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K [Música] Muito bom dia a todos vocês. Sejam bem-vindos à nossa meditação do dia de hoje. Peçamos a Deus a sua bênção e a sua luz sobre nós.

Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém. Pai Nosso, que estais nos céus, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu.

O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido. Não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal. Amém.

Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco; bendita sois vós dentre as mulheres e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém.

Senhor Todo-Poderoso, nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal. Em Nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Meus caros, no dia de hoje, entramos então no capítulo 12 do livro "Caminho de Perfeição", cujo título é "Trata de como deve desdenhar a vida e a honra quem verdadeiramente ama a Deus". Então, como deve desdenhar a vida e a honra aquele que ama a Deus? Diz Santa Teresa: "Passem-se a outras coisas igualmente importantes, embora pareçam insignificantes.

" Muito difícil parece tudo, e com razão, por tratar-se de guerra contra nós mesmas. Mas quando a alma começa a esforçar-se, Deus age tanto nela e lhe concede tantas graças que tudo quanto se possa fazer nesta vida lhe parece pouco. Nós, monjas, fazemos o mais difícil, que é renunciar à liberdade por amor a Deus, entregando-a a outrem e passando por muitos sofrimentos, por jejuns, silêncio, encerramento, assistência ao coro, a ponto de, por mais que tentemos, satisfazê-los.

É raro seguimos, e talvez só eu o tenha feito em muitos conventos. Por que passei assim? Por que nos preocupamos em mortificar o interior?

Porque essa mortificação torna tudo isso mais meritório e perfeito, ajudando-nos a cumprir as obrigações com muito mais suavidade e descanso. Vamos adquirindo a virtude aos poucos, resistindo à nossa vontade e apetites, mesmo em coisas de menor importância, até sujeitar inteiramente o corpo ao espírito. Repito: tudo ou grande parte reside em deixar o cuidado de si mesmo e das próprias comodidades, porque quem começa a servir ao Senhor verdadeiramente o mínimo que lhe pode oferecer é a vida.

Se já entregou a sua vontade, o que teme? Claro está que o verdadeiro religioso ou pessoa de oração que pretende obter graças de Deus não pode recusar o desejo de morrer pelo Senhor e de por ele sofrer martírio. Pois já não sabeis, irmãs, que a vida do bom religioso, que deseja ser um dos amigos mais chegados de Deus, é um longo martírio?

Longo, porque em comparação com o martírio dos que eram logo degolados pode ser considerada assim. Mas toda a vida é curta, e algumas, curtíssimas. E como poderemos saber se a nossa vida será tão curta que, na hora ou no momento em que nos determinemos a servir de todo a Deus, a nossa vida venha a se acabar?

Isso é possível. Enfim, não devemos nos apegar às coisas perecíveis e, pensando em cada hora como a última, quem não vai se esforçar? Acreditai em mim, pensar isso é o mais seguro.

Dessa maneira, empenhemo-nos em contradizer por todos os meios a nossa vontade, porque se tiverdes esse cuidado, como eu disse, sem saber como, pouco a pouco estareis no auge. Mas quão rigoroso parece dizer que não tenhamos prazer em nada! Isso ocorre porque não se diz que gostos e prazeres traz consigo essa contradição, nem o que se ganha com ela.

Ainda nesta vida, quanta segurança nos dá esta decisão! Aqui, como todas costumam fazê-lo, o mais difícil está feito. Vós despertem e ajudais umas às outras nisso.

Cada qual deve procurar ir à frente das outras. Tenha-se muito cuidado no tocante aos movimentos interiores, em especial no que se refere às primazias. Deus nos livre, por sua paixão, de dizer ao mesmo: "Eu sou a mais antiga, eu tenho mais anos de convento, eu tenho trabalhado mais.

Se tratam a outra melhor que a mim. " Esses pensamentos, se vierem, deveis combatê-los de imediato, porque se vos demoreis neles ou os puserdes em prática, instalar-se-á a pestilência de que nascem os grandes males. Se tiverdes uma priora que consinta nessas coisas, por pouco que seja, crede que por vossos pecados Deus o permitiu para que vós começasse a caminhar para a ruína.

Rezai com insistência para que Ele remedie a situação, pois estareis correndo grande perigo. Alguém poderá perguntar por que insisto tanto nisso e falo com tanto rigor. Se Deus concede graças a quem não está tão desapegado, creio que o Senhor, com sua infinita sabedoria, acha que isso é conveniente para levar-nos a tudo deixar por Ele.

Não designo por deixar entrar numa ordem religiosa, porque pode haver filhos. Além disso, a alma perfeita, ela pode ser desprendida e humilde em qualquer lugar, mesmo com maiores esforços. Isso é claro, não quer dizer que um ambiente adequado não favoreça.

Mas acreditai-me: se houver questões de honra ou de dinheiro, e isso tanto pode acontecer nos mosteiros como fora deles, embora, neles, como as ocasiões são menos frequentes, maior é a culpa, mesmo que se tenha anos de oração ou, melhor dizendo, de meditação, porque a oração perfeita termina por eliminar os ressentimentos. Nunca se poderá florecer muito nem chegar a fluir o verdadeiro fruto da oração. Muito bem, então lemos aqui até o quinto parágrafo do capítulo 12, né?

E depois, amanhã, seguimos neste mesmo capítulo. Então, aqui Santa Teresa vai falar um pouco do desprendimento, do desapego, e é lógico aqui ela fala para monjas, e ela faz aqui uma consideração interessante: ela fala do ambiente dos mosteiros. Então, ela diz assim: "uma.

