Deleuze e a Literatura por Roberto Machado

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Linguagens e Identidades da/na Amazônia Sul-Ocidental
Seminário Temático Filosofia e linguagem. Programa de Pós-Graduação em Letras: Linguagem e Identidad...
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[Música] acadêmicos e não acadêmicos né nós teremos atividades aqui com eh militantes movimentos sociais intelectuais da das muitas sociedades amazônicas também de fora da da Universidade da academia em outras atividades o programa é coordenado pela professora Raquel é um programa vinculado ao ao mestrado daac nessa atividade nesse seminário nós estamos em parceria com o grupo de estudo de política e filosofia contemporânea coordenado pelo professor Miguel Ângelo do centro de Filosofia e ciências humanas e também a parceria com a coordenação do curso de Filosofia que que tem tem apoiado tem participado ativamente dessa atividade e nós
temos a intenção exatamente de talvez que é a a grande ideia do seminário de discutir um pouco filosofia que tinha um pouco linguagem é exatamente aproximar um pouco do perfil do projeto da perspectiva que temos dentro do mado letras do Diálogo né no campo da linguagem com as muitas linguagens e acho que a gente com essa atividade extremamente satisfeito com ela porque ela cume um papel importante que é exatamente trazer para dentro do programa essa reflexão da filosofia né que é fundamental pra gente é possível tá fora de questão qualquer discussão sobre a linguagem a
margem da filosofia Apesar de que alguns extremamente técnicos e extremamente focados em determinadas determinados Campos disciplinares Ainda acham que é possível né que é uma coisa completamente paradoxal E o seminário também um papel político no sentido da gente provocar esse debate aqui dentro da universidade e dentro do programa que nós est do programa então um pouco essa nossa a nossa felicidade de poder eh eh com as conferências que temos aqui acompanhado eh eh eh dar conta dessa desse objetivo inicial do do do programa e do projeto né amanhã E hoje nós temos a última conferência
desse do seminário mas amanhã nós teremos uma uma uma conferência com o título e o trage que AC na obra cinematográfica dos irmãos coen co eh que vai ser proferido aqui pelo Guaraciaba Tupinambá que é um colega da Universidade Federal do Amazonas numa atividade coordenada e e puxada aqui para dentro pelo Guilherme que é professor da universidade também aluno nosso do programa Então já quero aqui de antemão convidar a todos que para poder ver aqui também prestigiar essa outra atividade que para é de grande importância e agradecer a vinda do professor Roberto Machado agradecer a
presença de todos vocês que acompanharam durante toda a semana e falar pro o Miguel que mesmo quando ele estiver aí na Paraíba a gente vai continuar a distância né Eh desenvolvendo as atividades nos aproximando eh à distância eh Apesar dele estar lá e nós aqui nós vamos construir pontes de diálogos e talvez aproximar um pouco a Amazônia do universo cental do Miguel talvez a Amazônia da flesta que ele não qu conhecer segundo proforto Machado vamos provocar então ele desde da Paraíba conhecer essa foresta amazônica tá então [Música] você tá dando para [Música] ouvir então mais
uma vez agradeço esse convite do departamento de de letra filosofia e a todos aqueles que têm tão amáveis com em especial a Miguel que tem sido meu anjo anjo da guard me mostrando o que a cidade tem de mais bonito eu darei de certo modo continuidade ao que eu dizia na aula passada embora seja uma uma palestra independente quer dizer não precisa ter assistido a primeira para ser capaz de entender a de hoje porque no fundo eu não vou pressupor nada na exposição desse tema com título del e a literatura eu na aula passada chamei
atenção que e perspectiva do Del quando ele faz qualquer investigação é sempre filosófica quer dizer deles quando fala de cinema ele não se torna um crítico cinematográfico quando ele fala de pintura ele não é um teórico da pintura ele sempre um filósofo que pensa a sua filosofia a partir desses outros domínios e de é o mesmo que acontece com a literatura quer dizer ele se utiliza da literatura para pensar filosoficamente é um pouco que eu vou procurar eh mostrar hoje o que eu posso logo adiantar eh e Vocês verão o desenvolvimento disso no correio da
exposição é que del Pensa a literatura para para criar conceitos importantes em sua filosofia eu vou dizer alguns conceito de Devir trágico diferença limite no sentido de Limiar de intensidade Portanto o conceito de intensidade o conceito de forças e assim por diante quer dizer conceitos que ele que extraem de algumas filosofias mas que também são suscitados por outros saberes Extra filosóficos como o caso da literatura no caso específico da literatura se minha interpretação é correta eh eu acho que ele privilegia e esse vai ser essa vai ser mais ou menos a estrutura de minha palestra
ele ele privilegia duas características importantes na literatura eh vou dizer a primeira e ritano vou guardar em suspense qual seria seg a primeira característica da maneira singular de delit pensar a literatura diz respeito à linguagem tem tudo a ver com vocês a linguagem literária vou falar sobre isso e depois expor uma segunda característica que complementa essa problematização da linguagem quando estuda a literatura quer dizer uma série de textos literários de autores que a gente sabe que eu vou explicitar que ele tem estudado eh seu objetivo é definir Como se estrutura a linguagem de um tipo
de literatura então vocês já tão vendo que a gente reencontra um tema eh que eu pus na primeira aula eh quando eu falava de uma geografia do pensamento que iria além do pensamento filosófico aqui o deles que trabalha com dois espaços criação de dois espaços de pensamento um o espaço da representação ou da identidade e outro o espaço da diferença pois bem a primeira articulação que eu faço com que nós vimos na aula passada é que esse espaço da diferença que eu tinha mostrado com relação a determinados filósofos falei de Espinosa falei de niet falei
de Bergson falei de do fou nós encontramos também na sua reflexão sobre literatura porque ele se interessa por um tipo de literato e não por todos que literato que literatura é essa que interessa pois bem é um tipo de literatura e ele chamou por exemplo vocês vão estranhar a palavra de clínica uma literatura Clínica o literato como um clínico eu vou também terminar essa aula explicitando essa ideia que é muito interessante podia chamar também essa literatura usando já um termo nano que ela é intempestiva ou extemporânea ou então usar um outro termo bastante eh importante
na filosofia do deles é o termo de minoria ou de menor o que leva ele falar a falar de uma literatura menor é assim por exemplo que o c so Cica não é tem como subtítulo por uma literatura menor essas palavras todas que eu estou usando para caracterizar para qualificar a a literatura eh que o Del leva em consideração eh poderia receber uma outra denominação que é até mais pertinente para ligar com o que eu disse literatura da diferença então a distinção que ele faz entre diferença e identidade que nós vimos no campo da filosofia
nós reencontramos agora no campo da literatura quer dizer então privilegia alguns literatos em detrimento de outros sobre os quais não fala pois bem de um modo geral essa questão da linguagem literária que é o primeiro tema que eu vou expor diz respeito mais aos aspectos sintáticos do que aos aspectos léxicos de uma determinada H quer dizer o seguinte não dá muita Import não privilegia muito por exemplo num autor seja ele qual for a criação de neologismos o que tá interessando a ele é menos a palavra do que a relação entre as palavras de novo eu
retomo um tema que eu expus na primeira aula que o delz o filósofo da relação fundamental é como você agencia eh termos e aí a gente viu todo uma eh eh importância que o deles dá a problemática da disjunção tanto e eu falei de acordo discordante entende uma discórdia que eh que eh eh proporciona uma uma um acordo que é uma ideia diferente da simples ideia de Harmonia pois bem essa ideia que eu expus com relação aos filósofos privilegiados por deles a gente encontra também no tipo de literatura que ele privilegia é uma literatura eh
que diz mais respeito aos aspectos sintáticos do que léxico eh no sentido em que para ele a questão da linguagem diz respeito ao que ele chama de efeitos de sintaxe quer dizer diz respeito a um tipo de estilo Ao estilo literário que permite que o escritor ele vai usar uma fórmula bastante interessante de prus que foi um literato muito importante para que o delese eh criasse a sua própria concepção eh filosófica da literatura então o Del eh eh privilegia eh a questão na questão da linguagem O que diz respeito a um estilo que permite que
o escritor escreva em sua própria língua como se ela fosse uma espécie de língua estrangeira essa é uma afirmação bastante interessante de PR no sentido em que para a grandeza de um estilo está na sua sua Audácia está na sua Ousadia sintax e sintática tá entendendo se você ler ne prust você vai ficar muito mais eh eh impressionado com a criação sintática do que propriamente com a criação léxica o o prus usa as palavras do cotidiano ele não é um ele não é um Joyce por exemplo que cria palavra valiz assim por diante eh mas
