Documentário: Inconfidência Mineira | Conjuração Mineira | História do Brasil

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[Música] [Música] uma das imagens mais famosas que retrata Tiradentes é o quadro de Pedro Américo do final do século XIX uma obra que apresenta uma feição que provavelmente Joaquim José da Silva Xavier Esse era o nome de Tiradentes Nunca teve e em uma situação que revela brutalidade com a qual opositores ainda quebrandos do regime político Colonial português eram tratados a face com barba de Tiradentes busca aproximá-lo da figura de Jesus também condenado por levar à frente ideias que divergiam do regime político de seu tempo e assim como Cristo a imagem de um Tiradentes assassinado por
suas ideias poderia servir como imagem de um herói histórico para um povo majoritariamente Cristão em uma república recém-nascida contexto no qual Pedro Américo Pinto quadro Justiça seja feita a figura de Tiradentes já era associada a figura de Cristo antes mesmo da elaboração do quadro tendo Pedro Américo apenas representado parte de um ideário que já circulava na sociedade talvez pelas condições de julgamento talvez pela brutalidade do pós julgamento com um Cristo supliciado e com um Tiradentes esquartejado assim como Tiradentes e os Inconfidentes que bateram de frente com a monarquia portuguesa o regime republicano brasileiro que nascia
era uma contraposição à monarquia que deixava de existir em um Brasil já independente e o contexto inicial da República não foi nada fácil já que foi fortemente questionada por amplos setores sociais e políticos em um país profundamente desigual de uma desigualdade aliás herdada do período monárquico assim como o movimento do qual Tiradentes participou o quadro de Pedro Américo não gozou de sucesso em sua empreitada já que a obra foi recebida com críticas variadas que vão desde uma obra que despertou náusea por causa da imagem que retratava até a alcunha de oportunista por fazer propaganda para
a república Nascente Porém esse não é um documentário sobre o início da República ou sobre a obra de Pedro Américo mas sobre o movimento do qual Tiradentes participou a inconfidência mineira e para tanto precisamos retornar aos tempos em que o Brasil se quer Era um país independente nos próximos minutos vamos discutir o contexto histórico no qual emergiu e no qual fracassou a inconfidência ou conjuração mineira episódio que teve seu ápice em 1789 mesmo ano da eclosão da Revolução Francesa e encaixado no turbulento contexto de crise do período colonial momento de transição entre um Brasil colônia
de Portugal e um Brasil independente verdade seja dita as propostas dos Inconfidentes eram muito mais reformistas do que revolucionários em seu conteúdo mais concreto representando muito mais o movimento de insatisfação em relação à exploração fiscal e asfixia política da monarquia portuguesa do que o movimento revolucionário Republicano organizado que pedisse maior participação política Popular ou que exigisse o fim da escravidão e é sobre essa perspectiva que precisamos avaliar a inconfidência mineira a inconfidência mineira nunca exigiu a independência do Brasil muito menos tinha um projeto Republicano para o país inteiro estando limitada a realidade das Minas Gerais
e a insatisfação com questões pontuais fiscais e políticas ligadas à coroa portuguesa no contexto da mineração no período colonial [Música] como a inconfidência mineira está encaixada no contexto de crise da mineração no período da exploração colonialista portuguesa no Brasil convém discutir previamente porque a questão da mineração na colônia Brasil era tão fundamental para a economia portuguesa o que nos ajudará a compreender porque a região das Minas Gerais era tão essencial para os portugueses primeiramente é importante destacar que o comércio exterior de Portugal produzir uma balança comercial bastante desfavorável de forma que na comparação entre exportação
e importação os portugueses tinham um saldo negativo sobretudo por causa do seu precário sistema produtivo em boa medida dependente da produção no Brasil e da importação de produtos manufaturados ingleses o ouro e os diamantes explorados no Brasil serviam para cobrir a compra de produtos que os portugueses adquiriram com os britânicos o que contribuía ainda mais para tornar inativa a produção portuguesa e é bem verdade que os gastos excessivos da corte portuguesa contribuíam enormemente para que as contas do governo de Portugal jamais estivesse em dia forçando cada vez mais a cobrança de impostos sobre os minérios
