. E que na verdade a Colossal tem falado isso já faz muito tempo já, né, que tem a ver com essa questão de preservação e tal. Só que eles sabem que não é para você simplesmente extinguir os indivíduos da natureza, não. Eles estão querendo aumentar a variabilidade genética, ou seja, eles querem eh aumentar
a quantidade de indivíduos da natureza. E não é isso que esse político brilhante aí do do governo Trump tá dizendo, mas foi isso que ele entendeu. Por quê? Porque foi comunicado desse jeito para ele. Olha a merda. Olha a merda que pode dar. Era tão mais fácil falar exatamente aquilo que realmente foi descoberto e aquilo que realmente foi feito, já foi incrível por si só. Mas salvo esses quatro pontos, que são, a meu ver os principais, né? A pesquisa é sim interessante, o paper que saiu é sim interessante. O que eles conseguiram fazer nesses lobinhos
aí que eles modificaram é sim interessante. É realmente algo até um pouco assustador se parar para pensar. Enfim, era isso que eu queria dizer. Esses foram os comentários principais aí que eu pensei do meu último vídeo e aproveitei também para comentar sobre esse paper que saiu aí, esse pré-print no caso, né, do do paper, que tem ali alguns dados bem interessantes, tá bom? Então essa era a minha ideia, não era um die Wolf, tá? Então eu acho que agora ficou bem mais claro para todo mundo aí o que que que é e o que que
não é. Eu vou recomendar aqui então de novo o vídeo do Reinaldo que explicou muito bem sobre isso. Também vou recomendar o vídeo do João, do João Lucas. Ele tinha um canal chamado Coelho Pré-cambriano. Ele me ajudou bastante na minha série dos dinossauros. Ele é um grande amigo, mas agora ele mudou o nome do canal dele pra ciência Underground. Ele também fez dois vídeos sobre isso e fez texto no Questão de Ciência. Então eu acho que vale a pena também acompanhar o João nas redes. E no mais, eu acho que era só isso que eu
tinha para dizer mesmo. Já disse bastante, inclusive no meu vídeo bruto aqui tem quase 2 horas de gravação, mas eu acho que depois na hora de enxugar ali, de cortar, vai ficar com bem menos, tá bom? Então eu espero que vocês fiquem bem aí. Espero que vocês tenham entendido o que eu tinha para dizer. Um abraço para todos e falous.
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