e há um efeito sobre a sintaxe que é como que um efeito eh que cria uma originalidade ó de novo eu volto ao mesmo tema que cria uma singularidade Justamente que é uma atestado da diferença eu cito prus eh uma pequena frase que diz cada [Música] escritor está obrigado a criar sua língua como cada violonista está obrigado a criar o seu som então eu acho muito interessante essa essa citação porque mostra que do todo do mesmo modo que um filósofo precisa criar seus conceitos o literato precisa criar a sua linguagem e o deliso não faz
diferença entre língua eh e linguagem eh na na interpreta ação dele então você vê Esse aspecto eh de criação eh de um componente singular característico daquele eh próprio Pensador nesse sentido eu acho que o d Vai muita direção retoma uma ideia Espinosa e mais ainda uma ideia prusiana no caso de que os conceitos não são universais de que os conceitos são singulares Então essa ideia de criar uma língua eh própria né Eu acho muito interessante essa ideia de que aliás curiosamente sem pensar nessa frase de de de prust eu disse ontem eh disse há dois
dias que eh cada filósofo cria a sua própria linguagem quer dizer no sentido de que dominar a filosofia de de um grande filósofo se lá Pens Pens Cante é justamente eh dominar a sua terminologia e a relação entre essa terminologia que é uma relação conceitual pois bem fundamentalmente o que interessa del na questão da linguagem literária é o estilo é o estilo no sentido daquilo que possibilita que o escritor eu vou usar uma fras meio sofisticada Mas que bem deliano Produza um Devir outro da língua entendo essa questão do Devir e eu vou e explicitar
depois bastante quando falar da segunda componente mas já aqui a gente já encontra essa ideia entende eh é preciso que a língua Deixe de ser uma língua estanda D uma língua dos clichês por exemplo a língua dos jornais é muito difícil escrever né qualquer um que já já já já ou ir né nessa direção sabe que é muito difícil escapar justamente do que todo mundo já sabe do que todo mundo diz da maneira como todo mundo escreve tá entendendo é preciso muito treino é preciso preciso muita ousadia para criar essa linguagem própria essa linguagem singular
esta linguagem eh eh original que aqui usando um uma terminologia deliana eu dizer produzir um Devir outro da língua O que é esse Dev outo é criar a diferença tá entendendo você não reproduz você não mimetiza é por isso que a invenção é é sintática você não mimetiza a sintaxe da língua você não eh eh mimetiza a gramática da língua Mas você usa aquilo para fazer outra coisa tem justamente para escapar daquilo que já é estabelecido né eu por exemp estô vivendo um momento assim de Idílio com guimaras Rossa que é o autor que eu
tô escutando agora e o tempo todo você fica Maravilhado você não entende muito não é isso é exatamente quando você tá começando a estudar a língua estrangeira né você não entende muito bem o sentido daquelas palavras embora você sabe que tem vários dicionários vários lestes léxicos explicando o sentido daquela palavra eu às vezes fico muito eh muito contente assim porque eu tenho uma origem nordestina nasci eh em pernambucco eu queria uma teoria eu não entendo nada de linguística de linguagem não tendo nada mas eu queria uma teoria que o Rio São Francisco veiculou a linguagem
entender então muita coisa que veio de Minas ent que passou pela Bahia ent ele foi chegar lá perto da gente porque eu muita coisa que é dito lá certas palavras entende eu eu puxa minha mãe dizia isso então uma alegria muito grande quando você vê tá entendendo porque tem duas coisas a a a a erudição de um garante né O que ele conhece por exemplo de um Joyce eh mas também a o conhecimento da linguagem Popular Então essa esse curto circuito que é uma linguagem profundamente erudita mais ainda que vai na direção do conhecimento de
línguas estrangeiras você sabe que ela era um conhecimento um conhecedor extraordinário assim de várias línguas e aí vez quando você sabe alguma coisa daquela língua você vê entende que ele AC cultur a língua assim mas e e você fica Maravilhado isso aqui tá entendendo não tem nenhum esnobismo naquilo Eu acho que pelo grau de ensidade poética que ele que ele eh realiza que ele consegue e que você aceita aquilo com a maior das boas vontad que é muito bonito aquilo d eh digamos aquilo veste eh de sentido de uma palavra nova éa fe aqui também
tava feio Então vai ser o p da nossa palestra o acompanhamento musical vai ser a esse tornasse outro da língua usa uma palavra que pode aparecer muito de vocês enigmática ele diz o seguinte é quase provocativo e faz uma provocação depois eu vou no sentido da parest se vocês tiverem lá vocês V saber e ele vai dizer e fazer a língua delirar o delz defende um certo Delírio da via você vê o tornarse outro eh vai nessa direção o que é que significa fazer a língua delirar não é quer dizer é sair de um padrão
de normalidade é fazer a linguagem sair dos eixos e que são os eixos gramaticais sair a linguagem fazia a linguagem sair dos Trilhos quer dizer eh escapar do sistema dominante do sistema linguístico eh dominante quer dizer o que é que eu tô querendo eh apresentar essa ideia de que delee privilegia na literatura isso que interessa ele na literatura em primeiro lugar porque depois eu vou dar a a segunda característica que interessa ele eh é eh o modo como o literato decompõe sua língua materna para inventar uma nova língua tá vendo É isso que é fazer
a linguagem sair dos eixos não é isso eh delirar quer dizer eh para usar outra palavra de Bele é afetar uma determinada linguagem comum padrão normal de um forte coeficiente de desterritorialização É como se você concebesse a linguagem falada normalmente por uma determinada comunidade por uma determinada sociedade como um território linguístico regras bem demarcadas e você então des territorializa faz aquela linguagem tornar-se outra entende na escrita singular de um de um grande eh literário pois bem eu concluo Esse aspecto dizendo fazer a linguagem delirar fazer a linguagem eh tornar-se outra significa como eu já tinha
sugerido eh eh realizar uma construção sintática aí eu tava falando da da sintaxe como era mais importante que eh o aspecto léxico da linguagem que o delez inclusive para mostrar que é uma um rompimento com os cânones ele vai dizer uma construção assintótica é um filote muito complicado minha função aqui é meio traduzir ende na na numa linguagem talvez menos codificada porque exige muito tempo entend para entender essa eh eh essas ideias então eu eu digo essa essa ideia de tornar-se a linguagem fazer a linguagem tornar-se outra sair dos eixos não é romper com os
cânions significa construir uma linguagem que ele chama de agramatical ou ainta como isso eh eh eh por um desejo de lhe dar intensidade Isso é que é uma coisa muito interessante eh na teoria do dele e quando eu falava por exemplo do Guimarães que não é isso que tem cria não só uma revolução léxica mas uma revolução eh sintática o que mais impressiona intensidade do texto né palavras frases que perderam totalmente o sentido tornar-se corriqueiro lugar comum você lê aquilo às vezes é inversão ent o lugar da palavra tá entendendo às vezes uma modificação que
justamente esperta na palavra revela na palavra veste reveste a palavra de um sentido novo que lhe traz de volta a intensidade Olha aí outro tema que eu já tinha exposto ontem e que vem muito de Espinosa limites que é esse tema da intensidade Então veja como é que o Del funciona ele no filósofo da intensidade também o que é que ele vai procurar nos literatos literatos que sejam capazes de veicular de comunicar essa intensidade pois bem essa investigação sobre o que é ou como funciona a linguagem dessa literatura da diferença está presente eh nos textos
de deles eh de forma bem precisa quando ele estuda eh o que eu poderia chamar de Mentos de linguagem que são utilizados e para construir e um estilo fez isso em vários textos tem um tem um livro muito interessante de textos diferentes chamado crítica e clínica né Vocês encontra estudos sobre wiman sobre Herman melville eh sobre becket sobre o o contista novelista e e e trágico alemão kist depois eu darei um exemplo dele CFC e assim por diante tá entendendo alguns del fez livros sobre ele outro ele escreveu somente artigos o que eu acho é
que todos os textos do delzo sobre literatos eh tá sempre centrado nessa ideia de localizar os procedimentos linguísticos utilizados por ele tá entendendo que procedimentos que dizem respeito à linguagem que é o nosso primeiro ponto são utilizados por esses escritores Para justamente criar a sua obra essa digamos seria introdução ao primeiro ponto que agora eu vou dar um exemplo vou dar um exemplo de uma novela que deles consideram um das maiores novelas que já foram escrito que é uma novela do melville chamado Bob o escrivão o escriturário não sei se vocês já leram essa novela
