MALDIÇÃO HEREDITÁRIA EXISTE? | Prof. Raphael Tonon - Lente Católica

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As maldições na família podem nos afetar? Entenda tudo sobre maldição hereditária nesta aula com o P...
Video Transcript:
Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus. Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte.
Amém. Muito bem, então vamos ao nosso assunto: maldição hereditária. Isso aí existe ou não existe?
Uma coisa muito importante quando a gente fala de maldição hereditária é que existem muitas superstições, e há muito desencontro e desconhecimento daquilo que a Escritura, daquilo que a palavra de Deus nos diz, e daquilo que a tradição da Igreja nos diz, né? Então, vamos diferenciar aqui uma coisa. Para um evangélico, um protestante, qual é a única fonte na qual o protestante bebe?
Na Sagrada Escritura. E, ainda assim, é uma escritura, né? Uma tradução bíblica com vários livros a menos, né?
Nós, católicos, temos aqui os 73 livros na nossa tradução bíblica, enquanto os protestantes admitem 66. Essa é a única fonte para eles. Para nós, católicos, existem três fontes.
A primeira fonte é a tradição. Antes de haver Bíblia escrita, o que havia? Tradição oral.
O primeiro livro bíblico a ser escrito foi no ano 60, 30 anos depois da Ressurreição de Jesus, né? Então, os apóstolos não eram repórteres que ficavam anotando tudo o que Jesus dizia ali em tempo real, não. A Bíblia apareceu muito tempo depois.
O Novo Testamento apareceu muito tempo depois. Quem juntou os livros bíblicos e formou o cânon bíblico foi a Igreja Católica. Então, antes do texto escrito, havia o quê?
A tradição. Para nós, católicos, o que importa em primeiríssimo lugar é a tradição, em segundo lugar, a Escritura, e em terceiro lugar, o Magistério, o ensino da Igreja. Se nós pegarmos a tradição da Igreja Católica do começo da Igreja até hoje, nós não encontraremos, por exemplo, nenhum Santo Doutor da Igreja.
Dos quase 40 Santos Doutores da Igreja, nós não vamos encontrar nenhum falando de maldição hereditária ou de cura da árvore genealógica, né? Então, às vezes pode ser que vocês já tenham ouvido falar isso: "Ah, existe um pecado, um vício que foi uma maldição do meu avô, do meu bisavô. Isso foi passando de geração em geração e chegou até a minha família, e chegou até a minha casa.
" Nenhum Santo Doutor da Igreja falou de maldição hereditária. Os Santos Doutores da Igreja, por que eles têm esse título? Isso significa que aquilo que eles escreveram é algo seguro, é uma doutrina segura, é uma interpretação da tradição da Sagrada Escritura e do próprio Magistério da Igreja.
É algo seguro. Os escritos de Santa Teresinha do Menino Jesus, de Santa Teresa d'Ávila, de Santo Afonso de Ligório, de São Francisco de Sales, de Santo Antônio, de São Bernardo de Claraval são de Santos Doutores da Igreja. Eles têm a missão de ensinar uma doutrina segura, e eles não falam de maldição hereditária, né?
Então, aquilo que a gente entende hoje por maldição hereditária é muito mais fruto de uma influência protestante que entrou no contexto da Igreja Católica. Então, o que acontece? Um pregador da Igreja Anglicana, um pastor anglicano chamado Macau, né, esse sujeito no século XX — algo recente —, ele começou a pregar a questão da maldição hereditária.
Ele pegou lá algumas passagens do Antigo Testamento, e realmente existem passagens no Antigo Testamento onde Deus diz que a maldição, inclusive a maldição do próprio Deus sobre uma pessoa, ela se estenderia às vezes por uma, duas, três ou até cinco gerações, né? Em alguns momentos na Sagrada Escritura, Deus fala em quatro gerações; em outros momentos, ele fala em cinco. Então, quer dizer.
. . pera lá!
Se existia uma maldição que se estendia, isso está na Bíblia, né? Esse pregador anglicano, né, o Macau, ele pegou esses textos do Antigo Testamento e começou a pregar bastante, a falar, a explorar essa temática da maldição hereditária. Afinal de contas, está na Bíblia!
Ele começou a falar, e isso se popularizou primeiro no meio protestante e, depois, na década de 60, começou a entrar no meio católico. Então, os pregadores católicos começaram a falar em maldição hereditária, só que é um assunto que não tinha aparecido na teologia católica até então, não. Pelo menos, não com esse nome.
Aqui que está o segredo da coisa, então. Quer dizer, na Igreja Católica não se falava de maldição hereditária. Falava-se, mas não com essa nomenclatura e nem com este entendimento que nós temos hoje, né?
Então, este entendimento de um pecado que alguém cometeu lá atrás e todo mundo vai cometendo, né, como se fosse algo inescapável, né, como se fosse uma espécie de algo incontrolável, né? Então, esta concepção que, inclusive, às vezes a gente escuta alguns pregadores católicos trazendo essa percepção, é como se um pecado cometido, sei lá, pelo bisavô do sujeito necessariamente vai ter influência sobre o sujeito. Essa visão de maldição hereditária a Igreja nunca teve.
Agora, o que a Igreja Católica já falava antes e continua falando hoje é que pode, sim, haver uma influência — influência, veja bem, a palavra correta seria influência — do mal cometido no passado sobre as pessoas do presente. Mas não passa de influência! Não é uma coisa que condiciona a pessoa.
Por quê? Porque nós temos livre arbítrio. E aqui a gente tem que tomar muito cuidado para não escorregar e cair num erro de fé.
É um erro de fé acreditar que aquilo que um antepassado fez necessariamente exerce um poder hoje sobre as pessoas e um poder, assim, extremo que supera a liberdade da pessoa. Isto é uma heresia, um erro de fé, entendeu? Então, a gente tem que tomar muito cuidado com isso.
