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Muito bom dia, meus caros! Sejam bem-vindos à nossa meditação do dia de hoje. Peçamos a luz, a bênção, a graça de Deus sobre nós neste dia, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Pai nosso que estais no céu, santificado seja o vosso nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade, assim na terra como no céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoai as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal.

Amém. Ave Maria, cheia de graça, o Senhor é convosco. Bendita sois vós entre as mulheres, e bendito é o fruto do vosso ventre, Jesus.

Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores, agora e na hora de nossa morte. Amém. Que o Senhor Todo-Poderoso nos abençoe, nos guarde e nos livre de todo mal, em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Muito bem, no dia de hoje, então, estamos seguindo aqui com a leitura do Capítulo 15 do livro "Caminho de Perfeição", de Santa Teresa. Vamos ver aqui como ela conclui o capítulo, né?

Que nós começamos a leitura ontem. Então, aqui ela fala da necessidade de não se desculpar diante das más acusações, as falsas acusações, e ela diz que, em alguns casos, é necessário expor a verdade; em outros casos, é útil acolher essas ofensas como forma de purificação, né? Porque ofendemos tanto a Deus.

Então, por que não suportar também algumas ofensas, né? Então, foi isso que ela tem ensinado. Vamos ver na sequência o que Santa Teresa nos diz: "O que é isto, meu Deus, que pensamos obter de contentar as criaturas?

O que nos importa ser muito culpadas por todas elas, se diante do Senhor estamos inocentes? Ó minhas irmãs, nunca chegamos a entender plenamente esta verdade e, assim, nunca vamos chegar à perfeição se não considerarmos e pensarmos muito no que ela é e no que ela não é. Porque, mesmo que não haja outro lucro senão a confusão que se instalará na pessoa que vos tiver culpada, ao ver que vós, sendo inocentes, vos deixais condenar, grande benefício já seria, visto que às vezes uma coisa destas eleva mais a alma do que 10 sermões.

E todas nós devemos procurar ser pregadoras por obras, já que o apóstolo e a nossa incapacidade nos impedem de o ser por palavras. Nunca penseis que, por mais enclausuradas que estejais, o mal ou o bem que fizerdes ficará oculto. E pensais, filhas, que mesmo que não vos desculpe, haverá de faltar quem vos defenda.

Vede como o Senhor respondeu por Madalena na casa do fariseu, e, quando a sua própria irmã a culpava, Ele não vos tratará com tanto rigor quanto tratou a si próprio, pois, quando teve um ladrão como seu defensor, ele já estava na cruz. Assim, Sua Majestade fará que alguém vos defenda e que, quando fizer, não será necessário. Sei disso por experiência e assim é, embora eu prefira que não vos lembreis disso, mas que vos rejubileis de ser consideradas culpadas.

O tempo será testemunha do proveito que vereis em vossas almas, porque, quando começamos a obter liberdade e já nada nos incomodamos, já nada nos incomodamos, que falem mal ao bem de nós, parecendo isso uma coisa estranha ao nosso ser, como se fossem outras duas pessoas falando entre si, nada tendo a ver conosco, nem nos obrigando a cuidar de uma resposta. Assim acontece aqui, com o costume de não ter de responder, acabamos por pensar que não falam conosco. Para nós, muito suscetíveis e pouco mortificadas, isso pode parecer impossível; de fato, no início é difícil, mas sei que é possível alcançar essa liberdade, essa negação e esse desprendimento de nós mesmas, com o favor do Senhor.

Então, aqui, mais uma vez, Santa Teresa reforça a ideia de que receber estas ofensas sem se defender delas é um bom caminho; é um bom caminho para nos mortificar, para nos corrigir. E também devemos pensar no seguinte, né? Como, quando somos ofendidos, sobretudo quando somos ofendidos ou acusados de alguma coisa injustamente, devemos sempre pensar e sempre nos lembrar de que, pelos nossos pecados, nós dizemos não, todos os dias, a Deus, que nos ama tanto.

Então, se nós, que somos tão miseráveis, negamos a graça de Deus, então, nós merecemos, quando nos tratam assim. Agora, é claro, né? Não se trata aqui de um sadomasoquismo, né?