explorados na colônia Brasil se tomarmos por princípio que a grande exploração do ouro brasileiro teve seu início nos anos 1700 ainda que as primeiras jazidas tenham sido descobertas nos anos 1600 e que em 1760 esse ciclo de exploração atingiu o seu auge e após essa data a quantidade do Metal começou a se tornar mais rara concluiremos que a grande exploração do ouro na colônia Brasil durou pouco mais de meio século período no qual Portugal tentou equilibrar as contas de sua problemática economia Justamente por isso é verdadeira a tese de que boa parte do ouro e
dos Diamantes explorados no Brasil sobretudo nos 60 anos de vacas gordas da exploração aurífera foram parar em cofres ingleses já que a tendência comercial dos portugueses em detrimento de seu desleixo em relação ao desenvolvimento da manufatura em seu território condicionou uma situação de dependência dos portugueses em relação aos produtos britânicos da produção brasileira a Metrópole governo de Portugal cobrava o imposto referente a um quinto do Ouro explorado Justamente por isso o imposto chamava-se quinto quem boa medida sustentou a construção de igrejas e Palácios assim como bancou lãs e sedas que vestiam a corte portuguesa e
isso além das tensões que sustentavam a ociosa e burocrática nobreza Metropolitana podemos dizer sem medo de errar que o governo de Dom João V foi mantido basicamente pela exploração dos Minérios brasileiros que esconderam a desequilibrada catastrófica e insustentável economia portuguesa motivo pelo qual a crise no ciclo do Ouro Acabou também gerando uma crise no próprio governo Metropolitano português o termo colônia de exploração se fez notar no seu sentido mais concreto sobretudo durante o período da exploração do ouro e dos Diamantes na colônia portuguesa já que a Metrópole endureceu a repressão e a fiscalização do governo
português sobre a colônia Brasil sobretudo na região das Minas Gerais e principalmente quando o ciclo do Ouro começou a entrar em crise com o controle mais frouxo que era percebido desde o início do ciclo da cana o endurecimento da política da cobrança do quinto que era coletado nas casas de fundição por onde o ouro passava gerava muita insatisfação naqueles que exploravam ouro mesmo com toda a sonegação que existia no período e não foram poucas às vezes nas quais as forças de segurança ligadas à burocracia Metropolitana tiveram que intervir para controlar revoltas contra os impostos que
as elites locais julgavam excessivos e Tiradentes não foi o primeiro a ser enforcado e esquartejado para passar o recado para quem quisesse se rebelar pois casos do tipo já haviam ocorrido antes foi justamente por essa agitação social e política que a administração portuguesa decidiu criar em 1709 uma capitania específica para as regiões de São Paulo e Minas Gerais chamada de capitania de São Paulo e Minas do Ouro que depois em 1720 Foi dividida em duas Minas Gerais e São Paulo Lembrando que antes do desmembramento São Paulo e Minas eram administradas pelo Rio de Janeiro o
imposto conhecido como quinto que sempre gerou divergências entre a coroa e os exploradores da colônia passou a se tornar um problema ainda maior quando as reservas minerais começaram a ficar esgotadas pois Portugal estabelecia uma taxa mínima de 100 arrobas de ouro o que equivale a 1.500 kg a ser paga para a coroa todos os anos justamente para o caso de quando os 20% de cada empreendimento não satisfizesse a quantidade mínima de ouro esperada pela metrópole Nos períodos áures da exploração do ouro perdoe-nos o trocadilho o mínimo de 100 arrobas era atingido com facilidade mesmo com
o sistema precário de fiscalização que permitia toda sorte de sonegação fiscal por parte da elite que explorava o ouro em Minas Gerais o grande problema é que a partir da década de 1760 a quantidade de arrobas enviadas para coroa começou a ser menor do que a sem a roupas situação na qual a Metrópole disparavam o imposto chamado derrama que consistia na cobrança de variados tributos das elites locais para completar a senha arrobas mínimas esperadas pela coroa muitos dos quais impostos atrasados que foram empurrados pela barriga pela falta de fiscalização da Metrópole convém observar que é