Por quê? A Igreja Católica sempre ensinou. E por que a Igreja sempre ensinou?
Porque a Escritura ensina que existe o livre arbítrio. Deus. .
. ele. .
. Deu a cada um de nós o livre-arbítrio. Ou seja, eu posso arbitrar, eu posso escolher na minha vida o que fazer.
Eu posso até ter uma influência familiar para o mal, para o pecado, mas isso não me obriga a cometer um erro. Eu continuo sendo livre e eu continuo tendo o dever de lutar todos os dias contra o pecado. Certo?
Então, isso é muito importante. Nós temos que entender bem as coisas. Entender bem as coisas, certo?
Então, infelizmente, às vezes, por ignorância, até em alguns grupos — até grupos católicos mesmo — dentro da igreja, seja grupos de oração ou até pregadores católicos muito bem-intencionados, mas, às vezes, por falta de conhecimento teológico, acabam afirmando, tal como às vezes os protestantes fazem, que a maldição hereditária exerce uma influência inescapável. Agora, até entre os protestantes não há um acordo. Existem várias linhas, né?
Entre os pregadores protestantes e em várias dessas linhas, os nossos irmãos protestantes evangélicos concordam com a visão católica. E qual é a visão católica? Existe uma influência, mas essa influência não determina a ação do sujeito.
Então vamos esmiuçar isso aqui. Suponhamos, então, que um antepassado meu fez um trabalho em alguma outra religião, fez um sacrifício, uma oferenda e consagrou a família ao demônio. Isso terá uma influência?
É lógico que terá uma influência, assim como você consagrar sua família ao Sagrado Coração de Jesus vai ter uma influência espiritual benéfica. E se você fizer um malefício, uma bruxaria, um pacto com o diabo, consagrar a família ao diabo, isso vai ter uma influência maléfica sobre a família, é claro. Existe uma influência espiritual, só que aí tem um detalhe: esta influência espiritual não é determinante.
É uma influência. Ou seja, o mal terá, a partir desta consagração, uma autorização dada por alguém daquela família para atuar sobre aquelas pessoas. Agora, qual é a melhor maneira de você romper com isso, de você cortar isso?
É colocar Jesus, né? Então, se você enche a sua vida de Jesus, se você enche os seus pensamentos de Jesus, se você enche o seu coração de Jesus, não tem espaço pro demônio. Então pode até existir uma maldição, mas você quebra esta maldição, você quebra a ação do inimigo através do quê?
De Jesus Cristo, que é o nosso Salvador. Então, vivendo na graça de Deus, se você se confessa, se você reza, se você reza o terço em família — eu falei nas lives das semanas anteriores — se você benze uma imagem do Sagrado Coração de Jesus e entroniza na sua casa para que Jesus reine na sua casa, você está enchendo o ambiente da sua casa não só de objetos abençoados, mas da presença de Deus. Então, quer dizer, o demônio não vai ter poder de ação sobre você.
Ele vai poder te tentar, mas se você vai cair ou não, tudo vai depender da sua escolha. Entendeu? Então, estas coisas não determinam a ação do indivíduo.
Agora, é claro, você pode falar às vezes para mim: "Mas Rafael, na minha família existe uma maldição hereditária, né? Meu pai bebia muito, meu pai bebia e brigava e falava palavrão e quebrava tudo. Aí meu marido também e meu filho também.
" Então isso é uma maldição hereditária? A gente tem que tomar cuidado para não confundir também e não atribuir ao demônio aquilo que é humano. Eu já disse isso aqui outras vezes, e eu repito: o demônio às vezes sofre calúnia e difamação.
Tem coisas que a gente atribui ao diabo que não são culpa dele. Muita coisa é culpa dele, mas há coisas que não são. Existem alguns maus hábitos, existem vícios que são aprendidos pelo ambiente, certo?
O ambiente determina o indivíduo, não determina o sujeito. Ele pode vir de uma família onde todo mundo bebe e ele toma a decisão de não beber. Ele é livre.
Agora, vai ser muito difícil. Por quê? Porque no ambiente todo mundo vive daquele jeito.
Todo mundo bebe, todo mundo fala palavrão, todo mundo trai, todo mundo tem uma vida bagunçada. Então, a chance de o sujeito ter uma vida bagunçada também é muito grande. Por quê?
Porque nós, seres humanos, aprendemos as coisas por imitação e observação. Quem tem filho pequeno ou quem já tem os filhos maiores sabe disso. Como nossos filhos aprendem as coisas?
Eles aprendem aquilo que a gente ensina, mas eles também aprendem aquilo que eles veem dentro de casa. Aliás, eu digo: até eu, que tenho meus filhos pequenos, vejo isso com eles todos os dias. Aquilo que a gente ensina oralmente, eles até aprendem, mas aquilo que eles veem a gente fazer, eles aprendem muito mais.
Por quê? Porque o ser humano aprende por observação e imitação. Então, se você tem o hábito de rezar, o seu filho vai rezar por imitação.
Ele está vendo você rezar; ele adquire esse bom hábito. Pode ser que, lá na adolescência, que é uma fase mais difícil, ele até se revolte um pouco, queira se afastar da religião, etc. , mas até aí, tudo bem; é algo normal da fase, né?
Mas depois ele volta. Por quê? Porque ele adquiriu um hábito; ele viu em casa, ele aprendeu em casa a rezar.
Isso vira um valor para ele. Agora, do mesmo jeito, aquilo que é ruim ele vai acabar aprendendo. Se o pai tem um hábito de desorganização — eu, por exemplo, às vezes deixo aqui as minhas coisas muito bagunçadas — dando um exemplo meu aqui.