De uma loucura onde nós ficaremos procurando por humilhação. Não é isso, de modo algum! Aqui, Santa Teresa fala do curso normal da vida.

Normalmente, naturalmente, onde existem pessoas, existem defeitos, existe o mistério da iniquidade, existem pessoas falando mal umas das outras. E, dentro desse contexto, nós não escapamos. E uma hora ou outra, seja por aquilo que nós acreditamos, seja pela nossa posição, seja pelo nosso comportamento, nós receberemos algum tipo de afronta, algum tipo de calúnia.

Quando essa ferir a nossa família, a nossa honra, nós precisamos repor a verdade no lugar, tirar limpo as coisas e deixar tudo bem claro. Mas, quando forem pequenas ofensas, nós devemos suportá-las. E olha o que Santa Teresa diz: às vezes, por misericórdia, inclusive para com aquele que nos ofende.

Por aquele que nos ofende, ele sabe que o que ele está falando é mentira. Quando ele perceber que nós não respondemos, na sua consciência, isso será uma pregação. Santa Teresa vai dizer que é uma pregação que vale mais do que 10 sermões, porque a pessoa que acusa sabe que ela está acusando injustamente.

A pessoa que está sendo acusada sabe que aquilo não é adequado. Só os dois sabem, mas aquele que ofende ficará com a memória deste erro, deste pecado, dessa injustiça que ele cometeu com uma pessoa que não se defendeu. Então, Santa Teresa fala disso: isso é uma pregação.

E aí ela diz. . .

Até as monjas, as irmãs, né? Isto para nós é um grande privilégio, é uma grande graça, porque, eh, o que acontece? Nós, que somos mulheres, não devemos pregar.

E ela fala primeiro porque não temos conhecimento para pregar, né? Não são teólogas. Ela fala em segundo lugar porque o apóstolo nos proíbe.

Ela faz aquela referência a São Paulo de que as mulheres, nas assembleias litúrgicas, né, dentro das igrejas, não deveriam falar. Então, Santa Teresa diz: nós somos proibidas pela nossa ignorância e pelo mandamento do apóstolo. Então, vamos pregar com o nosso exemplo.

Esta pregação, a pregação do exemplo, todos nós podemos fazer, e essa pregação não tem a ver com dons pessoais, naturais, de saber ou não saber falar. É a pregação do exemplo; é a pregação silenciosa. Mas aqui, ao final, Santa Teresa diz algo que é interessante, né?

Deus nos defenderá, ele nos defenderá; ele mandará alguém que nos defenda. Então, é claro, em alguns momentos, quando o assunto é muito grave, nós precisamos nos defender. É o que eu disse agora há pouco: repor a verdade.

Mas, em coisas menores, Deus mesmo se encarregará de nos defender de duas maneiras: pelo tempo; o tempo vai demonstrar onde está a verdade. E outra coisa, né? Deus também pode suscitar pessoas que dêem testemunho de nós.

No caso de Jesus, quem defendeu Jesus da blasfêmia do mau ladrão? Outro ladrão, um bom ladrão, que vai dizer ao mau ladrão: "Cala-te! Quanto a nós, você e eu, nós estamos aqui porque merecemos, mas este é inocente".

Então, vejam, eh, Deus suscitou um ladrão para defender Jesus, né? E Deus pode suscitar qualquer pessoa para que nos defenda, para que dê, eh, testemunho de nós. E aí, Santa Teresa vai dizer: Jesus tratou com muito rigor a si mesmo, a si próprio, mas ele não nos trata com esse mesmo rigor.

Então, Ele nos defenderá, né? E, depois, por fim, ela vai dizer, né, que sabe disso tudo que ela ensina por experiência. E ela comenta: embora eu prefira que vocês não se lembrem disso, mas que vocês se alegrem de ser consideradas culpadas.

O tempo será testemunha do proveito que vereis em vossas almas, né? O tempo dirá, o tempo mostrará. Todas as coisas que Deus nos dê a virtude da paciência, que Deus nos defenda das injustiças que sofremos, que nós tenhamos a fortaleza necessária para suportar esses desafios.

Por amor a Jesus. São Geraldo Magela é um santo do século XVI, era um religioso redentorista que estava sob a autoridade de Santo Afonso de Ligório. E, num determinado momento da sua vida, ele era jovem, ainda tinha 20 e poucos anos, e foi acusado por uma mulher de assédio.