né eu aconselho a todos Ela é pequena talvez eu vou um pouco falar dela para para não pressupor dada eu vou um pouco dar ideia do que é e essa pequena história e depois eu vou mais ou menos mostrar qual é a lição que o delee tira dela eh eu falei de procedimento de linguagem quando o le del estuda esse texto ele está interessado em analisar um procedimento eh dessa eh pequena história que é análise de uma forma de uma fórmula uma simples fora que significa dizer preferiria não veja bem todo o estudo do delese
desse eh desse texto eh se centra nessa afirmação preferiria não né a prefer not que é uma afirmação do personagem título da novela que é o bobo quem é o bobo bobo é um escrivão um escriturário né alguém que sei lá na época era hoje não existe faz era eh contratado para documentos N é isso na no escritório de um advogado e ele é contratado nesse caso sem referências isso é interessante que a questão da referência teórica vai aparecer logo depois para copiar documentos em um escritório de de advocacia e Então essa que é É
a coisa fundamental desse ponto extraordinário a toda demanda do do advogado ele responde invariavelmente preferiria não é a situação é totalmente esdrúxula Eu não desejo de vocês a ninguém ter uma pessoa dessa perto de vocês imagine vocês contratam não é uma uma cozinheira uma empregada aí você diz eu queria que você fizesse tal coisa no almoço a mulher responde preferiria não aí você diz eh você poderia limpar o meu quarto preferiria não e isso é invariavelmente a a única coisa que o bista Issa que é a genialidade do Melvin em todo conto novela é essa
eh preferiria não eh isso acontece quando ele é chamado no início para cotejar documentos né ele eh copiar os documentos Mas acontece o seguinte era importante sobretudo no escritório de advocacia que não houvesse erros então eles cotejo o documento un dos outros tá entendendo então Eh se reúne os escriturais e alguém ler e os outros vão Seguindo para ver se tem erro e aí ele começou assim dizer preferiria não depois sãoas próprias cópias o advogado entrega uma cópia para ele para ele fazer ele preferiria não pois bem a coisa vai assim Se vocês lerem vocês
vão gostar tem até uma uma tradução recente da Companhia da da cozac da inf tá entendendo que é muito bonita e que é bem de alguns anos atrás só pois bem quando não suportando mais a situação o advogado quer arranjar pro bar um outro emprego evidentemente ele é um humanista o advogado é exatamente humanista ele não quer reprimir ninguém tá entendendo e não quer chamar a polícia nada mas ele quer se ver liinda daquela pessoa que tá atrapalhando totalmente o posicionamento eh eh do escritório Portanto ele não tá suportando mais a situação ele quer arranjar
um emprego como se ele quisesse fazer o bem pro outro mas no fundo ele tá querendo se livrar daquele mal não é isso no fundo ele tá querendo é se ver livre dele mas aí vocês podem prever a resposta do B que é invariável preferiria não eh pois bem que é que ele faz então ele se muda de escritório e o baro fica no escritório Então vem outro advogado e o baro não sai de lá só que o outro escritório não era tão humanista Quanto quanto esse primeiro e quer chama a polícia e ele a
história no final é terrível para in curá-la eu diria Ele termina na prisão e morrendo de fome por quê Porque preferiria não comer essa a história é preciso ter uma cabeça muito estranha né para bom e o b e o melv vocês sabem que é o maiores escritores n eh pois bem báo é caracterizado por delez vou analisar esse procedimento até agora eu descrevi só dando uma ideia assim grosseira do que é esse ponto Bob é caracterizado por delz como um homem sem referência é óo que ele tá pensando no livro do m né o
homem sem qualidade que coloca uma situação também parecida um homem sem referência sem Posses sem propriedad tem toda uma uma ideia de de crítica da justamente da burguesia da propriedade burguesa não é é o advogado que é o seu patrão sem qualidades sem particularidade valoriza muito essa figura do bar achando que ele é alguém que sabe alguma coisa de inexprimível essa ideia é muito importante quer dizer o báo que sempre prefere não e que não entra no jogo do funcionamento do mecanismo de uma sociedade burguesa né porque o vai valorizar no bar um um um
um compromisso um projeto revolucionário eh o b é como se ele soubesse alguma coisa de inexprimível é por isso que ele não não diz nada entend ele sempre prefere não E ao mesmo tempo é alguém que vive alguma coisa de insondável porque que estilo de vida é essa entende onde você sempre preferido não ele não quer entrar no jogo justamente das preferências Bele Explicita essa ideia pela diferença entre o que ele chama de criaturas particulares e criaturas originais vez de novo a temática da originalidade tá entendendo que é uma temática não sei se eu fale
nisso da vez passada muito de vocês já sab é uma temática que nasce eh ou que é sobretudo desenvolvida no final do século XVI eh a partir da estética de cant entende e a ideia do gênio e na crítica da mimes tá entendendo a ideia de que você nunca pode imitar eh o o gênio imitar o gênio é justamente perder a possibilidade de ser um artista genial entendendo então a criação é necessariamente uma criação singular Esse é um problema Deus gênio sabe explicar como ele eh faz eh aquela obra pois bem eh o dele aqui
procura entender é lógico interpretação dele vocês se já se conhecem o melv vocês devem ter encontrado outras eh profundamente diferentes mas eu já disse a vocês que o deles sempre traz os outros para sua filosofia se lembra a ideia de teatro filosófico é como se el descrevesse o texto do filósofo ou do próprio literato que ele quer integrar na sua obra Isso faz parte da sua eh do seu procedimento essa palavra procedimento é muito interessante ele tá analisando os procedimentos de linguagem do bar como ele Analisa de todos ou do prus ou do widman ETC
eh eu até no meu livro eu faço uma uma referência que procedimentos são esses aqui ele tá analisando mas ele tá eh capturando eh eh aquele pensamento em função do tema que ele tá querendo privilegiar na sua filosofia a aqui isso aparece logo por essa distinção entre criaturas né pessoas indivíduos particulares e originais O que são os particulares somos nós somos todos nós eh um indivíduo particular é aquele que está subordinado ao a lei geral o indivíduo particular é aquele que obedece a lei som nós senão não estaríamos aqui ou pelo menos explicitamente eh nós
obedecemos eh as leis já o original é uma figura n uma uma pessoa um tipo que o delê chama de potente Olha aí a questão da potência não é fácil desobedecer a lei é uma figura intensa intensiva solitária a ideia da singularidade da originalidade se vincula necessariamente a ideia de solidão entendendo é alguém que assume esse projeto individual de contestação e da lei geral quer dizer o o o original como o nome tá dizendo é uma figura singular que não se enquadra em qualquer forma explicável Então tá entendendo ele quer dizer não há psicologia capaz
isso que é a genialidade de um grande literato de um grande artista tá entendendo não há psicologia sociologia capaz de explicar uma figura como essa entende que o melv foi capaz de criar entendeu que é profundamente enigmática é como o mob Dick por exemplo o capitão arrá do qual vou falar logo mais tá entendendo também o que que é isso né O que que é isso a gente lê fica Maravilhado com aquela intensidade Mas a gente nunca sabe bem o que é essa que é um pouco a característica da obra prima você tem leituras né
e aquilo pode ficar séculos desafiando Justamente a Desafiando os teóricos que são alguém que vão tentar definir identificar é como se aqueles explodisse a ideia de significação O que é um tema muito caro da da da filos do de A Crítica da significação em nome da intensidade a linguagem entende não é significativa ela é intensa isso que é uma característica lógico uma ideia Liana uma ideia espinos são um dos filósofos mais importantes eh para mim Portanto o original PR deles é uma potente figura solitária singular que não se enquadra em nenhuma forma explicável e que
se ele valoriza É porque ela revela o vazio tá entendendo é que como esse preferiria não tá eh eh revelando o vazio de toda a proposta eh que lhe é feita quer dizer o preferiria não eh revela a imperfeição das leis a mediocridade das do que eu chamei de criaturas particulares que estão també submetido às leis é que regem esse tipo eh de sociedade por isso delz dirá que é um pensamento sem imagem entendendo porque eh é um pensamento que foge a representação portanto é um pensamento que afirma a diferença necessariamente afirmar diferença é procurar
escapar do sistema do Universal do modelo Universal ao qual todos nós teríamos que nos adequar por isso que disse que se trata que ele não é ilógico entende que ele tem uma lógica extrema porque o Del acha que é uma lógica sem racionalidade o que é quase o paradoxo falar de uma lógica sem racionalidade né o cria o termo que ele chama de ir nacionalismo superior não tá dizendo muita loucura eu tô só representando a loucura a loucura dos outros que necessariamente não é a minha vocês não vão conhecer tô só brincando com a possibilidade