. . Filha, é assim, é igualzinho a mim, né?
Então, se eu não começar a colocar minhas coisas no lugar, ela, por tabela, também não vai aprender isso. Não é uma maldição hereditária, isso é uma contingência do pecado, né? Dos meus defeitos pessoais.
E aí eu tenho que fazer o quê? A CESE? O que é a CESE?
É o esforço pessoal, contando com a graça de Deus, para corrigir os meus defeitos, para que os meus filhos tenham direito a ter um pai cristão e um pai que lhes ensine o bem, né? É um direito que os nossos filhos têm, entendeu? Então, não se trata de maldição, se trata da contingência do pecado.
Então, tem gente que fala: "Ah, mas meu pai xingava muito, na minha casa também é assim, é uma maldição! ". Às vezes não, às vezes é só um mau hábito mesmo, né?
E aí este mau hábito se transmite. Então, teologicamente, do ponto de vista da teologia, a única maldição hereditária que ela é transmitida mesmo e afeta todo mundo é o pecado original, é o pecado de Adão e Eva. Isso é maldição hereditária, né?
Então, a grande maldição é o pecado, porque o que é o pecado? É a desobediência ao plano de amor de Deus. Qual é o plano de amor de Deus?
Deus nos criou para sermos felizes. E como nós seremos felizes? Estando junto com Ele.
E o que o pecado faz? O pecado desobedece. O pecado é a desobediência, ele é o rompimento da aliança com Deus.
Então, o pecado original foi cometido por Adão e Eva e ele se propagou na humanidade de maneira misteriosa, o catecismo da Igreja diz isso. Então, isso é uma maldição hereditária mesmo, é a única maldição hereditária de fato que exerce uma influência sobre todos nós. Nós somos batizados.
O que o batismo faz, enquanto efeito espiritual? Ele apaga o pecado original, mas ele não apaga em nós, ele não tira de nós aquilo que chamamos de concupiscência. O que é a concupiscência?
É uma inclinação para fazer o mal. É como se você estivesse na beira do precipício o tempo todo. Então, há em nós uma inclinação para o mal.
O pecado original foi apagado pelo batismo, nós somos remidos em Cristo, mas fica em nós uma inclinação para o mal. Então, essa maldição hereditária é apagada pelo batismo, mas os efeitos dela ficam em nós. A inclinação para o mal fica em nós, entendeu?
E aí, o que acontece? Agora, é claro que se um antepassado seu consagrou a família ao demônio, praguejou, lançou maldições sobre os filhos, sobre os netos, isso exerce uma influência espiritual. Só que esta influência pode ser quebrada facilmente e nós temos os meios.
Quais são os meios? Confissão, comunhão, oração frequente. Ponto final, né?
É através do sangue de Jesus que nós vamos vencer isso. Aí acabou. E aí temos que tomar cuidado para isso não virar superstição.
E tem gente que fala: "Não, porque eu tenho uma maldição hereditária. Então, qual oração eu rezo? Ah, essa oração é mais forte, aquela é mais forte!
" Pronto, virou superstição, né? Superstição e religião de verdade não são a mesma coisa. Superstição é união com Deus em vista da salvação da nossa alma.
Esse é o grande desejo de Jesus, que nós nos salvemos. O sangue de Cristo derramado na cruz não foi em vão, é para que nós nos salvemos. Então, temos que nos apropriar disso.
E como eu me aproprio disso? Me confessando, com uma vida sacramental, praticando a caridade. O que é praticar a caridade?
Fazer o bem sempre, né? Tentar me tornar melhor. Ah, mas eu tenho muitos pecados.
Muito bem, todo mundo tem, nada de diferente. Até aí, né? Não é só você que tem muitos pecados, todo mundo tem.
Todo mundo precisa de conversão. Então, é dar o passo e, na medida em que você enche de Deus a sua vida, não há espaço para o demônio. Quem é que foge?
Quem é que se põe em fuga? O demônio. Se você reza sempre dentro da sua casa, o demônio não suporta quem reza.
Se você vive para Deus, isso, né? Não tem exorcismo melhor do que isso. E aí, muita gente às vezes recorre ao padre e vai até o padre: "Ai, porque padre fulano de tal, ele é exorcista, eu vou até lá para ele fazer um exorcismo, uma oração de libertação.
" Porque, na minha casa, tem muita briga, muito problema com drogas, com álcool, com isso, com aquilo, infidelidade matrimonial, e são vários problemas. Isso é uma maldição hereditária? Pode ser que não, né?
Pode ser que não. E aí, o que você vai fazer? Você vai encher de Deus aquele ambiente.
Agora, é claro, lembra daquilo que eu falei: se um antepassado seu lançou essa maldição sobre os filhos, sobre os netos, isso vai exercer uma influência. Mas se você fecha todas as portas, então, né? É mais ou menos assim.
Imagine uma casa. Você tem uma casa com muro baixo, você não tem o seu portão de ferro, é um portãozinho de madeira, fraquinho, né? O muro é baixo, suas janelas são todas de vidro, é tudo bem vulnerável, né?
Agora, se o seu vizinho tem uma casa com muro alto, com cerca elétrica, as janelas bem travadas e bem fechadas, qual casa é mais fácil para o ladrão roubar? A sua ou a do vizinho? A sua, porque o muro tá baixo, não tem cerca elétrica, o portão é fácil de arrombar, né?
Assim é a nossa alma. Então, se você blinda sua alma com uma vida. .
. Sacramental, uma vida de oração e buscando fazer o bem. O mal, ele vai te tentar, ele vai te perturbar, mas ele não terá acesso, ele não terá poder sobre você, ele não terá poder.
