Olá sejam todos muito bem-vindos ao aulão seletividade alimentar que tem como propósito até o final dessa aula melhorar significativamente a alimentação do seu filho seja ele uma criança típica ou seja ele uma criança atípica com algum transtorno ou condição do [Música] neurodesenvolvimento Eu me chamo Thiago Castro eu sou médico pediatra especialista no Desenvolvimento Infantil e no autismo e também sou pai de uma criança autista e assim como muitos de vocês também teve seletividade alimentar e a seletividade alimentar é uma verdadeira dor na vida de uma família aquela criança que vai a uma festinha que vai
à casa de alguém que vai a um aniversário que está no ambiente escolar não compartilha da mesma alimentação com os coleguinhas fazendo com que haja um distanciamento social Então se alimentar é um comportamento social necessário e importante paraa evolução dessa criança eu lembro que quando noa nasceu ele mamou no peito fez a sua introdução alimentar de forma adequada e a sua alimentação foi relativamente boa até o primeiro ano de vida contudo como acontece em boa parte das crianças autistas aproximadamente 1 terço delas ele teve perda de habilidades adquiridas então Aqueles poucos balbucios aqueles poucos sons
aquelas poucas habilidades que ele tinha deixaram de existir e junto a essa inexistência veio também a seletividade alimentar começou agora a ter recusa começou a ter fuga começou a ter crise na hora de comer começou ter náuseas começou a ficar desconfortável na presença do alimento chegando ao ápice da sua seletividade perto dos 2 anos onde só comia comidas Claras secas e crocantes e que muitas vezes é um padrão que segue muitas famílias tem crianças que preferem comidas Claras seca e cocr Anes tem crianças que preferem comidas mais pastosas tem crianças que preferem comidas coloridas tem
crianças que preferem comidas que sejam separadas e naturalmente essa criança vai ficando cada vez mais com um padrão repetitivo restrito ritualístico e de certa forma ficando mais introspectiva no processo alimentar mediado a todos os outros prejuízos que muitas vezes vem com uma falha no contato visual a conversação a socialização e a gente agora tem realmente um grande problema a lidar Eu costumo falar que é difícil não ouvir um filho Falar é muito difícil e nós sabemos que um número significativo de crianças autistas tem como atraso de fala a principal queixa que leva os pais procurarem
profissionais e a seletividade alimentar ou a recusa alimentar ela vem como um plano secundário ainda que gere tanto quanto ou mais dor do que não ouvir o seu filho Falar é difícil Às vezes você tá num restaurante e ter que levar comida de casa é difícil Às vezes você tá num ambiente que tem ali o bolinho que todo mundo vai comer e seu filho não come Só que essa questão da seletividade alimentar ela é banalizada muitas vezes até mesmo pelos profissionais que falam não daqui a pouco vai comer não deixa ele sem comer que ele
vai ter fome seletividade alimentar é bem mais complexa do que isso porque se fosse assim horas bastava não deixar essa criança comer que ela naturalmente iria comer então inicialmente a família busca sim ajuda pela questão da fala é a principal queixa muitas vezes ela busca ajuda por questões comportamentais de crises entre outros comportamentos interferentes e de alguma forma como um alelo A gente acaba abordando a seletividade alimentar mas não costuma ser a principal queixa buscada pelas famílias exceto em crianças nível um de suporte na minha casuística eu percebo que aquela criança Principalmente as meninas que
são mais menos diagnosticadas né nessa primeira infância e tem um diagnóstico depois de três ou 4 anos por comportamentos interferentes e alterações sensoriais é aquela menina que sabe brinca socializa mas brinca menos socializa menos executa menos aquilo que é solicitado para ela ela começa a desenvolver uma série de rigidez comportamental só quer usar aquele sapato briga para entrar no banho briga para sair do banho ela tem dificuldade de eh seguir as brincadeiras conforme as outras crianças ela precisa ser a líder uma inflexibilidade mesmo cognitiva muitas vezes vem alterações sensoriais dificuldade de cortar o cabelo dificuldade
em lavar o cabelo dificuldade em molhar o cabelo dificuldade com alguma textura de roupa e a seletividade alimentar é muito comum as mães de meninas um pouco maior com qu ou 5 anos vem buscar ajuda por ansiedade e seletividade alimentar e quando a gente percebe isso muitas vezes pode se tratar de uma criança nível um de suporte que está dentro do transtorno do espectro autista inúmeros documentos científicos trazem para nós que crianças com transtornos porque Existe sim uma interface genética muito parecida entre os transtornos do neurodesenvolvimento e Mas vocês vão perceber que eu vou fal
falar sempre muito do autismo Porque é a minha vida é a minha história é também a história da maioria dos meus pacientes a gente sabe por muitos autores e artigos documentos científicos que crianças autistas têm sim mas transtornos gastrointestinais eles têm mais seletividade alimentar Lógico é uma é um transtorno eles têm mais recusa eles têm mais alergias eles tem mais sensibilidades eles têm mais dificuldade na deglutição eles têm mais dificuldade até mesmo no processamento digestivo tem mais cólicas desconforto abdominal estufamento Há sim uma criança com mais diarreia com mais constipação e isso tudo faz parte
do processo alimentar porque a a comida não se trata de boca e estômago a comida se trata de boca e toda a musculatura língua esófago se eu tenho uma criança com refluxo naturalmente Ela come menos ela vai ter mais dificuldade uma esofagite eosinofílica nós temos o processo digestivo que é muito importante tem toda essa questão do intestino e microbiota intestinal e também lógico a parte final que é evacuação e um processo de evacuação que está gerando dor ou desconforto para essa criança pode sim impactar ela não comer porque ela acaba tendo mais crises mais desconforto
quer comer menos Então a gente tem que olhar para um todo e aqui que eu vou navegar com vocês carregar vocês desde o processo de alergias de cuidados de nutrição de motricidade para que a gente Chegue aqui na parte alimentar onde eu vou mostrar para vocês como tem técnicas que ajudam facilitam demais essa questão alimentar do seu filho então é importante primeiramente que a gente saiba que sim crianças autistas e crianças com transtornos alimentares numa fração de 70 a 90% às vezes terão algum transtorno gastrointestinal Então essa é a primeira leitura que eu tenho que
fazer para vocês antes da gente entrar propriamente dito nos transtornos alimentares toda vez que a gente Analisa uma criança a gente tem que pensar em três coisas principais e isso para mim é [Música] fundamental n [Música]