justamente a cobrança abusiva exercida pela derrama levada a cabo com violentos com físicos que serve como combustível para inflamar de vez a situação política nas Minas Gerais contra a coroa e que explica em boa medida as inúmeras articulações de setores políticos locais tais como a conjuração mineira muito embora todas essas revoltas tenham sido sufocadas no berço para que o mínimo de 100 arrobas devidas a coroa fosse atingido muitas pessoas da região das Minas Gerais tiveram que vender escravos e até joias foram vendidas e confiscadas para que a Metrópole pudesse ter Sua cota mínima de ouro
700 e é essa violência na cobrança da derrama que fez as relações entre o povo da colônia e a administração Metropolitana A azedar a ponto de muitos compreenderem que a única saída contra a exploração Colonial era Independência de Minas em relação a Portugal em 1775 ocorreu a conjuração de Curvelo uma tentativa de levante contra a coroa por causa das cobranças excessivas de impostos que os exploradores do ouro não podiam pagar por conta do esgotamento das jazidas o que normalmente era tratado por Portugal como sonegação e que muitas vezes realmente ocorria desde a descoberta do ouro
nas Minas Gerais a região viveu intensos embates em torno da exploração dessas riquezas eventos que iniciaram com a Guerra dos Emboabas continuaram na forma de inúmeras revoltas contra a coroa por causa da cobrança de impostos no contexto de crise do ouro e culminaram com a inconfidência mineira episódio que estamos discutindo neste documentário no campo da economia portuguesa a crise de arrecadação promovida pelo esgotamento do ouro das Minas Gerais acabou forçando reaquecimento da atividade manufatureira uma vez que o ouro que bancava a importação de produtos britânicos para Portugal acabou escasseando e é justamente Nesse contexto que
as reformas pombalinas passam a ser mais fundamentais já que propunham a modernização do estado e da economia portuguesa para reconstruir uma economia problemática no justo momento em que naufragava atividade mineradora no Brasil e as reformas pombalinas buscavam construir uma Economia mais moderna para Portugal o desenvolvimento da atividade industrial na Inglaterra demandava o algodão brasileiro o que colocou a colônia brasileira no foco central das atenções dos tubarões industriais britânicos mais um desafio que Portugal teria pela frente para manter a sua colônia Além Mar o grande problema é que as reformas pombalinas colidiram com a ideia de
um Portugal menos dependente dos britânicos O que explica em parte a demissão do Marquês do Pombal e a Perseguição que foi movida contra ele já que o contexto no qual suas ideias vinham sendo colocadas era fértil para o desenvolvimento de uma manufatura Portuguesa que colidia com Poderosas interesses mercantis em Portugal e no Reino Unido a grande verdade é que um surto de manufatura por parte de Portugal seria brecado por vários interesses econômicos britânicos e portugueses mas também era impossível retornar a ordem anterior que alicerçava uma economia disfuncional sobre a exploração do ouro brasileiro que estava
inviabilizada por causa do esgotamento das jazidas e essa é uma situação que contribui para a nossa compreensão do que foi a crise do período colonial no Brasil sintetizando o que já discutimos podemos dizer sem medo de errar que as condições que produziram a indignação social que levou a inconfidência mineira passavam pelo esgotamento das jazidas na região das Minas Gerais e pela violência imposta pela cobrança da derrama para complementar o mínimo que a coroa portuguesa esperava receber em Ouro mas também podemos adicionar ao contexto da Inconfidência Mineira as ideias revolucionárias liberais que circulavam pelos meios intelectuais
e que chegavam até aqui através de jovens que estudavam na Europa Lembrando que a Revolução Francesa e a independência dos Estados Unidos fazem parte desse mesmo contexto do final do século 18 a capitania das Minas Gerais concentrava as centenas de milhares de pessoas a maioria das quais composta por escravos que eram 50% do total da população e por brancos e pardos nascidos no Brasil o que contribuiu muito para que o sentimento antilusitano pudesse ganhar forma já que boa parte de quem vinha sendo explorado pelos impostos da coroa eram nascidos na colônia Brasil Lembrando que os