Então, o que é importante que a gente faça espiritualmente? Que a gente fortaleça as nossas defesas, rezando constantemente com perseverança. Ah, mas na minha casa ninguém reza.
Muito bem, reze você então. Você vai ser esse sinal de Deus na sua casa. Então, você vai rezar, você vai ter essa perseverança, você vai ter essa busca de Deus, mesmo que ninguém mais tenha.
Agora, o que acontece? Uma coisa é fato: o diabo consegue agir melhor onde existe confusão, desarmonia, engano, pecado. Por exemplo, numa casa onde, sei lá, tem um sujeito que trai a mulher, tem o outro que é entregue ao vício da bebida, tem um outro que vive praguejando e maldizendo.
É óbvio que isso aí vira pasto para o diabo. Poxa vida, né? A pessoa está abrindo as portas para o mal, e é claro que o demônio atua mais facilmente onde as portas estão abertas.
Mas aí não se trata de maldição hereditária, se trata de abrir as portas ao mal, permitir que o mal aja. E o que leva as pessoas a fazer isso? A falta de conhecimento de Deus.
Se as pessoas tivessem um conhecimento adequado de Deus, não fariam isso, entendeu? E é por isso que a gente fala da necessidade das pessoas terem esse encontro com Deus, porque a partir daí a pessoa começa a mudar os seus hábitos. E aí a pessoa não percebe que o poder está na mão dela.
Às vezes, o sujeito é batizado, fez a primeira eucaristia e vive numa vida toda atrapalhada, toda bagunçada. E aí, às vezes, é o exemplo que eu estava dando aqui agora há pouco. Às vezes, a pessoa vai até o padre, até o exorcista.
"Ai, padre, faça uma oração sobre mim aqui, porque eu estou percebendo que tem muita coisa dando errado na minha vida. Eu acho que é uma maldição, acho que alguém fez uma macumba, um malefício. " Não.
Aí você vai ver a vida da pessoa. Às vezes, a pessoa está lá e não reza, por exemplo. A própria pessoa pragueja, fala palavrão o tempo todo.
Então, quer dizer, essa pessoa não precisa nem de diabo para tentá-la; ela mesma atrai a maldição sobre si, entendeu? Ou o sujeito vive lá amasiado e fala: "Ai, padre, vai lá procurar o padre, fala: 'Padre, que o senhor reze uma oração de libertação por mim'. " Então, você quer maior maldição do que viver em desacordo com a lei de Deus?
Então, case na igreja. Se a pessoa está vivendo numa situação irregular, vá buscar um padre, vá casar na igreja. Se case na igreja, se confesse, receba os sacramentos.
O que é maior maldição que essa? Você mesmo às vezes procura a maldição para a sua vida. Então, não é uma maldição hereditária, não é o seu avô ou seu bisavô; muitas vezes, é você mesmo que está amaldiçoando a sua vida pelas escolhas que você faz, pelas atitudes que você toma.
Então, você, em primeiro lugar, como um ser que foi criado à imagem e semelhança de Deus, você é livre. Então escolha bem. Use a sua liberdade para escolher bem e para buscar viver as coisas em Deus.
Isso é importante para que a gente não comece a criar superstições. Então, às vezes, a gente vê muito católico: "Ah, essa oração é uma oração muito forte, é uma oração de poder. Então eu vou rezá-la para romper com toda maldição, fazer uma cura aqui na minha árvore genealógica, etc.
" E tal, realmente lá no passado da sua família pode haver pecados no seu avô, na sua avó. Podem haver votos, por exemplo, em que, por exemplo, um antepassado seu rogou sobre ele algum tipo de praga, algum tipo de malefício, e ele mesmo, às vezes, não percebeu que fez isso. Isso exerce uma influência; é claro que exerce.
Só que aí o que você vai combater isso? Com três coisas: oração, penitência e conversão. E, sobretudo, a melhor oração para essa cura, o que o pessoal chama de cura da árvore genealógica, a melhor oração é você rezar pelos falecidos da sua família, pedindo a Deus que, se eles estiverem no purgatório, as suas orações, as suas penitências os alcancem.
Essa é a melhor maneira. Então, você reza pedindo a Deus para que tenha misericórdia. Por quê?
Porque os pecados dos seus antepassados podem prender o seu antepassado numa situação de purgatório, por exemplo. Então, a melhor coisa que você pode fazer por eles é rezar por eles para que eles saiam do purgatório. Então, a gente tem que tomar muito cuidado com os desvios nesse campo.
O site da Renovação Carismática Católica, o site da RCC, tem uma orientação a respeito dessas orações. Vou até ler para vocês aqui o texto que está lá no site da Renovação Carismática Católica. Depois, eu convido todo mundo a entrar lá e ler quais são as orientações da RCC a respeito destas orações sobre maldição hereditária.
Então, olha que interessante: isso aqui está lá no site da RCC Brasil. Faz sentido, portanto, que uma pessoa passando por um processo de cura possa ser grandemente ajudada pelo reconhecimento desses padrões ligados às gerações e por orações pedindo ao Senhor especificamente que rompa o. .
. Ciclo não saudável e cure as feridas causadas. Ou seja, se a pessoa identificou alguma coisa que é ruim na família dela, veja bem: pode ser que isso não seja uma maldição hereditária, é um problema hereditário e não uma maldição.
Pode se tornar uma "maldição" no sentido de que todo pecado é uma maldição, e a maldição das maldições é o quê? O pecado original, certo, que se transmite a toda a humanidade, né? Que é o que eu já expliquei.
Então, olha que interessante: a RCC diz o quê? Então, se o indivíduo notou que alguma coisa na vida dele, na família dele, realmente foi um desvio grave e que exerce uma influência negativa, então o que esse indivíduo vai fazer em oração? Ele vai pedir ao Senhor, ao Senhor Jesus, né, que rompa o ciclo não saudável.