de ser louco mas nunca tive coragem de entrar numa mesa assim e realmente fazer um discurso da loucura esse foi eu confesso para vocês sempre meu desejo da vida toda de professor chegar num lugar como esse aqui falar asneiras S falar loucura falar delirar assim quem fez isso foi o Artur Artur foi fazer uma uma palestra na sorbone sobre a peste e e representou não é eh O que é um pestilento ent ele foi Entrando nos acessos não conseguia falar e babava e etc todo mundo foi embora [Música] aí como eu não eu gosto tanto
da Solidão eu tenho que brincar com isso assim Mas é interessante pensar nisso tá entendendo Foucault del né e outros vocês sabem né Pensa em artor por exemplo que é né você pega um livro vor suicidado da sociedade é uma coisa é uma obra prima né ter aquele tipo de visão radical do M das coisas pois bem continuaria eh retomando esse ideia dizendo que no que diz respeito à questão da linguagem a fórmula de B apesar de uma construção normal porque eu preferiria não poderia ser nãoé vista como uma construção normal ressoa paraa delesa como
uma anomalia portanto como uma crítica da própria eh Norma e nesse sentido ela tem uma forma insólita eh eh eh do ponto de vista sintático que como eu já disse é o que interessa deles onde é que está eh eh esse lado insólito da forma do ponto de vista eh sintático é a maneira abrupta como ela termina ele não dizia preferiria não fazer tal coisa é só preferiria não e é uma fórmula que se aplica a tudo e não a um determinado objeto então o deles valoriza isso para dizer que se ela não se aplica
um determinado objeto você não tem possibilidade de comparar a frase ao objeto a palavra é a coisa para decidir se ela é verdadeira ou falsa então a a genialidade de Del é e é dizer que essa fórmula ela é radical no sentido que ela escapa da dicotomia entre afirmação e negação ela não é nem afirmativa nem negativa e assim ela ble a referência isso essa crítica da linguagem como eh se ligando a à referência é um um princípio fundamental Não é quando ve eh estuda a linguística como estuda eh eh a literatura eh significa btol
como uma fórmula que não é propriamente nem afirmativa nem negativa ela bolha a diferença no sentido em que mantém o mundo à distância entende a linguagem de dizer esse mecanismo de comunicação entende onde você pode avaliar o seu fundamento com relação e à própria coisa porque uma característica de Bob é que ele não aceita nem recusa essa atitude eh expressa pela forma é isso que o delz valoriza e isso é um conceito fundamental de sua filosofia cria uma zona de indiscernibilidade você não pode discernir exatamente o o do que se trata e a a frase
nela mesma ela é marcada por uma indeterminação por uma indistinção entre o que é propriamente preferível e o que é não preferido porque se ele tá aplicando a tudo então você não pode dividir o mundo entre as coisas preferíveis e as coisas eh não preferíveis Qual é a importância que o deles crítica que o deles V nisso é que Bart introduz eh um vazio na linguagem quer dizer nesse sentido eh ela ela teria um caráter radical porque e é um tema também muito importante na filosofia de beleza ela é capaz de dizer o indiz meu
eu queria chamar atenção Para isso do pensamento é lógico tudo que eu dizendo aqui pode ser ainda muito enigmático por mais que eu queira transformar isso em em Miúdos T entendendo mas é muito difícil só numa palestra assim eh eh sei lá eu passei vários anos para tentar entender isso o que eu notei na filosofia do deles que é um tema muito interessante é o seguinte não vale a pena dizer o visível dizer o visível é óbvio dizer o visível qu a pessoa diz o legal O interessante é dizer o que não é visível mesma
coisa não vale a pena de eh ver o visível ver o visível é um OB é uma obviedade eu me lembro por exemplo um dos grandes erios que del faz é o Foucault entende é um texto do deles sobre o movimento de maio de 68 que ele diz maio de 68 não aconteceu porque ele foi tão destruído depois então todo o ideário toda aquele sonho revolucionário que existia na época morreu entende e aí ele fala do Foucault e falava dessa capacidade do Foucault que o Foucault tinha de ver eh o invisível ver eh o invisível
como se fosse uma espécie de vidente tá entendendo e é uma é uma ideia que o deles trabalha porque quando ele disse isso ele tava escrevendo seu livro sobre cinema entende então ele fala eh em francês seria cinema de voan entende e que eu podia chamar de ca de visão eh portanto vê o invisível ouvir o inaudível tá entendendo o que é que ele tá querendo dizer que o músico ele descobre ele cria um som que nunca foi ouvido essa ideia é muito interessante tá vendo a ideia de criação como é fundamental de Bele e
de criação da singularidade criação do do original por exemplo uma sinfonia de Bet tá entendendo é algo inaudível até que Bet foi capaz de criar Aquilo entend não é o som que ali que foi recuperado então há um tema muito interessante da filosofia de den eu acho que é isso vi eh Verê o visível o invisível ouvir o inaudível dizer o indis e tudo isso remete talvez a questão mais importante é pensar o pensar entendendo Então isso é eh eh bom o que é que é isso né Eh que aparentemente iso é um paradoxo eu
eh explico isso no sentido de que é uma maneira de de sair da evidência entende eh eh colocada pelas coisas empiricamente e tentar descobrir eh a intensidade eh o é o pensamento da intensidade que escapa desse nível eh propriamente empírico eh propriamente SD sensível sentido eh sensível eu depois vou tematizar mais isso na minha conclusão vou dizer É descobrir a vida nas coisas tá entendendo Eh sei lá ação que nós temos assim que a maioria das pessoas viv assim sem ver mais a vida nas coisas ent vi porque já tá vivendo já tá naquele Já
deram o impulso Inicial aí a pessoa vai né né o que eu acho isso eu concordo é um diagnóstico de o homem moderno não é melhor nem pior do que os anteriores é mais fraco eu gosto dessa ideia diend eu gosto dessa ideia de que o que falta nas pessoas em geral é potência é força é intensidade para qualquer coisa para qualquer coisa pessoa vai levando vai empurrando pela barriga chega a me hora atrás atrasado para dar a sa meia hora antes mas tá ali chamaram um pouco é assim mas é em tudo das relações
amorosas relações sociais os compromissos políticos entendendo é a ideia seria mais essa assim não importa o que você faça mas se você se é para fazer faça faça que era mesmo entende não queira pela metade eu acho que geral se quer pela metade então a ideia do do do Del aqui e eu acho interessante porque quando ele fala dessa linguagem capaz de dizer o o invisível que seria justamente o contrário daqueles contratos que o o b imagine eh tinha que copiar ent eu acho incrível isso né A Crítica da da legislação né quer dizer das
leis do direito isso é uma ideia muito muito forte muito eh sei lá que me impressiona que me que me atinge muito embora eu acho que isso tudo é uma loucura tá entendeu Tô tentando mostrar que não é mas no fundo loucura tô tentando adocicar a loucura para ver se vocês entram eu t querendo dispar aqui a radicalidade que tem nessa história no fundo que eu tô querendo dizer é que o Del acha que uma linguagem como essa que coloca o problema da indiscernibilidade da indeterminação é uma linguagem originária como ele chama inumana inumana ou
sobrehumana quer dizer é o contrário de uma linguagem humana para usar o termo Liano humana demasiado humana que é essa linguagem que que organiza que justifica a sociedade burguesa em que nós vivemos pelo menos desde o século X a revolução eh francesa portanto a ideia do deles é que a forma do Bob eh expressa uma língua originária que devasta as referências que mina os pressupostos que permite a linguagem designar as coisas a partir de um sistema de Convenções um sistema de Convenções lógicas um sistema de Convenções gramaticais aí por isso que vocês entenderiam que a
literatura que interessa ele esse essa literatura da diferença é uma literatura que procura o agramatical tá entendendo que procura o ass sintático tá entendendo Então procura escapar da linguagem comum entende estabelecendo uma linguagem que tenha que restaure digamos a intensidade E daí o deles elogia os literatos que como melv levaram o romance para longe da razão para entender essa ideia da crítica da racionalidade que é uma crítica Nana que vez na história da loucura do fouc que é outro também que retomou eh essa problemática eh Crítica da Razão no sentido de aproximar a existência do
trágico uma contraposição entre eh uma visão do mundo racional e uma visão do mundo muito trágica que são autores que criaram assim personagens que como B vivem eh suspensos do nada como ele diz sobrevive no vazio e Conserva o seu mistério isso é muito legal um mistério que não pode ser descifrado por exemplo psicologicamente e que até o fim desafiando tanto a lógica quanto a psicologia Então esse é o primeiro ponto eh dessa minha palestra a ideia de que beleza e privilegia na literatura a questão da linguagem fundamentalmente uma linguagem ass sintática a gramatical que