escravos não pagavam os impostos porque não eram considerados cidadãos logicamente havia um Grande Abismo entre aqueles intelectuais que estudaram fora do país e as massas que compunham a maior parte do povo pobre do Brasil sendo a maioria escravos sem qualquer acesso à informação o que tornava muito distante a possibilidade de que os interesses políticos pudessem convergir para um levante organizado contra a coroa portuguesa uma das figuras intelectuais que estudaram na Europa na universidade de Coimbra foi Cláudio Manuel da Costa poeta e advogado que tinha inúmeros clientes e também era proprietário de fazendas com escravos e
de Minas de ouro e era na sua casa que muitas vezes os intelectuais se reuniam para discutir os mais variados temas políticos e sociais da sua região um dos visitantes assíduos das reuniões que Cláudio Manuel da Costa promovia na década de 1780 era o poeta Tomás Antônio Gonzaga que assim como Cláudio Manuel da Costa também exercia cargo público junto à coroa portuguesa o que ele colocava numa situação bastante ambígua de receber proventos de uma força política contra qual nutria fortes críticas mas da qual aproveitava o cargo para tirar muitas vantagens também diga-se de passagem a
ideia do Marquês do Pombal de colocar figuras das oligarquias locais a frente de cargos de estado para administrar a colônia na esperança de assim conseguir um crescimento conjunto colônia Metrópole acabou gerando uma situação problemática na qual as elites de Minas Gerais mantinham uma administração opaca para satisfazer os seus interesses com impostos que ficavam atrasados por anos sem cobrança situação que acabou explodindo no contexto da crise da exploração de ouro já que muitos impostos atrasados foram cobrados para completar a sem arrobas mínimas devidas a Portugal anualmente e a administração a partir do Rio de Janeiro atuou
mais pesadamente na cobrança a título de conhecimento cumpre observar que apenas uma derrama acabou sendo executada e ocorreu na década de 1760 já que em todos os outros anos embora a cota mínima de 100 arrobas dificilmente fosse atingida as elites locais conseguiram adiar o pagamento e repactuar para mais tarde o pagamento dos impostos o que explodiria no final de 1788 já que em 1789 haveria a cobrança de uma nova derrama voltando as discussões que ocorriam na mansão de Cláudio Manuel da Costa cabe assinalar que outra figura que fazia parte do Círculo de discussões em Vila
Rica era o padre erudito Luiz Vieira da Silva dono de uma vasta biblioteca entusiasta da libertação das colônias em relação as metrópoles que se localizavam na Europa e assim como esse círculo de debate de Vila Rica existiam tantos outros na região das Minas Gerais todos compostos por figuras que faziam parte da elite pensante de Minas embora com pouca articulação entre si inclusive existia um episódio em que um intelectual da elite mineira enviou uma carta a Thomas Jefferson principal autor da declaração de independência dos Estados Unidos e futuro terceiro Presidente Americano solicitando o apoio dos norte-americanos
para que Minas Gerais pudesse se separar do Brasil o pedido foi recusado por Thomas Jefferson um dos Pais fundadores da República independente dos Estados Unidos [Música] muito embora a proposta fosse tentadora aosiantes já que a separação entre Brasil e Portugal abriria oportunidades de lucro para os norte-americanos aqui em 1788 sobe ao governo da capitania de Minas Gerais o Visconde de Barbacena que tem como função levar a frente uma série de mudanças na fiscalização tributária para garantir que a derrama conseguisse atingir a sem arrobas de ouro mínimas que Portugal estabelecia fato que inflamou definitivamente os ânimos
contra a coroa portuguesa e foi um dos principais motores que acelerou o processo da conjuração mineira posto que em 1789 estava agendado uma nova cobrança da Derrama o governador de Minas Gerais colocou em prática com todo Rigor possível as políticas determinadas por Martinho de Melo e Castro Martinho atuava como reformador do sistema colonial português e promoveu mudanças que visavam equilibrar a economia de Portugal após a retirada do Marquês do Pombal do cargo de organizador da política Colonial portuguesa o que estava em rota de colisão eram os interesses da administração Metropolitana e manter a quantidade de