Na verdade, essa jovem se interessou pelo santo, achou-o bonito, atrativo, se insinuou para ele, e como ele, eh, fugiu, escapou ali daquela sedução, ela resolveu então criar uma falsa acusação contra o santo. E ela disse que São Geraldo havia assediado e não sei o quê. Isso foi um escândalo!

São Geraldo já tinha fama de santo naquela época, e como um sujeito que era tratado como santo poderia ter assediado uma jovem, né? Poderia, eh, ter feito alguma coisa para forçá-la a algum relacionamento que ela não queria. Foi um escândalo geral.

Santo Afonso, que era o superior, mandou chamar São Geraldo e leu para ele a acusação que essa jovem fazia contra ele. São Geraldo ficou o tempo todo de cabeça baixa, ouviu a acusação, não disse uma palavra. E aí, Santo Afonso perguntou a ele: "Meu filho, o que você tem a dizer em sua defesa?

" Ele permaneceu de cabeça baixa e calado. Santo Afonso então deu a ele uma série de penitências: ele foi afastado de suas funções, ficou proibido de sair à rua, recebeu uma punição severa. Acontece que, pouco tempo depois, essa jovem que fez a acusação falsa caiu doente de cama, e ela viu que corria risco de morte.

Mandou chamar um padre, se confessou e acusou sua mentira, dizendo que havia concebido um desejo impuro em relação a São Geraldo e que, como não pôde tê-lo para si, mentiu dizendo que ele a assediou. E ela então pediu ao padre que dissesse isso publicamente às pessoas e fosse até São Geraldo para pedir perdão. Esse sacerdote que atendeu a confissão dessa moça escreveu a Santo Afonso, que era superior, dizendo: "O senhor está punindo um religioso que é inocente!

" Santo Afonso então mandou chamar novamente São Geraldo. Ele disse: "Meu filho, a moça que o acusou está agonizando, está com uma doença repentina que a prostrou na cama. Ela está entre a vida e a morte e, então, se confessou e disse que estava mentindo.

" E São Geraldo não se perturbou, simplesmente ouviu o que Santo Afonso tinha para dizer. E aí, Santo Afonso perguntou a ele: "Meu filho, se tudo isso que ela está dizendo é verdade, se foi uma acusação falsa, por que você não se defendeu? " E, em cima da mesa de Santo Afonso, estava a regra de vida da Congregação dos Redentoristas, e lá na regra de vida da Congregação dos Redentoristas, Santo Afonso havia colocado este conselho de Santa Teresa que nós estamos meditando hoje: não se defender diante das falsas acusações.

Acontece que Santa Teresa aconselha a não se defender das pequenas falsas acusações, mas as grandes deveriam ser defendidas. Aí, Santo Afonso. .

. São Geraldo mostra para ele a regra de vida. Ele disse: "Meu pai, eu apenas sigo o que está no livro da nossa regra de vida.

" E aí Santo Afonso disse: "Mas a nossa regra de vida diz que, em casos graves, você pode se defender. " E aí, São Geraldo, né, que era um santo, né, que tinha uma vivência heróica da fé, ele disse assim: "Mas, para ser mais perfeito, como Jesus, que não se defendeu de nada, mesmo naquilo. .

. " Que era grande, eu optei por não me defender. Santo Afonso se desculpou com ele pelo castigo, e São Geraldo disse que, de modo algum, ele deveria se desculpar, porque o castigo era merecido por conta dos seus pecados.

E aí Santo Afonso ficou realmente impressionado com a santidade daquele jovem de 20 e poucos anos, que não se defendia das falsas acusações. Então olhemos para a vida dos grandes Santos e nos inspiremos nisso. Que Nossa Senhora, nossa Mãe, nos abençoe e nos ajude neste caminho para Deus.

A vossa proteção recorremos, Santa Mãe de Deus; não desprezeis as nossas súplicas em nossas necessidades, mas livrai-nos sempre de todos os perigos. Ó Virgem gloriosa e bendita, amém! O Senhor nos abençoe e nos guarde em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo.

Amém. Ótimo dia para todos, e que Deus nos abençoe a todos e a cada um nos desafios do nosso dia. Até amanhã!