Então, quer dizer, como que você rompe isso? Assim, pedindo a Jesus que o sangue de Jesus te lave, que o sangue de Jesus recaia sobre você. O sangue de Jesus já recaiu sobre nós quando nós fomos batizados.
Só que o que acontece com a gente, né? Nós, pobres pecadores, nos esquecemos das graças que recebemos no batismo e no crisma. Então, essas orações de cura, o que elas fazem?
Elas ativam em nós aquilo que já existe. Quer dizer, todo o potencial de cura e de conversão já está em nós, ele já foi plantado em nós quando nós recebemos o batismo e a crisma, né? Que são os dois sacramentos que imprimem caráter em nós.
O terceiro sacramento que imprime caráter é a ordem, né? Mas aí, nem todos recebem. E aí, o site da RCC segue com essas orientações, dizendo o seguinte: "Olha que interessante!
Entretanto, é também possível ver como esta forma de ministério de oração por cura pode degenerar em práticas anormais, manchadas por superstições ou erros teológicos. " Esse é o assunto que estamos tratando aqui, né? Por exemplo, um ministério de oração pode afirmar ter um discernimento detalhado sobre supostas maldições ou outras influências de ocultismo que aconteceram há muitas gerações atrás, as quais devem ser removidas por alguns tipos específicos de oração.
Então, aqui já começa um problema: quando você começa a dizer que "essa oração é mais poderosa que essa oração", "essa oração produz mais efeito que essa oração", pera lá! Aí, a gente começa a mentalizar o poder da oração e não pode esquecer que o que apaga o pecado em nós e é capaz de bloquear e romper qualquer laço de pecado é a confissão. É a confissão!
Não adianta nada o sujeito rezar mil orações, participar de mil terços, praticar mil devoções se ele não buscar um sacerdote e fizer uma confissão sincera. Não há o que fazer; o mal vai continuar tendo poder sobre essa pessoa. Por quê?
Porque ela não se confessa. E Jesus instituiu a confissão como sacramento, como caminho ordinário para o perdão dos pecados. Então, o demônio vai continuar tendo influência na vida dessa pessoa, entendeu?
Então, podem ver que, geralmente, né, pessoas que vão, sei lá, nesses. . .
às vezes, supostos videntes ou em cartomantes, ou em médiuns espíritas, você pode ver que, às vezes, essas pessoas vêm até com uma aparência de bondade. Por quê? Porque o diabo é inteligente, e o demônio, para poder seduzir as almas, né?
O que ele faz? Ele usa artifícios muito inteligentes. Então, às vezes, o que acontece?
O sujeito vai lá a uma cartomante, vai a um médium, né? Vai até a um centro espírita, às vezes, e aí, às vezes, o que é dito? Ele lá diz: "Olha, vá a tal igreja e reze tais orações" ou "Vá a tal lugar e acenda tantas velas".
Mas você nunca vai ver um sujeito desse dizendo para o indivíduo: "Vá até o padre e se confesse. " Por quê? Porque o diabo não trabalha contra ele mesmo.
Ele não trabalha contra ele mesmo, entendeu? Então, isso a gente tem que ter em mente: cuidado, né, com essas práticas que revelam muitas coisas e muitos detalhes e que ficam dando peso maior a uma oração do que a outra. Né?
Qual oração é melhor para cura e libertação? A Santa Missa, que é a oração por excelência, né? Depois da missa, qual é a principal oração que tem um poder e uma eficácia muito grande diante de Deus?
O Rosário, né? E as outras devoções, elas são boas, são. Elas são muito boas!
Todas as devoções que Deus suscita dentro da Igreja têm eficácia se você rezar com fé, né? Alguém de vocês aqui, que estava assistindo à live, né? Eu acho que é o nosso amigo de Paulínia, né?
Ele sempre coloca essa frase da beata Nhá Chica, né? Quando ele comenta aqui na live, ele coloca: "Isso acontece porque rezo com fé. " A beata Nhá Chica, né, era uma pobre analfabeta, uma mulher muito simples, muito, assim, humilde até.
E perguntaram para ela, um médico, visitando Nhá Chica, perguntou assim: "Mas por que as pessoas vêm até a senhora? A senhora reza e o que a senhora pede acontece? " Ela dizia: "Isso acontece porque eu rezo com fé.
" Então, quer dizer, qual é a fórmula? Não tem fórmula mágica! É rezar com fé.
Se você rezar o terço do amor poderoso e quem estava na live do amor poderoso pedindo uma graça com fé, Deus vai te dar. Se você rezar o terço da misericórdia, Deus também vai te dar. Então, a gente tem que tomar cuidado para que as coisas não virem superstição.
Então, ah, não, se eu rezar o terço do amor poderoso, Deus vai me dar. . .
Se eu rezar o da. . .
Misericórdia! Deus não vai me dar, poxa vida! Aí você já transformou a oração, que é uma coisa boa, inspirada por Deus, dada por Deus, em amuleto.
Então, essa é mais poderosa que essa superstição. Para nós, católicos, nós temos que extirpar esse tipo de mentalidade, né? Esta é uma mentalidade, aliás, muito agradável ao inimigo das Almas, que é o diabo.
Ele faz isso, ele vai transformando as coisas em superstição, crendice, para nos afastar daquilo que realmente vale a pena, né? Daquilo que realmente deve ser feito, né? Depois, eu sigo aqui ainda o texto da RCC.
Olha o que eles dizem, né? Rezar pela cura com base em tais especulações seria entrar no reino do gnosticismo, no qual a salvação dependeria de um conhecimento ao qual apenas algumas pessoas têm acesso. Olha que coisa, né?