ouro que é para Portugal e as elites mineiras que se recusavam a continuar servindo de sustentáculo ao governo Metropolitano Tentando Manter logicamente a sua margem de ganho em um contexto de crise colonial e de esgotamento das jazidas de ouro se é bem verdade que uma mão lavou a outra no período de Bonança das reservas de ouro na colônia Brasil Bastou a crise se apresentar para que os interesses que andavam lado a lado entrassem em atrito já que até então as elites mineiras vinham enriquecendo ao mesmo tempo em que sustentavam a economia disfuncional da coroa portuguesa
em dezembro de 1788 um plano de levante armado foi desenhado para ocorrer em Minas Gerais contra a administração colonial e participaram diretamente da reunião que bolou a conspiração os seguintes representantes de diferentes zonas da capitania Francisco de Paula Freire de Andrade comandante do Regimento de Cavalaria de Minas Gerais José Alvares Maciel filho do Capitão morde Vila Rica o padre José da Silva de Oliveira Rolim filho do administrador do distrito Diamantino o Alferes Joaquim José da Silva Xavier também conhecido como Tiradentes Carlos Correia Vigário de São José e Alvarenga Peixoto Coronel de Milícias o mês escolhido
para iniciar o Levante seria fevereiro de 1789 aproveitando o mês de cobrança da derrama que traria insatisfação social e com a insatisfação Tiradentes puxaria o Levante em Vila Rica com consentimento silencioso das guardas para propor o assassinato do Visconde de Barbacena governador de Minas Gerais abrindo encejo para proclamação de Minas Gerais como uma república independente o plano era que Freire de Andrade conduzisse a guarda até o povo após a morte do Visconde de Barbacena e que Tiradentes teria em mãos a cabeça arrancada do governador das Minas Gerais o que produziria uma situação na qual o
Levante animaria mas se irritada a pedir Independência de Minas diante de uma guarda pressionada pela circunstância de um governador morto desaguando na construção de uma república que não mais se sujeitaria a tributação Colonial o tempo estipulado para controlar toda a situação e garantir a república independente seria de três anos nesses três anos José Álvares Maciel iria conseguir suprimentos para abastecer a revolta suprimentos bancados com o dinheiro do quinto que não iria mais para a coroa portuguesa enquanto Oliveira Rolim garantiria o controle do distrito Diamantino Alvarenga Peixoto tomaria Rio Verde e Carlos Correia garantiria o apoio
de São José bordo do campo e tamanduá o garantidor da Pólvora que abasteceria luta seria o contratante português Domingos de Abreu Vieira que entrou na conspiração porque tinha dívidas gigantescas com a coroa portuguesa e esperava que todas fossem anuladas após a independência de Minas Gerais a mesma situação de outros conspiradores tais como José Ayres Gomes João Rodrigues de Macedo e Joaquim Silvério dos Reis que também possuíam débitos praticamente impagáveis junto à coroa portuguesa nos bastidores da Revolta e com a caneta nas mãos estariam Tomás Antônio Gonzaga Cláudio Manuel da Costa e o padre Luiz Vieira
que ficariam com a função de redigir a constituição e a justificativa da Independência de Minas Gerais e sua rede de contatos garantiria aceitação do novo estado Nascente a partir da revolta contra a coroa portuguesa assim como seu acervo teórico daria suporte às novas leis assim sendo podemos perceber três níveis de envolvimento na Conjuração aqueles que formavam o pelotão de frente e que organizariam levante aqueles que seriam cérebros do pós Independência e aqueles que entraram meramente para conseguir escapar das dívidas que tinham com a coroa muitos dos quais inclusive eram portugueses o Levante tinha um caráter
voltado a defesa de interesse das elites locais contra os tributos cobrados pela coroa tanto que antes da crise da mineração Portugal confiou a muitos desses indivíduos a administração da atividade mineradora que ocorria nas Minas Gerais parceria que rendeu frutos para Portugal e para Elite local que soube criar um sistema pouco transparente do qual extraiu muitas vantagens O que teria se perpetuado não fosse O esgotamento das jazidas de Ouro o fato de muitos componentes da elite mineira serem responsáveis pela administração Colonial logo supostos servidores da coroa deu estraquejo com a lida no governo e as ideias
