O que é [Música] a oficina o ato voluntário de tirar a própria vida Esse é um ato extremo alguns disseram ato de tremenda covardia outros vão aumentar um ato de extrema coragem é um ato que ele tem uma estrutura de mensagem ele interpela aqueles que ficam sobre os porquês sobre as razões das causas é como se fosse uma carta que a pessoa deixa Independente de a gente ter um texto redigido bom Então a maneira como o ato se dá ele faz parte dessa mensagem Há muitas religiões e vetam punem criminalizam criam áreas reservadas dentro do
cemitério os para Suicidas porque de alguma forma entendem que esse ato é uma violação a esta própria ordem de transmissão Essa ordem genealógica na qual cada um de nós é uma espécie de elo como se alguém tivesse decidido ali eu não quero pertencer a esta corrente isso produz uma quebra da corrente e aqueles que que que esses entendem Guardiões disso vão a criticar e assar Esse ato então isso isso está lá nas formas religiosas isso evolui também e no quadro da dos Estados modernos para a concepção de que olha e não é dono do seu
corpo é o seu corpo pertence assim primeiro em primeiro grau a nós é por isso vai para escola vai para o hospital é preservar cito por isso em alguns países existem em vamos as inclusões o suicídio em códigos criminais responde como um ato criminoso mesmo tendo agido assim por livre vontade contra contra sim a melhor que o Tabu mas mais tangível é esse de que a gente não deve falar muito sobre isso a isso deve permanecer assim com uma certa um certo cuidado como uma assunto privado das famílias e por que por exemplo poderíamos ter
uma espécie de Contagem né hoje influência também desse evento e em relação a sua inscrição na esfera pública é isso me parece assim bastante Da TAP né tem que ver assim como a com o impacto das formas religiosas e Davi o política moderna e e também da do entendimento que quer um indivíduo para para para nossa situação contemporânea onde talvez a gente eu precise inventar uma maneira de falar sobre o suicídio que seja ao mesmo tempo ética e rigorosa aquele que nunca pensou que poderia nos estar aqui aquele que nunca pensou em suicídio ainda que
isso não seja um ideação suicida uma preparação uma premeditação aquele que nunca se colocou a questão filosófica do suicídio acho que está um pouco um pobre na sua experiência existencial esse afã de os culpados e causas Ele atende a essa assim necessidade psicológica quando a gente controlar esse assunto a gente ensinou esse nome diz respeito isso tá lá com outro eu fiz a minha parte né Isso é compreensível por um lado mas por outro e impede Que naquelas situações em que você precisaria de uma profundamento Farias é mais informação se precisaria de mais reflexão estão
bem não vai vir a acontecer Z alocação de culpados ela frequentemente têm que ver com não vamos mudar a situação Então vamos agir tá transformar a situação não vamos nos implicar não vamos nos perguntar sobre por exemplo registros e responsabilidade são diferentes e registro de culpa mas sim essa mensagem do ato suicida ela e pode ser recebida lá ela passou uma carta aqui que recebido com sentido punitivo a gente tem várias experiências conexas com a exclusão social a discriminação segregação é e todas elas parecem se referiam o a fluir para uma posição vamos assim de
isolamento né de redução enfraquecimento perda de qualidade na relação de alguém com a sua comunidade com o seu entorno social com os seus outros significativos então quando a gente fala por exemplo em exclusão social de uma determinada classe a raça determinado gênero quando Existem certas condições que se associam com essa com essa exclusão às vezes Sul começa a fazer parte de uma convicção o sentimento que vai se se fortalecendo sobre esse estado de solidão enquanto isolamento a de tal maneira que o sujeito recebe uma mensagem de que ele não pertence de que o lugar dele
não é aqui daqui ele não não é propriamente reconhecido como um entre outros que não está participando do jogo isto é uma narrativa que pode acalentar uma solução suicida mas resposta suicida uma resposta aqui neste caso entendeu não são todos os casos que que a gente pode por aí né que neste caso teria uma uma estrutura mais ou menos assim vocês estão dizendo vocês mundo que não precisam de mim que eu não faço diferença bom eu vou dizer para vocês que vocês não fazem diferença que vocês não foram suficientes para que eu permanecesse aqui não
há como que invertendo a mensagem vocês estão dizendo que que eu não sou digno do amor de vocês eu vou dizer que vocês é que não são dignos de que eu fique que eu continue a amá-los uma muitas situações levam a essa essa equação fica a explosão a segregação inclusive particularmente quando ela naturalizado os traços causadores da exclusão de gritos são pode mudar sua condição de mulher você não pode transformar isso acalentasse a ideia de deu uma solução uma ou mais radical e E aí [Música] Oi pelo número de suicídios a o grosso das mortes