O que é o gnosticismo? É uma corrente de pensamento que surgiu lá no começo do cristianismo, que dizia que somente algumas pessoas iluminadas teriam uma espécie de conhecimento reservado a algumas pessoas, né? Mas que não seria dado a todas as pessoas.
Você quer ver um exemplo de gnosticismo? O espiritismo é um exemplo de gnosticismo. O pessoal que vai buscar cirurgia espiritual, né?
E então, não porque são pessoas que têm que Ter uma certa caminhada aqui; aí, elas incorporam lá, tal, tal, tal. Então, tem uma série de rituais e de coisas, tal, tal, tal. Isso é um gnosticismo, né?
E aí, quer dizer, então é algo ad ali e não é isso que Jesus veio fazer. Não! Jesus falava às claras, né?
Jesus não fica criando entre-meios. Não! Os meios de salvação são muito simples.
Os meios de salvação estão na Igreja Católica, e eles são sete: os sete sacramentos, ponto final. Oração, penitência e conversão de vida é isso que vai acabar com toda e qualquer maldição. Então, a gente tem que tomar muito cuidado com isso, né?
Então, quais seriam as grandes superstições, assim, né? Eu vou citar aqui algumas, né, em relação a essas questões das maldições hereditárias, né? Por exemplo, qualquer ideia de que as pessoas carregam a culpa dos pecados dos outros, como se a culpa do pecado de um passasse para o outro, isso já é uma superstição, já é um desvio.
Por quê? Depois eu vou pegar aqui o texto de São Paulo, né, Palavra de Deus, aqui para a gente ver. Cada um responde pelo seu pecado.
É aquilo que eu falei: pode haver uma influência, mas ninguém vai pagar pelo pecado de ninguém; cada um responde pelo seu pecado, né? Depois, qualquer negação do livre-arbítrio ou da responsabilidade do sujeito naquilo que ele faz também é um desvio. Tem gente que fala: “Ah, eu bebo, mas é uma maldição hereditária, né, porque eu me lembro que meu avô dizia que todo mundo ia beber.
Ah, olha aí, eu bebo. ” Ué, mas você tem livre-arbítrio, né? Se você fizer o seu encontro com Jesus, se você rezar, se você bater firme ali e mantiver o seu propósito, Deus vai te ajudar, né?
Minha sogra, aí, eu vou dar um exemplo dela aqui, né? Ela tá assistindo à live, né? A minha sogra, ela fumava e ela, rezando, né?
Ela acompanhava os programas do Padre Marcelo, né? Pelo rádio, e ela fez um propósito: “Eu quero parar de fumar e eu vou pedir a Deus e Deus vai me dar a graça. ” Todos os dias, ela acompanhava o programa lá do Padre Marcelo e ela rezou, ela pediu essa graça.
Ela conseguiu! Nunca mais, né? Ela foi liberta disso, né?
Isso aí foi um benefício, inclusive, para a saúde dela, etc. e tal. Por quê?
É a questão de rezar com fé, com perseverança e confiar que Deus vai dar. Por quê? É o livre-arbítrio.
“Ah, mas se a pessoa pensar assim: ah, mas na minha família todo mundo, né? Eu, por exemplo, na minha família, tenho vários casos. Não é um, não; são vários casos de pessoas com problemas com álcool, com bebida alcoólica, né?
E são vários casos! Eu tenho um histórico assim. Então, ah, eu vou me apoiar nisso para beber?
” Então, sem eira nem beira! Não, eu tenho o livre-arbítrio, né? E eu tenho que limitar.
Eu vou dizer: “Ah, mas na minha família todo mundo bebe. ” Então, ninguém vai achar estranho o seu beber também. Ninguém vai achar estranho porque realmente tem um monte de gente, mas eu tenho livre-arbítrio.
Então, e aliás, não é o meu caso, né? Eu não tenho, graças a Deus, o problema com isso, mas se eu tivesse, o que eu teria que fazer? Pedir a Deus: “Olha, que o Senhor me liberte, que o Senhor me ajude.
” E teria que rezar ali com muita perseverança e Deus me daria graça, entendeu? E Deus dá quando a gente pede! Graças que são para a nossa salvação, Deus dá; são as únicas graças que Deus nunca nega, né, pra gente.
Depois, afirmações exageradas sobre conhecimento profético. Aqui, em outra ocasião, eu vou falar disso aqui mais profundamente, mas o que acontece, por exemplo, em um grupo de oração, sei lá, até um sacerdote. Existe um dom do Espírito Santo, que é o dom de ciência, né?
E um sacerdote, uma pessoa que está rezando, pode receber do Espírito Santo um dom de ciência, de entender algo que está ali, às vezes, escondido no coração daquela pessoa. Isso é um dom de ciência. E às vezes, uma pessoa rezando pela outra, né?
Esses tempos atrás, eu participei de um retiro em que um sacerdote ele partilhava com a gente, né. Que ele foi rezar por um homem, né? Não conhecia esse homem, Senhor, e ele teve uma palavra de ciência, né?
E, enquanto ele rezava, veio uma inspiração dizendo assim: "Reze por um problema no estômago. " E ele, para confirmar se aquilo, né, era algo que Deus estava inspirando, o que esse sacerdote fez? Ele perguntou para esse senhor: "O senhor tem algum problema no estômago?
" E aí esse senhor ficou até emocionado e falou: "Eu tenho um câncer no estômago, né? Já faz um tempo, eu tô tratando. Eu vim pedir para que o senhor me desse uma bênção.
" Não quis falar tão especificamente, mas o problema é esse. Então, foi uma confirmação que esse padre fez. Ele rezou por este problema.