seja capaz de subverter de torpedear a linguagem cotidiana a linguagem canônica os modelos E aí eu peguei um exemplo porque tem tantos exemplos eu de p p uma palestra eu vou dar o exemplo desafiador que é esse e maravilhoso que espero que vocês tenham tenham ficado motivados para ler quem não leu esse texto do meld n Bob e e e escritural vou procurar o filme hein vou procurar o filme o filme existe um filme existe um filme de 1 hora e 20 minutos Ah eu não conheço nunca nunca vi engraçado nem sabia que assistir É
mas isso aqui é mas não é já voltou normal [Música] nada mas de vezes não reduz Aí eu entro no segundo ponto deles não reduz a literatura a um fenômeno de linguagem a literatura é mais do que a criação de uma linguagem eu gosto muito dessa ideia há uma segunda característica da linguagem da literatura é que ela tem sempre uma relação com o que existe fora dela é uma relação com o de fora da própria linguagem de fora tô traduzindo um texto um termo muito comum em francês que é o de não é o de
fora da linguagem quer dizer você não pode reduzir a literatura um fenômeno de linguagem a linguagem é fundamental a gente vai ver mas é fundamental para alguma coisa ela é condição para a produção de alguma coisa por mais indispensável que sejam os procedimentos de linguagem a ideia de procedimento como a gente viu o do bartov eles são a apenas a condição e deve se articular com o que o Del chama de processo Vital aí vocês já estão vendo é uma relação da literatura com a vida eh esse processo Vital para ele é a produção de
audições e divisões a linguagem literária Tem uma função tem uma objetivo ela serve para ver ou para fazer ver e para fazer ouvir não é escreve-se para ver e ouvir é uma ideia muito audaciosa Essa É como se você precisasse passar por esse tipo de linguagem a gramatical A sistemática é por exemplo se como se o Guimarães Rosa criando aquela linguagem específica ele nos permitisse ver o sertão que nós não seríamos capazes de ver se não tivesse escrito daquela maneira é uma ideia extraordinária entend você cria uma linguagem intensa intensiva que faz você ver faz
você ouv o exemplo que de muito interessante é um é um é um conto é uma novela que que Me interessou muito e acho que chama a step do do Jacob vocês conhecem né step acho hein é a step é muito interessante quer dizer nunca eu nunca tive na na Rússia não conheço step mas é impressionante é um é um é um conto não se passa praticamente nada é um garoto que é entregue a um tio Se não me engano que era comerciante talvez comerciante de p quando eu não sei eu invento só para não
perder a jogada então que acci de p Eu Já inventei para mim mesmo né eu nunca esqueço ass de um de um de um conto que eu li de um de um é um conto que eu li quando era adolescente chama o título é viaja aos seios de duí Ah tem filme tamb Você se lembra viaja aos seios de duília eu achei que era eu achei que era pornográfico isso aí você foi ver é claro E aí é engraçado porque eu tinha lido ele não sei por quando eu era adolescente e eu criei uma história
na minha cabeça o que era essa viagem a ser doí e recentemente quer dizer há uns 20 ou 10 anos atrás eu fui reler esse e essa história tem e eu vi que eu tinha mudado o final eu gostei até do meu final mas eu disse ih fo tô me tô me denunciando aqui nesse final que eu dei ao ao conto dele que eu achei até meu final é interessante do que a do texto is só para brincar assim dizer Olha quando eu não sei eu pego assim porque só um exemplo Mas então o garoto
vai na boleia de um de uma diligência né de um de um carro puxado a a cavalo eh e nessas nessas Eh sei lá nesses ódios nessas fazendas onde o pai onde o tio comerciava até chegar na escola e aí ele apresenta a step ele faz ver o que é uma step Então isso que eu queria eh chamar atenção isso é muito interessante inclusive na linguagem do beles que tá ligado eu falei sobre isso eh na aula passada e eu retomo aqui para vocês verem é a ideia de percepto é a diferença entre percepção e
percepto uma coisa é a percepção eu vi aqui né vi ao ao Acre passear da Floresta eu tenho percepções extraordinárias Mas pode ficar em mim mesmo vai morrer comigo tá entendendo é uma coisa inefável é uma coisa fugidia como diz prust mas a genialidade justamente do escritor ou do artista é transformar essas percepções em percepto quer dizer dá consistência aquilo aqui dentro você não escreve sobre coisas que você não sente que você viu que você ouviu etc mas muitos de vocês sabem que não basta ver e ouv para ser capaz de transformar aquilo tá entendendo
em linguagem então então isso é a criação de perceptos ele fala de perceptos e afetos tá entendendo até talvez tenha falado que me impressiona muito O Amor do Rio obalo por de dorinha é uma coisa realmente extraordinária como aqu Ele é bem conduzido no livro todo tem toda angústia de todo desejo do diadori não é que ao mesmo que do desejo que riobaldo tem do diadorim que se choca com ASP de Ética do J agun aquilo para ele era uma Coisa inacreditável mas ele chega lá tem um determinado momento que ele não aguenta e diz
eu amo de adori além da amizade então aquilo para ele é uma uma grande descoberta e ao mesmo tempo uma descoberta muito dolorosa por pois bem ali você tem a criação de um afeto tá entendendo a criação literariamente de um afeto ou então por exemplo você pega um prus outro escritor pelo qual sou apaixonado então a a ideia do amor prusiano ent que o amor se alimenta do ciúme é como a história do Caju e da castanha ent o amor é uma espécie de pretexto para você ter ciúme quem ama tá atraída é pelo ciúme
o que move o amor é o ciúme é uma ideia impressionante isso talvez vocês fazendo um exame de afeto chega à conclusão que vocês funciona assim não sei entendendo eu me identifico muito muito e dessa dessa visão eh pros fanos pouco importa né Eh o importante é que eh o literato não tá criando o conceito tá criando um um conceito de amor certo o mas ele tá criando eh Sensações Sensações é isso que é importante criar Sensações Com palavra como você cria Sensações Com sones como você cria Sensações com imagens cinematográficas eh e assim por
diante eh A ideia é essa relacionar a linguagem literária com a audição e a visão e del acha que se os procedimentos literários levo a linguagem a um limite o que que ele quer dizer isso a um liniar de intensidade é a ideia de limite tá entendendo como uma ideia matemática de limite tá entendendo passar o limite é a ideia de enésima potência né se você faz a linguagem eh ser o máximo que ela el pode naquele momento eh devastando as significações e as designações o escritor faz com que a linguagem Deixe de ser representativa
E se ele faz a linguagem deixar de ser representativa quer dizer obedecer o subordinar diferença a identidade se lembra eh é o que eu disse dis eh na aula passada é para que a linguagem afronte as figuras de uma do que chama de uma vida desconhecida essa vida insondável do bártolo ou então esse saber eh inexprimível uma espécie de saber Esotérico que ele tem mas ele não comunica entende mas ao mesmo tempo tá mostrando que não quer entrar no saber Dom ante entende que ele está ali para [Música] reproduzir isso são visões e audições possibilitadas
por uma linguagem que vá ao máximo do que ela pode que chega a inima potência que seja que chega ao limar de intensidade vou dizer isso de outra maneira que é uma ideia importante e complicada quando se consegue Para retomar a ideia de prus quando se consegue criar uma linguagem estrangeira na própria língua olha veja a questão da Diferença você escapa da linguagem comum da linguagem não é isso canônica ao transformar sua linguagem materna numa linguagem estrangeira porque é criada somente eh por você a nesse momento a lem sofre ou R vira a volta ela
é levada a um limite assintótico é levado a um de Fora que consiste em visões e audições ora visões e audições são coisas fora da língua eu tava querendo dizer ele não reduz a literatura um fenômeno de linguagem além da linguagem está essa criação de uma outra coisa ajudado pelas pela linguagem que é vista como condição o escritor é alguém que cria uma sintaxe literária intensiva é esse é gramatical é esse é sintático com que objetivo para ver e ouvir nos interstícios da linguagem nos desvãos da linguagem com esse objetivo que eu já calei de
revelar a vida nas coisas uma vida intensiva nas coisas que aparentemente não tem intensidade aí eu introduzo um tema que di respeito a isso que é muito interessante e que vai permitir ligar ao que eu falei ligar mais uma vez com o que eu falei na primeira palestra é que é o tema do Devir o tema do Devir é um tema muito importante é um tema que faz a filosofia né a filosofia começou com a discussão sobre o ser e o Deli me parece que o tema que mais interessa a deles no que diz respeito
a esse de fora da linguagem é o devio o que é o devio aí eu vou dizer eu tomo primeiro como sinônimos três termos delios Devir desterritorialização e linha de fuga são três termos para quem já leu o Del sabe que são muito importantes na filosofia pois bem Por que que o Del fala de Devir primeiro ele fala do Devir em contraposição a ideia de imitação Dev vir outro tornar-se outro é o contrário de imitar de produzir diz é o contrário da identificação ou da semelhança se lembra que eu falei da teoria das ideias de