. . " M.

Ela já deixou a sua família, ela já deixou sua casa, ela já abriu mão de constituir uma família. Ela já tem os horários de oração dentro do convento. Ela já tem missa todo dia; tudo ali está ordenado para a oração, para Deus.

Então, isso significa que está tudo pronto, né? Quem está fora da vida consagrada, da vida religiosa, às vezes pode ter essa impressão, né? Puxa vida, né?

Os horários, o ambiente, a casa, tudo está organizado para Deus. Então, né, basta ingressar numa ordem religiosa e a coisa tá feita. E Santa Teresa vai dizer que não.

Por quê? Porque uma pessoa pode ingressar na vida religiosa, mas se ela não tiver um coração desprendido, se ela não tiver um desejo genuíno de amar a Deus, de amar o próximo ali dentro daquela comunidade religiosa, se ela não tiver uma vida de oração muito intensa, nada feito. E aí, no final aqui, Santa Teresa fala algo que toca diretamente, sobretudo, aos leigos.

Santa Teresa diz que um coração desprendido pode existir em qualquer lugar. Um coração decidido a servir a Deus pode servir em qualquer lugar. E aí, ela vai dizer: o ambiente favorece, mas não é tudo.

Então, nós devemos buscar a Deus onde nós estamos. Onde nós estamos, é interessante na parábola do joio e do trigo, né? Do joio e do trigo, onde os empregados se alarmam quando veem que o joio está crescendo junto com o trigo.

E aí, então, eles dizem pro dono do campo: “O senhor não quer que a gente arranque o joio? ” E o que o dono do campo vai dizer? Não, porque pode acontecer que, arrancando o joio, vocês arranquem também o trigo.

Nós vamos separar só na hora da colheita. Assim é a nossa vida, no meio das preocupações do mundo. Ao mesmo tempo em que nós amamos a Deus, buscamos a Deus, nós temos, às vezes, coisas que nos atrapalham, situações que dificultam esse encontro com Deus.

Mas pode acontecer que, arrancando essas situações da nossa vida, a gente não resolva o problema, né? Às vezes, Deus permite que nós tenhamos certas situações, certas preocupações, porque Deus está nos purificando, está nos dando oportunidades de amá-lo e de servi-lo no nosso dia a dia. Quando nós olhamos também para a passagem de Zaqueu, Zaqueu subiu num cômoro.

Ele era baixinho, subiu no cômoro para ver Jesus passar. Aqui nós podemos fazer uma leitura espiritual. É claro que o evangelho narra algo físico.

Zaqueu era algo concreto; ele era pequeno mesmo e subiu num cômoro para ver Jesus. Mas, fazendo uma leitura espiritual, nós podemos pensar em nós. Nós somos muito pequenos diante da grandeza de Deus, mas se nós temos um esforço de ver a Deus, de buscar a Deus, esse esforço é reconhecido.

O que acontece no evangelho? Jesus vem até o cômoro onde Zaqueu estava. E Jesus diz: “Hoje eu vou jantar na sua casa, eu vou entrar na sua casa.

” Assim, nós também, na nossa miséria, na nossa pequenez, se nós nos decidimos a fazer algo por Deus, se nos decidimos a fazer algo por Jesus, Jesus vem até nós e nos manda descer e diz: “Hoje eu vou entrar na sua casa. ” É claro que a vida espiritual depende muito — a maior parte, a grande parte da vida espiritual depende do que? Da graça de Deus.

A maior parte Deus deixa para nós uma pequena parte, e esta pequena parte consiste na nossa adesão, no nosso desejo de caminhar com Deus. Então, às vezes, Deus não exige de nós grandes coisas; Deus exige de nós um movimento interior. Esse é o problema: nós somos muito materialistas, nós queremos resolver as coisas materialmente, concretamente, fazer, fazer e fazer.

E nós nos esquecemos que o principal está no interior, está dentro, não está fora. Se nós tivermos um movimento da nossa vontade. .

. Como que eu faço esse movimento da minha vontade? Pela decisão.

Quando eu me decido, quando racionalmente eu escolho Deus. . .

Ah! Eu estou vivendo no meio de um turbilhão, no meio de uma situação difícil e tudo mais. Muito bem, no meio desta situação eu tenho que me decidir: ou eu me deixo levar, me deixo arrastar pela tempestade ou eu me decido por Deus.

A situação está difícil, eu não consigo entender as coisas, tudo está muito confuso, mas eu escolho Deus. Eu escolho Deus é uma decisão. Eu não vejo solução, eu não vejo o que fazer, eu não consigo discernir para onde andar, mas eu escolho Deus.

Então, o princípio dessa caminhada para Deus está na decisão, está na escolha. Então, que peçamos a Deus esta graça no dia de hoje: que nós possamos escolher, que nós possamos manter este movimento interior do nosso coração sempre em direção a Deus, para amá-lo, para servi-lo, para agradá-lo. Amanhã, nós seguiremos por esse capítulo 12 do Caminho de Perfeição.

Que Nossa Senhora, nossa mãe, nos ajude, nos eduque, nos instrua nos caminhos de seu Filho, Jesus. À vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos, ó Virgem gloriosa e bendita. Amém.

O Senhor nos abençoe, nos guarde, nos livre de todo mal. Em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Amém.

Grande abraço e até amanhã, se Deus quiser, na nossa meditação amanhã cedinho. Fiquem com Deus.