ele não tá na infância na adolescência a gente tem muitos idosos que cometem suicídio na E aí vocês podem me perguntar se é bom mas por que que a gente fala tanto então a respeito de suicídio em jovens né porque os jovens eles não morrem de outras causas né se a gente olhar pelo pela maneira inversa a gente pegar assim as causas de morte de um jovem de um adolescente né o suicídio ele vai ser a terceira a segunda causa dependendo do país no Brasil é a terceira causa né e para as meninas adolescentes da
OMS lançou um alerta mas que o ano passado de que pela primeira vez é a primeira causa de morte entre adolescentes meninas né Então realmente algo que impacta muito nessa faixa etária porque são pessoas que tendem a ser mais saudáveis que não morrem de outras causas na Então realmente a gente pegar em termos de causa de morte o impacto acaba sendo muito grande é é [Música] que [Música] agora a gente tem momentos da vida em que se colocam de forma mais mais aguda essa pergunta por que ficar momento que favorecem essa pergunta exemplo a terceira
idade né é por exemplo situações e de perdas importantes pelos amorosos presente numa família perda de um de um de um de uma localização simbólica no trabalho e adolescênci né que o momento de passagem de ingresso vamos a ser uma outra forma de muito onde estamos vamos assim deixando para trás os fãs e portanto morrendo de certa forma ainda não não sou mais aquela criança que o dia foi que um dia foi Amado desse jeito que um dia sonhou dessa forma que um dia desejou a nesses temos e eu vou ter que ingressar numa outra
forma de vida que eu que eu não sei direito Qual é né porque vai depender decisões desejantes vai depender de do resultado de transformações reais assim no corpo vai depender de encontros de acasos não é uma uma travessia na adolescência não me esse momento vamos assim definitório a certas injunções de abuso é de de bullying certas experiências injustiça de fracasso certa experiências é de natureza assim traumática elas são podem concorrer e aqui a travessia se complique né ou para que a travessia leve a alma as peças assim de resposta em ato daquilo que o sujeito
não não consegue laborar em termos de violência do mundo em termos de violência que o outro dispensa para ele muito frequentemente ele pensa Olha isso vai perdurar para o resto da minha vida e isso vai ficar isto é uma é uma é o lugar que eu não consigo sair um lugar em que parece que o outro está dizendo que eu não tenho direito à existência ou então que ela está me empurrando para fora isso é muito muito vulnerável para muito usar adolescentes e para todos nós particularmente na adolescência porque é o mesmo tempo a gente
tem ali um momento de alta exigência de uma solução e teve uma resposta individual né em que a Gente corta o que os laços de compartilhamento que são virtualmente muito protetivos para quando a gente fala em suicídio né Ou seja aquele está sofrendo bullying a gente olha de fora mas por que não pediu ajuda quem não tem nem o braço lá para aquele amigo que até perguntou naquela hora que ele não falou com os professores Porque não falou com os pais né é isso é próprio da condição é de retraumatização uma repetida né a pessoa
vai perdendo a possibilidade a confiança para ela parece impossível fazer esse gesto então uma gesto de pedir ajuda esse gesto de abrir-se para um compartilhamento da situação que seria o que declarar sua vulnerabilidades Para muitos é um uma declaração do fracasso e falência Tá bom então isso começa aproximar-se de já que eu vou me declarar fracassado falido alguém que não tem condições Por que que eu não escapo disso Quê que eu não dou uma resposta radical né para o outro em termos de suicídio se Estuda bastante o aumento da do suicídio em adolescência em pós
adolescentes também enfatizando assim que seria um momento em que a gente tem umas peças de oscilação das nossas estruturas e inibição da uma muito comum que adolescentes estejam às voltas com atos impulsivos as verbais e impulsivos atos que se adiantam a próprio compreensão do sujeito né Acho que responda às transformações corporais que lhe são impostas que não que não vê é da sua ou da sua vontade né isso frequentemente leva um a um funcionamento em espiral né E que certo desafetos vão rodando em torno de si mesmos e em função disso a experiência do tempo
vai se contraindo em que é aquele instante porque ele é tão intenso é porque ele é de vindo com essa intensidade E não parece ser capazes só um instante que representa a eternidade então isso por um lado é essa é uma sensação que a gente vai ter positivamente no apaixonamento - os apaixonados impulsivo mas segundo o cenário e você vai ter isso também quando você está diante do pior você está diante do que alguns adolescentes chamam né Eu acho muito curioso essa expressão aí o suicídio social quando ele postou isso que ele mandou aquele nudes