Platão falei do modelo não é e das cópias ou a boa cópia e a má cópia não é e a boa cópia é aquela que que se assimila que se assemelha ao modelo Ora se você privilegia o conceito de Devir em detrimento do conceito de ser você tá querendo eh eh formular uma crítica do modelo e propor um pensamento capaz de dar conta da diferença significa dar conta da diferença sem subordinar à identidade quer dizer eu podia dar uma definição no Hipopó deliana seria Devir esse desterritorializar em relação ao modelo isso é muito interessante del
tem um pequeno texto assim de duas três partes chamado filosofia e minoria e e nesse texto que ele integrou no livro dele 1000 plates ele tenta mostrar que o seguinte que eh o menor quer dizer a minoria eh é escapa é um processo pelo qual se escapa do [Música] modelo e ele então dá um exemplo que é muito interessante que é o conceito de homem homem então ele diz quando se define modernamente o conceito de homem há um privilégio como correspondendo ao modelo de homem o quê o fato de ser Branco isso pra gente é
muito interessante porque ninguém aqui é totalmente branco eh eh o homem hoje eu acho interessante isso o homem hoje eh é mais o branco do que o negro do que o índio né eu me lembro quando nós demos curso lá para índios não é isso no já fiz isso curso para Índios lá no alto Rio Negro e era muito interessante você descobrir em muitos hos que o grande desejo dele era Ser branco e você via naquela cidadezinha lá cheia de tribos entende que você com seus olhos que viam de fora não via diferença mas um
era profundamente branco tinha todos os valores do Branco correspondia totalmente ao modelo era boa cópia do homem e discriminava o outro porque era ío entendendo e eu ficava impressionado com aquilo e eu quer dizer É lógico eu tive que dar algum curso lá usei e eu para mim era muito claro e eu diz olha a única chance que você tem na sociedade é se integrar como índio e não querer ser branco porque você vai ser sempre um sub Branco tá entendendo quer dizer uma cpra uma cópia tá entendendo essa é muito interessante essa ão que
o deles faz sobre identidade e diferença porque ele tenta justamente mostrar que muitas vezes a gente fala de assumir não é isso a nossa identidade tá entendendo mas nessa perspectiva mais filosófica não tem sentido dizer isso é justamente assumir a diferença porque a identidade É sempre Universal o conceito de identidade nela mesmo eh implica eh uma universalidade então ele tentava dizer isso por exemplo há muito mais humanidade no branco do que no negro no índio sei lá no sub bom no europeu o americano muito mais do que no indiano no brasileiro no latinoamericano tão entendendo
é lógico a gente não pode segir o modelo de homem oo contrário a gente é meia escencia tá entendendo então É nesse sentido todas essas teorias antropofágicas são maravilhosas porque justes querem comer o modelo tá entend deglutir aquilo e fazêlo explodir Então você tem isso eh o homem como branco não é isso como eh como europeu e o delz vai como adulto muito mais do que como criança por exemplo aqui dentro né a ideia de criança nem existia né que já estudou Foucault sabe isso a ideia de autonomia da criança a criança era um sub
homem não existia nem roupa hoje né pra criança etc cada vez mais a criança é capturada né a Idea do fou que é uma maneira justamente de capiturar as família através da criança tá entendendo mas a criança né basta você ver o quadro que o focou estudou as meninas né como é que as meninas do Velasco se veste né como como adultos né tá entendendo tô chamando atenção para isso portanto e do ponto de vista da cor ou então do ponto de vista da sexualidade né Muito mais o o homem é muito mais o o
heterossexual do que por exemplo o homossexual né até hoje ainda no Brasil a até na campanha eleitoral a questão ainda tá em jogo lá e ativando é muito e tudo isso é muito complicado tá entendendo então tô chamando atenção que essa teoria do Devir eh in noeles é muito interessante porque ela se contrapõe a imitação a reprodução a identificação a semelhança e é uma maneira de formular essa critica ao modelo como modelo de identidade e propor um pensamento capaz de dar conta da diferença sem subordiná-lo à identidade então ele vai desenvolver que eh Devir não
é atingir uma forma ao contrário é escapar de uma forma dominante eh e ele diz que o Devi também não é metafórico o Devi é real eh quando alguma coisa se torna uma outra eh isso não signif ex gente fala do Devir animal e Devir animal ele fala Devir animal fala Devir mulher isso não significa que você vai ser animal como uma forma quer dizer Começar a andar como um animal a cacarejar como uma galinha e assim tá entendendo isso isso é o não tem não tem sentido isso é um aspecto Justamente que eh que
foge da questão fundamental do Devi que é a questão da intensidade eh ele ele diz então o seguinte que o Devir é animal sem que haja um termo que seria um animal que alguém teria se tornado como entender isso me parece que é possível se tornar eh entender a partir de uma distinção que ele faz entre o que é molar e molecular que me parece que corresponde muito ao que o foc distinguia eh o o micro e o macro né quando falar de micropoder macropoder etc etc né Eh quando você fala de eh o que
se chama de animal real é o animal tomado em sua forma ou da dimensão molar enquanto que o molecular é a intensidade o espinos m ele diz que é a dimensão que diz respeita às partículas e as relações de movimento de repouso que justamente dão uma intensidade a um determinado corpo então ele vai dizer que Devir animal é emitir partículas que entram em relação de movimento e repouso com as partículas animais Devir mulher não é se tornar mulher de uma maneira macro de uma maneira eh da forma para ele é justamente captar O que a
mulher tem de minoridade não sei se eu dei esse exemplo quer dizer eu aliás eu esqueci sintomaticamente esse exemplo eh na ideia do Dev vir como escapar do modelo quer dizer o homem é muito mais maior do que a mulher é maior idade o maioria desculp maioria do que a mulher e é engraçado a gente sabe que existe mais mulher no mundo do que homem mas isso é quantitativo mas qualitativamente o homem vale mais do que vocês todos sabem disso né basta pensar no mercado de trabalho entende todo mundo sociólogo estudando isso o homem é
muito mais bem remunerado do que a mulher e outras coisas né relação de poder uma série eh de coisas então quando se fala de Devir mulher ou se transformar em mulher justamente é é captar esses elementos tá entendendo que entram na vizinhança nessa zona de indiscernibilidade eh das mulheres O que é é procurar um encontro encontro entre dois reinos diferentes tá entendendo entre o que você é e o de fora tá entendendo aquilo que você não é por exemplo o humano eh e o animal tá entendendo é se desterritorializar quer dizer o o nich valorizava
muito essa ideia de você assumir o seu lado animal tá entendendo que ele achava que é al moderno com toda eh com toda etiqueta que foi criada eh faltava essa manifestação da animalidade então eu gostaria de dar dois exemplos estudados por delese muito bem porque veja bem são temas literatos são super enigmáticos mas os literatos abordaram essas questões e a gente lê a gente não entende muito bem mas fica fascinado porque eles criaram aquilo dentro dessa linguagem Ah tá entendendo como uma língua estrangeira os dois exemplos dizem respeito primeiro ao romance de nelvin que é
o mob di e depois a uma peça de clist que eu digo para vocês é a maior peça que eu já li chama-se pentes Leia não sei se vocês já viram falar dela eu até fiz uma tradução com um amigo e uma adaptação dela para para para palco porque é uma Peça imensa que dá 6 7 horas e com 30 atores então é impossível assim mas eu fui totalmente seduzido por essa peça de classe um dia vocês aliás se vocês forem na internet um safadinho aí botou minha tradução assim na na internet aí vocês podem
ler botem pilé que vocês vão vão vou encontrar eh Você sabem que o mob Dick conta a história de um Capitão não é que é o capitão arab cujo projeto de vida era captar capturar a baleia branca que é [Música] mobid e essa relação com a mobic é mais fundamental do que tudo na sua vida bom ele já tinha durante a vida toda tido embate com ela não sei se se lemam quem já leu que ele tem uma perna né que é justamente de osso de Baleia porque ele já sofreu muito com o Bob Dick
já fez o Bob Dick sofrer muito ela é cheio de arpão entendo que ele colocou nela Então ele negava a lei fundamental dos baleeiros que toda baleia é boa para ser caçada ele não se interessava com baleia nenhum ele só ia eh em torno e na direção de Bob eh então retomando a terminologia do Del que eu tava explicando o capitão arab é alguém que vive um Devir baleia Irresistível tá entendendo o tornasse baleia isso para ele ninguém sabe por ele era um louco Fale ai de novo questão entendendo essa questão do enigmático que tá