Então, pode haver até uma palavra de ciência a respeito de algo que ocorreu lá no passado, na sua família, na sua vida, sim, mas, a partir do momento que começam a vir muitos detalhes, coisas muito ocultas, muito exageradas, e que afirmam que acontecimentos do passado têm uma influência extrema, quase que impedindo a pessoa de agir livremente, desconfie. Isso aí, provavelmente, não vem de Deus. Não vem de Deus.
Deus fala sempre de maneira clara, mas de maneira geral, abrangente, certo? Então, essas coisas podem ser também uma sedução demoníaca, certo? Outra coisa, né?
Às vezes, nesse campo, né, das orações pelas maldições hereditárias, existem grupos, às vezes, de oração, até missas, onde se reza por essa cura, etc. E tal. E aí, o que acontece?
Qual é a finalidade da missa? A finalidade da missa é prestar culto a Deus, é nos aproximar de Jesus Cristo e nos conduzir à vida eterna. Então, seja um grupo de oração, seja uma missa, seja lá o que for, tudo o que fuja muito do objetivo daquele momento certamente não vai servir ao propósito de uma cura efetiva.
Por quê? Porque está fugindo da natureza mesma da missa, que é aproximar a pessoa de Deus e dar à pessoa os meios de salvação. Quais são os meios de salvação?
O próprio Cristo, que, no sacrifício da cruz, que é atualizado em cada missa, que se dá a nós. Então, a gente tem que ter um certo critério, né, em relação a isso. Uma coisa importante: vou pegar aqui para vocês uma passagem lá do livro do profeta Ezequiel, que fala um pouquinho, né?
Eu já tô caminhando aqui pro fim, mas que fala a respeito da maldição. Então, quando a gente fala de maldição hereditária, temos que ter em vista esta passagem lá do Antigo Testamento. Olha aqui o que essa passagem diz, né?
Depois, se você quiser, até anota: ela está no livro do profeta Ezequiel, capítulo 18, versículo 20. "Quem peca é quem deve morrer. O filho não pagará a culpa do pai, e nem o pai pagará pela culpa do filho.
A justiça será acreditada ao justo, e a maldade será imputada ao ímpio. " Eu vou repetir, eu vou ler de novo isso aqui, de tão importante, de tão claro que é: "Quem peca é quem deve morrer. O filho não pagará pela culpa do pai, nem o pai pela culpa do filho.
A justiça será acreditada ao justo, e a maldade será imputada ao ímpio. " Então, o que acontece, né? Ninguém vai pagar pelo pecado de ninguém.
Então, guarde bem isso na sua cabeça. Ah, mas meu avô, eu sei de coisas que ele fez. Meu avô mexia com o ocultismo, fazia trabalho de macumba pros outros.
Você disse: "Ótimo. " Então, o que você vai fazer? Vai rezar pela alma do seu avô, vai clamar o sangue de Cristo sobre você, vai buscar uma vida de conversão, oração e penitência, vai se confessar, vai comungar, vai encher sua vida de Deus.
E isso não vai ter influência nenhuma sobre você. E, mandando rezar pela alma dos seus antepassados, você vai oferecer a eles o que de melhor você poderia oferecer, que é o sacrifício de Cristo na cruz, atualizado sobre o altar em cada missa. Ponto final, né?
Aí, tem gente que fala, pode ficar com dúvida: "Ah, mas lá no Antigo Testamento tem várias passagens que falam da maldição que passou de geração em geração. " Para ler a Bíblia, a gente tem que ter em mente uma coisa muito importante, muito importante: Deus tem uma pedagogia para se revelar. Deus não chega falando de uma vez.
Por exemplo, quando Ele fala com Abraão, Ele não disse para Abraão: "Olha, eu sou Uno e Trino, né? Eu sou um só Deus, mas estou presente aqui em três pessoas: o Pai, o Filho e o Espírito Santo. " Daria certo?
Abraão entenderia? Não, não entenderia. Mas, pera lá, é um ou são três?
O que Deus fez? Ele foi se revelando aos poucos, durante todo o Antigo Testamento. Deus se mostra como Uno, ele dá algumas pistas de que Ele é Trino, mas a revelação completa da Santíssima Trindade só se dá quando Jesus se encarna.
Só lá. O que é isso? A pedagogia de Deus.
Deus se revela aos poucos. Então, se no Antigo Testamento, de fato, as maldições eram transmitidas, isso deve ser interpretado como uma pedagogia de Deus, uma pedagogia. Mas, em Cristo, que nos salvou, Cristo apaga, pela graça do batismo, o pecado original, que é a maldição das maldições.
E todas as outras maldições não têm poder sobre aqueles que se enchem de Cristo. Então, guardem bem isso na cabeça, tá? Eu vou ler uma passagem aqui de Romanos só pra gente finalizar, é uma passagem lá de Romanos, capítulo 5.
Vai em Romanos 5, versículo 12 e seguintes. E aí, eu vou abrir para perguntas. Então, quem tiver perguntas, já guardem as perguntas ou já vão mandando.
Daqui a pouco, o pessoal sobe as perguntas e eu vou responder. Então, Romanos, capítulo 5, versículo 12: "Pois bem, por um só homem penetrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte. E assim a morte se estendeu a toda a humanidade, em quem, então, todos pecaram.
" Do que São Paulo está falando aqui? Pecado original, a maldição do pecado original. Antes de chegar a lei, o pecado já estava no mundo, mas como não havia lei, o pecado não era levado em conta.
Contudo, a morte reinou desde Adão até Moisés, inclusive sobre aqueles que não haviam pecado imitando a desobediência de Adão. Inclusive sobre aqueles que não haviam pecado. Você já deve ter parado para se perguntar: "Puxa vida!
Mas só Adão e Eva pecaram. Por que o pecado original passou para todo mundo? " Olha o que São Paulo está dizendo aqui, né?