eu nunca vou falar isso na classe porque eu faria um suicídio social né Vocês estão dando uma dica de como tem certos Atos com a característica aí dessa metáfora e irreversíveis ele não consigo voltar atrás quê que isso fala fala na mão não consigo voltar para infância o trem vai indo para cá e também fala e eu não sei exatamente que outras dimensões de tempo e desistência me aguardam Então estou diante de um futuro que pode ser assim vivido né como como décadas como centenas de anos como como vamos ver se uma repetição infinita em
definida porque essa ideia de que a gente tem é absolutamente simular é fonte de experiência Liberdade mais um peso e um peso que para o adolescente e mais ainda crucial né porque ele começa então a assim que Iris sobre o que que é que eu tenho de único né Qual é o ponto vamos ver assim de real da minha singularidade muitos exploram situações de perigo tem coragem de exibição em busca né uma pesquisa sobre isso é uma pesquisa sobre a sua o seu caráter assim insubstituível Então acho que a gente tem aí uma narrativa importante
uma narrativa que tava se contrapõe a outra que vai dizer exatamente o contrário que vai dizer assim é do pouco valor da vida a da experiência de que eu sou substituível de que eu não te a diferença sim no mundo de que vão os outros vão sofrer um pouco mais do final eles vão acabar assim ficando Um Mundo Melhor se eu não estiver aqui tá Então veja só que interessante né a gente tem ao mesmo tempo trajetórias de inquirição radical da singularidade e trajetórias de irrelevância um sentimento de que a vida não vale a pena
de que a vida não tem muito valor da que eu posso ser substituído por outro em é da mesma maneira que adolescente tropeça na mesa derruba as coisas e a gente fala assim bom aqui ficou motricidade dele ainda não amadureceu ele tá todo estabanado gente amém também caça se a mente não está madura antes da psicomotricidade então o adolescente ele tem menos ferramentas ele ainda não tem um sistema de peso e contrapeso montado na mente para enfrentar as adversidades então às vezes do jeito que bate uma notícia ruim aquilo vira um trauma uma dor que
fica e ele tem uma resposta Rude brutal como se o cérebro entrasse num curto-circuito é isso que a gente chama Tecnicamente em psicologia de ato do ato e fedor porque é um ato O que representa diretamente Arthur fica é um ato impensado que ocorre no escuro representacional vocês compreendem não houve pensamento não houve simbolização chegou respondeu é reflexo e é por isso que às vezes quando nós vamos conversar com o jovem que sobreviveu a uma tentativa de suicídio O que foi o ato dor ele não encontra palavras para nos explicar por que que ele fez
aquilo é como se ele estivesse abobalhado É sim condições de pensar e provavelmente aquilo que a gente vê no pof também existia segundos antes do ato ele deixa um trabalho no trabalho de luto mais complicado é porque dificilmente aqueles que ficam não vão conviver com dois afetos muito dissonantes e intensificadas que é por um lado a culpa por não ter visto por não ter pensado e não ter feito alguma coisa e não ter falado alguma coisa é o que o que coloca a vamos assim uma culpa que que difícil de reparar porque a pessoa não
está né porque a gente tá acossado pela realidade do acontecimento mas ao lado da culpa a gente vai ter também o incremento da raiva ó Por que que essa pessoa não me amou um pouco mais Olá tudo bem poderia ter amado ela um pouco mais vezes mas ela não me amou e às vezes ela não me amou na interpretação dos que ficam por últimos fúteis ou então de uma forma incompreensível porque eu oferecia Tudo o de melhor que eu que eu tinha na arte e na prática de a massa pessoa e ela mesmo assim não
não reconheceu não tomou para si não foi suficiente você isso as vezes quebra a nossa avaria a nossa capacidade de amar de investir em outras relações nem de dizer olha eu dei tudo o meu melhor e mesmo assim o outro se foi será que vale a pena eu de novo dar eu de novo me vincular uma pergunta que vai ficar para para o sobrevivente e muitas vezes é uma pergunta o que vai ficar para aquele que tem dois sobreviveu né que esperar que reparar e reconstituir isso dentro de si ao longo da sua vida não
como uma maneira de prestar satisfações ao outro né mas como uma maneira de reconstituir na relação consigo muitas vezes isso vai ficar como os fios uma no quarto fechado como uma coisa meio incompreensível da qual não quero falar é que da qual me envergonho da qual eu me culpo isso isso é de fato um um trajeto difícil a gente ir a atravessar esse sentimentos ambivalentes e chegar a uma espécie de conciliação de solução sempre meio indefinida sempre me inconclusa é como se o luto do de alguém tô falando alguém muito próximo assim né alguém familiar
me do que lindo e esse transformar-se num Loop Infinito a tela que ela nunca tem fim porque no fundo a era está sempre aberto para esse a Olha só e nesse caso e sim olha só naquele outro é muito difícil a gente aceitar a impenetrabilidade do ato de suicídio que tem algo que nós não podemos saber nós não vamos saber que é uma carta que vai passar de geração em geração às vezes sem que a gente saiba tudo que tava escrito nela e [Música]