sempre presente na obra eh do do o melv e é como se ele fizesse uma aliança com bobik só que uma aliança monstruosa eh com a baleia a mesma coisa acontece com pentesiléia pentesiléia é uma figura eh de um Amazona a a tribo dos Amazonas o povo das Amazonas já aparece na elada eu Teve uma época estudei Elí descobri duas menções as amazonas que veio lutar ao lado dos troianos contra os gregos e existe todo um ciclo de Aquiles né na poesia quinto de Smirna por exemplo escreveu sobre o embate de pileia rainha das Amazônias
ees talvez vocês sabem essa história que Aquiles era o melhor dos gregos portanto Imbatível na luta e as as amazonas era um povo guerreiro que os maridos delas tinham sido mortos por uma tribo invasora e ela resolve no dia dia em que elas todas as mulheres da tribo que sobraram tem que casar com os homens elas resolveram apunha lá mataram todos os homens e resolveram constituir um povo só de mulheres por O que que significa Amazona é sem seio porque na hora em que eles proclamaram esse estado uma delas que teve medo assim mas como
é que a gente vai guerrear com os nossos fartos seos então a rainha pegou a espada decepou o seu seio e daí elas são Amazonas diz que S não tem uma mama eh mas acontece então criaram um povo onde homem nenhum daria ordens acontece que elas envelhecem começa a morrer então de tempos de tempos tem que ter filho então o que que elas fazem elas procuravam tribos valorosas para caçar os homens mais valorosos trazer para lá e no meio de Fest ter filho com ele e depois de ter fil mandar ele volta mandar de volta
sua terra e se se ela esse tido um homem aí sabe muito bem ou matava os garotinhos ou então dava de presente aos outos Para ele levar pra terra dele eu prefiro essa segunda versão era muito BX palat pois bem pentas leia chega na época em que tem que procurar um homem para ter um filho e ela quando tocou noos gregos que estão lutando justamente com o Troia ela vai então defender os troianos e quando ela vê Aquiles e Aquiles vê pileia eles ficam totalmente enamorados então para aquil só existia pentes leia para pentesiléia só
existia aqui agora vejam bem no mundo das Amazonas o amor não tem importância e ela caiu amorosa dele foi a a foi a perdição por quê Porque a o amor dela por aquilo só seria possível se ela fizesse Aquiles Prisioneiro para ter um filho com ele etc Aquiles vai lutar com ela na versão mítica grega né porque eles estão caçados né Aquiles vai lutar com ela que que faz fere ela mortalmente e mata pileia só que na hora que ele mata ele tira o como é que se chama o o Elmo né e e fica
totalmente siderado pela beleza dela então é muito engraçado no mito ele se apaixona por uma morta porque ele já tinha acabado de Matara que que fez o CL com a loucura dele ele eh fez os dois combaterem e no momento em que Aquiles que era indestrutível vai matá-la vê o seu rosto e fica totalmente siderado por ela tá entendendo e o golpe que ele dá não é um golpe mortal ela desmaia e quando cheg as outras Amazonas conta a história para ele que a tribo só pode ter uma relação amorosa uma relação com outro homem
se vencesse ele na guerra o Aquiles que tá totalmente apaixonado por ela resolve representar o papel que ele foi eh dominado e começa a representar o papel e ela tá super feliz porque ela venceu o invencível aqui ele vai levá-lo paraa sua tribo e eu aqui disse tudo bem eu vou nessa eu amou eu fico três meses com ela qu dizer vai ser uma maravilha nessas festas e depois eu convido ela para ser minha rainha lá na minha terra etc tá assim né E nisso quando eles estão nesse guilho chegam as amazonas eh disposto a
acabar com os gregos então isso reacende nele a coisa de homem a coisa de guerreiro n é porque sabe é toda essa mitologia Épica é homem a mulher não tem vejos né a mulher entra por exemplo nas bacantes não é mas é uma coisa masculina né a o deonizia que era um era um um um um ritual de mulheres mas todo mundo étnico é um mundo profundamente eh de homem onde a mulher não tem eh não tem importância não tem eh nenhuma como e como valor pois bem ele então faz dela prisione ela não aguenta
a história eh e ele vai embora e resolve Então criar uma estratégia diferente ele resolve sair só para enfrentar pril ele manda um um eh um emissário chamando ela para um duelo e ele vai encontrarla sem coraça nada somente com uma uma lança para dar a impressão que ele está armado só que a pileia que tinha sido e ferida que estava Ferida por ele e fica revoltada e diz como é que aquele sujeito dizia que gostava de mim se agora ele sabendo que eu estou doente né que eu estou ferida me chama eh para um
duelo e ela avança com ele segundo o texto lá do clássico elefantes a matilha de louros de e resultado ela dá uma flechada dele ou manda uma lança no pescoço e domina ele eh e come é interessante disso porque come literalmente entende é Valência que existe no alemão também da palavra comer ela e e a matilha devora entende eh aqui é um ato de canibalismo e bom e e e ela enloquece enlouquece enloquece e quando ela volta a si ela se mata de uma maneira muito bonita eh com palavras é engraçado ela ela o texto
é de uma de uma beleza extraordinária porque ela cria uma espécie de punhal de palavras um punhal simbólico entende que transpassa ela e ela morre é o livro é uma loucura é uma coisa eh eh maravilhosa pois bem o deles interpreta a pantes Leia eh valorizando essa questão do Devir como ele falava do Devir baleia do do arab do capitão arab aqui ele fala de uma de um Devir cadela né Justamente que ela se ela participa da martírio lá dos cães e dos lobos eh e o devora eh Então ela vive um Devir cadela ao
se precipitar sobre Aquiles e o despedaçar-se como se estivesse beijando então ela vai dizer isso beijar e comer é a mesma é muito parecido e eu exagerei no meu beijo é a o argumento dela é esse exagerei no beijo e Fi eh comendo ele e com isso ela com essa fixação em Aquiles ela rompe a lei das Amazonas Veja a questão da Lei como tá sempre presente nessa nesse tema do Devir que que todo Guerreiro valoroso é bom para ser seu cativo e lhe dar uma filha quer dizer ela foi ela se perdeu pelo amor
entendendo o amor de pileia faz com que ela transgrida as leis do do seu povo de que todo homem é bom se ele é valoroso tem para ser cado e se tornar uma um um pai do seu filho Pois bem pode se notar eu a partir daí começo a a concluir minha aula pode se notar que os personagem do capitão arábio do livro de melv e de pileia na peça de kist vive um Devir mas vive um Devir isso é muito interessante potente demais para [Música] eles Veja essa questão do do perigo que um Devir
pode acarretar é lógico se você tá vivendo de acordo com o princípio de Identidade do modelo você tá seguro seu papel está justificado perante a lei na sociedade eh tornar-se outro tornar-se mulher sei lá tornar-se negro tornar-se indígena entende eh é um filme interessante tá fazend filme é um filme chamado Mr kleim não sei se você ouviram falar desse filme que é muito interessante não é isso que é um francês não é ISS que tinha que era profundamente semita eh e que no belo dia ele começa a ser identificado como judeu e é muito interessante
o filme porque ele fica revoltado e ele quer sempre provar que não é judeu e tem intimações aí vai lá leva os documentos etc e cada vez a situação piora e piora tanto que ele fima sendo levado pro campo de concentração e é muito interessante porque no início ele fica revoltado no pouco a pouco ele vai sentindo aquela posição de dominado do num sociedade nazista e eh eh assume aquela posição eh de dominada é muito bonito tá vendo é um é um tipo de Devir eh a mais portanto é o perigo da história você capaz
escapar do modelo de identidade procurando formas alternativas de vida ora o que é que tem de perigoso aqui é que esse Devir intenso demais potente demais do arábio de pileia termina por demoli-lo termina por destruí-los termina por aniquilá-los quer dizer a paraeles do Devir da des territorialização na linha de fuga Olha aí tá vendo terese di o fundamental na vida não é a liberdade é fugir fugir isso não sei se Já pensaram fugir do Papel institucional qu diendo que pode ser o papel de professor pode ser também o papel de polícia é é difícil justamente
tornar-se outro na vida os outros n é g estipularam o que nós temos que ser e o comportamento é é é esperado por isso que eu não tenho corar de chegar aqui e realmente dá uma palestra de louco ou melhor que representando eh o l quer dizer há no Devir o perigo de desmoronamento de demolição de uma evasão de uma fuga que não dá certo E aí eu lembro uma frase de Espinosa que o dele adora que é mais ou menos assim nada é bom que ultrapassa a nossa capacidade de ser afetar pense nessa frase
se vocês refletirem sobre ela já valeu essa minha vida aqui se vocês cada um de nós tem uma capacidade de ser afetado não existe um critério não existe um critério único nós somos diferentes nisso digamos do ponto de vista dos afetos então um precisa de mais alguma coisa e o outro precisa de menos eu me lembro que quando eu era garoto eu vivi uma experiência interessante vou contar uma historinha que é quem faz parte do meu lado literato eh eu criança pernambucano reprimido eh adolescente num hora da noite sobretudo nos fim de semana a gente