que emanavam das elites intelectuais sobre o sucesso da Revolução dos Estados Unidos foram o combustível necessário para que fosse movimentada a revolta que tinha como fim a separação em relação a uma coroa portuguesa em crise livre de Portugal Minas Gerais poderia ter maior autonomia Econômica já que se livrava do exclusivismo Colonial de manter relações apenas com Portugal tanto que o desenvolvimento de manufaturas em Minas fazia parte do projeto garantindo um desenvolvimento muito mais saudável do que aquele visto na disfuncional economia Portuguesa que depende dos produtos britânicos um ponto importante é que não havia consenso sobre
a questão abolicionista e Justamente por isso essa pauta não fazia parte do levante Até porque assim como na conjuntura da independência dos Estados Unidos muitos dos envolvidos no levante apoiadores da Revolta possuíam escravos e dependiam dessa mão de obra para manter os seus ganhos econômicos Lembrando que nos Estados Unidos a abolição da escravidão foi concretizada 90 anos após a independência americana o primeiro governante de Minas Gerais após a independência seria Thomas Antônio Gonzaga que governaria por três anos período de estabilização do regime e de consolidação da república e após isso ocorreriam eleições anuais para decidir
Quem seria o líder da República Mineira diga-se de passagem o uso do termo seria o primeiro governante É adequado pois o Levante nunca ocorreu a independência republicana de Minas não veio e Tomás Antônio Gonzaga Jamais foi o líder político da nova república mineira que não surgiu já que uma série de fatos ocorreram antes e impediram que o Levante sequer começar e logo Voltaremos a essa questão mas antes precisamos falar um pouco mais sobre um outro personagem importante Não podemos continuar Seguindo para os finalmentes deste presente documentário sem dedicar um capítulo exclusivo a figura mais famosa
do episódio e que foi julgado condenado enforcado e esquartejado situação retratada pelo quadro de Pedro Américo que apresentamos logo na abertura Joaquim José da Silva Xavier o Tiradentes nasceu na vila de São João Del Rei e muito cedo tornou-se órfão perdendo a mãe Aos sete anos de idade e o pai aos nove e teve uma vida bastante difícil tendo sido vendedor dentista e tendo uma passagem mal sucedida pela mineração até tornar-se Militar no regime de Cavalaria de Vila Rica Tiradentes não eram sujeito sem instrução já que possui um irmão Padre com quem adquiriu uma base
bastante satisfatória de conhecimentos O que é perceptível para sua produção textual considerada Acima da Média para pessoas em iguais condições as suas e melhores do que a de muitos oficiais com patentes mais elevadas do que as suas a vida que teve o nível de instrução e seu gênio pessoal lhe conferiram características bastante interessantes tanto que várias de suas ideias são consideradas profundamente progressistas para sua época com o ideal de futuro moderno para o país já no período colonial de nossa história alguns exemplos desse espírito Progressista de Tiradentes podem ser vistos em sugestões suas para o
vice-rei Como melhorar o porto do Rio de Janeiro e também canalizar a água dos rios para partes da cidade que não tinham acesso à água projetos que apenas mais tarde serão realizados posto que foram descartados à época de Tiradentes por seu espírito Progressista entusiasmado Tiradentes conseguiu contagiar muitas pessoas para a causa da conjuração mineira tanto que sua função durante a insurreição era de promover o Levante armado junto ao povo decretando a morte do governador e a independência de Minas Gerais da colônia portuguesa embora muito se romancei em torno da figura de Tiradentes é evidente que
tratava-se de um indivíduo de muita paixão política e Muita criatividade muito embora a conjuração em si tivesse muito mais elementos de manutenção da ordem que já era imposta pela coroa portuguesa posto que o interesse maior era livrar-se das amarras políticas e fiscais de Portugal sem com tudo mudar estruturalmente várias das questões sociais o que não significa que na Conjuração não estivessem pessoas com ideias mais audaciosas como a de abolir a escravidão muitas linhas históricas apontam que Tiradentes foi enforcado esquartejado servindo como um modelo pedagógico para outros que porventura tentassem fazer o mesmo porque assumiu toda