Olha que interessante! O pecado, ele vai dizer, de Adão até Moisés, inclusive sobre os que não haviam pecado, imitando a desobediência de Adão. Como eu falei para vocês lá no começo, como o ser humano aprende por observação e imitação.
Então, os filhos de Adão, né, embora eles mesmos não tivessem pecado, eles imitaram os pais que, na sua inclinação para o mal, né, aderiram ao mal. Foram perdoados por Deus, mas a inclinação permaneceu e afetou todo mundo, né? Então, olha que interessante: mas o dom não é como o delito, pois, se pelo crime de um, morreram todos, muito mais abundantemente serão oferecidos a todos o favor, o perdão e o dom de Deus, que virá por um só homem, Jesus Cristo.
O dom não é equivalente ao pecado de alguém, pois o julgamento de um só pecado terminou em condenação, e o perdão de muitos pecados em Cristo termina em absolvição. Então, se antes o pecado de um trouxe a morte, em Cristo, a confissão, o reconhecimento dos pecados, ele traz a absolvição. Então, veja bem, São Paulo está dizendo isso aí, hereditariamente.
O que passa é o pecado original, mas Cristo, né? Se o pecado se transmite e chega a todos nós, a graça de Cristo é muito maior que o pecado. Ela é muito maior.
Santo Agostinho, ele até, né, ele escreve isso aí, né, nos seus escritos, ele vai dizer, né, a respeito do pecado original: "Ó feliz culpa que nos há merecido um tão grande Redentor! " Porque Jesus é muito mais do que o pecado, né? E a gente canta isso, né, no "Prelúdio Pascal".
Tá bom! Temos uma perguntinha aí, né? Vamos ver a pergunta do Felipe.
Salve Maria! A psicologia desmascara muitas dessas maldições hereditárias, bebida e outros vícios? Sim!
Muitos problemas, né, considerados maldições hereditárias, na verdade, são problemas muito mais ligados aos vícios e à questão do enfraquecimento da vontade própria, né? E aí, aqui eu dei as armas espirituais: oração, penitência, conversão. Mas, às vezes, vai ser necessário também a ajuda de especialistas.
Às vezes, o problema é psiquiátrico mesmo, é um problema de depressão, é um problema de outra ordem, que aí um psiquiatra precisa ajudar a colocar em ordem, né? Isso aí dentro da pessoa, um psicólogo precisa ajudar a identificar, às vezes, esses problemas e reelaborar, reorganizar. Então, quer dizer, nós precisamos ser prudentes, né?
E como que a gente distingue o que é um problema psiquiátrico, psicológico, daquilo que é sobrenatural? Pela ação, né? Pela ação.
Por exemplo, uma pessoa que tenha uma perturbação constante, e essa perturbação, se ela não tiver uma causa psicológica, psiquiátrica, física, então pode ser que ela seja realmente espiritual. Vou dar um exemplo aqui, um dos exemplos para você identificar uma perturbação espiritual que pode ser uma opressão demoníaca, até uma possessão. É a aversão pelas coisas sagradas.
Então, por exemplo, se uma pessoa disser: "Ah, eu sinto uma perturbação tão grande quando eu vou rezar o terço, eu passo mal, eu sinto vontade de vomitar e aí eu nem rezo porque eu passo mal. " Opa! Aí pode ser um problema de ordem espiritual, né?
Que é a aversão às coisas sagradas. Ou a pessoa fala: "Ah, eu nem vou à igreja mais porque, se eu entro, sempre passo mal, né? Eu não consigo participar de uma missa, nem entrar numa igreja, não me sinto bem.
" Opa! Tem um problema aí, né? Ou a pessoa não consegue ir a um funeral, não consegue entrar num cemitério.
O cemitério é um local santo, né? Então, aí tem que investigar, que pode ser uma questão espiritual. Mas, em geral, boa parte desses problemas são psicológicos, eles são psiquiátricos, né?
Nessas questões de manifestações demoníacas mesmo, de fato, né? O que pode ser uma opressão ou até uma possessão, ou uma infestação. Os demônios podem infestar um ambiente e atuar nesse ambiente, né?
Então, por exemplo, se uma pessoa começa a manifestar conhecimento de coisas que ela não teria como conhecer, conhecimento de línguas que ela nunca aprendeu, ou força descomunal, aversão a objetos sagrados, aí é um caso já de se encaminhar mesmo a um sacerdote, a um exorcista, para que faça uma oração de cura e libertação. É de fato uma oração de cura e libertação, mesmo, né? É uma oração solene da Igreja para libertar uma pessoa dessa situação.
Mas, em geral, né, estas perturbações menores, elas são apenas portas que as pessoas abrem para o mal, e essas portas podem ser fechadas. Essa segurança da nossa casa, do nosso edifício espiritual, elas podem ser. .
. Facilmente, eh, fechadas através de uma vida de oração, de uma vida sacramental frequente, certo? Mais alguma questão?
Mais alguma pergunta? Já vamos caminhando para o final, acredito que não, né? Então, muito bem, né?
Agradeço muitíssimo a presença de vocês. Espero que esse conteúdo tenha esclarecido para vocês a visão doutrinária da Igreja a respeito desta questão das maldições hereditárias. Podemos voltar a falar, a explorar mais esse assunto aqui, né, futuramente, tá bom?
Fiquem com Deus. Deus abençoe muito todos vocês, os familiares de vocês e a todos aqueles também que assistirão essa live depois, né, não ao vivo, né, mas depois. Que Deus os abençoe igualmente e os alcance onde estiverem, né, com suas melhores graças e bênçãos.
Tá bom? Semana que vem, aguardo vocês. Tchau, tchau!
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