se reunia no bar e bebia bebia bebia que você não pode maisar F você desid eu Eu que esqueci mas acontece que eu não sou bom de de CCO entendendo eu não não consigo beber muito e para mim era uma coisa uma experiência aterradora porque eu adorava estar ali Porque quanto mais a gente bebia mais a gente se libertava se liberava né então Eh se passavam coisa entre a gente no nível do afeto no nível das palavras que era uma coisa que gratificar todo mundo e aí eu me lembro que eu bebia bebia saía vava
e depois voltava e sentia que as pessoas gostavam muito de mim quer dizer Roberto bonita mas depois ele F mas era doloroso era muito e eu vocês sabe muitos anos depois que depois eu saí lá do Recife perdi totalmente contade com essas pessoas eu fui encontrar essas pessoas as pessoas el usava mesmo estratégia de beb aí já eram senhores casados al até Avós avós que ainda enchu a cara pra afetividade se liberar e foi engraçado porque eu disse eu não tá bom Aí eu resolvi contar essa história justamente de espinos Não não quero porque eu
justamente aprendi com o filósofo que nada é bom que ultrapassa a nossa capacidade de ser afetar então vocês precisam de tantos litros de de bebida eu não com esses copinhos que eu já bebi Eu tô no ponto certo eu tô no máximo da minha intensidade se passar disso vem a demolição vem a queda Vocês entenderam a moral da história na minha história então Eh essa ideia que eu acho muito interessante interessante quer dizer a gente bebia ali vocês devem ter essas ou outras experiências em busca de uma desterritorialização né escapar daquele território opressor não é
isso procurando novas formas de vida eh eh procurar uma linha de fuga n eu dizia o t falava o problema do mundo não é a liberdade é de procurar uma linha de fuga entendendo é de fugir daquilo que quer circunscrever o nosso papel entende de acordo com esses modelos eh identitários eh pois bem acontece que embora possa ser destruidora até mesmo mortal como a gente viu no caso do arab que ele é morto no final pela baleia branca ou no caso da pentesiléia que mata Aquiles suidos a questão importante é como a lha de fuga
pode ser vivida aí eu queria chamar a atenção porque o Del é muito marcado inclusive por uma teoria aristotélica que a teoria da Prudência é engraçado muita gente não tem esse conhecimento no que di respeito a direito mas ele gosta muito da ideia de prudência eh ele sempre enalteceu eh a prudência e por isso ela é bem inconsciente desse perigo eh da linha de fuga como se pode ver pelo modo como ele privilegia na relação e da literatura com o de Fora que é esse meu segundo tema um tema muito importante correlacionado a ele que
é o da saúde e da Doença vou terminar rapidamente me referindo a isso que que se trata ó o livro crítica e clínica já tá remetendo para isso trata-se da ideia que eu acho muito bonita que realmente me toca muito e que os artistas entre eles os literatos obviamente se eles são grandes né cantian M diria se eles são Geniais não é se eles são originais se eles são só singulares não é se eles criam não é um uma uma uma linguagem nova não é se eles criam um novo tipo de visão se lembra do
prust que eu citei vejo o meu livro como ele fosse óculos ele serve para ver se se vocês veem muito bem com eles continuem se não veem mudem de os então a ideia de visão tá muito presente no crusto e é lógico que o deles colheu isso ent pra sua própria eh filosofia pois bem a ideia do Del que eu acho maravilhosa é que os artistas se eles são grandes estão mais pró de serem médicos do que doentes talvez vocês não tenham pensado nisso ainda dirá médicos de si próprios e do mundo é lógico tá
retomando uma ideia Liana que diz que o filósofo é o médico da civilização e o está aplicando aqui para o caso do ar trata-se da ideia de que o escritor é um diag diagnostica é um sintomatología ou de um modo mais Geral do médico é um médico da civilização né que o artista é um clí que que ele tá querendo dizer com isso que o artista entre eles o o literato é alguém que analisa a doença do homem Olha aí o n falava o homem tá entendendo é do o homem isso é muito bom aqui
quando esse de esse desmatamento da floresta o homem é a doença de pele da terra anotem essa essa frase o homem é a doença de pele da terra pois bem eh o artista é alguém que analisa a doença do homem e avalia suas idades de cura então eu volto a um tema que eu já tinha abordado o Delírio da linguagem se lembra que eu disse grande artista é aquele que faz a linguagem delirar pois bem enlouquecer a linguagem fazer a linguagem delirar não é tornar-se louco não é tornarse louco de hospital para como para o
Foucault do nascimento da tragédia a loucura é uma prisão ent a loucura é a [Música] dissolução enlouquecer a linguagem não é propriamente eh ultrapassar a as fronteiras da razão o Del tem uma forma muito interessante é atravessar como vencedor as fronteiras da desrazão não é o grande tema da história da loucura do fou é loucura e diz razão né e o fou se perguntava como é que esses grandes literatos como Art por exemplo eh puderam justamente afrontar a razão sem cair na lura essa aqui é a grande entendendo então uma difença entre desrazão que teria
um sentido positivo e loucura que é o louco de hospital remediado que teria sentido negativo exemplos Maso escreveu um livro sobre SOS é Mazo ele diz que se mazok dá o nome a uma perversão que é o masoquismo não é porque ele era masoquista não é porque ele sofria dessa perversão mas porque ele apresenta o renovo do seus sintomas pros investig os signos mundanos amorosos sensíveis articos para descobrir a natureza dos signos uns são vazios outros são mentirosos outros são plenos assim por diante Para justamente ser possível ou dar um instrumento a gente como interpretar
os snos Isso é muito difícil a gente nãoé a gente vive num mundo que um faz sinal pro outro o tempo todo Como interpretar issoo se alguns são vazios outros são mentirosos Cica segundo o deles nesse livro Cica a literatura menor faz o diagnóstico também faz o diagnóstico de todas as potências diabólicas de um futuro terrível então né ele seria um visionário a ideia de como ele disse que o fouc era um visionário né porque pôde interpretar o signo justamente daquela sociedade que via e ver como é que fo remeter pro final é a mesma
coisa que ele diz com outras palavras V falar de cica dizer que ele também é um clínico também é um médico da civilização porque ele faz os diagnóstico dessas potências diabólicas do Futuro ter e nós estamos n PR dele a burocracia a tecnocracia e o fascismo que vocês sab que não morreu e continua ainda imperando bastante na nossa cidade e se CFC fazia isso era para encontrar uma saída aliás vou contar uma historinha também para terminar para apresentar aqui que é muito bonito no livro processo do cáo é uma historinha que me que que me
impressionou muito que me marcou muito assim que eu fico perguntando se eu não sou esse sujeito vocês podem perguntar min Irã coisa vocês a história de um sujeito que está na frente do Castelo para entrar e na porta que tá na frente dele tem um guarda e ele fica o tempo todo guarda vai ter que sair um momento lá para eu entrar e ele passa no fundo a vi dele todo em frente à porta do Castelo esperando que o guada vai embora aí tem num determinado momento que ele já tá muito velho tá para morrer
não consegue nem mais andar aí ele vê que o guarda tá fechando a porta e ele fica então e revoltado E aí ele pergunta mas por que que você tá fechando essa porta logo agora que eu não posso ter mais andar ele disse bom eu só tava aqui para a porta por onde você devia entrar eu já T vendo que você não pode mais entrar por ela vou fechar embora a porta e vou embora eu fico perando Será que eu com medo de entrar nessa porta porque ten guarda ent e possibilitando justamente essaa pois bem
tudo isso leva del a pensar o artista como literato como alguém que viu e ouviu alguma coisa grande demais entendendo há uma coisa grande demais desses grandes escritores forte demais e a gente pode até dizer intolerável demais quer dizer o escritor denunciando O que é intolerável nas nossas vidas e que às vezes a gente nem sente alguma coisa respirável alguma coisa de respirável que De tanto querer mostrar Ele é uma pessoa esgotada marcada pela própria morte Mas mesmo sendo de uma saúde frágil etc é alguém que é capaz de viver através dessas doenças do vivido
tornando tornando-se diferente do que é o PR F isso que dizia escrevo para ser diferente do que seu pois bem eu concluiria dizendo que escrever para del é uma tentativa de libertar a vida daquilo que aprisiona escrever é encontrar e indicar uma saída para via enfim escrever é encontrar novas possibilidades de vida novas potências da vida é isso [Música] aí então eu quero só para encerrar contar Miguel para fazer um Encerramento e dizer agradecer a Professor Roberto eh pelas duas brilhantes conferências e para nós é uma honra receber aqui professor e esperamos renovar e ter
em breve novamente o convite já tá feito e esperamos poder contar novamente su pres Y
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