a culpa pela organização do levante armado outras teses afirmam que ele foi morto por possuir uma patente militar a de Alferes mais baixa do que a de outros que também participaram da tentativa de levante armado isso Além de que alguns participantes pertenciam A setores influentes da elite mineira o que não era o caso de Tiradentes de qualquer maneira nos cabe agora dar um desfecho a essa história e apontar os traidores da causa que morreu no berço vamos a eles três pessoas foram os denunciantes da conjuração mineira e principais responsáveis pela morte do levante antes mesmo
de começar Joaquim Silvério dos Reis Basílio de Brito Malheiro do Lago e Inácio Correia Pamplona que entregaram todo o plano para o Visconde de Barbacena governador de Minas Gerais um dos motivos para que os denunciantes entregassem A Conjuração para a coroa pode ser exemplificado no episódio de Joaquim Silvério dos Reis que teve suas dívidas com o governo de Portugal perdoadas o que faz do caso de Silvério dos Reis um caso antigo de delação premiada já que Silvério entregou seus companheiros em troca do seu perdão e do Perdão de suas dívidas o governador de Minas Gerais
tratou de cancelar a derrama que estava planejada para acontecer em 1789 evento que serviria de gatilho para insatisfação Popular a partir da qual a revolta iniciaria e haveria contexto para proclamar a independência de Minas com o apoio da população revoltada com mais um episódio de cobranças de impostos o segundo passo do governador foi prender todos os envolvidos nos planos da Conjuração inclusive Tiradentes que se encontrava naquele momento no Rio de Janeiro onde ocorreria inclusive o julgamento por parte da burocracia ligada a coroa portuguesa O que explica o fato de todos os envolvidos terem sido transportados
para o rio com a exceção de Cláudio Manuel da Costa que se suicidou na prisão em 1790 uma sentença foi proferida condenando 11 dos revoltosos apenas de morte E o restante dos participantes foram condenados ao Desterro uma forma de exílio Perpétuo ou temporário sendo que dos 11 condenados à morte 10 tiveram as penas trocadas e atenuadas por uma pena de Desterro com exceção de Tiradentes que não teve a sua pena alterada tendo sido enforcado e esquartejado no dia 21 de abril de 1792 Tiradentes foi levado à forca e Justamente por isso é nessa data que
se comemora o feriado de Tiradentes e após isso foi esquartejado A coroa portuguesa ainda ordenou que em Vila Rica houvesse uma celebração durante três dias realizada pelos moradores que deveriam colocar luzes em frente as suas casas em homenagem a Dona Maria I rainha de Portugal a cabeça de Tiradentes foi levada para Vila Rica onde foi exposta em área pública para que todos visse enquanto outras partes de seu corpo foram enviadas para diferentes lugares de Minas Gerais e seu nome e de seus descendentes foram considerados infames assim como sua casa em Vila Rica foi destruída e
sobre o chão foi jogado sal para que ali nada mais crescesse o caso de Tiradentes é um dentre tantos outros exemplos das pedagogias utilizadas pelas forças que controlavam os regimes políticos nos mais variados lugares do mundo para demonstrar sua força e tornar público destino de todo aquele que atenta contra a ordem estabelecida nesse sentido o corpo de Joaquim José da Silva Xavier Se ele viu como uma peça de demonstração do Poder da coroa portuguesa a todo aquele que tentasse tornar o território da colônia Brasil Independente de Portugal ou parte dele como no caso de Minas
Gerais [Música] pessoal passando para dar alguns recadinhos finais primeiramente agradecer a todos que estão acompanhando o trabalho aqui no canal e segundo para avisar sobre as formas de apoio aqui do canal para aquelas pessoas que querem apoiar o canal financeiramente A primeira é a chave do pics que é uma chave de e-mail é o pics@gmail.com a segunda é através da plataforma do apoia-se lá vocês podem contribuir com cartão de crédito ou com boleto vou deixar aqui na descrição do vídeo o link do apóstolo para vocês e por último sendo membro do YouTube para ser menos
do YouTube vocês cliquem aí nesse botãozinho que está aqui embaixo do vídeo seja membro e ali vocês vão saber todas as informações Bom eu acho que era isso então agradeço mais uma vez a todo mundo que tá comentando curtindo Compartilhando os vídeos aqui do canal e até o próximo vídeo tchau tchau
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